Questão 199 do Livros dos Espíritos
INTERRUPÇÃO DA VIDA NA INFÂNCIA
A curta duração da existência de
algumas crianças é, por vezes, influência da existência passada, que foi
interrompida antes de cumprir seus dias na pauta da vida. O que ficamos devendo,
havemos de saldar. Entretanto, pode-ser igualmente, como caso mais difícil, um
espírito que somente deve dias, ou meses, e mesmo anos para conquistar sua
alforria na Terra, passar a pertencer a esferas elevadas, servindo também para
provações dos pais, que sempre reajustam alguma coisa com esse fato que abala os
seus sentimentos. O nada se perde, cabe nesses acontecimentos; tudo se
transforma em lições valiosas, na universidade de Deus.
Tudo isso se explica
pelos processos das vidas sucessivas. Elas são as chaves com as quais abrimos as
portas de muitos conhecimentos espirituais. Não blasfememos quando da perda de
uma criança, desde quando tenhamos usado todos os recursos possíveis para a sua
continuidade na Terra. Deus sabe o que faz, e os agentes assistência no que se
refere à vida e ao nosso despertar para realidades espirituais.
As idades em
que os espíritos deixam o fardo físico na Terra são diversas, na diversidade das
necessidades de cada um. Basta que olhemos com os olhos da alma, e compreendamos
com a compreensão que a vida nos dotou. Tanto se vive por fração de minuto no
mundo corpóreo como por mais de um século. O Senhor é consciente do que sucede
na Sua vinha, que poderemos chamar de Vinha de Luz. Não existe injustiça em nós,
nem fora de nós, nos espíritos, nem as coisas; tudo tem uma razão de ser na
vastidão infinita da Criação. Poderemos viver felizes, no entanto, essa
felicidade dependerá do nosso esforço, porque Deus já nos deu todas as
oportunidades de adquiri-Ia.
Despertemos, caminhemos e confiemos, que Deus
Se encontra onde estivermos. Ele se acha onde não pensamos; Ele é vida que
irradia até mesmo onde não há criação, apesar de tudo que pensamos sobre Deus,
ainda assim, não encontramos o perfil do Senhor. Ele está além do raciocínio
humano. Se ainda não nos conhecemos, como querer conhecer a Deus? As distâncias
são imensuráveis. Estamos vivendo no finito; assim, como conhecer e explicar:
o infinito? Fomos criados por Ele, e Ele é incriado. Qual a mente que pode
explicar o que não foi feito? Qual a matemática que pode somar, onde não existem
números? Até os modos de adorar a Deus na Terra são rudimentares. Somente
palavras não prendem a atenção do Criador, Soberano do Universo!
Não nos
preocupemos com a curta ou longa duração das existências na Terra, com muita
saúde dos povos e enfermidade sem conta. Estamos passando por meios diversos de
despertamento das qualidades espirituais e somente receberemos o que Deus
determinar como sendo o melhor. Procuremos sempre estudar as mensagens
espirituais, que elas nos falam muito das leis espirituais e da bondade e
misericórdia de Deus. Nessa conscientização, passaremos a amá-lo acima de todas
as coisas e depois compreendê-lo, amando o próximo, que é a nossa continuação.
Somos todos irmãos inseparáveis, e o que fazemos com ele e por ele, estamos
fazendo por nós mesmos.
Livro: Filosofia Espírita IV
Autor: João Nunes Maia
Espírito: Miramez
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