A partir do momento que somos
chamados à responsabilidade pelos nossos atos não podemos ficar de braços
cruzados. O tempo bom virá, mas depende do empenho individual de cada um de
nós, nos dois planos da vida.
Vivemos dias frutíferos na
Terra, dias de renovação. E isto é muito bom.
Todos somos convidados a dar
a nossa parcela de contribuição na edificação de mundo diferente deste que aí
está. Certamente um mundo mais justo, mais igual, mais amoroso, mais próspero
para todos.
O problema é que o modelo de
civilização instalado no planeta é excludente e privilegia parcelas diminutas
de seus habitantes, formando uma elite de bons viventes e a maioria de
sacrificados.
Comumente espera-se que os
governos, os poderes constituídos, trabalhem no sentido da inclusão e da
justiça social. Bem, não é isso que acontece em boa parte dos países, o que
torna esta balança pendente para um lado.
As organizações
civilizatórias têm feito muito ao longo desses anos. A Liga das Nações e depois
as Nações Unidas lutam para proporcionar um clima de paz e de cooperação
internacional, mas nem sempre isto acontece.
Vejamos agora, por exemplo,
no combate à pandemia do novo Coronavírus.
Alguns países, como os
europeus – um dos mais castigados – e os Estados Unidos, conseguem enfrentar
esta epidemia mundial com mais condições que os países pobres e justamente aí,
onde poderíamos ter um equilíbrio distributivo de recursos, vemos a
concentração deles para os mais ricos e o completo abandono aos mais pobres.
Não quero aqui diminuir o
impacto econômico nas grandes metrópoles mundiais, mas o que vai restar para a
periferia do mundo?
- Eles já sofrem mesmo, uma
epidemia a mais, uma epidemia a menos, não vai fazer diferença. Eles estão
acostumados.
Ora, esse tem sido o
pensamento geral mesmo nos tempos bons e agora ficarão, como estão, abandonados
à própria sorte.
Numa região como o Brasil, de
diversas realidades conjuntas, há aqueles que podem sobreviver e há aqueles que
terão pouca condição de se defender do vírus praticamente letal.
O que está acontecendo,
porém, é que este pesticida humano, na consideração de muitos, quando bate à
porta do rico tem o mesmo efeito de quando chega à casa do pobre. Neste caso, o
vírus, inversamente, tem provocado um nivelamento humano.
Isto nos faz pensar, mais e
mais, que devemos criar uma coletividade de defesa global indistintamente do
status social, mas focada na necessidade humana, esteja ela onde estiver.
Há esta provocação subliminar
num episódio gigantesco como este, despertar a solidariedade global e não apenas
localizada, pois o sofrimento do pobre é igual ao sofrimento do rico.
Pensar globalmente, conceber
soluções integradas, incluir todas as classes, esta tem que ser a mentalidade
daqui para frente.
Não podemos mais ficar
pensando no meu e o resto para os outros. O nome disso é egoísmo. Quando se
chega uma pandemia como esta logo despertamos para a necessidade de sermos
humanos e, neste sentido, todos somos, independentemente do país que habitemos.
A comunidade global é chamada
para atuar neste contexto destrutivo de vidas. Despertamos para a necessidade
da sobrevivência humana, porque não vai valer defender a Espanha se a
Guiné-Bissau vai ser destruída, ou privilegiar os Estados Unidos em detrimento
da Mongólia. Todos somos iguais, todos somos humanos.
Arregaçar as mangas e
trabalhar para a fraternidade universal - eis o chamamento da Coronavírus.
Quis o Pai que ela chegasse
para abrir os nossos olhos e pudéssemos começar a construir uma nova relação
entre os povos daqui por diante.
O bem vencerá sempre, mas deve
começar a fazê-lo no coração de cada ser humano.
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