8.12.20

O Perdão

Aquele que não sabe perdoar terá muita dificuldade em entender a vida e ser feliz.
O perdão representa o despojamento de nós mesmos e a compreensão do outro como ele é.
É não levar em consideração os atos insensatos do outro contra nós, pois compreenderá que ele ainda possui uma limitação de entendimento da vida e de si mesmo.
Perdoar representa considerar o estágio de progresso do outro e, portanto, relevar a possível desavença que você foi objeto.
O entendimento desta verdade não nos livra absolutamente do sentimento de desconforto, mas dará um peso menor ao ato que lhe afetou.
O problema, pense bem, está com o outro, não com você.
Foi o outro que foi invigilante.
Foi o outro que foi cruel.
Foi o outro que lhe fez o mal.
O sentido dessa ação não pode reverberar em você de modo que você queira revidar a ofensa.
Aquele que não compreende a ofensa por este prisma se envolve no mesmo emaranhado de pensamento e sentimento do ofensor.
Por isso, Jesus disse muito acertadamente que “somente lobos caem na armadilha de outros lobos”.
Cabe a você decidir se ainda deseja se comportar como tal.
O perdão não representa necessariamente o esquecimento, não será, porém, o revidamento.
Se ainda estás no estágio da afetação da arbitrariedade do outro contra você, não deseje a revolta imediata e a transformação do seu bem-estar espiritual.
Acolhe resignado a falta alheia e tente, ao mínimo, orar pelo seu ofensor. Isto já te garante grande tranquilidade da alma.
Jesus não precisou perdoar a quem quer que seja, simplesmente porque não se sentiu afetado com tudo aquilo que lhe foi endereçado.
Por compreender a realidade existencial e moral daquela gente, sabia, antecipadamente, que não poderia esperar um espírito elevado diante dos seus ensinamentos.
Não foi por outra razão que pediu ao “Pai” que perdoasse a massa que não sabia o que fazia.
Para os que ainda sentiriam o revés da ofensa, ensinou a necessidade de perdoar indefinidamente, “setenta vezes sete vezes”.
Ao ser contrariado nos seus interesses, ao ser objeto de ofensas, ao ser vilipendiado nos seus direitos, não discorra em amaldiçoar ou vingar, mas perdoar e compreender.
Sejam os céus contigo e que seu exemplo ilumine a outros tantos a se comportarem como você.
Helder Camara - Blog Novas Utopias

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