31.5.19

LUTAS EM FAMÍLIA


    O espírita não deve esquecer-se que a sua responsabilidade primeira é para com a própria família consanguínea.
    É no recinto doméstico que ele é chamado às maiores renúncias.
    O grupo familiar é, sem dúvida, o seu campo de lutas, onde ele necessita vivenciar, com prioridade, a mensagem que prega.
    Disse Jesus: "Não penseis que eu vim trazer a paz sobre a Terra; eu não vim trazer a paz, mas a espada; porque eu vim separar o homem de seu pai, a filha de sua mãe e a nora de sua sogra; e o homem terá por inimigos os de sua casa."
    Como aconteceu ao Cristianismo, o Espiritismo veio estabelecer no mundo o conflito de ideias.
    Às vezes, dentro de casa, o espírita se sentirá solitário em sua crença, sofrendo a incompreensão dos corações amados que ainda não conseguiram se libertar do preconceito religioso.
    Por isto, tanto quanto lhe seja possível, evitará polemizar com a família sobre os assuntos de religião.
    Entenderá que o fruto não amadurece antes da época propícia e saberá esperar com paciência, perseverando, em silêncio, nas tarefas que abraçou.
    Perdoará alusões agressivas à fé que professa, sem revidar a qualquer ofensa.
    Estará consciente de que nem sempre o grupo familiar é um grupo de almas afins e que quase todos reencarnam na mesma equipe doméstica no sentido de se reajustarem perante as Leis da Vida.
    O Espírita não deve insistir em excesso com os familiares para que se convertam ao seu modo de pensar. Não raro, os convites insistentes, ao invés de funcionarem beneficamente, acabam gerando antipatia para com a Doutrina.
    Existem mesmo pessoas que gostam de contrariar por simples prazer; é uma maneira inconsciente de cobrarem o que lhes é devido.
    Para o espírita que exerce a mediunidade, vinculado a uma família não-espírita, as incompreensões costumam ser maiores, porque, além da influência dos encarnados, sofrerá ele o assédio dos desencarnados que desejam vê-lo longe da tarefa.
    É o que vemos acontecer, por exemplo, com muitas senhoras que são impedidas pelos esposos de comparecerem aos Centros Espíritas.
    Quando tal se dá, em favor da paz em família, convém adiar os planos ansiosamente acalentados n'alma, refletindo que em toda a parte somos chamados ao exercício da mediunidade, bem como aos testemunhos de nosso amor à Causa.
    Quem sabe ceder hoje, conquistará amanhã.
    Às vezes, a renúncia de alguém por alguns anos, acaba por sensibilizar os integrantes de uma família inteira, modificando-lhes em profundidade a maneira de ser e de pensar.
    Aceitemos os outros como são, para que eles nos aceitem como somos.
    Não nos transformemos em moralistas dentro da própria casa, querendo impor as lições do Espiritismo, pois quem age assim, demonstra que ainda não assimilou o verdadeiro espírito da Doutrina, que nos ensina a respeitar a liberdade de consciência de cada um.

Livro: "Seara de Luz" - Carlos A. Baccelli - irmão José

30.5.19

Janelas da Alma

    O sentimento e a emoção normalmente se transformam em lentes que coam os acontecimentos, dando-lhes cor e conotação próprias.
    De acordo com a estrutura e o momento psicológico, os fatos passam a ter a significação que nem sempre corresponde à realidade.
    Quem se utiliza óculos escuros, mesmo diante da claridade solar, passa a ver o dia com menor intensidade de luz.
    Variando a cor das lentes, com tonalidade correspondente desfilarão diante dos olhos as cenas.
    Na área do relacionamento humano, também, as ocorrências assumem contornos de acordo com o estado de alma das pessoas envolvidas.
    É urgente, portanto, a necessidade de conduzir os sentimentos, de modo a equilibrar os fatos em relação com eles.
    Uma atitude sensata é um abrir de janelas na alma, a fim de bem observar os sucessos da vilegiatura humana.
    De acordo coma a dimensão e o tipo de abertura, será possível observar a vida e vivê-la de forma agradável, mesmo nos momentos mais difíceis.
    Há quem abra janelas na alma para deixar que se externem as impressões negativas, facultando a usança de lentes escuras, que a tudo sombreiam com o toque pessimista de censura e de reclamação.
    Coloca, nas tuas janelas, o amor, a bondade, a compaixão, a ternura, a fim de acompanhares o mundo e o seu séqüito de ocorrências.
    O amor te facultará ampliar o círculo de afetividade, abençoando os teus amigos com a cortesia, os estímulos encorajadores e a tranqüilidade.
    A bondade irrigará de esperança os corações ressequidos pelos sofrimentos e as emoções despedaçadas pela aflição que se te acerquem.
    O perdão constituirá a tua força revigoradora colocada a benefício do delinqüente, do mau, do alucinado, que te busquem.
    A ternura espraiará o perfume reconfortante da tua afabilidade, levantando os caídos e segurando os trôpegos, de modo a impedir-lhes a queda, quando próximos de ti.
    As janelas da alma são espaços felizes para que se espraie a luz, e se realize a comunhão com o bem.
    Colocando os santos óleos da afabilidade nas engrenagens da tua alma, descerrarás as janelas fechadas dos teus sentimentos, e a tua abençoada emoção se alongará, afagando todos aqueles que se aproximem de ti, proporcionando-lhes a amizade pura que se converterá em amor, rico de bondade e de perdão, a proclamarem chegada a hora de ternura entre os homens da Terra.

Livro: Momentos de Felicidade - Divaldo Pereira Franco - Joanna de Ângelis.

29.5.19

LARGUE ESSA BANANA



    Uma antiga tribo africana utiliza um método bastante curioso para capturar os espertos macacos que vivem nos galhos mais altos das árvores.
O sistema é o seguinte: Os nativos pegam um recipiente de boca estreita, colocam uma banana dentro, amarram-no ao tronco de uma árvore e afastam-se. Quando eles saem, um macaco curioso desce, olha dentro da cabaça e vê a banana.
    Enfia sua mão e apanha a fruta, mas como a boca do recipiente é muito estreita, ele não consegue tirar a banana; sua mão sai e ele pode ir embora livremente, caso contrário continua preso na armadilha.
Após algum tempo, os nativos voltam e capturam sem dificuldade os macacos teimosos que se recusaram a largar as bananas.
    O final é trágico, pois eles são caçados para serem comidos.
    Você deve achar absurdo o grau de estupidez destes macacos, afinal basta largar a banana e ficar livre do destino de ir para a panela.
Fácil demais, não é?
    O problema deve estar no valor exagerado que o macaco atribui à sua conquista. A banana já está ali, na sua mão. Parece ser uma insanidade largá-la e ir embora.
    Achei esta história engraçada porque muitas vezes fazemos exatamente como estes macacos. Ou você não conhece ninguém que está insatisfeito com o emprego, mas permanece lá, mesmo sabendo que está cultivando um infarto? Ou casais com relacionamentos completamente deteriorados que insistem em ficar sofrendo? Ou pessoas infelizes por causa de decisões antigas que continuam adiando um novo caminho que trará de volta a alegria de viver?
    Somos ou não como os macacos? A vida é preciosa demais para trocarmos por uma banana que, apesar de estar em nossa mão, pode levar-nos direto à panela.

O Livro da Bruxa - Roberto Lopes

28.5.19

OPÇÃO PELOS MAUS ESPÍRITOS


Questão 497 do Livro dos Espíritos

Existem as lutas do mal com o bem, no entanto, o mal, seja ele qual for, se encontra também a serviço do bem. Se tudo tem uma razão de ser e nada se faz sem a permissão de Deus, no dizer de “O Livro dos Espíritos”, o mal é o mesmo bem que ainda não acertou na faixa do amor, porém que mais tarde vai encontrar.
Ninguém tem maldade encravada no coração; pratica-a por ignorância, por ter sido criado por Deus, simples e ignorante. O Espírito guardião não abandona, como já falamos, o seu tutelado; esse é que se afasta do seu protetor e entra na faixa dos Espíritos da sua condição.
Os semelhantes atraem os semelhantes, é a lei de justiça, e os corvos se reúnem com os corvos. Essa é uma lei que, no fundo, é o amor. Os pássaros se reúnem em bandos, os peixes em cardumes, pela mesma lei. Assim acontece aos animais, às plantas e, certamente, aos homens.
Tudo no universo é harmonia; deves entender essa verdade. Não vês que os sábios estão sempre rodeados de sábios e os santos se afinizam com a santidade? Os ricos se reúnem com mais frequência com outros ricos, e os pobres são forçados a conviverem mais diretamente com seus iguais. São leis que asseguram essa justiça. Essas letras que estamos dispondo para um ideal, se afinam umas com as outras, e criam para nós o que desejamos que seja gerado.
Os guias protetores deixam, por vezes, que os Espíritos inferiores assumam e dirijam, em muitos casos, seus protegidos, para lhes dar algumas lições. Quando aprendidas, eles voltam a insistir nos seus conselhos e o Espírito, mais aquiescível, aprende melhor as lições. A dor ajuda na maturidade da alma. Não vês que todas as crianças sofrem? É a dor ajudando os pais a educá-las. Hoje surgiram para elas escolas de variados portes: são deslocamentos do lar para ajudar a instruí-las. Tudo é permissão de Deus para o bem da humanidade.
Toda acrimônia é prefácio avisando melhora, mas não deves cruzar os braços nas aflições. Move-te, em amparo, que esse movimento é também o amor que conserta, que equilibra, que ajuda e que dá novos rumos para o tutelado conhecer a verdade.
O protetor não deixa seu tutelado à mercê de outro Espírito que queira lhe fazer o mal. O protegido, já dissemos, é que entra na faixa do “inimigo”, atraindo-o. O encarnado chama-o pelo procedimento e eles são muitos, atendendo pela lei dos afins. Deus o permite, por encontrar nos nossos sentimentos essa vontade que é de servir de instrumentos para que a luz se acenda nos corações. A felicidade é um direito para todos os Espíritos, no entanto, devemos conquistá-la, que o resto, o mais difícil, Deus já fez em nosso favor.
Os maus Espíritos se unem para neutralizar a ação dos bons Espíritos. Eis aí a luta, mas eles nunca vencem, por ser a lei de amor provinda de Deus diretamente. O mal, aparentemente, domina na Terra, mas é somente na aparência, porque ele é barulhento, e o bem com Jesus trabalha no silêncio. Para o mundo do mal, Jesus foi vencido, mas, para a eterna compreensão espiritual, Ele foi o vencedor mais elevado que a Terra já conheceu. Foi, é e será o Sol que ilumina sempre a humanidade e o próprio homem, e todas as sociedades já o têm como o símbolo do amor, como sendo o próprio amor de Deus que visitou a Terra, dando-nos exemplos de que a vida não para no túmulo, e que o túmulo, tanto quanto o berço, é sinônimo de vida.

Livro: Filosofia Espírita – João Nunes Maia – Miramez - Todos os livros Espíritas como este vendidos em nossa loja terão o lucro repassado à Casa Espírita de Oração Amor e Luz.

27.5.19

O TESTE


Questão 469

Lutando, disseste: «não posso mais».
E ajudaste os que te roubam a fortaleza...
Batido, clamaste: «reagirei».
E amparaste os que te induzem à violência...

Esquecido, gemeste: «estou sozinho».
E ajudaste os que te bloqueiam a confiança...

Caluniado, gritaste: «vingar-me-ei».
E amparaste os que te guiam à crueldade...

Ferido, bradaste: «quero justiça».
E ajudaste os que te furtam a tolerância...
                          * * *
Por isso mesmo, asseveras freqüentemente:
— Morro de angústia.
— Enjoei de viver.
— A fadiga me vence.
— Tudo perdido.
— Nada mais a fazer.
Tentando justificar-te, recorres à filosofia de ocasião e repetes rifões e chavões antigos:
— A dança obedece à música...
— Faço como me ensinam...
— Seja virtuoso quem puder ser...
— Amanhã virá quem bom me fará...
— Tarde demais...
— Fiz tudo...
— Depois eu faço...
— Lavei as mãos...
                       * * *
Recorda, porém, que toda dificuldade é teste renovador.
Todos somos tentados na imperfeição...
Queixa é fuga.
Impaciência é perigo.
Censura é auxilio ao perseguidor.
Revolta é força que apressa o crime.
Ataque é óleo no fogo.
Desforço é golpe que apaga a luz.
Desespero é chave ao ladrão.
Maltratado, busca o bem.
Injuriado, fala o bem.
Contrariado, procura o bem.
Traído, renova o bem.
Assaltado, conserva o bem.

A única fórmula clara e segura de vencer, no teste contra as influências inferiores, será sempre, o que for, com quem for e seja onde for, esquecer o mal e fazer o bem.

Livro “Religião dos Espíritos” –  Francisco C. Xavier – Emmanuel – Todos os livros Espíritas como este vendidos em nossa loja terão o lucro repassado à Casa Espírita de Oração Amor e Luz.

26.5.19

XLIX – REFLEXÕES SOBRE O LIVRO “LIBERTAÇÃO”


– ANDRÉ LUIZ/CHICO XAVIER

No capítulo X – “Em Aprendizado” –, André relata que os obsessores retomaram o trabalho obsessivo de aniquilamento sobre Margarida:
“Percebi a facilidade com que os seres perversos das sombras hipnotizam as suas vítimas, impondo-lhes os tormentos psíquicos que desejam.”
André Luiz ressalta que o trabalho da falange de Gregório, sob a coordenação de Saldanha, agia sobre outras vítimas na cidade. Na residência de Margarida, apenas haviam ficado Saldanha, dois magnetizadores, os três amigos – André, Elói e Gúbio – “e a coleção de mentes, em ‘formas ovóides’, ligadas ao cérebro da senhora flagelada”.
Aquela era a oportunidade esperada por Gúbio, que, então, passa a dialogar com Saldanha.
Gúbio, ouvindo o obsessor, fica sabendo que o pai de Margarida, um “juiz sem alma” lhe havia devastado o lar: “Faz onze anos, precisamente, que a sentença cruel de um magistrado caiu sobre os meus descendentes, exterminando-os...”
Quase sempre, quem prejudica alguém ignora que está causando prejuízo a um grupo de corações... Por exemplo: quem tira a vida de um pai de família, está ocasionando grave prejuízo não apenas ao espírito que constrangeu a deixar o corpo, mas, praticamente, a todos os seus familiares...
*
Saldanha tivera o filho, Jorge, condenado injustamente – por um crime de que não havia sido o autor! Ele, na condição de pai desencarnado, tentara interceder inutilmente...
“O magistrado, porém, longe de aceitar-me a inspiração, que o convidava à justiça e à piedade, preferiu ouvir pareceres de amigos influentes na política dominante, que vivamente se interessavam pela indébita condenação, na ânsia de exculpar o verdadeiro criminoso.”
Não é difícil de imaginar a situação espiritual de quantos, atravessando as fronteiras do túmulo, deparam-se com as injustiças praticadas – os atos de desonestidade, de corrupção, de grandes prejuízos, não raro, causados a gerações inteiras de almas, que, assim, têm a bendita oportunidade de aprendizado na reencarnação praticamente anulada!...
*
Em consequência do que estava sofrido pelo marido, Jorge, a nora de Saldanha, Irene, cometera suicídio... A esposa de Saldanha, Iracema, desencarnara num “catre de indigência”... A sua neta, ainda quase menina, trabalhava como serviçal no lar de Margarida, onde um seu irmão tentava seduzi-la...
Complexa a situação, não obstante, não difícil de encontrar em muitos dos lares terrestres.
*
Jorge, filho de Saldanha, condenado sem culpa, da prisão se transferira para um hospício...
E o obsessor pergunta a Gúbio: “Acredita possa meu cérebro dispor de recursos para meditar em compaixão que não recebi de pessoa alguma. (...) Foi nesse estado que o sacerdote Gregório me encontrou e agradou-se de minhas disposições íntimas. Necessitava de alguém, de alma suficientemente endurecida, para presidir à retirada técnica desta moça que ele deseja arrebatar, devagarinho, à existência terrestre, e louvou-me o ânimo firme.”
Diz André que Gúbio tudo escutava em completo silêncio, imperturbável.
*
Irmãos e irmãs, notemos como, por vezes, um simples ato de perdão pode interromper um drama obsessivo que acomete incalculável número de pessoas – drama suficiente para se arrastar por vários lustros, décadas, ou séculos...
Não dá nem para imaginar no que, ao longo de nossas existências sucessivas, temos nos envolvido, não é?! E, sendo assim, reclamarmos de quê?!...

INÁCIO FERREIRA – Blog Mediunidade na Internet
Uberaba – MG, 26 de maio de 2019.

25.5.19

CONVITE DO CORAÇÃO


Deitada sobre a sarjeta,
Sem abrigo que te acoite,
Que fazes, boa velhinha,
Ao vento frio da noite?!

Por que vagueias sem rumo
De muletas sob os braços,
Com o pranto da desventura
Rolando em teus olhos baços?!

O que será que murmuras
Quando conversas com Deus,
Nos dias de solidão
Dos tristes caminhos teus?!

Por que não vens a esta Casa,
Que Jesus edificou
Para os “filhos do Calvário”
Que Ele nunca desprezou?!

Aqui terás alvo leito,
Agasalho e pão à mesa,
E o conta dos passarinhos
Por festa da Natureza...

Terás imensa família:
Regina, Isaura e Ritinha,
Tiana e Dona Isolina,
Maria, Elvira e Rosinha...

Por irmã do coração,
Terás ainda a Manuela,
Que, com razão, fica aflita,
Se a gente se esquece dela...

Vicentina varre os quartos,
Maria as roupas asseia,
Antônio cuida da horta
E Ana Lúcia faz a ceia...

Por que não vens, minha irmã?!
Por que te esquivas assim?!
Troque o abandono das ruas
Pela paz deste jardim...

Vem morar aqui conosco!
Lá fora, o inverno não tarda,
E ao sol do Amor, que te aquece,
Aqui dentro Deus te guarda!...

Eurícledes Formiga – Blog Espiritismo em Prosa e Verso
(Página recebida pelo médium Carlos A. Baccelli, em reunião pública do Lar Espírita “Pedro e Paulo”, na manhã de domingo do dia 5 de maio de 1991, em Uberaba – MG).

24.5.19

INSPIRAÇÃO OU INTUIÇÃO


Você sabe a diferença entre Inspiração e Intuição?
Determinados assuntos tratados na exposição espírita (palestra, aula ou preleção), muitas vezes parecem sem importância, mas nunca será demais saber o exato sentido ou significado de palavras ou expressões que usamos. É o que acontece com as palavras acima citadas, pois são inúmeros os companheiros que não fazem a menor distinção (e pior, passam adiante) que essas expressões significam a mesma coisa. Pois bem, há diferença e muita!
Inspiração = sugestão, insinuação, ou inspirar = incutir, insuflar (dicionário da língua portuguesa), temos também a elucidação de Emmanuel no livro Seara dos Médiuns na passagem Faixas, onde ele diz "A inspiração é todo o conjunto de pensamentos alheios que aceitamos ou procuramos".
Leon Denis, também nos fala sobre o assunto em "O problema do Ser, do Destino e da Dor, na pág. 334: "a inspiração é uma das formas empregadas pelos habitantes do mundo espiritual para nos transmitirem suas instruções... é um tipo de mediunidade onde o Espírito infunde suas ideias para o entendimento do médium".
Também vemos no Dicionário Enciclopédico de Espiritismo, metapsíquica e Parapsicologia o seguinte:
"É o recebimento espontâneo de ideias e pensamentos e provindo de Espíritos..."
Podemos então concluir que inspiração é a transmissão dos pensamentos e mensagens de uma mente para outra. Intuição é o conjunto de conhecimentos próprios, adquiridos ao longo de inúmeras experiências vividas pelo Ser e que lhe aflora à mente espontaneamente, sem ninguém lhe transmita nada. Temos em Platão que ela é fundamentada na nossa preexistencia, manifestada através de diversas encarnações. Dr. Bezerra no livro A loucura sob Novo Prisma nos leva a entende-la como as "reminiscências das vidas que tivemos". Segundo Ney Lobo ela é "instrumento da alma no processo da educação sobre os valores acumulados em existências anteriores".
Quanto à  intuição não necessitamos pedir nem a Deus, nem aos Bons Espíritos e sim "organizar" nosso mundo interior, para que nossos próprios conhecimentos possam ser devidamente utilizados para nossa própria marcha evolutiva e seguir a orientação de Emmanuel que em seu livro O Consolador nos indica, "que para desenvolver a intuição são necessários, estudo perseverante, esforço sincero e meditação sadia".

Milton Antunes Martins - Jornal O Trevo 

23.5.19

NÃO EXISTE ABANDONO


Questão 496 do Livro dos Espíritos

Na grande lei de amor universal não existe abandono; Deus é Onisciente e sabe antecipadamente tudo que pode acontecer e tudo fez e faz dentro desse conhecimento. Tudo se encontra em um processo de despertamento espiritual, no trabalho sagrado de elevar as criaturas para a vida maior, de onde vieram.
Os bons Espíritos nunca fazem mal a ninguém, por vivenciarem o amor, e já terem aprendido, nas caminhadas percorridas, que somente o amor salva e traz felicidade. Deus, o Supremo Criador de todas as coisas, não abandona Seus filhos, e a prova mais evidente deste fato se encontra nos sentimentos dos pais na Terra, principalmente nas mães. Quando alguma abandona seu filho, é porque está doente, carecendo de ser amada igualmente.
O amor é força que unifica. Os sofrimentos não são tão maus como se costuma dizer. Se Deus permite que haja sofrimento, é porque ele tem algum valor no despertamento das criaturas. São processos por que todos passam, e é por isso que os benfeitores têm muita paciência com os seus tutelados; eles já passaram pelos mesmos caminhos. Qual o Espírito que cumpriu sua jornada desde o seu primitivismo até o reino angélico, cumprindo retamente todas as leis da vida? Se todos temos os mesmos direitos e deveres, se somos filhos de Deus, criados iguais, o processo é o mesmo para todas as criaturas.
Sofrimentos de todos os tipos, aos olhos do Mais Alto, são meios, escolas que nos levam à felicidade, desde quando eles venham a nós na naturalidade da lei, e não na inventiva dos homens para andarem mais depressa na escala da vida espiritual.
Não existe abandono para qualquer pessoa e para nada que existe no universo; a proteção se encontra lado a lado para tudo e para todos, desde o vírus até o mundo angélico. Essa, para Deus, é a lei maior do amor.
Quem compreende o que é a vida não busca sofrimento, mas tira dele, quando vem ao seu encontro, mais vida, mais conhecimento e até mais amor a todas as criaturas.
Quando o tutelado é rebelde, o seu protetor silencia um pouco, e os Espíritos inferiores o atendem de acordo com os seus sentimentos, e é por intermédio dessa baixa vibração espiritual que os sentimentos se unem na procura dos iguais. Logo que o encarnado volta a ter saudade da luz e a sua consciência a faz procurar, eis que o anjo guardião bate à porta do seu coração e é atendido pela necessidade de paz, aquela paz que Jesus ensinou que o mundo não nos pode dar.
Tornamos a dizer que não deves abandonar os conselhos que vêm pelos fios dos pensamentos; ora em busca do teu anjo da guarda que ele te atenderá com todo o carinho, na manifestação do amor que tem com abundância. Notamos, todos os dias, grandes Espíritos desenvolvendo muito esforço para se comunicarem com os seus tutelados, a fim de lhes mostrarem caminhos que os levem à paz de consciência. E quanto mais se esforçam, mais a sua luz aumenta, mais adquirem experiência junto aos homens, sendo que algum dia pertenceu também a essa raça.
Tem essa esperança no coração e alimenta-a para sempre: não existe abandono; mas, esforça-te para adquirir as companhias mais convenientes.

Livro: Filosofia Espírita – João Nunes Maia – Miramez - Todos os livros Espíritas como este vendidos em nossa loja terão o lucro repassado à Casa Espírita de Oração Amor e Luz.

22.5.19

O OUTRO


Questão 630

Se já recolheste migalha de luz, diminui a sombra no outro.
Vê-lo-ás, em toda parte, esperando-te auxílio.
Esse apela para teu pão.
Aquele aguarda a sombra de tua veste.
Esse esmola bagatela de tua bolsa.
Aquele roga um minuto de gentileza.
Entretanto, mais que isso, o outro pede compreensão.
Estava pressionado e feriu-te.
Falava sem pensar e disse a palavra que te magoou.
Superestimou a si mesmo e rolou no charco.
Enlouqueceu e tenta arrastar-te ao desequilíbrio.
Ainda quando te faça perder as últimas forças nas últimas lágrimas, compadece-te dele e ampara sempre.
Se soubesse o que sabes, não seria problema.
Se pudesse sustentar-se, não cairia.
Muitas vezes terá tido o propósito de acertar, mas, perdido no nevoeiro da ignorância, tomou o erro pela verdade.
Estimaria, decerto, sentir como sentes; contudo, ainda não recebeu no caminho as oportunidades que recebeste.
Se te ironiza, oferece-lhe paciência.
Se te ofende, consagra-lhe paciência maior.
Ainda mesmo em se mostrando embaraçado no crime, não lhe roubes o testemunho de amizade e esperança, porque amanhã, colhido no esfogueante tribunal do remorso, lembrará teu consolo como gota de bênção.
Se és a vítima, compadece-te ainda mais, porque não desconheces quanta dor há na conta da vida para o verbo que amaldiçoa e para a mão que apedreja.
O outro é pedaço de nossa história, retratista de nossos atos, espelho de nossas aquisições, reflexo de nós mesmos.
Em casa, é quem te comunga a faixa doméstica.
No mundo, é o companheiro de experiência, seja na taça da simpatia ou no gral da aversão.
Desse modo, sempre que impelido ao discernimento do bem, pensa no outro...
Seja quem seja, será sempre a notícia do bem que vibre em tua alma, porque o bem que lhe ofertes é o bem verdadeiro que a Lei te credita no livro da consciência.
A árvore é julgada pelos frutos.
A criatura é vista pelas próprias obras.
Em todos os sucessos que partilhemos, alguém nos carrega a imagem.
Aquilo, pois, que fizeste ao outro, a ti mesmo fizeste...

Livro “Religião dos Espíritos” –  Francisco C. Xavier – Emmanuel – Todos os livros Espíritas como este vendidos em nossa loja terão o lucro repassado à Casa Espírita de Oração Amor e Luz.

21.5.19

Justiça Social


A verdade é que vivemos dias diferentes no nosso País. Há um pouco de tudo e temos que aprender a lidar com a diversidade de pensamentos. Parece que estamos um pouco esquecidos com relação a isso.
O pensamento liberal não é novidade para ninguém. É a bíblia da liberdade. É também o apogeu do capital sobre o social. Tudo tem que se render ao direito do mercado e que ninguém o atrapalhe.
Ora, como tivemos uma experiência debilitante de governo com aqueles que se propagavam esquerdistas, era natural que um conjunto razoável da população brasileira buscasse dar um basta aos desmandos que se fizeram presentes em nosso País.
Neste contexto, a eleição do atual presidente da República é absolutamente legítima, mas isso não quer dizer que se legitima todo e qualquer ato que ele considere importante.
A economia está cambaleante há muito tempo. São milhões de desempregados e desesperançados que querem, tão-somente, ter uma renda para cobrir as suas necessidades.
O receituário liberal diz que temos que vender tudo que possuímos e criar condições para os investimentos. Essa liberação total sempre me preocupou, sobretudo num país como o nosso Brasil.
Que a economia está emperrada, isto não reside qualquer dúvida; que se precisa fazer algo urgentemente, isto todos concordam. O que fazer e como fazer é que encontram-se diferenças e discordâncias.
A liberalidade do mercado é perigosa e não sou quem afirmo. Ela tende, muito mais, a aumentar os privilégios dos endinheirados e a sacrificar os desafortunados.
Numa realidade desigual que vivemos, de enorme concentração de renda, com baixa escolaridade de nosso povão, toda essa liberação pode ser proveitosa para alguns, mas não para a maioria da população.
Um princípio de justiça diz que devemos tratar os desiguais de maneira desigual. Não é isso, porém, que ocorre numa economia de orientação liberal. É algo do tipo: “Salve-se quem puder!”. Ora, neste contexto, os mais fracos continuarão de fora ou a perder.
Há que se encontrar um ponto de equilíbrio em tudo. Não podemos deixar que o grande capital se alimente cada vez mais de lucros e os pobres cada vez mais acumulem os prejuízos. É essa a lógica perversa que temos no nosso País.
Não sou contra o capital, aliás, nunca fui. O que não posso aceitar é que ele se comporte de maneira selvagem. O que não posso admitir é que ele não esteja a serviço do bem comum, das pessoas, em última análise.
Que venha o capital para trazer empregos e mais direitos. Que venha o capital com critérios de repartição das riquezas geradas. O que não se pode e não se deve é transformar o capital no próprio deus encarnado. Isso nunca!
O que está em jogo são as grandes transformações no País. Que elas venham com racionalidade e que tragam no seu bojo a esperança de dias melhores para toda a população e, repito, não apenas para alguns privilegiados.
Economia boa é aquela que proporciona riqueza para todos e não que concentra nos poucos ricos.
A expectativa de que dias melhores virão é o maior capital da nossa gente e isto se chama esperança. Não se pode deixar que mais uma vez o nosso povão se entristeça e se frustre, ele já não aguenta mais.
Que as boas intenções se transformem em boas ações.
Rezemos para que os nossos governantes tenham juízo e sensibilidade para tomar decisões justas e inclusivas. Nosso povo merece e precisa.

Helder Camara – Blog Novas Utopias

20.5.19

XLVIII – REFLEXÕES SOBRE O LIVRO “LIBERTAÇÃO”


– ANDRÉ LUIZ/CHICO XAVIER

Na sequência do capítulo, André Luiz relata que Margarida e o esposo, que não tinha “a menor noção de vida moral”, tomavam um táxi para ir à missa, e, não obstante, se faziam acompanhar “por extensa súcia de perseguidores”:
“O veículo, a meu ver, transformara-se como que num carro de festa carnavalesca. Entidades diversas aboletavam-se dentro e em torno dele, desde os paralamas até o teto luzente.”
André ainda esclarece que, no próprio culto religioso, o número de desencarnados era, talvez, “cinco vezes maior que a assembleia de crentes em carne e osso. Compreendi, logo, que em maior parte ali se achavam com o propósito deliberado de perturbar e iludir.”
A situação era difícil e, claro, semelhante, muitas vezes, àquela com a qual nos deparamos numa Casa Espírita.
“A algazarra dos desencarnados ignorantes e perturbadores era de ensurdecer. A atmosfera pesava. A respiração fizera-se-me difícil pela condensação dos fluidos semi carnais ali reinantes...”
O autor espiritual ressalva, no entanto, que “dos adornos e objetos de culto emanava doce luz...”
Estranhando “a formosa claridade dos nichos”, André ouve a elucidação de Gúbio:
“Quantas vezes, meu amigo, a criança acalenta bibelôs, a fim de preparar-se convenientemente para as responsabilidades da Terra? (...) Nesta casa de oração, os altares recebem as projeções de matéria mental sublimada dos crentes. Há quase um século, as preces fervorosas de milhares deles aqui envolvem os nichos e apetrechos de luz. (...) A luz que oferecemos ao Céu serve sempre de base às manifestações do Céu para a Terra.”  (destacamos)
Numa simples frase – “A luz que oferecemos ao Céu serve sempre de base às manifestações do Céu para a Terra” –, magnífica explicação para o fenômeno mediúnico!
*
Aqui solicitamos vênia aos nossos internautas para dizer que a vida de Chico Xavier, desde o seu nascimento, foi permeada de experiências e fatos que lhe secundaram o mandato mediúnico – absolutamente tudo, inclusive ter ele renascido numa família de formação católica – os seus ascendentes genéticos, advindos de seu pai e de sua mãe, também concorreram para que as suas excepcionais faculdades mediúnicas se apresentassem. E, neste sentido, notadamente os ascendentes espirituais de sua mãe, Maria de São João de Deus!...
*
Descrevendo acontecimentos espirituais durante a realização da missa, André se refere a três entidades “de sublime posição hierárquica”, contrastando com o lamentável cenário em torno, que se “fizeram visíveis à santa mesa (altar), com o evidente propósito de ali semearem os benefícios divinos. Magnetizaram as águas expostas, saturando-as de princípios salutares e vitalizantes, como acontece nas sessões de Espiritismo Cristão, e, em seguida, passaram a fluidificar as hóstias, transmitindo-lhes energias sagradas à fina textura.”
Percebamos que, nesse ou naquele ofício religioso, quando há mérito, a Espiritualidade Amiga, dessa ou daquela maneira, se faz presente a fim de socorrer os que, realmente, confiam na intercessão da Bondade Divina.
Segundo André, muitos malfeitores desencarnados procuravam se postar ao lado daqueles que ali compareciam com propósitos de renovação íntima, “buscando conturbá-los.” É o que, frequentemente, ocorre com os que comparecem às Casas Espíritas, que, não raro, em plena reunião, são envolvidos por entidades que os induzem ao sono, ou a dispersarem a atenção dos temas em estudo, chegando mesmo a lhes sussurrem palavras aos ouvidos para que se entreguem a outros pensamentos.

INÁCIO FERREIRA – Blog Mediunidade na Internet
Uberaba – MG, 20 de maio de 2019.

19.5.19

NÃO alimente inimizades!


   Procure fazer as pazes com todos aqueles que estão de  mal com você.
   Aproveite a oportunidade de estar ao lado de seus adversários, para fazer-lhes bem, em troca do mal que lhe fizeram.
   Não deixe escapar o ensejo de  anular o mal em torno de você, enquanto estiver na Terra, para que, ao sair dela, tenha sua consciência tranquila.

Livro: Minutos de Sabedoria - C. A. Torres Pastorino

18.5.19

HOMENAGEM ÀS MÃES


Quando a Terra eu regressar,
Renascendo em meio ao povo,
Não quero ouro nem prata –
Quero a minha mãe de novo!
Formiga
*
Toda mãe é uma roseira
Florescente nos caminhos...
Entre as rosas que produz,
Os filhos são os espinhos!...
Boris Freire
*
Eu me recuso a aceitar
Que uma mãe possa morrer,
Porque sobre o amor de mãe
A morte não tem poder.
Natal Machado
*
Quem tem sua mãe na Terra
Não carece protetor,
Pois tem sempre do seu lado
Um lindo anjo de amor.
Inácio Ferreira
*
Mãe! – como é que uma palavra,
Na forma em que se reduz,
Mais que todo o dicionário
Pode conter tanta luz?!...
Fausto De Vito
*
Mãe que morre é uma estrela,
Que ao perder o humano véu,
Deixa de brilhar na Terra
Para ir brilhar no Céu.
Odilon Fernandes
*
Toda palavra materna
É um sussurro divino,
Que exorta o homem na Terra
A renovar o destino.
Carmelita

(Página recebida pelo médium Carlos A. Baccelli, em reunião pública do Lar Espirita “Pedro e Paulo”, na manhã de sábado do dia 11 de maio de 2019, em Uberaba – MG).

17.5.19

Imigração dos Espíritos para a Terra


    Falar-vos-ei esta noite sobre as imigrações de Espíritos avançados que vêm se encontrar sobre vossa Terra. Já esses novos mensageiros retornaram o bastão de peregrino; já se espalham aos milhares sobre o vosso globo; por toda parte estão dispostos pelos Espíritos que dirigem o movimento da transformação por grupos, por séries. Já a terra estremece ao sentir em seu seio aqueles que outrora viu passarem através de sua Humanidade nascente. Ela se regozija em recebê-los, porque pressente que vêm para conduzi-la à perfeição, tornando-se os guias dos Espíritos comuns que têm necessidade de serem encorajados por bons exemplos.
    Sim grandes mensageiros estão entre vós; são aqueles que se tornarão os sustentáculos da geração futura. À medida que o Espiritismo vai crescer e se desenvolver, Espíritos de uma ordem cada vez mais elevada virão sustentar a obra, em razão das necessidades da causa. Por toda a parte Deus distribui sustentáculos para a Doutrina; eles surgirão em tempo e lugar. Assim, sabei esperar com firmeza e confiança; tudo o que foi predito acontecerá, como o disse o santo livro, até um iota.
    Se a transição atual, como vem de dizer o mestre, levantou as paixões e fez surgir a ligação dos Espíritos encarnados e desencarnados, ela também revelou o desejo ardente, e uma multidão de Espíritos de uma posição superior nos mundos dos turbilhões solares, de virem novamente servir aos desígnios de Deus para esse grande acontecimento.
    Eis porque dizia a pouco que a migração de Espíritos superiores se operaria sobre a vossa Terra para ativar a marcha ascendente de vossa Humanidade. Redobrai, pois, de coragem, de zelo, de fervor pela causa sagrada. Sabei-o, nada deterá a marcha progressiva do Espiritismo, porque poderosos protetores continuarão vossa obra.
Espírito: Mesmer
Médium: Sr. Delanne
Revista Espírita VIII - Junho de 1865

16.5.19

Corpo espiritual, Imponderável, Incorruptível


Foi à obrigação lógica de explicar a ação da alma sobre o invólucro físico que cederam os primeiros cristãos, acreditando na existência de uma substância mediadora. Aliás, não se compreende que o espírito seja puramente imaterial, porquanto, então, nenhum ponto de contato o teria com a matéria física e não poderia existir, desde que deixasse de estar individualizado num corpo terrestre.
No conjunto das coisas, o indivíduo é sempre determinado pelas suas relações com outros seres; no espaço, pela forma corpórea; no tempo, pela memória.
O grande apóstolo S. Paulo fala várias vezes de um corpo espiritual, imponderável, incorruptível, e Orígenes, em seus Comentários sobre o Novo Testamento, afirma que esse corpo, dotado de uma virtude plástica, acompanha a alma em todas as suas existências e em todas as suas peregrinações, para penetrar e  os corpos mais ou menos grosseiros e materiais que ela reveste e que lhe são necessários no exercício de suas diversas vidas.
Eis aqui, segundo Pezzani, as opiniões de alguns Pais da Igreja sobre esta questão.
Orígenes e os Pais alexandrinos, que sustentavam um a certeza, os outros a possibilidade de novas provas após a provação terrena, propunham a si mesmos a questão de saber qual o corpo que ressuscitaria no juízo final.
Resolveram-na, atribuindo a ressurreição apenas ao corpo espiritual, como o fizeram S. Paulo e, mais tarde, o próprio Santo Agostinho, figurando como incorruptíveis, finos, tênues e soberanamente ágeis os corpos dos eleitos.
Então, uma vez que esse corpo espiritual, companheiro inseparável da alma, representava, pela sua substância quintessenciada, todos os outros envoltórios grosseiros, que a alma pudera ter revestido temporariamente e que entregara ao apodrecimento e aos vermes nos mundos por onde passara; uma vez que esse corpo havia impregnado de sua energia todas as matérias  para um uso limitado e transitório, o dogma da ressurreição da carne substancial recebia, dessa concepção sublime, brilhante confirmação.
Concebido desse modo, o corpo espiritual representava todos os outros que somente mereciam o nome de corpo pela sua adjunção ao princípio vivificante da carne real, isto é, ao que os espíritas denominaram perispírito.

Livro: A Alma É Imortal - Gabriel Delanne.
Obras Completas de Gabriel Delanne (Religião e Filosofia).

15.5.19

NA REBELDIA


Questão 495 do Livro dos Espíritos

Quando o anjo-guardião percebe que o seu protegido está sendo rebelde aos seus conselhos, ele insiste de todas as formas, para que o renitente compreenda os objetivos da sua permanência ao seu lado, e se esse fecha os olhos, tampa os ouvidos à ajuda espiritual, dá-se, por amor, o afastamento. O que se fez surdo deve sofrer as consequências da sua ignorância, no sentido de aprender a verdade pelos processos da dor.
O afastamento é referente à transmissão dos conselhos, e não. desligamento das responsabilidades espirituais. Os Espíritos superiores já passaram por essa fase em que se encontra seu tutelado, e sabem, por experiência, que o despertamento dos valores espirituais vêm gradativamente. Toda violência faz estragos no comportamento, no campo da intimidade da criatura. Nunca podes te comparar com alguns grandes santos que modificaram de momento para outro a sua vida. A explicação é que esses Espíritos já tinham bagagem espiritual para suportar as mudanças, porque Deus não coloca fardos pesados em ombros frágeis. Todos os estudantes da verdade conhecem essa lei.
Quando o encarnado reconhece o erro e volta a pedir proteção ao seu anjo-guardião, este está disposto a ajudá-lo com todo o seu amor e carinho, e sente-se feliz quando o tutelado abre as portas do coração para ouvir os conselhos do bem. O benfeitor sempre usa a mansuetude como canal de educar, mas, quando necessário, a energia não falta. Usa igualmente o sono para instruir seu protegido. Este ouve sua voz e nem sempre vê seu protetor, mas sabe que alguém o acompanha e orienta, pelo que ouve do seu coração, indicando-lhe os caminhos a seguir. O discípulo rebelde, quando reconhece o erro e volta a chamar seu protetor, é comparado ao filho pródigo, voltando à casa paterna. Ele é recebido com festas, onde a alegria esplende em amor e o amor faz abrir os braços de todos os companheiros espirituais que o cercam, no contentamento que os faz ajudar mais, pois, encontrando as portas abertas, eles entram em nome do Mestre, para fazer com que ele sinta Deus na consciência e Cristo no coração.
A doutrina dos anjos-guardiães nos dá esperança, por sabermos que existem guias espirituais nos acompanhando e nos dirigindo por determinação de Deus. Quando somos conscientes dessa verdade, a nossa fé se modifica; da posição de fé cega, esta passa a ser raciocinada. Ela vê a realidade e a confiança aumenta em todas as dimensões, para nos dar mais esperança na vida que contínua em todas as direções do Universo.
As páginas que escrevemos, por misericórdia de Jesus, são um alerta aos encarnados, para que se liguem mais aos conselhos dos anjos-guardiães. Observa os pensamentos nobres que chegam aos teus como amálgama divino, sentindo felicidade no coração por serem eles procedentes da luz. As companhias espirituais são de acordo com os teus sentimentos. Aprimora-os, ou pelo menos esforça-te para tal, que o mundo espiritual não esquece de ajudar-te nas lutas internas de melhorar moralmente.
Não sejas rebelde aos conselhos espirituais que vêm ao teu encontro até por intermédio de amigos. Os protetores espirituais usam todos os meios para chegarem ao objetivo de educar e instruir os seus tutelados, sem esquecerem o amor, força divina.
Os Espíritos, quanto mais elevados, mais trabalham por amor e com amor. Os mínimos trabalhos, para eles, proporcionam a mesma alegria que os grandes. Que Deus nos abençoe, para melhor compreendermos os segredos do Criador, porque todos eles são em favor da paz de todas as coisas e para a felicidade dos Seus filhos.

Livro: Filosofia Espírita – João Nunes Maia – Miramez - Todos os livros Espíritas como este vendidos em nossa loja terão o lucro repassado à Casa Espírita de Oração Amor e Luz.

14.5.19

O HOMEM BOM


Reunião pública de 6-7-59
Questão nº 918

Conta-se que Jesus, após narras a Parábola do Bom Samaritano, foi novamente interpelado pelo doutor da lei que, alegando não lhe haver compreendido integralmente a lição, perguntou sutil:
- Mestre, que farei para ser considerado homem bom?
Evidenciando paciência admirável, o Senhor respondeu:
- Imagina-te vitimado por mudez que te iniba a manifestação do verbo escorreito e pensa quão grato te mostrarias ao companheiro que falasse por ti a palavra encarcerada na boca.
Imagina-te de olhos mortos pela enfermidade irremediável e lembra a alegria da caminhada, ante as mãos que te estendessem ao passo incerto, garantindo-te a segurança.
Imagina-te caído e desfalecente, na via pública, e preliba o teu consolo nos braços que te oferecessem amparo, sem qualquer desrespeito para com os teus sofrimentos.
Imagina-te tocado por moléstia contagiosa e reflete no contentamento que te ilumina o coração, perante a visita do amigo que te fosse levar alguns minutos de solidariedade.
Imagina-te no cárcere, padecendo a incompreensão do mundo, e recorda como te edificaria o gesto de coragem do irmão que lhe buscasse testemunhar entendimento.
Imagina-te sem pão no lar, arrostando amargura e escassez, e raciocina sobre a felicidade que te apareceria de súbito no amparo daqueles que te levassem leve migalha de auxílio, sem perguntar por teu modo de crer e sem te exigir exames de consciência.
Imagina-te em erro, sob o sarcasmo de muitos, e mentaliza o bálsamo com que te acalmarias, diante da indulgência dos que te desculpassem a falta, alentando-te o recomeço.
Imagina-te fatigado e intemperante e observa quão reconhecido ficarias para com todos os que te ofertassem a oração do silêncio e a frase de simpatia.
Em seguida ao intervalo espontâneo, indagou-lhe o Divino amigo:
- Em teu parecer, quais teriam sido os homens bons nessas circunstâncias?
- Os que usassem de compreensão e misericórdia para comigo – explicou o interlocutor.
- Então – repetiu Jesus com bondade -, segue adiante e faze também o mesmo.

Livro “Religião dos Espíritos” –  Francisco C. Xavier – Emmanuel – Todos os livros Espíritas como este vendidos em nossa loja terão o lucro repassado à Casa Espírita de Oração Amor e Luz.

13.5.19

XLVII – REFLEXÕES SOBRE O LIVRO “LIBERTAÇÃO”


– ANDRÉ LUIZ/CHICO XAVIER

No início do capítulo IX – “Perseguidores Invisíveis” –, André descreve a situação do lar de Margarida, que estava tomado por uma falange de espíritos obsessores, a serviço de Gregório.
Curioso ele se referir ao fenômeno de transfiguração de Gúbio, cujo corpo espiritual se fizera tão opaco, a fim de que não fosse reconhecido pelas entidades infelizes, que era comandada por Saldanha.
Interessante notar pela narrativa do autor espiritual a lamentável situação em que, por vezes, um lar terrestre pode se encontrar, quando não se cuida de sua assepsia espiritual – o corredor estava “atulhado de substâncias fluídicas detestáveis”.
Margarida estava deitada, sob a ação inclemente, e constante, de dois “desencarnados, de horrível aspecto fisionômico”, que a submetiam “a complicada ação magnética”.
Realmente, sem a intercessão espiritual decisiva, o quadro era irreversível, quantos se mostram entre os encarnados, subjugados pelos obsessores.
*
Diz André:
- (...) No entanto, meu assombro foi muito mais longe, quando concentrei todo o meu potencial de atenção na cabeça da jovem singularmente abatida. Interpenetrando a matéria espessa da cabeceira em que descansava, surgiam algumas dezenas de “corpos ovóides”, de vários tamanhos e de cor plúmbea...
Tais “corpos ovóides”, evidentemente, eram “usados” pelos espíritos obsessores, à semelhança de sanguessugas, às avessas, utilizadas em determinados processos terapêuticos.
A libertação de Margarida, pois, implicava também na libertação de dezenas de espíritos mantidos em cativeiro psíquico por seus cruéis dominadores.
Segundo André, o quadro havia sido “tecnicamente organizado”...
Quanta coisa se passa no mundo sem o conhecimento dos homens encarnados!...
Muitas vezes, pensa-se, por exemplo, que numa reunião dita de desobsessão, uma situação obsessiva, de cujos meandros não se sabe, possa ser desfeita com meia dúzia de palavras do “doutrinador”...
*
Gúbio, André e Elói haviam se apresentado a Saldanha como “reforço”, para que o cerco a Margarida fosse maior e o seu desenlace se abreviasse quanto possível.
Como dizia Chico Xavier, notemos que, às vezes, a verdade carece de ser adiada...
Como “agentes” da luz, os três amigos não tinham outra maneira de chegar à Margarida, a não ser infiltrando-se entre os seus perseguidores.
*
As “formas ovóides” se alimentavam das energias do corpo de Margarida – “num indefinível movimento de sucção”...
Com certeza, em seus corpos espirituais primitivos, ou reduzidos à situação primitiva, os “ovóides” careciam de se alimentar...
Perguntamos aos nossos irmãos e irmãs internautas: o que seria passível de ocorrer, caso eles não se alimentassem?! Provavelmente, estavam se alimentando de energias vitais, extraídas do sangue, induzindo o mundo celular ao caos – e também de energias que “sugavam” de seu combalido corpo perispiritual...
- Esforçava-se Gúbio por não trair a imensa piedade que o senhoreava, diante da enferma conduzida para a morte.
André afirma que, se a doente lhe fosse cara, não teria o equilíbrio do Instrutor, e partiria para o confronto direto, lutando “contra os perseguidores, um a um”... Mas, a tática de Gúbio era outra, porque não envolvia apenas e tão somente a libertação de Margarida, que amava por filha querida do coração.

INÁCIO FERREIRA – Blog Mediunidade na Internet
Uberaba – MG, 12 de maio de 2019.

12.5.19

Humildade


    A humildade é virtude muito esquecida entre vós.
    Bem pouco seguidos são os exemplos que dela se vos tem dado.
    Entretanto, sem humildade, podeis ser caridosos com o vosso próximo?
    Oh! Não, pois que este sentimento nivela os homens, dizendo-lhes que todos são irmãos, que se devem auxiliar mutuamente, e os induz ao bem.
    Sem a humildade, apenas vos adornais de virtudes que não a possuís, como trouxésseis um vestuário para ocultar as deformidades do vosso corpo.

O Evangelho Segundo o Espiritismo -Allan Kardec - cap. 7, item 11

11.5.19

MAIS DEPRESSA


(O Sonho da Nova Era)

Ante os percalços da Vida,
Que o homem não desconhece,
Se cada qual tão somente
Fizesse o bem que pudesse...

Se cada um procurasse
Dar de si mesmo o melhor,
No afã de solucionar
Todo problema ao redor...

Se mais ninguém hesitasse
Em cumprir o seu dever,
Não indo além do que pode
Ao ser o que deve ser...

Se dentro de seus limites,
O esforço de toda gente
Vivenciasse o que crê
Por um mundo diferente...

Sobre a Terra se faria
A sonhada Nova Era,
Que chegaria, por certo,
Mais depressa que se espera!...

Eurícledes Formiga – Espiritismo em Prosa e Verso
(Página recebida pelo médium Carlos A. Baccelli, em reunião pública do Lar Espírita “Pedro e Paulo”, no dia 9 de setembro de 2001, em Uberaba – MG).

10.5.19

A Vontade


A palavra vontade dá lugar às vezes a mal entendidos, decorrentes, sem dúvida, de não se ter bastante cuidado em distinguir a intenção ou o desejo de fazer uma coisa do poder de a executar.
Quando um indivíduo paralítico das pernas quer caminhar, é lhe impossível mover os músculos da locomoção. Ele realmente quer, mas, em virtude de uma ação mórbida, sua vontade não se executa. Por outro lado, na linguagem médica, diz-se, a propósito de uma paralisia histérica, que a vontade está paralisada, para significar que não há, em realidade, da parte do doente, intenção ou desejo de mover os membros do corpo. As dificuldades, porém, não se limitam ao emprego dessa palavra em dois sentidos opostos; as opiniões igualmente divergem, quando se lhe quer conhecer a natureza. Os materialistas, que fazem da sensação a base do espírito humano e que não admitem para a alma uma existência independente; que consideram as faculdades da alma simples produtos da atividade do cérebro, apenas veem na vontade o termo final da luta de dois ou muitos estados opostos de consciência. Para essa escola, a vontade é uma resultante de atos físicos mais ou menos complexos. Carece de existência própria.
Nós, que sabemos ser a alma uma realidade com o poder de manifestar-se independente de toda matéria organizada, sustentamos que a vontade é uma faculdade do espírito; que ela existe positivamente como potência; que sua ação se revela claramente na esfera do corpo e que pode mesmo projetar a distância sua energia, como os fatos o vão demonstrar.
Livro: A Alma é Imortal
Gabriel Dellane.

9.5.19

SUBSTITUIÇÃO DO ESPÍRITO PROTETOR

Questão 494 do Livro dos Espíritos

Assim como os homens de projeção na vida pública ou empresarial assumem variados cargos de responsabilidade quando chamados e, em muitos casos, os deixam para assumirem outros quando acham conveniente, os Espíritos protetores às vezes deixam seu protegido e assumem outros trabalhos; no entanto, outro de elevação equivalente assume sua posição, de maneira a não deixar o encarnado ficar sem a devida proteção na área espiritual.
O Espírito que se encontra na Terra movendo-se em um corpo, não percebe essa troca no campo da consciência ativa como encarnado, mas, é avisado durante o processo do sono e é apresentado ao seu novo protetor, quando com ele conversa, recebendo todo carinho da parte do anjo que o vai aconselhar pelos fios do pensamento.
Nada é estático no universo; tudo muda, no entanto o amor é o mesmo e somente recebemos o de que mais precisamos para o nosso crescer. É preciso que todos que se encontram nos laços da carne procurem entender melhor Jesus, e que saiam a semear. Que não se esqueçam de usar o pensamento no serviço da caridade, que não se esqueçam de usar a palavra na sua área de ação, semeando as coisas construtivas e, se têm o dom de escrever, que façam das letras estrelas para iluminar caminhos. Desta forma, os Céus aparecer-lhes-ão com todo o seu esplendor, indicando-lhes a esperança de um mundo feliz.
Ninguém, nem no céu, nem na Terra, fica órfão das bênçãos do Criador. Ele, por intermédio de Jesus, sente e vê todos os Seus filhos, ajudando-os a viver em todas as linhas do amor. Por isso, é preciso que sejas mais sensível aos que sofrem, que te faças protetor dos que carregam em seus ombros o peso do passado, porque se estás sendo ajudado, ajuda também, que a lei te recompensará.
A Doutrina Espírita apareceu no mundo para reviver Jesus nos teus dias, cumprindo a promessa do Senhor. Não te faças surdo aos apelos do Cristo em ti. A Terra já está sentindo se aproximar um porvir de luzes. Mesmo que vá custar caro, ela deverá ser em breve um paraíso, onde se encontrará em abundância tudo que o homem precisa para o seu bem-estar e a paz de consciência. Mas, a evolução pede que cada criatura lance as mãos ao arado sem olhar para trás, deixando que o amor domine seus corações porque, onde existe o amor, nada falta para a felicidade dos povos.
A lei é a mesma em todas as nações do mundo; as interpretações são de acordo com a elevação moral dos povos. Todos os sofrimentos são luzes desejando iluminar-lhes os caminhos, e isso em breve deverá acontecer, para o bem e a felicidade de todas as criaturas da Terra. Os Espíritos protetores, quando pensam nisso, entram em festa, por saberem que semearam boa semente na terra dos corações, e que elas vão produzir frutos na ordem das luzes espirituais, em nome d’Aquele que é a vida, o caminho e a verdade.
Todos os Espíritos protetores, quando se afastam do seu tutelado por motivo justo, mesmo que outro assuma seu cargo, de vez em quando o amor faz com que ele volte para saber como vai seu ex-protegido, deixando no seu coração a luminosidade, para que a luz algum dia se instale na consciência de quem caminha na Terra, em busca do céu.

Livro: Filosofia Espírita – João Nunes Maia – Miramez - Todos os livros Espíritas como este vendidos em nossa loja terão o lucro repassado à Casa Espírita de Oração Amor e Luz.