30.9.18

Sentimento de Esperança


O QUE ACHA DO MOMENTO ATUAL DO BRASIL?
- Um momento de indefinições políticas e isso preocupa a todos nós que temos compromisso com essa imensa nação.
HÁ UM CLIMA DE MUITA DISPUTA, DE DESUNIÃO, DE CONFLITO. ISSO NÃO É BOM.
- Verdade! Mas há também um sentimento de esperança. As pessoas querem ser felizes, é um clamor geral. Quem é pobre quer ver a vida melhorar. Quem está desempregado quer arrumar um bico que seja para seu sustento. Todo mundo quer ser feliz e isso é justo. Uma eleição geral como essa vai ao encontro do anseio popular por melhores dias. Neste ponto de vista, uma eleição é mais que bem-vinda porque renova a esperança da nossa gente.
INSISTO NA DIVISÃO DESSA NOSSA GENTE COMO O SR. FALA, DE MANEIRA EXAGERADA, É PREOCUPANTE.
- Claro, não vou me esquivar de falar sobre isso, mas não vamos esperar que meu posicionamento aqui agradará a toda a gente, pelo contrário, posso ser acusado de subversivo por uns ou de intransigente por outros, mas o que vejo e defendo não pode fugir da minha história de coerência com o que sempre lutei quando estava fisicamente aí entre vocês.
O QUE TEM A DIZER?
- Não posso e não devo aplacar a esperança de quem quer que seja, peço, no entanto, que pensem direito antes de dar o seu voto. Eu sei que vivemos um instante difícil no nosso País. Há violência crescente, há desemprego, há desordem institucional, há muitos conflitos. É natural que o povo, de maneira geral, queira dar um fim a tudo isso. É natural também que um discurso fácil e inflamante ganhe corpo a essa expectativa geral. Portanto, vejo com bons olhos a indignação popular em lutar contra o que está errado, mas não posso ficar calado quando ouço pregarem mais violência para acabar com a violência, impor o autoritarismo na condução da coisa pública, criar um sentimento de desunião diante dos problemas uns dos outros. Com relação a esse estado de coisas, inquieta-me profundamente.
SEJAMOS MAIS DIRETOS, POR FAVOR, SE POSSÍVEL. HÁ DETERMINADO CANDIDATO QUE PREGA ALGO MAIS RADICAL. É NOTÓRIA A SUA POSTURA NESTE SENTIDO. HÁ DIVERSAS FALAS DELE DEFENDENDO UMA AÇÃO MAIS ENÉRGICA E FRONTAL CONTRA TUDO ISSO. É ISTO QUE LHE IMPACIENTA?
- Sempre exerci meus compromissos com o outro pautado no diálogo. Temos que conhecer e aceitar o outro como ele é, o que não implica dizer que vamos concordar. Eu acho que é preciso ponderar alguns aspectos. Por exemplo, a força é importante em determinados casos, mas não pode representar a bandeira de luta de quem quer que seja, ela deve ser a exceção e não a regra. O arbítrio que vivi nos meus dias na Terra significava o uso total da força em desrespeito aos direitos mínimos de toda a gente. Isso não pode acontecer de novo, jamais. O que desejamos é a construção de um País pacificado, unido num mesmo propósito, de conciliação e de paz, apesar dos conflitos que são naturais. A ternura, o entendimento, a docilidade, a boa conversa pode desarmar completamente uma guerra. Não creio que a intolerância deva predominar diante dos problemas do povo.
O POVO ESTA CANSADO, ESTÁ SOFRIDO DEMAIS, QUER UM ALÍVIO PARA AS SUAS DORES...
- É verdade, eu vejo isso muito claramente do lado de cá da vida. Vejo também que forças antagonizantes ao bem se aproveitam desse estado de coisas para pregar o ódio e a desordem. Ora, isto eu não posso admitir jamais.
HÁ PERIGO DE UMA CISÃO NO NOSSO PAÍS?
- Quero crer que não, mas não podemos ficar de braços cruzados esperando isto acontecer. Façamos a nossa parte e sejamos cautelosos diante do porvir. Desesperar, jamais, como bem dizia o poeta. Ficar parado de braços cruzados também posso dizer: jamais!
O QUE DIZER AO NOSSO POVO SOFRIDO? O QUE ESPERAR DESSA ELEIÇÃO?
- A eleição nada mais é do que a expressão livre do nosso povo. Se não agimos certo, vamos ter que nos submeter a quem escolheu nossos destinos pelo voto. Então, a solução é também votar. O seu voto é importante, seja ele qual for, no entanto, exerça a sua cidadania consciente sempre e não esporadicamente.
PARTICULARMENTE, TEMO EM NÃO FICAR COM OPÇÕES QUE DESEJARIA NO SEGUNDO TURNO. ESTE SENTIMENTO, CREIO, É DE MUITA GENTE. SE ISTO VIER A OCORRER, COMO DEVEMOS PROCEDER?
- Votando. O voto é sagrado, o que não quer dizer que concorde totalmente com o candidato. Eles, os políticos, devem estar submetidos à vontade do povo e não o povo submetido a vontade desses políticos. A luta partidária, o engajamento político deve ser ato contínuo numa democracia e não um encontro esporádico com as urnas. Se estamos vivendo uma situação desagradável é porque os que se preocupam com a política a utilizam diariamente e o restante da população somente de vez em quando. Então, dá nisso que está.
SEU CONSELHO...
- Amar sempre é a melhor solução para qualquer conflito. Busquem nisso uma razão de viver e um comportamento nas relações. Ele haverá de dar as respostas que precisamos. É o que penso. De resto, deixemos que a vontade de Deus presida os nossos dias e aprendamos com nossos atos. Assim seja!

Helder Câmara – Blog Novas Utopias

29.9.18

ALVORADA


Eis que desponta a luz que se irradia,
Vencendo a longa noite de pavor,
Que inda resiste, em gritos de estertor,
Ao Sol da Nova Era – um lindo dia...

Na noite que imperava, o mal jazia
Espalhando em surdina treva e dor,
Sem que se detivesse em seu furor,
Porquanto eternizar-se ele queria...

Porém, o mal no mundo é transitório,
E o Sol, a levantar-se no zimbório,
Acende sobre a Terra a madrugada...

E no horizonte a escuridão imensa,
Que promovera tanta desavença,
Por ordem de Jesus faz-se Alvorada!...

Cruz e Sousa

(Página recebida pelo médium Carlos A. Baccelli, em reunião pública do Lar Espírita “Pedro e Paulo”, na manhã de sábado do dia 22 de setembro de 2018, em Uberaba – MG).

28.9.18

AOS IRMÃOS INTERNAUTAS


        Queridos irmãos Internautas: Jesus nos abençoe!
        Em nosso post desta semana, gostaríamos apenas de passar à reflexão de vocês - de vocês que não têm medo de pensar! - alguns pontos que julgamos de suma importância para nossa melhor compreensão da Vida - sem dogmas e sem qualquer receio de crítica dos que, infelizmente, ainda se prendem à Ortodoxia da Fé, esquecidos de que a Fé, proclamada por Allan Kardec, é fruto da Razão.
       Em "O Livro dos Espíritos", na questão 180, o Codificador indaga:  - "Ao passar deste mundo para outro, o espírito conserva a inteligência que tinha aqui?" Atentemos - mas atentemos mesmo - para a resposta: - "Sem dúvida, pois a inteligência nunca se perde. Mas ele pode não dispor dos mesmos meios para a manifestar. Isso depende da sua superioridade e da idade do corpo que adquirir".
       Em termos de reencarnação, o que nos sugere pensar: "... e da idade do corpo que adquirir"?
       Em seguida, na questão de número 183, o Codificador volta a perguntar:  - "Passando de um mundo para outro, o espírito passa por nova infância?" Vejamos a resposta que, igualmente, não deixa de ser intrigante: - "A infância é por toda parte uma transição necessária, mas não é sempre tão estúpida como entre vós".
       Aviso aos "patrulheiros" que não estou inventando nada! Se tiverem em casa um exemplar de "O Livro dos Espíritos", é só conferir e... estudar!
       Como se tal não bastasse, Chico Xavier, que era médium e profeta, disse o que foi anotado por R. A. Ranieri, em sua obra "Chico Xavier, o Santo de Nossos Dias" - várias pessoas ouviram o que Chico falou e que, por vezes, repetia: - "Olhe, gente, a Ciência vai desenvolver o ser humano no laboratório. Eles (os cientistas) vão fabricar um enorme útero no laboratório e aí dentro vão gerar o ser. Levarão talvez de duzentos a quatrocentos anos, até conseguirem realizar. Mas vão realizar. Aí libertarão a mulher do parto.
       - E tem outra coisa. Nesse útero, os espíritos vão reencarnar, tudo direitinho, sem problema. Esse fato não vai alterar coisa alguma: a Ciência vai conseguir isso. Ora, o avanço da Ciência é obra da Espiritualidade através dos missionários.
       Creio que já seja bastante material, não?
       Como é que, diante de tais declarações, os ortodoxos vão explicar o processo da reencarnação, que nem sempre acontece de maneira tão bonitinha como no caso de Segismundo, narrado por André Luiz? (vide "Missionários da Luz")
       E outra: Como entendermos a postura de certos companheiros de Doutrina, muitos deles médicos, inclusive, contrariando o avanço da Ciência?
       Nós, os espíritas, não somos "donos" da Reencarnação!
       Na magistral Introdução que escreveu para "O Livro dos Espíritos", Kardec considerou: "Necessita-se de anos para fazer-se um médico medíocre e três quartas partes da vida para se fazer um sábio (em minha opinião, Kardec aqui foi excessivamente generoso), mas quer-se obter em algumas horas a Ciência do Infinito! Que ninguém, portanto, se iluda: o estudo do Espiritismo é imenso; liga-se a todas as questões da Metafísica e da ordem social; é todo um mundo que se abre ante nós. Será de espantar que ele exija tempo, e muito tempo, para a sua realização?"
       Em Kardec, nem tudo está explícito - o próprio Codificador sabia disso, menos alguns adeptos da Doutrina que enchem o peito para dizer: - "Se não está em Kardec, é antidoutrinário!..."
       Desculpem-me, mas haverá pranto e ranger de dentes!...

INÁCIO FERREIRA – Blog Mediunidade na Internet

27.9.18

ANTE AS PORTAS LIVRES


Ante as portas livres de acesso ao trabalho cristão e ao conhecimento salutar que André Luiz vai desvelando, recordamos prazerosamente a antiga lenda egípcia do peixinho vermelho.
No centro de formoso jardim, havia grande lago, adornado de ladrilhos azul-turquesa.
Alimentado por diminuto canal de pedra, escoava suas águas, do outro lado, através de grade muito estreita.
Nesse reduto acolhedor, vivia toda uma comunidade de peixes, a se refestelarem, nédios e satisfeitos, em complicadas locas, frescas e sombrias. Elegeram um dos concidadãos de barbatanas para os encargos de rei, e ali viviam, plenamente despreocupados, entre a gula e a preguiça.
Junto deles, porém, havia um peixinho vermelho, menosprezado de todos.
Não conseguia pescar a mais leve larva, nem refugiar-se nos nichos barrentos.
Os outros, vorazes e gordalhudos, arrebatavam para si todas as formas larvárias e ocupavam, displicentes, todos os lugares consagrados ao descanso.
O peixinho vermelho que nadasse e sofresse. Por isso mesmo era visto, em correria constante, perseguido pela canícula ou atormentado de fome.
Não encontrando pouso no vastíssimo domicilio, o pobrezinho não dispunha de tempo para muito lazer e começou a estudar com bastante interesse.
Fez o inventário de todos os ladrilhos que enfeitavam as bordas do poço, arrolou todos os buracos nele existentes e sabia, com precisão, onde se reuniria maior massa de lama por ocasião de aguaceiros.
Depois de muito tempo, à custa de longas perquirições, encontrou a grade do escoadouro.
A frente da imprevista oportunidade de aventura benéfica, refletiu consigo:
— “Não será melhor pesquisar a vida e conhecer outros rumos?”
Optou pela mudança.
Apesar de macérrimo pela abstenção completa de qualquer conforto, perdeu várias escamas, com grande sofrimento, a fim de atravessar a passagem estreitíssima.
Pronunciando votos renovadores, avançou, otimista, pelo rego d’água, encantado com as novas paisagens, ricas de flores e sol que o defrontavam, e seguiu, embriagado de esperança ...
Em breve, alcançou grande rio e fez inúmeros conhecimentos.
Encontrou peixes de muitas famílias diferentes, que com ele simpatizaram, Instruindo-o quanto aos percalços da marcha e descortinando-lhe mais fácil roteiro.
Embevecido, contemplou nas margens homens e animais, embarcações e pontes, palácios e veículos, cabanas e arvoredo.
Habituado com o pouco, vivia com extrema simplicidade, jamais perdendo a leveza e a agilidade naturais.
Conseguiu, desse modo, atingir o oceano, ébrio de novidade e sedento de estudo.
De Inicio, porém, fascinado pela paixão de observar, aproximou-se de uma baleia para quem toda a água do lago em que vivera não seria mais que diminuta ração; impressionado com o espetáculo, abeirou-se dela mais que devia e foi tragado com os elementos que lhe constituíam a primeira refeição diária.
Em apuros, o peixinho aflito orou ao Deus dos Peixes, rogando proteção no bojo do monstro e, não obstante as trevas em que pedia salvamento, sua prece foi ouvida, porque o valente cetáceo começou a soluçar e vomitou, restituindo-o às correntes marinhas.
O pequeno viajante, agradecido e feliz, procurou companhias simpáticas e aprendeu a evitar os perigos e tentações.
Plenamente transformado em suas concepções do mundo, passou a reparar as infinitas riquezas da vida. Encontrou plantas luminosas, animais estranhos, estrelas móveis e flores diferentes no seio das águas. Sobretudo, descobriu a existência de muitos peixinhos, estudiosos e delgados tanto quanto ele, junto dos quais se sentia maravilhosamente feliz.
Vivia, agora, sorridente e calmo, no Palácio de Coral que elegera, com centenas de amigos, para residência ditosa, quando, ao se referir ao seu co­meço laborioso, veio a saber que somente no mar as criaturas aquáticas dispunham de mais sólida garantia, de vez que, quando o estio se fizesse mais arrasador, as águas de outra altitude continuariam a correr para o oceano.
O peixinho pensou, pensou... e sentindo imensa compaixão daqueles com quem convivera na infância, deliberou consagrar-se à obra do progresso e salvação deles.
Não seria justo regressar e anunciar-lhes a verdade? não seria nobre ampará-los, prestando-lhes a tempo valiosas informações? Não hesitou.
Fortalecido pela generosidade de irmãos benfeitores que com ele viviam no Palácio de Coral, empreendeu comprida viagem de volta.
Tornou ao rio, do rio dirigiu-se aos regatos e dos regatos se encaminhou para os canaizinhos que o conduziram ao primitivo lar.
Esbelto e satisfeito como sempre, pela vida de estudo e serviço a que se devotava, varou a grade e procurou, ansiosamente, os velhos companheiros.
Estimulado pela proeza de amor que efetuava, supôs que o seu regresso causasse surpresa e entusiasmo gerais. Certo, a coletividade inteira lhe celebraria o feito, mas depressa verificou que ninguém se mexia.
Todos os peixes continuavam pesados e ociosos, repimpados nos mesmos ninhos lodacentos, protegidos por flores de lótus, de onde saiam apenas para disputar larvas, moscas ou minhocas desprezíveis.
Gritou que voltara a casa, mas não houve quem lhe prestasse atenção, porquanto ninguém, ali, havia dado pela ausência dele.
Ridicularizado, procurou, então, o rei de guelras enormes e comunicou-lhe a reveladora aventura.
O soberano, algo entorpecido pela mania de grandeza, reuniu o povo e permitiu que o mensageiro se explicasse.
O benfeitor desprezado, valendo-se do ensejo, esclareceu, com ênfase, que havia outro mundo liquido, glorioso e sem fim. Aquele poço era uma Insignificância que podia desaparecer, de momento para outro. Além do escoadouro próximo desdobravam-se outra vida e outra experiência. Lá fora, corriam regatos ornados de flores, rios caudalosos repletos de seres diferentes e, por fim, o mar, onde a vida aparece cada vez mais rica e mais surpreendente. Descreveu o serviço de tainhas e salmões, de trutas e esqualos. Deu notícias do peixe-lua, do peixe-coelho e do galo-do-mar. Contou que vira o céu repleto de astros sublimes e que descobrira árvores gigantescas, barcos imensos, cidades praieiras, monstros temíveis, jardins submersos, estrelas do oceano e ofereceu-se para conduzi-los ao Palácio de Coral, onde viveriam todos, prósperos e tranquilos. Finalmente os informou de que semelhante felicidade, porém, tinha igualmente seu preço. Deveriam todos emagrecer, convenientemente, abstendo-se de devorar tanta larva e tanto verme nas locas escuras e aprendendo a trabalhar e estudar tanto quanto era necessário à venturosa jornada.
Assim que terminou, gargalhadas estridentes coroaram-lhe a preleção.
Ninguém acreditou nele.
Alguns oradores tomaram a palavra e afirmaram, solenes, que o peixinho vermelho delirava, que outra vida além do poço era francamente impossível, que aquela história de riachos, rios e oceanos era mera fantasia de cérebro demente e alguns chegaram a declarar que falavam em nome do Deus dos Peixes, que trazia os olhos voltados para eles unicamente.
O soberano da comunidade, para melhor ironizar o peixinho, dirigiu-se em companhia dele até à grade de escoamento e, tentando, de longe, a travessia, exclamou, borbulhante:
— “Não vês que não cabe aqui nem uma só de minhas barbatanas? Grande tolo! vai-te daqui! não nos perturbes o bem-estar... Nosso lago é o centro do Universo... Ninguém possui vida igual à nossa! ..
Expulso a golpes de sarcasmo, o peixinho realizou a viagem de retorno e instalou-se, em definitivo, no Palácio de Coral, aguardando o tempo.
Depois de alguns anos, apareceu pavorosa e devastadora seca.
As águas desceram de nível. E o poço onde vi­viam os peixes pachorrentos e vaidosos esvaziou-se, compelindo a comunidade inteira a perecer, atolada na lama...

26.9.18

DISTINÇÃO DOS PENSAMENTOS


Questão 464 do Livro dos Espíritos

Devemos analisar o que nos é sugerido, para que possamos saber de onde partem os pensamentos que chegam à nossa casa mental. É fácil distinguir os pensamentos bons dos maus, bastando um pouco de razão, para que possamos entender. No entanto, se estamos acostumados às coisas vãs, percebemos que os pensamentos são inferiores, mas a ligação deles com os nossos escapa à vigilância, de modo que eles nos dominam os sentimentos.
O condicionamento é um fato; se nos acostumamos a fazer o bem, a disciplinar a nossa mente, os pensamentos inferiores não acham guarida no nosso campo mental. Eles sempre investirão contra nosso caráter, porém, não achando sintonia, se desfazem e procuram outra moradia onde se instalam, por terem encontrado seus iguais.
Já falamos muitas vezes que os nossos pensamentos não são contínuos; atuam, mais ou menos de acordo com a escala evolutiva a que pertencemos. E sendo assim, eles têm intervalos, e é nesses intervalos que nos são sugeridas muitas ideias que se consorciam com as nossas. Se os bons Espíritos só bons conselhos sugerem, cabe a nós outros, onde estivermos, analisarmos os pensamentos que despontam na nossa casa mental e aceitá-los ou rejeitá-los.
As palavras que vêm nos são inspiradas, e, se são boas colaboram com a nossa grandeza, com o nosso crescimento espiritual. Vejamos o que diz Paulo a Timóteo, na sua segunda carta àquele companheiro: Mantém o padrão das sãs palavras que de mim ouviste com a fé e com o amor que há em Cristo Jesus. Devemos observar se são sãs as palavras que ouvimos; se forem, elas estão ligadas em Jesus, por serem da ordem do amor universal. É o que devemos fazer com os nossos irmãos em caminho, não perdermos tempo, mas trabalhar com as palavras elevadas para despertar elevação nos que ouvem, como sendo um trabalho de luz, na iluminação das criaturas que se encontram em dificuldades de se desembaraçar dos liames inferiores das trevas e das ilusões.
Devemos pensar com ordem, falar com harmonia e escrever na justa posição dos sábios, para que possamos ajudar melhor e servir com mais eficiência. O estudante das verdades espirituais deve observar seus próprios pensamentos. Em muitos casos, precisa verificar se pensa automaticamente, sem levar as ideias ao crivo da razão, pois nesse automatismo pode o homem sofrer duras consequências das suas ideias indesejadas. Deve compreender que tudo na vida deve ser vigiado, para que não cresçam em nós as tentações. Pensemos bem no que vamos falar a alguém. As palavras, são de luz e podem levantar caídos, fazer andar os paralíticos e aumentar a esperança nos sofredores de toda ordem.
Deves saber que os caídos mais difíceis de levantar são aqueles que se consideram inúteis à sociedade; os mais arruinados pela paralisia são os que esmorecem no trabalho do bem, e os maiores sofredores são os que ignoram as leis de Deus. Vê bem o quanto podes fazer por eles, por esses companheiros que se encontram na retaguarda, pedindo ajuda e consolo. Quando começares a perceber maus pensamentos em tua cabeça, não deves orar para expulsar os que estão emitindo as ideias maléficas; ora por eles e passa, daquela hora em diante, a desejar e a fazer o bem a eles. Desta forma, estás cooperando para as mudanças de ideias dos que pensam desordenadamente. Em muitos casos, inimigos invisíveis passam a ser companheiros de jornada, no grande amor que transforma e que eleva.
O melhor meio de ajudar a quem não sabe pensar é dar-lhe o exemplo das qualidades nobres, pela vivência dia-a-dia.

Livro: Filosofia Espírita – João Nunes Maia – Miramez - Todos os livros Espíritas como este vendidos em nossa loja terão o lucro repassado à Casa Espírita de Oração Amor e Luz.

25.9.18

DOENÇAS ESCOLHIDAS


Questão 259

Convictos de que o Espírito escolhe as provações que experimentará na Terra, quando se mostre na posição moral de resolver quanto ao próprio destino, é justo recordar que a criatura, durante a reencarnação, elege, automaticamente, para si mesma, grande parte das doenças que se lhe incorporam às preocupações.
Não precisamos lembrar, nesse capítulo, as grandes calamidades particulares, quais sejam o homicídio, de que o autor arrasta as consequências na forma de extrema perturbação espiritual, ou o suicídio frustrado, que assinala o corpo daquele que o perpetra com dolorosos e aflitivos remanescentes.
Deter-nos-emos, de modo ligeiro, no exame das decisões lamentáveis, que assumimos quando enleados no carro físico, se saber que lhe martelamos ou desagregamos as peças.
Sempre que já tenhamos deixado as constrições do primitivismo, todos sabemos que a prática do bem é simples dever e que a prática do bem é o único antídoto eficiente contra o império do mal em nós próprios.
Entretanto, rendemo-nos, habitualmente, às sugestões do mal, criando em nós não apenas condições favoráveis à instalação de determinadas moléstias no cosmo orgânico, mas também ligações fluídicas aptas a funcionarem como pontos de apoio para as influências perniciosas interessadas em vampirizar-nos a vida.
Seja na ingestão de alimento inadequado, por extravagâncias à mesa, seja no uso de entorpecentes, no alcoolismo mesmo brando, no aborto criminoso e nos abusos sexuais, estabelecemos em nosso prejuízo as síndromes abdominais de caráter urgente, as úlceras gastrintestinais, as afecções hepáticas, as dispepsias crônicas, as pancreatites, as desordens renais, as irritações do cólon, os desastres circulatórios, as moléstias neoplásicas, a neurastenia, o traumatismo do cérebro, as enfermidades degenerativas do sistema nervoso, além de todo um largo cortejo de sintomas outros, enquanto que na crítica inveterada, na inconformação, na inveja, no ciúme, no despeito, na desesperação e na avareza, engendramos variados tipos de crueldade silenciosa com que, viciando o próprio pensamento, atraímos o pensamento viciado das Inteligências menos felizes, encarnadas ou desencarnadas, que nos rodeiam.
Exteriorizando ideias conturbadas, assimilamos as idéias conturbadas que se agitam em torno de nosso passo, elementos esses que se nos ajustam ao desequilíbrio emotivo, agravando-nos as potencialidades alérgicas ou pesando nas estruturas nervosas que conduzem a dor.
Mantidas tais conexões, surgem frequentemente os processos obsessivos que, muitas vezes, sem afetarem a razão, nos mantêm no domínio das enfermidades – fantasmas que nos esterilizam as forças e, pouco a pouco, nos corroem a existência.
Guardemo-nos, assim, contra a perturbação, procurando o equilíbrio e compreendendo no bem – expressando bondade e educação – a mais alta fórmula para a solução de nossos problemas.
E ainda mesmo em nos sentindo enfermos, arrastando-nos embora, aperfeiçoemo-nos ajudando aos outros, na certeza de que, servindo ao próximo, serviremos a nós mesmos, esquecendo, por fim, o mercado da invigilância onde cada um adquire as doenças que deseja para tormento próprio.

Livro “Religião dos Espíritos” –  Francisco C. Xavier – Emmanuel – Todos os livros Espíritas como este vendidos em nossa loja terão o lucro repassado à Casa Espírita de Oração Amor e Luz.

24.9.18

XVIII – REFLEXÕES SOBRE O LIVRO “LIBERTAÇÃO”


– ANDRÉ LUIZ/CHICO XAVIER

No capítulo III, de “Libertação”, após descrever a materialização de Matilde, espírito domiciliado em Dimensões de transcendência, André descreve o diálogo que travado entre ela e Gúbio, que haveriam de se empenhar no resgate de Gregório.
Gregório, habitando uma Dimensão Subcrostal, denominada “Trevas”, despencara de grande altura, pois que, de Papa que houvera sido, segundo Matilde, passara a desempenhar “a detestável função de grande sacerdote em mistérios ocultos”, e chefiava “condenável falange de centenas de outros espíritos desditosos, cristalizados no mal...”.
Matilde ainda afirma que, por séculos, esperava pela renovação de Gregório.
Veja-se como, nas sendas da evolução, os espíritos, em certas circunstâncias, podem se afastar uns dos outros – alguns continuam “ganhando altura”, enquanto muitos se lançam a profundos desfiladeiros...
Não obstante, os espíritos que avançam prosseguem se sentindo no dever de estender as mãos àqueles da retaguarda, qual a Divina Exemplificação do Senhor, que não hesitou em tomar corpo na Terra para socorrer as desgarradas ovelhas de Seu rebanho.
*
Matilde, em conversa com Gúbio, esclarece a respeito de Gregório: “Há cinquenta anos, porém, já consigo aproximar-me dele, mentalmente. Recalcitrante e duro, a princípio, Gregório agora experimenta algum tédio, o que constitui uma bênção nos corações infiéis ao Senhor.”.
É da Lei Divina que os espíritos, por mais empedernidos, se “cansem” do mal, porque contrário à sua natureza... À espera desse “momento psicológico”, os Espíritos Benfeitores que os espreitam à distância, agem com presteza. Em respeito ao seu livre arbítrio, deixam-nos com as suas decisões e escolhas, mas, ao seu mais leve desejo de renovação, eles se apresentam, e, então, organizam missões de resgate como as que André Luiz descreve em “Libertação”.
*
Lindas e profundas estas palavras de Matilde: “Irmão Gúbio, perdoa-me o pranto que não significa mágoa ou esmorecimento... Na pauta do julgamento humano comum, meu filho espiritual será talvez um monstro... Para mim, contudo, é a joia primorosa do coração ansioso e enternecido. Penso nele qual se houvera perdido a pérola mais linda num mar de lama e tremo de alegria ao considerar que vou reencontrá-lo... Não é paixão doentia que vibra em minhas palavras. É o amor que o Senhor acendeu em nós, desde o princípio. Estamos presos, diante de Deus, pelo magnetismo divino, tanto quanto as estrelas que se imantam umas às outras, no império universal.”.
Não olvidemos, nas palavras de Matilde, que até os “monstros” têm mães... Sim, o que seria de nós outros, espíritos recalcitrantes no mal, sem o amor de nossas mães, que a tudo renunciam para aconchegar-nos ao seu peito?!...
*
Gúbio, simplesmente responde: “Nobre Matilde! estamos prontos. Dita ordens! Por mais que fizéssemos por tua alegria, nosso esforço seria pobre e pequenino, diante dos sacrifícios em que te empenhas por nós todos.”.
Matilde se fizera Benfeitora de muitos, e, agora, solicitava a alguns deles que a auxiliassem na libertação do espírito pelo qual se sentia responsável – Gregório!
Para obtermos intercessão em favor dos que amamos, carecemos de interceder em benefício daqueles que são amados por outros.
*
Em seguida, Matilde anuncia a sua volta ao corpo para breve, principalmente com o intuito de receber Gregório na condição de filho... Ela ainda esclarece que Gregório, com o passar do tempo, haveria de receber muitos daqueles que integravam as falanges do mal sob o seu comando. Certamente, haveria de permanecer à frente de alguma Instituição assistencial de amparo aos mais desvalidos.
Notemos assim que, na maioria das vezes, fazer o Bem não é uma missão, mas um resgate.

INÁCIO FERREIRA – Blog Mediunidade na Internet
Uberaba – MG, 24 de setembro de 2018.

23.9.18

O Desafio de Amar


O bem haverá de preponderar sobre o mal. É este o destino inevitável de todos nós e do planeta. Não há como pensar num futuro de paz e compreensão senão fizermos do outro um irmão de verdade.
Pode parecer estapafúrdio imaginar que alguém que tirou a vida do próximo, que milita nas hostes da maldade, que subtrai o que é alheio, dizer-se que é irmão, mas irmão o é.
Eu sei que haverá uma repulsa espontânea em pensar desse jeito. É natural que se pense: eu tenho compromisso é com o bem e não com quem faz o mal. Ele não é meu irmão.
Eu sei também que devemos nos orientar por uma máxima deixada pelo Nosso Senhor Jesus Cristo há algum tempo: amai uns aos outros como eu vos amei.
Ora, perguntarão outros, como posso amar a quem tirou a vida de meu filho? Como posso amar alguém que me tirou tudo que eu tinha? Como posso amar alguém que não gosta de mim?
É este o desafio imposto pelo Cristo. Disse Ele que mérito haveria de ter em amarmos apenas aqueles a quem nos ama?
O desafio de amar é tamanho que exige o esforço de sair de si e ir ao encontro do outro, mesmo que esse outro esteja temporariamente envolvido em trevas.
Esse seu irmão, esse nosso irmão, precisa, mais que os outros, de nosso amor. É assim que se precisa pensar. E agir.
Agir no sentido de deixa-lo ciente de que o que faz está errado. Agir na direção de fazê-lo pagar pelos erros que cometeu nos rigores da lei. Agir também na perspectiva de recuperação desse irmão em agonia consigo mesmo.
O que não se pode, o que não se imagina, é que um Cristão, que tenha consciência do que se denomina seguir ao Cristo, pense em eliminar outro irmão. Subjugá-lo à tortura. Diminuir-lhe os direitos.
Alguém dirá: mas ele fez isto conosco, deve receber a mesma pena.
Meus filhos, se Deus, nosso Pai Amantíssimo, reagisse conosco com essa forma de pensar, talvez a humanidade ficasse restrita a um punhado de pessoas – e olhe lá!
O perdão é a ferramenta humana da superação da maldade. A oportunidade de mudança é o caminho para a renovação do ser humano. Nós não podemos, sob o signo da nossa civilidade, devolver na mesma moeda aquilo que nos foi infringido. Se assim o fosse, estaria estabelecido definitivamente o regime do caos, da balbúrdia e da desesperança.
A mensagem magnânima do amor trazida por Jesus nunca foi tão oportuna para o mundo e particularmente para o nosso País nesta quadra tão difícil que atravessa.
Alguém acredita de verdade que a destruição de outro ser humano ou de alguém que pensa diferente de você é o caminho da salvação de um povo?
Rogamos a Deus que a paz envolva o coração de todos os nossos irmãos brasileiros. Que a boa vontade seja expressa em ações concretas de regeneração do outro. Que tenhamos a lucidez necessária nas nossas principais decisões.
O País pede por calma e compreensão. Não podemos voltar o passo, mas seguir em frente, olhar novos horizontes, vislumbrar novas paragens. Àqueles que desejam o retrocesso, a barbárie, a violência como resposta a violência, conclamo que olhem para dentro de si e vejam que são, como todos os nossos demais irmãos, fagulhas divinas que devem brilhar intensamente para o bem e para a paz. Se atualmente isto não acontece, observemos a responsabilidade individual e coletiva e consertemos o que se deixou à beira da estrada nessa trajetória de construção de nosso País.
Trabalhemos pela vitória do bem.
Marchemos pela esperança de novos dias.
Sejamos agentes da paz e da propagação do amor.
Helder Camara – Blog Novas Utopias

22.9.18

A CARIDADE


A Caridade é a sacrossanta escola
Do Amor que nos educa o coração,
Acendendo mais luz na escuridão
Da ignorância que se desconsola...

A Caridade é a abençoada esmola
Do Céu para quem vive em provação,
Neste vale de sombra e de aflição,
À distância da paz de que se isola...

A Caridade é a fonte de água pura,
A derramar-se da Celeste Altura
Sobre as almas na Terra tão sedentas...

É o Bem que entre as dores nos induz
A trabalhar, em nome de Jesus,
Pacificando todas as tormentas!...

AUTA DE SOUZA – Blog Espiritismo em Prosa e Verso
(Página recebida pelo médium Carlos A. Baccelli, em reunião pública do Lar Espírita “Pedro e Paulo”, na manhã do dia 15 de setembro de 2018, em Uberaba – MG).

21.9.18

BONECA, A CACHORRA DE CHICO XAVIER


ANIMAIS E ESPIRITUALIDADE

Chico Xavier tinha uma cachorra de nome Boneca, que sempre esperava por ele, fazendo grande festa ao avistá-lo.
Pulava em seu colo, lambia-lhe o rosto como se o beijasse. O Chico então dizia: - Ah Boneca, estou com muitas pulgas!
Imediatamente ela começava a coçar o peito dele com o focinho.
Boneca morreu velha e doente. Chico sentiu muito a sua partida. Envolveu-a no mais belo xale que ganhara e enterrou-a no fundo do quintal, não sem antes derramar muitas lágrimas.
Um casal de amigos, que a tudo assistiu, na primeira visita de Chico a São Paulo, ofertou-lhe uma cachorrinha idêntica à sua saudosa Boneca.
A filhotinha, muito nova ainda, estava envolta num cobertor e os presentes a pegavam no colo, sem contudo desalinhá-la de sua manta.
A cachorrinha recebia afagos de cada um. A conversa corria quando Chico entrou na sala e alguém colocou em seus braços a pequena cachorra.
Ela, sentindo-se no colo de Chico, começou a se agitar e a lambê-lo. - Ah Boneca, estou cheio de pulgas! disse Chico.
A filhotinha começou então a caçar-lhe as pulgas e parte dos presentes, que conheceram a Boneca, exclamaram: "Chico, a Boneca está aqui, é a Boneca, Chico!"
Emocionados perguntamos como isso poderia acontecer. O Chico respondeu: - Quando nós amamos o nosso animal e dedicamos a ele sentimentos sinceros, ao partir, os espíritos amigos o trazem de volta para que não sintamos sua falta.
É, Boneca está aqui, sim e ela está ensinando a esta filhota os hábitos que me eram agradáveis.
Nós seres humanos, estamos na natureza para auxiliar o progresso dos animais, na mesma proporção que os anjos estão para nos auxiliar.
Por isso, quem maltrata um animal é alguém que ainda não aprendeu a amar.

Texto de Adelino da Silveira

20.9.18

Algodão

    Talvez você já tenha dito ou ouvido a infeliz afirmativa: Se eu uso drogas, o problema é meu, e ninguém tem nada a ver com isso. A droga só a mim prejudica.
    Se você pensa dessa maneira, gostaríamos de lhe convidar a fazer algumas reflexões a respeito, sob outro ponto de vista. Você já deve ter visto, ao vivo, pela TV ou nos jornais, a triste imagem de uma criança de oito anos de idade ou de um adolescente de doze, com uma metralhadora na mão, a serviço dos traficantes de drogas, não é mesmo?
    São cenas chocantes e deprimentes, você há de convir...No entanto, você jamais deve ter pensado que, usando drogas, está colocando o dinheiro na mão do traficante para que ele compre a arma e a coloque nos ombros dessas crianças. Você já deve ter visto o sórdido espetáculo de uma mãe desesperada, com o coração sangrando e o rosto banhado em pranto, debruçada sobre o cadáver do filho querido que foi morto tentando fazer com que a mercadoria chegasse às suas mãos. Você, que é consumidor, talvez não tenha se dado conta, mas é um dos responsáveis pela violência gerada nesse disputado mercado das drogas. Você, que é usuário de drogas, ainda que seja de vez em quando, está contribuindo com a corrupção nutrida no submundo das drogas, e fomentando a disputa sangrenta pelo consumidor, que enche os bolsos dos poderosos do tráfico, dizimando vidas e matando esperanças.
    Lamentavelmente, a grande maioria desses consumidores não percebe que o mal que causam está longe de ser um problema seu, como afirmam.
    Não se dão conta de que seu vício é alimentado com sangue e lágrimas de muitos. Em nome da satisfação de seu egoísmo, o consumidor de drogas deixa um rastro de sangue sem precedentes... E responderá por isso perante as Leis Divinas, sem dúvidas. As mídias noticiaram o assassinato de um jornalista, que foi executado a sangue frio pelos donos do pedaço, que ele invadira, no cumprimento do seu dever de profissional comprometido com a verdade.
    O povo se manifestou. Houve passeatas, protestos e pedidos de justiça. Muito louvável, não há dúvida.
    Mas, quantos daqueles que empunharam a bandeira da paz e da justiça não terão contribuído para que aquela execução se realizasse?
    Quantos executivos que, sentados em suas poltronas de luxo criticam a violência, sem se dar conta de que esta é alimentada pela farta mesada que colocam nas mãos de filhos viciados. Você há de concordar que não haveria esse mercado infame das drogas se não houvesse o consumidor.
    Quando vemos a cínica expressão de um prisioneiro que comanda o terror de dentro da prisão, temos que admitir que ele age dessa forma porque tem costas quentes, e está seguro de que nada lhe acontecerá.
    E você, que é consumidor de drogas, está financiando esse mercado bilionário, alimentando esses tiranos cruéis que enriquecem graças a sua frágil vontade de encarar a vida de frente e de mente lúcida.
    Mas essas não são as únicas desgraças que um viciado provoca. Há aquelas que acontecem dentro do seu próprio lar. Aquelas capazes de dilacerar um coração de mãe ou de pai, de irmão ou de filho, com atitudes inconsequentes e egoístas.
    Se você ainda não havia pensado nessa questão sob esse ponto de vista, pense agora. E, se pensar com sinceridade, perceberá que o vício está longe de ser um problema só seu, que só a você prejudica. Faça um balanço urgente e tome a decisão acertada: boicote as drogas. Empobreça esses abutres que se alimentam das vidas dos dependentes descuidados.
    Se lhe faltarem as forças, busque ajuda de profissionais especializados e confie seu coração àquele que foi e continua sendo o maior Psicoterapeuta de todos os tempos: Jesus Cristo.
    Seu atendimento é gratuito, basta buscá-Lo através da oração.
    Se as drogas ainda não destruíram por completo o seu senso crítico, reflita agora sobre tudo isso e mude o rumo dos seus passos.
    Temos certeza de que você conseguirá.

Zilda Santiago

19.9.18

NATUREZA DO PRIMEIRO IMPULSO


Questão 463 do Livro dos Espíritos

Nem sempre os primeiros impulsos são os certos. Todos os pensamentos que surgirem em nossa mente carecem de análise, de modo a saber de onde eles vêm e quais são as suas induções espirituais. Se o primeiro impulso mental for de amor e de caridade, de paz e de honestidade, certamente que devemos alimentá-lo, todavia, se ele for voltado para o mal, em várias insinuações de tal diretiva, convém expulsá-lo do convívio da mente, enquanto é tempo, para que não faça parte da nossa vida.
Estamos no meio de ondas mentais diversas, mas atraímos o que somos. Se existem em nós motivos para escândalos, pensamentos afins aproximar-se-ão dos nossos intervalos mentais, a nos inspirar sobre o que existe convivendo conosco. Novamente repetimos as palavras do Evangelho: precisamos “vigiar e orar” constantemente acerca das nossas intenções e sugestões. Eis porque Deus colocou o trabalho em nossos caminhos; a atenção no labor nos desvia de muitos males, que vêm em nossa direção.
Já analisaste quantos pensamentos negativos se aninham em tua cabeça todos os dias? São nuvens deles, e muitos vêm de fora, pela afinidade que encontram dentro de ti. Eles são quais os animais que se alimentam de capim: quando encontram uma invernada rica em alimento, às vezes quebram a cerca e não desejam sair mais enquanto existe alimento farto. Não deves servir repasto a essas idéias, para que elas não se enraízem em teu mundo íntimo, criando problemas para o teu coração. É nesse sentido que a Doutrina Espírita reclama do profitente o conhecimento e a prática da caridade. A caridade faz ambiente de luz, de sorte que os maus pensamentos não encontrem ambiente para morar na cidade da mente.
O homem, para alcançar a nobreza de caráter, precisa despertar valores espirituais no seu mundo interno, passar a vivê-los todos os dias. Aí o policiamento contra as trevas é seguro, porque onde existe a verdade, não se fala em mentira; onde se fala em fraternidade, não se pensa em egoísmo; onde se fala em perdão, não se fala em violência; onde se fala em amor, esquecem-se completamente todas as ilusões e paixões terrenas.
O Espírito se torna livre, ganhando a vida com mais fulgor, por trilhar os caminhos da felicidade. Se queres ser feliz, analisa os primeiros e últimos impulsos. Se eles estiverem na sintonia do Cristo, todos são bons, se não, merecem reparo, e deves ficar à espera de novas idéias, para novas seleções. É fácil para o cristão compreender as necessidades da alma, no que se refere ao Evangelho de Jesus. Ele nos guia e nos dá a entender o de que mais precisamos para viver bem.
A alma deve aprender a orar e a vigiar, de maneira que não caia em novas tentações, pelos pensamentos que viajam nos espaços, procurando casa para morar. Cada mente é uma casa. Cuidemos da nossa, de maneira que ela possa viver bem arejada, vibrando no bem e perfumada de amor, mostrando Deus e Cristo em todas as Suas expressões.
Não deves ser influenciado pelos primeiros pensamentos que surgirem na tua cabeça. Analisa de onde eles procedem. Para isso é que tens a razão. Deves mostrar o que aprendeste no correr dos anos, sobre a tua mente, os teus pensamentos, as tuas ideias, valorizando o que tens, para que Cristo te recompense pelo que és.

Livro: Filosofia Espírita – João Nunes Maia – Miramez - Todos os livros Espíritas como este vendidos em nossa loja terão o lucro repassado à Casa Espírita de Oração Amor e Luz.

18.9.18

DOENÇAS ESCOLHIDAS

Questão 259

Convictos de que o Espírito escolhe as provações que experimentará na Terra, quando se mostre na posição moral de resolver quanto ao próprio destino, é justo recordar que a criatura, durante a reencarnação, elege, automaticamente, para si mesma, grande parte das doenças que se lhe incorporam às preocupações.
Não precisamos lembrar, nesse capítulo, as grandes calamidades particulares, quais sejam o homicídio, de que o autor arrasta as consequências na forma de extrema perturbação espiritual, ou o suicídio frustrado, que assinala o corpo daquele que o perpetra com dolorosos e aflitivos remanescentes.
Deter-nos-emos, de modo ligeiro, no exame das decisões lamentáveis, que assumimos quando enleados no carro físico, se saber que lhe martelamos ou desagregamos as peças.
Sempre que já tenhamos deixado as constrições do primitivismo, todos sabemos que a prática do bem é simples dever e que a prática do bem é o único antídoto eficiente contra o império do mal em nós próprios.
Entretanto, rendemo-nos, habitualmente, às sugestões do mal, criando em nós não apenas condições favoráveis à instalação de determinadas moléstias no cosmo orgânico, mas também ligações fluídicas aptas a funcionarem como pontos de apoio para as influências perniciosas interessadas em vampirizar-nos a vida.
Seja na ingestão de alimento inadequado, por extravagâncias à mesa, seja no uso de entorpecentes, no alcoolismo mesmo brando, no aborto criminoso e nos abusos sexuais, estabelecemos em nosso prejuízo as síndromes abdominais de caráter urgente, as úlceras gastrintestinais, as afecções hepáticas, as dispepsias crônicas, as pancreatites, as desordens renais, as irritações do cólon, os desastres circulatórios, as moléstias neoplásicas, a neurastenia, o traumatismo do cérebro, as enfermidades degenerativas do sistema nervoso, além de todo um largo cortejo de sintomas outros, enquanto que na crítica inveterada, na inconformação, na inveja, no ciúme, no despeito, na desesperação e na avareza, engendramos variados tipos de crueldade silenciosa com que, viciando o próprio pensamento, atraímos o pensamento viciado das Inteligências menos felizes, encarnadas ou desencarnadas, que nos rodeiam.
Exteriorizando ideias conturbadas, assimilamos as ideias conturbadas que se agitam em torno de nosso passo, elementos esses que se nos ajustam ao desequilíbrio emotivo, agravando-nos as potencialidades alérgicas ou pesando nas estruturas nervosas que conduzem a dor.
Mantidas tais conexões, surgem frequentemente os processos obsessivos que, muitas vezes, sem afetarem a razão, nos mantêm no domínio das enfermidades – fantasmas que nos esterilizam as forças e, pouco a pouco, nos corroem a existência.
Guardemo-nos, assim, contra a perturbação, procurando o equilíbrio e compreendendo no bem – expressando bondade e educação – a mais alta fórmula para a solução de nossos problemas.
E ainda mesmo em nos sentindo enfermos, arrastando-nos embora, aperfeiçoemo-nos ajudando aos outros, na certeza de que, servindo ao próximo, serviremos a nós mesmos, esquecendo, por fim, o mercado da invigilância onde cada um adquire as doenças que deseja para tormento próprio.

Livro “Religião dos Espíritos” –  Francisco C. Xavier – Emmanuel – Todos os livros Espíritas como este vendidos em nossa loja terão o lucro repassado à Casa Espírita de Oração Amor e Luz.

17.9.18

XVII – REFLEXÕES SOBRE O LIVRO “LIBERTAÇÃO”


XVII – REFLEXÕES SOBRE O LIVRO “LIBERTAÇÃO” – ANDRÉ LUIZ/CHICO XAVIER

No desdobramento do capítulo III – “Entendimento” –, André Luiz nos traz impressionantes revelações, qual, por exemplo, a materialização de espíritos no Plano Espiritual (destacamos). Realmente, apenas semelhante detalhe faz uma enorme diferença, de vez que, por dedução, podemos concluir que o Mundo Espiritual é constituído por múltiplas Dimensões, e que os espíritos desencarnados, habitantes do Plano imediato à Crosta Terrestre, também estão rodeados por uma “população” invisível aos seus sentidos.
Os mais diversos Planos Espirituais, ou Planetas Espirituais, se interpenetram, ou, caso prefiram, conectam-se, com a matéria mais rarefeita de uns permeando a matéria mais concreta de outros.
André narra, com minúcias, uma sessão de materialização ocorrida em “gracioso templo” do Mundo Espiritual, com a presença de “doadores de fluidos”, ou seja, de médiuns de ectoplasmia – sim, de ectoplasmia no Além!...
*
Permitam-nos a indagação: o fenômeno de ectoplasmia no Mundo Espiritual, ou de materialização temporária de espíritos habitantes de superior Dimensão, não lhes parece endossar a tese da Reencarnação no Mundo Espiritual?! Se os espíritos, habitantes de Dimensão Mais Alta, para fazerem-se perceber nas Dimensões Espirituais inferiores, carecem de se materializar temporariamente, não careceriam de reencarnar, caso “descessem” para a execução de uma tarefa que nelas lhes exigisse um tempo de permanência mais longo?!...
*
A narrativa de André Luiz não deixa margem a qualquer dúvida: “Os doadores de energia radiante, médiuns de materialização em nosso plano, se alinhavam, não longe, em número de vinte.”
Em seguida, ele descreve a liberação do ectoplasma e a materialização do espírito de uma mulher: “Esbranquiçada nuvem de substância leitosa-brilhante adensa-se em derredor e, pouco a pouco, desse bloco de neve translúcida, emerge a figura viva e respeitável de veneranda mulher.”
Voltamos a insistir: como os espíritas estudiosos podem aceitar o fenômeno da materialização no Mundo Espiritual descrito por André Luiz, e negar a reencarnação no Mundo Espiritual, quando, conforme sabemos, a reencarnação nada mais é que uma materialização do espírito sobre a Terra, em tempo de maior duração?!...
*
Após a materialização da referida senhora que viera de encontro a duas filhas, encorajando-as nas lutas da evolução, André começa a narrar a materialização de Matilde, mãe de Gregório, personagens centrais do livro “Libertação”.
Matilde dirigindo-se, particularmente, a Gúbio, lhe diz: “Irmão Gúbio, agradeço-te o concurso dadivoso. Creio haver chegado, efetivamente, o instante de aceitar-te a ajuda fraterna, em favor da libertação de meu infortunado Gregório. Espero, há séculos, pela renovação e penitência dele.”
Quantas lições preciosas! Sim, por vezes, necessitamos de esperar séculos pela oportunidade de aproximação daqueles que mais amamos, com o intuito de libertá-los... Gregório havia sido o Papa Gregório IX, nascido em 1145, em Anagni, Itália. Chamava-se, então, Ugolino Conti. Fora ele o organizador da Inquisição Pontifícia, e, por ironia, um grande admirador de Francisco de Assis, que ele próprio canonizara dois anos após a desencarnação do Poverello.
Quanto se desviara!...

INÁCIO FERREIRA – Blog Mediunidade na Internet
Uberaba – MG, 17 de setembro de 2018.

16.9.18

O Destino do Brasil


Até onde vai o País?
O que não se sabe é que todos estão envolvidos, de uma maneira ou de outra, no destino dessa imensa nação.
Quem queira duvidar disso vai ter que se transportar para outro País imediatamente ou descarregar as suas heranças psíquicas e culturais que ainda alimenta na alma.
Fugir do embate que se avizinha é bastante cômodo, mas fica aqui uma reflexão: valerá a pena deixar de participar da reconstrução de um país por não querer passar pelas agruras da luta?
Àqueles que simplesmente desejam estar num país pronto, ajustado, de economia estável, serviços públicos eficientes, faz, no fundo, um gesto de egoísmo. É compreensível, mas deixar de usufruir do embate de forças, do aprendizado na diversidade, da renovação das mentalidades... Respeite-se!
Àqueles, porém, que se deixam levar pelo idealismo de um país melhor no futuro saibam de início que não será tarefa fácil e rápida, até porque construção alguma que se deseje consistente e operosa se faz num piscar de olhos.
As agruras a que me refiro serão de todas as ordens.
No campo da política, aquela que hoje os brasileiros mais se digladiam, estamos assistindo a um embaraço de forças que não se ajustam ao novo ditame que o planeta deseja. Algumas propostas revisionistas do status quo são mal digeridas e muitos querem mesmo é que tudo mude, mas ficando exatamente do jeito que está. Ora, como pode se conviver com tanta injustiça e ficar de braços cruzados?
A política é sim uma arena de enfrentamento, mas de ideias e não de pessoas. É lá que se deve debater novos rumos. Coincidência ou não, arena quer dizer local onde as pessoas convivem e lutam por seus ideais. A arena política atual está contaminada por valores intrínsecos a sobrevivência. Como não foram resolvidos alguns problemas básicos, a agenda política se curva a discutir o essencial, embora de forma atabalhoada. Tudo, absolutamente tudo, tem a sua razão de ser e o povo, no fundo, grita por melhores dias, apesar de parte dele não saber exatamente como e quem pode trazer isso para si. Aguardemos a evolução dos fatos que trarão respostas para nossos questionamentos.
No campo da educação, porém, é que encontraremos mais respostas para o que desejamos. Se na política escolhemos o nosso destino, na educação – ou na sua ausência – ele está escolhido para nós. No íntimo de cada um é que está a formação do amanhã, a educação burila vontades e pensamentos e faz desabrochar o que de melhor cada um possui. A arena política vibra na dissonância, a ambiência educacional vibra em luzes e progresso.
No campo da saúde devemos verificar a que ponto estamos contribuindo ou não para que as pessoas fiquem doentes. E doença, neste caso, não se resume simplesmente a sintomas desagradáveis, mas, sobretudo, ao que emitimos uns com os outros e qual é o nosso comportamento individual perante os embates da vida. Saúde integral e não apenas a do corpo físico. O organismo humano é mais complexo do que um conjunto de sistemas a serem estudados e combalidos por algum medicamente específico.
No campo do saber jurídico, onde se processam a execução das leis, está outro fator de redenção planetária e particularmente no nosso País. Leis, temos aos montes. Efetividade delas é que temos carência. Buscar justiça pelas próprias mãos já se demonstrou no passado que é ineficaz, mas fazer com que os instrumentos da lei sejam exemplarmente postos em prática é o caminho que seguem as civilizações humanizadas do planeta. Sem justiça, não há progresso social e tudo pode se transformar num imenso caos.
O Brasil vive, entre outros aspectos de entendimento, um período de autoafirmação, mas ainda não sabe direito para onde ir. Sabe o que não quer, porém, não tem um entendimento mais largo de para onde deverá ir.
Enquanto isso, vai colecionar, naturalmente, o resultado de suas próprias escolhas. Acertará, errará, ficará decepcionado, uma frustração aqui, outra acolá. E, paulatinamente, vai respirar novos ares de democracia e justiça. Tudo acontecerá aos poucos, mas experimentaremos inevitavelmente dias difíceis.
A procura por um espaço democrático também significa a busca de uma liberdade consciente. Se desejamos mudar o que esta aí comecemos por mudar a nossa forma de pensar e de agir. Quem promove as mudanças senão nós mesmos¿
Luta, embate, choque, conflito, serão naturais. Se, entretanto, houver consequência a tudo que aprouver, encontraremos mais espaço para o acerto e conserto das coisas.
Venha para este novo País que haveremos de construir. Você fará falta se não contribuir com sua opinião e ação. Todos nós somos os responsáveis pelo nosso amanhã e de nosso País.

Joaquim Nabuco  - Blog Reflexões de um Imortal

15.9.18

BRASIL, DEUS TE PROTEJA


Brasil, Deus te abençoe, Deus te guarde,
Em teu destino nobre e sobranceiro
De Pátria do Evangelho do Cordeiro,
E dos golpes das trevas te resguarde...

Deus te proteja para que não tarde,
Na História, o teu instante alvissareiro,
Em que hás de brilhar como um luzeiro
No Coração do Mundo sem alarde...

Deus te conduza às bênçãos do porvir,
Sempre na paz que, um dia, há de florir,
Ao cumprires, assim, o teu fanal...

Que o teu lindo pendão de excelsos brilhos,
Não se tinja com o sangue de teus filhos,
Ante a força do Bem que vence o mal!...

Pedro de Alcântara – Blog Espiritismo em prosa e verso
(Página recebida pelo médium Carlos A. Baccelli, em reunião pública do Lar Espírita “Pedro e Paulo”, na manhã de sábado do dia 8 de setembro de 2018, em Uberaba – MG).

14.9.18


ÁLCOOL E OBSESSÃO

    A obsessão mundial pelo álcool, no plano humano, corresponde a um quadro apavorante de vampirismo no plano espiritual. A medicina atual ainda reluta - e infelizmente nos seus setores mais ligados ao assunto, que são os da psicoterapia - em aceitar a tese espírita da obsessão. Mas as pesquisas parapsicológicas já revelaram, nos maiores centros culturais do mundo, a realidade da obsessão. De Rhine, Wickland, Pratt, nos Estados Unidos, a Soal, Carington, Price, na Inglaterra, até a outros para-psicólogos materialistas, a descoberta do vampirismo se processou em cadeia. Todos os parapsicólogos verdadeiros, de renome científico e não marcados pela obsessão do sectarismo religioso, proclamam hoje a realidade das influências mentais entre as criaturas humanas, e entre estas e as "mentes desencarnadas".
    As quadras de Cornélio Pires sobre a obsessão alcoólica não são apenas uma brincadeira poética. Elas nos mostram - num panorama visto do lado oculto da vida -a própria mecânica desse processo obsessivo. Espíritos inimigos, (que ofendemos gravemente em existências anteriores), excitam-nos o desejo inocente de "tomar um trago". Aceitamos a "ideia maluca" e espíritos vampirescos são atraídos pelas emanações alcoólicas do nosso corpo. Daí por diante, como aconteceu a Juca de João Dório, "enveredamos na garrafa" e vamos" parar no sanatório. Os espíritos vampirescos são viciados que morreram no vício e continuam no mundo espiritual inferior, aqui mesmo na Terra, buscando ansiosamente os seus "tragos". Satisfazem-se com as emanações alcoólicas de suas vítimas e continuam a sugá-las como vampiros psíquicos.
    Nas instituições espíritas bem dirigidas esse processo é bastante conhecido, e são muitos os infelizes que se salvam após um tratamento sério. Nos hospitais espíritas as curas são numerosas. Veja-se a obra do Dr. Inácio Ferreira: Novos Rumos à Medicina, relatando as curas realizadas no Hospital Espírita de Uberaba. Não é só a obsessão alcoólica que está em jogo nos processos obsessivos. Os desvios sexuais oferecem um contingente talvez maior e mais trágico do que o do álcool, porque mais difícil de ser tratado.
    Tem razão o poeta caipira ao advertir que "álcool, para ajudar, é cousa de medicina". Só nas aplicações médicas o álcool pode ser usado como remédio. Mas temos de acrescentar, infelizmente, que os médicos de olhos fechados para a realidade espiritual não estão em condições de atender aos casos de alcoolismo. Os grupos espíritas e as associações alcoólicas obtêm resultados mais positivos, quando em tratamentos bem dirigidos.

por: Irmão Saulo
Pseudônimo utilizado por José Herculano Pires

13.9.18

Acima / abaixo


   Não se esqueça de que, qualquer que seja sua posição na vida, há sempre dois níveis a observar: os que estão acima e os que estão abaixo de você.
   Procure colocar-se algumas vezes na posição de seus chefes; e outras vezes na posição de seus subordinados.
   Assim você poderá compreender ao vivo os problemas que surgem dos dois lados.
   E, desta forma, poderá ajudar melhor a uns e a outros.

12.9.18

ORIGEM DOS PENSAMENTOS NOS HOMENS INTELIGENTES


Questão 462 do Livro dos Espíritos

As idéias que nos são sugeridas partem de duas fontes: elas podem ser de dentro de nós e de fora. Quando se esgota o manancial das deduções, a alma apela para outras fontes, mesmo sem compreender de onde vem o socorro para as suas necessidades.
Todo sábio, em todas as ordens do saber humano, tem seus momentos de meditações, por onde canaliza para o seu ser as respostas das suas variadas perguntas mentais, no silêncio das suas ideias. E sempre nos intervalos dos seus pensamentos aparecem outros, como se fossem seus. É a sugestão de fora, dos Espíritos que o assistem nas suas lutas. Muitas vezes, ele tem revelações em sonho, quando se junta a outros sábios desencarnados, onde aprende muitas coisas que buscava entender preso na carne. Alguns deles, os mais espiritualizados, conhecem a fonte de todo saber, outros o ignoram, mas, de vez em quando dedicam alguns minutos pensando nesse fenômeno.
No final, sobre todos os trabalhos na Terra, de todas as invenções que beneficiam os homens, podemos afirmar que tudo vem de Deus. Como pensar sem o milagre da Sua presença? Os estudiosos de amanhã notarão que Deus está presente, agindo e nos sugerindo toda a sabedoria, todo o amor, no aprendizado universal.
Quando os homens encontram as equações de um plano que beneficia a humanidade, esse plano já existe em dimensões espirituais que escapam à consciência humana. Os Espíritos encarnados têm o trabalho de perceber, de buscar na fonte geratriz o que lhes traz conforto e bem-estar. Os chamados inventores do mundo, em muitos casos, visitam em sonho os planos espirituais, e lá aprendem a ciência. Voltando ao corpo, passam a pensar, lembrando em sequência o que já existe há muito no mundo da verdade.
Aquilo que é gerado dentro do ser é maturação de ideias que as lembranças fazem viver, e o que vem de fora são inspirações de Espíritos que afinizam com o receptor e lhe falam, pelo pensamento, os detalhes do que por ventura queiram transmitir. Assim, tudo no mundo surge com base na mente, e a palavra é instrumento incomparável para que se materialize o que se projeta na mente.
Cuidemos dos nossos pensamentos, analisando todos os dias o que pensamos. Comparemos nossas ideias e testemos todos os ideais, porque, dessa forma, se todos tiverem esse cuidado, abrir-se-ão caminhos para a felicidade, mesmo na Terra. Tudo vem dos pensamentos; educados, eles transmitem novas esperanças. Os Espíritos mais velhos poderão ajudar aos da retaguarda com as suas experiências.
Precisamos confiar em Deus e em Cristo, porque o Mestre dos mestres é o canal do Senhor por onde a luz nos bafeja com todo o seu esplendor, de forma que a paz possa ser encontrada por esse meio, como nos prova o Evangelho, herança do Divino Messias para todas as criaturas da Terra. Procurarmos nos instruir por dentro é nosso maior dever, no entanto, abençoemos o que existe fora de nós, pois a força exterior é obediente à interna, de modo a nos falar em todas as direções que somos filhos de Deus, sujeitos à Sua influência, e certificando-nos de que nada nos falta para a nossa felicidade.
Peçamos a Jesus que nos ajude no entendimento e não nos deixe sem realizações, porque, se o Pai trabalha sempre e Jesus não para, não queremos, igualmente, ficar fora do cinetismo divino do amor.

Livro: Filosofia Espírita – João Nunes Maia – Miramez - Todos os livros Espíritas como este vendidos em nossa loja terão o lucro repassado à Casa Espírita de Oração Amor e Luz.

11.9.18

DIZES-TE


Reunião pública de 23-2-59
Questão nº 888

Dizes-te pobre; entretanto, milionários de todas as procedências dar-te-iam larga fortuna por ínfima parte do tesouro de tua fé.
Dizes-te desorientado; contudo, legiões de companheiros, cujo passo a cegueira física entenebrece, comprar-te-iam por alta recompensa leve migalha da visão que te favorece, para contemplarem pequena faixa da Natureza.
Dizes-te impedido de praticar o bem; todavia, multidões de pessoas algemadas aos catres da enfermidade oferecer-te-iam bolsas repletas por insignificante recurso da locomoção com que te deslocas, de maneira a se exercitarem no auxílio dos outros.
Dizes-te desanimado, sem te recordares, porém, de que vastas fileiras de mutilados estariam dispostos a adquirir, com a mais elevada cota de ouro, a riqueza de teus pés e a bênção de teus braços.
Dizes-te em provação, mas ouvidas que, na triste enxovia dos manicômios, inúmeros sofredores cederiam quanto possuem para que lhes desses um pouco de equilíbrio e lucidez.
Dizes-te impossibilitado de ajudar com a luz da palavra; no entanto, mudos incontáveis fariam sacrifícios ingentes para deter algum recurso do verbo claro que te vibra na boca.
Dizes-te desamparado; entretanto,  milhões de criaturas dariam tudo o que lhes define  a posse na vida para usar um corpo harmônico qual o teu, a fim de socorrerem os filhos da expiação e do sofrimento.
Por que és, não lavres certidão de incapacidade contra ti mesmo.
Lembra-te de que um sorriso de confiança, uma prece de ternura, uma frase de bom ânimo, um gesto de solidariedade e um minuto de paz não têm preço na Terra.
Antes de censurar o irmão que traz consigo a prova esfogueantes das grandes propriedades, sai de ti mesmo e auxilia o próximo que, muita vez, espera simplesmente uma palavra de entendimento e de reconforto, para transferir-se da treva à luz.
E, então, perceberás que a beneficência é o cofre que devolve patrimônios temporariamente guardados a distância das necessidades alheias, e que a caridade, lídima e pura, é amor sempre vivo, a fluir, incessante, do amor de Deus.

Livro “Religião dos Espíritos” –  Francisco C. Xavier – Emmanuel – Todos os livros Espíritas como este vendidos em nossa loja terão o lucro repassado à Casa Espírita de Oração Amor e Luz.