30.4.20

No Mesmo Barco


A carência mundial é tremenda. O fenômeno da pandemia mundial do Coronavírus põe-nos numa condição de fragilidade e nos faz questionar se tudo aquilo que foi construído até o presente momento tem a sua razão de ser em bases sustentáveis.
A resposta provavelmente é que não.
Os países isoladamente não conseguirão vencer este vírus, eles já perceberam isto há algum tempo. Cessar os casos na China não garantirá que a sua extensão vai estancar nos outros países como observamos. As soluções, portanto, devem ser abrangentes e integradas. É este chamamento à coletividade humana que este abençoado momento tem proporcionado, mesmo que seja pelo intermédio da dor.
O Coronavírus é a ponta do iceberg da desigualdade, é o despertamento para que pensemos como seres humanos globais e fraternos, sem o qual qualquer tentativa de apaziguamento das dores será vazia.
O que pensar se os Estados Unidos resolvem o problema e a Itália não. Ou se a África inteira fica contaminada e a Europa consegue se proteger. Necessitamos compreender que temos problemas globais e, por consequência, as soluções devem caminhar na mesma direção.
Enquanto tivermos governos que se preocupem apenas com a realidade interna de seus países, despreocupados com a realidade mundial, a Terra não conseguirá progredir no universo das nações do Cosmo.
A intenção de chamar a nossa atenção já foi feita. Infelizmente, às vezes, é necessário que um mal maior ocorra para acordarmos para a realidade que está às nossas vistas e não conseguimos – ou não desejamos – enxergar.
O Papa Francisco, este homem do bem e da paz, tem feito um trabalho grandioso no sentido de despertar o povo de Deus para se juntar no combate a pandemia, mas não deixa de lembrar, pelos seus gestos e atos, que estamos todos no mesmo barco e, portanto, não adianta um querer isoladamente se salvar da tempestade. A solução deve partir do pressuposto que todos nós somos a nação de Deus e juntos devemos chegar à terra firme.
Queira o Papa, que seu apelo na praça de São Pedro, tenha sido escutado e compreendido por todos os povos. O silêncio de uma oração, muitas vezes, consegue abrasar o sofrimento de milhões.
Ao Papa Francisco, pela sua visibilidade e credibilidade, que continue sendo a voz do discernimento e da razão para que a humanidade finalmente encontre seu eixo civilizatório e se enxergue como filhos de um mesmo Deus e irmãos no mesmo propósito redentor.

Paulo Evaristo Arns – Blog de Carlos Pereira

29.4.20

PLANOS ERRÔNEOS II


Questão 544 do Livro dos Espíritos

A questão em estudo nos diz que os maus Espíritos podem suscitar planos errôneos ao comandante de uma tropa, com a finalidade de levá-lo à derrota e depois gargalharem com o mal feito aos encarnados que sintonizaram com os seus pensamentos. Mas, isto não nos leva a crer que um país entrasse em sofrimento por causa do descuido de algumas pessoas que não vigiaram.
A justiça de Deus é reta e o Seu amor dita que somente quem merece é que recebe. Ele tudo sabe, assim como sabe quem deve ganhar a batalha, e os perdedores levam uma lição, de modo que aprendem alguma coisa com a derrota. Nada se perde, tanto no campo material como espiritual. Nada fica sem proveito na pauta da vida.
Na profundidade de todas as coisas não há erros, mas consequências do que fazemos, de maneira a aprendermos as lições de que precisávamos. Quem perde uma batalha quebra o orgulho e passa a sentir alguma humildade, que deve crescer, levando a pessoa a meditar no que deve fazer no futuro.
Nós não devemos nos esquecer das maiores guerras, que são as lutas internas. Deus .é o grande transformador. Ele tudo aproveita para a felicidade de Seus filhos, assim, não deves querer fugir às Suas diretrizes, pois não tens para onde ir. O general que perde, tanto quanto o que ganha, sente intimamente o dever de reerguer-se ou ajudar ao que perdeu a fazê-lo, e neste trabalho surge o perdão capaz de fazê-los amar. Isso é trabalho da consciência.
Ninguém somente domina; quem o faz, igualmente é dominado. Quem influencia é influenciado, quem fala também ouve, quem joga pedras receberá pedradas de volta. A não violência pregada por Gandhi é o ponto alto da doutrina libertadora, porque quem violenta desarmoniza, e é responsável pela desarmonia.
Os planos de Deus são imutáveis. Os homens ignorantes tentam modificá-los, mas não conseguem, obtendo apenas alguns efeitos, mas, logo recebem as cargas dos seus próprios desejos. Devemos anotar os grandes acontecimentos da história universal e tirar deles as melhores regras para viver. É neste sentido que a Doutrina Espírita vem ajudar a conhecer as inspirações que os homens recebem, deduzindo o que lhes chega à mente pelo sopro dos Espíritos. Pelo assunto ventilado, conhecerás qual é a sua procedência. Desde quando reconheces que o Espírito é do mal e sais da sua faixa de paixões, as almas mal-intencionadas desaparecem, e no seu lugar aparecem anjos para te ajudarem, por força da lei dos iguais.
É bom que anotemos a fala de Jesus:
Com isto o deixou o diabo, e eis que vieram os Anjos e o serviram. (Mateus, 4:11)
Enquanto alimentamos pensamentos negativos, Espíritos da mesma qualidade nos assistem; quando passamos as ideias elevadas, Espíritos das mesmas intenções aparecerão em nossos caminhos, para nos amparar.
Todos os planos mudam com as nossas mudanças.

Livro: Filosofia Espírita – João Nunes Maia – Miramez - Todos os livros Espíritas como este vendidos em nossa loja terão o lucro repassado à Casa Espírita de Oração Amor e Luz.

28.4.20

NECESSIDADE DE AÇÃO


Emmanuel

Os casos particulares não me permitem ser demasiado extenso, mas não me furto ao desejo de vos dizer duas palavras, corroborando a explanação elucidativa junto das preces da noite.
*
     Espiritismo, filhos, é luz, e é necessário que cada um daqueles que o abraçam procure brilhar, testemunhando a sua claridade.
*
     As nossas mensagens, a possibilidade de comunicação entre os dois mundos, são permitidas por Deus, a fim de que o homem vislumbre as realidades espirituais, aplicando-as à sua passageira vida na Terra.
*
     É necessário cessar a época do verbalismo vazio.
     Há muitos séculos a humanidade tem vivido uma época de pura predicação sem exemplos.
     O que temos visto em todos os tempos?
     Tribunas, púlpitos, livros, prolixidade de pedagogia gratuita, dentro de uma multiplicidade assombrosa de demagogos e de arautos
*
     Chegaram os tempos da iniciativa própria, do esforço pessoal em favor da iluminação consciencial do individuo, perdido no oceano da coletividade.
*
     Cada homem deve e pode possuir qualidade autodidata.
     Os espíritas necessitam compreender essa necessidade de ação no campo individual.
*
     Ação essa que se irradiará naturalmente para o mundo largo das sociedades.
*
     Sem o esforço nada se terá feito.
*
     As obras de caridade material têm sido edificadas pela Igreja Católica.
*
     Seus hospitais, seus orfanatos, suas freiras, seus conventos, onde se efetuam sopas a pobres e recolhimento dos desvalidos, estão por toda parte.
*
     O que os espíritas não estão percebendo é que a eles compete organizar sua consciência verdadeiramente cristã nessa civilização da fome e da febre do ouro.
*
     É preciso que se arregimentem os exemplos de predicações pelos atos, trabalhando e enfrentando corajosamente as penúrias da vida, sem estagnação, sem fanatismo, sem recuos para épocas primitivas do pensamento.
*
     É doloroso que sejamos mentalidades que deveriam estar afinadas em obras evangélicas, perdidas no lábaro ingrato de doutrinações inoportunas e desnecessárias.
*
     Os espíritas precisam saber que obras materiais não faltam no mundo, os grandes colossos de pedra assombram as iniciativas dos mais ousados.
*
     Eles ficaram, de fato, com o apostolado da pobreza da Humilde de Assis na restauração do cristianismo, mas compete-lhes fornecer com os seus exemplos na ação, na tolerância, no trabalho, no esforço, na piedade e na resignação, uma alma a esses gigantes de alvenaria.
*
     Faz-se necessário dar calor às cátedras imensas e frias. E esse calor só poderá nascer da fé realizadora e ativa, que trabalha e opera, longe de qualquer cristalização teórica.
*
     O tempo da palavra vazia passou.
*
     O tempo atual é dos atos.
*
    Aliemos os nossos esforços e trabalhemos.
     Precedamos qualquer ensinamento com um exemplo de ordem pessoal.
*
     O mundo está intoxicado pela generalização da cultura sem base, sem bússola, sem norte espiritual.
*
    Aprendamos e pratiquemos, trabalhando, laborando com o nosso desprendimento, sem nos fanatizarmos, dentro das atividades que nos cabe desenvolver e dentro da tarefa que nos cabe desempenhar.
*
     Se emprego o "nós", nestes meus apelos é que também aqui não descansamos.
     Não estamos inativos.
     A luta é condição primordial de qualquer conquista.
     Aprendamos com Jesus e coloquemos ao seu serviço toda a nossa boa vontade.

Livro: Ação, Vida e Luz – Francisco C. Xavier – Espíritos Diversos.

27.4.20

ESPÍRITOS SEM PROBLEMAS?!


Equivocam-se, os encarnados, imaginando que, após a desencarnação, os espíritos vivam uma vida isenta de problemas – e não estamos nos referindo a problemas de natureza íntima, que os homens transportam consigo da Terra para o Mais Além...
Aqui, nas Dimensões da Vida Infinita, quanto mais próximos os espíritos prosseguem habitando à Crosta, mais humanas são as dificuldades que se nos desdobram na vivência comum.
Já se disse, à saciedade, que, em qualquer, parte, a Vida não dá saltos – de quantidade, e muito menos de qualidade! É que, deste Outro Lado, o homem continua sendo o homem, ou, como escreveu o autor de “Leviatã”, Thomas Hobbes, “o homem é o lobo do próprio homem”...
André Luiz, em suas excelentes obras mediúnicas, através da mediunidade de Chico Xavier, inclusive, algumas delas escrevendo em forma de inteligentes “parábolas”, procurou revelar como é a Vida deste Outro Lado da Vida.
Não existe milagre de transformação –
“Uma existência é um ato.
Um corpo – uma veste.
Um século – um dia.”
Estamos, sim, os chamados “desencarnados”, repleto de problemas a serem equacionados por dentro e... por fora de nós mesmos.
Em nossas cidades, ou colônias, ou, ainda, como nos disse o Cristo, “onde estiverem dois os três reunidos”, em nome Dele, ou não, estamos lidando com graves questões pertinentes ao relacionamento, ou à convivência fraterna.
Enfrentamos, sim, ou prosseguimos enfrentando graves problemas que dizem respeito a luta pelo poder, ao fanatismo religioso, à supremacia racial, etc. – e, claro, com a quase mesma idêntica necessidade de sobrevivência, de vez que estamos longe de envergar a “túnica nupcial” da Imortalidade Plena, que, em nos anulando a condição de “penetras”, nos conferirá digno acesso à festa de Bodas do Filho do Rei.
Difícil que os nossos irmãos na carne o entendam?!
Talvez, principalmente aqueles que, ainda neófitos na Doutrina, veem em seus Postulados apenas uma atualização da velha e caduca teologia.
Quanto a tais, infelizmente, nada podemos fazer, a não ser lamentá-los em seus retrógrados pensamentos.
Isto posto, convém aos que, na atualidade, mourejam no corpo mais denso, não nos suponham capazes da realização de prodígios em benefício de quantos nos evocam a presença e proteção quais fossemos criaturas dotadas de superpoderes.
Lutamos com imensas limitações para, inclusive, lograr fazer com que os nossos pensamentos, atravessando a barreira das Dimensões Diferentes, sensibilizem os dotados de faculdades psíquicas mais apuradas, transmitindo-lhes notícias mais realistas de nossa situação além da morte.
Isso tudo tendo o cuidado, evidentemente, de não lhes subtrair os sonhos “cor de rosa”, nos quais, há séculos e séculos, vêm se embalando, na crença de que o espírito, ao colocar o nariz na Vida de além-túmulo, abdica de sua condição humana, e, a par de ter todos os seus problemas resolvidos, miraculosamente se transfigura em anjo.

INÁCIO FERREIRA – Blog mediunidade na Internet
Uberaba – MG, 26 de abril de 2020.

26.4.20

Dias de Renovação

A partir do momento que somos chamados à responsabilidade pelos nossos atos não podemos ficar de braços cruzados. O tempo bom virá, mas depende do empenho individual de cada um de nós, nos dois planos da vida.
Vivemos dias frutíferos na Terra, dias de renovação. E isto é muito bom.
Todos somos convidados a dar a nossa parcela de contribuição na edificação de mundo diferente deste que aí está. Certamente um mundo mais justo, mais igual, mais amoroso, mais próspero para todos.
O problema é que o modelo de civilização instalado no planeta é excludente e privilegia parcelas diminutas de seus habitantes, formando uma elite de bons viventes e a maioria de sacrificados.
Comumente espera-se que os governos, os poderes constituídos, trabalhem no sentido da inclusão e da justiça social. Bem, não é isso que acontece em boa parte dos países, o que torna esta balança pendente para um lado.
As organizações civilizatórias têm feito muito ao longo desses anos. A Liga das Nações e depois as Nações Unidas lutam para proporcionar um clima de paz e de cooperação internacional, mas nem sempre isto acontece.
Vejamos agora, por exemplo, no combate à pandemia do novo Coronavírus.
Alguns países, como os europeus – um dos mais castigados – e os Estados Unidos, conseguem enfrentar esta epidemia mundial com mais condições que os países pobres e justamente aí, onde poderíamos ter um equilíbrio distributivo de recursos, vemos a concentração deles para os mais ricos e o completo abandono aos mais pobres.
Não quero aqui diminuir o impacto econômico nas grandes metrópoles mundiais, mas o que vai restar para a periferia do mundo?
- Eles já sofrem mesmo, uma epidemia a mais, uma epidemia a menos, não vai fazer diferença. Eles estão acostumados.
Ora, esse tem sido o pensamento geral mesmo nos tempos bons e agora ficarão, como estão, abandonados à própria sorte.
Numa região como o Brasil, de diversas realidades conjuntas, há aqueles que podem sobreviver e há aqueles que terão pouca condição de se defender do vírus praticamente letal.
O que está acontecendo, porém, é que este pesticida humano, na consideração de muitos, quando bate à porta do rico tem o mesmo efeito de quando chega à casa do pobre. Neste caso, o vírus, inversamente, tem provocado um nivelamento humano.
Isto nos faz pensar, mais e mais, que devemos criar uma coletividade de defesa global indistintamente do status social, mas focada na necessidade humana, esteja ela onde estiver.
Há esta provocação subliminar num episódio gigantesco como este, despertar a solidariedade global e não apenas localizada, pois o sofrimento do pobre é igual ao sofrimento do rico.
Pensar globalmente, conceber soluções integradas, incluir todas as classes, esta tem que ser a mentalidade daqui para frente.
Não podemos mais ficar pensando no meu e o resto para os outros. O nome disso é egoísmo. Quando se chega uma pandemia como esta logo despertamos para a necessidade de sermos humanos e, neste sentido, todos somos, independentemente do país que habitemos.
A comunidade global é chamada para atuar neste contexto destrutivo de vidas. Despertamos para a necessidade da sobrevivência humana, porque não vai valer defender a Espanha se a Guiné-Bissau vai ser destruída, ou privilegiar os Estados Unidos em detrimento da Mongólia. Todos somos iguais, todos somos humanos.
Arregaçar as mangas e trabalhar para a fraternidade universal - eis o chamamento da Coronavírus.
Quis o Pai que ela chegasse para abrir os nossos olhos e pudéssemos começar a construir uma nova relação entre os povos daqui por diante.
O bem vencerá sempre, mas deve começar a fazê-lo no coração de cada ser humano.

Helder Camara – Blog Novas Utopias

25.4.20

BRASIL DA PAZ


Brasil, o teu destino está traçado,
Abençoada Pátria do Cruzeiro,
Que, em teus céus, resplendendo por luzeiro
Proclama o novo tempo já chegado...

Nas bênçãos do Evangelho Restaurado,
Serás, da Terra, o místico celeiro,
Do pão do corpo e da alma, ao mundo inteiro
Revivendo as lições do Mestre Amado.

Superarás, das trevas, os empecilhos,
Nas vozes discordantes de teus filhos,
Que inda descreem do que és capaz...

Com Cristo, destemido e valoroso,
Marcharás ao futuro grandioso,
Terra da Promissão, Brasil da Paz!...

Pedro de Alcântara – Blog Espiritismo em Prosa e Verso
(Página recebida pelo médium Carlos A. Baccelli, em reunião íntima no Lar Espírita “Pedro e Paulo”, na manhã de sábado do dia 18 de Abril de 2020, em Uberaba – MG).

24.4.20

Corpo espiritual, Imponderável, Incorruptível


Foi à obrigação lógica de explicar a ação da alma sobre o invólucro físico que cederam os primeiros cristãos, acreditando na existência de uma substância mediadora. Aliás, não se compreende que o espírito seja puramente imaterial, porquanto, então, nenhum ponto de contato o teria com a matéria física e não poderia existir, desde que deixasse de estar individualizado num corpo terrestre.
No conjunto das coisas, o indivíduo é sempre determinado pelas suas relações com outros seres; no espaço, pela forma corpórea; no tempo, pela memória.
O grande apóstolo S. Paulo fala várias vezes de um corpo espiritual, imponderável, incorruptível, e Orígenes, em seus Comentários sobre o Novo Testamento, afirma que esse corpo, dotado de uma virtude plástica, acompanha a alma em todas as suas existências e em todas as suas peregrinações, para penetrar e  os corpos mais ou menos grosseiros e materiais que ela reveste e que lhe são necessários no exercício de suas diversas vidas.
Eis aqui, segundo Pezzani, as opiniões de alguns Pais da Igreja sobre esta questão.
Orígenes e os Pais alexandrinos, que sustentavam um a certeza, os outros a possibilidade de novas provas após a provação terrena, propunham a si mesmos a questão de saber qual o corpo que ressuscitaria no juízo final.
Resolveram-na, atribuindo a ressurreição apenas ao corpo espiritual, como o fizeram S. Paulo e, mais tarde, o próprio Santo Agostinho, figurando como incorruptíveis, finos, tênues e soberanamente ágeis os corpos dos eleitos.
Então, uma vez que esse corpo espiritual, companheiro inseparável da alma, representava, pela sua substância quintessenciada, todos os outros envoltórios grosseiros, que a alma pudera ter revestido temporariamente e que entregara ao apodrecimento e aos vermes nos mundos por onde passara; uma vez que esse corpo havia impregnado de sua energia todas as matérias  para um uso limitado e transitório, o dogma da ressurreição da carne substancial recebia, dessa concepção sublime, brilhante confirmação.
Concebido desse modo, o corpo espiritual representava todos os outros que somente mereciam o nome de corpo pela sua adjunção ao princípio vivificante da carne real, isto é, ao que os espíritas denominaram perispírito.

Livro: A Alma É Imortal - Gabriel Delanne.

23.4.20

PLANOS ERRÔNEOS I


Questão 543 do Livro dos Espíritos

Os Espíritos inferiores, agindo como obsessores, podem influenciar os homens que comandam tropas e sugerir errôneos métodos de lutas, principalmente se forem seus inimigos, e esses homens sucumbirem nas suas lutas. No entanto, se essa derrota irá corresponder à derrota de uma nação que não deve ser dominada, há um levante das outras tropas por inspiração de Espíritos superiores, e a nação acaba ganhando a batalha, porque um povo não pode sofrer a dominação como derrotado, por causa de um general que entrou na faixa negativa de Espíritos inconscientes.
A justiça está sempre presente em toda parte, para mostrar que é Deus, o Soberano Senhor e Criador de todas as coisas. Deus é a realidade que não falha em Seus planos de harmonia e de paz. A vida é uma escola em todas as dimensões do viver.
A segunda grande guerra foi um exemplo que se pode constatar: nos planos humanos, principalmente da Alemanha e seus aliados, ela iria dominar o mundo e colocar todas as nações sob os seus pés de ferro. Por fim, faltavam poucos dias para descobrirem o armamento que lhe daria a vitória, destruindo algumas cidades, como fizeram os Estados Unidos, para amedrontar o Japão. Mas, a mão divina agiu no momento certo, e fê-los perder a fórmula já quase em suas mãos, para o adversário. Assim, os Estados Unidos desenvolveram a bomba atômica que, mesmo levando à morte milhares de criaturas, mudou os rumos da guerra, já que a Rússia, sua grande adversária, também dominou a técnica de produção do instrumento, tirando do primeiro a chance de ditar as regras do jogo sozinho, de forma absoluta. E o mundo foi salvo do domínio de Espíritos equivocados.
Somente Deus comanda a Sua grande casa. Os homens, principalmente os gananciosos, ficam perdidos no tempo e no espaço, e voltarão em sucessivas reencarnações para responder pelos seus deslizes, no sentido de ganhar a vida pelo amor. Herodes, por exemplo, voltou como um grande missionário, depois de muitas vezes sofrendo na carne, para cuidar e proteger as crianças e velhos, viúvas e desvalidos, o que fez com todo o amor que pôde desprender do seu coração. Quantos generais do passado não se encontram hoje na Terra carregando latas de massa, ferindo seus ombros, para fazer casas para a coletividade, já que eles antes deram ordem para atear fogo? Outros voltam como sacerdotes do bem, no sentido de amparar os que eles desampararam pela força, que agora ou depois vão utilizar como força do amor.
A vida é tranquila, sabe esperar e usar as oportunidades para educar e instruir os desviados da lei. Nada se perde, todos o sabemos. Até o estrume que os organismos animais expelem como imprestável para eles, dá vida às plantações, de onde nascerão lindas e perfumadas flores.
Os Espíritos trabalham em todas as direções, para que o bem se amolde ao amor. Tudo que existe contrário às virtudes tem vida curta, ou, então, são apenas ilusões que se desfazem com o tempo. Façamos o bem, que o mal, por lei natural, se desfaz. Vamos lembrar Jesus novamente, pela fala de Mateus:
Buscai, pois, em primeiro lugar, o reino de Deus e a Sua justiça, e todas estas cousas vos serão acrescentadas. (Mateus, 6:33)
Busquemos o reino de Deus e a Sua justiça, como ensina Jesus, e não nos preocupemos com o resto, que nos serão acrescentadas pelas nossas necessidades.
E as sugestões de planos errôneos certamente desaparecerão por completo.

Livro: Filosofia Espírita – João Nunes Maia – Miramez - Todos os livros Espíritas como este vendidos em nossa loja terão o lucro repassado à Casa Espírita de Oração Amor e Luz.

22.4.20

MESTRE E SENHOR


Emmanuel

     Mestre e Senhor!
     Depois de recebidas numerosas expressões de Tua Misericórdia Infinita, temos os corações genuflexos, agradecendo a Tua Bondade!...
*
     Nada somos, nada temos senão boa vontade, nada representamos senão instrumentos misérrimos de Teu Amor, nas esferas espirituais que cercam o Planeta como também quando encarnados, envergando o envoltório perecível da vida material.
     Muitos foram os corações que os buscavam ansiosos! Mas nós nos lembramos de quando distribuías as bênçãos de Tua Bondade Indefinível, junto daqueles que se encontravam encarcerados nas concepções do mundo.
     Recordávamos o tempo em que ias de Betsaida ou de Cafarnaum para Cesaréia de Filipe, abençoando as criancinhas.
*
     Eram velhos trêmulos cujas mãos enregeladas Te pediam o calor da esperança, eram jovens simples e puros que solicitavam a Verdade do teu Evangelho Divino, crianças que se agasalhavam na Tua Ternura Inesgotável!...
*
     Rememorávamos tudo isto e suplicávamos a Tua Assistência.
*
     Muito foi o que nos deste dos Celeiros Infinitos da Graça, não pelo que valemos ou merecemos, mas por acréscimo de Misericórdia que nunca negaste aos espíritos de boa vontade.
     Agora, Jesus, nós nos curvamos perante a Tua Bondade!...
     Dá-nos a força de compreender toda a Tua Exemplificação de renúncia, a caminho desse Reino de Deus, que constitui a Esperança Sagrada de todas as criaturas.
*
     Concede, Mestre, que os nossos amigos encarnados sintam a vibração de nosso esforço espiritual no círculo fraterno.
*
     Aos que nos buscarem, cheios de angustia do coração, concede a fortaleza para o encontro daquele bom ânimo que sempre ensinaste aos Teus discípulos.
     Dissipa as suas amarguras, como o Sol radioso e amigo das almas, desfazendo a neblina das ilusões e dos enganos fatais das estradas terrestres!...
*
     Aos que vieram saturados dos conhecimentos científicos do mundo, muitas vezes submersos na suposta infabilidade do dogmatismo acadêmico, proporciona a claridade necessária para que se façam simples e felizes, de modo a entenderem aquelas verdades que reservas aos pequeninos.
*
    Quantos chegarem atormentados pela saudade de todos os que os precederam no caminho escuro e triste das sepulturas, dá aquela luz maravilhosa da esperança em Teu Amor, para que, recebendo a Tua Mensagem Eterna no Evangelho, compreendam a redenção espiritual que nos há de reunir um dia, sob a Árvore Divina do Teu Desvelado Amor, no plano da Vida Imortal.
*
     Que todos os trabalhadores de Tua casa se unam na fraternidade legítima e na edificação sincera do Teu Reino de Luz Imorredoura.
     Dá-lhes a fortaleza de ânimo que realiza a tolerância recíproca, base sagrada de todas as obras do Teu Amor.
     Eles são operários d Teu Jardim no mundo que se povoa de sombras antagônicas da destruição.
*
     Seus esforços serão muitas vezes perturbados pelos contrastes e surpresas do caminho, onde as multidões se desorientam à distância da realização de Teus Ensinos.
     Por Teu Nome, hão de sofrer naturalmente todas as hostilidades da estrada material, mas que todos eles se sintam unidos Contigo para a execução da Tarefa Divina.
*
     Jesus, nós somos aquelas crianças que Te pedem proteção e amparo em todos os instantes da vida.
     No momento, da alegria, concede aos operários de Tua Oficina Santa os recursos necessários para a verdadeira compreensão na vigilância e na oração que nos Ensinastes.
*
     Nos instantes de dor, sê a coragem da alma triste, que deverá despir todos os desalentos do caminho para a perfeita união com os Teus Desígnios amorosos e puros.
*
     Mestre, seja a união fraternal de Teus trabalhadores o nosso último apelo!...
*
     Que os nossos irmãos desenvolvam a tarefa santificada que lhes foi concedida, sob a fraternidade verdadeira e sincera, onde cada discípulo compreenderá sempre que o maior para o Teu Coração será sempre aquele que se fizer o menor de todos, conforme os Teus ensinos.
*
     Que as Tuas Graças sejam para nós novos motivos de esforço e de redenção no Sagrado Caminho.
    E que todos nós, cooperadores do plano terrestre e operários da esfera invisível, estejamos sempre unidos no Teu Evangelho para o mesmo trabalho da edificação, assim seja.

Livro: Ação, Vida e Luz – Francisco C. Xavier – Espíritos Diversos.

21.4.20

Aniversário do Livro Luz


Aquele que despertou para a realidade espiritual sabe que o vazio que insistia em preencher a sua vida foi amenizado pela crença da sobrevivência após a morte e a continuidade da vida.
Soube, por experiência própria, que há muitas razões para o existir no mundo e que possui um papel importante a desempenhar. Sente-se útil no imenso plano de Deus para os homens.
Sabe, também, que mesmo que venha a fraquejar nos embates da vida, terá novas oportunidades para demonstrar o seu progresso pelo esforço contínuo de melhoria pessoal.
Crê, e essa fé lhe é de grande valor, que o mundo seguirá seu rumo de progresso incessante e não teme eventuais dramas que possam ocorrer no trajeto da humanidade.
Acontece que estes postulados de vida ainda não são conhecidos ou concebidos por boa parte da humanidade que, por causa disso, se lamenta diante das adversidades da vida e tenta encontrar respostas no aqui e no agora, o que não consegue.
É este despertamento coletivo que se propõe colaborar a filosofia dos espíritos.
Em 1857, pelas mãos do eminente senhor Allan Kardec, o mundo conheceu, de maneira extremamente didática e cuidadosa, a realidade além do véu de Ísis.
A competência do trabalho desse insigne pedagogo francês tem colaborado, mundo afora e especialmente no Brasil, para que as mentes e os corações se abram para a verdadeira realidade da vida.
Os aplausos não são para ele, que os dispensa, mas para o esforço do Cristo em acreditar piamente em cada um de seus irmãos na tentativa de evolução planetária em direção à luz.
O projeto é do Cristo e que teve nas mãos do senhor Allan Kardec e de uma quantidade numerável de colaboradores materiais e espirituais a possibilidade de se materializar entre os homens.
O Livro dos Espíritos, este lúmen para humanidade, tem a sua data física comemorada mais uma vez. E o quanto ele elucida sobre as verdades divinas e eternas.
Não é o trabalho de um só homem, até porque pouco faria se ainda fosse, mas de todos aqueles comprometidos pela modificação do status quo deste planeta que passa, por causa disso, por transformações inadiáveis.
O planeta olha para si neste instante de dor e busca respostas e alento. Elas já existem. Seja por diversos compêndios lançados por ilustres missionários ao longo da trajetória humana na Terra, seja pela luz singular do Evangelho de Jesus, seja pela contribuição valorosa dos Espíritos de Escol que pertenceram ao projeto educativo que redundou no aparecimento do Espiritismo entre os homens.
O Livro dos Espíritos comemora seu aniversário de lançamento, mas o que fizemos nós para honrar a luz que nos chegou ao espírito imortal?
Luz que nos encandeia a vista é pouco percebida, talvez por isso que alguns ainda não entenderam seu papel na Terra, mesmo com as elucidações trazidas. Outros, provavelmente, adiam as responsabilidades assumidas.
Como foi dito pelo mestre nazareno que a “muito seria pedido a quem muito estiver recebendo”, clamo às mentes nessa hora decisiva do planeta a olharem para si e diante do capital espiritual que já possuem, respondam para si mesmos o que estão fazendo com este tesouro que os céus lhe proporcionou em forma de doutrina.
O Livro dos Espíritos inaugurou uma nova fase para a humanidade. Foi ali, no Palais Royal, numa humilde sala, que o livro luz se apresentava para os despertantes de plantão.
Senhor Allan Kardec, todo nosso agradecimento por ser leal ao propósito do Cristo na Terra e que sejamos, pelo seu exemplo grandioso, seguidores da Boa Nova e iluminadores de consciências, porque outro não deve ser o nosso compromisso a não ser fazer-se luz onde quer que estejamos e que ela se reflita em todos aqueles que, sedentos igualmente de luz, estejam abertos para a renovação definitiva de suas almas.

Um Espírito Amigo – Carlos Pereira

20.4.20

O OUTRO FILHO


O que me intriga
Na Parábola do Filho Pródigo
Não é o filho mais moço,
Que, reclamando
Supostos direitos de herança,
Delibera sair
Da Casa Paterna –
Não é ele, que
Partiu para uma terra distante,
E, de maneira dissoluta,
Tudo consumiu,
Ao ponto de passar fome,
E de invejar os porcos
Que se fartavam de alfarrobas...
O que me intriga
É a atitude do outro filho,
Do primogênito,
Que só tinha um irmão –
A sua atitude
De inveja,
De ciúme,
De sei lá o quê –
Indigno,
Medíocre,
Ambicioso,
Egoísta,
Desejando que
O seu único irmão
Para sempre
Estivesse morto...
Sim, o que me intriga
É ele que alterca
Com o Pai,
Que procurava
Conciliá-lo –
O que deveria ter sido feito
Com uma bela
Palmatória,
Ou com a vara
De um marmeleiro
Existente
No Paraíso –
(Que diacho de Paraíso
É esse que não tem
Um marmeleiro,
Do qual
Um pai
Não possa tirar
Uma vara
Para corrigir um filho!...) –
Ou, ainda,
Com a cinta
Que segurava
As suas Divinas Calças,
Ou que prendia
A sua Túnica Diáfana
E Estrelejada...
Sei não...
Tenho para comigo
Que tropeçando
E caindo,
O filho mais moço,
O pecador,
O devasso,
É candidato a Cristo,
Enquanto que o outro,
O puro,
O imáculo,
O que não erra,
A “anjo decaído”!... –
A Parábola terminou
Por ali,
Mas a história
Certamente
Não!...

INÁCIO FERREIRA – Blog Mediunidade na internet
Uberaba – MG, 19 de Abril de 2020.

19.4.20

Autoconhecimento


Olhe para seu rosto. O que ele te diz de você mesmo?
Você tem medo dele, deste ilustre desconhecido, ou o adora, por ser a sua mais fiel representação?
Esse autoconhecimento é fundamental para o bem viver.
Viver em paz consigo mesmo.
Exatamente por não se conhecer de verdade é que se vive a penar pela vida afora.
Quando o sujeito se identifica com a sua imagem, interna e externa, já é um passo decisivo para o autoconhecimento.
O que vale é se descobrir o que se é, sem retoques.
Quando abraçamos o nosso Eu de verdade estamos caminhando decisivamente para o autoamor. O amor que nos permite amar mais e melhor aos outros e ao nosso Pai Amantíssimo.
Mas será que temos a coragem de conhecer-nos como somos?
Esta imagem refletida à luz do espelho deve ser aceita com carinho, seja o que ela for no dia de hoje. Sem medo, sem subterfúgios.
Ao se conhecer e abrir caminho para o verdadeiro amor poderemos então enfrentar a vida com mais destemor.
Olhe a sua volta e veja quantas pessoas fazem isso?
Quantas pessoas possuem a coragem de se ver no próprio espelho e aceitar-se como são na direção da perfeição?
Eu sei que não é fácil, mas todos temos que fazer este exame do autoconhecimento para prosseguir mais fortes na vida.
O autoconhecimento nos permite saber das nossas limitações aparentes, criadas na nossa própria cabeça, bem como saber até onde podemos ir. Ou ter uma ideia.
Conhecer-se é desnudar-se diante de si mesmo. É se encontrar com a sua verdade interior, a única que liberta.
O exame de si mesmo é acompanhado do autoperdão. Sim, porque aquele que não está preparado para perdoar-se que nem comece a se olhar no espelho.
O problema é que temos uma tendência enorme de afiar o machado e enfiar no primeiro que vemos fora do prumo do que imaginamos ser o ideal de comportamento, mas quando olhamos para nós, como fica o seu machado?
O autoconhecimento exige rigor, mas também condescendência. Verdade, mas não culpa.
O autoconhecimento é o caminho da salvação. Sem ele, não teremos condições de seguir adiante na estrada da vida.
Você pensa que é fácil fazer isto aqui neste lado da vida? É nada! Se aí ainda poderia esconder uma coisa ou outra quando estava no corpo físico, depois, nem se fala. É uma transparência total.
Eu fico imaginando aqueles que correm a vida inteira para não se olharem no espelho e verem-se como são. Um dia se cansarão e terão perdido muito tempo.
A vida é feita de encontros, com os outros, mas primeiramente conosco. Seja a vida a arte do encontro com seu eu e a busca incessante da própria verdade.
Ao se libertar das ilusões que alimenta.
Ao deixar de lado o velho ser que tudo nega.
Ao se entregar a sua verdade interior, você será outra pessoa. Bem mais feliz e consciente de seu destino.
Seja onde for, procure ser o que você é. Você vai perceber que a vida vai se tornar mais simples e mais gostosa de se viver.

Helder Camara – Blod Novas Utopias

18.4.20

Em Louvor


Louvado sejas, Senhor,
Pela lição mais amarga,
Que pesa sobre a minh’alma
Por estranha e dura carga...

Pela dor que me remete
Para dentro de mim mesmo
E que me impede seguir
Pelos caminhos a esmo...

Pelas pedras de tropeço
Naqueles que mais adoro,
Por cuja felicidade
Na prece sempre Te imploro...

Pelos problemas que surgem
Nas lutas de cada dia,
Ensinando-me a sorrir
Sem quase ter alegria...

Pelas flores de meus sonhos
Despetaladas ao chão,
Que guardava, esperançoso,
No escrínio do coração...

Pelos difíceis reveses
Que, invigilante, me ensejo,
Nos maus pedaços que passo
E que a ninguém mais desejo...

Pelo que quero e não posso
Possuir só para mim,
Obrigando-me a viver
Numa renúncia sem fim...

Por que somente me dás
Tudo quanto me convém,
Louvado sejas, Senhor,
Na Glória do Eterno Bem!...

Eurícledes Formiga – Blog Espiritismo em Prosa e Verso
(Página recebida pelo médium Carlos A. Baccelli, em reunião da Casa Espírita “Bittencourt Sampaio”, na noite de 31-7-1991, em Uberaba – MG).

17.4.20

ASSIM NASCEM DEUSES E HERÓIS


Era um mundo de deuses, uma terra de heróis. Os deuses são forjados na crença do povo, nos mitos criados pela ignorância ou pela insensatez. Os heróis forma criados pelas batalhas vencidas ou por sua participação nas lutas de qualquer época.
Assim se ergueu a civilização, entre lutas e batalhas, lendas e histórias de força e de coragem.
Entre deuses e heróis se forjam o orgulho e o egoísmo, a pretensão e a arrogância. Sob os céus do mundo se ergueu muito mais do que imponentes edifícios da majestosa raça de deuses. Surgiu o mistério, a ciência, a magia, o conhecimento do mundo oculto.
A partir do conhecimento veio o poder, o domínio das consciências, o atestado da loucura a que se entregara aquele povo, aquela raça.
A humanidade encontrava seu declínio. Uma mentalidade imperava: o domínio dos mais fracos, o emprego da violência, o desafio do próprio Deus, a insurreição dos pretensos deuses.
Homens valorosos tombaram diante da arrogância de outro; despontavam alguns com inteligência extraordinária e dominavam a multidão. Cientistas, políticos, sacerdotes, magos, homens do povo que se sobressaíam à população.
Mas a morte os visitou. De nada adiantou o conhecimento científico, o domínio de leis ocultas ou manipulação de energias poderosas. O mundo precisava progredir. O mundo precisava continuar sua marcha, sua caminhada rumo ao infinito.
De um lado minguava a força dominadora, tombando em virtude da própria lei que a tudo governa. de outro lado nascia a falange do mal, a elite daquela tenebrosa comunidade de seres, que pretendia desafiar a divindade - os deuses conjurados.
Aquele mundo perseguia sua órbita em torno dos sóis gêmeos há muitos anos; há milhares de anos, num tempo em que o sol apenas nascia, sob o influxo da vontade soberana do Eterno.
Enquanto outros eram elaborados no frio espaço intermúndio, dramas eram vividos, planos executados, lutas e histórias escritas no livro da vida.
Para eternizar esse passado tão rico em aventuras, lendas e verdades foram usadas as letras vivas do alfabeto da dor. Para outros seres surgia a civilização nova em que seria erguida a esperança de um povo. Para eles, os deuses, os heróis apenas começava uma jornada que se estenderia pelos futuros, sem que pudessem delinear um tempo no qual findaria sua busca pela felicidade...

Livro: CREPÚSCULO DOS DEUSES - Robson Pinheiro - Ângelo Inácio

16.4.20

Coisas Terrestres e Celestiais


    No intercâmbio com o mundo espiritual, é frequente a reclamação de certos estudiosos, relativamente à ausência de informações das entidades comunicantes, no que se refere às particularidades alusivas às atividades em que se movimentam.
    Por que não se fazem mais explícitos os desencarnados quanto ao novo gênero de vida a que foram chamados? como serão suas cidades, suas casas, seus processos de relações comuns? através de que meios se organizam hierarquicamente? terão governos nos moldes terrestres?
    Indagam outros, relativamente às razões pelas quais os cientistas libertos do plano físico não voltam aos antigos centros de pesquisas e realizações, vulgarizando métodos de cura para as chamadas moléstias incuráveis ou revelando invenções novas que acelerem o progresso mundial.
    São esses os argumentos apressados da preguiça humana.
    Se os Espíritos comunicantes têm tratado quase que somente do material existente em torno das próprias criaturas terrenas, num curso metódico de introdução a tarefas mais altas e ainda não puderam ser integralmente ouvidos, que viria a acontecer se olvidassem compromissos graves, dando-se ao gosto de comentários prematuros?
    É necessário compreenda o homem que Deus concede os auxílios; entretanto, cada Espírito é obrigado a talhar a própria glória.
    A grande tarefa do mundo espiritual, em seu mecanismo de relações com os homens encarnados, não é a de trazer conhecimentos sensacionais e extemporâneos, mas a de ensinar os homens a ler os sinais divinos que a vida terrestre contém em si mesma, iluminando-lhes a marcha para a espiritualidade superior.

Livro: Caminho, Verdade e Vida - Francisco C Xavier - Emmanuel

15.4.20

LUTAS HUMANAS


Questão 542 do Livro dos Espíritos

As guerras são sempre produtos da incompreensão humana, mas não deixam de ser processos de evolução das criaturas. Existe, bem o sabes, o carma coletivo da humanidade, que às vezes se transforma em guerras fratricidas, ou, então, em catástrofes inesperadas, em que a natureza cobra dos seres humanos os danos causados a ela e às criaturas.
O porvir nos anuncia que estamos quase no fim das brigas entre irmãos, e o tempo nos fala que está para nascer um novo mundo deste mundo velho, onde a paz e o amor serão as leis que deverão dirigir a todos. Diz-nos "O Livro dos Espíritos" que, quando dois países se encontram em guerra, certamente o vencedor é o que fez cumprir-se a lei.
Há muito tempo que o mal se organiza na Terra pela atração dos próprios homens. Bem sabemos que existem Espíritos que gostam da discórdia e da destruição. Eles não se incomodam com a justiça, nem com o amor, desconhecendo as leis do bem e da verdade, mas Deus não permite que tais Espíritos continuem promovendo desordens nas nações e muitos desordeiros do passado estão hoje lutando e sofrendo para implantar o amor onde semearam discórdia.
Existem na Terra dois exércitos: o do bem e o do mal, porém, no fundo, o do mal trabalha para o bem sem perceber o grande objetivo de Deus. Observemos, pois, o que nos fala Mateus, refletindo Jesus:
Não julgueis, para que não sejais julgados. (Mateus, 7:1)
Mesmo a esses Espíritos que se comprazem no mal, na discórdia entre as pessoas, sociedade e nações, não devemos perder tempo em julgá-los. Quem pensa e teme o mal não se encontra em condições de fazer o bem. Constrói e abençoa, ao invés de amaldiçoar, semeia as sementes de vida e de paz, que algum dia elas germinarão no fulgor dos sentimentos que ordenaram seu plantio.
Não esperes desencarnar para lutar a favor da harmonia; começa logo, onde quer que estejas, porque Deus está presente em toda parte. Se há Espíritos que se comprazem no mal, se existem Entidades que somente pensam na vingança e no ódio, há muitos que são obreiros da verdade e do amor. Acima de tudo, Deus é amor. Basta estarmos com Ele para vencermos todas as lutas. Confiemos.
Todos os dias tu lutas na Terra. Procura saber lutar, acorda armando-te com a oração e o entendimento. Não deixes lugar em tua mente para as coisas negativas. Pelo menos esforça-te para melhorar, que os céus não faltarão em teu favor. Onde há duas lutas, a justiça se encontra do lado que Deus permite, e isto basta para a nossa compreensão. Se sofres amando, é o melhor para ti; se és maltratado nos caminhos da caridade, é exercício para tua compreensão; se tens dificuldade para perdoar, prossegue, que Deus consolar-te-á em todos os teus avanços, porque o Espírito que sofre com Jesus é sempre o vencedor. Mesmo que sejas ferido, não firas; maltratado, não maltrates; injuriado, não injuries.
Se as guerras não terminaram ainda no mundo, envolvendo todas as nações neste clima de horror e medo, apega-te à oração e faze alguma coisa para a paz, mesmo que seja dentro do teu lar. Isto já é uma grande cooperação.
Confia e espera, que no fim brilhará o sol da verdade para todos e as bênçãos do amor surgirão como salário para os que trabalharam para a concórdia.

Livro: Filosofia Espírita – João Nunes Maia – Miramez - Todos os livros Espíritas como este vendidos em nossa loja terão o lucro repassado à Casa Espírita de Oração Amor e Luz.

14.4.20

IDE E VENCEI


Amaral Ornellas

     Espíritas, lutai! Eis que o Mestre nos chama
     À batalha de luz da vida contra a morte!
     Armemo-nos de fé serena, augusta e forte
     E plantemos o amor que a Terra nos reclama...

     Vede! Ao redor de nós, há treva, cinza e lama
     E aflitas multidões que vagueiam sem norte!...
     Irmãos! Por mais que a dor vos fira ou desconforte,
     Atendamos à Voz que nos guia e conclama!...

     Embora a sombra hostil nas angústias da prova,
     Ide e acendei no mundo a claridade nova
     Do Bem que, em tudo, exprima a Lei que nos governa!...

     Ide e vencei com Cristo a luta áspera e fria!
     E alcançareis, cantando, o Reino da Alegria,
    Ao sol da Eterna Paz, na Majestade Eterna.

Livro: Ação, Vida e Luz – Francisco C. Xavier – Espíritos Diversos.

13.4.20

ALGO MAIS DO QUE VÍRUS


Sim, há algo mais do que vírus
Nesta “pandemia” –
Algo mais do que o novo “corona”,
Que não será o último
Em suas mutações....
Há, sim, um vírus da maior
Virulência
No ar.
Respondo ao que me perguntaram –
Vírus (sic), vários.
Está claro quanto o dia
Menos nebuloso (existirá?)
De um país,
Do Oriente, na Ásia.
O propósito, porém,
Não é fazer escorrer
As narinas da Humanidade,
Nem esburacar pulmões –
O propósito, se possível for,
É o de obscurecer o Sol –
O Sol da Vida...
O propósito é o de subtrair
A Luz –
A Luz do Mundo!...
É o de desnortear
Deixando almas sem Caminho...
É o de mentir,
Sepultando a Verdade
Sob milhões de cadáveres...
Luta antiga,
Desde a Encarnação do Verbo...
Luta Cósmica,
Tremenda,
Que transcende os limites
Do planeta,
E se estende
Para além do Sistema...
Vírus espirituais
Parasitando mentes
Encarnadas – vampirizando-as...
Vírus que o Sulfato de Zinco
Não debela –
Não invade hepatócitos,
Nem tecidos pulmonares –
Coloniza neurônios,
Afetando a lucidez,
Transformando em zumbis,
Dezenas, centenas, milhares...
Sim, há algo mais
Do que vírus no ar
E nos corpos
Destinados ao pó –
Há um “oitavo passageiro”
Nas almas –
Um “Alien” sendo inoculado,
De Whuan,
Em Roma, em Madri,
Em Paris,
Em York,
No Brasil!...

INÁCIO FERREIRA – Blog Mediunidade na iNTERNET
Uberaba – MG, 12-4-2020