31.8.17

IDÉIAS NOBRES

Questão 410 do Livro dos Espíritos

Eventualmente, quando encarnados e parcialmente desprendidos do corpo, pelo sono ou pelo adormecimento, surgem na alma idéias vigorosas, das quais, apesar do esforço que se faz após despertar, não se consegue recordar. São transmissões dos Espíritos livres que nos querem bem, são conselhos. Notemos bem: esquecemos as idéias, mas não esquecemos que elas nos foram ditas. A certeza desse fato é a prova da sua existência, vibrando na nossa consciência.
Essas idéias e conselhos que vêm em meio ao desprendimento, ocorrem igualmente em estado de consciência. Eis aí a função da mediunidade intuitiva. Isso acontece muito com os médiuns, que quase não dão importância a esses avisos. O homem de amanhã vai ter essa faculdade mais desenvolvida, por onde os Espíritos Benfeitores virão acudir seus tutelados por esse processo mediúnico, despertando os corações para as realidades espirituais concernentes à vida, na função divina do amor.
Quando figurarem na nossa imaginação essas idéias a que chamamos de nobres, procuremos fixá-las e observemos sua finalidade no dia-a-dia da vida, O amor tudo pode, tudo faz e tudo ilumina, quando é bem compreendido no esquema de Jesus, pelas bênçãos de Deus.
Quando despertos, esquecemos os conselhos, mas sabemos que eles existem, na consciência. Esses conselhos são mais para a nossa vida em estado de liberdade, e quando eles são úteis no mundo que habitamos, eles vêm através dos fios da intuição, materializando-se como sendo os nossos pensamentos. Não importa que muitos pensem que os pensamentos são deles; importa sim, que escutemos a boa influência e agradeçamos.
Todo bem vem de Deus, filtrando-se e refiltrando-se, até chegar aos que se encontram mais materializados, para que a vida se transforme e sustente a paz nos corações. Somente o que nós fazemos é, em princípio, torcer as leis de Deus, mas, ao sofrermos as conseqüências, mudamos de rumo e passamos a ser co-criadores do bem. O Senhor nos ensina a servir de transformadores, ampliando ou diminuindo os valores, de acordo com a capacidade que se encontra para ouvir e para sentir a verdade.
Ao encontrarmos oportunidades de fazer o bem, não deixemos para outro dia: façamo-lo logo; entrementes, devemos medir o que podemos fazer ou falar, pois nem sempre o que é bom para um, nas divisões das leis, é proveitoso para o outro. Aproveitemos as idéias que chegam constantemente à nossa mente em forma de pensamentos nossos porém, não nos esqueçamos de selecioná-las, com o cuidado que teríamos na seleção de valores preciosos. A Doutrina dos Espíritos ajudar-nos-á, e muito, nessa escolha, porque ela tem seleções já feitas de muitas diretrizes firmadas por Jesus e alimentadas pelos grandes benfeitores da humanidade.
Observemos o replantio das idéias que chegam à nossa casa mental; elas vão nascer e deverão crescer, com uma parte da nossa responsabilidade. Se é bom fazer o bem, é divino saber fazer a caridade, sem nunca esquecer de chamar o coração de Jesus, para nos acompanhar e injetar figuras na nossa mente, para que elas sejam materializadas por nossa vida.
Esquecer Jesus, que se encontra ligado a Deus, é morrer. Compete aos homens de todas as fases e escalas espirituais aprenderem a amar a Deus e ao próximo, e tendo como próximo a si mesmo, em primeiro lugar.


Livro: Filosofia Espírita – João Nunes Maia – Miramez - Todos os livros Espíritas como este vendidos em nossa loja terão o lucro repassado à Casa Espírita de Oração Amor e Luz.

30.8.17

Espiritismo - FÉ – I

         352 – Devemos reconhecer no Espiritismo o Cristianismo Redivivo?
         -O Espiritismo evangélico é o Consolador prometido por Jesus, que, pela voz dos seres redimidos, espalham as luzes divinas por toda a Terra, restabelecendo a verdade e levantando o véu que cobre os ensinamentos na sua feição de Cristianismo redivivo, a fim de que os homens despertem para a era grandiosa da compreensão espiritual com o Cristo.
         353 –O espiritismo veio ao mundo para substituir as outras crenças?
         -O Consolador, como Jesus, terá de afirmar igualmente: - “Eu não vim destruir a Lei”.
         O Espiritismo não pode guardar a pretensão de exterminar as outras crenças, parcelas da verdade que a sua doutrina representa, mas, sim, trabalhar para transforma-las, elevando-lhes as concepções antigas para o clarão da verdade imoralista.
        A missão do Consolador tem que se verificar junto das almas e não ao lado das gloriolas efêmeras dos triunfos materiais. Esclarecendo o erro religioso, onde quer que se encontre, e revelando a verdadeira luz, pelos atos e pelos ensinamentos, o espiritista sincero, enriquecendo os valores da fé, representa o operário da regeneração do Templo do Senhor, onde os homens se agrupam em vários departamentos, ante altares diversos, mas onde existe um só Mestre, que é Jesus-Cristo.


Livro “O Consolador” –  Francisco C. Xavier – Emmanuel – Todos os livros Espíritas como este vendidos em nossa loja terão o lucro repassado à Casa Espírita de Oração Amor e Luz.

29.8.17

COMO VOCÊ INTERPRETA?! – XXII

No capítulo 30, de “Nosso Lar”, André Luiz traz à baila o palpitante assunto “Herança e Eutanásia”, contando sobre a situação familiar de uma jovem que, do Outro Lado, prestava assistência ao seu pai, vítima da eutanásia, aplicada a ele pelo seu próprio filho médico.
O pai agonizava no leito, quando o filho, de nome Edelberto, administra-lhe a chamada “morte suave”, interessado que estava, rapidamente, em receber a herança do genitor.
O fato nos faz recordar da resposta que os Espíritos Superiores transmitiram a Kardec, na questão de número 808-a, de “O Livro dos Espíritos”: - A riqueza hereditária, entretanto, não é fruto das más paixões? R – Que sabes disso? Remonta à origem e verás se é sempre pura. Sabes se no princípio ela não foi o fruto de uma espoliação ou de uma injustiça? Mas sem falar em origem que pode ser má, crês que a cobiça de bens, mesmo os melhores adquiridos, e os desejos secretos que se concebem de os possuir o mais cedo possível, sejam sentimentos louváveis? Isso é o que Deus julga, e te asseguro que o seu julgamento é mais severo que o dos homens.”
Sabemos de caso recente, acontecido a uma amiga nossa, em cidade do interior do Estado de São Paulo, que, aos noventa de idade, um pouco mais, foi pressionada psicologicamente por alguns de seus familiares, interessados em sua morte rápida, para que se apropriarem do que lhe pertencia – ela não foi envenenada como no caso descrito por André Luiz, mas, cotidianamente, recebia sucessivos abalos emocionais, provocados pelos familiares referidos, até que veio a sucumbir.
Em “Nosso Lar”, a filha, chamada Paulina, se desdobrava junto ao pai para que ele esquecesse o episódio e procurasse perdoar o filho criminoso, libertando-se daquela situação que criara uma obsessão em grupo. – “Perdoe Edelberto, papai! – apelava ela. – Procure sentir nele, não o filho leviano, mas o irmão necessitado de esclarecimento. Estive em nossa casa, ainda hoje, lá observando extremas perturbações. Daqui desse leito, o senhor envolve todos os nossos em fluidos de amargura e incompreensão, e eles lhe fazem o mesmo por idêntico modo. O pensamento, em vibrações sutis, alcança o alvo, por mais distante que esteja. A permuta de ódio e desentendimento causa ruína e sofrimento nas almas. Mamãe recolheu-se, faz alguns dias, ao hospício, ralada de angústia. Amália e Cacilda, entraram em luta judicial com Edelberto e Agenor, em virtude dos grandes patrimônios materiais que o senhor ajuntou nas esferas da carne.”
Quantos casos semelhantes espalhados no mundo?! Famílias inteiras em desagregação pela ambição desmedida!...
Notemos que, mesmo do leito hospitalar, ao qual se encontrava recolhido, certamente por méritos pessoais não mencionados, o genitor, envolto em sentimento de ódio, afetava a família na Terra.
Comentando o assunto com André Luiz, Narcisa esclarece: “Os casos de herança, em regra, são extremamente complicados. Com raras exceções, acarretam enorme peso a legadores e legatários. Neste caso, porém, vemos não só isso, mas também a eutanásia. A ambição do dinheiro criou, em toda a família de Paulina, esquisitices e desavenças. Pais avarentos possuem filhos esbanjadores. Fui a casa de nossa amiga, quando o irmão, o Edelberto, médico de aparência distinta, empregou, no genitor quase moribundo, a chamada ‘morte suave’. Esforçamo-nos por o evitar, mas foi tudo em vão. O pobre rapaz desejava, de fato, apressar o desenlace, por questões de ordem financeira, e aí temos agora a imprevidência e o resultado – o ódio e a moléstia.”
E arremata:
“Deus criou seres e céus, mas nós costumamos transformar-nos em espíritos diabólicos, criando nossos infernos individuais.”
Vejamos, ainda, a preocupação de Narcisa em dizer a André que, pelo Mundo Espiritual, tudo havia sido feito para demover o filho infeliz de seu intento de assassinar o próprio pai. Sempre, sim, na condição de desencarnados, procuramos interceder em favor de nossos irmãos ainda na carne, no entanto, na maioria das vezes, eles nos fazem “ouvidos de mercador”, e, então, em respeito ao seu livre arbítrio, nada mais nos compete fazer.

INÁCIO FERREIRA – Blog Mediunidade na Internet.

Uberaba – MG, 28 de agosto de 2017

28.8.17

Vivinho da Silva

Quem disse que eu morri?
Eu estou vivo, vivinho da Silva, meus irmãos.
Quando a minha carcaça não me cabia mais, quando estava completamente sem condições de uso, não tive outro jeito senão ir-me embora.
Não fui para lugar algum, meu povo, eu vim para os braços do Pai. Sim, os braços do amor eterno, pois Deus vive em todo lugar, em toda a Sua criação.
Foi interessante o dia da “minha morte”. Eu me acordei cansado por demais naquele dia, havia algo diferente no ar. Uma dor de solidão me invadia a alma. Pensei: será que estou prestes a partir para a Casa do Senhor?
Fui gradativamente perdendo as minhas forças que já eram mínimas. De repente, me vi fora do corpo. Uma névoa cobriu meu pensamento. Dormi. Dormi um sono longo. Quando me acordei, numa espécie de hospital, estava lá um anjo a me esperar: a minha mãe querida.
Pronto, pensei, morri então e já estou no céu porque acordar-se ao lado da mãe querida é estar verdadeiramente no céu.
Fui me acostumando com tudo aquilo e visitas e visitas foram chegando para festejar o meu retorno.
Parecia que nada havia acontecido, que eu estava entre vocês, tudo do mesmo jeito, mas de um modo diferente – não sei se vocês conseguem me entender.
Pois bem, num dia como esse, há alguns anos, voltei para os braços do Senhor e estou aqui novamente a relatar a minha experiência de morte.
Morte que nada!
Por acreditar firmemente em Jesus sabia diante mão que estaria vivendo na vida, na vida em abundância, como Ele nos prometera.
Agora estou bem, muito bem, como já afirmei diversas vezes por este médium e por outros que me emprestam a mão e a mente.
Que beleza viver sempre! A saudade é imensa, sobretudo dos meus que estão ainda no corpo físico, mas tudo tem o seu tempo no tempo de Deus Pai.
Fico feliz com aqueles que me leem depois da morte. Meu recado chega a quem já possui ouvidos para ouvir e olhos abertos para bem ver.
Tudo a seu tempo, então não há porque se desesperar com aqueles que ainda não conseguem nos ver e ouvir.
Fiquem em paz, meus caros amigos, pois estou em paz. Em paz e em ação, porque aqui não se para de trabalhar não. Isto jamais!
Um abraço a todos,

Helder Camara – Blog Novas Utopias

27.8.17

SEM VERGONHA

Eu que fiz tanto pela monarquia, hoje vejo apodrecer o regime dos republicanos. Esta famigerada política brasileira fede, meus senhores. Já chegamos ao cume das bestilialidades como nunca antes na história de nosso País.
Vejo homens honrados dizendo que não tem mais jeito. Uma desesperança cobre as mentes dos cidadãos engajados. Quanta miséria moral! Quanta podridão de homens que se mostram como arautos da moralidade! Que decepção!
Os homens públicos desse País, uma boa parte, há muito perderam a vergonha. Estão por aí a distribuir proventos dos outros. Estão por aí vendendo um pedaço do País por quinquilharia. Estão por aí, posando de bons moços, mas continuando a falcatrua de antes e sempre.
O povo já pede basta há muito tempo. O que querem os políticos tradicionais, uma guerra civil? Desejam que o povo invada o congresso nacional, destitua-os, e fazendo valer a vontade popular, qual revolução francesa, afincar novos princípios de convivência política a partir de valores nobres?
Políticos desta laia, bando de hipócritas, têm medo terrível de povo. Somente gostam de povo para ser a sua massa de manobra ou para legitimar os seus interesses particulares.
O povo brasileiro não é afeto à violência, mas os políticos da hora estão incitando toda a gente a rebelar-se contra eles.
Há um despautério atrás de outro. Ora, subtraem direitos gerais para, em seguida, desejarem se locupletar no poder. Víboras, sepulcros caiados – afirmaria certamente Jesus que jamais se apiedou das línguas ferinas e dos hipócritas de plantão.
O que querem eles, uma nova revolução?
O povo aturdido pede até a militarização. Vejam só! A desculpa para tirar corruptos sanguessugas chega a tal ponto: querer a ditadura fardada. Profunda decepção e desespero.
Olha para um lado, olha para outro, e não vê ninguém que os possa defender. Por falta de opção, rejeitam a todos, e buscam insanamente o caudilho de plantão.
Meu Deus, para onde vai o nosso Brasil?
Eu quero dizer que estamos agitados do lado de cá da vida. Os “almas negras” perturbam a turba inconsequente. Os agitadores ganham eco na multidão para produzir os alarmes de confusão. Tudo porque, pacificamente, não se quer implantar as mudanças inadiáveis no nosso País.
Eu vejo um “rebuliço” em profusão. E isto não é bom. Os arruaceiros estão a postos. Ninguém duvide não.
Penso que é hora de não usar mais de meias palavras. A parte elegante de meu discurso não pode se fazer valer de uma realidade gritante e cruel, onde a desfaçatez ganha todos os espaços na corte.
Eu penso que revolta não é o meio de expressão popular, mas o que estão deixando para o povo senão fazer ecoar a sua desilusão.
Brincam de governar e continuam a replicar os mesmos versos de outrora. Um discurso medido e planejado para os momentos de crise.
Corte-se isso, corte-se aquilo para uma gente que não tem mais o que cortar há muito tempo. Enquanto eles, os donos do poder, brilham em carrões importados e com maletas estofadas de dinheiro sujo.
O que querem senhores senão a revolta popular?
Depois não digam que os céus não avisaram.
Os meus no lado de cá trabalham sem cessar. Estamos no meio do Congresso Nacional na tentativa de dispersar pensamentos e impulsos vãos. Estamos na catedral do poder maior do País tentando desvirtuar as elucubrações de manutenção indigesta do poder. Estamos nas mãos dos juízes patriotas para que eles não tombem à pressão.
Ulysses Guimaraes, Quintino Bocaiuva, Prudente de Morais, Campos Sales, Mario Covas, Tancredo Neves, Getúlio Vargas e tantos outros se dividem em frentes de trabalho, cada um a seu modo e talento, para evitar o mal maior.
Estamos na luta, não iremos desanimar.
Estamos no front, não deixaremos de lutar.
Estamos unidos para o bem triunfar.
Junte-se a nós em preces e ações de paz e cidadania. Faça valer o seu voto com honraria. Escolha os melhores, investigue e publique as suas opiniões. A mídia social pode ser excelente instrumento de redenção de nosso País ou se tornar um barril de pólvora a se detonar nas próximas eleições. Aja com prudência e destemor. Não fique de braços cruzados, há muito em jogo para a paz de nosso País.


Joaquim Nabuco – Blog Reflexões de um Imortal

26.8.17

O VELHO TRONCO

Pobre tronco esquecido no monturo,
Que fora, um dia, árvore florida,
Sem mais utilidade para a lida,
Agonizava num recanto escuro...

Considerado lenho, sem futuro,
Madeira, pelo tempo, apodrecida,
Que, ao fogo, já seria consumida,
Teve destino sublimado e puro...

Levado às mãos de hábil artesão,
Que o trabalha a golpes de formão,
Aos poucos, vai ganhando vida e luz...

E o velho tronco que já estava morto,
Ressuscita das sombras de seu horto,
No trono que o Senhor teve na cruz!...

Aura Celeste

(Página recebida pelo médium Carlos A. Baccelli, em reunião pública do Lar Espírita “Pedro e Paulo”, na manhã de sábado do dia 12 de agosto de 2017, em Uberaba – MG).

25.8.17

Espaço

    Várias definições dessa palavra foram dadas; a principal é esta: a extensão que separa dois corpos. De onde certos sofistas deduziriam que ali onde não houvesse corpos, não haveria espaço; foi sobre o que os doutores em teologia se basearam para estabelecer que o espaço era necessariamente finito, alegando que dois corpos limitados em certo número não podiam formar uma sequência infinita; e que ali onde os corpos se detinham, o espaço se detinha também. Definiu-se ainda o espaço: o lugar onde se movem os mundos, o vazio onde age a matéria, etc... Deixamos nos tratados onde eles repousam todas essas definições que não definem nada.
    O espaço é uma dessas palavras que representam uma ideia primitiva e axiomática, evidente por si mesma, e que as diversas definições que se podem dele dar não sabem senão obscurecer. Todos sabemos o que é o espaço, e não quero senão estabelecer sua infinidade, a fim de que nossos estudos não tenham nenhuma barreira se opondo às investigações de nosso objetivo.
    Ora, digo que o espaço é infinito, por esta razão de que é impossível lhe supor algum limite, e que, apesar da dificuldade que temos para conceber o infinito, nos é no entanto mais fácil ir eternamente no espaço, em pensamento, do que nos deter num lugar qualquer junto ao qual não encontraríamos mais extensão a percorrer.
    Para nos figurar, tanto quanto são nossas faculdades limitadas, a infinidade do espaço, suponhamos que partindo da Terra perdida no meio do infinito, para um ponto qualquer do Universo, e isso com a rapidez prodigiosa da centelha elétrica que transpõe milhares de léguas a cada segundo, apenas tenhamos deixado este globo, não tendo percorrido milhões de léguas, nós nos encontramos num lugar onde a Terra nos aparece mais que sob o aspecto de uma pálida estrela. Um instante depois, seguindo sempre a mesma direção, chegamos às estrelas distantes que distinguis com dificuldade de vossa estação terrestre; e dali, não somente a Terra está inteiramente perdida para os nossos olhares nas profundezas do céu, mas ainda o vosso próprio Sol, mesmo em seu esplendor, é eclipsado pela extensão que dela nos separa. Animados sempre da mesma rapidez do relâmpago, transpomos sistemas de mundos a cada passo que avançamos na extensão, ilhas de luz etérea, caminhos estelares, paragens suntuosas onde Deus semeou os mundos com a mesma profusão que semeou as plantas nas campinas terrestres.
     Ora, há apenas alguns minutos que caminhamos, e já centenas de milhões e de milhões de léguas nos separam da Terra, bilhões de mundos passaram sob nossos olhares, e no entanto escutai:
    Não avançamos, em realidade, um só passo no Universo.
    Se continuarmos durante anos, séculos, milhares de séculos, milhões de períodos cem vezes seculares e incessantemente com a mesma rapidez do relâmpago, não teremos avançado quase nada! E isto de algum lado que fôssemos e para algum ponto que nos dirigíssemos depois desse grão invisível que deixamos o que se chama a Terra.
    Eis o que é o espaço!


Livro: Revista Espírita - tomo 5 - 1862 - Allan Kardec - Galileu

24.8.17

IMAGENS

Questão 409 do Livro dos Espíritos

As imagens que se percebem, estando o corpo em estado de torpor, ocorrem pela dilatação visual da alma, quando ela percebe com mais nitidez o mundo espiritual que a rodeia. Quando não há entorpecimento do corpo e evidenciam-se os dons espirituais, é que a criatura é dotada de vidência ou clarividência, ao passo que, no estado de relaxamento, todas as criaturas podem perceber imagens, por entrarem mais diretamente no mundo espiritual. Tudo isso é uma amostra espiritual de que existe a continuação da vida, que todos podem perceber, sendo, assim, um dom generalizado. É bênção de Deus aos Seus filhos do coração.
Importa dizer que a vida é fonte de pesquisa contínua que todas as criaturas podem realizar, de acordo com as possibilidades que já dominam no campo da evolução espiritual. Podemos e devemos analisar todos os dias os fenômenos que acontecem nos caminhos: veremos facilmente que o real se encontra invisível pelos processos humanos e muito visíveis pelos métodos naturais que todos podem alcançar.
A vidência é um dom comum a todas as almas encarnadas. Sempre, em estado de silêncio, podem-se observar imagens, vultos esses dos quais às vezes, não se podem registrar as transmissões mentais. Isso requer outro dom mais especial, que se chama audição, que se divide em duas etapas ou formas: a que se ouve dentro da cabeça, que é a telepatia, e os sons registrados pelos ouvidos, o que se chama audição espiritual.
Na primeira faculdade, funcionam duas glândulas que existem dentro da cabeça: a Pituitária e a Pineal, que captam as transmissões mentais do Espírito comunicante. Na segunda, funcionam as mesmas glândulas, mas, de modo mais físico. Elas entram em conexão com algo mais de efeito físico, materializando-se os sons, e esses tornando-se audíveis para o receptor. É como se fosse mesmo uma telefonia, mas com muito mais perfeição, dependendo da condição de quem transmite a mensagem.
Quando se tem visões de alguma imagem, pode-se dar mais vida a essas figuras pela oração, e mesmo pelo amor que se pode desprender do coração. Quem ama é mais feliz em todas as pesquisas deste mundo para o outro; quem entra em completo relaxamento, se encontra em transe; saindo dele, já é mesmo sonho, quando se pode recordar ou não as façanhas, no mundo dos Espíritos. Com a prática destes exercícios, podem-se orientar e desenvolver essas faculdades, até se chegar à intuição verdadeira. As faculdades vão se abrindo como uma flor à claridade solar.
Cinzelar os dons espirituais é a nossa parte e devemos dar mão nela, compreendendo que cada dia que passa é uma nova oportunidade de crescer. O “nada se perde e nada se cria” é uma lei, e podemos nos basear nela, de modo que, se nos encontrarmos percebendo imagens, elas têm um fundamento: são filhas de alguma vida que se mostra como tal.
Amemos tudo e todos, no mais puro amor que se pode sentir, que todos os caminhos florescerão, entregando-nos mais vida e mais alegria, mais paz e mais amor. Então, o Cristo resplandecerá para a nossa vitória, onde quer que estejamos. Nunca nos esqueçamos do aprimoramento, que ele faz parte das nossas promessas ante a paternidade divina. É essa paternidade dentro de nós que se chama consciência.


Livro: Filosofia Espírita – João Nunes Maia – Miramez - Todos os livros Espíritas como este vendidos em nossa loja terão o lucro repassado à Casa Espírita de Oração Amor e Luz.

23.8.17

AMOR FRATERNIDADE – V

         350 –Pode a fraternidade manifestar-se sem a abnegação?
         -Fraternidade pode traduzir-se por cooperação sincera e legítima, em todos os trabalhos da vida, e, em toda cooperação verdadeira, o personalismo não pode subsistir, salientando-se que quem coopera cede sempre alguma coisa de si mesmo, dando o testemunho de abnegação, sem a qual a fraternidade não se manifestaria no mundo, de modo algum.
         351 –Como entender o “amor a nós mesmos”, segundo a fórmula do Evangelho?
         -O amor a nós mesmos deve ser interpretado como a necessidade de oração e de vigilância, que todos os homens são obrigados a observar.
         Amar a nós mesmos não será a vulgarização de uma nova teoria de auto-adoração. Para nós outros, a egolatria já teve o seu fim, porque o nosso problema é de iluminação íntima, na marcha para Deus. Esse amor, portanto, deve traduzir-se em esforço próprio, em auto-educação, em observação do dever, em obediência às leis de realização e de trabalho, em perseverança na fé, em desejo sincero de aprender com o único Mestre, que é Jesus-Cristo.
         Quem se ilumina, cumpre a missão da luz sobre a Terra. E a luz não necessita de outros processos para revelar a verdade, senão o de irradiar espontaneamente o tesouro de si mesma.
         Necessitamos encarar essa nova fórmula de amor a nós mesmos, conscientes de que todo bem conseguido por nós, em proveito do próximo, não é senão o bem de nossa própria alma, em virtude da realidade de uma só lei, que é a do amor, e um só dispensador dos bens, que é Deus.


Livro “O Consolador” –  Francisco C. Xavier – Emmanuel – Todos os livros Espíritas como este vendidos em nossa loja terão o lucro repassado à Casa Espírita de Oração Amor e Luz.

22.8.17

COMO VOCÊ INTERPRETA?! – XXI

No início do capítulo 29 – “A Visão de Francisco” –, de “Nosso Lar”, André Luiz, conforme dissemos, recebe uma ligação ao aparelho de “comunicações urbanas”, ou, em outras palavras, ao nosso velho e útil telefone com fio. Era Laura, a mãezinha de Lísias, que desejava as suas notícias, já que ele não voltara para casa – voltamos a frisar que a comunicação entre ambos não aconteceu telepaticamente, mas sim através da palavra articulada.
Ao telefone, a simpática matrona lhe diz: “Muito bem, meu filho! apaixone-se pelo seu trabalho, embriague-se de serviço útil. Somente assim, atenderemos à nossa edificação eterna. Lembre-se, porém, que esta casa também lhe pertence.”
Reflitamos sobre como, em obediência aos Desígnios Superiores, as coisas acontecem: muito provavelmente, André Luiz não fora parar na casa de Lísias e sua mãe por obra do acaso, posto o acaso não existe nem mesmo aqui, ou muito menos aqui, na Vida além da morte. Chico Xavier, quando encarnado, ao informar sobre a reencarnação de Emmanuel – ele sempre se referia ao fato com muita discrição –, dizia que Emmanuel haveria de descender da família de Laura e Ricardo, que, segundo ele, seriam seus avós. Claro, igualmente, está que, André Luiz, através da mediunidade de Chico, não se ligaria à Obra de Emmanuel por mero acidente de percurso.
*
Bem, vamos lá.
Um rapaz, internado num dos Pavilhões das “Câmaras de Retificação”, começara a gritar, e Narcisa se mobilizara para atendê-lo. Era Francisco, que, alucinado, se referia à visão que estava tendo de um “monstro”, assim dizendo: “Irmã Narcisa, lá vem ‘ele!’, o ‘monstro! Sinto os vermes novamente! ‘Ele!’ ‘Ele!...’ Livre-me ‘dele’, irmã! não quero, não quero!...” O “monstro”, referido por Francisco, era a visão de seu próprio corpo já em adiantado estado de decomposição...
Narcisa, então, assim explica o fenômeno a André: “O pobrezinho era excessivamente apegado ao corpo físico e veio para a esfera espiritual após um desastre, oriundo de pura imprudência. Esteve, durante muitos dias, ao lado dos despojos, em pleno sepulcro, sem se conformar com situação diversa. Queria firmemente levantar o corpo hirto, tal o império da ilusão em que vivera e, nesse triste esforço, gastou muito tempo.”
Antes de prosseguir, permitam-me narrar o que, em certa ocasião, Chico contou aos amigos.
Chico tinha o hábito de orar no cemitério – sempre que podia, a fim, talvez, de não ser incomodado em suas preces e reflexões, Chico se dirigia ao chamado “campo santo”. Numa dessas visitas ao cemitério, em tarde muito chuvosa, Chico se deparou com a figura de um homem ao pé de um túmulo. Ele estava de chapéu, envergando uma capa escura que lhe caía, praticamente, até aos tornozelos – usava botinas pesadas, próprias para quem trabalha em terreno lamacento. O médium, contudo, percebeu que aquele homem, um espírito fora do corpo, estava cheirando à bebida – estava alcoolizado! Ambos, então, começaram a conversar com naturalidade, pois Chico sempre dialogava com os “mortos” com a mesma espontaneidade que conversava com os “vivos”.
- Meu irmão – perguntou-lhe Chico, no rápido diálogo que se desdobrou –, o quê está fazendo aqui, debaixo dessa chuva?...
- Eu trabalho aqui! – respondeu apontando para uma das covas.
- O senhor é coveiro?! – tornou o médium com simplicidade.
- Não! – replicou o espírito daquele homem que, segundo Chico, era muito alto e robusto. – Eu pulo aí dentro para tirar quem não quer sair... É por esse motivo que eu bebo! O mau cheiro é muito forte! Se eu não beber, eu não aguento!...
*
Quanta coisa, para os espíritos, existe no primeiro “ensaio de movimento”, além da matéria densa, que os homens encarnados desconhecem, não é mesmo?! Quem poderia imaginar a existência de coveiros “às avessas”, trabalhando no Mundo Espiritual, “desenterrando os espíritos” excessivamente apegados à forma que se deteriora?!...
Francisco, o personagem de André Luiz no capítulo em estudo, havia deixado o corpo num desastre – certamente, quando ainda contava viver mais longamente na Terra, sem qualquer preocupação de ordem transcendente. Narcisa, em sua preciosa elucidação, acrescentou que o rapaz “amedrontava-se com a ideia de enfrentar o desconhecido e não conseguia acumular nem mesmo alguns átomos de desapego às sensações físicas.”
Acreditem: para a esmagadora maioria dos que deixam o corpo físico, pelo fenômeno da desencarnação, morrer representa o mesmo que, em trajes menores, alguém ver-se numa praia, diante do mar infinito que se sente impelido a enfrentar, mas que, sem saber nadar ou nadando mal, sequer ousa tirar os pés da areia!...

INÁCIO FERREIRA

Uberaba – MG, 21 de agosto de 2017.

21.8.17

ERA UMA VEZ...

Era uma vez Cármen Cinira,
Um coração
Cheio de sonho e flor, que mal se abrira
Nos jardins encantados da ilusão...
Estraçalhou-se para sempre
Na voragem
Das trevas, dos abrolhos!...

Era uma vez Cármen Cinira...
Uma suposta imagem
Da perene alegria,
Mas que trouxe em seus olhos,
Eternamente,
Essa amarga expressão de alma doente,
Cheia de pranto e de melancolia!...
Cármen Cinira! Cármen Cinira!
Que é da minha cigarra cantadeira'?
Embalde te procuro.
Por que cantaste assim a vida inteira,
Cigarra distraída do futuro'?

Perturbada,
Aturdida,
Busco a mim mesma aqui nestoutra vida...
Onde estou, onde estou'?
Minha vida terrena se acabou
E sinto outra existência revelada!

Não sei por que me sinto amargurada...
Sinto que a luz me guia
Para a paz, para um mundo de alegria.
Mas, ó imortalidade,
Se na Terra eu te via
Como a aurora divina da verdade,
Não julguei que inda a morte me abriria
Esse cenário deslumbrante
De outros sóis e de outros seres,
E vejo agora
Que não amei bastante,
E não cumpri à risca os meus deveres!

A fagulha de crença
Que eu possuía,
Devia transformar numa fornalha imensa
De fé consoladora,
E incendiar-me para ser luzeiro.

Mas, ó Senhor da paz confortadora,
Eu vi chegar o dia derradeiro
Em minha dor, na máscara de festa,
E a morte me apanhou
Como se apanha uma ave na floresta.
Experimento a grande liberdade!
Todavia, Senhor, ampara-me e protege
Minha triste humildade!

Eu te agradeço a paz que já me deste,
Mas eis que ainda te imploro comovida,
Porque me sinto em fraca segurança;
Deixa que eu guarde ainda nesta vida
Meu escrínio de estrelas da Esperança.


Livro: Parnaso de Além-Túmulo - Francisco C Xavier

20.8.17

EQUIPAGEM MEDIÚNICA

- Conheçamos a nossa equipagem mediúnica - disse o orientador.
E, detendo-se ao pé do companheiro encarnado que regia os trabalhos, apresentou:
- Este é o nosso irmão Raul Silva, que dirige o núcleo com sincera devoção à fraternidade. Correto no desempenho dos seus deveres e ardoroso na fé, consegue equilibrar o grupo na onda de compreensão e boa-vontade que lhe é característica. Pelo amor com que se desincumbe da tarefa, é instrumento fiel dos benfeitores desencarnados, que lhe identificam na mente um espelho cristalino, retratando-lhes as instruções.
Logo após, caminhou na direção de uma senhora muito jovem e, designando-a, explicou:
- Eis nossa irmã Eugênia, médium de grande docilidade, que promete brilhante futuro na expansão do bem. Excelente órgão de transmissão,coopera com eficiência na ajuda aos desencarnados em desequilíbrio. Intuição clara, aliada a distinção moral, tem a vantagem de conservar-se consciente, nos serviços de intercâmbio, beneficiando-nos a ação.
Quase rente, parou à esquerda de um rapaz de seus trinta anos presumíveis e informou:
- Aqui temos nosso amigo Anélio Araújo. Vem conquistando gradativo progresso na clarividência, na clariaudiência e na psicografia.
Em seguida, abeirou-se de um cavalheiro simpático e notificou:
- Este é o nosso colaborador Antônio Castro, moço bem-intencionado e senhor de valiosas possibilidades em nossas atividades de permuta. Sonâmbulo, no entanto, é de uma passividade que nos requer grande vigilância. Desdobra-se com facilidade, levando a efeito preciosas tarefas de cooperação conosco, mas ainda necessita de maiores estudos e mais amplas experiências para expressar-se com segurança, acerca das próprias observações. Por vezes, comporta-se, fora da matéria densa, à maneira de uma criança, comprometendo-nos a ação. Quando empresta o veículo a entidades dementes ou sofredoras, reclama-nos cautela, porquanto quase sempre deixa o corpo à mercê dos comunicantes, quando lhe compete o dever de ajudar-nos na contenção deles, a fim de que o nosso tentame de fraternidade não lhe traga prejuízo à organização física. Será, porém, valioso auxiliar em nossos estudos.
Movimentando-se algo mais, o Assistente estacou diante de respeitável senhora, que se mantinha em fervorosa prece, e exclamou:
- Apresento-lhes agora nossa irmã Celina, devotada companheira de nosso ministério espiritual. Já atravessou meio século de existência física, conquistando significativas vitórias em suas batalhas morais. Viúva, há quase vinte anos, dedicou-se aos filhos, com admirável denodo, varando estradas espinhosas e dias escuros de renunciação. Suportou heroicamente o assédio de compactas legiões de ignorância e miséria que lhe rodeavam o esposo, com quem se consorciara em tarefa de sacrifício. Conheceu, de perto, a perseguição de gênios infernais a que não se rendeu e, lutando, por muitos anos, para atender de modo irrepreensível às obrigações que o mundo lhe assinalava, acrisolou as faculdades medianímicas, aperfeiçoando-as nas chamas do sofrimento moral, como se aprimoram as peças de ferro sob a ação do fogo e da bigorna. Ela não é simples instrumento de fenômenos psíquicos. É abnegada servidora na construção de valores do espírito. A clarividência e a clariaudiência, a incorporação sonambúlica e o desdobramento da personalidade são estados em que ingressa, na mesma espontaneidade com que respira, guardando noção de suas responsabilidades e representando, por isso, valiosa colaboradora de nossas realizações.  Diligente e humilde, encontrou na plantação do amor fraterno a sua maior alegria e, repartindo o tempo entre as obrigações e os estudos edificantes, transformou-se num acumulador espiritual de energias benéficas, assimilando elevadas correntes mentais, com o que se faz menos acessível às forças da sombra.
Realmente, ao lado da irmã sob nossa vista, fruíamos deliciosa sensação de paz e reconforto.
Provavelmente fascinado pela onda de alegria indefinível em que nos banhávamos, Hilário indagou:
- Se extraíssemos agora uma ficha psicoscópica de dona Celina, a posição dela, como a estamos registrando, seria devidamente caracterizada?
- Perfeitamente - elucidou Áulus, de pronto - ; assinalar-lhe-ia as emanações fluídicas de bondade e compreensão, fé e bom ânimo. Assim como a Ciência na Terra consegue catalogar os elementos químicos que entram nas formações de
Matéria densa, em nosso campo de matéria rarefeita é possível analisar o tipo de forças sutis que dimanam de cada ser. Mais tarde, o homem poderá examinar uma emissão de otimismo ou de confiança, de tristeza ou desesperação e fixar-lhes a densidade e os limites, como já pode separar e estudar as radiações do átomo de urânio. Os princípios mentais são mensuráveis e merecerão no porvir excepcionais atenções, entre os homens, qual acontece na atualidade com os fotônios, estudados pelos cientistas que se empenham em decifrar a constituição específica da luz
Depois de ligeiro intervalo, o Assistente aduziu:
- Uma ficha psicoscópica, sobretudo, determina a natureza de nossos pensamentos e, através de semelhante auscultação, é fácil ajuizar dos nossos méritos ou das nossas necessidades.
Logo após, nosso orientador convocou-nos a exame detido, junto ao campo encefálico da irmã Celina, acentuando:
- Em todos os processos medianímicos, não podemos esquecer a máquina cerebral como órgão de manifestação da mente. Decerto, já possuem conhecimentos adequados em torno do aparelhamento orgânico, dispensando-nos a atenção em particularidades técnicas sobre o vaso carnal.
E afagando-lhe a cabeça pintalgada de cabelos brancos, acrescentou:
- Bastar-nos-á sucinto exame da vida intracraniana, onde estão assentadas as chaves de comunicação entre o mundo mental e o mundo físico.
Centralizando a atenção, através de pequenina lente que Áulus nos estendeu, o cérebro de nossa amiga pareceu-nos poderosa estação radiofônica, reunindo milhares de antenas e condutos, resistências e ligações de tamanho microscópico, à disposição das células especializadas em serviços diversos, a funcionarem como detectores e estimulantes, transformadores e ampliadores da sensação e da idéia, cujas vibrações fulguravam aí dentro como raios incessantes, iluminando um firmamento minúsculo. 
O Assistente observou conosco aquele precioso labirinto, em que a epífise brilhava como pequenino sol azul, e falou:
- Não nos convém relacionar minudências relativas ao cérebro e ao sistema nervoso em geral, com as quais se encontram vocês familiarizados  nos conhecimentos humanos comuns.
Nesse instante, reparei admirado os feixes de associação entre a células corticais, vibrando com a passagem do fluxo magnético do pensamento.
- Recordemos - prosseguiu o instrutor - que o delicado aparelho encefálico reúne milhões de células, que desempenham funções particulares, quais sejam as dos trabalhadores em fila hierárquica, na harmoniosa estrutura de um Estado.
E, enumerando determinadas regiões, trecho a trecho, daquele reino pensante, declarou:
- Não precisaremos alongar digressões. As experiências adquiridas pela alma constituem maravilhosas sínteses de percepção e sensibilidade, na condição de Espíritos libertos em que nos encontramos, mas especificam-se no equipamento de matéria densa como núcleos de controle das manifestações da individualidade, perfeitamente analisáveis. É assim que a alma encarnada possui no cérebro físico os centros especiais que governam a cabeça, o rosto, os olhos, os ouvidos e os membros, em conjunto com os centros da fala, da linguagem, da visão, da audição, da memória, da escrita, do paladar, da deglutição, do tato, do olfato, do registro de calor e frio, da dor, do equilíbrio muscular, da comunhão com os valores internos da mente, da ligação com o mundo exterior, da imaginação, do gosto estético, dos variados estímulos artísticos e tantos outros quantas sejam as aquisições de experiências entesouradas pelo ser, que conquista a própria individualidade, passo a passo e esforço a esforço, enaltecendo-a pelo trabalho constante para a sublimação integral, à face de todas as vias de progresso e aprimoramento que a terra lhe possa oferecer.
Breve pausa surgiu espontânea.
E porque Hilário e eu não ousássemos interferir, o Assistente continuou:
- Não podemos realizar qualquer estudo de faculdades medianímicas, sem o estudo da personalidade. Considero, assim, de extrema importância a apreciação dos centros cerebrais, que representam bases de operação do pensamento e da vontade, que influem de modo compreensível em todos os fenômenos mediúnicos, desde a intuição pura à materialização objetiva. Esses recursos, que merecem a defesa e o auxílio das entidades sábias e benevolentes, em suas tarefas de amor e sacrifício junto dos homens, quando os medianeiros se sustentam no ideal superior da bondade e do serviço ao próximo, em muitas ocasiões podem ser ocupados por entidades inferiores ou animalizadas, em lastimáveis processos de obsessão.
- Mas - interpôs Hilário, judicioso - , diante de um campo cerebral tão iluminado quanto o de nossa irmã Celina, será lícito aceitar a possibilidade de invasão dele por parte de Inteligências menos evolvidas? Será cabível semelhante retrocesso?
- Não podemos olvidar - considerou o Assistente - que Celina se encontra encarnada numa prova de longo curso e que , nos encargos de aprendiz, ainda se encontra muito longe de terminar a lição.
Meditou um momento e filosofou bem-humorado:
- Numa viagem de cem léguas podem ocorrer muitas surpresas no derradeiro quilômetro do caminho.
Logo após, colocando a destra paternal sobre a fronte da médium, prosseguiu:
- Nossa irmã vem atravessando os seus testemunhos de boa-vontade, fé viva, caridade e paciência. Tanto quanto nós, ainda não possui plena quitação com o passado. Somos vasta legião de combatentes em vias de vencer os inimigos que nos povoam a fortaleza íntima ou o mundo de nós mesmos, inimigos simbolizados em nossos velhos hábitos de convívio com a natureza inferior, a nos colocarem em sintonia com os habitantes das sombras, evidentemente perigosos ao nosso equilíbrio. Se nossa amiga Celina, quanto qualquer de nós, abandonar a disciplina a que somos constrangidos para manter a boa forma na recepção da luz, rendendo-se às sugestões da vaidade ou do desânimo, que costumamos fantasiar como sendo direitos adquiridos ou injustificável desencanto, decerto sofrerá o assédio de elementos destrutivos que lhe perturbarão a nobre experiência atual de subida. Muitos médiuns se arrojam a prejuízos dessa ordem. Depois de ensaios promissores e começo brilhante, acreditam-se donos de recursos espirituais que lhes não pertencem ou temem as aflições prolongadas da marcha e recolhem-se à inutilidade, descendo de nível moral ou conchegando-se a improdutivo repouso, porquanto retomam inevitavelmente a cultura dos impulsos primitivos que o trabalho incessante no bem os induziria a olvidar.
E sorrindo:
- Ainda não chegamos à vitória suprema sobre nós mesmos. Achamo-nos na condição do solo terrestre, que não prescinde do arado protetor ou da enxada prestimosa, a fim de produzir. Sem os instrumentos do trabalho e da luta, aperfeiçoando-nos as possibilidades, estaríamos permanentemente ameaçados pela erva daninha que mais se alastra e se afirma, tanto quanto melhor é a qualidade do trato de terra em abandono.
Fitando-nos, de frente, como a recordar o peso das responsabilidades de que nos investíamos, completou:
- Nossas realizações espirituais do presente são pequeninas réstias de claridade sobre as pirâmides de sombra do nosso passado. È imprescindível muita cautela com as sementeiras do bem para que a ventania do mal não as arrase. È por isso que a tarefa mediúnica, examinada como instrumentação para a obra das Inteligências superiores, não é tão fácil de ser conduzida a bom termo, de vez que, contra o canal ainda frágil que se oferece à passagem da luz, acometem as ondas pesadas de treva da ignorância, a se agitarem, compactas, ao nosso derredor.
Calou-se o Assistente.
Dir-se-ia que ele também agora se ligava ao campo magnético dos amigos em silêncio, para o trabalho da reunião prestes a começar.


 Livro: "Nos Domínios da Mediunidade"   Francisco C Xavier - André Luiz

19.8.17

NÃO DESCREIAS

Não descreias, amigo, de meus versos...
Sou eu mesmo, Formiga, que voltei,
Para cantar agora qual cantei,
Um dia, por caminhos tão diversos...

Sou eu mesmo que, à luz dos universos,
Dos abismos da morte regressei,
Para louvar a Vida, e quanto amei,
Nos instantes felizes ou adversos...

Sou o pobre poeta paraibano,
Fazendo aqui um esforço sobre-humano
Ao grafar estes versos que são meus...

Não descreias, portanto, aqui estou,
A voz que a morte não silenciou,
Redivivo, cantando, o Amor de Deus!...

Eurícledes Formiga

(Página recebida pelo médium Carlos A. Baccelli, em reunião pública do “Grupo Espírita da Prece”, na noite de 26 de agosto de 1989, em Uberaba – MG).

18.8.17

Entrevista de Divaldo Franco

    - Os mais recentes trabalhos de Joanna de Ângelis têm abordado temas ligados à psicologia. Qual a razão?
    Divaldo: Segundo a bondosa Mentora, ela tem o desejo de assentar algumas pontes entre o pensamento espírita e as conquistas da psicologia transpessoal. Por essa razão, nos últimos vinte anos, sem fugir aos objetivos do seu trabalho doutrinário e de consolação, ela vem abordando questões existenciais à luz do Espiritismo e da Psicologia, demonstrando que o primeiro prossegue confirmado pelas conquistas psicológicas da atualidade.
    - Comenta-se que o vocabulário empregado nas Obras de sua psicografia seria um tanto erudito. Isso tem fundamento ou se deve à falta do hábito da leitura por parte do povo?
    Divaldo: Confesso que não posso julgar a questão com segurança. Sempre que leio a Codificação busco o dicionário em muitos momentos, considerando-se a linguagem escorreita e nobre em que se apresenta (embora Kardec tivesse tido a preocupação de escrever de forma fácil, popular, para atender ao povo de todos os segmentos da cultura e da sociedade). O mesmo sucede com alguns Autores espirituais como Emmanuel, André Luiz e outros encarnados. Joanna de Ângelis desencarnou no começo do século XIX, preferindo, às vezes, uma linguagem mais cuidadosa. Como cada Autor tem o seu próprio estilo, noto diferenças significativas de linguagem nas suas páginas, como ocorre com o Espírito Ignotus, que escreve de forma muito simples. Como o Espiritismo é, também, doutrina de cultura e aprimoramento de linguagem - um dos sinais de decadência de um povo, é a falta de linguagem, o enriquecimento de gírias e empobrecimento de expressão - penso que os Espíritos preferem escrever corretamente e de forma educativa.
    - Qual o caminho do livro espírita neste novo milênio?

    Divaldo: O livro espírita é farol abençoado que aponta rumos na noite das paixões e abre caminhos na selva densa da ignorância, libertando o ser de sua inferioridade e impulsionando-o ao avanço. Assim sendo, acredito que o livro espírita desempenhará papel preponderante na preparação do milênio, conforme já vem ocorrendo.

17.8.17

Milagre?

Milagre?
    “Quando Jesus voltou, a multidão o recebeu; porque todos o estavam esperando. E eis que veio um homem chamado Jairo, que era chefe da sinagoga; e prostrando-se aos pés de Jesus, rogava-lhe que fosse a sua casa; porque tinha uma filha única, de cerca de doze anos, que estava à morte. Enquanto, pois, ele ia, apertavam-no as multidões”.
    Percebemos aqui que Jesus era reconhecido, admirado e tinha muitos que o procuravam, percebemos também a atitude de submissão, que o pai amoroso, chefe da sinagoga, assume perante Jesus, tocado de amor à sua filha.
     “E certa mulher, que tinha uma hemorragia havia doze anos (e gastara com os médicos todos os seus haveres) e por ninguém pudera ser curada, chegando-se por detrás, tocou-lhe a orla do manto, e imediatamente cessou a sua hemorragia.
    A hemorroíssa era uma mulher adulta e tinha sido privada de toda a participação na vida da comunidade devido à sua enfermidade pois sofria de uma doença pela qual era considerada em estado de impureza legal (Lev 15, 25 ss.). Nos últimos doze anos nenhum meio humano a tinha conseguido curar. Aos sofrimentos físicos, acrescentava-se a vergonha de se sentir imunda segundo a Lei. No povo judeu era considerada impura não só a mulher afetada de uma doença deste tipo, mas tudo o que ela tocava. Por isso, avaliamos a esperança dessa valorosa mulher”, que não se abateu e num esforço supremo consegue aproximar-se de Jesus e tocou apenas o Seu manto com delicadeza e soube que tinha sido curada.
     “Perguntou Jesus: Quem é que me tocou? Como todos negassem, disse-lhe Pedro: Mestre, as multidões te apertam e te oprimem. Mas disse Jesus: Alguém me tocou; pois percebi que de mim saiu poder. Então, vendo a mulher que não passara despercebida, aproximou-se tremendo e, prostrando-se diante dele, declarou-lhe perante todo o povo a causa por que lhe havia tocado, e como fora imediatamente curada”.
    O olhar da mulher mostrava o êxtase que ela sentira quando o fluxo de energias revigorantes vindo do mestre inundara o seu corpo.
     “Disse-lhe ele: Filha, a tua fé te salvou; vai-te em paz”.
    Jesus reconhece o merecimento da mulher e sabe que ela está renovada apta a assumir novas tarefas na seara do Pai.
     “Enquanto ainda falava, veio alguém da casa do chefe da sinagoga dizendo: A tua filha já está morta; não incomodes mais o Mestre. Jesus, porém, ouvindo-o, respondeu-lhe: Não temas: crê somente, e será salva. Tendo chegado à casa, a ninguém deixou entrar com ele, senão a Pedro, João, Tiago, e o pai e a mãe da menina. E todos choravam e pranteavam; ele, porém, disse: Não choreis; ela não está morta, mas dorme. E riam-se dele, sabendo que ela estava morta”.
    O grande sofrimento de Jesus foi ter vivido numa época em que éramos muito ignorantes, preconceituosos e orgulhosos.
     “Então ele, tomando-lhe a mão, exclamou: Menina, levanta-te. E o seu espírito voltou, e ela se levantou imediatamente; e Jesus mandou que lhe desse de comer, ele mandou-lhes que a ninguém contassem o que havia sucedido”.
    Nessa passagem do evangelho de Lucas, podemos notar dois casos distintos de cura pela transfusão de energias renovadoras. Jesus conhece a energia que vem das pessoas, por isso deixou entrar com Ele João, Pedro e Tiago que eram doadores de fluidos; Ele, orientando os bons fluidos emitidos, ajuda muitas pessoas e cura os doentes. As pessoas acham que Jesus fazia milagres. Milagres são acontecimentos que vão contra a Lei de Deus e que não conseguimos explicar. Jesus não fez milagres. Ele curava as pessoas usando energia e muito amor. As pessoas para serem curadas tinham que ter fé e merecimento. Por isso Jesus dizia: "Se tiveres fé" ou "A tua fé te salvou". Jesus curava pelo olhar, através de palavras, à distância, impondo as mãos.

Evangelho: Lucas - capítulo 8; 40-56

Comentários: Antonio D. Barana.

16.8.17

AUDIÇÃO DE PALAVRAS SEM NEXO

Questão 408 do Livro dos Espíritos

Qual a razão de ouvirmos palavras sem que nelas estejamos pensando? Essas palavras, às vezes frases inteiras, que percebemos pelos sentidos espirituais, são, certamente, ditas por Espíritos que querem se comunicar com os encarnados. É esse processo que ocorre na mediunidade. Às vezes, o Espírito fala como se fosse dentro da cabeça ou, muito raro, usando mesmo a audição dos companheiros encarnados. Isso acontece todos os dias com muitas pessoas no lar, no trabalho, nas ruas e freqüentemente no lazer.
Não é muito comum entre os encarnados se avistarem vultos ou ter a impressão que há alguém por perto? São os sentidos marcando a presença de alguém. Todos somos médiuns, tanto na carne quanto fora dela. O exercício da mediunidade se faz ver em todos os lugares e o intercâmbio existe em todos os reinos da natureza, provando, assim a existência do Espírito.
A razão de ouvirmos essas vozes é que o Espírito sobrevive à morte do corpo. No futuro, as comunicações vão ficar cada vez mais nítidas, para a glória da própria vida, e encher os corações de esperanças, mas para tanto, necessário se faz que os homens preparem o coração, no sentido de saberem que a vida continua melhor do que antes.
Quando se está deitado para o devido sono, ao relaxar o corpo, eventualmente ouvem-se palavras e vêem-se vultos em torno de si; isso comprova, para quem tem olhos de ver e ouvidos de ouvir, a existência do Espírito, e que a vida continua além do túmulo. Tudo que acontece tem uma razão de ser. A Doutrina Espírita está preparando os homens já maduros para essa revelação em massa. Pedimos a Deus que seja breve.
Jesus, em Seu tempo, abalou o mundo com as Suas curas, com as Suas profecias, com o Seu encanto espiritual. Se o Espiritismo é Ele voltando, deve fazer o mesmo para acordar criaturas que dormem. É isso que esperamos, que seja o mesmo Cristo servindo-Se dos homens de bem, como instrumentos, para alegrarem o mundo inteiro, para mostrar aos povos que existe a felicidade, qual anunciada nas escrituras, a Nova Jerusalém, um novo mundo onde a paz e o amor sejam uma realidade como o ar que se respira.
Quando chegar esse tempo, as comunicações dos Espíritos livres da matéria com os homens será acontecimento corriqueiro, natural, qual conversar com os companheiros de trabalho, de lazer e os familiares. As vidas sucedem vidas, e o medo da morte desaparece dos homens para dar lugar à esperança e à fé, nas lides com o amor. Agradecemos a Deus e Jesus, por esses feitos, e agradecemos igualmente ao novo “apóstolo” de Jesus, Allan Kardec, pelos trabalhos que fez em favor da nossa felicidade. Estamos juntos, dando as mãos aos homens, e igualmente, dando as mãos a Jesus, em nome de Deus. Pedimos ao Senhor que possamos continuar na tarefa, e que ela sirva, para os homens, de meio para meditarem em como melhorar seus sentimentos e iluminar os corações.

Livro: Filosofia Espírita – João Nunes Maia – Miramez - Todos os livros Espíritas como este vendidos em nossa loja terão o lucro repassado à Casa Espírita de Oração Amor e Luz.

15.8.17

AMOR FRATERNIDADE – IV

         348 –Onde a causa da indiferença dos homens pela fraternidade sincera, observando-se que há geralmente em todos grandes entusiasmos pela hegemonia material de seus grupos, suas cidades, clubes e agremiações onde se verifique a evidência pessoal?
         -É que as criaturas, de um modo geral, ainda têm muito da tribo, encontrando-se encarcerados nos instintos propriamente humanos, na luta das posições e das aquisições, dentro de um egoísmo quase feroz, como se guardassem consigo, indefinidamente, as heranças da vida animal. Todavia; é preciso recordar que, após a eclosão desses entusiasmos, há sempre o gosto amargo da inutilidade no íntimo dos espíritos desiludidos da precária hegemonia do mundo, instante esse em que a alma experimenta a dilatação de suas tendências profundas para o “mais alto”. Nessa hora, a fraternidade conquista uma nova expressão no íntimo da criatura, a fim de que o Espírito possa alçar o grande voo para os mais gloriosos destinos.

         349 –Fraternidade e igualdade podem, na Terra, merecer um só conceito?
         -Já observamos que o conceito igualitário absoluto é impossível no mundo, dada a heterogeneidade das tendências, sentimentos e posições evolutivas no círculo da individualidade. A fraternidade, porém, é a lei da assistência mútua e da solidariedade comum, sem a qual todo progresso, no planeta, seria praticamente impossível.


Livro “O Consolador” –  Francisco C. Xavier – Emmanuel – Todos os livros Espíritas como este vendidos em nossa loja terão o lucro repassado à Casa Espírita de Oração Amor e Luz.

14.8.17

Embriagado de Paz

O que buscas, meu irmão?
A paz, seria então?
Eu não sei se sabes bem, mas eu estou aqui para te dizer que a paz que pretendes encontrar não está distante não.
Se desejas, de verdade, ter a paz, não há outro lugar a procurar senão no próprio coração.
Eu já viajei para muitos lugares. Já estive no Himalaia e até no Ceilão. Percorri as estradas de Damasco até Jerusalém. Fui encontrar com Jesus nas bandas da velha Palestina. Viajei para o outro extremo do mundo a procurar aquilo que estava na minha mão.
Eu sei que a nossa tendência natural é tentar encontrá-la em algum lugar ou com alguém. Parece mais que a paz é joia tão preciosa que poucos possuem o prazer de obtê-la. Mas não é isso não.
A paz, logicamente, pode ser encontrada nos mosteiros, nos seminários e até nos terreiros. Sim – e por que não?
A paz deve estar em todo o lugar, acessível a quem a ela queira possuir. Se é assim que deve ser, a paz não poderia estar senão no imo de cada coração.
Eu viajei e a encontrei em diversos lugares porque em cada um deles estava alguém lá com ela.
Ao se manifestar para mim, que a possuía, como que como uma divina provocação, promovia a paz que em mim adormecida estava.
É por isso que é comum dizer-se de muitas pessoas: “Quando estou perto dela sinto invadir imensa paz em minh’ alma”.
Ora, meus queridos! Isto é a pura realidade. A paz, quando é verdadeira, real, ela não cabe em quem a possui e se esvai naturalmente para o outro que se sente como que embriagado por ela.
Ah! O dia em que todos nós formos surpreendidos com porres homéricos de paz.
Já imaginou, a humanidade inteira embriagada de paz?
Que tontura graciosa na alma. Tonto de tanta paz.
Acho que não demora esse dia chegar, meu irmão.
- Mas quando será, Dom Hélder¿ Está tão perto assim?
Claro que está! Eu já pressinto muita gente sendo envolvida por ela e quando menos dermos conta, ela absorverá o pensamento e o sentimento de milhões e milhões.
Não foi Nosso Senhor Jesus Cristo que nos disse que felizes serão os pacificadores, pois serão chamados filhos de Deus?
Eu quero estar neste dia em que a paz baterá à porta de toda a gente.
Eu quero estar no dia em que os povos se juntarão como um só.
Eu quero ver a humanidade inteira se tratando como se fossem irmãos, porque é isto que somos, por Deus e por Nosso Senhor Jesus Cristo.
Eu quero ter a paz de Jesus que não é uma paz qualquer daquela que se supõe encontrar nas esquinas da vida.
Eu quero a paz de Jesus que me transcenderá de vez para perto do Pai Celestial.
O homem sente-se atraído pela paz. Sente-se feliz quando a vislumbra em si mesmo porque esta é a nossa natureza primeira. Somos seres da paz.
Enquanto este dia grandioso não chega, cuidemos de fazer bom uso da paz que já conseguimos edificar no nosso coração que se transfere para nosso irmão de caminho.
Eu quero a paz de Jesus e a desejo igualmente para você, meu irmão.


Hélder Câmara Blog - Novas Utopias

13.8.17

10º ENCONTRO NACIONAL DOS AMIGOS DE JESUS CRISTO COM CHICO XAVIER E SUA OBRA, EM SÃO JOSÉ DOS CAMPOS – SP.

Agora, no próximo final de semana, nos dias 19 e 20, estará sendo realizado em São José dos Campos, o 10º ENCONTRO NACIONAL DOS AMIGOS DE JESUS CRISTO COM CHICO XAVIER E SUA OBRA, iniciativa, sem dúvida, das mais louváveis, que, há dez anos, foi começada na cidade de Uberaba, Minas Gerais.
Vale ressaltar, e com letras em maiúsculo, que O ENCONTRO SERÁ TOTALMENTE GRATUITO, com os irmãos e irmãs de Ideal de São José dos Campos, e vizinhanças, no Estado de São Paulo, arcando com as despesas que um conclave dessa natureza proporciona – embora, saibamos, nunca existe real necessidade de se provocar gastos além das possibilidades dos colaboradores de cada uma das cidades-sede.
Quando do I ENCONTRO, realizado em Uberaba, as críticas, partindo de alguns integrantes do próprio Movimento Espírita choveram, na tentativa de fazer com que a ideia morresse em seu próprio berço. Essas vozes dissonantes calaram-se, ou baixaram o tom, e o ENCONTRO continuou, como haverá de continuar enquanto, naturalmente, tal for possível aos seus organizadores. Nesse ínterim, inclusive, o ENCONTRO foi realizado em Portugal, na cidade de Lisboa, com a presença de grande público.
O objetivo do ENCONTRO, como se sabe, é o que colocar em destaque a OBRA MEDIÚNICA DE CHICO XAVIER como complemento da OBRA KARDECIANA, ainda enfocando os exemplos que o inesquecível MÉDIUM sempre nos transmitiu na VIVÊNCIA da Doutrina.
Infelizmente, porém, temos constatado que, em outros setores, o interesse pessoal, visando ganho financeiro, vem imperando no Movimento Espírita, sob o olhar muito complacente dos espíritas que, com as exceções de praxe, se posicionam “em cima do muro”, fazendo vistas grossas para o que, em verdade, envergonha e enlameia o nosso Movimento.
Parece que o mercantilismo, entre médiuns e oradores menos vigilantes e comprometidos com o amor à Causa, vem se generalizando cada vez mais, sob o pretexto de se gerar divisas para obras assistenciais, que, pelo arrecadado em uma só noite, ou em um só final de semana, devem ter uma despesa astronômica, e que deveriam, a nosso ver, serem submetidas a uma operação semelhante à da “LAVA-JATO”.
A verdade é que a gleba do Movimento Espírita encontra-se repleto de joio, semeado entre trigo. O que é não é novidade, visto que o próprio Cristo nos advertira a respeito, em Mateus, 13, 24-30.
A MENSAGEM ESPÍRITA NÃO DEVE SER VENDIDA PARA SUSTENTAR OBRAS DE CARIDADE, PORQUE A MENSAGEM ESPÍRITA, EM SI, É A MAIOR CARIDADE QUE PODE SER PRATICADA.
Somos de opinião que, entre se vender a Mensagem Espírita, em Congressos, Simpósios, Seminários, Encontros, etc, com o fito de se manter obras ditas de Caridade, e não manter essas mesmas obras, melhor é que elas não sejam levadas adiante.
Neste sentido, gostaríamos de apelar aos irmãos e irmãs de Ideal para que não apoiem e não compareçam a EVENTOS ESPÍRITAS PAGOS – e, não raro, regiamente pagos! –, QUE NÃO OS PRESTIGIASSEM E NEM OS PROMOVESSEM, porque a sua simples presença será um endosso a esse crime que está a se cometer contra o ESPIRITISMO.
Mesmo no que tange às OBRAS ESPÍRITAS, necessário se torna que, economicamente, elas se tornem de mais fácil acesso ao bolso dos que por elas se interessem, evitando-se os preços exorbitantes, que, por vezes, proporcionam, em cada título, um ganho de até 500%.
Não participem, pois, de PALESTRAS PAGAS – seja o espetáculo qual for: de cura, de pintura mediúnica, de psicografia, de oratória, etc. Esses tais não merecem ser vistos e, tampouco, ouvidos.
Portanto, aproveitamos aqui o ensejo para convidá-los a comparecerem nos próximos dias 19 e 20 de Agosto, em São José dos Campos, para o 10º ENCONTRO NACIONAL DOS AMIGOS DE JESUS CRISTO COM CHICO XAVIER E SUA OBRA, provando, há 10 anos, que, com um pouco de desapego e ideal, é-se possível continuar DANDO DE GRAÇA O QUE DE GRAÇA SE RECEBE.
Deus abençoe o nosso ENCONTRO, ao qual, sim, compareceremos com os Amigos de Jesus e de Chico Xavier que mourejam fora do corpo carnal, agradecendo, de nossa parte, aos espíritas de São José dos Campos pelo amor com que organizam o Evento.

INÁCIO FERREIRA

Uberaba – MG, 13 de Agosto de 2017.