31.3.17

AFLIÇÕES

    Multiplicam-se as aflições no mundo, agigantando os corações humanos.
    Algumas invitam à superação, todas, porém, com finalidade depurativa, para quem lhes suporta a presença.
    Nem todos os homens, porém, logram entendê-las, a fim de conduzi-las conforme seria o ideal.
    Em razão disso, há aflições que anestesiam os sentimentos, como outras que desarticulam o equilíbrio, levando a alucinações e resultados infelizes...
    Os aflitos tropeçam nos campos da ação redentora, e porque tresvariados pelo inconformismo e pela
rebeldia, agridem e são agredidos.
    Não obstante, as aflições atuais têm as suas nascentes nos atos passados, próximos ou remotos de cada ser e da sociedade em geral, que devem ser reparados.
    A oportunidade da aflição é bênção, porque objetiva reeducar e propiciar crescimento a quem lhe recebe a injunção.
    Os que, todavia, não lhe aceitam a condição, perdem o ensejo redentor.
    Jesus anunciou que são "bem-aventurados os aflitos", não, porém, todos os aflitos, porque somente aqueles que lhe recebem o impulso iluminativo, são os que logram alar-se no rumo dos Altos Cimos.
    A aflição pode destinar-se ao mister de prova ou de expiação.
    A prova avalia, examina, promove.
    A expiação trabalha, reeduca, resgata.
    A prova não tem, necessariamente, uma causa negativa, porquanto pode também representar um apelo do Espírito para granjear títulos de enobrecimento, depurando-se a pouco e pouco.
    A expiação tem a sua gênese no erro, impondo-se como condição fundamental para a quitação de débitos contraídos.
    A prova é de escolha pessoal, enquanto a expiação é inevitável e sem consulta prévia.
    Bendize as tuas provas e elege a ação do bem como técnica de crescimento para si mesmo.
    Agradece as expiações, por mais ásperas se te apresentem, porquanto elas te propiciam a conquista do equilíbrio perdido, auxiliando-te a recompor e a reparar.
    Seja qual for o capítulo das aflições em que estagies, reconforta-te com a esperança, na certeza de que, suportando-as bem, amanhã elas te constituirão títulos de luz encaminhados à contabilidade divina, que então te alforriará da condição de precito e devedor, conduzindo-te à plenitude da paz, completamente
liberado.


Livro: Alegria de Viver - Divaldo P Franco -Joanna de Ângelis

30.3.17

Questão 388 do Livro dos Espíritos
MAGNETISMO, PILOTO DA SIMPATIA

Nos encontros que se dão com as pessoas, e dentre as quais se manifesta uma profunda simpatia, são Espíritos afins que carregam os mesmos ideais, na qualidade de vibrações análogas. A força que move tudo é o magnetismo, força piloto que forma o ambiente para esses encontros saudáveis, que podem ser, também, e quase sempre são, ligações de vidas passadas.
Quando se é atraído por outra pessoa, convém analisar qual o tipo de atração que os envolve, para que se possa aproveitar essas bênçãos da recordação, colocando-as a serviço da fraternidade pulsante no universo. Ainda há muito que conhecermos sobre a conduta das criaturas e as forças sublimadas que as ajudam a viver. Para saber o valor dos pensamentos, dos sentimentos elevados que se pode desprender do Espírito, basta analisar os poderes de Jesus e os Seus feitos, certificando-se aonde pode chegar. Todos somos filhos de Deus, com os mesmos direitos.
Não há ligações por acaso; existe uma energia divina que nos prende por simpatia, semelhança de vibrações que um transmite ao outro, qualidades imprimidas pelo amor ou pelo ódio nas fibras mais intimas de quem recebe ou doa. A intimidade do magnetismo é tocada por uma força gerada em cada ser. A humanidade já está de posse de muita ciência, esperando que seja dado o toque do amor, para que se completem certas descobertas. Esperemos o porvir. Em mundos adiantados, o magnetismo espiritual é o piloto de todos os movimentos para o bem, de todas as comunidades já limpas das paixões inferiores. Esse magnetismo espiritual, agente das belezas imortais, é consequência de mutações do éter cósmico, sob a influência de mãos angelicais. Essa energia é abundante em toda a criação; depende de quem as atrai para o serviço da fraternidade pura.
Ao encontrarmos alguém por quem nutrimos simpatia, não deixemos que passe a oportunidade, pois não há nada por acaso. Aproveitemos a oportunidade e canalizemos essa amizade na construção da nossa própria vida. Além desse magnetismo superior ajudar em certas recordações na sutileza da vida, pode ser usado, quando educado no Evangelho, para as conversações com nosso próximo, para tratamento dos enfermos, para fluidificação da água, bem como para emitir pensamentos de cura onde quer que seja.
Essas bênçãos de Deus não podem ser usadas no sentido de alimentar as inferioridades dos impulsos negativos, pois a resposta virá no mesmo teor da emissão. Quando conversarmos com alguém que esteja necessitando de amparo moral e que essa pessoa estiver se alimentando de forças inferiores, visualizemos em torno de nós uma onda magnética, onde a luz tenha o cunho da superioridade e a transmitamos, juntamente com o verbo, na plenitude da paz e do amor, e seremos abençoados por Espíritos dos mesmos sentimentos.
Jesus era hábil nessa ciência, operando fenômenos de todas modalidades. Usemos desse magnetismo divino, para desfazer a antipatia que alguém tenha de nós. Não paguemos o ódio com o ódio, mas, sim, desfaçamo-lo com o amor. O bem é sempre uma qualidade divina nas mãos humanas.


Livro: Filosofia Espírita – João Nunes Maia – Miramez - Todos os livros Espíritas como este vendidos em nossa loja terão o lucro repassado à Casa Espírita de Oração Amor e Luz.

29.3.17

REVELAÇÃO – RELIGIÕES - IX

         308 –As palavras de João: - “A luz brilha nas trevas e as trevas não a compreenderam”, tiveram aplicação somente quando da exemplificação do Cristo, há dois mil anos, ou essa aplicação é extensiva à nossa era?
         -As palavras do apóstolo referiam-se à sua época; todavia, o simbolismo evangélico do seu enunciado estende-se aos tempos modernos, nos quais a lição do Senhor permanece incompreendida para a maioria dos corações, que persistem em não ver a luz, fugindo à verdade.
       
         309 –Em que sentido devemos interpretar as sentenças de João Batista: - “A quem pertence a esposa é o esposo; mas o amigo do esposo, que com ele está e ouve, muito se regozija por ouvir a voz do esposo. Pois este gozo eu agora experimento; é preciso que ele cresça e que eu diminua”?
         -O esposo da Humanidade terrestre é Jesus-Cristo, o mesmo Cordeiro de Deus que arranca as almas humanas dos caminhos escusos da impenitência.
         O amigo do esposo é o seu precursor, cuja expressão humana deveria desaparecer, a fim de que Jesus resplandecesse para o mundo inteiro, no seu Evangelho de Verdade e Vida.


Livro “O Consolador” –  Francisco C. Xavier – Emmanuel – Todos os livros Espíritas como este vendidos em nossa loja terão o lucro repassado à Casa Espírita de Oração Amor e Luz.

28.3.17

A Tragedia de Santa Maria


pelo espírito Adolfo Bezerra de Menezes
psicografado por Yvonne A. Pereira

            Pelos idos de 1920 chega ao Rio de Janeiro, Pamela jovem fluminense de 20 anos de idade, proveniente do interior do pais. Órfã e pobre, dirigi-se a capital à procura de meios para a própria subsistência.
            Cerca de sessenta anos antes, achando-se ainda encarnado, Bezerra de Menezes, tivera a oportunidade de ser o padrinho de Esmeralda, espírito agora reencarnado na forma da jovem Pamela.
            Apesar da orfandade e pobreza, Pamela contou com uma bolsa de estudos e ao completar 25 anos, herdará ainda a fortuna de seu falecido tio bisavô, Comendador Antônio José de Maria e Sequeira de Barbedo, proprietário da Fazenda Santa Maria.
            Pamela dedicava seus dias no trabalho honesto, como costureira. A noite dedicava horas preciosas ao estudo do Evangelho segundo o Espiritismo de Allan Kardec.
            Diversas noites, enquanto seu corpo aproveitava do sono restaurador, Pamela que era médium, projetava-se em desdobramento com a supervisão e proteção de Bezerra de Menezes. Em algumas vezes, dirigia-se à cidade de Zurique na Suiça a busca de ente querido seu, chamado carinhosamente de Bentinho. Bentinho fora seu amado na última encarnação, quando ela mesma usava o nome de Esmeralda, filha do Comendador Antônio José de Maria e Sequeira de Barbedo.
            Bentinho hoje encontrava-se encarnado como Maximiliano Niemeyer, suíço de nascimento, e que nesses breves encontros astrais, queixava-se da solidão, apartado do amoroso convívio de Esmeralda. E certa noite, confidenciou através de comunicação telepática, à Pamela que a fim de conseguir refrigério para a nostalgia que lhe cruciava, filiara-se a um grêmio humanitário, onde o estudo do idioma Esperanto seria indispensável.
            Ele pediu então à Pamela que imitasse o seu gesto, na esperança de que um dia chegassem a se corresponder através de alguma revista ou jornal de propaganda do Esperanto, já que essas duas almas queridas se buscam ansiosas, sem outras possibilidades ou oportunidades de se avistarem senão as que permitem o sono do corpo físico.
            No dia seguinte, despertando Pamela no Rio de Janeiro e Max em Zurique, teriam esquecido o referido encontro em corpo astral, trazendo apenas a impressão deliciosa de um lindo sonho de amor. Cultivando o estudo do Esperanto, porém, ambos teriam maior chance de vir a se conhecer frente a frente em corpo de carne, renovando no futuro, a felicidade que tão duramente lhes foi arrebatada no passado.
            A partir de então, Bezerra de Menezes sempre que podia, procura lembrar a Pamela, através de sugestões mentais sutis, o compromisso assumido de aprender Esperanto perante a Max. O Esperanto está a serviço da Fraternidade como a Beneficência a serviço do Amor ...
            Por ser espírita, Pamela rapidamente demonstrou afinidade e simpatia com o Esperanto, e iniciou um curso da língua internacional
            Certa noite, Pamela encontrou na sede do núcleo espírita que frequentava, uma revista em Esperanto. Folheando a revista, deparou-se com um artigo de um jovem agrônomo suíço, acompanhado de uma foto do autor. Chamava-se Max Niemeyer e tinha então 30 anos.
            Pamela intrigou-se com a foto de Max, pois tinha certeza de conhecê-lo, apesar da impossibilidade do fato. Encantada com o teor do artigo, Pamela escreveu em Esperanto a Max, parabenizando-o. Max a respondeu, e estabeleceu-se firme e animada correspondência entre os dois, que culminou com a vinda de Max ao Brasil e o reencontro com aquela que foi sua esposa em outra vida.
            No contato direto do plano físico, sem o recurso da telepatia, Max e Pamela comunicavam-se através do Esperanto, uma vez que Pamela não falava alemão e nem Max falava português.

            Nossa história segue adiante revelando detalhes do passado, envolvendo a fazenda Santa Maria, agora herdada por Pamela, que foi palco também de sua vida passada como Esmeralda.

27.3.17

COMO VOCÊ INTERPRETA?! – VI

No capítulo 15 do livro “Nosso Lar”, André Luiz recebe a visita de sua mãe que se encontrava habitando uma Dimensão Superior. Você seria capaz de dizer como ela o visita?! Estaria ela materializada?! Concorda que, talvez, materializada, fosse ela um “agênere”, em “Nosso Lar”?! Ou, quem sabe, ela se tenha feito visível apenas à clarividência de André Luiz?!
No caso de a mãe de André Luiz ter se apresentado a ele materializada, você concorda que, no Mundo, ou Planeta, Espiritual, os espíritos que lá residem vivem rodeados de espíritos que também não conseguem enxergar em condições normais?!
No capítulo 16, intitulado “Confidências”, a mãe de André Luiz diz a ele que o seu pai, Laerte, há doze anos, se encontrava “numa zona de trevas compactas do Umbral”. Ora, se André Luiz, igualmente, demorou-se na chamada região umbralina, por que ele não teria logrado encontrar o seu pai por lá?! Tudo indica que ambos estiveram no Umbral, um ao mesmo tempo em que o outro – André Luiz por quase nove anos, e seu pai, por doze! De novo: por que André Luiz não esteve com o seu pai no Umbral?!...
Como se bastasse, a mãe de André Luiz informa a ele que as suas duas irmãs, Clara e Priscila, também desencarnadas, viviam no Umbral, “agarradas à crosta da Terra”. Por que nem elas duas se avistavam com o pai que ainda permanecia no Umbral?! Você concorda em que o Umbral, igualmente, se divide em Subdimensões, como, por exemplo, a Terra em diferentes países e regiões, algumas habitáveis e outras inóspitas?!
Ao despedir-se de André, que tenta acompanhá-la, a sua mãezinha lhe diz: “Não venhas, meu filho. Esperam-me com urgência no Ministério da Comunicação, onde serei munida de recursos fluídicos para a jornada de regresso, nos gabinetes transformatórios.” Você teria ideia do que ela quis dizer?! Que “recursos fluídicos” seriam esses?! Concorda em que nos “gabinetes transformatórios” o seu processo de materialização iria desfazer-se?!...
No capítulo 17, “Em Casa de Lísias”, André que, em “Nosso Lar”, não tinha onde morar, com Clarêncio dizendo-lhe que, talvez, viesse albergá-lo em alguma Instituição, recebeu de Lísias convite para morar em sua casa, onde a sua mãe teria muita alegria em recebê-lo... Você concorda que a situação de André Luiz, no Mundo Espiritual, possa ser comparada à de um imigrante, ou de um refugiado, na atualidade da Terra, onde existe cerca de sessenta milhões de refugiados, inclusive crianças e adolescentes?! Concorda em que, um dia, com a desencarnação, todos os homens haverão de ser imigrantes no Mundo Espiritual, de vez que, na condição de espíritos errantes, ou filhos pródigos, todos estamos viajando de volta à Casa Paterna?!...
André Luiz ao chegar com Lísias à sua casa, observa que o amigo faz acionar a campainha para que a porta da residência lhe seja aberta... Ora, por que ele simplesmente não atravessou a parede da casa?! Espírito atravessa paredes no Mundo Espiritual que habita, ou apenas consegue fazê-lo nas Dimensões de matéria com diferente frequência vibratória da que constitui o seu corpo espiritual, ou perispírito?!...
Cremos que por esta semana já possuímos, acima, suficiente material para as nossas reflexões, não?!

INÁCIO FERREIRA

Uberaba – MG, 27 de março de 2017.

26.3.17

*DEIXA DE MANHA*

Amigo, deixa de manha,
Que trabalhar é a senha,
Quem no Bem luta e se empenha,
Quanto mais perde, mais ganha.

Se a treva ao redor se assanha,
Por quem te humilha e desdenha,
Força alguma te detenha
Por mais te pareça estranha.

Não te queixes se sozinho,
Perseveras no caminho
Em meio à prova medonha...

Tendo a fé por testemunha
Só quem pega o touro à unha,
Torna real o que sonha!...

*Alfredo Nora*

(Página recebida pelo médium Carlos A. Baccelli, em reunião íntima no Lar Espírita “Pedro e Paulo”, na manhã do dia 16 de março de 2017, em Uberaba – MG).

25.3.17

Ao Criador

    Fonte incandescente de energia! Estrelas que brilham no espaço! Inspiração maior! Energia do Pai! Força do Universo que absorve todos os campos, todas as formas de vida que se espalham por toda parte!
    Ó! Deus poderoso, Criador de toda esta maravilha que alcança tudo quanto possa ou não abarcar o pensamento do homem, iluminando a diversidade das formas de vida. Vós, ó Pai, compreendeis a razão e a necessidade de tudo! Que vossa energia sobrecaia em nós pelas mãos desse irmão Jesus que tanto exemplificou as Vossas forças vivas, anunciando que o Vosso reino está dentro de cada um de Vossos filhos! Seguimos, graças a Vós, esse anjo chamado Cristo, com quem aprendemos que a nossa matéria volta à matéria e se transforma sob novos impulsos acionados pela energia da vida!


Livro: O Domínio da Energia - João Berbel - Galileu Galilei

24.3.17

A nova torre de Babel.

O Espiritismo é o Cristianismo da idade moderna; ele deve restituir às tradições seu sentido espiritualista. Outrora, o Espírito se fez carne; hoje, a carne se faz Espírito para desenvolver a idéia gigantesca que deve renovar a face do mundo. Mas à festa da criação espirita sucederão a perturbação e o orgulho dos sistemas diversos, que, desprezando os sábios ensinamentos, planejarão uma nova torre de Babel, obra de confusão, logo reduzida a nada, porque as obras do passado são a garantia do futuro, e nada se dissipa do tesouro da experiência amontoado pelos séculos. Es­píritas, formai uma tribo intelectual; segui vossos guias mais do­cilmente do que não fizeram os Hebreus; viemos também vos livrar do jugo dos Filisteus, e vos conduzir para a Terra Prometida. As trevas das primeiras idades sucederá a aurora, e ficareis maravi­lhados de compreender a lenta reflexão das idades anteriores so­bre o presente. As lendas reviverão energicamente como a rea­idade, e adquirireis a prova da admirável unidade, garantia da aliança contratada por Deus com suas criaturas.

Revista Espírita - ano 6 - 1863 - Allan Kardec - médium Sra. Costel - espírito SÃO LUÍS

23.3.17

A música e seus efeitos

    PERGUNTA: - Quando lemos obras mediúnicas que nos falam de "melodias" que fluem do Espaço e ressoam "misteriosamente", temos a impressão de que elas provêm espontaneamente do Cosmo, mas sem qualquer intervenção de inteligências espirituais. Estamos certos, ou essas melodias são executadas por entidades angélicas?
    ATANAGILDO: - Na ascensão espiritual, a alma vai aprendendo e criando, conforme o desenvolvimento de sua consciência. Se o selvagem traduz as suas emoções através do "tamtam" monótono, a emotividade do Arcanjo só se revela através de uma sinfonia indefinível para o vosso entendimento ainda muito acanhado. A música é um prolongamento vivo da alma e é mensagem afetiva e apreciada em qualquer região cósmica em que se manifeste, tanto quando se resume apenas num punhado de sons brutais que se afinam à natureza rude do zulu, como quando se transforma numa encachoeirada fusão de melodias vibrando num oceano de sons, para servir de pouso às esferas rodopiantes e enlevo sideral aos arcanjos constelatórios. É um cântico divino e sublime da vida, que o Criador inspira à alma para acelerar a sua ventura eterna. Deus, o Regente Cósmico, organiza e dirige a orquestra sinfônica sideral sob a sua batuta eterna; mas, à semelhança da Poesia, da Beleza, da Inspiração, o êxtase que a música produz tende a se manifestar gradativamente à consciência do espírito. Deste modo, haveis de compreender que a música celeste está tão distante para vós quanto as "Tocatas" e "Fugas" de Bach ou "Tannhauser" de Wagner estão distantes do batuque do selvagem. É melodia indescritível, que expressa a harmonia das esferas celestiais, das suas humanidades angélicas e da própria criação do universo. O papel importantíssimo da música sobre as nossas almas é o de "desmaterializar" a nossa personalidade inferior, para eclodirem em nós os sentimentos definitivos do anjo criador. Ela apura a nossa emotividade e adoça a razão, impelindo-nos para realizações as mais pacíficas e generosas. Assim como a melodia terrena vos transmite o sentimento ou a emotividade do seu autor ou compositor, a música celeste cumpre o mesmo objetivo, trazendo em suas asas magistrais a mensagem sonora dos arcanjos e do próprio Deus! Como fazer-vos compreender tal grandiosidade através apenas dos singelos sinais gráficos da linguagem reduzida do homem encarnado? Visto que, para sentirdes essa música tão elevada, necessitaríeis fundir-vos com o potencial harmônico que estivesse vibrando no éter, para o qual não possuís ainda a sensibilidade desenvolvida, é óbvio que também não a podereis entender em vosso atual estado de evolução espiritual.
    PERGUNTA: - Podeis nos explicar o que vem a ser "música celeste"? Há alguma diferença entre ela e a música que conhecemos?
    ATANAGILDO: - É certo que poderíeis fazer uma idéia aproximada da música celeste, mas tão-somente da que se executa nas comunidades ou nas metrópoles astrais e que, embora de padrão musical superior, sempre lembra algo semelhante ao que ainda se executa na Terra. Por isso os desencarnados de nossa esfera sempre se enternecem com certas melodias que lhes dizem algo familiar à alma; se ouvissem apenas composições estranhas, sem se aperceberem da profundidade do seu sentimento e se afinarem psicologicamente à sua mensagem de sons, é certo que haviam de se desinteressar delas e com bastante razão. As criaturas que na Terra eram apaixonadas pelas composições beethovenianas, que se deliciavam ouvindo a "Heróica", a "Pastoral" ou a "Coral" - é fora de dúvida - ainda viverão indescritíveis momentos de êxtase espiritual, quando na metrópole do Grande Coração puderem ouvir essas mesmas composições através de instrumentação superior a tudo o que já conheceis no mundo físico. Do mesmo modo, também descobrirão novas nuanças e riquezas de interpretação que desconheciam na Terra.
Mas para além das comunidades espirituais do astral próximo da Terra, a música celeste é alimento predileto dos anjos, e se encontra muitíssimo distante de nossa atual execução sideral. Não existe cérebro encarnado capaz de entendê-la pelos sentidos humanos, assim como também não pude encontrar alguém, por aqui, que ma pudesse explicar satisfatoriamente. A sua exata compreensão só é possível depois que tenhamos passado pela experiência pessoal de senti-la, pois a música celeste, na verdade, não se prende à pauta e ao tempo, nem obedece às regras traçadas pela limitação dos sentidos humanos. Como se poderia demonstrar a eloquência, a força e a grandiosidade da "Quinta Sinfonia" de Beethoven a quem apenas aprecia o samba? De que modo servos-ia possível sentir a música celeste, que é completamente liberta de qualquer inspiração terrena ou de regras por vós conhecidas, comparando-a com os "ruídos" agradáveis da música humana?
    PERGUNTA: - A música celeste é, então, uma maior expressão de harmonia; não é assim?
    ATANAGILDO: - Não encontro vocábulos para defini-la; se quiserdes, imaginai a música sem instrumento e produzida pela combinação dos ritmos e das pulsações criadoras do próprio Pai. Sem dúvida, a música é sempre a intérprete da harmonia, a começar pela mais sutil vibração;


Livro: Sobrevivência do Espírito - Hercilio Maes - Ramatis e Atamagildo

22.3.17

FONTE DA SIMPATIA

Questão 387 do Livro dos Espíritos

A verdadeira fonte da simpatia não é precisamente a recordação de vidas anteriores; ela pode advir de analogia de ideias. São pensamentos compatíveis que se entrelaçam uns aos outros, se vindo de canais para a amizade, no entanto, quando os laços são muito fortes, isso é prova de que vêm de vidas passadas.
Não temos simpatia somente por uma pessoa; ela pode crescer e atingir muitas almas encarnadas e desencarnadas. Os Espíritos que acompanham os desencarnados quase sempre o fazem pela simpatia. A própria obsessão é por sintonia de pensamentos. Quando um dos envolvidos se modifica, o outro não tem mais razão de acompanhá-lo e sente-se desligado por falta de afinidade.
O espírita que assimila realmente a Doutrina dos Espíritos e que começa a modificar sua vida, encontra com isso a simpatia de muitas almas, na carne e fora dela. Aquele que muda exteriormente, cria predisposição para mudança interna. Quem se esforça para amar, encontra nos seus caminhos pessoas da mesma natureza. Há uma citação nascida no oriente que assim expressa: “Dize-me com quem andas, que te direi quem és”, porque atraímos de conformidade com os nossos sentimentos.
No mundo espiritual também, e bem mais que entre os homens, granjeamos amigos pela lei de afinidade; onde nos interessamos a trabalhar, os que ali operam são nossos semelhantes. Quando nos dispomos a conhecer Jesus, os que conhecem criam simpatia conosco, por vibrarmos na mesma sintonia de vida. A fonte de simpatia começa com a nossa frequência no plano em que buscamos entender e servir.
Se começamos a pensar nas inferioridades, entramos em comunhão com a sombra e passamos a viver com ela. O Cristo veio ao mundo para nos ensinar a sintonizar com a Luz, e termos simpatias com amor. A simpatia não tem somente uma fonte geradora: ela nasce onde há semelhança de vida e compatibilidade de exemplos.
O Evangelho começa a atuar em nossos corações, nos induzindo à indulgência para com os nossos companheiros, da forma que o perdão nos apresenta. Devemos ponderar nossas faltas, antes de vermos e propagarmos as faltas alheias. Nessa avaliação é que sentimos paciência e tolerância de uns para com os outros, na certeza de que todos somos irmãos e filhos do mesmo Pai.
Os Espíritos afins se ligam por profunda simpatia, no entanto, podem se separar se alguns mudam de ideia. A afinidade é lei de harmonia em todo universo de Deus. Apreciemos pois, com bastante interesse, o que foi feito por Deus em todos os aspectos da vida, que logo compreendemos a Sua magnânima vontade. Criemos uma fonte de simpatia para com os benfeitores espirituais na ordem do amor, para que esse amor se transforme em caridade na verdadeira fraternidade universal, que não esquece a alegria pura, fonte de saúde e paz para todos os corações em ascensão espiritual.
A simpatia de luz é aquela que temos com o perdão, que gera alegria; é a que temos com indulgência, que gera amizade; é a que temos com o trabalho, que gera conforto; é a que temos com a benevolência, que gera tranquilidade; é a que temos com amor, que gera felicidade.

Livro: Filosofia Espírita – João Nunes Maia – Miramez - Todos os livros Espíritas como este vendidos em nossa loja terão o lucro repassado à Casa Espírita de Oração Amor e Luz.

21.3.17

REVELAÇÃO – RELIGIÕES - VIII

         306 – “E tudo o que pedirdes na oração, crendo o recebereis” – Esse preceito do Mestre tem aplicação igualmente, no que se refere aos bens materiais?
         -O “seja feita a vossa vontade”, da oração comum, constitui nosso pedido geral a Deus, cuja Providência, através dos seus mensageiros, nos proverá o espírito ou a condição de vida do mais útil, conveniente e necessário ao nosso progresso espiritual, para a sabedoria e para o amor.
         O que o homem não deve esquecer, em todos os sentidos e circunstâncias da vida, é a prece do trabalho e da dedicação, no santuário da existência de lutas purificadoras, porque Jesus abençoará as suas realizações de esforço sincero.
        307 –Por que disse Jesus que “o escândalo é necessário, mas aí daquele por quem o escândalo vier?”.
         -Num pano de vida, onde quase todos se encontram pelo escândalo que praticaram no pretérito, é justo que o mesmo “escândalo” seja necessário, como elemento de expiação, de prova ou de aprendizado, porque aos homens falta ainda aquele “amor que cobre a multidão dos pecados”.
         As palavras do ensinamento do Mestre ajustam-se, portanto, de maneira perfeita, à situação dos encarnados no mundo, sendo lastimáveis os que não vigiam, por se tornarem, desse modo, instrumentos de tentação nas suas quedas constantes, através dos longos caminhos.
        

Livro “O Consolador” –  Francisco C. Xavier – Emmanuel – Todos os livros Espíritas como este vendidos em nossa loja terão o lucro repassado à Casa Espírita de Oração Amor e Luz.

20.3.17

SOMOS TODOS REFUGIADOS/IMIGRANTES

Ante a polêmica internacional a respeito dos refugiados/imigrantes, suscitada, ultimamente, pelo recém-Presidente eleito do EEUU, uma pergunta nos surge espontaneamente: - Sobre a Terra, quem, de certa maneira, não pode ser considerado na condição de um refugiado/imigrante?!
A quem, originalmente, pertencia os diversos países, a não ser aos nativos, que foram, sucessivamente, espoliados pelos invasores?!
Desde que Adão e Eva foram expulsos do Paraíso, todos os homens são refugiados/imigrantes na Terra.
Sob a ótica da Doutrina Espírita, à semelhança do que conta Jesus na Parábola do Filho Pródigo, todos somos espíritos errantes, na tentativa de retornar à Casa Paterna.
Vejamos a Sabedoria de Deus, na Lei da Reencarnação: a rigor, quem pertencerá a esse ou àquele planeta, país, raça, sexo, cultura, etc?! Periodicamente, no corpo ou fora dele, não vivemos na condição de refugiados/imigrantes, a fim de que aprendamos o amor universal?!...
Neste sentido, no livro “Nosso Lar”, com a sua própria experiência de espírito desencarnado, André Luiz, igualmente, nos transmite extraordinária lição.
Em “Nosso Lar”, o grande cientista, era também um estrangeiro, não dispondo sequer de uma casa para morar.
Além da morte do corpo carnal, não se deparou ele, de imediato, com nenhum de seus familiares, ou mesmo de amigos mais chegados que se dispusessem a acolhê-lo.
Por caridade, ou seja, pelo exercício da legítima fraternidade, que nos ensina que todos somos membros da mesma família humana, é que André foi convidado a morar na casa de Dona Laura, mãe de Lísias, que ele conhecera no hospital, onde, na condição de indigente, estava sendo tratado.
Vocês se recordam da beleza dessa magnífica lição?!
Um dia, com certeza, todos os homens se verão assim, do Outro Lado da Vida, à mercê da generosidade alheia.
Não é exatamente assim que nos vemos, quando a reencarnação nos encaminha de volta a Terra, totalmente indefesos, na completa dependência de quem, inclusive, nos dê alimento na boca para que possamos sobreviver?!
A discussão política em torno da questão social dos refugiados/imigrantes sinaliza o quanto ainda há de preconceito no espírito do homem, e o quanto ele ainda está distante do “amai-vos uns aos outros”.
Quando fugia da fúria de Herodes, a fim de não ser morto, não foi o Cristo um exilado em terras do Egito?!
Durante mais de quatro séculos, o povo judeu morou no Egito dos faraós, e hoje, sistematicamente, nega um pedaço de terra aos palestinos, que são seus irmãos.
Até hoje, ao que nos parece, Sara não conseguiu relevar a falta cometida por Abraão, por ele ter tido um filho com Agar, a escrava, não reconhecendo que Ismael e Isaque são irmãos.
Ao que nos parece, até que a lição, que a Lei Divina está proporcionando à Humanidade com a questão refugiados/imigrantes, possa ser assimilada, haverá para ela muito pranto e ranger de dentes.

INÁCIO FERREIRA

Uberaba – MG, 20 de março de 2017.

19.3.17

A INCREDULIDADE E A REALIDADE DO ESPÍRITO

     "Tomé, chamado Dídimo, um dos doze, não estava com eles, quando veio Jesus. Disseram-lhe os outros discípulos: Vimos o Senhor. Mas ele respondeu: Se eu não vir nas suas mãos o sinal dos cravos e não puser a minha mão no seu lado, de modo algum hei de crer.
     "Oito dias depois estavam outra vez ali reunidos seus discípulos e Tomé com eles. Estando as portas trancadas, veio Jesus, pôs-se em pé no meio deles e disse: Paz seja convosco. Em seguida disse a Tomé: chega aqui o teu dedo e olha as minhas mãos; chega também a tua mão e põe-na no meu lado; não sejas incrédulo, mas crente. Respondeu Tomé: Senhor meu e Deus meu! Disse-lhe Jesus: Creste porque me viste? Bem-aventurados os que não viram e creram."    (João, XX, 24-29. )

     O amor de Jesus excede a todo o entendimento humano. Na sua abnegação e no desejo que mantinha de fazer crentes sinceros, não mediu as exigências do apóstolo Tomé, que disse só acreditaria na sua ressurreição ou sobrevivência se o visse e o examinasse.
     E Jesus, completamente materializado, torna-se visível e tangível ao seu discípulo, satisfazendo assim os imperiosos desejos que ele tinha de alicerçar sua fé sobre provas positivas. Ensinou mais o Mestre: que essa fé não era negada a quem quer que fosse, e aqueles que acreditavam sem ver já se achavam amadurecidos na crença, pois que já haviam observado fenômenos, não tendo mais necessidade de provas positivas; por isso mesmo eram bem-aventurados.
     Como se verifica, o modo de proceder de Jesus está em completo antagonismo com o dos sacerdotes das múltiplas igrejas esparsas pelo mundo. Enquanto estes exigem uma fé cega nos seus dogmas, Jesus procura demonstrar a verdade com fatos palpáveis.
     O Mestre não exige a escravidão da razão, o abastardamento do sentimento, antes respeita e proclama o livre-arbítrio de cada um, atributo este concedido à criatura para seu progresso moral, científico e religioso. Consentindo Jesus que o seu apóstolo o examinasse para poder crer na ressurreição, preveniu também a todos, por certa forma, que o Consolador, o Espírito da Verdade, que ele enviaria em nome do Pai, reproduziria a sua doutrina não só com palavras, mas com fatos da mesma natureza por ele produzidos. A religião não consiste só em palavras e fatos.
     "Assim como eu fiz, fazei vós também, disse o divino Mestre a seus discípulos, porque eu fiz para vos dar o exemplo."
     Em suas pregações dizia sempre Jesus aos que o seguiam: "Aquele que crê em mim, rios de água viva manarão de seu ventre", aludindo assim ao Espírito que deveria ser dado a todos que o seguissem. Sem comunicação não há Revelação, e sem Revelação o homem material, ignorante, orgulhoso, egoísta, não poderia ocupar-se com assuntos que se referem à sua vida espiritual; retardaria o seu progresso e sua felicidade.
     Assim como não pode haver fraternidade e paz sem religião, não pode também haver religião sem comunhão espiritual.


Livro: Parábolas e Ensinos de Jesus - Cairbar Schutel

18.3.17

LIÇÕES DA VIDA

Quem mais luta, quem mais chora,
Mais se doa e compreende,
É também, caminho afora,
Quem mais luz na Terra acende.
*
Sábia lição que convém
Sempre passar em revista:
Quem quer a posse, não tem,
Quem renuncia, conquista.
*
Perante o tempo a correr,
É só questão de esperar:
Quem faz sofrer, vai sofrer;
Quem bateu, vai apanhar.
*
Mil vezes na humana liça,
Por mais alto seja o custo,
Sofrer qualquer injustiça,
Que uma só vez ser injusto

Eurícledes Formiga

(Página recebida pelo médium Carlos A. Baccelli, em reunião pública do Lar Espírita “Pedro e Paulo”, na manhã de sábado do dia 11 de março de 2017, em Uberaba – MG).

17.3.17

A Importância da Dor

    A dor tem sido um enigma na vida dos grandes santos. No entanto, o espiritualista bem informado conhece o porque dessas coisas. Busca, acima de todos os fatos, as causas, na profundidade dos acontecimentos. A dor é, por assim dizer, um estímulo para a luz. Ela transforma o bruto em Anjo, dando-lhe novas capacidades para a vida. O místico, com a companhia da dor, ajuda mais e ama sem impedimentos. Por enquanto, o mundo e a humanidade não podem progredir sem ela. Mesmo os grandes mensageiros que descem à Terra necessitam da sua cooperação, cujos efeitos são diferenciados, em dimensões várias.
    A dor não é uma só para todos, pois cada criatura se encontra em um plano de vida, diferente uns dos outros. Para Espíritos puros, é uma fonte de prazeres inconcebíveis, e para os ignorantes, para os que a procuram, ela se apresenta distribuída por milhares de ramificações incômodas.
    Francisco de Assis era portador de várias enfermidades, que seriam identificadas, se submetido a investigações científicas. Porém, no plano do Espírito, ele era estimulado em todas as suas faculdades espirituais. Não sofria como o homem comum, que nem sempre suporta as enfermidades. Sofria, continuadamente, intensa dor de cabeça, por limitação nas condições do físico, para acomodação de Espírito daquele quilate.
    Todavia, tudo fora previsto antes do seu nascimento. Essa inquietação biológica, fá-lo-ia buscar coisas mais grandiosas: amar mais, purificando cada vez mais o perispírito, chegando ao ponto de encontrar a felicidade na dor. Não considerando sacrifício, ele se submetia a uma disciplina rigorosa. Os centros de
força faziam circular um volume de energia acima da capacidade física, e isso o fazia viver noutro plano de vida.
    Descarregava sua poderosa mente falando aos peixes, aos pássaros, aos animais. Como amigo da Natureza, doava essa seiva de vida a todos os seus reinos e, quando precisava da cooperação destes mesmos reinos, eles a devolviam com abundância.
    A pedra filosofal de tudo está no Amor que tudo dá, que tudo compreende, que a tudo ama como parte integrante do todo. Todos os seus órgãos físicos eram deficientes, e pouco se alimentava, sustentado que era pelo Suprimento Maior. E os elementos da natureza estavam à sua disposição, favorecidos por todas as divisões das formas físicas.
    Devido a sua resistência espiritual, dormia pouco. O corpo físico pede descanso, porque a alma nele ligada temporariamente precisa respirar algo que não existe na atmosfera da Terra, e, em espírito, busca seu alimento no mundo espiritual. O ser altamente evoluído, entretanto, já cria em torno de si o ambiente do céu, pouco precisando de dormir, pois a sua qualidade espiritual lhe permite respirar elementos espirituais onde quer que esteja, mesmo no trabalho de cada dia. Ainda assim, um espírito do quilate de Francisco de Assis tem grande necessidade de confabulação direta com os mensageiros do mais alto, o que sempre fazem com mais eficiência através do sono.
    Assim, se para o Espírito comprometido, a dor se impõe como instrumento de reajuste e ressarcimento, no impositivo dos processos cármicos e redentores, para o Espírito emancipado, quando reencarnado em missão na terra, serve de muralha protetora, ante os apelos inferiores da matéria.

Livro: Francisco de Assis - João Nunes Maia - Miramez

16.3.17

SUPREMA INTELIGÊNCIA

Questão 1 do Livro dos Espíritos

O primeiro interesse de Allan Kardec foi saber dos Espíritos que era Deus e eles responderam dentro da maior simplicidade, mas com absoluta segurança: Deus é a Inteligência Suprema, causa primária de todas as coisas.
Não poderemos nos sentir seguros onde quer que estejamos, sem pelo menos alimentar a ideia de uma fonte criadora e imortal. O estudo sobre o Senhor nos dá um ambiente de fé que corresponde, na sua feição mais pura, à vontade de viver. Sentimos alegria ao entrarmos em contato com a natureza, pois ela fala de uma inteligência acima de todas as inteligências humanas, de um amor diferente daquele que sentimos, de uma paz operante nos seus mínimos registros de vida. O Deus que procuramos fora de nós está igualmente no centro da nossa existência, porque Ele está em tudo, nada vive sem a sua benfeitora presença.
 O Criador estabeleceu leis na sua casa maior, que cuidam da harmonia na mansão divina, sem jamais esquecer do grande e do pequeno, do meio e dos extremos, para que seja dado, a cada um, segundo as suas necessidades. Não existe injustiça em campo algum de vida, pois cada Espírito ou coisa se move no ambiente que a sua evolução comporta; daí resulta o porquê de devermos dar graças por tudo o que nos é colocado no caminho.
 É justo, entretanto, que nos lembremos do esforço individual, e mesmo coletivo, de sempre melhorar, como sendo a nossa parte, para alcançarmos o melhor. Aquele que acha que tem fé em Deus, mas que vive envolvido em lugares de dúvida, com companheiros que não correspondem às suas aspirações de esperança, ainda carece da verdadeira fé, iluminada pela temperatura do amor. É a confiança que requer reparo. Assim sucede com todas as virtudes conhecidas e, por vezes, vividas por nós.
 Estudemos a harmonia do Universo, meditemos sobre ela, pedindo ao Mestre que nos ajude a compreender esse equilíbrio divino, porque se entrarmos em plena ressonância com a Criação, sanar-se-ão todos os problemas, serão desfeitas todas as dificuldades e todos os infortúnios cessarão. Somente depois disso, pelas vias da sensibilidade e pelo porte espiritual que escolhemos para viver, é que teremos a resposta mais exata sobre que é Deus.
Conhecer e Amar são duas metas que não poderemos esquecer em todos os nossos caminhos. Estes dois estados d'alma abrir-nos-ão as portas da felicidade, pelas quais poderemos viver em pleno céu, mesmo estando andando e morando na Terra. A Suprema Inteligência está andando conosco e falando constantemente aos nossos ouvidos, em todas as dimensões do entendimento, porém, nós ainda estamos surdos aos seus apelos e passamos a sofrer as consequências da nossa ignorância. Todavia, o intercâmbio entre os dois mundos acelera uma dinâmica sobremodo elevada a respeito das coisas divinas, para melhor compreensão daqueles que dormem, e o Cristo, como guia visível através das mensagens, toca os clarins da eternidade anunciando novo dia de libertação das criaturas, mostrando onde está Deus e que é Deus, que nos espera, filhos do seu Coração, de braços abertos, como Pai de Amor.


Livro: Filosofia Espírita - I - João Nunes Maia - Miramez

15.3.17

REVELAÇÃO – RELIGIÕES - VII

            304 –Qual o espírito destas letras: - “Não cuideis que vim trazer paz à Terra; não vim trazer a paz, mas a espada”?
         -Todos os símbolos do Evangelho, dado o meio em que desabrocharam, são, quase sempre, fortes e incisivos.
         Jesus não vinha trazer ao mundo a palavra de contemporização com as fraquezas do homem, mas a centelha de luz para que a criatura humana se iluminasse para os planos divinos.
         E a lição sublime do Cristo, ainda e sempre, pode ser conhecida como a “espada’ renovadora, com a qual deve o homem lutar consigo mesmo, extirpando os velhos inimigos do seu coração, sempre capitaneados pela ignorância e pela vaidade, pelo egoísmo e pelo orgulho”.
         305 –A afirmativa do Mestre: - “Porque eu vim pôr em dissensão o filho contra seu pai, a filha contra sua mãe e a nora contra sua sogra” – como deve ser compreendida em espírito e verdade?
         -Ainda aqui, temos de considerar a feição antiga do hebraico, com a sua maneira vigorosa de expressão.
         Seria absurdo admitir que o Senhor viesse estabelecer a perturbação no sagrado instituto da família humana, nas suas elevadas expressões afetivas, mas, sim , que os seus ensinamentos consoladores seriam o fermento divino das opiniões, estabelecendo os movimentos naturais das ideias renovadoras, fazendo luz no íntimo de cada um, pelo esforço próprio, para felicidade de todos os corações.


Livro “O Consolador” –  Francisco C. Xavier – Emmanuel – Todos os livros Espíritas como este vendidos em nossa loja terão o lucro repassado à Casa Espírita de Oração Amor e Luz.

14.3.17

COMO VOCÊ INTERPRETA?! – V

Estudemos um pouco mais, procurando refletir sobre outras informações que André Luiz nos transmite nesta obra, sem dúvida, revolucionária, a respeito da Vida no Mundo Espiritual – obra que, infelizmente, até hoje, muitos espíritas tomam por ficção.
No capítulo 10 – “No Bosque das Águas” –, André ouve referências de Lísias à existência de “grandes oficinas de serviço de Trânsito e Transporte”, em “Nosso Lar”.
O que você acha?! Qual a necessidade de semelhante serviço numa cidade além da morte?! Além do conhecido “aeróbus”, você admite que outros veículos transitassem (e transitem) pelas ruas e avenidas de “Nosso Lar”?! Tal medida seria, por exemplo, para evitar que algum acidente acontecesse, quiçá, de ordem fatal para pedestres e condutores de veículos?!...
No mesmo capítulo 10, André Luiz nos fala da existência do “Rio Azul”... O que você acha?! Será, de fato, um rio, com água e tudo?! Quer dizer, inclusive, com vegetação aquática e peixes?! Outra pergunta que lhe peço permissão para formular: se um dos habitantes de “Nosso Lar”, porventura, viesse (ou vier) a cair nas águas do rio, que, segundo o autor espiritual, é de “grandes proporções”, caso não soubesse nadar, o que poderia suceder a ele?! Não se esqueçam de que nem Simão Pedro, sendo Apóstolo, conseguiu caminhar sobre as águas...
Em seguida, ouvindo Lísias, André ainda esclarece que “todo o volume do Rio Azul (...) é absorvido em caixas imensas de distribuição”, abastecendo a cidade. Qual a finalidade da água no Mundo Espiritual?! Outra pergunta que, talvez, eu devesse formular a parte, mas... vamos lá: você acha que toda cidade existente no Mundo Espiritual é como “Nosso Lar”?! Vamos ajudar um pouco. No capítulo 11 – “Notícias do Plano” –, Lísias elucida: “Todas as experiências de grupo diversificam–se entre si e ‘Nosso Lar’ constitui uma experiência coletiva dessa natureza.”
Ainda no capítulo 11, veja você que interessante a palavra de Lísias (aliás, você sabia que Lísias era o nome de um dos discípulos de Sócrates?!): “Já não estamos na esfera do globo, onde o desencarnado é promovido compulsoriamente a fantasma. Vivemos em círculo de demonstrações ativas.” O que significa “demonstrações ativas” além da morte do corpo carnal?! Trabalho árduo ou simulacro de trabalho?!...
Estudando o capítulo seguinte, o de número 12, intitulado “O Umbral”, ocorre-me tomar a liberdade de questioná-lo: Umbral será o mesmo que Trevas?! Umbral será, para o espírito que desencarna na Terra, uma passagem obrigatória, ou um tempo de permanência obrigatório, mais ou menos longo para uns e outros?! Você concorda que Umbral possa vir a ser um Planeta?! Existirá Umbral ao redor de toda a Terra?! Você já consultou no Dicionário o significado da palavra “umbral”?!...
Nossa! Tantas perguntas!... – Será que o próprio Dr. Inácio não seria capaz de responder a elas?! – você deve estar pensando. Respondê-las até que podemos tentar, mas, sinceramente, eu tenho percebido que muitos de vocês, internautas, ainda estão com medo de externar as próprias opiniões! O que temem?! A fogueira?! O esconjuro?!...
Só para terminar, o que Lísias quis dizer com a afirmação: “O Umbral começa na crosta terrestre”?! O que significa Umbral Grosso, Umbral Médio e Umbral Fino?! “Nosso Lar” seria uma cidade “umbralina”?! O Umbral tem sido muito “caluniado” pelos espíritas na Terra...

INÁCIO FERREIRA

Uberaba – MG, 13 de março de 2017.

13.3.17

Oração Diária

As orações que fazemos para o Alto sempre se obtém respostas, nenhuma delas, meus caros, ficam sem a  devida atenção do Criador. Ele é nosso Pai, lembre-se sempre disto, então Ele quer o nosso melhor, Ele deseja a nossa bem-aventurança, Ele sabe o que seja melhor para cada um de nós, mesmos que peçamos.
- Ora, se Ele já sabe o que necessitamos, Dom Helder, por que temos que pedir?
Ah, meu irmão, durante a oração, a bendita oração, nós exercitamos um monte de virtudes que deveríamos ter corrente em nossos dias.
Em primeiro lugar, temos a virtude da humildade. Sim, porque passamos a reconhecer que há alguém ou algo maior do que nós e que necessitamos nos curvar a Ele. A humildade nos deixa no nosso devido lugar. Esta é a primeira virtude a ser exercitada.
Depois, vamos pedir. Nós gostamos de pedir, não é verdade? Então, quando pedimos, analisamos o que seja melhor para a nossa vida. Esta análise é a reflexão do nosso viver. A virtude em exercício neste instante é a temperança. Deixar que cada coisa se estabeleça como deveria e não como gostaríamos que fosse. Por essa razão, na Oração para Deus Pai, Jesus nos ensinou: “Seja feita Vossa Vontade.” Ele nos diz claramente: Pai é a Sua vontade, não a minha, a Sua. A temperança nos faz acalmar os nossos ímpetos, as nossas especulações sem fundamento, e, com isso, transmitimos confiança, entrega total, à vontade de Deus nas nossas vidas.
A outra virtude no âmbito da oração diária e contínua ter a ver com a gratidão. Como é necessário agradecer -  agradecer o tempo todo. Agradecer pela vida, agradecer pela existência atual, agradecer pelo pão de cada dia, agradecer pelos pais, agradecer pelo trabalho, agradecer pela saúde, agradecer por tudo que Ele, o Pai, nos dá e o que não nos dá também.
Pode parecer incompatível com a bondade divina, mas se não temos algo, se está acontecendo algo indesejável conosco, creia, existe nisto um propósito divino para você e, enquanto você não perceber, nada avançará. Quando você não aprende com naturalidade, o Pai te oferece condições aparentemente adversas para você aprender e fazer a sua parte.
Por fim, a oração nos faz desenvolver a virtude do aconselhamento superior para o bem. A oração é um ato para nos fazer pessoas melhores. A oração desenvolve a virtude da benevolência, conosco e com o próximo. Desejarmos o nosso bem e o bem do outro – que maravilha!
Deveríamos orar e orar sempre. Todos os dias e todas as horas. Com isso nos aproximamos mais de Deus e do nosso melhor.
Ore sempre e o Pai, do Seu jeito magnânimo, te responderá na proporção das tuas necessidades.
Assim seja!

Helder Camara – Blog Novas Utopias

12.3.17

Acordando as Massas

Vi no Império muitas demonstrações de pequenez. Muitos políticos utilizavam dos seus cargos públicos para benefício próprio, o povo representava, tão somente, um argumento de retórica e nada mais. Apesar, porém, desta despreocupação com o povo, tinha-se certo pudor no quanto se iria subtrair de dinheiro público. Na verdade, o que se desejava era que os privilégios privados fossem dados pelo Estado para garantir mais poder e a manutenção do status quo. Havia descaso com a coisa pública, sempre houve, mas ninguém, desmedidamente, desejaria ser chamado de ladrão diante da sociedade. Os esquemas eram, por assim dizer, mais sutis e reservados.
Num outro momento, no início da República, tinha-se um arremedo de Estado brasileiro. Era um país em formação. A ideia republicana ainda se formava e nem sei se foi configurada até hoje. Os mesmos vícios foram mantidos agora sob outra esfinge – a da consolidação das terras e a troca permanente de favores e poder para ficarem entre eles mesmos. Com a subida de Getúlio Vargas ao poder central pelas mãos de uma ditadura, o Estado começou efetivamente a ter forma, mas foi somente depois do golpe militar de 1964 que os contornos definitivos se impuseram. Algo, porém, não se modificou,  foi a utilização do Estado para proveito privado. O patrimonialismo se agigantava e se apropriava de pedaços do que era público para benefício particular. Ora, como vemos, nunca se teve muito pudor nas transações públicas e privadas, uma confundindo-se com a outra. O que ocorre, portanto, com o Brasil recente nada mais é do que o decorrer de uma grande tradição de apropriação indébita do Estado numa dimensão jamais vista.
O que foi feito, meus senhores, senão a dilapidação do País por uma classe política nojenta e sem vergonha?
É necessário que estas verdades sejam ditas com todas as palavras e não é mais para simplesmente chocar, mas é para acordar as massas.
Não se pode mais viver de faz-de-conta neste País, a não ser para mantê-lo como uma eterna promessa de uma futura grande nação, onde não se sabe quando isto acontecerá.
Todos estes descalabros servem para acordar a todos e para que se faça urgentemente uma nova legislação política e partidária, de modo que acabe de vez com estes desmandos. Creio, sinceramente, que isto não vai acontecer se o povo não pressionar ainda mais na formulação de um projeto alternativo de representação popular porque o que aí existe já deu demonstrações de falência completa.
O pouco que se fez na direção da renovação destes costumes não foi o suficiente para modificar por completo as práticas nefastas dos políticos tradicionais viciados e de toda uma corja de aproveitadores do que seja público. As empreiteiras nada mais são do que um produto desta construção nefasta, aproveitadores do sistema falido, elas em si não possuem culpa alguma, pois se não houvesse a mácula de corruptos no seio do Estado elas teriam atuado apenas nas suas prerrogativas técnicas.
Agora mesmo trama-se, nos bastidores, a manutenção dos governantes que aí estão que, se não possuem imenso lastro popular para se instalarem, guardam a defesa normativa constitucional a seu favor até que se comprovem que também – ou não – sejam podres no exercício do poder.
Renovar por completo. Ampliar os horizontes da política brasileira. Uma nova proposta de representação popular se faz urgente. Mudar. Mudar para que o povo seja agente de seu destino e não apenas um artifício para justificar as falcatruas em voga.
Este sinal de esgotamento de modelo representativo não se faz unicamente em nosso País, outros países desenvolvidos ocidentais, notadamente os presidencialistas, demonstram cansaço e urgem por mudanças cabais. É a renovação de consciências em jogo. Um novo artefato de organização popular está em ebulição. Meninos hoje que assumirão em breve os destinos da nação darão novo ar a política brasileira. O excremento que hoje surge deve ser abolido na sua totalidade e sem demora. Errarão numas propostas, mas, pouco a pouco, ajeitaremos o quadro político brasileiro com novas caras e mentes que arejarão definitivamente a política em nosso País.
Há um preço a pagar por tudo isso e todos sentem na pele tudo que ocorre, mas será da indignação de todos que nascerá a energia da renovação. É assim, meus caros, que são produzidas as grandes transformações.
Tudo há de se organizar, enquanto isto não ocorre, temperança e energia são os requisitos para enfrentar esta fase de transição em direção a nova política brasileira.
Joaquim Nabuco – Blog Reflexões de um Imortal

11.3.17

PÃO MULTIPLICADO

Repara, meu irmão, enquanto passas,
A dor de tantos corações sofridos,
Que sobre a estrada jazem esquecidos
Algo esperando que por eles faças...

Estende-lhes, da cruz a que te abraças,
Aos que da fé encontram-se perdidos,
Por grande desespero possuídos,
Do teu tesouro de divinas graças...

Em meio a tanto sofrimento insano,
Há quem precise de calor humano,
No cadinho que a alma purifica...

E a quem tem fome de consolação,
Uma palavra pode ser um pão,
Que, em nome de Jesus, se multiplica!...

AUTA SE SOUZA

(Página recebida pelo médium Carlos A. Baccelli, em reunião íntima do Lar Espírita “Pedro e Paulo”, na manhã do dia 1 de março de 2017, em Uberaba – MG).

10.3.17

À frente do desespero

    Dias há nos quais tens a impressão de que mesmo a luz do sol parece débil, sem que consiga fulgir nos panoramas do teu caminho. Tudo são inquietações e ansiedades que pareciam vencidas e que retornam como fantasmas ameaçadoras, gerando clima de sofrimento interior.
    Nessas ocasiões, tudo corre mal. Acontecem insucessos imprevistos e contrariedades surgem de muitas nonadas que se amontoam, transformando-se em óbice cruel de difícil transposição.
    Surgem aflições em família que navegava em águas de paz, repontam problemas de conjuntura grave em amigos que te buscam socorros imediatos e, como se não bastassem, a enfermidade chega e se assenhoreia da frágil esperança que, então, se faz fugidia.
    Nessa roda-viva, gritas interiormente por paz e sentes indescritível necessidade de repouso. A morte se te afigura uma bênção capaz de liberar-te de tantas dores!...
    Refaze, porém, a observação.
    Tudo são testemunhos necessários à fortaleza espiritual, indispensável à fixação dos valores transcendentes.
    Não fora isso, porém, todas essas abençoadas oportunidades de resgate, e a vida calma amolentaria o teu caráter, conspirando contra a paz porvindoura, por adiar o instante em que ela se instalaria no teu imo.
    Quando tudo corre bem em volta de nós e de referência a nós, não nos dói a dor alheia nem nos aflige a aflição do próximo. Perdemos a percepção para as coisas sutis da vida espiritual, a mais importante, e desse modo nos desviamos da rota redentora.
    Não te agastes, pois, com os acontecimentos afligentes que independem de ti.
    A família segue adiante, a amor muda de domicílio, a doença desaparece, a contrariedade se dilui, a agressão desiste, a inquietude se acalma se souberes permanecer sereno ante toda dor que te chegue, enquanto no círculo de fé sublimas aspirações e retificas conceitos.
    Continua fiel no posto, operário anônimo do bem de todos, e espera.
    Os ingratos que se acreditaram capazes de te esquecer lembrar-se-ão e possivelmente volverão: os amigos que te deixaram, os amores que te não corresponderam, aqueles que te não quiseram compreender, quantos zombaram da tua fraqueza e ridicularizaram tua dor envolta nos tecidos da humildade, os que investiram contra os teu anelos voltarão, tornarão sim, pois ninguém atinge a plenitude da montanha sem a vitória pelo vale que necessita vencido.
    Tem calma! Silencia a revolta!
    Refugia-te na palavra clarificadora do Evangelho consolador e enxuga tuas lágrimas com as suas lições. dos seus textos extrai o licor da vitalidade e tece com as mãos da esperança a grinalda de paz para o coração lanhado e sofrido. Se conseguires afogar todas as penas na oração de refazimento, sairás do colóquio da prece restaurado, e descobrirás que, apesar de tudo acontecer em dias que tais, Jesus luze intimamente nas províncias do teu espírito. Poderás, então, confiar e seguir firme, certo da perene vitória do amor.


Livro: LAMPADÁRIO ESPÍRITA - Divaldo P Franco - Joanna de Ângelis

9.3.17

SIMPATIA

Questão 386 do  Livro dos Espíritos

A simpatia entre dois seres é força poderosa que se enraíza em vidas passadas. Certamente que nem todos reconhecem seus parceiros de outras existências, no entanto, há criaturas mais dotadas de sensibilidades que percebem amigos e inimigos de épocas recuadas. Se juntos foram felizes, dá-lhes um grande prazer esse reencontro; quando infelizes, gera-se logo antipatia entre os dois.
A perda de conhecimento às vezes é um aparo para os dois em processo de novas atividades, sem o qual não poderiam crescer, voltando ao ponto anterior, fomentando suas paixões descabidas e, às vezes, perturbando famílias já constituídas. O reconhecimento pleno dos seres que antes viveram juntos entravaria o progresso. Se fosse conveniente, eles voltariam juntos; no entanto, não poderemos generalizar. Quando Deus acha bom, coloca os dois em caminho para que se encontrem, desde quando os frutos desse encontro sejam bons, não como pensamos, mas como o Senhor acha melhor. A Doutrina dos Espíritos é fonte de amor. Ela nos ensina a fazer simpatias enobrecidas no Evangelho de Jesus, e é capaz de nos mostrar o amor nas bases da fraternidade pura, de modo a libertar as criaturas das induções inferiores. A simpatia entre dois seres é tão agradável, e é um estimulo para o seu adiantamento, quando eles descobrem no reencontro a razão de viver para Cristo.
O ideal de Deus para os homens é melhorar e subir, conhecendo a verdade. Se fomos feitos simples e ignorantes, isso não quer dizer que não tenhamos a semente da perfeição na nossa intimidade; ela existe dormindo em nós, para ser despertada com o tempo e o nosso esforço, agindo sob as bênçãos de Deus, que usa o canal divino das mãos de Jesus Cristo.
Cultivemos a simpatia onde quer que formos; desfaçamos todas as inimizades, por onde passarmos. Nessa transformação de paixões para a vida de amor é que a felicidade aparece no fundo da consciência. Mais tarde, o ódio, a inveja, o ciúme e o egoísmo, como também o orgulho, deverão desaparecer das cogitações humanas. A geração do porvir chegará à Terra já predisposta a esse esquecimento do mal, para edificar o bem com Jesus.
Quando dois seres se sentirem atraídos um para o outro, devem meditar nessa atração, e cuidar para que esse encontro seja realmente para o bem dos seus destinos. Assim também, ao encontramos alguém que nos instile o ódio, não percamos a oportunidade de fazer-lhe o bem que pudermos, pois essa antipatia é sinal de inimizade no passado. Toda incompatibilidade deve aparecer dos caminhos dos Espíritos, encarnados ou fora da carne. Depois desse trabalho de perdão, devemos abrir os corações para que sejam invadidos pela força da fraternidade, que nos fará irmãos ante a presença de Deus, na figura de Jesus.
O reconhecimento total das simpatias e das antipatias somente se dá quando se encontrarem novamente no mundo espiritual. Sentirão, ali, a felicidade, se souberam educar seus sentimentos e perdoar as ofensas. Qualquer esforço nesse sentido é louvável, porque mãos espirituais se encontram em torno de todas as criaturas, ajudando-as a melhorar.
Não devemos esquecer de amar a Deus sobre todas as coisas, mas também ao próximo como a nós mesmos. Diz Jesus que aí esta a lei os profetas.


Livro: Filosofia Espírita – João Nunes Maia – Miramez - Todos os livros Espíritas como este vendidos em nossa loja terão o lucro repassado à Casa Espírita de Oração Amor e Luz.

8.3.17

REVELAÇÃO – RELIGIÕES - VI
        
         302 – Como compreender a afirmativa de Jesus aos Judeus: - “Sois deuses?”.
         -Em todo homem repousa a partícula da divindade do Criador, com a qual pode a criatura terrestre participar dos poderes sagrados da Criação.
         O Espírito encarnado ainda não ponderou devidamente o conjunto de possibilidades divinas guardadas em suas mãos, dons sagrados tantas vezes convertidos em elementos de ruína e destruição.
         Entretanto, os poucos que sabem crescer na sua divindade, pela exemplificação e pelo ensinamento, são cognominados na Terra santos e heróis, por afirmarem a sua condição espiritual, sendo justo que todas as criaturas procuram alcançar esses valores, desenvolvendo para o bem e para a luz, a sua natureza divina.
        303 –Qual o sentido do ensinamento evangélico: - “Todos os pecados ser-vos-ão perdoados, menos os que cometerdes conta o Espírito Santo?”.
         -A aquisição do conhecimento espiritual, com a perfeita noção de nossos deveres, desperta em nosso íntimo a centelha do espírito divino, que se encontra no âmago de todas as criaturas.
         Nesse instante, descerra-se à nossa visão profunda o santuário da luz de Deus, dentro de nós mesmos, consolidando e orientando as nossas mais legítimas noções de responsabilidade na vida.
         Enquanto o homem se desvia ou fraqueja, distante dessa iluminação, seu erro justifica-se, de alguma sorte, pela ignorância ou pela cegueira. Todavia, a falta cometida com a plena consciência do dever, depois da bênção do conhecimento interior, guardada no coração e no raciocínio, essa significa o “pecado contra o Espírito Santo”, porque a alma humana estará, então, contra si mesma, repudiando as suas divinas possibilidades.
         É lógico, portanto, que esses erros são os mais graves da vida, porque consistem no desprezo dos homens pela expressão de Deus, que habita neles.


Livro “O Consolador” –  Francisco C. Xavier – Emmanuel – Todos os livros Espíritas como este vendidos em nossa loja terão o lucro repassado à Casa Espírita de Oração Amor e Luz.

7.3.17

A DOR E SUAS BENÇÃOS

    No universo o caos é a presença da vida em ebulição, em desenvolvimento.
    O repouso, se houvesse, significaria o aniquilamento da ordem, do equilíbrio.
    Tudo se agita, desde as micropartículas às galáxias em incessante movimentação.
    Sucumbe um astro pela decadência da energia e surge outro pela aglutinação de novas moléculas.
    Só há vida em toda parte e, portanto, ação.
    É natural que, no ser humano, esse processo se expresse como desgaste que produz dor.
    O pântano e as águas estagnadas experimentam rigorosa drenagem, a fim de se transformarem em jardim e pomar.
    O deserto sente a modificação da sua estrutura, mediante elementos químicos, de modo a reverdecer e coroar-se de flores.
    A semente sofre o esmagamento e arrebenta-se em vida exuberante.
    Nos animais, o parto é violência orgânica dolorosa, que liberta a vida que conduzia encarcerada.
    Compreensível, desse modo, que o desabrochar da perfeição comece pelo despedaçar do grotesco em predominância no ser humano.
    Erros que geraram calamitosos efeitos a reparar, desafios que promovem à conquista de mais elevados patamares se apresentam com frequência.
    São inevitáveis as ocorrências depuradoras, os sofrimentos de sublimação.
    A dor é mensagem da vida cantando o hino de exaltação e glória à evolução.
    Recebê-la com tranquilidade constitui admirável realização íntima da lucidez intelecto-moral do ser
humano.
    Pressões, compressões, dilacerações constituem mecanismos da vida que se liberta do cárcere temporário para a exuberância da plenitude.
    Compreender a função da dor é atitude solidária, caminhando-lhe ao lado, ao invés de enfrentá-la com a extravagância da derrota.
    Entendida no seu significado profundo, torna-se amena e disciplinadora de impulsos graves quão danosos que persistem, dominadores.
    Em razão disso, a atitude passiva, o pensamento de aceitação e entendimento contribuem para torná-la produtiva, enriquecedora.
    Diante da transitoriedade do carro orgânico a que o Espírito se atrela, eis que o desgaste e a decomposição fazem parte dos fatores de destruição da aparência, para que o ser eterno singre os rios incomparáveis da imortalidade.
    Sem a histólise, que precede à histogênese demorada, a lagarta jamais flutuaria no ar como borboleta delicada.
    As condições físicas, portanto, são uma permanente transformação e a dor representa as mãos do Divino Escultor trabalhando em formas novas, aprimorando arestas e corrigindo anfractuosidades...
    Alegra-te, por haveres sido contemplado pela dor, por mais paradoxal que te pareça.
    Bem-aventurado aquele que sofre em paz, quando outros, desassisados, em tranquilidade infelicitam vidas...
   Mantém-te confiante, mesmo sofrendo, e transforma as tuas ansiedades em gratidão a Deus, por haver estabelecido diretrizes diferentes das tuas, que te farão realmente feliz para sempre.
    Deixa-te, pois, arrastar pelas mãos do sofrimento digno, e converterás lágrimas em sorrisos, tristezas em júbilos, frustrações em pacificação interna, arrimado em Jesus, que nunca te abandonará.
    Dor bendita, que liberta e sublima, louvada sejas!


Livro: Fonte de Luz - Divaldo P Franco - Joanna de Ângelis