8.8.21

PARTIDA E CHEGADA

 Quando observamos, da praia, um veleiro a afastar-se da costa, navegando mar adentro, impelido pela brisa matinal, estamos diante de um espetáculo de beleza rara, o barco, impulsionado pela força dos ventos, vai ganhando o mar azul e nos parece cada vez menor. 
Não demora muito e só podemos contemplar um pequeno ponto branco na linha remota e indecisa, onde o mar e o céu se encontram. 
Quem observa o veleiro sumir na linha do horizonte, certamente exclamará: "já se foi".
Terá sumido? Evaporado? 
Não, certamente. Apenas o perdemos de vista. 
O barco continua do mesmo tamanho e com a mesma capacidade que tinha quando estava próximo de nós. 
Continua tão capaz quanto antes de levar ao porto de destino as cargas recebidas. 
O veleiro não evaporou, apenas não o podemos mais ver. Mas ele continua o mesmo. 
E talvez, no exato instante em que alguém diz: já se foi, haverá outras vozes, mais além, a afirmar; 
"lá vem o veleiro". 
Assim é a-morte. 
Quando o veleiro parte, levando a preciosa carga de um amor que nos foi caro, e o vemos sumir na linha que separa o visível do invisível dizemos: "já se foi". 
Terá sumido? Evaporado? 
Não, certamente. Apenas o perdemos de vista. 
O ser que amamos continua o mesmo, suas conquistas persistem dentro do mistério divino. 
Nada se perde, a não ser o corpo fisico de que não mais necessita. 
E é assim que, no mesmo instante em que dizemos: já se foi, no além, outro alguém dirá: "já está 
chegando".
Chegou ao destino levando consigo as aquisições feitas durante a vida. 
Na vida, cada um leva sua carga de vícios e virtudes, de afetos e desafetos até que se resolva por desfazer-se do quê julgar desnecessário.
A vida é feita de partidas e chegadas. De idas e vindas. 
O que para uns parece ser a partida, para outros é a chegada. 
Assim, um dia, todos nós partimos como SERES MORTAIS que somos, todos nós ao encontro dAquele que nos criou.
Autor desconhecido

Nenhum comentário:

Postar um comentário