31.12.20

Mensagem de Esperança

A felicidade está nas pequenas coisas.
Não pense que ser feliz está resumido ao ganho desenfreado de riquezas. Felicidade tem a ver com a conquista interior e não com o acúmulo de bens materiais.
Quando falo em felicidade, falo daquela que pode ser adquirida no âmago do coração. Esta felicidade reside simplesmente, por exemplo, no prazer de servir, de dar, de ser útil a uma causa.
No meu momento presente, onde estou, minha causa é a de servir para o bem da humanidade da maneira mais ampla possível.
Sou espírito, estou na condição espiritual plena, portanto, “minhas armas” têm a ver com a possibilidade espiritual de me deslocar para promover o bem onde seja possível.
Neste sentido, vou ao Camboja ou a Madagascar, a Chechênia ou a Paris, não há lugar circunscrito para se fazer o bem.
Nesta direção, faço coro com aqueles que defendem a justiça social em todos os continentes e dou a minha humilde contribuição.
Quando estava no corpo físico sofria as limitações da matéria, mas agora, desprovido dela, posso me deslocar livremente e influenciar onde me for permitido.
Agora mesmo, nestes dias do Natal de Jesus, encontro-me em Roma. Vim ver a Missa Natalina com o nosso querido Papa Francisco.
Que homem extraordinário! Simples e de uma força de trabalho espetacular. Sua determinação em fazer o bem, sobretudo aos menos afortunados, é surpreendente.
Na sua homilia, o Papa lembrava a todos da necessidade de servir, de fazer aquilo que estivesse nas suas possibilidades. Todos podemos fazer algo, todos. Não e necessário ter recursos vultosos para ajudar alguém e fazê-lo naturalmente feliz.
Esta força para fazer o bem do nosso Papa influencia igualmente a milhões e milhões de pessoas que, inspirados na sua palavra e no seu exemplo, permitem-se sair das suas acomodações e ir ao encontro de quem mais precisa. E isto é sinônimo de felicidade.
O ato de ser fraterno nas relações da vida cotidiana nos traz imensa felicidade. Se soubessem o que significa tratar o outro como irmão de verdade... É felicidade das grandes.
Sou feliz do jeito que estou. Vou ao encontro de quem mais precisa e dou aquilo que tenho, “não tenho ouro nem prata”, mas o que tenho dou de todo meu coração.
Meus queridos irmãos! Vivendo ainda os últimos sinais do Natal de Jesus, trago a vocês a mensagem da esperança.
Tivemos um ano difícil para muitos. A pandemia desequilibrou boa parte da humanidade. Deixou muitos sem empregos. Levou vidas dos amigos e parentes e causou medo e ansiedade para outros tantos.
Como superar a tudo isto senão por meio da esperança¿
Nestes dias, portanto, de evocação ao Cristo de Deus, a mensagem da esperança em dias melhores se faz cada vez mais oportuna.
Acreditar no Cristo, nas suas palavras de esperança eterna, que tudo isso passa e que somos maiores que toda calamidade que aparentemente possa nos abater.
Somos mais fortes do que tudo porque somos filhos do Altíssimo e temos em nós a marca inconfundível da divindade.
Acreditemos que tudo passa e nos fortalecemos no Senhor Jesus. De outro modo, nada fará sentido.
Acreditemos que tudo que acontece serve de teste para demonstrarmos a nossa fé viva e imorredoura.
Acreditemos que o amanhã será menos sombrio e que, renovados na esperança cristã, aprendendo com as lições do caminho, traremos mais felicidade a nós e aos nossos irmãos de jornada.
Sejamos fortes, tudo vai passar e com Jesus no leme do planeta não há o que temer.
Estejamos juntos com o Cristo no alvorecer dessa nova humanidade.
Helder Camara - Blog Novas Utopias

30.12.20

PREDESTINADOS

Comentarios Questao 576 do Livro dos Espiritos

Os Espíritos missionários já são designados antecipadamente, antes de reencarnarem, para tal empreendimento. Convém saber que Espíritos de grande alcance espiritual são chamados por Deus para voltar à Terra em missão especial, trazendo ao mundo certa mensagem de paz, de trabalho, de amor e de caridade. Isso se processa em todos os países, para que se possa compreender que Deus é amor e que os homens são Seus filhos.
Mas, nem sempre esses Espíritos destinados a ensinar seus irmãos menores têm consciência desta missão; com o tempo, sentirão despertar em seus corações a certeza de que têm uma mensagem para ser entregue aos homens, e isso o fazem com contentamento. Os homens predestinados são poucos, porém, são a segurança da fé e o conforto dos que sofrem. Podes conhecê-los pelo trabalho que realizam, visando ao bem coletivo.
Existem muitos missionários que são despertados para tal trabalho depois de muito tempo, e logo transformam a sua vida em favor de todos os povos. Como exemplo, temos Moisés, Buda, Gandhi, e muitos outros enviados pelo Cristo para o planeta que Ele dirige e orienta. Outros, já desde o começo da sua vida, abrindo os olhos no mundo, começam a esplender sua missão em seus gestos, como o Cristo, Francisco de Assis e outros. Entretanto, Jesus foi o maior de todos, em todos os tempos, o mais elevado Espírito que pisou neste solo, Diretor do planeta Terra, desde os seus primórdios. Quando a Terra nasceu do foco incandescente da estrela, foi sob o Seu comando, dentro da programação de Deus, que as Suas bênçãos atingiram a intimidade do planeta, de modo que esse fosse um ninho fecundo, como mãe e serva da humanidade que iria habitá-lo. Os Espíritos missionários, quando se internam na carne, perdem a noção, parcial ou totalmente, das suas tarefas a cumprir; no entanto, a bondade de Deus lhes fará lembrar por certas circunstâncias, dando início às atividades empreendidas no mundo espiritual.
Como já falamos, conhece-se um missionário pela vida que ele leva em favor dos homens e, principalmente, daqueles que sofrem todos os reveses da vida. Eles podem nascer no seio de famílias ricas ou no meio da pobreza, isso não importa. Importa, isso sim, a luz que brilha em seus corações acesa por Deus e alimentada por Cristo.
Se tens alguma tendência para beneficiar a humanidade, começa a despertar esse sentimento, pois, quem sabe, no amanhã poderás descobrir que es um desses predestinados no serviço de Deus na Terra? A Doutrina dos Espíritos nos revela muitas particularidades neste sentido. Quantas vezes surgiram no mundo grandes almas dentro da maior simplicidade? O próprio Mestre, sendo o maior de todos, nasceu assim. Mas, como um sol, passou a brilhar com o amor de Deus, ensinando e amando todos os povos e, ainda mais, deixando o caminho para a esperança.
Jesus apareceu entre os povos e continua a irradiar suas qualidades acendendo a fé, porque a fé em Jesus salva e equilibra todos os corações. Tiago, no capítulo um, versículo três de sua carta, nos diz:
Sabendo que o valor da vossa fé, uma vez confirmada produz esperança.
A fé confirmada é quando ela enfrenta a razão face a face e a vence, movimentando todas as forças da criatura, dentro de uma certeza que não sai das linhas do amor. Sabendo disso, ama a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a ti mesmo, que estarás confirmado nos desígnios de Deus.ndo ela enfrenta a razão face a face e a vence, movimentando todas as forças da criatura, dentro de uma certeza que não sai das linhas do amor. Sabendo disso, ama a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a ti mesmo, que estarás confirmado nos desígnios de Deus.

Livro: Filosofia Espírita – João Nunes Maia – Miramez - Todos os livros Espíritas como este vendidos em nossa loja terão o lucro repassado à Casa Espírita de Oração Amor e Luz.

29.12.20

EXAMINEMOS A NÓS MESMO

LE - Questão 919

O dever do espírita-cristão é tornar-se progressivamente melhor.
Útil, assim, verificar, de quando em quando, com rigoroso exame pessoal, a nossa verdadeira situação íntima.
Espírita que não progride durante três anos sucessivos permanece estacionário.
Testa a paciência própria: - Estás mais calmo, afável e compreensivo?
Inquire as tuas relações na experiência doméstica:
- Conquistaste mais alto clima de paz dentro de casa?
Investiga as atividades que te competem no templo doutrinário: - Colaboras com mais euforia na seara do Senhor?
Observa-te nas manifestações perante os amigos: - Trazes o Evangelho mais vivo nas atitudes?
Reflete em tua capacidade de sacrifício: - Notas em ti mesmo mais ampla disposição de servir voluntariamente?
Pesquisa o próprio desapego: - Andas um pouco mais livre do anseio de influência e de posses terrestres?
Usas mais intensamente os pronomes "nos", "nosso" e "nossa" e menos os determinativos "eu", "meu" e "minha"?
Teus instantes de tristeza ou de cólera surda, às vezes tão conhecidos somente por ti, estão presentemente mais raros?
Diminuíram-te os pequenos remorsos ocultos no recesso da alma?
Dissipaste antigos desafetos e aversões?
Superastes os lapsos crônicos de desatenção e negligência?
Estudas mais profundamente a Doutrina que professas?
Entendes melhor a função da dor?
Ainda cultivas alguma discreta desavença?
Auxilias aos necessitados com mais abnegação?
Tens orado realmente?
Teus idéias evoluíram?
Tua fé raciocinada consolidou-se com mais segurança?
Tens o verbo mais indulgente, os braços mais ativos e as mãos mais abençoadoras?
Evangelho é alegria no coração: - Estás, de fato,mais alegre e feliz intimamente, nestes três últimos anos?
Tudo caminha! Tudo evolui! Confiramos o nosso rendimento individual com o Cristo!
Sopesa a existência hoje, espontaneamente, em regime de paz, para que te não vejas na obrigação de sopesá-la amanhã sob o impacto da dor.
Não te iludas! Um dia que se foi é mais uma cota de responsabilidade, mais um passo rumo à Vida Espiritual, mais uma oportunidade valorizada ou perdida.
Interroga a consciência quanto à utilidade que vens dando ao tempo, à saúde e aos ensejos de fazer o bem que desfrutas na vida diária.
Faze isso agora, enquanto te vales do corpo humano, com a possibilidade de reconsiderar diretrizes e desfazer enganos facilmente, pois, quando passares para o lado de cá, muita vez, já será mais difícil...
 
Livro: “Opinião Espírita” - Francisco C Xavier e Waldo Vieira - Emmanuel e André Luiz (cap.3)

28.12.20

OBSESSÃO, DESOBESESSÃO

RESPOSTAS A ALGUMAS QUESTÕES

Responderei, de maneira sucinta, algumas questões que me têm sido dirigidas, através do próprio blog ou de cartas que, através do médium, me são endereçadas.
- Dr. Inácio, o senhor acha que espíritos mistificadores podem se arvorar em orientadores do Movimento Espírita?
- Perfeitamente e, infelizmente, isso tem sido uma realidade no Movimento Espírita Brasileiro.
- Qual é a tática mais empregada pelos espíritos mistificadores para se fazerem influenciar?
- A da lisonja. Os espíritos mistificadores, não raro, estudam os pontos frágeis de nossa personalidade e sobre eles passam a atuar.
- Uma instituição espírita, digamos, de muitos anos, e de grande responsabilidade no Movimento, não estaria livre de semelhante influência?
- A instituição, sim, mas os homens que lá estejam, não.
- Por que os Espíritos Superiores não tomam providências para nos alertarem quanto à ação dos médiuns e espíritos mistificadores?
- Mais do que já o têm feito? Poucos, infelizmente, são dotados do discernimento de distinguir a verdadeira natureza dos espíritos.
- O senhor acredita que o Espiritismo possa vir a se complicar?
- O Espiritismo, não. A Codificação, em todo tempo, poderá ser consultada - a Codificação e a sua obra complementar, que é Obra da lavra mediúnica de Chico Xavier. Agora, não nos esqueçamos do que aconteceu ao próprio Cristianismo!
- Os espíritas brasileiros são chamados a liderar o Espiritismo no mundo?
- Respondo com um redondo "não"! Não caiam nessa ilusão. Se cada espírita conseguir orientar a si mesmo, estará logrando uma proeza.
- Dr. Inácio, o senhor é um Espírito Superior?
- Espírito Superior é aquele que somente olha para baixo - eu só olho para cima!
- O que o senhor diz das obras mediúnicas que têm surgido na atualidade?
- Responderei com a palavra de Paulo: "Examinai tudo e retende o que for bom".
- Acha que o Movimento Espírita está dividido?
- O Movimento, sim - os homens sempre estiveram divididos. A Doutrina, porém - que é o que nos interessa -, graças a Deus, vem mantendo sua unidade.
- Por que, em sua opinião, o Movimento Espírita está dividido?
- Interesses diferentes: ambição pelo poder, vaidade, dinheiro...
 Quer mais?
- De que modo mais bem poderemos cooperar para que a Doutrina cumpra com a tarefa que lhe está reservada?
- Vivenciando seus postulados, ou seja: conversando menos e trabalhando mais!
INÁCIO FERREIRA - Mediunidade na Internet

27.12.20

Um Passo a Mais

Diante da manjedoura, aos pés de Jesus, contemplando o menino Deus que apenas nascia, vemos ali a própria história da humanidade.
Jesus não nasceu em berço de ouro, nasceu, sim, entre os pobres, os menos afortunados da vida, com aqueles que nada tinham a oferecer a humanidade ainda encharcada do pó da materialidade.
Com o nascimento de Jesus, inaugurou-se uma nova fase no planeta, um divisor de águas entre o bem e o mal, entre o espírito e a matéria, entre a fartura e a escassez.
Seus valores, empreendidos em mensagens várias que recheiam o Evangelho, devem ser conquistados pelo ser humano se desejar ir mais além no progresso dos mundos.
Jesus foi, é e será o grande parâmetro de evolução desse orbe no concerto das galáxias. Ele não veio para passar férias, sair do paraíso por alguns dias, ir ao encontro de uma humanidade ignorante e sofrida.
Jesus veio para ensinar aos homens o caminho da felicidade.
A felicidade pregada por Jesus ainda não é aquela que se oferta neste mundo. Ora, vejamos.
Será que podemos chamar de felicidade o acúmulo desenfreado de coisas?
Será que podemos denominar como felicidade a detenção de poder?
Será que podemos conceituar felicidade como a abastança de bens materiais?
A lógica trazida por Jesus é outra.
Quando Ele fala que seu Reino não era deste mundo, era porque ainda não detínhamos os elementos necessários para provar o que seja a verdadeira felicidade.
Ancorados na satisfação dos prazeres mundanos não haveremos de dar um passo sequer na escalada do progresso.
O parâmetro utilizado pelo mestre Jesus para se referir a felicidade era a conquista dos valores magnânimos do espírito.
Estes, dizia, as traças não haveriam de corroer.
Divulgou para quem desejou ouvir que o Reino de Deus não se consegue pelas aparências, mas unicamente pelo somar de conquistas interiores.
Jesus fez da sua passagem na Terra uma grande escola de ensinamento para o espírito imortal.
Todo o tempo que tinha entre nós, valorizou o irmão de caminho. Deu a ele a sua atenção generosa, atendeu aos apelos dos infortunados pela sorte, sorriu para aqueles que só viam tristeza, deu esperanças aos desconsolados.
Sua presença enfurecia os dominadores da época. Não apenas porque a sua pregação invertia o status quo, mas principalmente porque reconheciam Nele, mesmo sem entender, o verdadeiro filho de Deus vivo entre os homens.
Não é privilégio de ninguém se encontrar com Jesus, aliás, Ele asseverou que estaria conosco até o fim dos tempos. Portanto, Ele está entre nós.
Sua força pode ser medida pelo rumo que vai a humanidade.
Hoje, se lamenta a morte física de milhões de pessoas, quando, na realidade, todos sabem, ninguém morre.
Afinal, o que é a morte senão o renascimento para a verdadeira vida.
O mal que pode ser enxergado não passa de uma visão distorcida da realidade. Abram os olhos, irmãos, e enxerguem pelo prisma da alma.
Jesus está aqui entre nós.
Abra seu coração e deixe-O falar por suas obras e pensamentos.
Deixe-O se expressar através daquilo que você tem de melhor.
Permita brilhar a sua luz.
Jesus conforta todos os corações que ainda não conseguiram enxergar a verdadeira realidade das coisas. Eles um dia despertarão. Cada um a seu tempo.
Jesus nos convida hoje a dar um passo a mais. Não há mais tempo para perda de oportunidade para se fazer o bem.
O mundo inspira renovação, mas para que isso aconteça é imprescindível que cada um faça a sua parte.
Jesus segue o seu caminho redencionista da humanidade. Não se cansa de operar no bem, destravando o mal para que ele não faça moradia no coração dos homens.
É um trabalho árduo, incessante, de acolhimento de almas perdidas em si mesmas.
Seja esse Natal, o renascimento dos seus melhores votos íntimos de renovação moral e espiritual.
Aos que possuem olhos para ver cuidem de fazê-lo.
Aos que tenham ouvidos para ouvir que ouçam.
Jesus não para de agir em prol do bem da humanidade, mas o tempo passa...
Esse Natal será conhecido pelo Natal que afastou os homens do seu convívio familiar e dos amigos por causa de um vírus invisível, mas o que afastam os homens entre si, na realidade, é o vírus do egoísmo, da indiferença, da maldade, de tudo aquilo que renega o que existe de mais puro e bom que é representado pelo sublime sentimento do amor.
Jesus em sua casa!
Jesus em sua vida!
Jesus sempre!
Emmanuel
UMA EXPLICAÇÃO.
O espírito que ditou este texto assinou como Emmanuel. Indaguei mentalmente se era ele mesmo, afinal, tem-se a notícia que ele estaria reencarnado. Ele disse-me que eu sabia que este tipo de comunicação era possível. Falei que iriam me criticar. Retrucou dizendo que isso faz parte, que fizesse o que me cabia que eles (os espíritos) fariam a dele. Fiz e está aí. 
Como todo texto mediúnico, sujeito a mil interferências e disfunções, é o que meu psiquismo conseguiu produzir. O julgamento é de cada um. Acreditar, não acreditar, ou outra interpretação, faz parte da análise e sentimento do leitor. Apenas exponho o fato fenomênico como ocorreu. 
Avancemos com Jesus!
Carlos Pereira - Blog de Carlos Pereira

26.12.20

Reino Em Construção

Companheiro do ideal espírita-cristão,
Persevera no afã de servir sem cansaço,
Estendendo ao Senhor a força de teu braço,
Para o Reino de Deus, na Terra, em construção...

Prossegue em teu labor vencendo a escuridão
Da descrença que cresce ao redor de teu passo,
Às tarefas do Bem promovendo embaraço,
Sobre o mundo de agora em grande transição...

Dentro da noite, acende a humilde lamparina,
De tua própria fé embora pequenina,
Para que seja norte a quem vaga sem luz...

Não receies a grita a escutar-se sem pausa
Por quem assim se faz desafeto da Causa,
Que restaura a Verdade, em nome de Jesus!...

Eurícledes Formiga - Blog Espiritismo em Prosa e Verso
(Página recebida pelo médium Carlos A. Baccelli, em reunião pública da Casa Espírita “Bittencourt Sampaio”, na manhã do dia 19 de Dezembro de 2020, em Uberaba – MG).

25.12.20

Significado do Natal

NATAL - FESTA REAL DE JESUS

Feliz Natal!
Nesta fase aguda de crise é preciso recordar mais vivamente que é tempo do Natal e é necessário provar aos parentes e amigos que pensamos neles.
Feliz Natal! Para muitos, esta pequena frase não se realiza tão facilmente quanto é pronunciada.
Cercado de presentes, diante de iguarias, o ser humano não está feliz.
Nele, vai uma emoção tocada de incompletude, como se algo ou alguém estivesse faltando.
Lá fora, noutras casas onde a mesa é pobre também se ouve: Feliz Natal! Lá e aqui o Feliz Natal parece não significar quase nada, a não ser o estranho paradoxo de se ter que aparentar felicidade porque assim é estabelecido. Afinal, o que se está comemorando? Um repórter, em movimentada avenida, perguntando aos transeuntes, o que se comemora no dia 25 de dezembro, possivelmente obtivesse respostas variadas entre estas alguém se lembrasse de dizer que é a data do nascimento de Jesus.
Mas, por mais que se procure o aniversariante, Ele não é encontrado.
Não há qualquer sinal nas ruas e lojas.
A exata compreensão do Natal sugere uma averiguação histórica quanto a data do nascimento de Jesus. Os pesquisadores não são unânimes em afirmar que ocorreu em dezembro, porque, na história do Cristianismo primitivo, os primeiros cristãos não tinham o hábito de celebrar o Natal, por considerarem a comemoração um costume pagão.
As primeiras observações acerca do nascimento aparecem por volta do ano 200. 0 dia 25 de dezembro foi mencionado em 336, o que não impedia que em outras datas também ocorressem os festejos, como, por exemplo, no dia 06 de janeiro, ate hoje é mantido pelas igrejas ortodoxas Orientais.
Com o passar dos séculos, o Natal foi deixando de ser uma festa de cunho religioso e passou a ganhar novos contornos, originários de culturas anteriores ao Cristianismo. Na Inglaterra, durante a Idade Media, o Natal transformou-se no dia mais alegre do ano, mas como esse estado de alma não era muito compatível com o "espírito sombrio" da época, os puritanos que encaravam a festa como pagã proibiram-na no país.
No ocidente, a celebração do Natal, anteriormente ligada ao nascimento de Jesus, aos poucos foi sendo modificada. A figura do Papai Noel, o bom velhinho, tornou-se um atrativo maior para as crianças, logo também para os adultos. As festas natalinas assumiram um caráter notadamente comercial, onde se estimula o consumismo desenfreado sob o pretexto de que esta é a época de se presentear os amigos e parentes.
Com tudo isso, Jesus foi sendo gradualmente substituído, de motivo central da festividade a elemento secundário na preferência popular, que resolveu homenagear outros ídolos.
Ele porém, dissera com convicção - "Na casa de meu Pai há muitas moradas. Se assim não fosse, eu vo-lo teria dito. Vou preparar-vos o lugar". Ao fazer tal afirmação, o Cristo garantiu que há lugar para todos, que a Ele cabe preparar.
Mas, e Ele? Que lugar ocupa no mundo atual? Será um lugar específico? Numa escala de valores, está em primeiro lugar? A civilização ocidental rotulada como cristã, todavia, é muito difícil encontrarmos o Cristo no Cristianismo presente. Parece que os homens o baniram, substituindo-o por outros modelos de heróis, que na verdade, não expressam nenhum dos valores cristãos.
Cultuam-se ídolos que se sobressaem pela força de seus músculos, pela facilidade de manter grande número de pessoas, pelas conquistas amorosas, pela adoção deliberada de extravagantes atitudes eróticas para a venda milionária de discos e livros.
Longe está o modelo do herói cristão, que traz à memória as figuras de Gandhi, Albert Schweitzerer, Madre Tereza de Calcutá e alguns poucos mais.
Por isso o Natal se distancia cada vez mais do seu real significado. 0 aniversariante, por certo, não se importaria de ser presenteado. Um dia uma mulher pecadora rendeu-lhe homenagens perfumando os Seus pés com essência de nardo, diante dos fariseus estupefatos e dos apóstolos um tanto constrangidos. 0 Mestre aceitou a oferenda porque sabia da atitude que a impulsionava. Todavia, quão distante esse gesto de humildade, respeito e amor da comercialização desenfreada que ocorre em nossos dias! Onde está Jesus neste Natal? Ele nos prepara o lugar. E que lugar lhe damos em nossa vida? No momento em que nossa cultura comemora esta data, vale a pena guardar na memória e no sentimento uma certeza: essa região, que o Mestre prepara para nós, começa no território do coração, e só com muito trabalho e comprometimento com o amor genuíno é que ampliamos horizontes seguros de nossa paz.
Isto equivale dizer que o homem reconheceria, então, o lugar do Cristo como o legítimo Governador Espiritual da Terra.
Na verdade, o Natal não significa somente o nascimento de Jesus, em um dia específico, diante das datas do mundo, mas também o nascimento do Cristo na consciência renovada do Homem Integral, em qualquer dia, a qualquer hora.
É com essa visão que Carmem Cinira traduz, em poesia, a festa real de Jesus:
"Natal!... 0 mundo é todo um lar festivo...
Claros guizos no ar vibram em bando...
E Jesus continua procurando 
A humilde manjedoura do amor vivo.
Natal! Eis a Divina Redenção!...
Regozija-te e canta, renovado, 
Mas não negues ao Mestre desprezado 
A estalagem do proprio coração".
Suely Caldas Schubert / Carlos Augusto Abranches
Revista O Reformador Ano 110, Dezembro.

24.12.20

NATAL

"Glória a Deus nas Alturas, paz na Terra e boa-vontade para com os homens." - LUCAS, 2:14
As legiões angélicas, junto à Manjedoura, anunciando o Grande Renovador, não apresentaram qualquer palavra de violência.
Glória a Deus no Universo Divino.
Paz na Terra.
Boavontade para com os Homens.
O Pai Supremo legando a nova era de segurança e tranquilidade ao mundo, não declarava o Embaixador Celeste investido de poderes para ferir ou destruir.
Nem castigo ao rico avarento.
Nem punição ao pobre desesperado.
Nem desprezo aos fracos.
Nem condenação aos pecadores.
Nem hostilidade para com o fariseu orgulhoso.
Nem anátema contra o gentio inconsciente.
Derramava-se o Tesouro Divino, pelas mãos de Jesus, para o serviço da Boa-Vontade.
A justiça do "olho por olho" e do "dente por dente" encontrara, enfim, o Amor disposto à sublime renuncia até à cruz.
Homens e animais, assombrados ante a luz nascente na estrebaria, assinalaram júbilo inexprimÌvel...
Daquele inolvidável momento em diante a Terra se renovaria.
O algoz seria digno de piedade.
O inimigo converter-se-ia em irmão transviado.
O criminoso passaria à condição de doente.
Em Roma, o povo gradativamente extinguiria a matança nos circos.
Em Sídon, os escravos deixariam de ter os olhos vazados pela crueldade dos senhores. Em JerusalÈm, os enfermos não mais seriam relegados ao abandono nos vales de imundície.
Jesus trazia consigo a mensagem da verdadeira fraternidade e, revelando-a, transitou vitorioso, do berço de palha ao madeiro sanguinolento.
Irmão, que ouves no Natal os ecos suaves do cántico milagroso dos anjos, recorda que o Mestre veio até nós para que nos amemos uns aos outros.
Natal! Boa Nova! Boa-Vontade!...
Estendamos a simpatia para com todos e comecemos a viver realmente com Jesus, sob os esplendores de um novo dia.
Livro: Fonte Viva - Francisco C. Xavier - Emmanuel

23.12.20

Revelação Espírita

    Um navio carregado de emigrantes parte para um destino longínquo; leva homens de todas as condições, parentes e amigos daqueles que ficam.Informa-se que esse navio naufragou; nem um traço resta dele, nenhuma novidade chega sobre sua sorte; pensa-se que todos os viajantes pereceram, e o luto está em todas as famílias. No entanto, toda tripulação, sem dela excetuar um único homem, abordou uma terra desconhecida, terra abundante e fértil, onde todos vivem felizes, sob um céu clemente; mas ignoram. Ora, eis um dia em que um outro navio aborda essa terra; ali encontra todos os náufragos sãos e salvos. A notícia feliz se espalha com a rapidez do relâmpago; cada um se diz: "Nossos amigos não estão, pois,´perdidos! "E disto rendem graças a Deus. Não podem se ver, mas se correspondem; trocam testemunhos de afeição, e eis que a alegria sucede à tristeza.
Tal a imagem da vida terrestre e da vida de além-túmulo, antes e depois da revelação moderna; esta, semelhante ao segundo navio, nos leva a boa nova da sobrevivência daqueles que nos são caros, e a certeza de se juntar a eles um dia; a dúvida sobre seu sorte e sobre a nossa não existe mais; o desencorajamento se apaga diante da esperança.
    Mas outros resultados vêm fecundar esta revelação. Deus, julgando a Humanidade madura para penetrar o mistério  de seu destino e completar com sangue frio novas maravilhas, permitiu que o véu que separava o mundo visível do mundo invisível fosse levantado. O fato das manifestações nada tem de extra-humano; é a Humanidade espiritual que vem conversar com a humanidade corpórea e dizer-lhe:
    "Nos existimos, portanto, o nada não existe; eis o que somos, e eis o que sereis; o futuro está para vós como está para nós. Caminháveis nas trevas, viemos clarear vosso caminho e abrir a senda; íeis ao acaso, nós vos mostramos o objetivo. A vida terrestre era tudo para vós, porque não víeis nada além; viemos vos dizer, em vos mostrando a vida espiritual: A vida terrestre nada é. Vossa visão se detém no túmulo, nós vos mostramos além um horizonte esplêndido. Não sabíeis porque sofreis sobre a Terra; agora;, no sofrimento, vedes a justiça de deus; o bem era sem frutos aparentes para o futuro, terá doravante um objetivo e será uma necessidade; a fraternidade não era senão uma bela teoria, agora se assenta sobre uma lei da Natureza. Sob o império da crença de que tudo acaba com a vida, a imensidade é vazia, o egoísmo reina soberano entre vós, e vossa palavra de ordem é esta: "Cada um por si"; com a certeza do futuro os espaços infinitos se povoam ao infinito, o vazio e a solidão não estão em nenhuma parte, a solidariedade liga todos os seres para além e para aquém do túmulo; é o reino da caridade, com esta divisa: "Cada um por todos e todos por um." Enfim, no fim da vida dizíeis um eterno adeus àqueles que vos são caros, agora lhes dizeis: "Até breve!"

Livro: Revista Espírita - abril 1866 - Allan Kardec 

22.12.20

ESPIRITISMO NAS OPINIÕES

André Luiz
Quanto mais se agiganta a evolução na Terra, mais amplos se fazem os órgãos informativos.
Em todos os lugares, autoridades pesquisam, confrontam, observam, conjeturam, e no fundo, é sempre o esclarecimento que surge, através da síntese, auxiliando o homem a escolher caminhos e selecionar atitudes.
Serviços, ajustes, descobertas, fenômenos e técnicas, nos mais remotos setores do Planeta, pela força do livro e da escola, da imprensa e do rádio, da televisão e do cinema, entram nas interpretações da propaganda, sugerindo preceitos ou traçando soluções.
Justa, dessa forma, a iniciativa de trazer a Doutrina Espírita à concorrência honesta das normas que as religiões e as filosofias apresentam às criaturas, no sentido de lhes facilitar a existência.
Os espíritas, em todos os quadrantes da atividade terrestre, podem esculpir, sobretudo, nas próprias ações, o conceito espírita que lhes dirige as convicções.
Certo, ao temos receitas de felicidade ilusória para dar e nem sabemos, rebaixar o céu ao nível do chão, mas dispomos dos recursos precisos à construção da felicidade e do céu, no reino interior pelo trabalho e pelo estudo, no auto-aperfeiçoamento.
Aos que se mostrem decididos à realização espírita pelos testemunhos de Espiritismo realizado, convidamos à meditação no ensinamento libertador de Allan Kardec, sob a inspiração do Cristo, a fim de que possamos edificar a influência espírita, nos mecanismos do progresso e da cultura, não só para que o Espiritismo palpite, vibrante, no parque de opiniões da vida moderna, mas também para que as opiniões do Espiritismo sejam, lidas em nós.
ANDRÉ LUIZ
Uberaba, 2 de julho de 1963.
(Página recebido pelo médium Waldo Vieira)
Livro: “Opinião Espírita”, de Francisco C. Xavier e Waldo Vieira, pelos Espíritos Emmanuel e André Luiz (cap.2)

21.12.20

Natal Segundo o Espiritismo

O que é o Amor

A palavra amor é de uma abrangência enorme. 
Por não sabermos o que é amor dizemos que amor é qualquer coisa que gostamos. 
Se gostamos de uma pera, dizemos que essa pera é um amor. 
Se gostamos de um bom refrigerante gelado numa tarde de calor, dizemos, igualmente, este refrigerante é um amor. 
Se, então, gostamos de alguém fervorosamente, vamos logo dizendo: fulano ou fulana é um amor. 
Bem, pode ser que o que sinta, neste e em outros casos, comece a ser uma expressão de amor, pequeníssima é verdade, mas algo que lembre, mesmo que distanciadamente, o que seja o amor. 
Quando, porém, começamos a nos dar com desafios mais gritantes na vida, quando enfrentamos situações graves e alguém nos socorre desinteressadamente é que começamos, de fato, a compreender o que é amor. 
O amor, na sua essência, é doação. Quem não sabe doar, não sabe ainda o que é o amor. 
Porque é importante saber isso desde o início? 
É porque quem pensa primeiramente em si, em tudo e na vida, se presta apenas a satisfazer as suas necessidades pessoais, não vive no amor, vive em outra faixa de sentimento: o egoísmo. 
Por esta razão é que diz que egoísmo e amor não se beijam.
Duas pessoas podem até se relacionarem muito bem. Podem até fazer uma parceria de muitos anos, mas quando se chega o momento da verdade, o momento de ouro que exige desprendimento e dedicação, é que vamos entender se naquela relação existe realmente o amor. 
O amor é uma perda de referência temporária de si mesmo para se dedicar ao outro. E quando não, às vezes, toda uma vida. 
O amor não encontra barreiras para se expressar. Ele fala mais alto em qualquer relação. Ele é expresso de diversas formas, das mais simples e aparentemente insignificantes até grandes atos de desprendimento. 
Quem sabe amar desconsidera a condição do outro. Ele simplesmente ama pelo prazer de amar. Serve pelo prazer de servir. Doa-se pelo prazer de doar-se. 
Portanto, o amor não pode ser considerado um atropelo, uma barreira, um infortúnio, não, o amor é sempre uma demonstração de prazer, de entrega da alma para o outro sem qualquer condição. 
Aprender a amar não é um ato de apenas uma vida, mas um compromisso para a eternidade, o que não quer dizer que cada momento não seja importante neste santo ofício da vida. 
É o amor, meus caros, que simbolizará a nova jornada do homem na terra. 
Os ensinos de Jesus, neste contexto, são todos eles direcionados para a aprendizagem contínua do amor. Cada palavra, cada gesto, cada situação, são cenários para demonstrar como materializar a boa arte de amar.
Amemos, irmãos, amemos sem parar. 
O amor unirá o mundo tornando-o um só. 
Será pelo amor que o homem finalmente encontrará a paz em si e a transmitirá para toda a humanidade. 
Helder Camara - Blog Novas Utopias

20.12.20

PRECE DE 2020

Senhor Jesus, Mestre Amado,
Este foi um ano que nos proporcionou inúmeras
E preciosas lições –
Lições somente comparáveis às que nos foram
Transmitidas em oportunidade semelhantes,
Nos séculos que já se foram...
Aprendamos, neste ano,
Sobre –
A fugacidade da existência no corpo físico,
A inutilidade das ambições,
A ilusão do poder transitório...
Sobretudo, aprendemos
Que, crendo ou não crendo nelas,
Estamos à mercê das Leis Divinas,
Das circunstâncias da frágil vida humana
Na Terra,
Que ninguém deve se considerar
Em situação de privilégio...
Aprendemos ainda
O quanto é difícil aprender
As lições mais comezinhas de fraternidade –
O quanto é difícil vencer o egoísmo,
Quando mesmo estejamos
A deixar a carcaça por ação de um
Ser microscópico –
Que nos impôs a derrota que
Davi impôs a Golias, manejando uma funda...
Aprendemos, igualmente,
Que muito temos a aprender –
Praticamente o A, B, C do amor ao próximo,
No qual somos analfabetos...
Aprendemos que não temos memória,
Ou coração, não sei,
Porque como nos esquecemos com facilidade
Dos tropeços, das quedas, dos fracassos –
Como, de repente, o anjo que ensaiávamos ser
Volta a ser humano, e, em certos casos,
Até sub-humano...
Este ano de 2020, dos derradeiros anos,
Nos últimos séculos,
Sem dúvida, foi dos mais preciosos para nós –
No corpo e fora do corpo...
Foi um ano que nos trouxe à flor da pele
O que ficava escondido nas entranhas
Dos tecidos de nossos corpos –
Mais ou menos denso, não importa...
Este ano de 2020 foi “cacete”
Prá burro, mas justamente por ele
Queremos Te agradecer...
Estamos, sim, nos conhecendo melhor
E sabemos mais do que somos capazes,
Tanto no Bem quanto no mal,
Tanto diante de uma Pandemia, quanto fora dela...
E que tristeza, Senhor,
Constatar que, como integrantes da Humanidade,
Ainda estamos tão longe –
Infinitamente distantes –
De sermos quem esperas que, um dia,
Venhamos a ser...
Aprendemos, sim, Senhor,
A olhar um pouco mais para o Céu,
Voltamos a dobrar os joelhos
E a curvar a cerviz –
Ah, o que o medo da morte não faz com o homem!...
Senhor, no que pese os que partiram
Antes de outros,
E vieram se juntar a nós, deste Outro Lado,
2020 foi uma maravilha! –
Expôs as nossas chagas todas,
Ou quase todas –
Tu nos demonstraste o que um simples
Vírus,
Pode nos ensinar em Teu nome,
A nós que, há dois mil anos,
Sequer aprendemos, com os olhos do espírito,
A ler o Teu Testamento
De Sabedoria e de Amor
À Humanidade egóica – que nome feio –
Para uma coisa mais feia ainda –
O egoísmo,
Responsável pelos insucessos espirituais do homem
E que ainda lhe custará,
Nos anos vindouros,
Lágrimas mais abundantes!...
 
INÁCIO FERREIRA - Blog Mediunidade na Internet
Uberaba – MG, 20 de Dezembro de 2020.

19.12.20

TROVAS DE COMPANHEIRO

Não julgues, em tempo algum,
Quem no mal se contradiz,
Dos atos de cada um
A consciência é o juiz.
*
Vigia as próprias ações,
Não te aventures a esmo,
Quem vive só de ilusões
Vive enganando a si mesmo.
*
Faze o bem e silencia,
Conserva a paz que te alcança...
É no jardim da alegria
Que cresce a flor da esperança.
*
Quando cais em provação,
Deus envia nos teus passos
Quem te levanta do chão
E te sustenta nos braços.
*
Aquele que te magoa,
Por certo, já foi magoado...
Quase sempre, quem perdoa,
Precisa ser perdoado.
*
Ante a verdade dos fatos
Do Espiritismo, aos cristãos,
No mundo, há muitos Pilatos
Querendo lavar as mãos.
*
A Lei que a vida engrandece,
Proclama de uma só voz:
O que aos outros acontece,
Acontece sobre nós.
*
Pelo que sofras na vida,
Não acuses a quem seja...
A roseira, se ferida,
Mais perfuma e mais viceja.
*
O poeta é um sofredor
Que vive cantando ao léu,
Procurando em sua dor
Um caminho para o céu...
*
O Poeta do Calvário,
Transfigurado na cruz,
Cantou no triste cenário
Um hino de amor e luz!...
 
Eurícledes Formiga - Blog Poesia em Prosa e Verso
(Página recebida pelo médium Carlos A. Baccelli, em reunião pública do “Grupo Espírita da Prece”, na noite de 19 de agosto de 1989, em Uberaba – MG).

18.12.20

Pensamento

REENCARNAÇÃO E EVOLUÇÃO

"O progresso pode ser comparado a montanha que nos cabe transpor, sofrendo-se naturalmente os problemas e as fadigas da marcha, enquanto que a recuperação e a expiação podem ser consideradas como essa mesma subida, devidamente recapitulada, através de embaraços e armadilhas, miragens e espinheiros que nós mesmos criamos."
Urge reparar em que a reencarnação não é mero princípio regenerativo. A evolução natural nela encontra firme apoio. Criaturas que avultam e bondade, em muitas ocasiões requerem conhecimento nobilitante, e muitas que se agigantaram na inteligência permanecem à mingua de virtude. Outras inumeráveis, embora detendo preciosos valores, nos domínios do coração e do cérebro, após longo estágio no plano extrafísico, sentem fome de progresso renovador por inabilitadas, ainda, a ascensões maiores e renunciam à tranqüilidade a que se integram nos grupos afins, porque, no cadinho efervescente da carne, analisando, de novo, as próprias imperfeições, testando-lhes a amplitude nas rudes experiências da vida humana, obtendo mais avançado ensejo de corrigenda e transformação.
Isso não significa que a consciência desencarnada deixe de encontrar possibilidades de expansão nas cidades espirituais que gravitam em torno da Terra. Outras modalidades de estudo e trabalho aí lhe asseguram novos fatores de evolução; contudo, escassa percentagem de criaturas humanas, além da morte, adquirem acesso definitivo aos planos superiores.
A esmagadora maioria jaz ainda ligada às ideologias e raças, pátrias e realizações, famílias e lares do mundo. É por isso que artistas eméritos, ao notarem o curso diferente das escolas que deixaram no Planeta, sentem-se irresistivelmente atraídos para a reencarnação, a fim de preservar-lhes ou enriquecer-lhes os patrimônios. Cientistas eminentes, interessados na continuidade dos empreendimentos redentores que largaram em mãos alheias, volvem ao trabalho e à experimentação entre os homens, e, no mesmo espírito missionário, religiosos e filósofos, professores e condutores, homens e mulheres que se distinguem por nobres aspirações retornam, voluntariamente, à esfera física, em sagradas lições de auxílio que lhes valem honrosos degraus de sublimação na escalada para a Divina Luz. Entendamos, assim, que tanto a regeneração quanto a evolução não se verificam sem preço. O progresso pode ser comparado a montanha que nos cabe transpor, sofrendo-se naturalmente os problemas e as fadigas da marcha, enquanto que a recuperação e a expiação podem ser consideradas como essa mesma subida, devidamente recapitulada, através de embaraços e armadilhas, miragens e espinheiros que nós mesmos criamos. Se soubermos, porém, suar no trabalho honesto, não precisaremos suar e chorar no resgate justo. E não se diga que todos os infortúnios da marcha de hoje estejam debitados a compromissos de ontem, porque, com a prudência ou imprudência, com a preguiça e o trabalho, com o bem e o mal, melhoramos ou agravamos a nossa situação, reconhecendo-se que todo dia, no exercício de nossa vontade, formamos novas causas, refazendo o destino.
André Luiz (espírito) 

17.12.20

MISSIONÁRIOS

Comentário Questão 575 do Livro dos Espíritos

Os verdadeiros missionários são fáceis de serem reconhecidos pelos seus feitos em favor da coletividade, no entanto, existem missionários menores, aos quais são entregues pequenas missões, mas de real valor, por dar segurança a certas pessoas que precisavam de amparo mais direto.
A missão é um dever, mas nem sempre o dever é uma missão. Todos nós temos, por exemplo, o dever de amar sem distinção a todos e a tudo para o nosso próprio bem; entretanto, o missionário de altas possibilidades faz do amor um instrumento de vida, de modo a atingir a humanidade, dando a ela mais vida, mais alegria e esperança em todas as suas atividades.
A missão tem o mesmo tamanho para todos; o missionário é que a faz crescer ou estabilizar. Podemos lembrar, como exemplo, a vida de Francisco de Assis, que fez da sua missão uma força a atingir todos os povos, e que, ainda hoje, irradia-se em todas as nações, vibrando nos corações como se ele estivesse presente na Terra, animando um corpo físico.
O missionário, tudo que ele faz, tudo que ele idealiza, é em favor da coletividade; não o anima nada pessoal, pois ele destruiu no seu mundo íntimo o egoísmo e o orgulho, duas chagas terríveis da humanidade. Não podemos esquecer de falar que os caminhos do missionário são sempre cheios de espinhos. Todos eles sofrem as reações à ação benfeitora da sua presença e carregam um pouco da cruz coletiva.
Então, os principais sacerdotes o acusavam de muitas coisas. (Marcos, 15:3)
Nem o Mestre passou ileso da fúria negativa da força cármica que atuava nos sacerdotes, e como Ele era obediente ao Pai, aceitou sem reclamar o escárnio, as pedradas, a fúria que a ignorância faz surgir, e a própria cruz. A lei Lhe pediu que saísse do planeta onde veio, por misericórdia, para ensinar o amor, e Ele partiu, mas, deixou a grande lição escrita no coração da humanidade encarnada e desencarnada. Jesus foi um missionário direto de Deus, por amor ao Seu rebanho.
Querer saber a que classe de Espíritos podem pertencer os missionários implica em resposta de difícil determinação. A terminologia é variável como os idiomas da Terra; são denominações diversas e, por vezes, não traduzem os nossos sentimentos, mas, podemos dizer que missão existe de todos os tamanhos, desde quando elas constróem e ajudam as criaturas nas mudanças necessárias, onde o Evangelho de Jesus comanda e desperta os homens para a luz da verdade.
Podemos classificar o dever como sendo obrigações inerentes às nossas necessidades, onde o bem deixa a sua marca. A missão, pequena ou grande, é aquela que ultrapassa a nossa área, atingindo o próximo no que ele precisa para andar melhor. Quase sempre o missionário esquece a si mesmo, para beneficiar aos seus irmãos em sofrimentos, mas, o verdadeiro missionário cuida de si, dos seus inúmeros deveres e reúne suas forças por todos os meios possíveis e impossíveis aos olhos do mundo, avançando com alegria e amor, doando sempre para a paz de todas as criaturas. Por vezes, ele sacrifica sua vida para que todos possam viver bem, sempre no clima do amor.
Livro: Filosofia Espírita – João Nunes Maia – Miramez - Todos os livros Espíritas como este vendidos em nossa loja terão o lucro repassado à Casa Espírita de Oração Amor e Luz.

16.12.20

OPINIÃO ESPÍRITA

Asseverou o Cristo: Não vim destruir a lei, porém, cumpri-la.
Isso, entretanto, não lhe tolheu a disposição de exumar o pensamento de Moisés e dos Profetas dos arquivos que o tempo lhe expôs à consideração, estruturando os princípios e plasmando os exemplos com que rearticulou estatutos e instruções.
O Espiritismo pela voz de Allan Kardec igualmente afirmou:
Não venho destruir a lei cristã, mas dar-lhe execução.
Isso, porém não impediu que o Codificador desentranhasse o ensinamento de Jesus e dos evangelistas das fórmulas que os séculos lhe submeteram a exame clareando as recomendações e definindo as normas, com que traçou a orientação espírita, desenvolvendo lições e constituindo diretrizes.
O Cristo não incomodou a quantos quisessem manter a própria vinculação ao judaísmo, sem, contudo, adiar os ensinamentos do Evangelho.
Allan Kardec respeitou quantos se mostravam fiéis aos juízos teológicos do passado, mas não atrasou a mensagem renovadora do Espiritismo.
Oferecendo aos leitores amigos as páginas deste livro, esclarecemos, portanto que nós, os espíritas encarnados e desencarnados, acatamos cultos e preconceitos, conceituações e interpretações dos outros, venham de onde vierem, como não pode deixar de ser, mas, nisso ou naquilo, possuímos opinião própria que não podemos esquecer, nem desprezar.
Livro: “Opinião Espírita”, de Francisco C. Xavier e Waldo Vieira, pelos Espíritos Emmanuel e André Luiz

15.12.20

Busca

Por trás dos véus somente sombras. O que eu poderia esperar além disso? Foi apenas isso que gerei.
As terras do lado de cá refletem o que você pensa de si mesmo. Nada se altera ao morrer. Nem mesmo o azedume que nos persegue.
Este fato insolente se reflete também nas coisas boas que cultivamos ou que pensamos cultivar. Somente com o tempo entendemos que as rosas não são feitas somente de beleza e perfume, os espinhos nos lembram que a vida é dual por natureza.
As peles que vestimos são transformadas com o tempo. Tudo fica à espera de nós mesmos, de nossa insolência ou da nossa presciência. Da nossa ação ou inação. Tudo se envolve em pensamentos que decorrem daquilo que queremos ou tentamos ser.
Quando a vida cessa no corpo e encaramos a realidade como ela é, temos duas faces: a verdadeira, que nos impõe mudança, ou a mentirosa, que tenta nos proteger de nós mesmos.
Tudo se insere nesta busca do eu constante. Saber quem sou nesta esfera do existir pode ser medonho, mas é uma conquista contínua, renovada pela esperança de um dia finalmente se encontrar.
Aquilo que parece não é e o que menos se assemelhava à verdade nos aparece como insofismável.
Imaginarmos ser os maiorais na terra é puro engano. Quando se chega às raias da realidade do espírito se vê o quanto de ilusão se alimenta os homens.
A tormenta de viver somente prossegue. Ela, a vida, cobra insistentemente pela busca da razão das coisas. Ficar parada ao vento, beber uma cerveja, esquecer as mágoas no alívio de um colo qualquer, pode ser uma vaga esperança de que há mais do que simplesmente ficar por aí.
A busca contínua de sentido faz alguém crescer, tornar-se gente, gente grande, gente graúda.
Os que pensam que a vida vai sair por menos quando morrer vai cair do cavalo. Tombo dos maiores - pode crer.
Quem leva a vida a fulanizar as coisas embriaga-se de nada. Na verdade, foge de si mesmo, entra na loucura do não existir e vive somente a aterrorizar a vida do outro.
Eu busco paz do lado de cá. Uma paz diferente do que tive aí.
Meu cigarro não vale mais.
Minha bebida não tem sentido.
Minhas letras é que me fazem viva.
Traços abertos aqui me dão um fôlego a mais, embora possam ser fugidios.
Nasço, renasço e volto a morrer para renascer de novo a cada momento. E é isto hoje que me faz feliz.
Penso!
Clarice Lispector - Blog de Carlos Pereira

14.12.20

De Kardec ao Espiritismo

MAR E PRAIA

Qual a água do mar toca a praia, e a encharca, assim é o Mundo Espiritual próximo, em relação à Terra.
Notemos que os banhistas, muitos deles, em seus trajes menores, à feição dos desencarnados, permanecem num estado de transição – continuam tão humanos que, quando logram se retirar da praia, deixam-na quase completamente repleta de lixo.
A praia, por assim dizer, é o “Umbral”, a Dimensão intermediária entre a cidade e o oceano – entre a Terra e o Mundo Espiritual livre.
Raros são os banhistas que, por saberem nadar, se aventuram mar à dentro, distanciando-se da praia.
A esmagadora maioria, quando se vê fora do corpo, com receio do Infinito, não ousa mais que molhar os pés – depois de breve bronzeado, deliberam voltar à cidade e retomar a segurança de quem pisa em chão já conhecido.
Dando as costas para o Infinito, ou seja, para o Mundo Espiritual de natureza mais transcendente, opta peço regresso à vida comum – toma um banho quente em casa e procura se livrar de toda e qualquer lembrança da areia das praias do litoral.
Não obstante, o oceano, ou seja, o Mundo Espiritual, em suas águas mais rasas ou mais profundas, permanece na expectativa de quem seja capaz de desbravá-lo.
Até o presente momento, poucos são os banhistas que, exímios nadadores, arriscam-se a ir um pouco mais longe, e, depois, retornam procurando encorajar os mais temerosos a não se contentarem com apenas molhar os pés, ou dormir sob as sombrinhas postadas na areia da praia.
Realmente, para que alguém se aventure mar adentro é preciso que tenha aprendido a nadar, e mergulhar, assimilando, inclusive, a técnica da flutuação.
Alguns têm tanto receio do mar que preferem, embora em trajes de banho, permanecer num dos bancos da calçada, à sombra de uma palmeira, repetindo de maneira inconsciente: - Eu quero a minha mãe!...
E é justamente esse desejo, o de querer a mãe, que faz muitos banhistas retornarem mais depressa às suas casas, entrarem num pijama e dormir ao barulho da maré...
Contudo, o mar permanecerá onde sempre esteve – desafiador. E quem não vencer o medo do Infinito nada conseguirá, por muito e muito tempo, mais que pisar na areia da praia e permitir que a água do oceano lhe toque os pés.
A praia é o “Umbral” dos espíritos que deixam o corpo – praia, diga-se de passagem, repleta da presença humana dos banhistas que não se preocupam com o meio ambiente.
O Espiritismo é excelente “escola de natação”, para que os futuros banhistas percam o medo das águas do oceano e comecem a bracejar na direção do Infinito.
Mas, por hora, o receio de afogamento vem predominando na maioria dos banhistas, que, como eu, literalmente, nunca puderam realmente aprender a nadar sequer numa piscina – eu tinha medo de afogar até debaixo do chuveiro, ou, quando era mais menino, até na bacia d’água em que minha mãe me colocava para que eu pudesse me livrar da poeira cotidiana de minhas traquinagens.
Todavia, é verdade que tem banhista na cidade que sequer nunca foi à praia – eu penso que deve ter medo de ser puxado pelas ondas do mar...
Por este motivo, meu caro, se você quiser, o Espiritismo também pode ser, para você e para muita gente, um “Manual de Natação”, que, talvez, quando você for à praia, consiga encorajá-lo a entrar no mar da Vida Mais Alta com a água lhe dando, pelo menos, à cintura.
 
INÁCIO FERREIRA - Blog Mediunidade na Internet
Uberaba – MG, 13 de Dezembro de 2020.

13.12.20

O Despertamento da Consciência

Que felicidade perdoar!
Mais ainda quando o perdão é regado de muito amor.
Digo isto porque Jesus nos ensinou que deveríamos perdoar setenta vezes sete vezes, ou seja, não há limite para o perdão.
Se volto novamente a escrever sobre este assunto em tão pouco tempo é porque vejo uma necessidade premente.
Jovens do mundo inteiro estão a perguntar: 
Por que esses dias sombrios? 
Deus não poderia ser melhor com seu povo?
Por que tantas agruras para tanta gente?
Os jovens são assim mesmo. Dizem diretamente o que sentem. Muitos não conseguem ainda compreender a sabedoria de Deus em tudo.
Este momento é de teste. Teste de paciência. Teste de aptidões.
Paciência para esperar o bom momento da higienização planetária e seguirmos adiante no progresso dos mundos.
Aptidões para levar este mundo a lugar concreto de paz e felicidade entre todos os povos do universo.
Como coletividade humana ainda não conseguimos compreender certas coisas e, portanto, estamos a sofrer.
A pandemia que nos fez repensar as vidas neste ano representa apenas um movimento a mais de busca de despertamento da consciência. E olha que muitos sequer abriram os olhos para isso.
Ela irá embora e deixará suas marcas. Quem teve olhos para ver e ouvidos para ouvir o que ela tinha a nos dizer, tudo bem, mas e aqueles que ainda dormem...
Penso que este despertamento é inevitável, porém cada um deve fazer a sua parte.
Uns, dormem demais. Outros, se acordam logo. Há aqueloutros que estão com os olhos bem abertos.
Compreender esta realidade transcental é papel para quem já abriu os olhos há algum tempo ou que já ouve coisas...
- Perdão, Pai, eles não sabem o que fazem!
Ora, se Jesus, nosso Senhor, sabia que havia uma multidão de ignorantes para as coisas da alma, porque eu, simples aprendiz, não estaria também no meio dos que agora apenas despertam?
O ouvir da nova realidade já é concreto para muitos povos que despertaram da escuridão e da letargia espiritual.
E você, como está?
Deixem que a inquietude dos jovens os leve para o despertamento, isso para aqueles que ainda dormem, mas você que já viveu um bom pedaço da vida, em que estado de lucidez você está?
Acordem, meu povo, já não é mais hora para brincadeiras ou desperdícios.
Acordem, minha gente, a nova era já chegou.
Acordem todos, o Cristo está presente!
Helder Camara -Blog Novas Utopias

12.12.20

HOJE E SEMPRE

Reinício de tarefa,
Mais trabalho, mais estudo,
Mais união, mais amor,
No recomeço de tudo...
Mais alegria e humildade,
Uns com os outros em serviço,
Mais ideal e mais fé,
Sem fugir ao compromisso...
Sobre a Terra, a cada ano,
Seja novo ou seja velho,
O que o homem necessita
É um pouco mais de Evangelho...
Evangelho hoje e sempre,
Na palavra e na ação,
De Evangelho nos lábios
E inda mais no coração!...
Eurícledes Formiga - Blog Espiritismo em Prosa e Verso
(Página recebida pelo médium Carlos A. Baccelli, em reunião pública do Lar Espírita “Pedro e Paulo”, no dia 15 de Janeiro de 2020, em Uberaba – MG).

11.12.20

Elohim Criador

REENCARNAÇÃO E EVOLUÇÃO

"O progresso pode ser comparado a montanha que nos cabe transpor, sofrendo-se naturalmente os problemas e as fadigas da marcha, enquanto que a recuperação e a expiação podem ser consideradas como essa mesma subida, devidamente recapitulada, através de embaraços e armadilhas, miragens e espinheiros que nós mesmos criamos."

REENCARNAÇÃO E EVOLUÇÃO - Urge reparar em que a reencarnação não é mero princípio regenerativo. A evolução natural nela encontra firme apoio. Criaturas que avultam e bondade, em muitas ocasiões requerem conhecimento nobilitante, e muitas que se agigantaram na inteligência permanecem à mingua de virtude. Outras inumeráveis, embora detendo preciosos valores, nos domínios do coração e do cérebro, após longo estágio no plano extrafísico, sentem fome de progresso renovador por inabilitadas, ainda, a ascensões maiores e renunciam à tranqüilidade a que se integram nos grupos afins, porque, no cadinho efervescente da carne, analisando, de novo, as próprias imperfeições, testando-lhes a amplitude nas rudes experiências da vida humana, obtendo mais avançado ensejo de corrigenda e transformação.

Isso não significa que a consciência desencarnada deixe de encontrar possibilidades de expansão nas cidades espirituais que gravitam em torno da Terra. Outras modalidades de estudo e trabalho aí lhe asseguram novos fatores de evolução; contudo, escassa percentagem de criaturas humanas, além da morte, adquirem acesso definitivo aos planos superiores.

A esmagadora maioria jaz ainda ligada às ideologias e raças, pátrias e realizações, famílias e lares do mundo. É por isso que artistas eméritos, ao notarem o curso diferente das escolas que deixaram no Planeta, sentem-se irresistivelmente atraídos para a reencarnação, a fim de preservar-lhes ou enriquecer-lhes os patrimônios. Cientistas eminentes, interessados na continuidade dos empreendimentos redentores que largaram em mãos alheias, volvem ao trabalho e à experimentação entre os homens, e, no mesmo espírito missionário, religiosos e filósofos, professores e condutores, homens e mulheres que se distinguem por nobres aspirações retornam, voluntariamente, à esfera física, em sagradas lições de auxílio que lhes valem honrosos degraus de sublimação na escalada para a Divina Luz. Entendamos, assim, que tanto a regeneração quanto a evolução não se verificam sem preço. O progresso pode ser comparado a montanha que nos cabe transpor, sofrendo-se naturalmente os problemas e as fadigas da marcha, enquanto que a recuperação e a expiação podem ser consideradas como essa mesma subida, devidamente recapitulada, através de embaraços e armadilhas, miragens e espinheiros que nós mesmos criamos. Se soubermos, porém, suar no trabalho honesto, não precisaremos suar e chorar no resgate justo. E não se diga que todos os infortúnios da marcha de hoje estejam debitados a compromissos de ontem, porque, com a prudência ou imprudência, com a preguiça e o trabalho, com o bem e o mal, melhoramos ou agravamos a nossa situação, reconhecendo-se que todo dia, no exercício de nossa vontade, formamos novas causas, refazendo o destino.

Francisco C. Xavier - André Luiz

10.12.20

O UMBRAL

    "O Umbral começa na crosta terrestre. É a zona obscura de quantos no mundo não se resolveram a atravessar as portas dos deveres sagrados, a fim de cumpri-los, demorando-se no vale da indecisão ou no pântano dos erros numerosos."
    Narra André Luiz: "Após receber tão valiosas elucidações, aguçava-se-me o desejo de intensificar a aquisição de conhecimentos relativos a diversos problemas que a palavra de Lísias sugeria. As referências a espíritos do Umbral mordiam-me a curiosidade. A ausência de preparação religiosa, no mundo, dá motivo a dolorosas perturbações. Que seria o Umbral? Conhecia, apenas, a idéia do inferno e do purgatório, através dos sermões ouvidos nas cerimônias católico-romanas a que assistira, obedecendo a preceitos protocolares. Desse Umbral, porém, nunca tivera notícias.
    Ao primeiro encontro com o generoso visitador, minhas perguntas não se fizeram esperar. Lísias ouviu-me, atencioso, e replicou:
    - Ora, ora, pois você andou detido por lá tanto tempo e não conhece a região?
    Recordei os sofrimentos passados, experimentando arrepios de horror.
    - O Umbral - continuou ele, solícito - começa na crosta terrestre. É a zona obscura de quantos no mundo não se resolveram a atravessar as portas dos deveres sagrados, a fim de cumpri-los, demorando-se no vale da indecisão ou no pântano dos erros numerosos. Quando o espírito reencarna, promete cumprir o programa de serviços do Pai; entretanto, ao recapitular experiências no planeta, é muito difícil fazê-lo, para só procurar o que lhe satisfaça ao egoísmo. Assim é que mantidos são o mesmo ódio aos adversários e a mesma paixão pelos amigos. Mas, nem o ódio é justiça, nem a paixão é amor. Tudo o que excede, sem aproveitamento, prejudica a economia da vida. Pois bem: todas as multidões de desequilibrados permanecem nas regiões nevoentas, que se seguem aos fluidos carnais. O dever cumprido é uma porta que atravessamos no Infinito, rumo ao continente sagrado da união com o Senhor. É natural, portanto, que o homem esquivo à obrigação justa, tenha essa bênção indefinidamente adiada. 
    Notando-me a dificuldade para apreender todo o conteúdo do ensinamento, com vistas à minha quase total ignorância dos princípios espirituais, Lísias procurou tornar a lição mais clara:
    - Imagine que cada um de nós, renascendo no planeta, somos portadores de um fato sujo, para lavar no tanque da vida humana. Essa roupa imunda é o corpo causal, tecido por nossas mãos, nas experiências anteriores. Compartilhando, de novo, as bênçãos da oportunidade terrestre, esquecemos, porém, o objetivo essencial, e, ao invés de nos purificarmos pelo esforço da lavagem, manchamo-nos ainda mais, contraindo novos laços e encarcerando-nos a nós mesmos em verdadeira escravidão. Ora, se ao voltarmos ao mundo procurávamos um meio de fugir à sujidade, pelo desacordo de nossa situação com o meio elevado, como regressar a esse mesmo ambiente luminoso, em piores condições? O Umbral funciona, portanto, como região destinada a esgotamento de resíduos mentais; uma espécie de zona purgatorial, onde se queima a prestações o material deteriorado das ilusões que a criatura adquiriu por atacado, menosprezando o sublime ensejo de uma existência terrena.
    A imagem não podia ser mais clara, mais convincente. Não havia como disfarçar minha justa admiração. Compreendendo o efeito benéfico que me traziam aqueles esclarecimentos, Lísias continuou:
    - O Umbral é região de profundo interesse para quem esteja na Terra. Concentra-se, aí, tudo o que não tem finalidade para a vida superior. E note você que a Providência Divina agiu sabiamente, permitindo se criasse tal departamento em torno do planeta. Há legiões compactas de almas irresolutas e ignorantes, que não são suficientemente perversas para serem enviadas a colônias de reparação mais dolorosa, nem bastante nobres para serem conduzidas a planos de elevação. Representam fileiras de habitantes do Umbral, companheiros imediatos dos homens encarnados, separados deles apenas por leis vibratórias. Não é de estranhar, portanto, que semelhantes lugares se caracterizem por grandes perturbações. Lá vivem, agrupam-se, os revoltados de toda espécie. Formam, igualmente, núcleos invisíveis de notável poder, pela concentração das tendências e desejos gerais. Muita gente da Terra não recorda que se desespera quando o carteiro não vem, quando o comboio não aparece? Pois o Umbral está repleto de desesperados. Por não encontrarem o Senhor à disposição dos seus caprichos, após a morte do corpo físico, e, sentindo que a coroa da vida eterna é a glória intransferível dos que trabalham com o Pai, essas criaturas se revelam e demoram em mesquinhas edificações. "Nosso Lar" tem uma sociedade espiritual, mas esses núcleos possuem infelizes, malfeitores e vagabundos de várias categorias. É zona de verdugos e vítimas, de exploradores e explorados.
    Valendo-me da pausa, que se fizera espontânea, exclamei, impressionado:
    - Como explicar? Então não há por lá defesa, organização?
    Sorriu o interlocutor, esclarecendo:
    - Organização é atributo dos espíritos organizados. Que quer você? A zona inferior a que nos referimos é qual a casa onde não há pão: todos gritam e ninguém tem razão. O viajante distraído perde o comboio, o agricultor que não semeou não pode colher. Uma certeza, porém, posso dar-lhe: - não obstante as sombras e angústias do Umbral, nunca faltou lá a proteção divina. Cada espírito lá permanece o tempo que se faça necessário. Para isso, meu amigo, permitiu o Senhor se erigissem muitas colônias como esta, consagradas ao trabalho e ao socorro espiritual.
    - Creio, então - observei -, que essa esfera se mistura quase com a esfera dos homens.
    - Sim - confirmou o dedicado amigo -, e é nessa zona que se estendem os fios invisíveis que ligam as mentes humanas entre si. O plano está repleto de desencarnados e de formas-pensamento dos encarnados, porque, em verdade, todo espírito, esteja onde estiver, é um núcleo irradiante de forças que criam, transformam ou destroem, exteriorizadas em vibrações que a ciência terrestre presentemente não pode compreender. Quem pensa, está fazendo alguma coisa alhures. E é pelo pensamento que os homens encontram no Umbral os companheiros que afinam com as tendências de cada um. Toda alma é um ímã poderoso. Há uma extensa humanidade invisível, que se segue à humanidade visível. As missões mais laboriosas do Ministério do Auxílio são constituídas por abnegados servidores, no Umbral, porque se a tarefa dos bombeiros nas grandes cidades terrenas é difícil, pelas labaredas e ondas de fumo que os defrontam, os missionários do Umbral encontram fluidos pesadíssimos emitidos, sem cessar, por milhares de mentes desequilibradas, na prática do mal, ou terrivelmente flageladas nos sofrimentos retificadores. É necessário muita coragem e muita renúncia para ajudar a quem nada compreende do auxílio que se lhe oferece.
    Interrompera-se Lísias. Sumamente impressionado, exclamei:
    - Ah! como desejo trabalhar junto dessas legiões de infelizes, levando-lhes o pão espiritual do esclarecimento!
    O enfermeiro amigo fixou-me bondosamente, e, depois de meditar em silêncio, por largos instantes, acentuou, ao despedir-se:
    - Será que você se sente com o preparo indispensável a semelhante serviço?"

Livro: Nosso Lar - Francisco C Xavier - Andre Luiz

9.12.20

CRIATURAS INÚTEIS

Comentarios Questão 574 do Livro dos Espíritos

Há criaturas que se julgam inúteis e que voluntariamente se entregam à inutilidade, como que influenciadas por outras entidades do mundo espiritual que assim pensam, deixando seus valores adormecidos, por conta própria. Desta forma, há preguiçosos igualmente no mundo espiritual, capazes de auto-inutilizar-se por longo tempo. Mas, o próprio tempo cobrar-lhes-á essa invigilância. Tudo que lhes acontece de negativo nos caminhos, tornar-se-á motivo para esmorecimento. Mesmo que alguém os chame para a realidade, sabem desculpar-se com habilidade e tapearem a si mesmos.
É preciso que se conclua que ninguém na vida é inútil; Deus não iria criar seres inúteis, por ser Ele mesmo o fundamento de tudo. Se o Senhor trabalha sem interrupção, como poderia nascer d'Ele filhos preguiçosos? É, pois, um contra-senso.
Existem muitos Espíritos encarnados e desencarnados que, julgando-se inúteis, nada desejam fazer, nem para eles mesmos. São os preguiçosos, e como a lei une os semelhantes, onde se encontram os detritos aí se reúnem os corvos; os preguiçosos se atraem, e uns inspiram os outros. Os encarnados falam que estão sofrendo influência dos desencarnados, e estes alegam o contrário. A verdade é que os dois lados da vida permutam e alimentam a inércia na atmosfera que criam para viver.
Se a vida é movimento, quem pára se aproxima da morte. O trabalho, em toda parte da criação, é sinônimo de alegria e felicidade. Onde há trabalho há paz, e o crescimento espiritual está ligado ao labor. Jesus já dizia:"- Eu trabalho e meu Pai opera sempre". Não existe criatura alguma inútil; mesmo as doentes podem fazer algo, estudando as condições que possuem. Não penses em paralisar, se por acaso se aproxima tua aposentadoria. Isso acontecendo, procura outro trabalho a fazer, e bom será que sejas um voluntário no amor. Quantas casas de velhos e crianças existem, às vezes perto de ti, pedindo mãos operosas, na limpeza e na orientação, como vigia ou como canal para procurar recursos? São convites que Deus faz pela expressão do que pode ser. Não percas o tempo que te chama para a caridade. Se já trabalhaste muito nos serviços dos homens, recebendo por isto, de agora em diante, trabalha para Deus e Jesus. Fazendo isto, o teu salário será outro, será aquele que a ferrugem não gasta, nem a traça corrói.
Se tens tendência para a preguiça, esforça-te para saíres deste campo da inércia, porque depois pagarás caro, em outra vida, que te pode ser imposta com duros trabalhos, com a finalidade de recuperares tuas forças. O trabalho com amor induz-nos para a esperança e a alegria. Se existe algum irmão desencarnado que te inspira para a ociosidade, ora por ele, por não saber o que fazer com as possibilidades que Deus lhe deu.
Não é somente o desencarnado que pode ajudar o encarnado: a ajuda parte do mais elevado. Entrelacemos, pois, as mãos, encarnados e fora da carne, e procuremos o Cristo, que Ele já nos procurou há muito tempo. Quem acompanha Jesus não fica parado; movimenta-se sempre no bem e para o bem da coletividade.

Livro: Filosofia Espírita – João Nunes Maia – Miramez - Todos os livros Espíritas como este vendidos em nossa loja terão o lucro repassado à Casa Espírita de Oração Amor e Luz.

8.12.20

O Perdão

Aquele que não sabe perdoar terá muita dificuldade em entender a vida e ser feliz.
O perdão representa o despojamento de nós mesmos e a compreensão do outro como ele é.
É não levar em consideração os atos insensatos do outro contra nós, pois compreenderá que ele ainda possui uma limitação de entendimento da vida e de si mesmo.
Perdoar representa considerar o estágio de progresso do outro e, portanto, relevar a possível desavença que você foi objeto.
O entendimento desta verdade não nos livra absolutamente do sentimento de desconforto, mas dará um peso menor ao ato que lhe afetou.
O problema, pense bem, está com o outro, não com você.
Foi o outro que foi invigilante.
Foi o outro que foi cruel.
Foi o outro que lhe fez o mal.
O sentido dessa ação não pode reverberar em você de modo que você queira revidar a ofensa.
Aquele que não compreende a ofensa por este prisma se envolve no mesmo emaranhado de pensamento e sentimento do ofensor.
Por isso, Jesus disse muito acertadamente que “somente lobos caem na armadilha de outros lobos”.
Cabe a você decidir se ainda deseja se comportar como tal.
O perdão não representa necessariamente o esquecimento, não será, porém, o revidamento.
Se ainda estás no estágio da afetação da arbitrariedade do outro contra você, não deseje a revolta imediata e a transformação do seu bem-estar espiritual.
Acolhe resignado a falta alheia e tente, ao mínimo, orar pelo seu ofensor. Isto já te garante grande tranquilidade da alma.
Jesus não precisou perdoar a quem quer que seja, simplesmente porque não se sentiu afetado com tudo aquilo que lhe foi endereçado.
Por compreender a realidade existencial e moral daquela gente, sabia, antecipadamente, que não poderia esperar um espírito elevado diante dos seus ensinamentos.
Não foi por outra razão que pediu ao “Pai” que perdoasse a massa que não sabia o que fazia.
Para os que ainda sentiriam o revés da ofensa, ensinou a necessidade de perdoar indefinidamente, “setenta vezes sete vezes”.
Ao ser contrariado nos seus interesses, ao ser objeto de ofensas, ao ser vilipendiado nos seus direitos, não discorra em amaldiçoar ou vingar, mas perdoar e compreender.
Sejam os céus contigo e que seu exemplo ilumine a outros tantos a se comportarem como você.
Helder Camara - Blog Novas Utopias

7.12.20

Fora da Caridade Não Há

SABER OUVIR

E - Cap. VII - Item 1
Tumulto e vozerio, nos atritos humanos, pedem um tipo raro de beneficência: a caridade de saber ouvir.
São muitos os que cambaleiam, desorientados, a mingua de tolerância que os ouça.
Convém, no entanto, frisar que palavras não lhe escasseiam. Falta-lhes o silêncio de um coração amigo, com bastante amor para ungir-lhes a alma, no bálsamo da compreensão; e, por esse motivo, desfalecem na luta, à feição do motor que se desajusta sem óleo.
Desdobras a mesa, ergues abrigo seguro, repartes a veste, esvazias a bolsa, atendendo aos que necessitam... cede também o donativo da atenção aos angustiados, para que se lhes descongestione o trânsito das idéias infelizes, nas veredas da alma.
Para que lhes prestes, entanto, o amparo devido, não mostres o ar distante dos que não querem se incomodar e nem digas a frase clássica: "pior aconteceu comigo", com a qual, muitas vezes, a pretexto de ajudar, apenas alardeamos egocentrismo, à frente dos outros, sem perceber que estamos a esmagá-los.
É possível que os teus problemas sejam realmente maiores, entretanto, na Terra, ninguém possui medida conveniente para determinar a extensão dos sofrimentos alheios. Desce, pois, do alto nível de tuas dores, minorando aquelas que te pareçam mais simples.
Deixa que o próximo te relacione os próprios desgostos. Se tiveres pressa ou cansaço, não pronuncies respostas tocadas de superioridade ou aspereza, qual se morasses numa cátedra de heroísmo, faze pausa, mesmo breve, e gasta um minuto de gentileza.
Todavia, sempre que possas, ouve calmamente, diminuindo a aflição que lavra no mundo.
No instante em que te caiba configurar a palavra, dize a frase que esclareça sem ferir ou que reanime sem enganar.
Se a circunstâncias te impelem às referências de ordem pessoal, seleciona aquelas que sirvam aos outros, na condição de escora e esperança.
Sobretudo, em ouvindo, não interrompas quem fala com a vara do reproche.
Geralmente, os que te procuram o entendimento para descarregar as agonias da alma, conhecem de sobra o calibre da cruz que eles mesmos colocaram nos ombros. Rogam-te apenas alguma pequenina parcela de energia que lhes assegurem mais alguns passos, caminho adiante.
Aprendamos a ouvir para auxiliar, sem a presunção de resolver.
O próprio Cristo consolando e abençoando, esclarecendo e servindo, não prometeu a supressão imediata das provações de quantos o cercavam, mas, sim, apelava, sincero: "Vinde a mim, que eu vos aliviarei."
ivro: “Opinião Espírita” - Francisco C. Xavier e Waldo Vieira, pelos Espíritos Emmanuel e André Luiz (05)

6.12.20

PROCURANDO UM CORPO...

FICÇÃO?!...
(Um caso dentre muitos de... reencarnação)
O espírito sente que deve reencarnar.
Trata-se de um impulso da Lei.
Íntimo.
Irresistível.
Necessita continuar evoluindo.
Precisa trabalhar.
Movimentar-se.
Criar.
Retomar um trabalho.
Ampliá-lo com novas ideias.
Adquiridas no Espaço.
Em seus vislumbres espirituais.
Ou em contato com outros espíritos.
Nem sempre dá para planejar.
Cuidar de detalhes.
Preferências.
Minúcias.
Raça.
Sexualidade.
Meio social.
Ele precisa apenas de um corpo.
Relativamente saudável.
Cérebro ativo.
Que lhe atenda ao comando mental.
Acolha o seu pensamento.
Possibilite o trabalho racional.
Intuitivo.
Corpo adequado aos sentimentos a externar.
Não carece de ser exatamente perfeito.
Tem que ser instrumento.
Maleável.
De seus pensamentos.
Palavras.
Mãos.
Se não puder, além do razoável,
Razoável serve.
Então, de iniciativa própria –
Livre arbítrio –,
Ele procura um ventre.
Ninho materno.
Atravessar a barreira das Dimensões.
Ressurgir no berço.
Ser criança, outra vez.
Construir no mundo –
Construindo o mundo,
Edificando a si.
Ele desce.
Peregrina nos arredores da Crosta.
Procura.
Fareja.
Facilidade pode ser obstáculo.
Dinheiro.
Beleza.
Paparicos quaisquer.
Um pouco de carinho, sim.
Atenção afetiva.
Principalmente da mãe.
Do pai, nem tanto.
Se o tiver, que não seja excessivo.
Precisa de um corpo –
Não de uma redoma.
De um corpo com reminiscências.
Sonhos.
Visões.
Anseios.
Quer ser semente entre espinhos.
Germinar.
Florescer.
Produzir frutos.
Permanecer anônimo – quanto possível.
Sabe das trevosas oposições.
Até certa idade, uma criança comum.
Depois, o gênio.
O artista.
O cientista.
O novo.
Sim, sobre a Terra –
Do centro à periferia,
De canto a canto –
Espíritos peregrinam.
À procura de um corpo.
Adequado.
Sem necessidade de lastros espirituais.
Sem programação.
Mas, evidente, com a permissão da Lei.
Em obediência à Lei.
Assumindo riscos.
Pois, o meio ainda é hostil.
Ele nasce e, de repente, luz.
Uma lamparina.
Chama bruxuleante.
Mas que, na sombra, é um clarão.
Fala e descerra caminhos.
Escreve e amplia horizontes.
Age e muda
Respira e inspira.
Depois, deixa a carcaça.
Sobe.
Um pouco mais alto.
 
INÁCIO FERREIRA - Blog Mediunidade na Internet
Uberaba – MG, 6 de Dezembro de 2020.