31.8.21

FELIZES E INFELIZES

L - Questão 921

O conceito espírita da felicidade nem sempre enxerga os felizes onde o mundo os coloca.
Há pessoas que requisitam conforto demasiado, na preocupação de serem felizes, e acabam infelizes, estiradas no tédio.
Criaturas aparecem, pleiteando destaque e, em se crendo ditosas por obtê-lo, confessam-se infortunadas depois, quando se reconhecem inabilitadas para os encargos que receberam.
Há felizes nas mesas lautas, comprando enfermidades com os excessos a que se afeiçoam e infelizes, na carência material, entesourando valores imperecíveis, no proveito das lições que o mundo lhes reservou.
Em toda parte, surpreendemos os felizes de saúde, que abusam da rubustez, caindo na desencarnação prematura, e os infelizes de doença, que senhoreiam longa vida pelo respeito que dedicam ao corpo.
Em todos os lugares, os contrastes aparentemente chocantes... Situações risonhas, muitas vezes, geram suplícios porvindouros, por não saber quem as possui, empregar criteriosamente a felicidade que lhes foi emprestada. Aqui e além, surgem, sem conta, os felizes-infelizes nos enganos a que se arrojam e os infelizes-felizes, nas provações em que se elevam.
Sócrates, considerado infeliz, é o pai da filosofia.
Anytos, imaginado feliz, ainda hoje, no conceito do mundo, é o carrasco.
Jesus, suposto infeliz, é o renovador do mundo.
Barrabás, julgado feliz, até agora, na memória dos homens, é o malfeitor.
°°°
Apliquemos o entendimento espírita aos acontecimentos cotidianos e verificaremos que os felizes e os infelizes não estão qualificados pela abastança ou pela indigência que entremostrem nos quadros exteriores. São e serão sempre aqueles que, em qualquer circunstância, edificam a felicidade para os outros, de vez que as leis da vida determinam seja a criatura medida pelas outras criaturas, especificando que a felicidade ou a infelicidade articuladas por alguém, nos caminhos alheios, se voltem, matematicamente, para quem os formou.
 
L:ivro: “Opinião Espírita”, de Francisco Cândido Xavier e Waldo Vieira, pelos Espíritos Emmanuel e André Luiz (cap 42)
Livro a venda na LER Livros Revistas Papelaria

30.8.21

RENCARNAÇÃO NA BÍBLIA

Como Tocamos?!

“Mas Jesus disse: Quem me tocou? Como todos negassem, Pedro [com seus companheiros] disse: Mestre, as multidões te apertam e te oprimem [e dizes: Quem me tocou?]” – Lucas, 8-45
O episódio da cura da mulher hemorroísa, aqui narrado por Lucas, no enseja muitas reflexões, que apontaremos – algumas – sem efetuar maiores comentários a respeito.
- A pobre senhora sofria há doze anos, e gastara com os médicos da época tudo o que possuía...
- Jesus, como sempre, estava cercado pela multidão...
- Muitos, segundo a narrativa do Evangelista, o tocavam e... oprimiam...
- De repente, no entanto, o Divino Mestre sente que alguém lhe tocara de maneira singular...
- Dele, então, “saiu poder”, emanou virtude...
- Sem conseguir aproximar-se pela frente, ela viera pelas suas costas...
- Provavelmente, arrastando-se, inclusive, talvez, com as vestes manchadas de sangue...
- Quase certo, que o Cristo vivia cercado por pessoas possessivas, que lhe disputavam a presença, em mera curiosidade...
- Nem sempre, os doentes conseguiam dele se acercar...
- Qual ocorrera com o homem paralítico do Tanque de Betesda, que nunca lograva se atirar nas águas que, periodicamente, um anjo magnetizava...
- A mulher hemorroísa tocara apenas na orla de sua túnica inconsútil...
- Foi o máximo que pudera fazer...
- Ela e Jesus não permutaram palavra...
- Não há quem, com certeza, lhe saiba a identidade...
- No entanto, sim, deveria ser muito conhecida na cidade em que morava...
- Cafarnaum?!...
- Não importa a localidade...
- Importa que, no mesmo instante, ela ficara curada...
- NO MESMO INSTANTE, deixara de verter sangue...
- De definhar, esgotando-se...
- Jesus, virando-se, a chama de “filha”, e diz que ela fora salva pela sua própria fé...
- Pelo seu toque de fé, se lhe operara a cura do mal que a atormentava...
Assim meditando, uma questão se nos impõe sobre as demais que o maravilhoso texto nos possibilita:
- Ante as nossas carências de cura, no corpo e na alma, como temos tocado na orla das vestes do Senhor?!...
INÁCIO FERREIRA - Blog Mediunidade na Internet
Uberaba – MG, 29 de Agosto de 2021.

29.8.21

A Leitura da Arrogância

Assisti, despretensiosamente, ao filme A Livraria (Netflix, 2017), dirigido e escrito por Isabel Coixet, baseado no livro de Penelope Fitzgerald. Despertou-me a curiosidade pelo título e pelo trailer (ver abaixo). Sou aquele a quem se costuma denominar de rato de livraria. Há mais de quarenta anos tento, uma vez por semana, ir a uma bookshop para me deliciar com as novas publicações, consultando todos os gêneros, no intuito de manter-me bem-informado e quiçá adquirir um bom livro. 
Neste período, formei uma biblioteca superior a mil livros. Claro que não li a todos, talvez 40% deles, mas não posso resistir em comprar uma obra que demonstre interesse e que vislumbre, algum dia, conhecê-la melhor. Houve uma época que era compulsivo, pois não conseguia sair da livraria com menos de três exemplares. Os livros e os doces são meus hábitos insaciáveis. 
É maravilhoso identificar um livro bem escrito. Uma ideia original bem apresentada. Capítulos meticulosamente estudados para dar sentido especial à narrativa. Um estilo particular que embeleza a construção de frases, parágrafos, texto. 
Confesso que tentei migrar a leitura para o ambiente não impresso. Tablet, e-book, computador são utilizados por mim há algum tempo, mas não conseguem superar o impacto de uma boa capa, o cheiro gostoso do papel e a facilidade dos destaques no texto. Sim, porque grafar, sublinhar, questionar, riscar, fazem parte, a meu ver, de todo leitor ativo, respeitando naturalmente o modo próprio de cada um que saboreia um livro.
Este é o caso da protagonista do filme, a viúva Florence Green (Emily Mortimer). A recordação do marido que conheceu numa livraria e que costumava ler livros para ela a motivou a abrir uma para si numa pacata cidade litorânea da Inglaterra nos anos 50 do século passado. Os habitantes do lugarejo não eram afetos à leitura, mesmo assim tentou mudar o comportamento daquela gente simples. 
O problema é que encontrou pela frente o antagonismo de uma influente dama da sociedade local, Violet Gamart (Patrícia Clarkson), que boicota de todas as maneiras a livraria, pois tinha planos que no local, a conhecida Old House, funcionasse um centro cultural. Corajosa e persistente, Florence Green enfrenta a toda poderosa, tendo como aliado neste embate um recluso senhor apaixonado por livros, Edmund Brundish (Bill Nighy). 
Embora a película tenha aparentemente como foco os apaixonados pela leitura como eu e possa lembrar outro filme que aborda também esta temática, O Nome da Rosa, baseado na obra de Umberto Eco, há uma narrativa que mobiliza a personagem antagonista: a arrogância. 
Muitas são as cenas em que Violet Gamart demonstra a sua soberba, uma, porém, é mais emblemática. Quando Edmund Brundish vai ao seu encontro para pedir que ela deixe de perseguir Florence Green e, vendo inútil o seu intento, fala verdades sobre ela que morador algum do lugarejo se atreveria sequer em pensar. A dama toda poderosa aperta fortemente seu belo vestido com as mãos por ódio em ser confrontada nos seus interesses. 
Esta é uma das características peculiares dos arrogantes: não serem contrariados por hipótese alguma em seus desejos. A raiva se transforma em ódio, o ódio se manifesta em enfrentar – e destruir – seu opositor. 
A doença do hiperegotismo, que denomino de orgulhite, uma degeneração do orgulho ferido, é gravíssima. Qual a hipertensão, ela fervilha por dentro, mas é imperceptível pelo seu agente. Crendo-se superior, dono da razão, é incapaz de ver nuanças de um ponto. A arrogância se expressa em muitas facetas, explícitas ou sutis, no sentido de ver atendido seu capricho. Geralmente vem acompanhada de comportamentos de indiferença, desprezo, prepotência, presunção, personalismo, dissimulação e preconceito. 
Foram os livros que me fizeram descobrir que também sofro dessa terrível doença e que tento, todos os dias, diminuir os seus sintomas e, sobretudo, ressignificando-me intimamente em aprender a humildar-me em vez de “pavonear-me”.    
Florence Green manteve-se digna no ato deliberado de sabotagem da Violet Gamart. Tinha a seu favor uma postura ética e a vontade sincera de levar luz aos corações ávidos de descobertas por intermédio de um bom livro. 
O fim do filme, aqui narrado resumidamente, não pretendo dar spoiler, nem furtar os leitores e cinéfilos de fazê-lo, no entanto, não é demais lembrar da sua frase conclusiva: 
- “Quem lê um livro jamais se sente um solitário.” 
Boa leitura e um bom filme! 
Carlos Pereira - Blog de Carlos Pereira
Trailer do filme:
https://youtu.be/HHqSqwwdcpg

28.8.21

Receita de Médium

Para que o médium triunfe
Da prova na senda estreita,
De maneira resumida,
Rascunho esta receita:
 
Não conserve mágoa alguma,
Nem tente justificar-se,
E à tarefa que executa
Não se canse de doar-se...
 
Apanhe sempre calado,
Sem se importar com chibata
Que lhe dilacere a alma
Na boca que o desacata...
 
Nunca imagine que esteja
Fazendo mais do que deve,
Valorizando o minuto
Na vida que passa breve...
 
Não se acredite infalível
E evite bajulação,
Considerando a si mesmo
Simples graveto no chão...
 
À lama que se lhe atirem,
Interprete por adubo,
Na função de lhe aumentar
As próprias forças ao cubo...
 
Trabalhe e saiba que a boca
Do mal, na Terra a gritar,
Só com serviço constante
É que se pode fechar!...
 
Eurícledes Formiga - Blog Espiritismo em Prosa e Verso
(Página recebida pelo médium Carlos A. Baccelli, em reunião pública do Lar Espírita “Pedro e Paulo”, na cidade de Uberaba – MG).

27.8.21

Solidariedade e Caridade

Amai-vos uns aos outros, está é uma das máximas deixada pelo Mestre Jesus.
Mas porque temos dificuldade em segui-la?
Para isso seria importante que procurássemos não nos prender as aparências, as posições sociais, a inveja, a ganância, a avareza entre outras coisas.
O amor está em todos nós, só precisamos deixá-lo desabrochar em nossas palavras e em nossas ações.
Jesus espera que cada um de nós se coloque na posição de doadores de amor, sendo solidários e caridosos.
Paz e Luz a Todos.
Grupo de Estudos de Psicografia da Fraternidade Francisco de Assis 

26.8.21

Tocar a Alma

Quanta esperança trazia uma carta. Ou tristeza. Ela sempre carregava algo muito importante. Um conteúdo tão importante que precisava ser lacrado para que ninguém soubesse ou mesmo pudesse ser perdido por aí.
O tempo passou e hoje quase ninguém mais escreve as tais cartas. A tecnologia acabou com a necessidade de transcrevermos para o papel as nossa mágoas e queixumes, as nossas alegrias e esperanças.
Agora é o WhatsApp ou outra dessas ferramentas tecnológicas de comunicação. Tudo muito rápido. Comunicação instantânea. Sem demora.
No meu tempo, ia a uma agência dos Correios para enviar as minhas cartas aos meus amigos. Ficava imaginando: - Poxa, ela vai cruzar o oceano e vai entrar na casa de meu amigo. Que viagem! Desejaria eu estar dentro dela. E estava, de alguma maneira.
Hoje é quase igual à velocidade do pensamento. Tudo isso num piscar de olhos e gratuitamente. Fala-se com alguém do outro lado do mundo como se estivesse falando com alguém ao nosso lado. Sim, porque até a imagem vem junto.
Nunca imaginava que isto tão cedo fosse acontecer e agora ocorre com uma naturalidade impressionante. As crianças de hoje nem podem imaginar que um dia tínhamos que parar tudo, pegar uma folha de papel, pensar, escrever, colocar num envelope e enviar. E esperar a sua chegada ao destino.
Tudo isso é muito bom e expressa a incrível capacidade humana de fazer coisas extraordinárias. Como antes, o teor da comunicação continua sendo o mesmo daquele que emite a mensagem e o que está no seu coração. Nisto, mudou bem pouco.
A tecnologia humana deu avanços impressionantes, enquanto isso, o coração humano parece ainda estar no tempo das cavernas.
Por que uma coisa não puxa a outra?
Por que o coração humano não muda rapidamente e dá saltos qual a tecnologia?
Preguiça? Desleixo? Falta de vontade? Ou maldade mesmo?
Talvez um pouco de cada isso e algo mais.
Acontece que para dar saltos de grande porte no coração humano só existe uma tecnologia disponível no mercado: o amor.
Enquanto o homem não souber desenvolver a tecnologia do amor em massa ainda tateará de um ponto a outro com muito vagar.
Agora mesmo, vemos no Afeganistão a volta dos terríveis Talibãs.
O que eles têm na mente e no coração? Ódio, vontade de domínio, ignorância com a sensibilidade humana, o quê?
Demos saltos gigantescos naquilo que está fora de nossa corporeidade e ficamos no atraso no que faz parte da nossa intimidade.
Por que não invertermos urgentemente as nossas prioridades?
É difícil, muito difícil, se despojar das nossas dificuldades interiores. Dá um trabalho...
Se fosse apenas dar um toque como se faz num teclado de computador, então tudo já estaria resolvido há bastante tempo.
Não é assim, bem sabemos.
O toque que tem que ser dado no coração é mais intenso e profundo porque tem que chegar no âmago da alma.
Tocar a sensibilidade é entrar no que existe de mais delicado em cada um de nós e é preciso muita competência para se alcançar isso.
Exige renúncia, desprendimento, autoperdão, enfrentamento, ação no bem.
Requer mudança de comportamento e isso demora...
Agora mesmo, há um movimento mundial de combate à fome. A Pandemia que abateu a humanidade deixou muitos que já estavam fora do mapa do crescimento bem mais exposto às vulnerabilidades econômicas e outros mais adentraram nesta faixa perigosa. Esta campanha exige dos mais afortunados um movimento de renúncia de seus patrimônios em benefício dos outros famintos. Quanto é difícil tocar na tecla da transferência monetária porque antes deve tocar na tecla da mudança interior.
Vamos construir um mundo novo, é verdade, mas antes temos que edificar um mundo novo dentro de cada um de nós.

Helder Camara - Blog Novas Utopias.

25.8.21

OS 144.000 DO APOCALIPSE!

    Dias atrás, conversando com um amigo preocupado com os rumos do Movimento Espírita na Terra, ele me perguntou:
    - Dr. Inácio, qual o motivo de os nossos companheiros de Ideal andarem tão desunidos?
    Pensei por momento e, sem perder o bom humor, respondi:
    - O problema é que nós queremos estar entre os 144.000 escolhidos do Apocalipse!...
    Ele sorriu muito e, então, falando mais sério, ponderei:
    - Não é bem assim... Tem muita gente boa no Espiritismo - graças a Deus! Gente que está trabalhando em silêncio, exemplificando a verdadeira fraternidade. A questão é que, às vezes, seja na palavra falada ou escrita, damos muita ênfase ao que é negativo. Eu prefiro crer que os supostos 144.000 escolhidos do Apocalipse, na verdade, serão os excluídos!...
    - Doutor - tornou ele -, o senhor acredita em um número assim tão reduzido?...
    - Não! Creio que andaram "comendo" alguns zeros dele, porque, perante os quase trinta bilhões que somos...
    - Trinta bilhões?!...
    - Sim, os quase sete bilhões encarnados e os mais de vinte bilhões desencarnados! Perto deste número astronômico, 144.000 é quase zero! Quer dizer: não vai sobrar ninguém! Haverá muito espaço, para muito pouca gente! Aí, sim, vamos ter que nos empenhar muito mais no mandamento inserido em "Gênesis", capítulo 1, versículo 28: "Sede fecundos, multiplicai-vos, enchei a terra...". E, convenhamos, tem muita gente que vai gostar...
    - No entanto, muita gente não vai, Doutor, principalmente as mulheres!
    - Meu caro - repliquei -, a Ciência está perto de arranjar um jeito de os homens também "engravidarem" - ou melhor, de implantar um útero dentro deles e, quem sabe, no espaço do estômago que está se restringindo a custa de cirurgia...
    - Doutor - disse-me ele -, se é assim eu não vou fazer questão de ficar de fora dos 144.000...
    Sorrimos e voltei a falar sério:
    - Os adeptos do Espiritismo, em minha opinião, precisamos nos compenetrar de que não somos melhores que os nossos demais irmãos em Humanidade... Carecemos de trabalhar muito para correspondermos à expectativa do Mundo Espiritual Superior, no sentido de que, efetivamente, venhamos a colaborar com o Cristo na construção do Mundo Melhor de amanhã! Como dizia Chico Xavier, "não podemos nos esquecer de que o Espiritismo é também uma doutrina para o coração"! Agora, pensando bem...
    - O quê, Doutor?!
    - Seja o número qual for, dos que haverão de permanecer sobre a Terra e adjacências, acredito que muitos de nós, espíritas, devemos mesmo ir arrumando as malas...
    - Não, o senhor está exagerando - disse-me. - Não estamos entre os melhores, no entanto, muito menos entre os piores...
    - Mas quem, meu caro, irá levar para este novo mundo, que já deve estar povoado por dinossauros, a ideia da Reencarnação, da Lei de Causa e Efeito, da Mediunidade?... Quem irá preparar por lá o advento do Cristo, que não desistirá de nenhuma das ovelhas que o Pai lhe confiou?... Quem neste orbe de exílio fará o papel que os Profetas fizeram sobre a Terra, antecedendo a chegada Daquele que é o Caminho, a Verdade e a Vida?...
    - Analisando as coisas sob este ângulo...
    - Muitos de nós, meu amigo, seremos os novos "capelinos" e, como eles, haveremos de construir pirâmides e observaremos o céu a olho nu, com saudades da casa planetária que não fizemos por merecer!...
INÁCIO FERREIRA - Blog Mediunidade na Internet 

24.8.21

Oração

    Orar com humildade, comportando-se de modo diferente do Fariseu que orava em pé, jejuava e pagava o dízimo, mas julgava-se superior aos demais homens, que supunha ladrões, injustos e adúlteros. O ato de orar deve se assemelhar ao do Publicano que não levanta os olhos aos Céus e se julga um pecador. Este voltou justificado para a sua casa, por ser humilde, e o outro não. (Lucas, Cap. 18, V.9 a 26)
    Orar num templo que seja Casa de Oração e não num que se assemelhe a um "covil de ladrões, transformado nisso por vendilhões do templo". (Lucas Cap. 19, V.45 a 47) 
    "Tomou Jesus consigo a Pedro, a Tiago e a João e subiu a um monte para orar. E enquanto orava pareceu todo outro o seu rosto, e fez-se seu vestido alvo e brilhante. E eis que falavam com ele dois varões: Moisés e Elias, que apareceram cheios de majestade. E falavam da sua saída deste mundo, a se cumprir em Jerusalém" (Lucas, Cap. 9, V. 28 a 36). 

23.8.21

CASA ESPÍRITA PRIMEIRA VEZ

REFORMAS DE METADE

Superior uma reforma urgente, inadiável, intransferível: a reforma de cada um de nós, nas bases traçadas pelo Evangelho de Jesus.
Isso porque toda reforma nas linhas da boa intenção será respeitável, mas somente a renovação interior é fundamental.
Tudo o que vise melhorar a vida deve ser feito, no entanto, se não nos melhoramos, todas as aquisições efetuadas são vantagens superficiais.
Qualquer benefício externo para ser benefício externo para ser benefício real depende de nós.
A luz que nos auxilia a escrever uma página de fraternidade pode ser aproveitada pelo companheiro menos feliz para traçar uma carta que favorece o crime.
O dinheiro que nos custeou a movimentação para o estudo das leis morais que nos governam o destino é o mesmo que está sendo despendido pelos que compram a decadência do corpo e da alma nos redutos do álcool.
O automóvel que nos conduz ao cenáculo de oração onde louvamos a Bondade Divina, transporta de igual modo a locais determinados os que se reúnem para a negação da fé.
A morfina que alivia o sofrimento na dose adequada não é diversa da que garante os abusos do entorpecente.
Justo que não se impeça a formação de medidas destinadas ao bem comum.
A higiene é um atestado eloqüente de que ninguém deve e nem pode viver sem a Constante renovação exterior.
O Espiritismo, porém, nos adverte de que todas as modificações por fora, ainda as mais dignas, são reformas de metade, que permanecerão incompletas sem as reformas do homem que lhes manejará os valores.
Reflitamos nisso, observando o caminho e a meta. Sem estrada não alcançarmos o alvo, entretanto, a estrada é o meio e o alvo é o fim.
Para sermos mais precisos, resumamos o assunto com a lógica espírita, num raciocínio ligeiro e claro: todos nós, os ignorante e os sábios, os justos e os injustos, podemos fazer o bem e devemos fazer o bem, acima de tudo, é preciso ser bom...
Livro: “Opinião Espírita”, de Francisco Cândido Xavier e Waldo Vieira, pelos Espíritos Emmanuel e André Luiz (cap 41)
Livro a venda na LER Livros Revistas Papelaria

22.8.21

Por Uma Questão De Humanidade

Ninguém deve ser bom esperando por recompensa pelo seu gesto de bondade...
Por recompensa social...
Nem espiritual...
Mas, sim, por simples questão de humanidade...
Solidário como os animais são entre si...
Como a fonte é com o riacho...
E o riacho é com o rio...
Sem esperar ter as suas águas de volta...
Elas, naturalmente, chegarão... das nuvens...
Não é para ganhar o Céu
Que o homem deve procurar ser bom...
Ou, pelo menos, algo generoso com o próximo...
Mas, sim, para justificar a sua humanidade,
Ou o seu grau de humanização...
Não com propósito de ser iluminado...
Mas, pelo menos, para que
Às trevas do mundo, não acrescente mais treva...
Deve ser bom, porque o seu Pai é Bom
E a sua Mãe, a Natureza, também o é...
Deve ser bom pela bondade
De ser bom...
Como disse Francisco, o de Assis:
- Como é bom ser bom...
O homem deve ser bom, até por egoísmo,
Porque o outro é a metade de si...
E sendo bom para o outro
Estará, mesmo que não queira,
Sendo bom para ele mesmo...
Ser bom para sentir
Que o seu existir vale a pena,
Para retribuir o oxigênio que, de graça,
Aspira por suas narinas...
Para que o mundo seja melhor,
O homem deve ser bom,
Sem que necessite sê-lo totalmente...
Um pouco de bondade
É muita luz –
Já será muita bondade
Para quem ainda não descobriu
Que a maior recompensa de ser bom
Por fora,
Está na alegria de saber
O que é Bondade...
Por dentro!...
 
INÁCIO FERREIRA - Blog Mediunidade na Internet
Uberaba – MG, 20 de Agosto de 2021.

21.8.21

Trovas de Aprendizes

Continua com Jesus,
Sem vacilar um instante,
Não jogues ao chão a cruz
Que há de ser teu levante.
*
Quem nunca fala no Bem,
Seja qual for, afinal,
No silêncio a que se atém
Está endossando o mal.
*
Sobre a Terra, um educandário,
Quem não sofre provação,
Não aprende o abecedário
Que promove a evolução.
*
Sem que tenha a transparência
Da fonte mais cristalina,
A alma, em sua pura essência,
Não sobe à Mansão Divina.
*
Sou aluna do Formiga...
Para rimar com Domingas,
Por ora, só encontrei
A palavra “caatingas”.
Eurícledes Formiga
E
Domingas - Blog Espiritismo em Prosa e Verso.
(Página recebida pelo médium Carlos A. Baccelli, em reunião pública da Casa Espírita “Bittencourt Sampaio”, na manhã de sábado do dia 15 de Agosto de 2021, em Uberaba – MG). 

20.8.21

ETERNIDADE CRIAÇÃO

Coisas do Espírito

Meus filhos do coração, estive, certo dia, numa sessão de casa espírita.
É que agora, sem o aparato oficial de bispo, posso entrar em vários lugares, do lado de cá da vida e aí também, sem ser censurado por ninguém.
Nesta sessão que evocava a presença dos benfeitores espirituais conheci uma figura risonha, de semblante calmo, que me deu explicações daquelas sessões.
Fiz-me pronto para dizer algumas palavras, se fosse o caso. De repente, um médium disse alto:
    - Estou vendo um padre que foi muito conhecido quando esteve na Terra, mas não sei bem o nome dele.
Aí, então, outro rapaz pediu que dissesse as suas características e daí então ele falou:
    - É, só pode ser o Dom Helder, agora ele é também um padre espírita.
O fato de ter lançado já duas obras de cunho mediúnico, porém, quero esclarecer, mais uma vez, não me faz um espírita, tampouco um padre espírita que, pelo que eu sei, não existe no credo espiritista.
Ao se espantar com a minha presença o outro foi dizendo:
    - Deixa ele falar para ver o que ele traz de novo pra gente.
Permitir-me envolver nos pensamentos do médium que me viu e fui logo dizendo:
    - Olhe, meus irmãos, sou muito agradecido pela oportunidade que me dão de proferir algumas palavras, mas o meu objetivo aqui é aprender. Sou marinheiro de primeira hora nestas coisas do espírito, porque sou defunto novo, vocês sabem, e na minha última profissão de fé não me era dado o prazer de ter estes contatos lúdicos com o mundo espiritual. Portanto, quero ouvir mais e falar menos, se me compreendem.
    - Pois não, Dom Helder, é que o senhor nunca veio por aqui e tivemos uma boa surpresa com a sua presença. Fique à vontade.
E fiquei.
Observei tudo e todos e vi o quanto é interessante esta relação entre os dois mundos que, na prática, observando bem, é um mundo só, devido a interação constante que existe de nós com vocês e de vocês conosco. É incrível como as portas se abrem de lá pra cá e de cá pra lá, todos os dias, que posso asseverar, sem medo de errar, vocês já vivem com os "mortos" sem perceber, dada a interação constante que existe.
Faço estas observações para dizer que a naturalidade das relações espirituais serão reconhecidas, mais cedo ou mais tarde, por todas as igrejas sem qualquer preconceito, porque é uma realidade tão impressionante que basta querer um pouco mais dar vazão a esta sensibilidade que teremos, cada vez mais, consciência de tudo que se processa.
Assim, meus queridos irmãos, apesar de não ser um padre espírita, sinto-me à vontade com todos estes nossos irmãos que sempre me recebem, por onde vou, com muita naturalidade, tratando-me de verdade como irmão e sem qualquer tipo de preconceito.
Que assim seja entre todos nós, de todas as crenças, aqui e aí, que possamos criar um relacionamento saudável e promissor entre irmãos que somos para o bem da própria humanidade, uma só, independentemente da condição que estejamos, espiritual ou material.
Que assim seja, meus irmãos!
Helder Camara - pelo médium Carlos Pereira 

19.8.21

A INFERIORIDADE NÃO É PERPÉTUA

Comentario Questão 604 do Livro dos Espíritos

Os elos que interligam os reinos da natureza são muitos e imperceptíveis ao acanhado conhecimento dos homens. Os reinos estão todos respirando o mesmo ar, o mesmo sol os aquece e sorvem a mesma água. As diferenciações são muitas pelo estado espiritual de cada ser, devido a escala a que pertence.
Se Deus criasse todos os seres e as coisas de uma só vez, todos estariam no mesmo nível de entendimento e com os seus valores despertados no mesmo clima de sublimação. Todavia, o caso não é esse; a criação é constante, e a justiça nos informa que os que foram criados primeiro já passaram por experimentações que lhes conferiram um estado espiritual mais elevado que os que foram feitos por último.
A vez desses últimos irá chegar, como chegou para os que foram feitos primeiro. Não há injustiça na casa de Deus; todos somos iguais, por termos saído da força do Seu amor. Os animais, mesmo nos mundos superiores, são inferiores aos homens que lá se encontram. Isso é justo, pois falta neles a ação do tempo para desabrochar as qualidades que todos possuem. Às vezes, poderão descer para mundos inferiores, com o passar dos tempos, e lá receberem corpos humanos, como Espíritos que receberam a razão, e daí começarem as lutas, como nós outros estamos empreendendo rumo à luz. Toda a grandeza d'alma depende de esforços contínuos e dores sem conta. Esses são processos, e não podemos sair deles, se queremos crescer. Eles são as nossas metas, criadas por Deus e Seus ministros. Depois de nos tornarmos Espíritos já experimentados nas lides das provações e expiações, vem Jesus nos convidar para orar e vigiar, para que não caiamos em novas tentações, se elas já não tem mais nada a fazer em nosso mundo interno.
Chegando ao lugar escolhido, Jesus lhes disse: - Orai para que não entreis em tentações. (Lucas, 22:40)
Se depois que estás preparado, não orares nem vigiares, podes pagar muitas faltas por displicência. As experiências acumuladas já foram o bastante para o devido aprendizado. O Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo está à tua disposição. Lê e vive esse ensinamento divino, que ele te indicará todos os caminhos para a libertação que todos procuramos.
Tudo na natureza se encadeia por elos que não podes, por agora, entender suficientemente, mas, com o tempo, a luz aparecerá em cima da mesa e iluminará todas as criaturas. Os próprios países da Terra, quando descobrirem que o Evangelho do Mestre é a carta magna da libertação até das nações, irão viver em paz, e tudo virá com abundância para todas as criaturas. Até lá, as suas restritas idéias farão sofrer a todos, porque o sofrimento maior é interior, e não exterior.
O homem velho, com suas paixões inferiores, deve ceder lugar para o homem novo, de virtudes superiores. Está se aproximando o fim dos tempos "maus". Tudo o que há em desarmonia deve perecer, para dar lugar à harmonia divina, tendo Jesus como um só Pastor para um só rebanho. A interligação deste estado sublimado é feita pelo amor universal.
Os animais dos mundos superiores somente possuem mais inteligência do que os que vivem na Terra, mas inteligência em relação às coisas materiais, mesmo assim restrita à sua escala. Aos homens, por sua vez, é proporcionada a vida moral, já com grande vantagem, a de receber, como médiuns, a intuição mais apurada dos que já estão além da sua faixa evolutiva. 
 
Livro Filosofia Espírita - João Nunes Maia - Miramez
Livro a venda na LER Livros Revistas Papelaria

18.8.21

Melhor Sofrer no Bem

"Porque melhor é que padeçais fazendo bem (se a vontade de Deus assim o quer), do que fazendo mal." - Pedro (I Pedro 3:17)
Para amealhar recursos financeiros que será compelido a abandonar precipitadamente, o homem muitas vezes adquire deploráveis enfermidades, que lhe corroem os centros de força, trazendo a morte indesejável.
Comprando sensações efêmeras para o corpo de carne, comumente recebe perigosos males que o acompanham até aos últimos dias do veículo em que se movimenta na Terra.
Encolerizando-se por insignificantes lições do caminho, envenena órgãos vitais, criando fatais desequilíbrios à vida física.
Recheando o estomago, em certas ocasiões, estabelece a viciação de aparelhos importantes da instrumentalidade fisiológica, renunciando à perfeição do vaso carnal pelo simples prazer da gula.
Por que temer os percalços da senda clara do amor e da sabedoria, se o trilho escuro do ódio e da ignorância permanece repleto de forças vingadoras e perturbantes?
Como recear o cansaço e o esgotamento, as complicações e incompreensões, os conflitos e os desgostos decorrentes da abençoada luta pela suprema vitória do bem, se o combate pelo triunfo provisório do mal conduz os batalhadores a tributos aflitivos de sofrimento?
Gastemos nossas melhores possibilidades a serviço do Cristo, empenhando-lhe nossas vidas.
A arma criminosa que se quebra e a medida repugnante consumada provocam sempre maldição e sombra, mas para o servo dilacerado no dever e para a lâmpada que se apaga no serviço iluminativo reserva-se destino diferente.

LIVRO: Pão Nosso - Francisco C Xavier - Emmanuel 

17.8.21

DIVULGAÇÃO ESPÍRITA

E - Cap. XXIV - Item 1

Há companheiros que se dizem contrários à divulgação espírita.
Julgam vaidade o propósito de se lhe exaltar os méritos e agradecer os benefícios nas iniciativas de caráter público.
Para eles, o Espiritismo fala por si e caminhará por si.
Estão certos nessa convicção mas isso não nos invalida o dever de colaborar na extensão do conhecimento espírita com o devotamento que a boa semente merece do lavrador.
O ensino exige recintos para o magistério.
O Espiritismo deve ser apresentado por seus profitentes em sessões públicas.
A cultura reclama publicações.
O Espiritismo tem a sua alavanca de expansão no livro que lhe expões os postulados.
A arte pede representações.
O Espiritismo não dispensa as obras que lhe exponham a grandeza.
A indústria requisita produção que lhe demonstre o valor.
O Espiritismo possui a sua maior força nas realizações e no exemplo dos seus seguidores, em cujo rendimento para o bem comum se lhe define a excelência.
Não podemos relaxar a educação espírita, desprezando os instrumentos da divulgação de que dispomos a fim de estendê-la e honorificá-la.
Allan Kardec começou o trabalho doutrinário publicando as obras da Codificação e instituindo uma sociedade promotora de reuniões e palestras públicas, uma revista e uma livraria para a difusão inicial da Revelação Nova.
Mas não é só.
Que Jesus estimou a publicidade, não para si mesmo, mas para o Evangelho, é afirmação que não sofre dúvida.
Para isso, encetou a sua obra aliciando doze agentes respeitáveis para lhe veicularem os ensinamentos e ele próprio fundou o cristianismo através de assembléias públicas.
O "ide e pregai" nasceu-lhe da palavra recamada de luz.
E compreendendo que a Boa Nova estava ameaçada pela influência judaizante em vista da comunidade apostólica confinar-se de modo extremo aos preceitos do Velho Testamento, após regressar às Esferas Superiores, comunicou-se numa estrada vulgar, chamando Paulo de Tarso para publicar-lhe os princípios junto à gentilidade a que Jerusalém jamais se abria.
Visto isso, não sabemos como estar no Espiritismo sem falar nele ou, em outras palavras, se quisermos preservar o Espiritismo e renovar-lhe as energias, a benefício do mundo, é necessário compreender-lhe as finalidades de escola e toda escola para cumprir o seu papel precisa divulgar.
Livro “Opinião Espírita” - Francisco C. Xavier e Waldo Vieira - Emmanuel e André Luiz(cap.39)

16.8.21

DESPERTAR DA CONSCIÊNCIA

Lamentável

Lamentável que alguns companheiros espíritas, ou, pelo menos, que já o foram e continuam sendo apenas por conveniência social e/ou financeira, estejam, claramente, se desviando do Ideal que, um dia, abraçaram, ou por ele foram abraçados.
Acompanhando, à certa distância, a trajetória que se lhes complica na presente encarnação, concluímos que, infelizmente, eles foram alcançados pela pandemia de descrença, que o vírus da vaidade e do personalismo, da ambição e da autossuficiência, costuma disseminar entre os espíritos que não se vacinam adquirindo imunização através da virtude da humildade.
Fragilizados pela incoerência de suas próprias atitudes, ou contaminados pela fragilidade dos que haviam erigido por ídolos humanos de suas convicções, consentiram-se desmoronar moralmente, também sob a influência perniciosa dos espíritos que lhes tramaram a queda, e que, transfigurando-os em motivo de escândalo, pretendem fazer tropeçar os mais pequeninos, esquecidos da dura advertência do Mestre:
“Qualquer, porém, que fizer tropeçar a um destes pequeninos que creem em mim, melhor lhe fora que se lhe pendurasse ao pescoço uma grande pedra de moinho, e fosse afogado na profundeza do mar.”
Colocando-se à frente do denominado Movimento Espírita, tais confrades, a pouco e pouco, estão, verdadeiramente, revelando a serviço do quê e de quem se colocam, ficando claro para quantos possuem olhos de ver e ouvidos de ouvir que a serviço da Causa é que não estão, e não permanecem.
Triste, pois, ver o suicídio espiritual que estão cometendo, engendrando estranhos sofismas para se justificarem em suas ambições pessoais, envolvendo, com as suas falácias e mentiras, irmãos e irmãs que ainda não conquistaram suficiente discernimento para separarem o joio do trigo.
Lamentável, posto que, inclusive, parecem que se esqueceram que logo, logo haverão de se haver, na Vida de Além-Túmulo, com as consequências de suas escolhas, diante da desencarnação que que, depressa, se avizinha para todos os que mourejam no corpo perecível.
Tremenda decepção consigo os aguarda a um passo, não mais que a um passo do lugar onde se encontram, e, então, sim, haverá choro e ranger de dentes, não importando a qualidade das lágrimas que derramem de seus olhos nem o número de incrustações a ouro que possam ter em sua boca...
Que o Senhor possa nos abençoar e nos proteger para que, igualmente, não venhamos a cair vítimas dessa pandemia que, na atualidade, vem assolando os que passaram a viver sob a hipnose das trevas, desnorteando aqueles que deveriam conduzir nos caminhos ao Mais Alto.
Digo-lhes que, neste sentido, a muitos que temos visto chegar da Terra, não há palavra que lhes pacifique a consciência culpada, rogando, muitos deles, a misericórdia de uma rápida volta ao corpo com o propósito de olvidarem o desastre em que transformaram a existência promissora.
No entanto, sem que, antes, possam ajuizar toda a extensão dos prejuízos que causaram ao Evangelho Redivivo, não lhes convém a reencarnação imediata, porque, infelizmente, a tendência que demonstram é a de prosseguirem sob a custódia dos espíritos que, no Espiritismo, vêm se opondo, de maneira sistemática, a Jesus Cristo.
INÁCIO FERREIRA - Blog mediunidade na Internet
Uberaba – MG, 15 de Agosto de 2021.

15.8.21

A ORAÇÃO COLETIVA

"Pairavam no recinto misteriosas vibrações de paz e de alegria e, quando as notas argentinas fizeram delicioso staccato, desenhou-se ao longe, em plano elevado, um coração maravilhosamente azul, com estrias douradas..."
"Mal saíra da consoladora surpresa, divina melodia penetrou quarto adentro, parecendo suave colméia de sons a caminho das esferas superiores. Aquelas notas de maravilhosa harmonia atravessavam-me o coração. Ante meu olhar indagador, o enfermeiro, que permanecia ao meu lado, esclareceu, bondoso. 
- É chegado o crepúsculo em "Nosso Lar". Em todos os núcleos desta colônia de trabalho, consagrada ao Cristo, há ligação direta com as preces da Governadoria. 
E enquanto a música embalsamava o ambiente, despediu-se, atencioso: 
- Agora, fique em paz! Voltarei logo após a oração. 
Empolgou-me ansiedade súbita. 
- Não poderei acompanhar-vos? - perguntei, suplicante. 
- Está ainda fraco - esclareceu, gentil -, todavia, caso sinta-se disposto... 
Aquela melodia renovava-me as energias profundas. Levantei-me vencendo dificuldades e agarrei-me ao braço fraternal que se me estendia. Seguindo vacilante, cheguei a enorme salão, onde numerosa assembléia meditava em silêncio, profundamente recolhida. Da abóbada cheia de claridade brilhante, pendiam delicadas e flóreas guirlandas, que vinham do teto à base, formando radiosos símbolos de Espiritualidade Superior. Ninguém parecia dar conta da minha presença, ao passo que mal dissimulava eu a surpresa inexcedível. Todos os circunstantes, atentos, pareciam aguardar alguma coisa. Contendo a custo numerosas indagações que me esfervilhavam na mente, notei que ao fundo, em tela gigantesca, desenhava-se prodigioso quadro de luz quase feérica. Obedecendo a processos adiantados de televisão, surgiu o cenário de templo maravilhoso. Sentado em lugar de destaque, um ancião coroado de luz fixava o Alto, em atitude de prece, envergando alva túnica de irradiações resplandecentes. Em plano inferior, setenta e duas figuras pareciam acompanhá-lo em respeitoso silêncio. Altamente surpreendido, reparei Clarêncio participando da assembléia, entre os que cercavam o velhinho refulgente. 
Apertei o braço do enfermeiro amigo, e, compreendendo ele que minhas perguntas não se fariam esperar, esclareceu em voz baixa, que mais se assemelhava a leve sopro: 
- Conserve-se tranqüilo. Todas as residências e instituições de "Nosso Lar" estão orando com o Governador, através da audição e visão a distância. Louvemos o Coração Invisível do Céu. 
Mal terminara as explicações, as setenta e duas figuras começaram a cantar harmonioso hino, repleto de indefinível beleza. A fisionomia de Clarêncio, no círculo dos veneráveis companheiros, figurou-se-me tocada de mais intensa luz. O cântico celeste constituía-se de notas angelicais, de sublimado reconhecimento. Pairavam no recinto misteriosas vibrações de paz e de alegria e, quando as notas argentinas fizeram delicioso staccato, desenhou-se ao longe, em plano elevado, um coração maravilhosamente azul*, com estrias douradas. Cariciosa música, em seguida, respondia aos louvores, procedente talvez de esferas distantes. Foi aí que abundante chuva de flores azuis se derramou sobre nós; mas, se fixávamos os miosótis celestiais, não conseguíamos detê-los nas mãos. As corolas minúsculas desfaziam-se de leve, ao tocar-nos a fronte, experimentando eu, por minha vez, singular renovação de energias ao contato das pétalas fluídicas que me balsamizavam o coração. 
Terminada a sublime oração, regressei ao aposento de enfermo, amparado pelo amigo que me atendia de perto. Entretanto, não era mais o doente grave de horas antes. A primeira prece coletiva, em "Nosso Lar", operara em mim completa transformação. Conforto inesperado envolvia-me a alma. Pela primeira vez, depois de anos consecutivos de sofrimento, o pobre coração, saudoso e atormentado, à maneira de cálice muito tempo vazio, enchera-se de novo das gotas generosas do licor da esperança."
* Imagem simbólica formada pelas vibrações mentais dos habitantes da colônia. -(Nota do Autor espiritual.)
Livro "Nosso Lar", cap. 3, André Luiz/Chico Xavier  

14.8.21

Esperança Sempre

Há de chegar o tempo, meu amigo,
Há de chegar a hora,
De saciar, na fonte da Verdade,
A sede que o devora.

Para quem luta e serve no caminho,
Há de chegar o dia
Em que a tristeza se transformará
Em perene alegria.

Para quem segue procurando a paz
De passo resoluto,
De alcançá-la em si mesmo há de soar
O sublime minuto.

Para quem não desiste de fazer
O bem que ainda não fez,
A vida, com certeza, há de lhe dar,
Nova chance outra vez.

Para quem planta flores entre espinhos
Sobre o solo fecundo,
Há de chegar à bênção de colher
O que plantou no mundo.

Para quem sorve o fel da provação
Da cruz do sofrimento,
De ser feliz o quanto espera ser
Soará o momento.

Além das sombras desta humana estrada,
Há de raiar a luz,
Para quem busca o abençoado instante
Do encontro com Jesus!...

Eurícledes Formiga - Blog Poesia em Prosa e Verso.

13.8.21

Melhor Sofrer no Bem

"Porque melhor é que padeçais fazendo bem (se a vontade de Deus assim o quer), do que fazendo mal." - Pedro (I Pedro 3:17)

Para amealhar recursos financeiros que será compelido a abandonar precipitadamente, o homem muitas vezes adquire deploráveis enfermidades, que lhe corroem os centros de força, trazendo a morte indesejável.

Comprando sensações efêmeras para o corpo de carne, comumente recebe perigosos males que o acompanham até aos últimos dias do veículo em que se movimenta na Terra.

Encolerizando-se por insignificantes lições do caminho, envenena órgãos vitais, criando fatais desequilíbrios à vida física.

Recheando o estomago, em certas ocasiões, estabelece a viciação de aparelhos importantes da instrumentalidade fisiológica, renunciando à perfeição do vaso carnal pelo simples prazer da gula.

Por que temer os percalços da senda clara do amor e da sabedoria, se o trilho escuro do ódio e da ignorância permanece repleto de forças vingadoras e perturbantes?

Como recear o cansaço e o esgotamento, as complicações e incompreensões, os conflitos e os desgostos decorrentes da abençoada luta pela suprema vitória do bem, se o combate pelo triunfo provisório do mal conduz os batalhadores a tributos aflitivos de sofrimento?

Gastemos nossas melhores possibilidades a serviço do Cristo, empenhando-lhe nossas vidas.

A arma criminosa que se quebra e a medida repugnante consumada provocam sempre maldição e sombra, mas para o servo dilacerado no dever e para a lâmpada que se apaga no serviço iluminativo reserva-se destino diferente.


LIVRO: Pão Nosso - Francisco C Xavier - Emmanuel

12.8.21

LIBERTAÇÃO

INSTRUTOR  - Para os homens da Terra, propriamente considerados, este plano é quase infernal. Se a compaixão humana separa as crianças dos criminosos definidos, que dizer do carinho com que a compaixão celestial vela pelos infantes? 
ANDRÉ LUIZ - E por que em geral tanta ociosidade neste plano? - indaguei ainda. 
INSTRUTOR  - Quase todas as almas humanas, situadas nestas furnas, sugam as energias dos encarnados e lhes vampirizam a vida, qual se fossem lampreias insaciáveis no oceano do oxigênio terrestre. Suspiram pelo retorno ao corpo físico, de vez que não aperfeiçoaram a mente para a ascensão, e perseguem as emoções do campo carnal com o desvario dos sedentos no deserto. Quais fetos adiantados absorvendo as energias do seio materno, consomem altas reservas de força dos seres encarnados que as acalentam, desprevenidos de conhecimento superior. Daí, esse desespero com que defendem no mundo os poderes da inércia e essa aversão com que interpretam qualquer progresso espiritual ou qualquer avanço do homem na montanha de santíficação. No fundo, as bases econômicas de toda essa gente residem, ainda, na esfera dos homens comuns e, por isto, preservam, apaixonadamente, o sistema de furto psíquico, dentro do qual se sustentam, junto às comunidades da Terra.

Livro: Libertação - Fransico C Xavier - ANDRÉ LUIZ 

11.8.21

OS ANIMAIS CONHECEM A DEUS?

Comentário Questão 603 do Livro dos Espíritos

Nos mundos superiores, os animais não conhecem a Deus; eles não desenvolveram ainda esse dom de perceber a Força Soberana que nos dirige, orientando os nossos passos.
Eles têm como deuses os homens, qual faziam os ancestrais dos homens na Terra, que tinham os Espíritos elevados como se fossem deuses. Na Grécia, em Roma e outras regiões do mundo, adorava-se o deus do vinho, da lavoura, das águas, do ar, das matas, porque alguns videntes viam Espíritos cuidando dos reinos da natureza.
O animal não tem raciocínio para classificação do que é a Força Poderosa que fez tudo no universo. Ele tem o homem como um ser superior e o respeita pelo comando da sua voz e pelos gestos já disciplinados que a sua vontade lhe imprime, com o magnetismo que lhe é próprio, pela evolução.
Não é dado ao homem conhecer esses mundos venturosos, por não ter ele capacidade evolutiva para captar a sua vibração. Ainda palpita nos corações da humanidade o desejo de domínio. As criaturas não entenderam ainda a força do amor, e somente falam dele como se fosse algo abstrato, contudo, falta-lhes algo dentro d'alma que lhes garanta a vivência desse sentimento. Esses mundos devem ficar vedados aos Espíritos imperfeitos, esperando o seu preparo.
Quando desaparecer o orgulho e o egoísmo deste mundo, abrir-se-ão caminhos novos na consciência, de maneira que poderão assimilar e mesmo presenciar a vida em planetas distantes, bem como buscar imitar sua população. O inferior não pode chegar ao ninho cósmico do superior, este é que pode, com facilidade, descer a ele para ajudar, quando Deus determinar.
A Doutrina dos Espíritos, respondendo à promessa de Jesus, de que haveria de mandar outro consolador, veio, por Sua ordem, consolar a humanidade sofredora, como também ensiná-la acerca de todas as coisas espirituais, fazendo os homens conhecerem mais a verdade e torná-los livres dos sofrimentos. Os povos sofrem mais, não é por carma, por dívidas, porque Deus é misericordioso. A maior causa dos infortúnios humanos é a ignorância, sendo que na Terra existem todas as lições necessárias para a libertação espiritual das criaturas. Basta procurar, basta bater, que as portas abrir-se-ão.
Porque sabemos que toda a criação a um só tempo geme e suporta angústias até agora. (Romanos, 8:22)
Por este motivo, o Espiritismo, codificado por Allan Kardec, veio ao mundo. A dor estava ultrapassando as forças da humanidade, e Jesus, sendo Amor, cheio de misericórdia, enviou logo essa fonte divina de amor, com os Seus agentes mais categorizados, para ficarem para sempre com os homens, até esses se libertarem, pelo conhecimento da verdade.
Nos mundos superiores, os animais sentem que os homens são deuses, e de fato eles representam Deus, procurando, nos mundos elevados, assimilar as leis do Senhor e vivê-las. Jesus, para os homens, é a luz, é como o sol para a vida física na Terra. Ele, bem compreendido e vivido, faz deste planeta um mundo de luz, onde a superioridade se manifesta em todos os ângulos, e Deus e os Espíritos ficam mais visíveis.

Livro Filosofia Espírita - João Nunes Maia - Miramez
Livro a venda na LER Livros Revistas Papelaria

10.8.21

NECESSITADOS DIFÍCEIS

E - Cap. XII - Item 1
Em muitas circunstâncias na Terra, interpretamos as horas escuras como sendo unicamente aquelas em que a aflição nos atenaza a existência, em forma de tristeza, abandono, enfermidade, privação...
O espírita, porém, sabe que subsistem outras, piores talvez... Não ignora que aparecem dias mascarados de felicidade aparente, em que o sentimento anestesiado pela ilusão se rende à sombra.
Tempos em que os companheiros enganados se julgam certos...
Ocasiões em que os irmãos saciados de reconforto sentem fome de luz e não sabem disso...
Nem sempre estarão eles na berlinda, guindados, à evidência pública ou social, sob sentenças exprobatórias ou incenso louvaminheiro da multidão...
Às vezes, renteiam conosco em casa ou na vizinhança, no trabalho ou no estudo, no roteiro ou no ideal... O espírita consciente reconhece que são eles os necessitados difíceis das horas escuras. Em muitos lances da estrada vê-se obrigado a comungar-lhes a presença, a partilhar-lhes atividade, a ouvi-los e a obedecê-los, até o ponto doméstico lhe preceituem determinadas obrigações.
Entretanto, observa que para lhes ser útil, não lhe será lícito efetivamente aplaudi-los, à maneira do caçador que finge ternura à frente da presa, afim de esmagá-la com mais segurança.
°°°
Como, porém, exercer a solidariedade, diante deles? - perguntarás. Como menosprezá-los se carecem de apoio?
Precisamos, no entanto, verificar que, em muitos requisitos do concurso real, socorrer não será sorrir.
Todos conseguimos doar cooperação fraternal aos necessitados difíceis das horas escuras, seja silenciando ou clareando situações, nas medidas do entendimento evangélico, sem destruir-lhes a possibilidade de aprender, crescer, melhorar e servir, aproveitando os talentos da vida , no encargo que desempenham e na tarefa que o Mestre lhes confiou. Mesmo quando se nos façam adversários gratuitos, podemos auxiliá-los...
Jesus não recomendou festejar os que nos apedrejem a consciência tranqüila e nem nos ensinou a arrasá-los. Mas, ciente de que não nos é possível concordar com eles e nem tampouco odiá-los, exortou-nos claramente: "amai os vossos inimigos, orai pelos que vos perseguem e caluniam!..."
É assim que a todos os necessitados difíceis das horas escuras, aos quais não nos é facultado estender os braços de pronto, podemos amar em espírito, amparando-lhes o caminho, através da oração.
 
Livro “Opinião Espírita” - Francisco C. Xavier e Waldo Vieira - Emmanuel e André Luiz(cap38)

9.8.21

TEMPO ETERNIDADE

Esforça-te Agora

Quase sempre, os espíritos, em sua jornada evolutiva, cometem um equívoco que, sem dúvida, muito lhes retarda os passos em sua experiência reencarnatória:
Esperar pela desencarnação, ou pela sua próxima encarnação, a fim de esforçar-se nas conquistas que deve realizar e que, desde muito, vêm sendo sucessivamente adiadas.
A rigor, conforme, inúmeras vezes, já tivemos oportunidade de dizer, entre os Dois Planos da Vida não existe diferença substancial que facilite, ou dificulte, para o espírito, o aprendizado de que necessita.
Estar no corpo carnal, ou fora dele, é tão somente um detalhe dentro das lutas que o espírito deve enfrentar para que, à custa de transpiração, e, por vezes, de lágrimas, avançar na direção da Luz.
A ideia de que tudo há de lhe ser mais fácil, quando deixar o invólucro material, ou, então, quando voltar à Terra, em novo corpo, talvez seja um dos maiores entraves ao despertar do espírito.
Vida e morte, ou seja, encarnação e desencarnação, não passam de verso e reverso da página de um livro constituído por múltiplas páginas, em seus inúmeros capítulos.
O que acontece, na esmagadora maioria das vezes, é que o espírito, em sua imortalidade, entra e sai do corpo físico sem que nada faça acontecer, porque, sem que façamos acontecer, coisa alguma acontecerá.
Basicamente, por este motivo, é que, quando desencarna, o espírito continua a orbitar ao redor do que lhe tem ocupado o pensamento, como um balão que, embora cheio de gás, podendo ganhar altura, prossegue “amarrado” ao chão...
Vida Espiritual não é garantia de expansão das faculdades intelectivas e morais para aquele que não as faz expandidas dentro de si, porque o perispírito, de maneira relativa, igualmente é limitante para o espírito.
Os espíritos, em geral, após o fenômeno do desenlace, não saem do corpo volitando, mas, sim, caminhando, e, não raro, caminhando sem maior desembaraço.
Não deixes, pois, para amanhã o que tenhas oportunidade de fazer agora, não esperando por melhor tempo para cultivar a gleba do teu mundo interior.
Não acredites que, pulando degraus, lograrás atingir o topo da escada do progresso espiritual, à semelhança de quem, dentro de uma nave, vencendo a Lei da Gravidade, possa se impulsionar ao espaço infinito.
Aproveita, assim, a ensancha que a Lei Divina te concede na presente encarnação, tomando consciência de que o que deixares para depois, há de ficar, onde estiveres, realmente para depois, e, às vezes, para muito depois.

INÁCIO FERREIRA - Blog Mediunidade na Internet
Uberaba – MG, 8 de Agosto de 2021.

8.8.21

PARTIDA E CHEGADA

 Quando observamos, da praia, um veleiro a afastar-se da costa, navegando mar adentro, impelido pela brisa matinal, estamos diante de um espetáculo de beleza rara, o barco, impulsionado pela força dos ventos, vai ganhando o mar azul e nos parece cada vez menor. 
Não demora muito e só podemos contemplar um pequeno ponto branco na linha remota e indecisa, onde o mar e o céu se encontram. 
Quem observa o veleiro sumir na linha do horizonte, certamente exclamará: "já se foi".
Terá sumido? Evaporado? 
Não, certamente. Apenas o perdemos de vista. 
O barco continua do mesmo tamanho e com a mesma capacidade que tinha quando estava próximo de nós. 
Continua tão capaz quanto antes de levar ao porto de destino as cargas recebidas. 
O veleiro não evaporou, apenas não o podemos mais ver. Mas ele continua o mesmo. 
E talvez, no exato instante em que alguém diz: já se foi, haverá outras vozes, mais além, a afirmar; 
"lá vem o veleiro". 
Assim é a-morte. 
Quando o veleiro parte, levando a preciosa carga de um amor que nos foi caro, e o vemos sumir na linha que separa o visível do invisível dizemos: "já se foi". 
Terá sumido? Evaporado? 
Não, certamente. Apenas o perdemos de vista. 
O ser que amamos continua o mesmo, suas conquistas persistem dentro do mistério divino. 
Nada se perde, a não ser o corpo fisico de que não mais necessita. 
E é assim que, no mesmo instante em que dizemos: já se foi, no além, outro alguém dirá: "já está 
chegando".
Chegou ao destino levando consigo as aquisições feitas durante a vida. 
Na vida, cada um leva sua carga de vícios e virtudes, de afetos e desafetos até que se resolva por desfazer-se do quê julgar desnecessário.
A vida é feita de partidas e chegadas. De idas e vindas. 
O que para uns parece ser a partida, para outros é a chegada. 
Assim, um dia, todos nós partimos como SERES MORTAIS que somos, todos nós ao encontro dAquele que nos criou.
Autor desconhecido

7.8.21

NOVO BRASIL

Novo tempo, Brasil, se te descerra,
Aos teus exemplos de país ordeiro,
De pujante progresso alvissareiro,
Que ecoam canto a canto, em toda a Terra...

Enquanto muitos, fomentando a guerra,
Espalham o cepticismo sorrateiro,
Sentinela da paz no mundo inteiro,
Perseveras no Bem que nunca erra...

Não ouças quem te fale em retrocesso,
Os infelizes filhos do insucesso,
Que enxergam treva onde existe luz...

Perante a Nova Era que se enflora,
Eis que é chegada, sim, a tua hora,
De Pátria do Evangelho de Jesus!...

Pedro de Alcântara - Blog Poesia em Prosa e Verso
(Página recebida pelo médium Carlos A. Baccelli, em reunião pública da Casa Espírita “Bittencourt Sampaio”, na manhã de sábado do dia 31 de Julho de 2021, em Uberaba – MG).

6.8.21

ESCLARECIMENTO

("Na parte final das tarefas da noite de 1º de setembro de 1955, foi o benfeitor André Luiz quem se valeu do horário das instruções para estimular a todos ao estudo com o seu verbo amigo e sábio. Com a franqueza e a simplicidade que lhe são peculiares, deixou o precioso esclarecimento, apresentado linhas abaixo." - Nota do editor do livro)
    ANDRÉ LUIZ: Quando alinhamos nossas despretensiosas anotações acerca de "Nosso Lar", relacionando a nossa alegria diante da Vida Superior, muitos companheiros inquiriram espantados: - "Afinal, o que vem a ser isso? Os desencarnados olvidam assim a paragem de que procedem? Se as almas, em se materializando na Terra, chegam do mundo espiritual, por que as exclamações excessivas de júbilo quando para lá regressam, como se fossem estrangeiros ou filhos adotivos de nova pátria?"
    O assunto, simples embora, exige reflexão.
    E é necessário raciocinar dentro dele, não em termos de vida exterior, mas de vida íntima.
    Cada criatura atravessa o portal do túmulo ou transpõe o limiar do berço, levando consigo a visão conceptual do Universo que lhe é própria.
    Almas existem que varam dezenas de reencarnações sem a menor notícia da Espiritualidade Superior, em cuja claridade permanecem como que hibernadas, na condição de múmias vivas, já que não dispõem de recursos mentais para o registro de impressões que não sejam puramente de ordem física.
    Assemelham-se, de alguma sorte, aos nossos selvagens, que, trazidos aos grandes espetáculos da ópera lírica, suspiram contrafeitos pela volta ao batuque.
    E muitos de nós, como tantos outros, em seguida a romagens infelizes ou semicorretas, tornamos do mundo às esferas espirituais compatíveis com a nossa evolução deficiente, e, além desses lugares de purgação e reajuste, habitualmente somos conduzidos por nossos Instrutores e Benfeitores para ensaios de sublimação a círculos mais nobres e mais elevados, nos quais nem sempre nos mantemos com o equilíbrio desejável, já que nos achamos saudosos de contato mais positivo com as experiências terrestres.
    Agimos, então, como alunos inadaptados de Universidade venerável, cuja disciplina nos desagrada, por guardarmos o pensamento na retaguarda distante, ansiosos de comunhão com o ambiente doméstico, em razão do espírito gregário que ainda prevalece em nosso modo de ser.
    Como é fácil observar, raras Inteligências descem, efetivamente, das esferas divinas para se reencarnarem na esfera física.
    Todos alcançamos as estações do berço e do túmulo, condicionando nossas percepções do mundo externo aos valores mentais que já estabelecemos para nós mesmos, porque todos nos ajustamos, bilhões de encarnados e desencarnados, a diferentes faixas vibratórias de matéria, guardando, embora, o Planeta como nosso centro evolutivo, no trabalho comum.
    Desse modo, a mais singela conquista interior corresponde para nossa alma a horizontes novos, tanto mais amplos e mais belos, quanto mais bela e mais ampla se faça a nossa visão espiritual.
    Construamos, pois, o nosso paraíso por dentro.
    Lembremo-nos que os grandes culpados que edificaram o inferno, em que se debatem, respiram o ambiente da Terra - da Terra que é um santuário do Senhor, evolutindo em pleno Céu.
    Nosso ligeiro apontamento em torno do assunto destina-se, desse modo, igualmente a reconhecermos, mais uma vez, o acerto e a propriedade da palavra de Nosso Divino Mestre, quando nos afirmou , convincente: - "O reino de Deus está dentro de nós."
Livro "Vozes do Grande Além", André Luiz, Chico Xavier  

5.8.21

O Bom Samaritano

Um dia, num distante momento da ditadura militar no Brasil, fui acometido de forte febre em alta hora da noite. O que fazer, pensava eu, pois não tinha ainda um telefone a minha disposição.
Foi aí que pensei em pedir ajuda a alguém que passasse na rua para me levar a uma farmácia ou mesmo para um atendimento médico.
Qual não foi a minha surpresa quando parou próximo a mim um carro da polícia, aqueles a quem chamavam de camburão.
- Seu guarda, Deus te abençoe, eu estou precisando da sua ajuda.
- Pode dizer, padre, estou à sua disposição.
- É que estou com muita febre, um tanto amolecido o corpo, e gostaria de ir para um hospital aqui próximo. Você poderia me levar?
Ele olhou para o seu colega de ronda e me disse:
- Claro, Dom Helder, eu sei quem o senhor é, eu faço tudo o que o senhor quiser, mas, por favor, não diga nada por aí que eu lhe ajudei. É que tem um chefe meu que não vai muito com a sua cara e se souber disso, que eu lhe ajudei, posso até perder este trabalho por indisciplina.
- Claro, meu filho, ninguém precisa saber de nosso acordo.
E ele me levou a um hospital público nas imediações das Fronteiras. Fui medicado, fiquei bem e liberado para voltar para casa. Quando saí para pegar um táxi, quem estava lá senão meu novo grande amigo.
- Você por aqui, rapaz, pensei que já tivesse ido.
- E iria deixar o senhor por aqui, a essa hora da madrugada, de jeito algum. Posso lhe levar para casa agora, o senhor está liberado?
- Sim, foi apenas um mal-estar, mas devo depois cuidar da possível causa deste desconforto.
E foi ele me deixar nas Fronteiras.
Agradeci seu empenho e atenção. Ele novamente me asseverou:
- Por favor, lembre-se do nosso acordo.
- Pode deixar, meu filho, boca calada.
Não falei isso para mais ninguém. Até havia me esquecido da caridade do meu bom samaritano. O tempo passou. Desencarnei como dizem os espíritas. Do lado de cá da vida eis que um dia me deparo com um moreno fortíssimo, rosto familiar, mas não sabia quem era.
- Dom Helder, novamente nos encontramos, quem é vivo sempre aparece, não é?
E demos uma tremenda gargalhada com a sua observação.
- O senhor não se lembra mais de mim, mas eu lembro muito bem do senhor. Sabe aquele dia que o senhor estava com febre e saiu pela rua a pedir ajuda para ir a um hospital?
A cena me voltou toda à mente.
Abracei-o sorridente. Que felicidade!
- Muito obrigado, meu filho, pelo seu ato de caridade naquela noite.
- Não há de que, Dom Helder, mas eu faria tudo de novo e fiz de bom coração.
- Eu sei, eu sei, mas mesmo assim devo agradecer.
- O senhor não falou nada para ninguém ou falou?
- Claro que não, não foi este o nosso acordo, mas cá pra nós, agora eu posso falar, não posso?
Gargalhamos novamente e ele com um aceno de rosto me confirmou.
Pois bem, estou aqui a falar daquele bom moço. Que seu exemplo, que sua coragem, que seu destemor na causa do bem possa servir de referência para todos nós.
Poderia até perder o emprego injustamente.
Poderia ser ridicularizado entre seus pares.
Poderia ser acusado de algo que não havia feito para ser despedido.
Sua consciência, porém, falou mais forte.
É esta exata consciência que evoco neste momento a todo bom cristão: ajudar o irmão de caminho.
Sem pensar, sem pestanejar, sem temer.
E que Deus o abençoe!
Helder Camara - Blog Novas Utopias

4.8.21

OS ANIMAIS PROGRIDEM?

Comentários Questão 602 do Livro dos Espíritos

Certamente que os animais progridem, entretanto, o fazem pelas circunstâncias, e não por sua vontade. Eles estão sujeitos ao progresso que domina toda a criação, na lentidão que lhe é própria, no entanto, os animais, não tendo vontade, não tendo alcançado a razão, o progresso somente atinge suas vidas na parte que pertence à natureza. No que toca ao homem, o progresso se manifesta pelo poder da vontade, onde a inteligência abre caminhos novos para as criaturas crescerem. É por isso que os animais não respondem pelo que fazem. São crianças em relação aos homens, mesmo aos mais ignorantes. O progresso dos animais obedece ao determinismo, por não serem eles conscientes da vida nem do que fazem; são movidos pelo instinto, que é uma força programada, quase como o computador. Tudo que eles fazem é por instinto, e o que fazem a mais é induzido pelos homens. Se agem errado, os próprios homens é que irão responder por seus atos fora da lei de amor.
Os seres humanos estão sujeitos à expiação por terem certo livre arbítrio; eles escolhem certas conveniências e o Senhor o permite para lhes dar uma lição, e fazê-los conhecer a lei de justiça e de amor.
Não podem os animais progredirem pelo ato da própria vontade, pois eles ainda não a têm. A sua evolução é lenta. O animal de milhares de anos atrás é o mesmo, em se tratando da vida material. Como já falamos anteriormente, o latido do cão é o mesmo de antes e de agora; os pássaros cantam e voam do mesmo modo, e assim é com os outros animais. Não houve nenhuma evolução moral; somente depois da razão é que eles, em outros corpos, darão os primeiros passos no seu despertamento espiritual. Isso é a sabedoria de Deus, para a paz de todas as criaturas.
Se, com os homens, a observação nos mostra o quanto vivemos brigando, odiando e nos matando em guerras fratricidas, podemos analisar: se os animais tivessem razão para fazer o mesmo que os homens, em que se tornaria a vida na Terra? Os homens ainda continuam sendo animais nas suas ações. A bondade de Deus enviou o Seu próprio Filho para sugerir a paz entre eles, e o que fizeram eles, ou nós, com Aquele que representava o amor de Deus?
E os que detinham Jesus zombavam Dele, e davam-Lhe pancadas. (Lucas, 22:63)
Se ao próprio Mestre, os homens não pouparam, quanto mais aos Seus irmãos comuns, que andam com eles a caminho, que merecem, por lei divina, serem amados, como ensinam os mandamentos? Os animais progridem, mas, graças a Deus lentamente, para que haja paz para os homens que estão sempre em guerras.
Os animais que sofrem, como deves observar, não é pela lei de justiça; é pelo processo natural, para o despertamento dos talentos que existem, que deverão se processar lentamente, igualmente. As provações e expiações por que os homens passam, são pioradas pelo tribunal que têm nas consciências, e que os acusa permanentemente. Então, os sofrimentos são maiores, muito maiores que nos animais, que sofrem mais ou menos como as crianças, mas não são acusados pela justiça interna.
Livro Filosofia Espírita - João Nunes Maia - Miramez
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3.8.21

SABER VIVER

C - 1ª Parte - Cap. VII - Item 29
Toda Lei Divina revela serena imparcialidade. Fuga à responsabilidade não diminui o quadro de nossas obrigações.
Não adianta paralisares o teu relógio, porque as horas seguirão sempre, independentemente dele e de ti...
Toda transformação moral há de ser profunda. Mudanças aparentes não modificam o espírito para melhor.
O corte dos cabelos ou o uso do chapéu não te renovam os pensamentos no íntimo da cabeça...
Todo corpo há de ser governado pelo espírito. A rigor, a carne só é fraca quando reflete o ânimo indeciso.
Os sapatos aparentemente te conduzem os pés porque os teus pés os conduzem...
Todo empréstimo terrestre é passageiro. Imperioso desapegarmos-nos da matéria, desoprimindo o espírito.
Apenas dinheiro no bolso não te outorga a tranqüilidade da consciência...
Toda pessoa para ser verdadeiramente feliz reclama trabalho. Mas somente o trabalho que serve bem de todos é alimento da Criação.
Algumas vezes encontramos irmãos nossos que se dizem cansados de trabalhar e acabam hospedados pela polícia.
Toda criatura tanto precisa de conhecimento quanto de bondade.
Nem só estudo e nem só benevolência libertam integralmente a alma.
Os óculos não te corrigem os defeitos da vontade e nem a vontade te corrige os defeitos da visão...
Todo coração necessita de amor. Urge discernir como se ama e como se é amado.
Os parasitos, decerto, agarram-se às próprias vítimas atendendo a impulsos de bem-querer...
Toda existência tem objetivos específicos. A ação construtiva que surge para ser feita agora não deve ser adiada.
A tua carteira de identidade só vale para a presente encarnação...
O espiritismo ensinar-te-á como viver proveitosamente, em plenitude de alegria e de paz, ante o determinismo da evolução.
Viver por viver todos vivem.
O essencial é saber viver.
Livro “Opinião Espírita” - Francisco C. Xavier e Waldo Vieira - Emmanuel e André Luiz (cap37)

2.8.21

POR QUE, PARA QUE

Se és Espírita

Se és espírita, não te esqueças de que, sobretudo, no Ideal que abraças, assumes um compromisso com a tua própria consciência de te esforçares para que, a fim de que o mundo se torne melhor, a tua renovação íntima seja o principal objetivo em tua atual encarnação.
Assim sendo, mãos à obra, não dando ouvidos àqueles que intentam paralisar-te na ação que se recusam a empreender.
De mil maneiras diferentes, eles, os teus confrades acomodados, procurarão atrair-te para o campo estéril da discussão sem proveito...
Provocar-te-ão para que, uma vez mais, permaneças teorizando, fazendo-lhes companhia na ociosidade da “figueira”, que, quando solicitada, não possuía fruto algum para oferecer...
Desafiar-te-ão a debates sobre questões doutrinárias que, sem dúvida, poderão fazer com que percas precioso tempo no labirinto das hipóteses...
Infelizmente, muitos são os adeptos do Espiritismo que, sem que tenham, primeiro, aprendido a conjugar no presente o verbo “servir”, querem, em todos os seus modos, conjugar o verbo “saber”...
Nunca te dês à leitura de uma obra espírita sem que, ao fechar as suas páginas, reflita sobre o que ela possa ter acrescentado ao teu coração, e não apenas ao teu cérebro...
Se és espírita não deves tão somente cogitar do que a Doutrina, na revivescência do Evangelho, possa fazer em teu benefício, sem jamais te perguntares o que possas fazer em favor da Causa...
O egoísmo espírita é aquele que, sem perceberes, se situa na esfera de teus lábios, dando-te a impressão de que pelo muito falar já estejas fazendo alguma cousa...
O mundo, agora e sempre, para que as lágrimas escasseiem, sempre esteve mais necessitado de suor que de saliva, e o Cristo anda à procura de quem possa transpirar com ele na Obra do Evangelho.
Caso estejas disposto a semelhante tentame, está passando da hora de dar trabalho às tuas mãos, que, aliás, para um espírita que se preza, andam supostamente mais limpas que as mãos de Pôncio Pilatos.
INÁCIO FERREIRA - Blog Mediunidade na Internet
Uberaba – MG, 1 de Agosto de 2021.