31.7.20

Exilados da Terra

DIANTE DO AMANHÃ

Compreendemos, sim, todos os teus cuidados no mundo, assegurando a tua tranquilidade.
Organizas com esmero a casa em que vives.
Proteges as vantagens imediatas da parentela.
Preservas, apaixonadamente, a segurança dos filhos.
Atendes, com extremado carinho, ao teu grupo social.
Valorizas o que possuis.
Arranjas habilmente o leito calmo.
Selecionas, com fino gosto, os pratos do dia.
Defendes como podes a melhoria das tuas rendas.
Aspiras a conquistar salário mais amplo.
Garantes o teu direito, a frente dos tribunais.
Vasculhas avidamente o noticiário do que vai pelo mundo.
Sabem procurar, com pontualidade e respeito, os serviços do médico e os préstimos do dentista.
Marcas horários para o cabeleireiro.
Escolhes com devoção o filme que mais te agrada.
Examinas a moda, ainda mesmo com simplicidade e moderação, como quem obedece a força de um ritual.
Questionas sucessos políticos.
Discutem veementes, os serviços públicos.
Tentas, de maneira instintiva, influenciar opiniões e pessoas.
Desvelas-te em atrair a simpatia dos companheiros.
Observas, a cada instante, as condições do tempo, como se trouxesses, obrigatoriamente, um barômetro na cabeça.
Tudo, isso meu irmão da Terra, é compreensível, tudo isso é preocupação natural da existência.
No entanto, não conseguimos explicar o teu desvairado apego ás ilusões de superfície, nem entendemos porque não dedicas alguns minutos de cada dia, de cada semana ou de cada mês, a refletir na transitoriedade dos recursos humanos, reconhecendo que nada levarás, materialmente, do plano físico, tanto quanto, afora os bens do espírito, nada trouxeste ao pousar nele.
Ainda assim, não te convidamos à ideia obcecaste da morte, porquanto a morte é sempre a vida noutra face.
Desejamos tão-somente destacar que, nessa ou naquela convicção, ninguém fugirá do porvir.
Disse o Cristo: "andai enquanto tendes luz".
Isso quer dizer que é preciso aproveitar a luz do mundo, para fazer luz em nós.

Livro: "Justiça Divina" - Francisco C. Xavier -  Emmanuel  

30.7.20

Consulta psiquiátrica no plano espiritual

- Doutor - comunicou-me Manoel - o paciente agendado está a sua espera.
- José de Arimateia? - perguntei.
- Ele mesmo.
- Está prestes a reencarnar, não é?
- Sim. mas continua hesitante.
- Cá entre nós, não é para menos: voltar àquele caldeirão fervente agora... Com a ambição humana extrapolando, as coisas na Terra nunca estiveram tão complicadas.
Assim falando, cumprimentei o paciente. que, ao me ver chegar, se levantara, respeitoso.
- Já lhe atendo, José.
- Não tenho pressa, Doutor, nenhuma pressa. - disse, evidenciando o seu desânimo em retomar o corpo carnal.
Após rápida ajeitada na papelada sobre a mesa do Consultório, pedi a Manoel que fizesse o paciente entrar.
- Sente-se, meu amigo, e não repare na desorganização. Aqui não está cabendo mais nada - nem a mim!
- Quantas cartas, Doutor!
- Todas elas chegadas da Crosta...
- Não me diga!
- Já o disse.
- O que os remetentes querem com o senhor?
- Muitas são manifestações de carinho... Em verdade, são palavras de encorajamento e apoio. Tem muita gente boa para onde você está voltando...
- Não sei, não, Doutor... Estou com muito medo...
- Eu também teria - falei com sinceridade, abrindo um espaço na mesa.
- Por isso vim conversar... O senhor não engana a gente.
- Se há uma coisa que eu nunca aprendi, foi mentir. Mas ainda chego lá...
José de Arimateia sorriu e começou a se abrir.
- Doutor, reencarnar, tudo bem - estou consciente de que, mais cedo ou mais tarde, todos precisarão voltar -, mas reencarnar na condição de médium?...
- A condição de médium não pressupõe a de santidade. Todo médium, aliás, todo espírita é devedor...
- Mas eu fui criminosos!
- Ótimo!
- Ótimo, por que?
- Você colocou o verbo no passado: fui! Não é mais e não está inclinado a continuar sendo.
- Eu era uma pessoa muito errada...
- Poderá melhor compreender os que erram!
- Sofri muitas humilhações...
- Sabendo quanto dói ser humilhado, não humilhará ninguém.
- Passei fome...
- Será um excelente fazedor de sopa para os pobres!
- Estive preso...
- Conforme preceitua o Evangelho, terá caridade para com os criminosos.
- Sempre fui muito assediado espiritualmente.
- Bons instrumentos mediúnicos começaram pela obsessão!
- Doutor, eu preciso lhe dizer uma coisa.
- Pode dizer.
- Eu era homossexual!
- Era ou é?
- Ainda sou...
- "Atire a primeira pedra aquele que estiver sem pecado"!
- Como há de ser?
- A necessidade de se equilibrar o fará trabalhar dobrado...
- Eu não tenho moral.
- Tem mais do que muita gente, acredite.
- Estive no chão...
- Ninguém se levanta, sem trabalhar.
- Assumi compromisso com muitos espíritos...
- Em vez de um harém, você poderá formar uma creche...
- Sei que serei muito criticado - principalmente pelos espíritas!
- A crítica é vacina contra a vaidade.
- Eu tenho medo de escândalo...
- Se não tivesse. não vigiaria para que não aconteça.
- Sempre tive várias personalidades...
- Dará um bom médium de incorporação!
- Até no Sanatório do senhor...
- O sanatório, graças a Deus, não era meu.
- Estive internado lá por diversas vezes!
- Eu era interno em tempo integral; entrei uma vez e nunca mais saí...
José de Arimateia, um homem alto e forte, de mãos enormes, levantou a camisa e argumentou:
- Veja quantas cicatrizes! Apanhei muito da polícia... Apanhei e bati também.
- Você tem ódio no coração?
- Não, não tenho.
- Você se recorda do nome de algum agressor?
- De nenhum.
- Doutor, na última encarnação, eu pintei e bordei...
- Agora você vai bordar e pintar...
- Eu bebia de cair!
- Eu fumava de quase não parar em pé! Acendia um cigarro no outro...
- Essas mãos que o senhor está vendo já roubaram...
- Devolverão, com juros, o produto do roubo. Você será o que chamam de homem caridoso!
- Mas ser médium com esse meu jeito efeminado?
- O nosso pessoal também precisa aprender...
- A ser efeminado?
Sorrindo do senso de humor de José de Arimateia, respondi:
- A não ser tão preconceituoso como é!
- Certa vez, Doutor, eu procurei Chico Xavier... Contei a ele parte da minha vida sexual desregrada. À época, bebendo muito, eu tinha vários parceiros... O Senhor sabe, não é?
- Imagino.
- Ele me disse o seguinte: - Jose, meu filho, vá diminuindo, até chegar a um só... - Ele não me recriminou!
- Chico não recriminava ninguém.
- Não me chamou de depravado, sendo que eu tinha consciência de que era! Não me deu lição de moral...
- E o resultado? - perguntei.
- Eu, que pensava ser um caso perdido, saí de lá mais animado comigo... Pela primeira vez, ma senti valorizado.
- Você fez o que ele sugeriu?
- Não dei conta, mas... melhorei muito! Eu tenho verdadeira adoração por ele! Sempre que nele penso, me dá uma vontade de ser melhor do que sou!...
- Isto acontece comigo também.
- Doutor, quer dizer?...
- Está tudo certo: você vai reencarnar e ser médium espírita!
- Não dá para revogar, deixar para depois?...
- É isto ou o Chupão...
- Que Chupão, Doutor?! - perguntou o paciente assustado.
- O planeta que vai levar vocês todos da Terra. deixando-a só para mim e mais meia-dúzia de eleitos...
- Para os espíritas?
- Não! Alguns espíritas que conheço serão os primeiros da fila... Só que eles ainda não sabem. É surpresa!
- Eu já ouvi falar sobre isto. Será mesmo verdade?
- Cristalina.
- Para quando será?
- '... a respeito daquele dia e hora ninguém sabe, nem os anjos dos Céus, nem o Filho senão somente o Pai".

Livro: Estudando "Nosso Lar" - Carlos A Baccelli - Inácio Ferreira 

29.7.20

TOQUE DE CURA

Comentários Questão 556 do Livro dos Espíritos

Podemos crer que existam as pessoas magnéticas, aquelas que tocam as pessoas enfermas e por vezes as curam, mas, é bom analisar a vida dessas pessoas, não para divulgar o que for contrário à caridade, porém, para observar quais são, pela vida que levam, as suas companhias espirituais.
Toda operação curativa envolve a presença de Espíritos desencarnados, capazes de compreender essa ciência divina que parte do amor de Deus para com as criaturas humanas e espirituais. Se há enfermidades na Terra, elas igualmente existem no plano espiritual. A desencarnação não é passe de mágica. Se o Espírito deixa suas vestes carnais e não modificou seus sentimentos, continua levando o que possui no seu coração.
A meta de Jesus, e pela qual desceu à Terra, foi para curar as deficiências das almas, educando-as do modo que Deus Lhe ensinou no curso de bilhões de anos. Não devemos ser endurecidos no aprendizado; aproveitemos o tempo na educação e na instrução espiritual, que estão se espalhando por todo o mundo.
Se alguns têm o dom de curar, que aproveitem essa faculdade, curando os enfermos, mas, que não deixem de instruí-los. Juntamente, trabalhem com a palavra. O Mestre nos deixou como herança divina o Evangelho, para nos mostrar as diretrizes que deveremos tomar, mesmo vivendo na carne, porque os primeiros passos para cima são dados na Terra, que ora nos serve de berço, onde acordamos para a Luz.
O companheiro encarnado que tem o dom de curar e que já conhece a força da verdade, como sendo amor e caridade, cresce na direção do Cristo, despertando-O em seu coração, que deve pulsar no ritmo do universo.
Os médiuns curadores cheios de ilusões, que sofisticam seus gestos para impressionar os enfermos, que fogem à naturalidade, e que recebem recompensa em troca das curas que fazem são os falsos profetas, mencionados no Evangelho; não deves dar crédito a essas pessoas, que falam muito do Cristo, mas não seguem Seus passos, falam às vezes do amor, porém não amam, dizem coisas bonitas sobre a caridade, todavia não são benevolentes. O toque de cura desses tipos são negativos; podem até aliviar os enfermos, pela fé dos mesmos, porém causando distúrbios maiores nas suas intimidades espirituais. Esses irmãos devem ser instruídos na Doutrina que não vende seus dons e que não especula suas forças. Esses médiuns são dotados de força magnética, por provas e devem dar graças a Deus. Para o seu sustento, o Senhor os dotou de certa inteligência, pernas e braços para trabalhar, para que vivam do suor do seu rosto.
Não deves entrar nas tentações de certas influências malfeitoras. Importa, igualmente, desconfiar das narrativas interesseiras, dos instrumentos de Espíritos levianos, sem as devidas responsabilidades para com o trabalho grandioso de Nosso Senhor Jesus Cristo. Todo conversador em demasia deixa escapar em suas narrações algo de inverdade, por não ter tempo de analisar o que fala. A seleção, aí, fica para quem ouve. De qualquer maneira, quem escuta tem o dever de selecionar o que vem de fora. É para tanto que é dotado de raciocínio.

Livro: Filosofia Espírita – João Nunes Maia – Miramez - Todos os livros Espíritas como este vendidos em nossa loja terão o lucro repassado à Casa Espírita de Oração Amor e Luz

28.7.20

O MEIRINHO CELESTE

Reconcilia-te com o adversário, enquanto te encontras a caminho com ele, para que não aconteça venha a ser o teu caso entregue ao oficial de justiça.
A lição evangélica surge repleta de oportunidade para a nossa vida, em todo tempo e em toda parte.
Não olvides que o amor é a glória do Céu, brilhando, porém, sobre o pedestal da justiça na Terra.
Assim sendo, não te despreocupes da harmonia na própria consciência, se procuras realmente a verdadeira felicidade.
Recorda que todos somos usufrutuários da riqueza divina e que, no fundo, não possuímos senão a nossa própria alma, com a obrigação de engrandece-la para o glorioso concerto da perfeição.
Em verdade, hoje, enquanto o Senhor te permite a graça da saúde física e do equilíbrio econômico no mundo, podes alardear a pretensa superioridade de quem se julga dono ou senhor, mas amanhã o meirinho do tribunal celeste pode convocar-te ao reajuste, constrangendo-te à necessária renovação.
Aqui, chama-se ele Enfermidade; alem, classifica-se por Desencanto...
Agora é a visitação do obstáculo, depois é a intromissão da Morte...
Além é o fel da Desilusão, mais ale, é o gelo da Velhice...
Não olvides que o Senhor pode reformar todos os aspectos de nossa vida dum momento para outro.
Aquilo que hoje é céu azul para os nossos olhos, provavelmente será escura tempestade na noite próxima...
Não te prendas à teia envenenada do ódio, da inveja, da revolta, da antipatia...
Todos somos indispensáveis uns aos outros e, por isso mesmo, a Lei do Infinito Amor é o clima que nos aguarda no imenso e santificado futuro.
Ajuda a quem te desajuda e ampara a quem te não compreende, porque,quando teimamos em fugir à fraternidade, a Dor, sob mil máscaras diferentes, é o Meirinho do Céu, obrigando-nos a renovar a visão e a sublimar o espírito para a elevação redentora que nos cabe atingir.

Livro – INTERVALOS – cap.12 - Francisco C. Xavier – Emmanuel

27.7.20

Espírito Perispírito Corpo Físico

PEDAÇOS DE MIM

Pedaços do que fui,
Jazem, ao pó,
Por toda parte
Da Terra,
Que, tantas vezes, tem sido
O meu berço e o meu túmulo...
Recuando no tempo,
Anoto os rastros meus,
Talvez, ao lado dos seus,
Na areia, ao sol escaldante,
E na neve,
Ao frio enregelante,
Nas montanhas, nas estepes...
Cadáveres do que fui
E que, de certa forma,
Ainda sou...
Servi de alimento
Para vermes e abutres,
Hienas e chacais,
Mas também, em eras primaveris,
Para algumas flores,
Abelhas, colibris...
Vejo-me na selva,
Na tribo,
E, depois, nas ocas e tabas,
Povoados,
Aldeias e cidades –
Na Ásia, e na Europa
De imensas florestas,
Que não existem mais...
Ouço-me, mas...
Não entendo sequer
O que eu mesmo digo –
Palavras mortas,
Mortos idiomas –
Uma Torre de Babel,
Lologramas e hieróglifos...
Pigmentação?!
Tenho as do arco-íris
Em minha pele...
Sexualidade?!
Macho e fêmea,
Andrógino –
Sou filho do Caos,
O deus grego
Da Origem...
Fui amamentado,
Amamentei,
Quantas vezes, nem sei...
Pedaços de mim –
Restos do “eu” que expeli,
Que deixei, mas...
Dos quais não me livrei...
Recuo um pouco mais –
Nem sequer sou gente,
Sou apenas vivente –
Um bicho,
Serpente,
Ave de rapina,
Felino, chimpanzé...
Trago tudo isso
Dentro de mim...
Vida sem fim,
Sem começo – eterna!...
Onde estou agora,
Aqui, no Além,
Igualmente, já deixei,
E deixarei,
Muitos pedaços d’eu!...
Piso e pisoteio, sem cessar,
O meu próprio
E a minha vaidade...
Escarro em minha boca
Escancarada,
Desdentada...
Ascendo?! Sim, ascendo –
É da Lei –,
Porém, não acendo,
Dentro da treva que sou
Sequer a luz
De um pobre vagalume...
Muitas vidas
E lidas,
Entre idas e vindas,
Infindas!...

INÁCIO FERREIRA - Blog Mediunidade na Internet
Uberaba – MG, 27 de Julho de 2020.

26.7.20

Vencendo a Miséria e a Ignorância

Hoje, ocorridos mais de dois mil anos do aparecimento de Jesus entre nós, somos agraciados com a aventura bendita de transformação definitiva da Terra. 
É claro que temos muito a fazer e que essa jornada está apenas começando, mas também é verdadeiro dizer que já há muito progresso a ser contabilizado.
Quem dera pudéssemos estar numa situação bem melhor, mas esse dia inevitavelmente chegará.
No nosso querido Brasil, terra promissora prometida por Jesus para ser o coração de seu Evangelho, temos muito a fazer. O trabalho nos espera e a tarefa não é inglória, porém será certamente cheia de percalços e dificuldades a serem superadas.
No âmbito da política, por exemplo, temos que aprender sobre o valor da cidadania e exercê-la na sua plenitude. Neste sentido, há muito por se fazer, a começar pela necessidade de dar mais educação ao nosso povo. 
Um povo sem educação fica à mercê do seu próprio futuro e é a educação que fornecerá as bases seguras de progresso de nossa gente.
Com a educação do cidadão em dia poderemos ter melhores representantes e, por essa razão, ver defendidos os nossos direitos fundamentais. O progresso, portanto, das ideias e da própria sociedade depende dessa condição fundamental.
Enquanto isso, aprendamos diuturnamente a escolher melhor os nossos representantes e exigir deles a postura que lhes cabe.
Outro aspecto fundamental, a desrespeito da condição social de nosso povo, é como podemos conciliar o ditame de ser um povo crente em Deus e em Jesus se temos uma quantidade enorme de irmãos jogados ao léu, sendo objeto das migalhas governamentais. Este evento subtrai não apenas a sua condição de cidadão, mas também de agente divino como criatura humana.
A desigualdade, especialmente no Brasil, é uma vergonha ao Criador. Não podemos jamais aceitar a miséria como algo natural, porque verdadeiramente não é. Precisamos urgentemente, minimamente que seja, trabalhar para erradicar de uma vez por todas no nosso País e no nosso planeta este quadro de miserabilidade social.
De outra vez, defendi um ano 2000 sem miséria e, consequentemente, sem fome.  Acreditavam muitos que isto era um sonho, um devaneio, uma utopia. O que seria do destino da humanidade, no entanto, se não fossem os sonhadores, hoje desafiadores da sorte, os imaginadores de um novo amanhã.
De tudo isso, fica a lição a ser refletida: tudo que Jesus tratou ainda representa uma ficção para a maioria da sociedade e, principalmente, dos seus representantes maiores.
Eu quero imaginar, eu quero acreditar, que tudo isso um dia será a mais absoluta expressão da verdade. Não há como imaginarmos o progresso humano na Terra com uma incrível parcela da população, como hoje, jogada a segundo plano, no esgoto da comunidade humana.
Estes pré-requisitos para evolução do planeta, de um lado a cidadania plena e, de outro, a garantia dos direitos mínimos de sobrevivência, devem constar em todos os compêndios políticos no Brasil e no mundo.
Há um longo percurso para essa aprendizagem e consequentemente dessa realização, mas é necessário instituir a primeira pedra se se deseja firmemente que ela se transforme numa realidade palpável.
Os homens, por enquanto, preocupam-se apenas com os seus objetivos pessoais,  devem entretanto, como condição primeira de vida, se preocuparem com os objetivos globais da humanidade, simplesmente porque não se pode ser feliz vendo outros irmãos de caminho vivendo ao relento, em desespero, numa sub-vida.
Vamos vencer esta etapa. 
Vamos construir um novo futuro.
Vamos vencer a inércia e o egoísmo humano.
Vamos, finalmente, sermos felizes.
Este dia está para chegar, não como uma dádiva divina, caída magicamente dos céus, mas como uma conquista humana coletiva, fruto do desenvolvimento da consciência e do desabrochar da sensibilidade afetiva de cada um de nós.
Venceremos - este é o nosso destino.
Jesus nos espera de braços abertos para com Ele inverter as polaridades atuais e fazer cumprir a sua vontade de implantar definitivamente o Reino de Deus entre os homens.

Hélder Câmara - Blog Novas Utopias.

25.7.20

NA ROMAGEM TERRESTRE

Esquece todo mal e a ofensa recebida,
Silenciando ao peito a mágoa que acalentes,
Sob o peso da cruz, jamais te desalentes
De seguir nesta estrada, embora a alma ferida...

Prossegue, haja o que houver, em tua nobre lida,
Procurando olvidar as vozes descontentes,
Que gritam, entre prantos e ranger de dentes,
Contra a Fé que te ampara a mística subida...

Não deixes o sendal que o nosso Amado Mestre
Traçou para os teus pés na romagem terrestre,
Da Manjedoura humilde ao Calvário bendito...

Luta, mas serve... Sofre e chora, mas avança,
Deixando-te guiar pela luz da esperança
Das veredas da Terra às glórias do Infinito!...

Eurícledes Formiga - Blog Espiritismo em Prosa e Verso
(Página recebida pelo médium Carlos A. Baccelli, em reunião da Casa Espírita “Bittencourt Sampaio”, na noite de 20 de Maio de 1992, em Uberaba – MG).

24.7.20

Causa Efeito

Com Jesus e com Kardec

O espírita antigamente,
Nas visões em que me interno,
Fosse na rua ou no lar
Era muito mais fraterno.

    Os templos eram humildes
    Construções de alvenaria.
    Sob a luz da mesma fé,
    Tudo vibrava harmonia.

Cultivava-se o respeito
Pela Codificação.
Hoje dizem que Kardec
Necessita revisão.

    Nos artigos dos jornais,
    Sempre se tinha o que ler.
    Agora é o ataque mútuo,
    Provocando-se a valer...

Até mesmo para o passe
Inventaram novas formas.
Dizem que a Doutrina é livre
E vão prescrevendo as normas...

    Aos caminhos de quem serve,
    Chega a crítica mais cedo
    E, por isso, de ser médium
    Muita gente anda com medo.

Eu sei que lendo os meus versos
Ainda alguém vai falar:
- "Foi algum obsessor
Que tomou o seu lugar..."

    De fato, os tempos são outros.
    O progresso é natural.
    Mas não percamos de vista
    A pureza original.

Recordando, meus amigos,
O que houve ao Cristianismo,
Procuremos trabalhar
Deixando tanto modismo.

    Aqui para e vou cantando
    Na estrada que me conduz:
    Sou um "espírita de ontem",
    Com Kardec e com Jesus.

Francisco C. Xavier ;  Carlos A Baccelli. Da obra: Confia e Serve. Ditado pelo Espírito Eurícledes Formiga

23.7.20

A Bondade é Infinita

A mulher estava à beira da estrada para pedir uma carona. Aquele lugar era meio deserto e ficar por ali dando bandeira para a sorte não seria interessante. Em dado momento, uma carroça passou. Bem, não era aquilo que ela imaginava como uma carona, mas daria para o gasto. E lá foi ela para seu destino. Num carro de boi.
Lá para as tantas, já chegando perto da sua casa, ela agradeceu a carona e perguntou o nome do seu salvador.
- Me chamo Benedito, senhora, mas pode me chamar de Bento que dá na mesma coisa. É assim que me chamam.
- Mas que bela surpresa. Tenho um filho que se chama Bento, mas não é Benedito feito o senhor.
- Pois é, minha mãe me botou esse nome por causa da minha pele escura. Ela dizia que já que eu era nego mesmo pelo menos que eu tivesse o nome de um nego importante.
- E o senhor sabe que foi esse Benedito famoso?
- Sei não, senhora, mas já me disseram que era um santo.
- Isso mesmo, um santo, São Benedito. Também não conheço muito a história dele, mas dizem que ele era um homem bom assim feito o senhor.
- Sou bom não, minha senhora, faço o que a vida manda eu fazer. Se ela me manda para um lugar eu vou. Se ela me dá a oportunidade de ajudar alguém, eu ajudo. Só faço o que a minha vida me concede fazer.
- E isto não é um sinal de bondade, Benedito, ou melhor, Bento? Se cada um fizesse o que você faz o mundo estaria outro, homem de Deus.
- Pois é, e eu não reclamo não. Dou o que a vida me dá e ela me devolve com mais bondade. Sou merecedor de tudo isso não, mas se chegou até a mim, então agradeço e sigo em frente.
- O que você não se sente merecedor, homem de Deus?
- Da bondade infinita de Deus. Tenho saúde, tenho paz de espírito, tenho minha casinha para me abrigar, tenho um pratinho de comida todo dia. Então sou muito feliz pela bondade de Deus na minha vida.
- É, Bento, tem gente que tem tudo isso em abundância e ainda critica Deus porque quer sempre mais. Estas pessoas estão chateadas porque queriam ter mais do que têm. São pessoas inconformadas pelo que a vida dá.
- Entendo disso não, minha senhora, cuido da minha vida e deixo que cada um cuide da sua. Sou feliz assim e isto me basta.
- Você nunca quis sair daqui não, Bento?
- Pra quê se tenho tudo que preciso e até um pouco mais?
- Admiro você, Bento, o mundo está doente porque tem muita gente insaciável, exatamente porque não pensa como você.
- Sei de nada não, minha senhora, só faço a minha parte, do outro, Deus cuida melhor.
- É isso mesmo, Bento! Eita! Já cheguei na minha casa, meu senhor. Quanto eu te devo?
- O que é isso, dona, eu é que tenho que agradecer o proseio e eu vinha passar por aqui mesmo. Eu é que digo muito obrigado pela companhia.
E lá se foi Bento pela estrada afora.
Minervina ficou feliz por encontrar no caminho uma pessoa da qualidade de Bento e aprender tanto com ele em pouco tempo. Homem sábio e bom – pensou ela.
Ao chegar em casa se deparou com uma cena surpreendente. Seu filho de dois anos estava com um machucão na perna. Havia brincado de correr junto com os amigos da vizinhança, escorregou, caiu e se feriu levemente, mas sabe como é que é criança que se machuca pela primeira vez.
Foi aí então que ela se lembrou da recente conversa com Seu Bento e, como boa mãe que era, começou recitar uns versos em forma de canção enquanto cuidava dos ferimentos do seu querido Bento.
A dor logo passou e Bento, feliz da vida, voltou para brincar com seus amiguinhos e já esquecido da trela que tivera há pouco tempo.
Na vida tudo passa. O que antes era grande coisa, hoje pode se mostrar inexpressivo. Uma ferida grande de ontem pode nem mais ser percebida.
O que fica na vida, no entanto, é a bondade que o outro faz pra gente e a bondade que a gente faz pro outro.
Bondade não se esquece porque a bondade enobrece a alma.
Bondade é qualidade de gente grande, gente que já percebeu que a vida somente tem sentido quando nos doamos ao próximo, seja ele quem for.
Bento nem sabia o nome de Minervina, simplesmente ajudou e seguiu, mas Minervina até hoje se lembra daquele gesto generoso do bom Bento.
E assim a vida prossegue, fruto da bondade de muitos que deixaram no caminho o seu lastro de amor ao outro.
Até mais ver, Bento!

Ariano Suassuna - Blog de Carlos Pereira

22.7.20

FEITICEIROS

Comentários sobre a questão 555 do Livro dos Espíritos

Os chamados feiticeiros são homens e mulheres que possuem, segundo "O Livro dos Espíritos", certas faculdades como a força magnética ou a dupla vista. Os de boa fé são assistidos pelos Espíritos benfeitores, e os de má índole, por Espíritos da sua mesma categoria.
A existência dos chamados curandeiros tem uma razão de ser; eles aparecem mais em lugares ermos, onde não existe outra maneira de aliviar os sofredores, e a razão nos pode indicar e fazer compreender que Deus é tão bom, que desperta alguns dons nestas criaturas em favor dos que sofrem.
Os de má índole, que fazem do seu dom motivo de comércio, devem ser esclarecidos pelos que já alcançaram a compreensão, e não perseguidos. Jesus deu mostra de todos os dons desenvolvidos, curando todos os tipos de enfermidades e erguendo a criatura moralmente para a vida feliz. A Doutrina Espírita não faz o mesmo? O médium curador não é menos e nem mais que um curador comum, que impõe as mãos no doente, curando suas dores, que distribui água fluidificada e dá conselhos, como se fosse o “Ide e não pequeis mais” de Jesus.
Os feiticeiros, como são chamados erroneamente, estão se tornando raros, porque estão surgindo outros métodos de cura para a humanidade, que cresce cada vez mais na compreensão com Jesus. A Doutrina dos Espíritos vem esclarecer aos de boa vontade, o que devem fazer para curar e aliviar as dores do próximo, dentro da lei natural, sem o uso de fórmulas, amuletos no pescoço e talismãs.
Escrevemos muito sobre o valor da palavra, porque o Cristo de Deus curava falando com as criaturas doentes. Uma conversa bem posta nos lábios de quem se dedica ao bem faz maravilhas, porque o verbo vem de Deus, e ele, envolvido no amor e na caridade, cura, desperta e eleva as almas para uma vida melhor.
O homem que se chama de feiticeiro é dotado de poder magnético mais elevado que o comum, e quando não tem compreensão, acha que somente ele possui esse poder, começando a fazer coisas fora da lei do “Dai de graça o que de graça recebestes” das mãos do Benfeitor Maior.
Existem em todo o mundo as chamadas benzedeiras, ou benzedores, que curam e aliviam milhares de criaturas com as mãos, por vezes segurando ramos que acham convenientes, como transmissores de energias. Estas pessoas são médiuns de berço, como dizem alguns. Quando aceitam a disciplina e não usam esse poder para comércio ilícito, os Espíritos superiores os assistem, ajudando-os a ajudar mais, em nome d'Àquele que é a Luz do mundo. Quando vendem seus dons, mesmo que seja por ignorância, responderão pelas conseqüências e divulgação do seu procedimento incorreto.
Quem traz o poder de curar, e por vaidade quer ser o primeiro nos lugares por que passa, curando, é bom que saiba que não é ele quem cura, é Deus. É Jesus quem responde o que esse tipo de curador vai ser:
E quem quiser ser o primeiro entre vós, será servo de todos.(Marcos, 10:44).
Tudo pertence ao Senhor. Gloriar-nos de alguma coisa que possuímos, ê desmerecer os valores que passam por nós em favor dos outros. Se Deus permitiu que houvesse os curadores, os "feiticeiros", os benzedores, é bom que se notem os benefícios prestados por eles onde não existiam outros recursos. E todos eles, é justo que se diga, começam seus trabalhos, mesmo rudimentares, com a oração e respeito a Deus e aos chamados santos. Devemos ter respeito para com esses irmãos nas suas posições, e que Deus e Cristo os abençoe onde estiverem, nos seus trabalhos em nome da caridade. Não os condenemos, mas esclareçamo-los com amor, porque na educação ninguém se revolta quando o educador opera com amor. Não nos esqueçamos de que os feiticeiros e demais pessoas dessa faixa são também nossos irmãos.

Livro: Filosofia Espírita – João Nunes Maia – Miramez - Todos os livros Espíritas como este vendidos em nossa loja terão o lucro repassado à Casa Espírita de Oração Amor e Luz

21.7.20

FÉ, TRABALHO E MERECIMENTO

A fé vitoriosa é aquela que procura no trabalho o merecimento indispensável à realização que pretende atingir.
Esperança ociosa é simples divagação.
Vejamos o ensinamento expressivo da Natureza, afim de que não nos demoremos sob a neblina das fantasias e dos sonhos, retardando o próprio passo, indefinidamente, no vale escuro da indecisão.
A semente decerto guarda consigo o plano precioso da árvore veneranda que será um dia, mas, para isso, aceita a humilhação de si mesma na intimidade do solo, e, desde a própria germinação, não perde tempo em digressões descabidas, de vez que aproveita o sol e a chuva, o orvalho e o vento para crescer, florir e frutificar, sem repouso.
A fonte, sem dúvida,conserva em seu nascimento o projeto sublime de arrojar-se à excelcitude do oceano, entretanto, para equacionar semelhante problema, não se imobiliza no viciado espelho do charco. Avança, humilde e resignada, beneficiando montes e planícies, plantas e animais, aderindo aos ribeiros e aos rios, em cujo seio abençoado e fecundo atinge a serenidade gloriosa do mar imenso.    
Tudo, na vida universal, é harmonia que decorre do trabalho vivido, em sua mais elevada expressão.    
Todos os seres irmanam-se, uns aos outros, no plano gigantesco da perfeição que nos escapa, por agora, em sua visão magnificente de conjunto, e, para escalarmos os domínios da felicidade e da luz, é imprescindível atender à função que nos compete, no mecanismo da existência.     
Se procuras, assim, entesourar a fé, não acredites possas faze-lo, namorando altares de pedra ou cultivando exclusivismo que será sempre adoração a nós mesmos nas linhas congeladas do menos esforço.
Busquemos o lugar de serviço que o mundo nos reserva.
Esqueçamos conveniências pessoais e apelos inferiores que nos compelem a viver entre os tóxicos letais do tempo perdido.
Lembremo-nos de que a vela acesa dentro da noite é infinitamente mais valiosa que o lustre de ouro e diamantes, lamentavelmente apagado.   
Trabalhemos hoje para merecer amanhã.
E, nesse programa de crescimento espiritual para a eternidade, a fé viva será luz do Senhor brilhando no templo de nossa alma, valendo-se do divino combustível de nosso próprio coração.   

Livro – INTERVALOS – cap 11 - Francisco C. Xavier – Emmanuel

20.7.20

Movimento Doutrina Espírita

RÉU CONFESSO

Sim, sou réu confesso dos “crimes” que me imputam, e, sendo assim, de tantos que são, listarei tão somente alguns de que, no momento, posso me recordar:
- combato, sistematicamente, o elitismo espírita;
- posiciono-me contra os Eventos espíritas pagos – sob qualquer pretexto;
- discordo da atual postura do chamado Movimento de Unificação, através do Órgãos que o representam;
- considero inaceitável a idolatria e o endeusamento de médiuns, dirigentes e oradores espíritas;
- defendo que Chico Xavier foi a reencarnação de Allan Kardec, e que a sua Obra Mediúnica é o desdobramento da Codificação;
- exalto o dinamismo da Revelação Espírita, do “Consolador Prometido”, que, para ficar eternamente conosco, não há de se estagnar em seus Fundamentos;
- proclamo, por certeza própria e por lógica inarredável, a existência da Reencarnação no denominado Mundo Espiritual;
- reitero a convicção de que Mundo Espiritual é Planeta, que a Terra é Mundo Espiritual e que a Vida Viaja na Luz;
- respeito na mulher maculada em sua honra o direito de decidir sobre a possível gravidez decorrente da violência que sofreu;
- aceito que a homossexualidade, e, de resto, as mais diversificadas vivências no campo da sexualidade sejam naturais experiências evolutivas do espírito;
- são legítimas todas as incursões sérias da Ciência que objetivam harmonizar corpo e espírito, colocando a palavra e o bisturi para trabalharem com o mesmo propósito;
- estou convicto de que a imperfeição espiritual é uma “doença”, e, por consequência, apenas os espíritos que já lograram a perfeição não mais estão sujeitos aos reflexos dessa enfermidade;
- sou adepto da evolução do “princípio inteligente”, endossando a tese de que “a alma dorme na pedra, sonha no vegetal, agita-se no animal e acorda no homem”;
- desfraldo a bandeira da liberdade de expressão e de pensamento, dando a encarnado e a desencarnado o direito de se expressarem;
- destaco que, à exceção de Jesus Cristo, todos os espíritos que, um dia, na condição de encarnados, pisaram o solo do planeta estiveram, e estão, no que dizem e no que fazem, submetidos ao seu respectivo grau de assimilação da Verdade;
- entendo que, quanto à Caridade, os que a praticam são os que mais revelam necessidade dela, e que, portanto, ela, a Caridade, se resume em indispensável exercício de amor a Deus e ao próximo;
- concluo que, por principal empreitada, o espírita, incessantemente, seja chamado a promover a sua renovação íntima;
- com toda a minha força, com toda a minha alma e com todo o meu coração, e tudo o que, em minha insignificância, eu possa ser, sustento, por fim, que, sem Jesus Cristo não há e nem pode haver Espiritismo.

INÁCIO FERREIRA - Blog Mediunidade na Internet
Uberaba – MG, 19 de Julho de 2020.

18.7.20

SONETO DE GRATIDÃO (*)

Que Deus ampare as tuas mãos benditas,
No cultivo do amor a que te entregas,
Sem reclamar do lenho que carregas
Sobre as pedras da estrada onde transitas.

Deus te abençoe as páginas escritas
E as frases de carinho, quando pregas,
Consolando a quem chora nas refregas
De uma vida de provas e desditas.

Que Deus proteja todos os teus passos,
Quando esqueces de ti, vencendo espaços,
Para viver servindo junto ao povo...

E Deus sustente as tuas energias,
Nesse labor sublime, em que porfias,
De construir na Terra um Mundo Novo!

Eurícledes Formiga - Blog Espiritismo em Prosa e Verso
(*) Em Homenagem a Chico Xavier.
Extraído do livro “Caminheiro” – Eurícledes Formiga/Carlos A. Baccelli – Editora IDE

17.7.20

Jose Carlos De Lucca

Auxílio

    Perante Deus, toda pessoa é importante.
    Faze o possível para que não deixes passar um só dia da tua existência sem prestar algum serviço ou auxílio a esse ou aquele ser vivente de qualquer espécie da natureza.

Livro: A Semente de Mostarda - Francisco C. Xavier - Emmanuel

16.7.20

CONFIANÇA EM TALISMÃ

Comentários da Questão 554 do Livros dos Espíritos

Um homem de boa fé, mesmo que seja fé cega, confiando em um talismã pode, perfeitamente, atrair Espíritos para o auxiliarem, mas não por causa do objeto em mãos e, sim, por sua fé, por seus pensamentos que entraram em ação, ou por motivo das suas necessidades e, além disso, pelo trabalho que tenha prestado à família e à sociedade. Para tanto, esse companheiro tem, como os outros homens, um protetor espiritual que o acompanha por amor, e não está atraído para junto do seu tutelado por causa de talismã,e sim pelo compromisso do passado, mediante aval que deu em favor do encarnado.
O momento presente nos pede limpeza da mente e compreensão elevada. O Cristo já se encontra novamente entre todos, vertendo água pura para os corações sedentos de amor. Não te preocupes com fenômenos que possam ocorrer, e que devem se formar pelos processos naturais da vida. O fenômeno maior entre a humanidade deve ser aquele que Jesus nos ensinou, para que todos nós pudéssemos provocá-lo: a reforma íntima das criaturas, as mudanças de comportamento. Ele falou de várias maneiras para que todos os homens entendessem, em qualquer faixa de entendimento em que se encontrassem, e para que Seus ensinamentos varassem os séculos, iluminando os milênios com o mesmo fulgor da Sua luz. Ele dizia e Marcos anotou:
Quem tem ouvidos para ouvir, ouça. (Marcos, 7:16) O mesmo Evangelho do Mestre volta renovado, brilhando na sua natureza primitiva, com o nome de Doutrina Espírita, tornando a nos falar: "quem tem ouvidos para ouvir, que ouça a palavra do Pastor, que sempre ama o Seu rebanho. Renovai, renovai e renovai, que todos, sem exceção, são filhos de Deus."
As intenções puras somente não bastam: é preciso que saibamos os caminhos a trilhar, que vivamos os ensinamentos do Evangelho em Espírito e verdade, sem apego às coisas materiais, e sem dar valor excessivo a elas. Todas as coisas abaixo do homem foram feitas por causa do homem, e não o homem por causa das coisas. O Espírito encarnado já passou por todos os reinos, e é motivo de glória para ele receber a razão e conhecer de onde veio e para onde vai, na plenitude de seus gozos espirituais.
Agora, estamos recebendo em nome do Pai que tanto nos ama, a educação devida para entrarmos na instrução necessária, saindo dos restos de ressentimentos animais que ainda nos prendem às paixões inferiores. Aos poucos homens que se encontram apegados aos talismãs e fórmulas enganosas, oremos por eles, para que em breve se enfadem das ilusões e passem, como nós passamos, para o talismã divino que se chama Amor. Esse, sim, pode irradiar invisivelmente dentro do coração e atrair Espíritos de alto porte, a nos ensinar as linhas da verdadeira fraternidade, que se divide em milhares de virtudes.
O pensamento é tudo, disciplina-o; as palavras são valiosas, coordena-as; o trabalho é força de Deus em nós, exercitemo-lo com honestidade, que a vida para nós se tornará um sol a brilhar na grande cidade de Deus, o coração.

Livro: Filosofia Espírita – João Nunes Maia – Miramez - Todos os livros Espíritas como este vendidos em nossa loja terão o lucro repassado à Casa Espírita de Oração Amor e Luz

15.7.20

DIANTE DO DINHEIRO

Examina em que se transforma o dinheiro nas tuas mãos, afim de que possas ajuizar quanto ao proveito dos recursos passageiros que o Senhor te empresta à vida.
Não é o metal ou o papel da moeda circulante que te impõem prejuízos ao coração, mas sim o próprio sentimento com que deles te vales para imergir a existência na sombra do tédio ou da enfermidade, do remorso ou da indisciplina.
* * *
Observa o que fazes e aprende a dirigir o dinheiro para que o dinheiro não te diriga.
* * *
Com alguns vinténs congregados, podes realmente adquirir a alegria e o socorro de muitos...
O leite à criança enferma e o livro que ampare a alguém...
O pão ao faminto e o remédio ao doente...
O estímulo ao companheiro que luta na solução de inquietantes problemas e a felicidade do irmão em prova, algemado a aflitivos débitos...
Muita gente, porém, mobiliza a posse de alguns dias na aquisição de dor para muitos anos, de vez que, acumulando a prata e o ouro da Terra para dominar e ferir, sujeita-se ao império de arrasadoras paixões, elevando-se pela convenção da moeda humana, à frente do mundo, e caindo em desequilíbrio diante da Eterna Lei.
* * *
Não temas o dinheiro dignamente conquistado, aprendendo, sobretudo, a produzi-lo com teu próprio suor; e, guiando-lhe os movimentos no caminho do trabalho e da luz, da caridade e da educação, terás dele feito não mais o tiranizante senhor a encarcerar-te no estranho reino do azinhavre e da usura, da irreflexão ou da delinqüência, mas sim o companheiro leal e o servo amigo, a sustentar-te os passos para o Reino de Deus.

Livro – INTERVALOS – cap 10 - Francisco C. Xavier – Emmanuel

14.7.20

ESTAMOS À ESPERA

Estamos à espera de que, os que contestam, principalmente, as obras de André Luiz, desvendando as realidades da Vida além da morte do corpo, apresentem as suas teses a respeito.
Não estamos lhes ironizando a posição doutrinária, que, cremos, continua a basear-se no que os Espíritos revelaram a Kardec em meados do século XIX.
Não obstante, semelhantes estudiosos, além de simplesmente negarem as narrativas do referido Autor espiritual, nada são capazes de acrescentar ao já existente, ou seja, ao que contém as Obras do Pentateuco.
Somos, inclusive, levados a deduzir que, contestando André Luiz, tais confrades almejam tão somente projeção pessoal – como neófitos da Doutrina, verteram, até o presente momento, aproximadamente, ½ litro de suor, contra os 10.000 litros, ou mais, que ao longo de seus 75 anos de legítimo Mandato Mediúnico, Chico Xavier derramou.
Limitam-se eles, os que se opõem à magnífica Coleção “Nosso Lar”, a dizerem: - Não aceito!...
Fácil, não é?!
Não aceita?! Então, é muito simples: com base na Codificação, proponha uma tese que, raciocinadamente, possa ser levada em consideração – possa ser levada à conta da opinião de gente grande, e não de menino metido a besta.
Ah, desculpem-me, mas eu não aguentei – prometi a mim mesmo me comportar e... Acontece, meus caros, que eu tenho lido e ouvido tanta fanfarronice, que... Bem, é melhor que eu me contenha.
O Espiritismo, em seu tríplice aspecto, é uma doutrina aberta, que avança com a evolução do pensamento – em sã consciência, não se pode dizer que o Espiritismo seja uma “doutrina pronta”, que não mais comporte horizontalizações e verticalizações do pensamento na busca pela Verdade.
Por outro lado, conforme já tivemos oportunidade de escrever alhures, os “vivos” não devem ficar na expectativa de que os “mortos” tudo lhes digam, ou revelem – se não é assim na Ciência, por que haveria de sê-lo na Filosofia, ou na Religião?!
Então, estamos na expectativa, ou, pelo menos, eu estou na expectativa de que os espíritas presentemente encarnados algo venham a acrescentar ao edifício doutrinário, com base em suas pesquisas, estudos, reflexões, mediunidades, etc.
Perdoem-me a heresia, mas espírita que carrega apenas o Pentateuco Kardeciano debaixo do braço, a rescender dogmático cecê, para mim não difere muito do judeu com o Torá, do muçulmano com o Corão, do hindu com o Bhagavad Gita, do protestante com a Bíblia, do católico com as bulas e homilias papais e... por aí vai.
Então, eu vou permanecer à espera de que alguém, em vez de mostrar a cara no Youtube, ou no Facebook, ou no Instagram, no nas Lives da “Pandemia”, disputando curtidas, possa trazer algo que nos induza a maior conhecimento da Vida nas muitas “moradas da Casa do Pai”, não se limitando à tentativa de eclipsar a luz que, até agora, não foram capazes de acender por si mesmos.

INÁCIO FERREIRA - Blog Mediunidade na Internet 
Uberaba – MG, 13 de Julho de 2020.

13.7.20

Egoísmo Orgulho

A Desarticulação da Maldade na Terra - 6

Em outras esferas, onde o desenvolvimento espiritual já se fez, percebe-se nitidamente, a evolução do traço moral.
Nestes orbes, a despeito das suas características próprias, vemos um grande número de espíritos que socorre indefinidamente outros orbes que estejam em processo evolutivo inferior ao seu.
Neste momento, por exemplo, acorre para a Terra uma quantidade significativa desses irmãos interplanetários, de diversas localidades, para dar o devido socorro que a nossa humanidade precisa.
Trabalhando em frentes distintas, estes irmãos atuam, neste instante, nos grandes centros propulsores da desordem para aplacar rebeliões em movimento que são abafadas nas suas consequências, as quais poderiam ser bem mais avantajadas.
O que se vê, muitas vezes, é a ponta do iceberg, numa apropriada figura decorativa da situação, pois os problemas e conflitos cruciantes se dão, em grande proporção, no subterrâneo da realidade física.
A pandemia do vírus da coroa em curso representa outra frente de luta e nela trabalham estes irmãos mais evoluídos, diminuindo as dores de almas sofredoras durante o sono; socorrendo em primeira hora os casos mais graves de desencarnação por esta causa; mas, também, inspiram aos cientistas de plantão para encontrar mais rapidamente o antídoto tão desejado de cura.
Esta pandemia, que tem os seus dias contados no plano espiritual e é tratada como um fenômeno esperado e natural, ainda demorará um pouco para se encerrar entre os moradores terrenos, dado que carrega em si uma carga muito grande de limpeza psíquica e energética para tantos quantos ainda necessitam expirar as suas dores interiores por intermédio de uma doença infecciosa que leve a óbito. Outros planos estão em pleno desenvolvimento e já começam a dar os seus primeiros resultados.
Nada que não esteja dentro do plano aguardado por Deus, mas que para os olhos adormecidos de muitos pode soar como algo pecaminoso ou punitivo. Nem uma coisa, nem outra. Como um rio em pleno movimento, a humanidade segue o seu trajeto em direção ao seu destino inevitável.
Aguardar catástrofes; esperar novas pandemias; receber sinais luminosos que garantam o fim dos dias; ou outro tipo de revelação surpreendente, somente alimentará a ansiedade daqueles que não pensam em outra coisa senão se safar do seu derrotismo moral ou está à caça dos holofotes midiáticos.
Esperar tudo isso para se preparar para o pior não é bom remédio para os despertos espiritualistas.
Deveis cuidar, isso sim, no combate consciente à materialidade e as vossas imperfeições; e na superação de vossas mazelas. O resto se incumbirá, espontaneamente, de se manifestar.
O aporte destes recursos extraterrenos não representa qualquer novidade para aqueles que estudam as pegadas de nossos irmãos de outras galáxias. Em todas as épocas, eles sempre estiveram presentes nos apoiando na superação das nossas limitações e impulsionando decisivamente o nosso progresso. Nesta hora, então, da separação definitiva do joio e do trigo, eles não haveriam de se furtar em mais uma vez dar o suporte necessário.
Há muitas outras frentes de atuação, em diversos países para atender diversas necessidades. Acima de todos eles, o Cristo Planetário a tudo coordena e orienta.
Nada, portanto, a temer - afirmamos sempre.
Apesar desses alertas, muitos seguidores da Boa Nova e gente de bom coração têm sido levado ao desespero nesta hora decisiva dos testes de elevação planetária.
Nossos depoimentos, por diversas fontes, têm endereço para todos, mas principalmente para aqueles que podem absorver melhor os frutos do seu progresso espiritual, haja vista que não reside mais nas questões da temporalidade da matéria.
Esta ocasião será de testemunho e não haverá prova de segunda época, a menos que ela aconteça em outra escola planetária.
Sigamos ancorados na nossa fé no nosso Mestre Jesus. É Ele - e somente Ele – que dá as contas neste momento decisivo do planeta.
Acalmemos os nossos ânimos e sigamos a nossa trajetória evolutiva particular com muito foco e disciplina, muita fé e desprendimento.

Um Agente do Bem - Blog de Carlos Pereira

12.7.20

A Matança da Floresta Amazônica

Toda vez que vou psicografar com Hélder Câmara, busco um ponto de ligação mental com ele. Geralmente, leio um texto ou vejo um vídeo dele. De uns tempos para cá, tenho o hábito de ler “Meus Queridos Amigos – As Crônicas de Dom Hélder Câmara”. Trata-se de apanhado da jornalista Tereza Rozowykwiat, publicado pela Cepe Editora, que reúne as preleções do nosso Dom que ele fazia no programa “Um Olhar sobre a Cidade”, que ia ao ar de segunda-feira a sábado, pontualmente às 7 horas, na Rádio Olinda, durante o período de 1974 a 1983.
Neste momento de psicografia, a leitura prevista intitulava-se “Atenção com a Amazônia”. Uma fala de Dom Hélder no programa de 10 de julho de 1980. Ora, são exatos 40 anos. E como o tema é atual. E como a rotina de desmatamento e desrespeito ambiental não parou. Quatro décadas e o homem, insaciável para conquistar riquezas materiais, assassina as riquezas ambientais.
O termo é este mesmo: assassinato.
Tal qual o abortamento, que mata uma criança indefesa, o desmatamento é um crime cruel, pois que mata uma árvore igualmente indefesa.
Ambos os crimes, abortamento e desmatamento, eliminam vidas. Um, abole a vida humana. O outro, aniquila a vida vegetal.
As penas para um e outro deveriam, portanto, ser as mesmas e considerados crimes hediondos, crimes de atentado à humanidade.
O homem, porém, faz vistas grossas ao abortamento e tolera o desmatamento.
A vida, no entanto, reage.
Contra o morticínio da vida física brota a indignidade, a indiferença, a desfaçatez com a vida humana, onde todos nos tornamos um nada, uma coisa qualquer, algo inútil que se descarta.
Contra a mortandade das matas agita o subsolo, impulsiona os ventos, desequilibra o ecossistema e, mais cedo ou mais tarde, a resposta vem em forma de vendavais, seca, infertilidade do solo, paralisa ambiental.
Quando será que o homem vai descobrir que é um atentado a vida e, consequentemente, um atentado a Deus, assassinar crianças e árvores?
Quando será que o homem aprenderá a conviver harmoniosamente com a vida das matas e florestas, extraindo dela o que realmente necessita para sua sobrevivência?
Ela até agradece e faz isso de bom gosto.
Insensível, escravo do dinheiro corrompido, desvirgina-se a nossa mata atlântica e amazônica, o nosso cerrado e outras fontes abundantes de natureza vegetal. 
A exploração desmedida de nossos recursos naturais é uma demonstração da imaturidade espiritual. A esses homens, o preço divino, não em forma de castigo, mas de justiça, é implacável.
As nações mais desenvolvidas do mundo já acordaram, há algum tempo, para esta verdade verdadeiríssima e combatem todos aqueles que causam estes crimes ambientais.
O Brasil, potência ambiental do século 21, se comporta como um ente menor. Rebaixa-se a favor do capital predador e se torna o mais ínfimo dos países.
Transforma riqueza vegetal – e também mineral – em vergonha internacional.
O próprio capital está se civilizando, vejam que paradoxo, enquanto alguns homens se revelam como as piores das criaturas por desrespeitar a vida de seus irmãos de natureza.
Muitos países já criam boicote a países e produtos que não seguem os rigores dos protocolos internacionais de convivência pacífica e harmoniosa com a natureza.
Este governo que aí está é conivente com a morte de milhões de “criaturas vegetais”. É parceiro do capital torpe e sanguinário. Se outros governos combatiam o desmatamento com algum zelo, mas ainda assim foram incompetentes para frear a matança ambiental, este se entrega a um raciocínio selvagem da antivida.
Neste caso, não chamem os índios nativos de selvagens porque seria outra agressão a sua condição. Os nativos conscientes são os primeiros protetores da divina floresta, seus guardiões leais há séculos.
O homem não tardará a despertar para este morticínio. Espero, sinceramente, que não seja tarde demais.
Forças antagônicas ao Cristo de Deus, agem na alimentação da ganância destes capitalistas exploradores dos bens da humanidade. Incutem em suas mentes entorpecidas a necessidade de mais e mais mortes de árvores. Tornam-se parceiros dos mais atrasados agentes da maldade no planeta.
Terra devastada para quê?
Não tem o homem, o brasileiro em especial, a consciência de que as terras existentes para o plantio já são mais que suficientes para a subsistência nacional e de colaboração ao abastecimento planetário por décadas à frente?
Injusto o que se faz com a floresta amazônica e atlântica. O ser material se locupleta a revelia da sua essência espiritual.
Por essa razão, a Mãe Terra grita, esbraveja, de maneira veloz, e causará distúrbios de alta proporção, infelizmente.
O homem incauto e adoecido ela volúpia por mais capital vai atirar em si mesmo. Que pena! É o preço a pagar pela sua incúria e infantilidade espiritual.
Um grande movimento internacional existe para combater essa ação letal sobre nossas florestas, principalmente a amazônica. Outro, também, se agiganta a cada dia nas cercanias espirituais para agir contra este estado de coisas.
As prisões de delinquentes dessa espécie aqui na dimensão espiritual são rigorosas, diria impiedosas, porque é o mal deliberado e enlouquecido, uma distância de Deus declarada.
Ajamos, quanto pudermos, para aplacar a fúria do capital alienante e dos governantes insensíveis.
Papa João Paulo II, visionário como sempre, derramai a vossa atenção a esta causa de todos nós para que um dia não vejamos mais o homem, na sua sanha feroz, destruir seus irmãos em natureza.

Helder Camara - Blog Novas Utopias

11.7.20

FICA SEM

Quem não sabe dar valor
Ao pouco que tem, mas tem,
Por conta de desamor,
Perde tudo e fica sem.

Eurícledes Formiga - Blog Espiritismo em Prosa e Verso
(Página recebida pelo médium Carlos A. Baccelli, em reunião do Lar Espírita “Pedro e Paulo”, na manhã de sábado do dia 4 de Junho de 2020, em Uberaba – MG).

10.7.20

Passe Cura Magnética

AURA HUMANA

"Todos os seres vivos, dos mais rudimentares aos mais complexos, se revestem de um "halo energético" que lhes corresponde à natureza."
Considerando-se toda célula em ação por unidade viva, qual motor microscópico, em conexão com a usina mental, é claramente compreensível que todas as agregações celulares emitem radiações e que essas radiações se articulem, através de sinergias funcionais, a se constituírem de recursos que podemos nomear por "tecidos de força", em torno dos corpos que as exteriorizam.
Todos os seres vivos, por isso, dos mais rudimentares aos mais complexos se revestem de um "halo energético" que lhes corresponde à natureza.
No homem, contudo, semelhante projeção surge profundamente enriquecida e modificada pelos fatores do pensamento contínuo que, em se ajustando às emanações do campo celular, lhe modelam, em derredor da personalidade, o conhecido corpo vital ou duplo etéreo de algumas escolas espiritualistas, duplicata mais ou menos radiante da criatura.
Nas reentrâncias e ligações sutis dessa túnica eletromagnética de que o homem se entraja, circula o pensamento, colorindo-a com com as vibrações e imagens de que se constitui, aí exibindo, em primeira mão, as solicitações e os quadros que improvisa, antes de irradiá-los no rumo dos objetos e das metas que demanda.
Aí temos, nessa conjugação de forças físico-químicas e mentais, a aura humana, peculiar a cada indivíduo, interpenetrando-o, ao mesmo tempo que parece emergir dele, à maneira de campo ovóide, não obstante a feição irregular em que configura, valendo por espelho sensível em que todos os estados da alma se estampam com sinais característicos e em que todas as idéias se evidenciam, plasmando telas vivas, quando perduram em vigor e semelhança, como no cinematógrafo comum.
Fotosfera psíquica, entretecida em elementos dinâmicos, atende à cromática variada, segundo a onda mental que emitimos, retratando-nos todos os pensamentos em cores e imagens que nos respondem aos objetivos e escolhas, enobrecedoras ou deprimentes.

Livro: Evolução em Dois Mundos, Chico Xavier/Waldo Vieira/André Luiz

CAMPO DA AURA
- Articulando, ao redor de si mesma, as radiações das sinergias funcionais das agregações celulares do campo físico ou do psicossomático, a alma encarnada ou desencarnada está envolvida na própria aura ou túnica de forças eletromagnéticas, em cuja tessitura circulam as irradiações que lhe são peculiares.
Evidenciam-se essas irradiações, de maneira condensada, até um ponto determinado de saturação, contendo as essências e imagens que lhe configuram os desejos no mundo íntimo, em processo espontâneo de auto-exteriorização, ponto esse do qual a sua onda mental se alonga adiante, atuando sobre todos os que com ela se afinem e recolhendo naturalmente a atuação de todos os que se lhe revelam simpáticos.
E, desse modo, estende a própria influência que, à feição do campo proposto por Einstein, diminui com a distância do fulcro consciencial emissor, tornando-se cada vez menor, mas a espraiar-se no Universo infinito.

Livro: Mecanismos da Mediunidade, Chico Xavier/Waldo Vieira/André Luiz 

9.7.20

Olhar de Menino

Que beleza tem a flor. Ela simplesmente é o que é. 
Nossa, quando perdemos a capacidade de olhar a sua beleza? 
Ela pode ser vista de diferentes maneiras e situações. 
Há aqueles que a veem como a própria natureza em essência e há outros que passam e veem apenas um colorido qualquer. 
Eu as vejo com os olhos de menino. 
Menino curioso, menino aprendiz. 
Como é bom ser curioso na vida. 
Acho que a vida só faz sentido, só se mostra bela e alegre quando temos olhos de menino. Quem perdeu ou esqueceu essa capacidade de olhar com olhos de menino, morreu e não sabe. 
Por isso, eu acho que o Menino Deus falou que mundo era das crianças, de quem tivesse a pureza das crianças. 
Quando é que o homem vai lembrar esta verdade esquecida? 
Lembrar que já foi criança, já foi aprendiz, já foi curioso? 
Em que parte da sua história ele perdeu essa consciência transformadora? 
Eu sei que a vida tem muitos afazeres. Eu sei que a vida nos tira do foco maior das coisas boas. Leva-nos a preocupações várias, mas eu acho que há um jeito de compartilhar as duas coisas ou fazer com que elas possam andar juntas. 
A vida teria muito mais sentido e graça se a gente tivesse esse olhar. 
Fico por aqui pensando para onde vai a humanidade. Conheço a sisudez, a imponência e o desacato com essas coisas mais verdadeiras. 
A vida tem lá as suas complexidades e não é o nosso desejo deixá-la mais simples? 
Quando é que todos terão novamente o olhar de livre do menino feliz?

Rubem Alves - Blog de Carlos Pereira