31.8.22


 

POVOS SEM ADORAÇÃO

Comentários Questão 651 do Livro dos Espíritos

Nunca houve povos destituídos de adoração. Há uma força soberana que nos dirige de volta para nossa origem, de onde fomos gerados. Podemos tirar essa dedução pelos filhos ante seus pais, quando mais em se tratando de Deus, Pai de todos e de tudo o que existe.
Esse Deus vem nos revelando gradativamente, de modo que a nossa evolução possa resistir. Se queres saber, todos os reinos da natureza adoram a Deus do seu modo. Quando o homem descobrir essa verdade, ele encontrará seu Criador em todos os seus passos, e sentir-se-á feliz.
Não existem povos ateus, de negação total do Criador; atrás das palavras vibra o poder de Deus, se expressando como Pai. Quando encontramos alguém que alega não acreditar em Deus, suas palavras nem sempre expressam a verdade.
Paulo, quando fala aos Coríntios, assim se expressa com veemência, em sua primeira carta àqueles, no capítulo quatro, versículo vinte:
Porque o reino de Deus, consiste, não em palavras, mas em poder.
As palavras são formadas de conformidade com o que a pessoa aprendeu na faixa do seu entendimento, mas, o poder de Deus é sempre o mesmo: irradia-se na consciência e é vida.
Não existem ateus; eles mudam de idéias, como mudam de roupas. Igualmente, mudam de corpos como todos os outros Espíritos que Deus criou. As reencarnações são processos criados pelo Senhor para despertar no imo d'alma os poderes. as palavras são transitórias, até se fundirem nos poderes, que são eternos e verdadeiros.
Se ainda duvidas das coisas espirituais, continua tentando crer, porque foste feito do mesmo modo que os outros e és filho do mesmo Criador. Quem nega a verdade, acaba aceitando-a por maturidade. O "tempo da cegonha" já passou; hoje, nem as crianças nela acreditam mais, pela maturidade dos Espíritos. Assim, ainda existem muitas histórias que aparecem com a cegonha, e que o tempo se encarrega de fazer esquecer, para que tome seu lugar a verdade, mesmo que seja relativa, mas que apresenta melhores condições de se crer em Deus.
A Doutrina dos Espíritos é um canal de luz, que vem nos acordar, diminuir o tempo de ignorância e alcançar as claridades imortais do Espírito. Compete a nós outros nos esforçarmos para esse alcance de luz, e essa luz fornecer-nos-á meios de nos libertarmos da ignorância, com a qual nascemos.
O Senhor não se esqueceu de colocar na consciência de todos uma luz, fração da Sua própria claridade de amor.
Se alguém não sabe explicar o que é Deus para os que desejam negá-Lo,é porque não O compreende. É muito mais difícil, diante de um raciocínio mais apurado, negar essa força que tudo dirige com harmonia.
Coloca a tua inteligência em ação e adora, pelos meios de que dispões, essa força grandiosa de vida, que terás a resposta, pela tua própria consciência, que Ele existe e que, embora tão grande, se encontra igualmente dentro de ti.

Livro: Filosofia Espírita - João Nunes Maia - Miramez
Livro a venda na LER Livros Revistas Papelaria

30.8.22


 

EM FAVOR DE VOCÊ MESMO

Aprenda a ceder em favor de muitos, para que alguns intercedam em seu benefício nas situações desagradáveis.
Ajude sem exigência para que outros o auxiliem sem reclamações.
Não encarcere o vizinho no seu modo de pensar; dê ao companheiro oportunidade de conceber a vida tão livremente quanto você.
Guarde cuidado no modo de exprimir-se; várias ocasiões, as maneiras dizem mais que as palavras.
Refira-se a você o menos possível; colabore fraternalmente nas alegrias do próximo.
Evite a verbosidade avassalante; quem conversa sem intermitências, cansa ao que ouve.
Deixe ao irmão a autoria das boas idéias e não se preocupe se for esquecido, convicto de que as iniciativas elevadas não pertencem efetivamente a você, de vez que todo bem procede originariamente de Deus.
Interprete o adversário como portador de equilíbrio; se precisamos de amigos que nos estimulem, necessitamos igualmente de alguém que indique os nossos erros.
Discuta com serenidade; o opositor tem direitos iguais aos seus.
Se você considerar excessivamente as críticas do inferior, suporte sem mágoa as injunções do plano a que se precipitou.
Seja útil em qualquer lugar, mas não guarde a pretensão de agradar a todos; não intente o que o próprio Cristo ainda não conseguiu.
Defrontado pelo erro, corrija-o primeiro em você, e, em seguida, nos outros, sem violência e sem ódio.
Se a perfídia cruzar seu caminho, recuse-lhe a honra da indignação; examine-a, com um sorriso silencioso, estude-lhe o processo calmamente e, logo após, transforme-a em material digno da vida.
Ampare fraternalmente o invejoso; o despeito é indisfarçável homenagem ao mérito e, pagando semelhante tributo, o homem comum atormenta-se e sofre.
Habitue-se à serenidade e à fortaleza, nos círculos da luta humana; sem essas conquistas dificilmente sairá você do vaivém das reencarnações inferiores.
Livro: Agenda Cristã - Francisco C. Xavier - André Luiz (Em Favor)

29.8.22


 

m Quem Eu Votaria

 Não, meu filho, eu não me meto em política, ou melhor, em politicagem, mesmo porque agora, para muitos de vocês, eu estou na condição de defunto, e devo ficar em silêncio eterno na minha cova, onde sequer tenho o direito de me revirar quando algo, que é feito em meu pobre nome, me aborrece...
No entanto, se em política eu não me meto, creio que nada me retira o direito de me meter em questões que dizem respeito à honestidade, ao caráter, à justiça, ao bem comum, à solidariedade, enfim, ao que, realmente, possa se traduzir em benefício à comunidade de meus irmãos encarnados, e, principalmente, ao que possa contribuir para que o Brasil venha a ser Coração do Mundo e Pátria do Evangelho, conforme a expectativa de nossos Maiores.
Eu não opino, portanto, em quem votar, mas posso, sim, segundo penso ser meu direito, no que votar...
Não me filio a partido algum que não seja o do Cristo, que, em suma, é o do amor ao próximo, visando a construção do Reino Divino sobre a Terra – esta é a única bandeira que levanto, e pela qual, a qualquer hora do dia ou da noite, “bato panela” ...
E à semelhante  respeito, antecipo a você, e aos seus, que eu não me importo de ser “voto vencido” na opinião de quem seja – aliás, a ser “voto vencido” eu já venho me acostumando, desde quando deliberei me posicionar contra o establishment espírita que impera em nosso chamado Movimento, que, tragicamente, vem se responsabilizando pela estagnação de nossos ideais.
Portanto, meu caro, caso eu ainda estivesse na carcaça, claro que, em nosso próximo pleito – será que posso dizer “nosso”?! –, eu saberia perfeitamente NO QUE VOTAR, votando em quem melhor pudesse representar o melhor para os interesse da coletividade, e não para os interesses de ordem pessoal.
Tenho observado muitos confrades e confreiras contrariados porque tiveram, e ainda estão tendo, contrariados os interesses de seu bolso, ou de sua bolsa...
É uma pena que lhes falte o necessário discernimento para que, separando o joio do trigo, saibam não em quem votar, mas, sim, no que votar, perto do que “em quem” chega a ser até irrelevante, você não concorda?!...
Se, porventura, não concorda, o que, sem dúvida, é um direito seu, lamento dizer a você que não estou aqui, me submetendo ao que me submeto, para agradá-lo – e creio que o mesmo posso dizer em relação ao nosso amigo que, há vários e vários lustros, vem aguentando comigo o que a pobre “Geni” aguentou na letra de certo beletrista que ainda se encontra na carcaça...
Dito isto, espero que agora, em se aproximando a Copa do Mundo, em nossa aspiração do Hexa, deixemos a paixão clubista de lado, e, apesar do TSF (ops), da CBF, a uma só voz, ponhamo-nos a gritar:
- Brasil!... Brasil!...
INÁCIO FERREIRA - Blog Mediunidade na Internet
Uberaba – MG, 28 de Agosto de 2022.

28.8.22

QUAL É A SUA?


 

Primícias do Reino

Natanael Ben Elias, o paralítico de Cafarnaum, acabara de ser completamente curado por Jesus, voltando a andar. 
Todos estavam em festa, exceto o Mestre, que meditava seriamente. 
Simão, buscando romper o silêncio de Jesus, então pergunta:
Por que dizes que não Te compreendemos, Rabi? Estamos todos tão felizes! 
Simão, neste momento, enquanto consideras o Reino de Deus pelo que viste, Natanael, com alegria infantil, comenta o acontecimento entre amigos embriagados e mulheres infelizes. 
Outros que recobraram o ânimo ou recuperaram a voz, entre exclamações de contentamento, precipitam-se nos despenhadeiros da insensatez, acarretando novos desequilíbrios, desta vez, irreversíveis. 
Não creias que a Boa Nova traga alegrias superficiais, dessas que o desencanto e o sofrimento facilmente apagam. 
O Filho do Homem, por isso mesmo, não é um remendão irresponsável, que sobre tecidos velhos e gastos costura pedaços novos, danificando mais a parte rasgada com um dilaceramento maior. 
A mensagem do Reino, mais do que uma promessa para o futuro, é uma realidade para o presente.
Penetra o íntimo e dignifica, desvelando os painéis da vida em deslumbrantes cores... Eu sei, porém, que Me não podeis entender, tu e eles, por enquanto. E assim será por algum tempo. 
Mais tarde, quando a dor produzir amadurecimento maior nos Espíritos, Eu enviarei alguém em Meu nome para dar prosseguimento ao serviço de iluminação de consciências.
As sepulturas quebrarão o silêncio que guardam e vozes, em toda parte, clamarão, lecionando esperanças sob os auspícios de mil consolações. 
Séculos se passaram depois destes dizeres preciosos. 
A dor amadureceu muitos corações desnorteados, e novamente a Humanidade suplicou a Jesus pela cura de suas mazelas. 
Os sepulcros foram rompidos. O silêncio dos aparentemente mortos foi quebrado, e os descobrimos vivos, imortais e reluzentes. 
Sim, as estrelas caíram dos céus. Estrelas de primeira grandeza espiritual se uniram em uma constelação admirável, e voltaram seu feixe de luz poderoso para aTerra. 
Os Espíritos falaram, ensinaram, provaram que a vida futura prometida por Jesus é real.
A iluminação de consciências, proposta por Jesus, ganhou uma dimensão nova e maior. 
A mensagem do Cristo se faz novamente presente como uma proposta para o presente, para a renovação imediata, urgente. 
Na grande transição que o planeta atravessa, são eles, os Missionários do Mestre, que semeiam a verdade em todos os povos. 
O amor volta a tomar seu lugar de evidência, nas propostas elevadas que são apresentadas aqui e acolá. 
Atiramos as roupas velhas no tempo, e vestimos a roupagem do ESPIRITISMO, entendendo que a vida do Espírito, esta sim, é a verdadeira. 
O Consolador - o Espiritismo - já está entre nós... Escutemo-Lo!
Autor: Amélia Rodrigues
Livro: Primícias do Reino - Divaldo Franco

27.8.22

O SONHO DA NOVA ERA

Ante os percalços da Vida,
Que o homem não desconhece,
Se cada qual tão somente
Fizesse o bem que pudesse...
 
Se cada um procurasse
Dar de si mesmo o melhor,
No afã de solucionar
Todo problema ao redor...
 
Se mais ninguém hesitasse
Em cumprir o seu dever,
Não indo além do que pode
Ao ser o que deve ser...
 
Se dentro de seus limites,
O esforço de toda gente
Vivenciasse o que crê
Por um mundo diferente...
 
Sobre a Terra se faria
A sonhada Nova Era,
Que chegaria, por certo,
Mais depressa que se espera!...
 
Eurícledes Formiga (Blog Espiritismo em prosa e verso)
(Página recebida pelo médium Carlos A. Baccelli, em reunião pública do Lar Espírita “Pedro e Paulo”, no dia 9 de Setembro de 2001, em Uberaba – MG).

26.8.22

FILIGRANOJ EL lUMO



SIR WILLIAM CROOKES E O ESPIRITISMO

Nosso objetivo, neste artigo, é prestar uma justa homenagem a William Crookes, nascido em 17 de junho de 1832 e falecido em 04 de abril de 1919, honorável cientista inglês, com enormes contribuições em diversos campos da química e da física, sendo particularmente conhecido dos espíritas, em geral, devido aos seus famosos estudos, desenvolvidos na década de 1870, acerca dos fenômenos espiritualistas, em especial, através de sessões de materialização com os médiuns Daniel Danglas Home, Kate Fox e, posteriormente, Florence Cook, que trouxeram importantíssimas contribuições para a Doutrina dos Espíritos e, sobretudo, para toda a humanidade. Vale comentar que, quando Crookes iniciou estes estudos, não era adepto do espiritualismo, mas, após confirmar a sua veracidade, teve a coragem de se declarar publicamente um espiritualista. É claro que esta atitude trouxe-lhe enormes dissabores. Algumas críticas se dirigiram aos procedimentos metodológicos adotados durante suas investigações, enquanto outras, ao próprio caráter e integridade do cientista. Houve até mesmo aqueles que, mal intencionados, procurando ferir e malsinar, alegaram que o pesquisador estaria encerrando sua carreira científica. Para estes, a resposta de Crookes foi simplesmente continuar suas pesquisas, impressionando a todos não somente pela quantidade de trabalhos apresentados, mas, sobretudo, pela sua qualidade; valendo um destaque especial para o conhecido tubo de raios catódicos. Queremos aproveitar a oportunidade para alertar alguns amigos bem intencionados que, procurando elogiar o douto pesquisador, baseiam-se em referências equivocadas, e acabam provocando um desserviço à causa que abraçam. Uma destas falsas afirmativas é dizer que ele teria sido laureado com o Prêmio Nobel.
Sérgio Aleixo disserta longamente acerca do conhecido tríplice aspecto do Espiritismo: científico, filosófico e religioso. Ora, esta junção torna poderosa a Doutrina em seus fundamentos analíticos, possibilitando-nos inspecionar, de forma coerente e verdadeira, a realidade que nos cerca. Não é à-toa que, dentre todos os agrupamentos religiosos, o espírita é reconhecidamente o que mais lê e busca se informar sobre o desenvolvimento da ciência. Por isso, cabe-nos a responsabilidade maior de evitar a propagação de idéias equivocadas, ou mal fundamentadas. Léon Denis e Paul Gibier afirmam ser Crookes o descobridor da "matéria radiante". Gibier vai mais além, comentando ser esta "matéria radiante" o "quarto estado da matéria" quando, na verdade, o plasma, reconhecemos hoje, é o quarto estado da matéria. Mais de uma vez, temos escutado palestras nas quais o orador, talvez tentando embelezar o termo "matéria radiante", troca matéria por energia e enuncia ser Crookes o descobridor da "energia radiante". Não conhecemos nenhum livro de física que faça menção a qualquer destes dois termos. Então, não tem sentido fazer-se, na atualidade, uma afirmação destas. O termo "matéria radiante" foi sugerido por Crookes para designar um fenômeno novo, mas não foi aceito pela comunidade científica. Desta forma, repetimos, são aceitáveis as afirmativas de Denis e Gibier, porque eles são contemporâneos de Crookes e fizeram estas declarações quando esta teoria ainda estava sob avaliação. Mas, atualmente, é um descalabro falar sobre isso e, pior ainda, usar o termo "energia radiante", pois o calor, o som e a luz, por exemplo, são energias que se irradiam. Assim, trata-se de um erro afirmar que Crookes tenha descoberto a "energia radiante". É muito comum, nos meios científicos, o surgimento de alguma teoria que é aceita em princípio, para depois ser descartada, após se verificar que ela está errada ou por não se ajustar perfeitamente ao fenômeno que a teoria tenta descrever. Um bom exemplo disso é o conceito de éter, que explicaremos a seguir. Da mesma maneira que o som necessita de um meio material (como o ar, a água, etc.) para se propagar, pensava-se, antigamente, que a luz necessitaria de um meio material para se locomover. Assim, na falta de algo, inventou-se o nome "éter" para designar o suposto meio material através do qual a luz se propagaria. Mesmo que ninguém tivesse conseguido observar o tal éter, seu conceito persistiu por vários séculos. No ano de 1887, Albert Michelson e Edward Morley, dois físicos desconhecidos, realizaram um experimento cujo objetivo era medir a variação da velocidade da luz no sentido de translação da Terra e perpendicular a este movimento. Este experimento era aparentemente sem importância, pois todos pensavam, naquela época, que a velocidade da luz seria diferente quando esta trafegasse em sentidos diferentes. Para espanto deles, bem como de todo oestablishment, a velocidade da luz não variou. Hoje, sabemos que a velocidade da luz é uma constante universal, ou seja, por mais incrível que possa parecer, não há como aumentar ou diminuir a velocidade da luz em um meio material específico qualquer. A mesma coisa não se dá, por exemplo, com o som. Se uma locomotiva apitando se aproxima, o som é mais agudo do que quando ela está se afastando.
No primeiro caso, a velocidade do som é maior (som mais agudo). No segundo caso, a velocidade do som é menor (som mais grave). Este experimento de 1887 acabou imortalizando os autores e liquidando completamente com a hipótese da existência do éter. Kardec refere-se ao éter em duas ocasiões: duas vezes 1865, e, novamente em 1868, por quatro vezes. Poder-se-ia pensar que haveria algum engano na codificação? Obviamente que não, por pelo menos dois motivos.
Primeiro que naquela época era nestes termos que a ciência se expressava. Além disso, Kardec mesmo afirmou que se novas descobertas demonstrassem estar o Espiritismo errado em algum ponto, ele se modificaria para se adequar à ciência. Em segundo lugar é preciso saber separar o ponto de vista dos Espíritos daqueles de Kardec. Este fato pode ser bem explanado analisando-se André Luiz, espírito. Em 1959, já consciente de ter Einstein sugerido o conceito de campo para substituir o conceito de éter, escrevendo da esfera extrafísica, André Luiz, ao invés de "campo einsteniano" prefere usar Fluido Cósmico ou Hálito Divino como o meio no qual o universo se equilibra. O mais curioso de tudo isso é que ainda encontramos, mormente no meio espírita, o uso corrente do errôneo conceito de éter. William Crookes está longe de ser um cientista comum. Permita-me o leitor amigo enaltecer este expoente da ciência de forma conveniente. Ele ocupou vários cargos importantes como as presidências da British Association for theAdvancement of Science e da Royal Society of London. Editor do douto Quaterly Journal of Science, foi ele o descobridor do elemento químico Tálio. Crookes, na verdade, era uma figura eminente da sociedade científica britânica, possuindo uma parede repleta de honrarias profissionais. Foi feito cavaleiro em 1897 e recebeu a Ordem do Mérito em 1910. Tendo sido destacado membro da Society for Psychical Ressearch (Sociedade para a Pesquisa Psíquica), mais tarde tornou se presidente desta instituição que, vale dizer, não era bem vista pela comunidade científica, por motivos óbvios. Mas, sob sua influência, veio a participar dela um número verdadeiramente espantoso de proeminentes cientistas de renome internacional. Peço vênia por nos estendermos um pouco neste item, mas vale lembrar que Johann Zollner, destacado físico alemão, professor de física e astronomia na Universidade de Leipzig, também membro desta instituição ,foi convertido ao espiritualismo por Crookes, em 1875, quando o visitou em seu laboratório. Ainda vale a pena citar os seguintes membros desta instituição: Wilhelm Weber (cujo nome "weber", hoje, denomina a unidade internacional de magnetismo), Lord Rayleigh, ganhador do prêmio Nobel de Física de 1904, e J. J. Thompson, ganhador do prêmio Nobel de Física de 1906. Somente isto já seria o suficiente para nos vergarmos em reverência à estatura intelectual deste homem ímpar entre os grandes. Porém, a história não pára por aí. O que realmente o imortalizou foi a invenção do tubo de raios catódicos. Por uma questão de curiosidade, vamos explicar, rapidamente, o significado do tubo de raios catódicos. Imagine um filamento (tal qual o filamento de uma lâmpada) percorrido por uma corrente elétrica. Chamemos este filamento de cátodo. Imagine agora uma placa metálica um pouco afastada do filamento. Chamemos esta placa de ânodo. Quando um filamento épercorrido por uma corrente elétrica, uma nuvem de elétrons circunda este filamento. Se uma diferença de potencial (ddp) for criada entre este filamento (ou cátodo) e uma placa carregada positivamente (ou ânodo), então esta nuvem eletrônica será arrancada celeremente das proximidades do cátodo em direção ao ânodo. Quanto maior for a ddp, mais velozes serão os elétrons. O que nosso Crookes construiu foi isto, que é conhecido como tubo de raios catódicos. Colocou um filamento e uma grade dentro de uma ampola de vidro e estabeleceu uma enorme ddp entre os dois componentes, fazendo com que os elétrons fossem brutalmente arrancados das proximidades do filamento. A aceleração e a velocidade final dos tais elétrons era tanta que, quando eles se aproximavam da grade (que efetivamente era quem os atraía), a maior parte dos elétrons ultrapassava os buracos da grade, indo se chocar violentamente contra a parede de vidro da ampola.  Num tubo de raios catódicos, enquanto a corrente elétrica circular pelo filamento, elétrons serão emitidos pelo cátodo, atraídos pelo ânodo e virão a se chocar contra o vidro. O interessante de tudo isso é que, no local onde os elétrons se chocam, cria-se um ponto luminoso, cuja intensidade luminosa varia com o valor nominal da corrente no filamento. Se aumentarmos a corrente, mais elétrons serão liberados, por segundo, elevando a luminosidade na parede de vidro. Já a cor deste ponto luminoso é dependente da força de impacto dos elétrons e, conseqüentemente, do valor da ddp. Assim, ao variarmos a ddp, notamos a mudança de cor no ponto luminoso. Há cerca de vinte anos, tivemos a oportunidade de estudar este experimento e, apesar de alegrarmo-nos ante o ponto luminoso e fazê-lo movimentar-se sob a ação de um ímã, reconhecemos que, por demais atentos à frieza dos cálculos, não demos ao fenômeno a devida importância. Somente agora, lembrando de Crookes, emocionamo-nos ante este estrondoso espetáculo da mãe natureza. Neste momento, conseguimos aquilatar uma nesga da enorme alegria que deve ter se apossado dele. É bastante provável que, gargalhando de alegria, Crookes tivesse dito: "Encontrei a matéria radiante".
Este fenômeno é real, com muitas e fundamentais aplicações práticas, mas, não se trata de qualquer matéria radiante.
Quanto ao termo "quarto estado da matéria", proposto por Crookes para designar a "matéria radiante", tornou-se de uso corrente, mas, usado no plasma. Não foi Crookes quem encontrou o quarto estado da matéria, mas foi ele que inventou o nome. Observese ainda que, em 1925, Albert Einstein fez uma proposição teórica que, se correta, redundaria em um novo estado da matéria e, há pouco menos de dez anos, esta hipótese einsteniana foi testada e confirmada em laboratório, sendo hoje designada como o "quinto estado da matéria". Possivelmente o maior prêmio que um cientista pode receber é o famoso Prêmio Nobel. Alguns de nós queremos engrandecer a Doutrina Espírita afirmando ter sido ela corroborada por algum cientista laureado com tal prêmio, mas, no fundo, o Espiritismo não necessita de nada disso. A verdade é que William Crookes nunca foi laureado com qualquer prêmio Nobel. Não possuímos bastante conhecimento nesta área, mas parecenos que o nome de Crookes jamais tenha sido cogitado para o Nobel em qualquer época, isto, aliás, é uma enorme falta de consideração para com um cientista desta envergadura.
A retumbância do tubo de raios catódicos é tanta que o eminente físico Michio Kaku, professor de Física Teórica do City College of New York University, apresentador de diversos programas no famoso canal de televisão Discovery Channel, afirmou: O tubo de raios catódicos de Crookes revolucionou a ciência; quem quer que assista à televisão, use um monitor de computador, jogue um vídeo game, ou já tenha se submetido a (um exame de) raios X tem uma dívida para com a famosa invenção de Crookes.

Marco Túlio Laucas
Bibliografia:
FERREIRA, J. M. H.; MARTINS, R. A. As investigações de William Crookes sobre fenômenos espiritualistas com médiuns e suas pesquisas sobre o efeito radiométrico na década de 1870. p. 169-199. In: ALFONSO-GOLDFARB, Ana Maria; BELTRAM, Maria Helena Roxo (orgs). O laboratório, a oficina e o ateliê: a arte de fazer o artificial. SP: EDUC 2002 (ISBN 85-283-0231-Arquivo copiado da biblioteca eletrônica do Grupo de História e Teoria da Ciência www.ifi.unicamp.br/~ghtc/ da Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP).
ALEIXO, S. A. O mais profundo religar: fundamentos históricos e conceituais do espiritismo. 1. ed. SP: Lachatre, 2003.
DENIS, L. O além e a sobrevivência do ser. 5. ed. RJ: Federação Espírita Brasileira, 1987.
GIBIER, P. O espiritismo. 5. ed. RJ: Federação Espírita Brasileira, 2002.
KARDEC, A., O céu e o inferno. 33. ed. RJ: Federação Espírita Brasileira, 1985.
KARDEC, A., A gênese. 36. ed. RJ: Federação Espírita Brasileira, 1995.
XAVIER, F. C. e Vieira, W., Fótons e Fluido Cósmico (cap. III). In Mecanismos da mediunidade, ditado pelo Espírito André Luiz. 10. ed. RJ: Federação Espírita Brasileira, 1987
KAKU, M. Hiperespaço. Uma odisséia científica através de universos paralelos, empenamentos do tempo e a décima dimensão. 1. ed. RJ: Rocco, 2000. 

25.8.22


 

EXPERIÊNCIAS DIFÍCEIS

A beleza física pode provocar tragédias imprevisíveis para a alma, se esta não possui discernimento.
Excessivo dinheiro é porta para a indigência, se o detentor da fortuna não consolidou o próprio equilíbrio.
Demasiado conforto é desvantagem, se a criatura não aprendeu a arte de desprender-se.
Muito destaque é introdução a queda espetacular, se o homem não amadureceu o raciocínio.
Considerável autoridade estraga a alegria de viver, se a mente ainda não cultiva o senso das proporções.
Grande carga de responsabilidade extermina a existência daquele que ainda não ultrapassou a compreensão comum.
Enorme cabedal de conhecimento, em meio de inúmeras pessoas ignorantes, vulgares ou insensatas, é fruto venenoso e amargo, se o espírito ainda não se resignou à solidão. 

 Livro: Agenda Cristã - Francisco C. Xavier - André Luiz (Dificil)

24.8.22

PASSES

 


Gravação do Estudo Detalhado do livro

Missionários da Luz feito ontem às 20h. pelo Skype

Francisco Cândido Xavier (autor)

André Luiz (espírito)
Capítulo 19 (parte).

PASSES

https://youtu.be/rRJ8xM9Zt90

ADORAÇÃO

Comentário Questão 649 do Livro dos Espíritos

Esta palavra, adoração, nos traz uma vibração que nos parece uma modalidade de adorar a Deus de forma primitiva, como se fosse paralisar-nos diante de tanto serviço que nos chama a respeitar ao Criador através do trabalho.
No entanto, não é assim; existem muitas formas de adorar a Deus, de acordo com a evolução das criaturas. O sábio adora a Deus pelas suas realizações; Jesus adorava o Pai fazendo a Sua vontade, operando sempre em favor da harmonia universal. Os homens elevados formalizam uma adoração ao Senhor pela sua vida contínua no bem comum.
Se queres adorar a Deus, não deves esquecer a caridade. Desde o momento em que te levantares do teu leito, começa o dia ajudando. As oportunidades não faltam. Não deixes de orar pela tua compreensão em todos os minutos em que estiveres em contacto com os teus semelhantes e para nunca perder a paciência diante de tantos problemas, que sabemos existir. Faze-te surdo quando ofendido, não revidando com as mesmas armas do ofensor. Continua compreendendo todas as oportunidades que vêm ao teu encontro para purificar teus pensamentos. Os impulsos de fazer justiça .que nascerem dentro de ti, não deves alimentá-los.
Se desejas adorar a Deus, não podes ter ódio de ninguém, pois todos e tudo somos obra d'Ele. Se desejas adorar ao Senhor, que é teu dever, não faças justiça com as tuas mãos, que elas te foram dadas para o aperfeiçoamento da alma. Se queres adorar ao Pai que está nos céus da tua consciência, procura alegrar os tristes, dar pão a quem tem fome, vestir os nus e visitar os encarcerados, pois eles são teus irmãos em Jesus, filhos do mesmo Pai.
Adoração é movimento no bem. O significado como era compreendido no passado já passou; ele vibra em outra dimensão de entendimento. Jesus, quando falava de Deus, tinha plena certeza do que sentia por Ele, e sabia que falava do Pai com plena adoração.
Anotou João, no capítulo sete, versículo vinte e nove, o que o Mestre dizia:
Eu O conheço, porque venho da parte Dele, e fui por Ele enviado.
É muito importante para todos nós esta afirmativa de Jesus. Poderemos adorar a Deus pelos processos ensinados por Jesus, em amá-Lo sobre todas as coisas e ao próximo como a nós mesmos. Tudo é válido, desde quando espiritualizemos todos os nossos atos, movidos por amor, dentro daquela pureza que a consciência eternizou no bem universal.
Todos os povos tinham, e têm, seus meios de adorar a Deus. Aos espíritas, devemos dizer que devem elevar seus pensamentos ao Criador, com amor e sinceridade, mas que devem, pelo maior tempo, adorá-Lo pelo trabalho elevado, pelos pensamentos solidificados no amor e pelos gestos da caridade.
Se estiveres lendo um livro digno de ser lido diante de Jesus, estarás adorando a Deus, por estares ajudando na construção do bem e da verdade. Não percas tempo como os antigos, de paralisar-se em adoração, dias e mais dias, esperando dos Céus as bênçãos do Criador. O progresso das almas nos leva a crer, sem que possamos .voltar atrás, que podemos adorar a Deus com mais eficiência, nas mais altas realizações, do modo ensinado por Jesus. Esse é, pois, o maior objetivo da adoração: adorar ao Pai em Espírito e Verdade.
Livro: Filosofia Espírita - João Nunes Maia - Miramez
Livro a venda na LER Livros Revistas Papelaria

23.8.22

 


CONDIÇÕES DO PLANETA - I

Pergunta: O que a Doutrina Espírita pode dizer a respeito do fim dos tempos, isto é, como ocorrerá a transformação do planeta em planeta de provas e expiações para o de regeneração? 
Resposta: Através da busca da espiritualização, superação das dores e construção de uma nova sociedade, a humanidade caminha para a regeneração das consciências.
Emmanuel afirma que a Terra será um mundo regenerado por volta de 2057.
Cabe, a cada  um, longa e árdua tarefa de ascensão. 
Trabalho e amor ao próximo com Jesus, este é o caminho. 
Livro:Plantâo de Respostas - Pinga Fogo II
Emmanuel/Francisco Cândido Xavier 

22.8.22

 


Trabalhar Pela Causa

Poucos são os que, na Doutrina, se dispõem a verdadeiramente trabalhar pela Causa...
Não estamos nos referindo àqueles que, à pretexto de trabalhar por ela, trabalham em causa própria, no campo da autopromoção...
Reportamo-nos aos que, dentro de suas mínimas possibilidades, pensam e agem para que a Terceira Revelação se propague...
Não com o intuito de proselitismo, mas, sim, de ofertar as suas bênçãos aos estejam na expectativa de maiores conhecimentos a respeito da Vida...
Certos adeptos espíritas apenas aparecem no Censo, e, às vezes, nem pela época do Censo se encorajam ao testemunho da fé...
Muitos e muitos permanecem na expectativa do que o Espiritismo por eles possa fazer, sempre mais, sem a menor contraparte pessoal...
Desejam receber intercessões do Mais Além, em suas mais variadas possibilidades – um passe que cura, uma orientação precisa, uma mensagem reveladora...
Poucos, infelizmente, os que abraçam a Causa e se preocupam no sentido de algo fazer por ela...
Não se contentam em ser meros frequentadores do Centro Espírita...
Querem, de alguma maneira, serem fiéis ao Cristo, cuja Mensagem é revivida na Doutrina...
Tais confrades não esperam ser convidados a servir, porque, naturalmente, já se sentem a tanto e tomam a iniciativa de serem úteis...
O espírita que ama a Causa procura serviço, sem esperar que por ele seja procurado...
E não impõe condições...
Nem formula exigências...
Não ambiciona cargos, mas, sim, encargos...
Visita doentes...
Coopera com as obras assistenciais...
Doa livros...
Redige um e-mail...
Divulga uma página edificante...
Enfim, exemplifica...
Neste sentido, o que somos?! – espíritas com os quais o Mundo Espiritual pode contar na Terra, ou que apenas são contados, sem que a quantidade faça a menor diferença na qualidade?!...
INÁCIO FERREIRA - Blog Mediunidade na Internet
Uberaba – MG, 19 de Agosto de 2022.

21.8.22


 

O ORGULHO E A HUMILDADE

(...) Meu Deus, será preciso que o Cristo venha uma segunda vez à Terra para ensinar aos homens as leis que eles esqueceram?
Terá ainda de expulsar os mercadores do templo que desonram a tua casa, que deve ser somente um lugar de oração?
Quem sabe?
Homens!
Como outrora, o renegaríeis, caso Deus vos concedesse essa graça, e o chamaríeis, outra vez, de maldito, porque atacaria o orgulho dos fariseus modernos.
Talvez até O fizésseis recomeçar o caminho do Gólgota*.
      Quando Moisés subiu ao monte Sinai para receber os mandamentos de Deus, o povo de Israel, entregue a si mesmo, abandonou o verdadeiro Deus.
Homens e mulheres deram ouro e jóias para fazer um ídolo que pudessem adorar.
Vós, homens civilizados, procedeis como eles, pois o Cristo vos deixou sua doutrina e vos deu o exemplo de todas as virtudes, e vós abandonastes tudo, exemplos e ensinamentos.
Cada um de vós, com suas paixões, construiu um deus a seu gosto: para uns, terrível e sanguinário; para outros, despreocupado em relação aos interesses do mundo.
O deus que fizestes é ainda o mesmo bezerro de ouro que cada um adapta a seu gosto e às suas idéias (...).
    * N. E. - Gólgota: monte nos arredores de Jerusalém, onde Jesus foi crucificado.
LACORDAIRE - Constantina - 1863
Livro: O Evangelho Segundo o Espiritismo - Allan Kardec

20.8.22

A ENERGIA MUSICAL DOS NÚMEROS


 

Bandeira do Brasil

Bandeira do Brasil, auriverde pendão,
Que se eleva nos céus sob a luz do Cruzeiro,
Que ninguém te macule o brilho sobranceiro
E nem sequer te imponha escárnio e humilhação...
 
Mais alto em cada canto, a erguer-se na Amplidão,
Prossigas tremulando em paz ao mundo inteiro,
Por mensagem de amor do Excelso Companheiro,
Que na Terra deseja o ódio em extinção...
 
És bela em teu fulgor que nunca empalidece,
Com o teu coração estrelejado em prece,
Em reverência a Deus no Altar da Imensidade....
 
Berço da Nova Era, ante o tempo que avança,
Representas do Cristo a sublime esperança
De um mundo renovado a toda Humanidade!...
 
Pedro de Alcântara - Blog Espiritismo em Prosa e Verso
(Página recebida pelo médium Carlos A. Baccelli, em reunião pública da Casa Espírita “Bittencourt Sampaio”, na manhã de sábado do dia 6 de Agosto de 2022, em Uberaba – MG).

19.8.22

Os Talentos do Senhor


 

AMOR A DEUS E AO PRÓXIMO

    I. O MAIOR MANDAMENTO
    ___________________________________
    "E eis que se levantou um certo doutor da lei, tentando-o, e dizendo: Mestre, que farei para herdar a vida eterna'?
    "E ele lhe disse: Que está escrito na lei'? Como a lês tu'?
    "E, respondendo ele, disse: Amarás ao Senhor teu Deus de todo o teu coração, e de toda a tua alma, e de todas as tuas forças, e de todo o teu entendimento, e ao teu próximo como a ti mesmo.
    "E disse-lhe: Respondeste bem; faze isso, e viverás."
    (Lucas, 10 vs. 25/28.)
    ___________________________________
    Doutor da lei: homem muito conhecedor da lei de Moisés, dos ensinos dos profetas e demais escrituras sagradas para os israelitas.
    Vida eterna: vida do espírito (que não acaba como a do corpo), em plenitude e felicidade.
    Como alcançar esse estado? Foi o que o doutor da lei perguntou a Jesus, usando  uma expressão da época: "herdar a vida eterna".
    Mas não estava querendo orientação espiritual e, sim, "tentando" Jesus, ou seja, experimentando-o para ver se ele ensinava alguma coisa contrária à lei judaica.
    Jesus não lhe ensinou nada de novo. Tirou a resposta do próprio doutor da lei, perguntando: "O que está escrito na lei? Como a lês tu?". O doutor da lei citou as escrituras, que já mandavam: amar a Deus e ao próximo. Esse é o chamado maior mandamento, porque engloba e resume todos os outros. Quem ama a Deus, respeita seu nome e o procura santificar em si mesmo (em tudo o que fizer) e em tudo que Deus criou.
    E quem ama ao próximo, honra pai e mãe, não rouba, não mata, não adultera, não levanta falso testemunho e nem cobiça coisa alguma de quem quer que seja.
    Jesus aprovou a resposta: "Respondeste bem". E concluiu: "Faze isso, e viverás". Mostrou, assim, que o doutor da lei tinha conhecimento, sabia o que fazer para viver bem e plenamente a vida espiritual, bastando apenas que agisse de acordo com o que já sabia, que ao conhecimento fizesse seguir a ação.
    E nós, poderemos alegar que não sabemos esse mandamento maior? Acaso nunca ninguém nos esclareceu sobre as leis divinas e o Evangelho?
    ___________________________________
    "Ele, porém, querendo justificar-se a si mesmo, disse a Jesus: E quem é o meu próximo'?"
    ___________________________________
    Em resposta, Jesus contou uma história, "A Parábola do Bom Samaritano":
    ___________________________________
    "Descia um homem de Jerusalém para Jericó, e caiu nas mãos dos salteadores, os quais o despojaram e, espancando-o, se retiraram, deixando-o meio morto.
    "E, ocasionalmente, descia pelo mesmo caminho certo sacerdote; e, vendo-o, passou de largo.
    "E de igual modo também um levita, chegando àquele lugar e, vendo-o, passou de largo.
    "Mas, um samaritano que ia de viagem, chegou ao pé dele e, vendo-o, moveu-se de íntima compaixão;
    "E, aproximando-se, atou-lhe as feridas, deitando-lhes azeite e vinho; e, pondo-o sobre a sua cavalgadura, levou-o para uma estalagem, e cuidou dele;
    "E, partindo ao outro dia, tirou dois dinheiros, e deu-os ao hospedeiro, e disse­-lhe: Cuida dele; e tudo o que demais gastares eu te pagarei quando voltar."
    (Lucas, 10 vs. 29/37.)
    ___________________________________
    Sacerdote: era o encarregado do culto judeu no Templo de Jerusalém.
    Levita: um auxiliar de serviços no Templo (os levitas também eram da tribo de Levi, como os sacerdotes, mas não da família de Aarão, como eles).
    Eram, pois, o sacerdote e o levita pessoas que conheciam as leis divinas e estavam no serviço da religião. Entretanto, não procederam fraternalmente para com o homem assaltado. Não cumpriram o amar a Deus e ao próximo.
    Samaritano: da Samaria; os israelitas que habitavam essa região tinham deixado que seus costumes se mesclassem com os dos outros povos que moravam lá e eram gentios (= estrangeiros); por isso, passaram a ser considerados pelos judeus de Jerusalém como "gente de má vida", eram hostilizados por eles e não podiam participar dos cultos no Templo de Jerusalém.
    Ao colocar um samaritano agindo bem, de acordo com as leis divinas, apesar de serem os samaritanos considerados ignorantes da religião, Jesus combate o preconceito orgulhoso dos judeus contra os seus semelhantes menos esclarecidos.
    Um homem: do assaltado, Jesus não diz qual a sua raça, família, religião ou situação social, não lhe dá nenhuma característica em especial, só a de um ser humano em necessidade. É o que basta para merecer nossa atenção e ajuda.
    Depois de contar a parábola, Jesus indagou ao doutor da lei:
    ___________________________________
    "Qual, pois destes três te parece que foi o próximo daquele que caiu nas mãos dos salteadores?
    "E ele disse: O que usou de misericórdia para com ele. "Disse, pois, Jesus: Vai e faze da mesma maneira."
    ___________________________________
    II. CONCLUSÃO
    Interpretando esta parábola, aprendemos com Jesus:
    - amar a Deus e ao próximo é o que devemos fazer para alcançar o progresso e a vida espiritual plena; é o mandamento maior;
    - saber isso é importante mas não basta; não basta seguir uma doutrina religiosa, cumprir as obrigações de culto de sua igreja; é preciso concretizar seu  conhecimento em boas obras em favor do próximo;
    - ser nosso próximo não depende da outra pessoa; não decorre dele ser nosso parente, amigo, do mesmo grupo social etc.; depende de nós, de nossa capacidade de amar, de sermos capazes de vencer o egoísmo, a inércia, os preconceitos e nos interessarmos pelas pessoas; aproximemo-nos dos nossos semelhantes para  sermos fraternos com eles, fazendo-lhes o que quereríamos que nos fizessem. "E tudo quanto quereis que os homens vos façam, fazei-o vós a ele". (Mt, 7 vs. 12.)
    Quem ama a Deus, ama a criatura de Deus, que é o seu semelhante, e torna-­se próximo dele, interessa-se pelo seu bem e o auxilia em tudo que lhe for possível.
    "Quem diz que ama a Deus e não ama a seu irmão é um mentiroso; pois quem não ama ao seu irmão, ao qual vê como pode amar a Deus, a quem não vê?". (I Jo. 4:20.)
 
LIVROS CONSULTADOS:
 De Allan Kardec: - "O Evangelho Segundo o Espiritismo", cap. XV.
 De Cairbar Schutel: - "Parábolas e Ensinos de Jesus".
 De Rodolfo Calligaris: - "Parábolas Evangélicas à Luz do Espiritismo".
 _________________________________
Livro: "Iniciação ao Espiritismo" - Therezinha Oliveira 

18.8.22


 

À frente do desespero

    Dias há nos quais tens a impressão de que mesmo a luz do sol parece débil, sem que consiga fulgir nos panoramas do teu caminho. Tudo são inquietações e ansiedades que pareciam vencidas e que retornam como fantasmas ameaçadoras, gerando clima de sofrimento interior.
    Nessas ocasiões, tudo corre mal. Acontecem insucessos imprevistos e contrariedades surgem de muitas nonadas que se amontoam, transformando-se em óbice cruel de difícil transposição.
    Surgem aflições em família que navegava em águas de paz, repontam problemas de conjuntura grave em amigos que te buscam socorros imediatos e, como se não bastassem, a enfermidade chega e se assenhoreia da frágil esperança que, então, se faz fugidia.
    Nessa roda-viva, gritas interiormente por paz e sentes indescritível necessidade de repouso. A morte se te afigura uma bênção capaz de liberar-te de tantas dores!...
    Refaze, porém, a observação.
    Tudo são testemunhos necessários à fortaleza espiritual, indispensável à fixação dos valores transcendentes.
    Não fora isso, porém, todas essas abençoadas oportunidades de resgate, e a vida calma amolentaria o teu caráter, conspirando contra a paz porvindoura, por adiar o instante em que ela se instalaria no teu imo.
    Quando tudo corre bem em volta de nós e de referência a nós, não nos dói a dor alheia nem nos aflige a aflição do próximo. Perdemos a percepção para as coisas sutis da vida espiritual, a mais importante, e desse modo nos desviamos da rota redentora.
    Não te agastes, pois, com os acontecimentos afligentes que independem de ti.
    A família segue adiante, a amor muda de domicílio, a doença desaparece, a contrariedade se dilui, a agressão desiste, a inquietude se acalma se souberes permanecer sereno ante toda dor que te chegue, enquanto no círculo 
de fé sublimas aspirações e retificas conceitos.
    Continua fiel no posto, operário anônimo do bem de todos, e espera.
    Os ingratos que se acreditaram capazes de te esquecer lembrar-se-ão e possivelmente volverão: os amigos que te deixaram, os amores que te não corresponderam, aqueles que te não quiseram compreender, quantos zombaram da tua fraqueza e ridicularizaram tua dor envolta nos tecidos da humildade, os que investiram contra os teu anelos voltarão, tornarão sim, pois ninguém atinge a plenitude da montanha sem a vitória pelo vale que necessita vencido.
    Tem calma! Silencia a revolta!
    Refugia-te na palavra clarificadora do Evangelho consolador e enxuga tuas lágrimas com as suas lições dos seus textos extrai o licor da vitalidade e tece com as mãos da esperança a grinalda de paz para o coração lanhado e sofrido. Se conseguires afogar todas as penas na oração de refazimento, sairás do colóquio da prece restaurado, e descobrirás que, apesar de tudo acontecer em dias que tais, Jesus luze intimamente nas províncias do teu espírito. Poderás, então, confiar e seguir firme, certo da perene vitória do amor.
Livro: LAMPADÁRIO ESPÍRITA - Divaldo P. Franco - Joanna de Ângelis 

17.8.22

Obsessão


 

ADORAÇÃO

Comentário Questão 649 do Livro dos Espíritos

Esta palavra, adoração, nos traz uma vibração que nos parece uma modalidade de adorar a Deus de forma primitiva, como se fosse paralisar-nos diante de tanto serviço que nos chama a respeitar ao Criador através do trabalho.
No entanto, não é assim; existem muitas formas de adorar a Deus, de acordo com a evolução das criaturas. O sábio adora a Deus pelas suas realizações; Jesus adorava o Pai fazendo a Sua vontade, operando sempre em favor da harmonia universal. Os homens elevados formalizam uma adoração ao Senhor pela sua vida contínua no bem comum.
Se queres adorar a Deus, não deves esquecer a caridade. Desde o momento em que te levantares do teu leito, começa o dia ajudando. As oportunidades não faltam. Não deixes de orar pela tua compreensão em todos os minutos em que estiveres em contacto com os teus semelhantes e para nunca perder a paciência diante de tantos problemas, que sabemos existir. Faze-te surdo quando ofendido, não revidando com as mesmas armas do ofensor. Continua compreendendo todas as oportunidades que vêm ao teu encontro para purificar teus pensamentos. Os impulsos de fazer justiça .que nascerem dentro de ti, não deves alimentá-los.
Se desejas adorar a Deus, não podes ter ódio de ninguém, pois todos e tudo somos obra d'Ele. Se desejas adorar ao Senhor, que é teu dever, não faças justiça com as tuas mãos, que elas te foram dadas para o aperfeiçoamento da alma. Se queres adorar ao Pai que está nos céus da tua consciência, procura alegrar os tristes, dar pão a quem tem fome, vestir os nus e visitar os encarcerados, pois eles são teus irmãos em Jesus, filhos do mesmo Pai.
Adoração é movimento no bem. O significado como era compreendido no passado já passou; ele vibra em outra dimensão de entendimento. Jesus, quando falava de Deus, tinha plena certeza do que sentia por Ele, e sabia que falava do Pai com plena adoração.
Anotou João, no capítulo sete, versículo vinte e nove, o que o Mestre dizia:
Eu O conheço, porque venho da parte Dele, e fui por Ele enviado.
É muito importante para todos nós esta afirmativa de Jesus. Poderemos adorar a Deus pelos processos ensinados por Jesus, em amá-Lo sobre todas as coisas e ao próximo como a nós mesmos. Tudo é válido, desde quando espiritualizemos todos os nossos atos, movidos por amor, dentro daquela pureza que a consciência eternizou no bem universal.
Todos os povos tinham, e têm, seus meios de adorar a Deus. Aos espíritas, devemos dizer que devem elevar seus pensamentos ao Criador, com amor e sinceridade, mas que devem, pelo maior tempo, adorá-Lo pelo trabalho elevado, pelos pensamentos solidificados no amor e pelos gestos da caridade.
Se estiveres lendo um livro digno de ser lido diante de Jesus, estarás adorando a Deus, por estares ajudando na construção do bem e da verdade. Não percas tempo como os antigos, de paralisar-se em adoração, dias e mais dias, esperando dos Céus as bênçãos do Criador. O progresso das almas nos leva a crer, sem que possamos .voltar atrás, que podemos adorar a Deus com mais eficiência, nas mais altas realizações, do modo ensinado por Jesus. Esse é, pois, o maior objetivo da adoração: adorar ao Pai em Espírito e Verdade.
Livro: Filosofia Espírita - João Nunes Maia - Miramez
Livro a venda na LER Livros Revistas Papelaria

16.8.22


 

SE VOCÊ DESEJA

Se você deseja ser cristão efetivamente:
perdendo, vencerá na batalha humana;
cedendo, obterá os recursos de que precisa;
trabalhando, conseguirá a felicidade própria;
perdoando, edificará em torno de si mesmo;
libertando, conquistará os outros;
suportando, resistirá na tempestade;
renunciando, ganhará tesouros imortais;
abençoando, salvará muitos;
sofrendo, terá mais luz;
sacrificando-se, encontrará a paz;
suando, purificar-se-á;
amando, iluminará sempre.

Livro: Agenda Cristã - Francisco C. Xavier - André Luiz

15.8.22


 

Polêmicas

 “Agora vos digo: Dai de mão a estes homens, deixai-os; porque se este conselho ou esta obra vem de homens, perecerá; mas, se é de Deus, não podereis destruí-los...” – Atos, cap. 5 – vv 38 e 39
Polêmicas são úteis e inúteis...
Úteis para que se exercite a capacidade de pensar...
Inúteis, porque, contrariando opiniões contrárias, a Verdade termina por prevalecer...
Gandhi dizia que, quando estava a ponto de desanimar em sua luta, ele pensava que, no fim, o Amor e a Verdade sempre triunfam...
Não há quem seja capaz de retirar o brilho do Sol do firmamento – a noite pode ser longa e o dia amanhecer brumoso, todavia, eternamente de sentinela, o Sol esplenderá...
Interessante, pois, que polemizemos, mas sem extrapolarmos na paixão pelo ponto de vista que defendemos...
Escreveu Emmanuel que cada pessoa vê a paisagem do local em que se coloca...
Amanhã ou depois, mudando o seu ângulo de visão, as opiniões haverão de se reformularem, ou aperfeiçoarem...
A razão não se coloca ao lado de quem grita mais alto...
Silenciosamente, sob o endosso do tempo, ela se impõe...
Assim, é de bom alvitre que, externando o que pensamos, mantenhamos a mente aberta para novas luzes que venham a nos favorecer o discernimento...
Muitos opinam segundo a Bolsa de Valores, ou de acordo com o prejuízo ou o lucro causado ao seu bolso...
Outros defendem ideologias ligadas aos seus interesses pessoais, e não aos da coletividade...
Muito difícil que nos apartemos de nós mesmos para sopesar, com maior acerto, situações nas quais nos encontramos diretamente implicados.
Polemizemos sem gládio nas mãos...
E sem ódio no coração...
Polemizemos, conscientes da relatividade de nossas opiniões e rogando ao Senhor para que, em qualquer debate, o nosso interesse pela Verdade supere os interesses egoísticos que nos deformam o espírito.
Feliz de quem consegue desencarnar sem trazer para o Mundo Espiritual as ilusões que sustentava na Terra, e que, sem dúvida, podem acompanhar o homem por muitas e muitas existências.
INÁCIO FERREIRA - Blog Mediunidade na Internet
Uberaba – MG, 14 de Agosto de 2022

14.8.22


 

MELINDRES

Não permita que suscetibilidades lhe conturbem o coração.
Dê aos outros a liberdade de pensar tanto quanto você é livre para pensar como deseja.
Cada pessoa vê os problemas da vida em ângulo diferente.
Muita vez, uma opinião diversa da sua, pode ser de grande auxílio em sua experiência ou negócio, se você se dispuser a estudá-la.
Melindres arrasam as melhores plantações de amizade.
Quem reclama agrava as dificuldades.
Não cultive ressentimentos.
Melindrar-se é um modo de perder as melhores situações.
Não se aborreça, coopere.
Quem vive de se ferir acaba na condição de espinheiro.

Livro: "Sinal Verde" - Francisco C. Xavier - ANDRÉ LUIZ 

13.8.22


 

PEDRA DE TROPEÇO

Supera o mal por pedra de tropeço,
Que se tenha interposto em teu caminho,
E procura avançar devagarinho,
Sem por ninguém perder o teu apreço.
 
Recorda: toda glória tem seu preço,
E embora estejas a lutar sozinho,
Segue vencendo o escuro torvelinho
Que te parece a vida pelo avesso...
 
Conserva-te tranquilo e confiante,
Sem vacilar na fé um só instante,
Ou desertar aos nobres ideais...
 
O barro sob o fogo se aprimora,
A árvore podada mais se enflora
E a luz em meio às trevas brilha mais!...
Eurícledes Formiga - Blog Espiritismo em Prosa e Verso
(Página recebida pelo médium Carlos A. Baccelli, em Uberaba – MG).

12.8.22


 

Perdoarás sempre

Perdoarás sempre, tendo em vista que a mensagem da Doutrina Espírita, na sua feição evangélica e filosófica, ensinando-te a remontar às causas anteriores das aflições, dá-te a resignação e a claridade do conhecimento, a fim de compreenderes que somente se sofre o que se merece, e que a escalada da montanha da redenção é sempre feita sobre as imperfeições pessoais que são esmagadas a pouco e pouco até a vitória total com legítima libertação das paixões deteriorantes.
Perdoarás, porque o teu compromisso é com o amor, e conforme faz Jesus, amando, compreenderás, perdoando sempre a tudo e a todos sem desfalecimento.
 
Livro: Rumos Libertadores - Joanna de Ângelis/Divaldo P. Franco  

11.8.22


 

Qual o papel das AMEs?

Por que medicina e espiritualidade?

Divulgar o paradigma médico-espírita, sua visão holística da saúde, que considera todos os processos mórbidos como sendo essencialmente mentais, comandados pelo Espírito. Nessa visão integral, compete à alma metabolizar e integrar todos os fenômenos - físicos, biológicos, sociais, culturais e espirituais - que a influenciam.
Mas, além disso, tem procurado também dialogar com colegas do Brasil e do exterior, engajados na mesma causa de Saúde e Espiritualidade, porque entendemos que o médico deve dar exemplo de verdadeiro ecumenismo, respeitando as crenças e descrenças de seus pacientes, para assisti-los da maneira mais ampla e integral possível.
Esta compreensão não pode ser diferente em relação às crenças e descrenças de seus próprios colegas.
E esta atitude é mais bem compreendida, nos dias de hoje, no âmbito deste movimento abrangente que propõe uma nova medicina para um novo milênio.
Ciência versus religião: novos rumos ao progresso humano
Lamentavelmente, nos últimos quatro séculos, houve um aprofundamento do fosso entre ciência e religião. Ante a atitude religiosa de incompreensão, a maioria das comunidades científicas preferiu demarcar, nitidamente, seu próprio território, distanciando-o dos assuntos vinculados à fé, comumente considerados incompatíveis com os objetivos da ciência. Infelizmente, porém, ao elegerem o paradigma materialista, reducionista como seu pilar de sustentação, alguns cientistas têm se revelado, em determinadas questões, tão dogmáticos e sectários quanto os religiosos.
É lamentável que esta separação entre fé e razão ainda persista porque é extremamente danosa ao progresso humano. Com esse descompasso, há o predomínio do egoísmo e do orgulho, o que favorece o recrudescimento do hedonismo, da violência, da ambição sem freios, dos vícios, da intolerância religiosa e científica, das grandes desigualdades e calamidades sociais. 
Felizmente, porém, já se constata que, nas quatro últimas décadas, ao lado desta corrente majoritária, cresce o número de "minorias criativas", conforme previu o historiador Arnold Toynbee, que pensam diferentemente do modelo predominante, e que oferecem novos rumos ao progresso humano.
Estão na base dessa nova visão do ser e do mundo as mudanças conceituais que revolucionaram a Física, desde as primeiras décadas do século XX. Com o advento da Teoria da Relatividade e da Física Quântica, surgiram novos e revolucionários conceitos sobre matéria e energia, que já deveriam ter mudado o paradigma materialista dos cientistas.
A cada dia, mais pessoas enxergam o ser humano de forma integral, corpo e espírito, conectado a uma imensa teia invisível, que engloba micro e macrocosmo. Na área da saúde, essas "minorias" têm trabalhado incansavelmente visando à aliança definitiva entre fé e razão. 
Esse movimento novo vem ocorrendo, particularmente, na última década, com a introdução do fator Espiritualidade nos estudos, pesquisas, e na própria práxis médica. O termo Espiritualidade tem sido empregado com a conotação que lhe deu William James, o de sentimento mais elevado, mais nobre, que une a criatura ao Criador. Assim utilizam-no médicos e profissionais da saúde das mais diversas confissões religiosas ou mesmo os que simplesmente creem no Ser Supremo, sem os liames de uma religião formal. 
Marlene Nobre - Presidente da Associação Médico-Espírita do Brasil (AME-Brasil) e da AME-Internacional

10.8.22

 


DIVISÃO DA LEI

Comentário Questão 648 do Livro dos Espíritos

Moisés anotou o dito dos emissários espirituais, contendo as dez regras para que os homens se educassem, preparando-se, dessa forma, o ambiente propício para a descida da Grande Luz desprendida de Deus: Jesus.
Ele e o Pai são um.
Isso nos leva a crer na sintonia de Jesus com o Criador, e é o que deveremos fazer, igualmente: nos ligarmos a Jesus, e poder falar como Ele: "Eu e Jesus somos um no amor".
A Doutrina Espírita, sendo o Cristianismo renascendo nesta época, pela misericórdia do mesmo Jesus, divide e subdivide as leis ao infinito. Nela existem amontoados de conceitos de luz, proporcionando a todas as criaturas que procuram aprimorar-se os meios mais eficazes e mais reais para o despertamento dos dons espirituais que todos temos.
"Não desprezeis as escrituras", disse Paulo; vamos ler de tudo extraindo deste tudo o que é bom para nós. Para tanto, temos uma razão para escolher: educar é o nosso lema, e instruir, a nossa meta. Agradeçamos isso a essa doutrina de luz, que surgiu no mundo pelas bênçãos de Jesus Cristo. Educar e instruir são divisões da lei de amor.
Poderemos entender Jesus de muitas formas, como sendo meios para a iluminação da consciência, entendendo determinadas verdades, como a reencarnação do Espírito quantas vezes forem necessárias.
Então lhe disse Jesus:
Levanta-te, toma o teu leito e anda. (João, 5:8)
O leito é como se fosse o próprio corpo, que o Espírito estava prestes a deixar, e o "levanta-te e anda", é mostrando a necessidade da alma de estar ligada ao corpo para a sua evolução espiritual. Tudo que o Mestre falou tem muitos significados, de maneira que todos possam compreender e se educar.
"Amar ao próximo como a nós mesmos" é muito interessante para as criaturas porque, neste mandamento, as criaturas passam a conhecer a Deus neste amor, porque essa regra divina e humana, traz para todas as almas segurança e felicidade. Podes estar certo de que todo o bem que encontrares nos teus passos são divisões das leis de amor, te convidando para a educação e para a sabedoria. Não percas a oportunidade que tens de servir com alegria e desprendimento. Com isso, começarás a ver outras coisas donde se desprende luz, construtora da paz. Começa pela educação da tua palavra em todas as circunstâncias; por meio do teu verbo, poderás servir em todos os minutos.
Observa o que João anotou e presenciou, sobre a força da palavra do Mestre:
Muitos outros creram n'Ele, por causa da sua palavra. (João, 4:41)
A palavra bem ritmada no bem, a palavra educada no amor, faz que os ouvintes creiam no bem, e passem a fazê-lo pelo seu exemplo. Esse é um dos objetivos do Espiritismo, ensinar as criaturas a fazerem o bem por amor, tornando-se eles o próprio amor, com a segurança da Caridade.
Apega-te a todas as divisões da lei de Deus, pois elas são forças de luz do coração do Criador, ampliando a nossa crença em Jesus Cristo.

Livro: Filosofia Espírita - João Nunes Maia - Miramez
Livro a venda na LER Livros Revistas Papelaria

9.8.22


 

SE VOCÊ DESEJA

Se você deseja ser cristão efetivamente:
perdendo, vencerá na batalha humana;
cedendo, obterá os recursos de que precisa;
trabalhando, conseguirá a felicidade própria;
perdoando, edificará em torno de si mesmo;
libertando, conquistará os outros;
suportando, resistirá na tempestade;
renunciando, ganhará tesouros imortais;
abençoando, salvará muitos;
sofrendo, terá mais luz;
sacrificando-se, encontrará a paz;
suando, purificar-se-á;
amando, iluminará sempre.

Livro: Agenda Cristã - Francisco C. Xavier - André Luiz (Deseja)

8.8.22


 

Concordância Universal?!...

Quando se fala em Concordância Universal do Ensino dos Espíritas, sabiamente preconizada por Allan Kardec, no século XIX, necessário se faz que se pergunte: na atualidade, onde estão os médiuns franceses, belgas, portugueses, espanhóis, alemães, norte-americanos, argentinos, chilenos, etc., com trabalho regular na mediunidade?!...
Infelizmente, medianeiros, fora do Brasil, com trabalho doutrinário no campo literário, inexistem – a não ser que, em um caso ou outro, recorramos à existência de sensitivos espiritualistas, não comprometidos com a Terceira Revelação, na revivescência do Evangelho do Cristo.
Carecemos, ainda, ponderar que, na organização de “O Livro dos Espíritos”, e demais livros do Pentateuco, Kardec contou quase que exclusivamente com médiuns franceses, sendo que muitos, pertencentes a outras “escolas”, como a de Louis Alfonse Cahagneth, não endossavam a tese da Reencarnação – pilar filosófico em que todo o edifício doutrinário do Espiritismo se levanta...
Em verdade, o Codificador, embora tenha falado em Controle Universal, não pode contar senão com um Controle Nacional...
O Controle Universal do Ensino dos Espíritos, enfatizado por Kardec, referia-se, basicamente, à Reencarnação e à Lei de Causa e Efeito, que, desde todos os tempos, os Espíritos ensinaram, e, neste sentido, mais os encarnados que os desencarnados, justamente por falta de intérpretes mediúnicos em condições para tanto.
E no que tange à Reencarnação e à Lei de Causa e Efeito, com direta implicação na Evolução do Ser, foi o Espiritismo que concordou, e não as doutrinas ancestrais que com ele concordaram.
Assim, sobre o assunto em pauta – a Concordância –, carecemos de nos limitar ao que Kardec se viu constrangido, ou seja, à Concordância Nacional dos médiuns que mourejam no Brasil, e assim mesmo se, por exemplo, não estiverem sob a tutela ortodoxa das Instituições, como muitos excelentes médiuns, estando sob a tutela da Federação Espírita Brasileira, permitiram, no passado, que, por seu intermédio, a tese do Corpo Fluídico de Jesus fosse endossada.
Este pequeno arrazoado é destinado apenas aos que possuem liberdade para pensar no assunto, sem o cabresto doutrinário que, infelizmente, lhes tenha sido aposto.

INÁCIO FERREIRA - BlogMediunidade na Internet
Uberaba – MG, 7 de Agosto de 2022.

7.8.22


 

Algo sobre antropomorfismo

 Homens inteligentes e estudiosos tem muita dificuldade de crer num Deus por causa do Antropomorfismo instituido pelos dogmas das religiôes

Para Jesus, define-se Deus, além de Tudo quanto É - como Criador dos Céus e da Terra -, como um Pai Benevolente e Amoroso, como, por exemplo, nesta passagem:
- “Que vosso coração não se turbe. Crede em Deus, crede também em Mim. Há muitas moradas na Casa de meu Pai!”. (João: 14: 1, 2 e 3.)
A ‘Casa do Pai’ trata-se, evidentemente, do Universo como um Todo; e as diferentes moradas são os mais diversos Mundos materiais, fluídicos e espirituais que compõem o dito Universo. E, se, para Sócrates, o sábio que por aqui estivera 400 anos dantes do Cristo, o Pai não entra “em comunicação direta com o homem”, Jesus alega o mesmo em João 14: 1 a 31, como, por exemplo, neste trecho:
- “Eu Sou o caminho, a verdade e a vida, ninguém vem ao Pai senão por Mim!” (Opus Cit.).
Ou seja: - Para irmos ao Pai, nós todos dependemos d’Ele: de Jesus;
- Para irmos ao Pai, temos de passar por Ele, por seus ensinamentos, que derivam do Pai.
E neste outro trecho de Jesus: - “Quem vê a mim, vê o Pai!” (Opus Cit.).
Ou, noutros termos, como somos incapazes de ver toda a grandeza do Pai, temos, de momento, como vê-Lo, por meio de Jesus, de sua pessoa, de suas palavras e de seus atos.
E, neste outro, ainda: - “Estou no Pai e o Pai está em mim!” (Opus Cit.).
O que expressa, mais uma vez, a Unidade de Jesus com o Pai que, por não termos outros meios de estar com Ele, com o Pai de nós todos - Espíritos rebeldes e acanhados pela matéria -, será preciso entremos na comunhão com Jesus para entrarmos, também, na comunhão com o Pai; ou, noutros termos, ainda, diríamos que Jesus e seus muitos prepostos representam o Pai; são eles, os Intermediários entre o Homem e o Pai.
É que Deus transcende o Homem em Tudo, em absolutamente tudo; e, pois, nós não temos - como filhos transviados, decaídos à matéria densa dos Mundos - condições espirituais de falar com o Pai; falta-nos tudo e sobretudo: amor, caridade, humildade; e excede-nos o contrário pelo desamor, pelo egoísmo e pelo orgulho de nos acharmos ser o que não somos.
Portanto, tratemos de falar com Deus, por enquanto, através de Jesus e de seus muitos prepostos.
E o Espiritismo alega o mesmo, ou seja, que: - “Deus É Impenetrável”. (“O Livro dos Espíritos” – 1857 – Allan Kardec.)
E, noutras de suas obras, como por exemplo, em “O Evangelho Segundo o Espiritismo” (1864-Allan Kardec), temos a definitiva confirmação de tudo quanto dito supra. Logo, temos como falar com Deus sim; por meio de Jesus, dos nossos Anjos da Guarda e dos muitos mensageiros do Amor, da Virtude e do Bem, incondicionais.
Mas falar com Ele, Deus - Motor do Universo -, que “há criado sempre, cria incessantemente e jamais deixará de criar” (Vide: “A Gênese” -1868 - Allan Kardec), falar com Ele, repito, é algo muito além e muito acima de nossas grosserias psíquicas, nosso orgulho, egoísmo, em suma, nossas tão restritas capacidades mentais; ora, estamos abafados pela nossa cegueira de Espírito, pelo turbilhão de matéria densa que atraímos para a nossa progressão psíquica ou espiritual.
Porém, se queres acreditar que é possível, de momento, falar cara a cara com Ele, Deus; se queres acreditar que tal é possível, nas atuais e mundanas circunstâncias: fique à vontade!
Mas trata-se, tal, de um antropomorfismo, de uma forma mental atrasada, ou adaptada à sua evolução psíquica, que, por sua vez, não pode compreender o que está acima de Si, e que, pois, materializa a ideia, o princípio, conformando-o à sua expectativa, sua atrasada ou rebaixada forma mental.
Fernando Rosemberg Patrocinio

6.8.22

 


Guardião do Evangelho

Tu és, Brasil, a amada pátria eleita,
A fim de ser do mundo o coração,
Exemplo de concórdia e de união,
À distância da guerra que te espreita...
 
Corajoso, prossiga, à senda estreita,
Cumprindo com valor tua missão,
Do Evangelho do Cristo, o guardião,
Perante o cepticismo em contrafeita...
 
Resiste aos tentáculos do mal,
Que se te expõe ao sonho e ao ideal
De levantar na Terra o mundo novo...
 
Para vencer a mística façanha,
Na luta que se mostra tão estranha,
Hás de contar com a força do teu povo!...

Pedro de Alcântara - Blog Espiritismo em Prosa e Verso
(Página recebida pelo médium Carlos A. Baccelli, em reunião pública da Casa Espírita “Bittencourt Sampaio”, na manhã de sábado do dia 30 de Julho de 2022, em Uberaba – MG).

5.8.22


 

Crer ou Compreender

   Muitas pessoas que procuram os Centros Espíritas vão em busca de soluções para problemas diversos, que não estão conseguindo resolver pelos meios habituais. Antigamente, em muitos centros espíritas, ao chegarem perturbadas, doentes, intranqüilas, eram encaminhadas para a chamada "mesa da caridade" a fim de desenvolver mediunidade. Atitude evidentemente errada.
   Esta foi uma época de conhecimentos empíricos, onde se fundava centros espíritas por missionarismo, com total ignorância doutrinária de médiuns e guias, que apesar da boa vontade e boas intenções, não estavam aptos a dirigir uma Casa Espirita, porque apenas acreditavam, e o conselho de Allan Kardec é o de que, "Antes de Crer é Preciso Compreender".
   Hoje, via de regra, a pessoa é encaminhado a um setor do Centro onde vai conversar, expor seus problemas e dificuldades, para então ser encaminhado ao setor competente para auxiliá-lo, pois o caso pode envolver desde mediunidade à distúrbios psiquicos, emocionais, indução à doenças, como obsessão, distúrbios psiquiátricos e até carências materiais.
   Somos de opinião que a primeira impressão de quem chega à Casa Espírita é fundamental para que se sinta segura apoiada, e permaneça na casa. Entretanto, no desejo de ajudar, não podemos deixar passar uma falsa imagem do espiritismo. Se a pessoa veio em busca de coisas que o Espiritismo não pode lhe dar, é necessário esclareça-la para que tome conhecimento daquilo que a Doutrina Espírita oferece.
   Quase sempre ao chegar ao Centro Espírita o consulente já percorreu muitos lugares, submeteu-se a inúmeros tratamentos, participou de Work shops, leu literatura de auto-ajuda e muitas outras coisas. Não raro, o Espiritismo constitui-se na sua última esperança, e é natural que ele procure o passe, a cura, a consolação para que se reacenda a esperança, mas é preciso que após o tratamento ele seja estimulado a estudar, esclarecer-se, a adquirir o conhecimento espírita que poderá transformá-lo na sua intimidade, e levá-lo a mudar interiormente, e fazer as correções necessárias para não incindir nas mesmas falhas que o desequilibraram.
   O Espiritismo poderá lhe dar uma nova visão do homem e do mundo, mas através do estudo. É este estudo que lhe abrirá perspectivas do conhecimento sobre Deus, criação, alma e a sua imortalidade, reencarnação, progresso, causa e efeito, mediunidade...
   Mas não basta tomar contato intelectual com esses conceitos extraordinários. É preciso meditar sobre eles, compará-los com os conhecimentos anteriores, digerí-los como o alimento, o pão do espírito, para que, assimilado pela inteligência, possa circular por todo organismo do novo adépto, saturar as suas células, fazer parte do seu eu interior, pois somente assim transformará realmente a sua vida. 

Amílcar Del Chiaro Filho