31.8.18

A TRANSFORMAÇÃO DA TERRA


    Informam, os Espíritos superiores, que são chegados os tempos marcados pela Divindade, em que grandes acontecimentos se vão dar para regeneração da humanidade.
    O nosso globo, como tudo o que existe, está submetido à lei do progresso. Progride fisicamente, pela transformação dos elementos que o compõe e, moralmente, pela depuração dos Espíritos encarnados e desencarnados que o povoam.
    De duas maneiras se executa esse duplo progresso: uma lenta, gradual e insensível; a outra caracterizada por mudanças bruscas, a cada uma das quais corresponde um movimento ascencional mais rápido, que assinala os períodos progressivos da humanidade.
    Estamos vivendo, hoje, uma dessas mudanças bruscas, em que o orbe terráqueo vai sofrer profundas transformações quanto às populações de Espíritos vinculadas a ele, pois, informam-nos os diversos autores espíritas que, no próximo milênio, a Terra vai deixar de ser um Mundo de Provas e Expiações e alçar-se-á a categoria de Mundo de Regeneração.
    Esta transformação admirável do planeta, consequência mesmo da força das coisas, foi predita em várias passagens do Evangelho. Sob forma figurada, às vezes com expressões duras, os evangelistas e os apóstolos puderam pressentir que esse momento não lhes estava longe.
    "O meu reino ainda não é deste mundo."(Jesus)
    "Bem aventurados os mansos porque herdarão a Terra..."(Jesus)
    "Arrependei-vos, porque está próximo o reino dos céus." (João Batista)
    "Nos últimos dias sobrevirão tempos difíceis, pois os homens serão avarentos, egoístas, arrogantes, etc., todavia eles não irão avante" (Paulo à Timóteo)
    Assevera, Allan Kardec "que aqueles que esperarem ver as transformações por efeitos maravilhosos, serão decepcionados", porque esse processo de evolução espiritual do planeta, vai desenrolar-se sem cataclismos, sem traumas físicos, sem abalos ou comoções no orbe. Não haverá guerras exterminadoras, flagelos gravíssimos, epidemias cruéis, grandes desastres ecológicos. A transformação é puramente espiritual e vai desenvolver-se paulatinamente.
    Kardec ensina:
    "Uma mudança tão radical como a que se elabora não pode realizar-se sem comoção: haja luta inevitável entre as ideias.
     É pois da luta das ideias que surgirão os graves acontecimentos anunciados, e não de cataclismos ou catástrofes puramente materiais. Os cataclismos gerais eram a consequência do estado de formação da Terra, hoje não são as entranhas do globo que se agitam, são as humanidades. A geração atual desaparecerá gradualmente, e a nova lhe sucederá do mesmo modo, sem que nada seja mudado na ordem material das coisas."
    Segundo Kardec, o que ocorrerá é uma seleção de Espíritos: Espíritos endurecidos no mal, recalcitrantes no erro, insensíveis ao convite para a renovação moral não mais se reencarnarão no globo, sendo degredados para mundos inferiores. Por outro lado, a Terra estará recebendo Espíritos sensíveis, conscientes da necessidade de se esforçarem na conquista do bem comum. Este processo segundo os benfeitores, deverá concretizar-se durante o terceiro milênio.
    Lembra ainda o Codificador que "A regeneração da humanidade, não exige absolutamente a renovação integral dos Espíritos: basta uma modificação em suas disposições morais. Essa modificação se opera em todos quantos lhe estão predispostos, desde que sejam subtraídos à influência perniciosa do mundo. Assim, nem sempre os que encarnarem serão outros Espíritos; são com frequência os mesmos Espíritos, mas pensando e sentido de outra maneira.
    Uma comparação vulgar ainda melhor fará compreender o que se passa nessa circunstância. Figuremos um regimento composto na sua maioria de homens turbulentos e indisciplinados, os quais ocasionarão nele constantes desordens. Esses homens são os mais fortes, porque mais numerosos do que os outros. Eles se amparam, animam e estimulam pelo exemplo; os poucos bons nenhuma influência exercem; seus conselhos são desprezados; sofrem com a companhia dos outros, que os achincalham e maltratam.
    Suponhamos que esses homens são retirados um a um, dez a dez, cem a cem do regimento e substituídos, mesmo por alguns dos que, já tendo sido expulsos se corrigiram. Ao cabo de algum tempo, existirá o mesmo regimento, mas transformado. A boa ordem terá sucedido à desordem."
___________________________________
QUADRO XIII

Sinais Sugestivos de Transformação da Terra

* Fundação de instituições protetoras, civilizadoras e emancipadoras
* Leis penais impregnadas de sentimentos mais humanos
* Enfraquecimento dos preconceitos
* Supressão de barreiras que separam os povos
* Repulsão às ideias materialistas
___________________________________
QUADRO XIV

Esboço Histórico da Terra

Mundo Primitivo  -->  há 4,5 bilhões de anos  --> Formação da Terra
                          --> há 2 bilhões de anos  -->  Aparecimento da Vida
                          -->  há 200 mil anos  -->  Conquista da Razão

Mundo de Expiação e Provas  -->  ?  -->  Chegada dos Capelinos
                                            --> ano 0  -->  Vinda de Jesus
                                            --> 2000  -->  Início da Fase de Transição

Mundo de Regeneração  -->  3° milênio  -->  Terra Transformada

Apostila Original: Instituto de Difusão Espírita de Juiz de Fora - MG

30.8.18

A TEMPESTADE ACALMADA


    "E entrando Jesus na barca, seus discípulos acompanharam-no, e eis que se levantou no mar tão grande tempestade que as ondas cobriam a barca; mas Jesus dormia. Os discípulos, aproximando-se, acordaram-no dizendo: Salva-nos, Senhor, que perecemos. Ele lhes disse: Por que temeis, homens de pouca fé? Então erguendo-se, repreendeu os ventos e o mar; e fez-se grande bonança. E todos se maravilharam dizendo: Que homem é este, que até o mar os ventos lhe obedecem?"  (Mateus, VIII, 23-27.)

    A autoridade de Jesus é verdadeiramente universal.
    Espírito superior que preside os destinos do nosso planeta, conhece-lhe a natureza, bem como a atmosfera que o circunscreve, assim como os Espíritos que atuam nos elementos; é sabedor, portanto, de que todos os fenômenos sísmicos e atmosféricos são dirigidos por seres inteligentes encarregados das manifestações da Natureza.
    O Mestre, contemplando o temporal que se desencadeara no Mar da Galiléia, deliberou fazê-lo cessar a rogo de seus discípulos, e para que estes não perigassem, ordenou que o mar se acalmasse e os ventos não prosseguissem na sua faina destruidora!
    Está claro que Jesus não se dirigiu ao mar e aos ventos, mas, sim, aos Espíritos que agitavam a atmosfera e encapelavam as águas. O vento e o mar não poderiam compreender, para obedecer às ordens do Mestre.
    Esses fenômenos obedecem sempre a uma causa e Jesus, atuando sobre a causa, fez cessar o efeito!
    Ensina, também, esta passagem, que com a fé em Jesus podemos, se lhe rogarmos, obtermos a calma nas tempestades da vida.
    A Nova Revelação, com seus fatos maravilhosos, vem pôr-nos a par de tantas coisas que a ignorância humana considerava milagres, mas que não são mais que produtos ou resultados da ação de Espíritos que, em redor de nós, trabalham constantemente.

Livro: Parábolas e Ensinos de Jesus - Cairbar Schutel

29.8.18

DUAS FONTES


Questão 460 do Livro dos Espíritos

Podemos dizer que existem duas fontes de pensamentos, que surgem nas mentes dos encarnados e desencarnados. Uma aparece nos horizontes das nossas mentes, outros, nos são sugeridos por Espíritos com os quais nos afinizamos.
Muitas pessoas acham que temos pensamentos contínuos, mas se enganam. Há intervalos entre um pensamento e outro, distâncias essas onde podem aparecer pensamentos que nos são enviados, se misturando com os nossos. Os pensamentos têm, em geral, intervalos, que se apresentam muitas vezes extensos, na capacidade do Espírito - encarnado ou desencarnado - de pensar. É nesses intervalos que notamos a inconsciência da alma, que não sabe o que se passa e o que Espíritos malfeitores agem como inimigos, principalmente quando encontram afinidade de sentimentos.
Quanto mais o Espírito evolui, mais os intervalos de pensamentos diminuem. Pensamento contínuo, somente os altos Espíritos que estão ligados à verdade o têm.
Necessário se faz que tenhamos muito cuidado para conhecermos os pensamentos alheios que chegam a nós. Se, porventura, forem pensamentos superiores, devemos acatá-los e exercitá-los na função do bem e da caridade. Se forem pensamentos negativos, devemos esquecê-los. Isso acontece todos os dias. A própria obsessão não passa dessa arte dos Espíritos inimigos ou brincalhões, que se aproximam dos seres encarnados. Convém estudar com atenção os livros que se referem a esse assunto, para encontrar sempre soluções para desarticular ideias que são sugeridas e que não têm condições de elevar ninguém ao encontro da paz espiritual.
Todos os pensamentos exteriores chegam à mente pela força da semelhança, por atração dos iguais, e é por isso que muitas vezes não se pode distinguir os sugeridos dos próprios, por se estar acostumado a pensar daquela forma. Devemos orar e vigiar neste campo mental a que nos referimos. Todo cuidado é pouco, para não cairmos em novas tentações.
Aqui estamos nos referindo somente às sugestões dos Espíritos desencarnados, muito comum na vida cotidiana, mas existem igualmente as sugestões dos encarnados, que são bastante fortes, principalmente quando se conversa com eles. As idéias passam para outro cérebro pelos canais do verbo, interferindo na própria vida. Deve-se, por isso, ter um bom senso ativo, para selecionar o que se ouve e os gestos daqueles com quem se conversa.
Há, ainda mais, nos meios de comunicações, quais sejam: o rádio, a televisão, jornais e revistas, linhas de conversações que podem ser incorporadas aos pensamentos como influências perigosas. Vivemos em um mundo de sugestões, onde a oração e a vigilância não devem faltar para que possamos ter um amparo e sair ilesos das provocações de todos os dias.
A influência dos Espíritos na mente encarnada é muito maior do que se pensa, assim como existem influências das ideias dos encarnados sobre a mente dos desencarnados, conforme a ligação e a escala a que pertencem, um e outro. Jesus era profundo conhecedor disso, e para tanto nos deixou o Evangelho, nos sugerindo as defesas de que precisamos para a nossa verdadeira paz de coração e de consciência.
Compete a nós outros cuidar de nós mesmos em todas as situações em que nos encontremos, que a ajuda do mais alto não faltará entre os nossos esforços de cada dia. Quem amestrar seus impulsos para a santificação da vida, para a pureza dos pensamentos, certamente que receberá pensamentos exteriores com a mesma dinâmica de entendimento, e passará a ser instrumento da verdade e do amor, na função bendita da caridade.
A natureza não pode isolar as mentes da comunicação de uns para com os outros, pois isso é vida gerando vidas, isso é paz gerando paz, isso é compreensão gerando compreensão, isso é saber gerando sabedoria. O que devemos fazer é cuidar sempre dos ataques do que for mal e nos afinizar sempre com o bem, no sentido de sermos ajudados pela lei dos afins.
Deixemos as fontes gerarem os pensamentos. Se confiamos nos nossos, os outros que irão nos sugerir não podem ser de outra constituição. Vamos pedir a Deus para que possamos pensar e sentir a vida com Jesus, filtrando as ideias que vêm de fora, por sermos nós geradores de louváveis pensamentos de amor.

Livro: Filosofia Espírita – João Nunes Maia – Miramez - Todos os livros Espíritas como este vendidos em nossa loja terão o lucro repassado à Casa Espírita de Oração Amor e Luz.

28.8.18

DESCE ELEVANDO


Reunião Pública de 24-4-59
(Questão 1018 de O Livro dos Espíritos, de Allan Kardec)
  
Desce, elevando aqueles que te comungam a convivência, para que a vida em torno suba igualmente de nível.
Se sabes, não firas o ignorante. Oferece-lhe apoio para que se liberte da sombra.
Se podes, não oprimas o fraco. Ajuda-o, de alguma sorte, a fortalecer-se, para que se faça mais útil.
Se entesourastes a virtude, não humilhes o companheiro que o vício ensandece. Estende-lhe a bênção do amor como adequada medicação.
Se te sentes correto, não censures o irmão transviado em desajustes do espírito. Dá-lhe o braço fraterno para que se renove.
Se ajudas, não flageles quem te recebe a lição. Benefício com açoite é mel em taça candente.
Se ensinas, não recrimines quem te recebe a lição. Benefício com açoite é mel em taça candente.
Auxilia em silêncio para que o teu amparo não se converta em tributo espinhoso na sensibilidade daqueles que te recolhem a dádiva, porque toda caridade a exibir-se no palanque das conveniências do mundo é sempre vaidade, em forma de serpe no coração, e toda modéstia que pede o apreço dos outros, para exprimir-se, é sempre orgulho em forma de lodo nos escaninhos da alma.
Nesse sentido, não te esqueças do Mestre que desceu, até nós, revelando-nos como sublimar a existência.
Anjo entre os anjos, faz-se pobre criança necessitada do arrimo de singelo pastores; sábio entre os sábios, transforma-se em amigo anônimo de pescadores humildes, comungando-lhes a linguagem; instrutor entre os instrutores, detém-se, bondoso, entre enfermos e aflitos, crianças e mendigos abandonados, para abraçar-lhes a luta, e, Juiz dos juízes, não se revolta por sofrer no tumulto da praça o iníquo julgamento do povo que o prefere a Barrabás, para os tormentos imerecidos.
Todavia, por descer, elevando quantos lhe não podiam compreender a refulgência da altura, é que se fez o caminho de nossa ascensão espiritual, a verdade de nosso gradativo aprimoramento e a vida de nossas vidas, a erguer-nos a alma entenebrecida no erro, para a vitória da luz.

Livro “Religião dos Espíritos” –  Francisco C. Xavier – Emmanuel – Todos os livros Espíritas como este vendidos em nossa loja terão o lucro repassado à Casa Espírita de Oração Amor e Luz.

27.8.18

REFLEXÕS SOBRE O LIVRO “LIBERTAÇÃO”


XIV – REFLEXÕS SOBRE O LIVRO “LIBERTAÇÃO” – ANDRÉ LUIZ/CHICO XAVIER

Gúbio, prosseguindo a discorrer sobre o processo da Evolução, considera:
“Educação para a eternidade não se circunscreve à ilustração superficial de que um homem comum se reveste, sentando-se, por alguns anos, num banco de universidade – é obra de paciência nos séculos.”
Realmente, a Evolução do espírito, com a fixação definitiva de valores ético-intelectuais, é trabalho para os séculos, e não realizado apenas sobre a Terra. Não podemos nos iludir com conquistas espirituais aparentemente efetuadas. O espírito há de ser testado de todas as maneiras – assim como, ao ser levado ao cadinho esfogueante, o aço deve sofrer sob o capricho do martelo, que, a pouco e pouco, lhe confere forma e consistência.
Muitas vezes – e muitas vezes –, o espírito reencarna em meio completamente inóspito, a fim de que tenha oportunidade de desenvolver certas qualidades, que, de outra maneira, não desenvolveria.
Muitos espíritos – é bom que se saiba – reencarnam de maneira completamente aleatória, ou seja, “aproveitando” o primeiro corpo ao qual consigam se ajustar – nada, porém, que não seja referendado pela Lei de Causa e Efeito, porque semelhante Lei, sobretudo, é de educação, e o espírito, onde estiver, caso o queira, consegue aprender sempre.
Poucos são os espíritos que podem “escolher” onde reencarnar, como reencarnar e junto a quem reencarnar – não é assim que funciona.
Daí a necessidade de angariarmos méritos, para que tais méritos, quanto possível, nos “advoguem” a causa, mesmo quando estejamos nós outros em estado de inconsciência.
Alguns espíritos, ou muitos, ou centenas, ou milhares, assim que deixam o corpo carnal, permanecem na orbita das mentes encarnadas, volitando na psicosfera do planeta, e, sem que se deem conta, são “atraídos” para um novo corpo em formação – e, não raro, pode ser corpo masculino, ou feminino, descendendo dessa ou daquela raça.
*
Gúbio, continuando a preciosa peroração, acrescenta:
“Para quem anestesiou as faculdades no prazer fugitivo, a separação da carne geralmente constitui acesso a doloroso estágio na incompreensão.”
Na incompreensão de tudo, mas, principalmente, da Vida que continua...
Para milhares de espíritos, o único ponto de referência é, e, durante muito tempo, continuará sendo a Terra.
Gúbio ainda fala do perigo que pode representar viver no Mundo Espiritual sem qualquer respaldo de lucidez e/ou de ordem moral, pois, os que não os possuem, podem cair nas mãos de “loucos perigosos” – quantas crianças e adolescentes caem, na Terra, nas mãos de “loucos perigosos”, que os viciam, corrompem, escravizam, etc?!
“Loucos perigosos, por voluntários, dirigidos por inteligências soberanas, especializadas em dominação, constituem hordas terríveis que, a bem dizer, vigiam as saídas das esferas inferiores em todas as direções.”
E, ante o espanto de André Luiz, elucida:
 “... o Senhor do Universo aperfeiçoa o caráter dos filhos transviados de Sua Casa, usando corações endurecidos, temporariamente, afastados de Sua Obra. Nem sempre o melhor juiz pode ser o homem mais doce.”
*
Reencarnar, portanto, para milhares de espíritos continua sendo quase uma “aventura”, na qual o espírito, com a finalidade de acordar, se arrisca na carne.
Dentro, porém, da situação a que se veja conduzido, o espírito deve procurar fazer o melhor, pois, é com base nesse melhor realizado que, a pouco e pouco, ele logrará a posse de si mesmo – posse que, infelizmente, poucos espíritos já conquistaram.

INÁCIO FERREIRA – Blog Mediunidade na Internet
Uberaba – MG, 27 de agosto de 2018

26.8.18

Pergunta sem resposta


“O sal é certamente bom: caso, porém ele se torne insípido, como restaurar-lhe o sabor?” Lucas 14:34

Referindo-se aos discípulos na condição de “sal da terra”, Jesus, pergunta-se, caso, ele vier a se tornar insípido, “como restaurar-lhe o sabor.”
Interessante que, no Evangelho, esta é uma das poucas indagações formuladas pelo Cristo que ele mesmo não procurou responder – a pergunta ficou sem resposta.
Segundo as anotações de Lucas, no próximo versículo, Ele se limitou a dizer que “nem presta para a terra, nem mesmo para o monturo; lançam no fora. Quem tem ouvidos para ouvir,  ouça.”
A função do sal, conforme sabemos, é dar sabor ao alimento, tornando-o agradável ao paladar.
O discípulo do Evangelho, portanto, por assim dizer, é o tempero espiritual do pão que nutre a Humanidade.
Porém, quando ele se torna insípido, ou seja, ao perder as suas características primordiais, para que servirá? Segundo o Cristo, nem mesmo para o monturo, tornando-se descartável, por absolutamente inócuo!
Precisamos, sim, nos acautelar, porque, se, porventura, em nossa condição de “sal da terra”, viermos a nos tornar insípidos, o nosso futuro será incerto. Provavelmente, teremos que ser “dissociados” ou “desintegrados”: para que, outra vez, possamos ser “restaurados” nos elementos que nos constituem e definem a personalidade.
O tema, reconhecemos, é por demais complexo e profundamente grave para ser analisado em tão poucas palavras, mormente por quem não seja tão versado assim nos textos sagrados.
Outra pergunta, no entanto, se nos destaca no pensamento: de que maneira o “sal” poderia vir a se tornar insípido, em movimento, quase, de involução?
Isto, talvez, venha a nos suceder quando nos permitimos perder contato com a Fonte que nos sustenta a vida – em outras palavras, com Deus em nós mesmos!
A criatura, por vezes, por sua rebeldia ou insensibilidade, pode se distanciar tanto do Criador que, depois, praticamente inviabiliza o seu processo de rearmonização com as Leis que rege o universo.
Não estaria, nestas palavras do senhor, implícita qualquer alusão ao que certos pensadores espiritualistas dizem a respeito da necessidade de “reciclagem psíquica” para os seres que terminam por perder a consciência de si mesmos?

Livro: Bem-Aventurados os Aflitos – Carlos A. Baccelli – Inácio Ferreira

25.8.18

UM PÃO


Um pão dado com amor,
Não é tão somente um pão,
É luz de intenso fulgor
Nas trevas de provação.

Eurícledes Formiga
(Página recebida pelo médium Carlos A. Baccelli, em reunião do Lar Espírita “Pedro e Paulo”, na manhã do dia 17 de agosto de 2018, em Uberaba – MG).

24.8.18

A Pece...


Prece sentimento que ampara, consola e prepara.
Acharás sempre consolo, amparo e serenidade quando te entregares com amor, sentindo a presença amorosa do Senhor.
Nos momentos que te achares frágil e perdido, será o momento que conseguirás chegar até o Pai, com tuas preces, pedindo a permissão de compartilhar a Tua paz.
Toda serenidade, toda paz só será possível quando souberes a tua necessidade em tua vida.
Vigiem mais, orem mais e conhecerás realmente a felicidade, saberás que é chegada a hora de preparar-te para novas missões e também saberás e entenderás o porque deste chamado.
O Senhor confia e espera que todos façam de boa vontade.
A prece será a Luz deste caminho.
Dedica-te, não esqueça o quanto és esperado.

Mensagem recebida pelo Grupo de Estudos de Psicografia da Fraternidade Francisco de Assis.

23.8.18

A MÚSICA


A música é a voz dos céus profundos.
Tudo no espaço traduz-se em vibrações harmônicas, e certas categorias de espíritos não se comunicam entre si senão através de ondas sonoras.
A sinfonia e a melodia não são na Terra senão ecos enfraquecidos e deformados dos concertos celestes.
Nossos mais perfeitos instrumentos possuem sempre alguma coisa de mecânico e de duro, enquanto que os processos de emissão do espaço produzem sons de infinita delicadeza.
É por isso que em todos os graus da escala dos mundos e da hierarquia dos espíritos a música ocupa lugar considerável nas manifestações do culto que as almas prestam a Deus.
Nas esferas superiores, ela se torna uma das formas habituais da vida do ser, que se sente mergulhado nas ondas de harmonia de intensidade e suavidade inexprimíveis.
Quando das grandes festas no espaço, dizem-nos nossos guias espirituais, quando as almas se unem aos milhões para prestarem homenagem ao Criador, na irradiação de sua fé e de seu amor, delas escapam eflúvios, radiações luminosas que se colorem de várias tonalidades e se transformam em vibrações melodiosas.
As cores transformam-se em sons, e dessa comunhão dos fluidos, dos pensamentos e dos sentimentos desprende-se uma sinfonia sublime, à qual respondem os longínquos acordes vindos das esferas, dos inúmeros astros que povoam a imensidão.
Então, do alto descem outros acordes, ainda mais possantes, e um hino universal faz estremecerem céus e terras.
À percepção desses acordes o espírito se dilata e se regozija; ele se sente viver na comunhão divina e entra num encantamento que chega ao êxtase.

Do livro "O Espiritismo na Arte" de Léon Denis 

22.8.18

INFLUÊNCIA OCULTA


Questão 459 do Livro dos Espíritos

Os Espíritos têm grande influência na vida dos encarnados. Eles os influenciam bem mais do que se pensa. Estamos constantemente sob a influência dos Espíritos desencarnados, e se bem analisarmos, notaremos que estamos também sob grande influência dos nossos companheiros encarnados, em todos os lados em que nos movimentamos. Quando crianças, há a influência dos pais, dos parentes; quando crescidos, a influência dos companheiros e dos mestres; quando trabalhadores, a influência dos superiores e, sobretudo, a influência das leis do país em que vivemos. Nunca poderemos nos desligar totalmente das influências que nos ajudam a caminhar. Estamos sempre sob a influência, principalmente, do Cristo, e nisto devemos ter grande honra.
O médium espírita consciente dessas influências passa a perceber com mais intensidade pelas suas sensibilidades, a presença do mundo espiritual a guiá-lo, e entre ele e os seus guias espirituais estabelece-se uma corrente permanente de comunicações, de maneira que as ideias se fundem, prevalecendo as do ser superior. É bom que o instrumento terreno se prepare por todos os meios, para que possa ajudar o mundo espiritual a difundir as verdades eternas. O Evangelho, neste fim de século, haverá de ser conhecido em Espírito e verdade por todas as criaturas. É o Cristo voltando para a humanidade em outros moldes, na feição divinamente solar.
Os seres humanos ainda são ignorantes no que tange ao Espírito. Pode-se dizer que nada sabem, pois ignoram até o próprio corpo que usam como instrumento de evolução. A Doutrina Espírita é uma força da Luz, que tem a missão de influenciar a humanidade, em um grande empenho para que os povos possam modificar suas estruturas íntimas, desde o gesto mecânico até às batidas rítmicas do coração, desde a vida celular ao conjunto orgânico. Mudando-se o modo de viver e a posição mental, tudo em torno começará a mudar, e se o universo é harmonia, somente vivemos bem sintonizados com ele, porque Deus é harmonia.
Em cada passo que damos, estamos acompanhados por numerosos Espíritos que nos ajudam, observando o que fazemos ou atrapalhando nossas ideias. A escola é completa; não falta o de que precisamos, entrementes, se trabalharmos no campo interno, semeando o bem, o amor e a fraternidade, certamente que o mal em torno de nós desaparecerá, por não ser atraído pelos nossos pensamentos. Assim morrerão as paixões inferiores e, com elas, o orgulho e o egoísmo.
Convém anotar que nós vivemos sob a influência que pedimos pela oração, dos sentimentos, e Deus, sendo todo bondade e amor, nos concede o que buscamos, pois somente desta maneira nos educamos. As influências ocultas são mais intensas do que imaginamos, repetimos, e é sob essa influência que iluminamos nossos corações para sempre. Isso é o amor do Criador para toda a criação. Não estamos separados de nada no mundo; tudo se encontra interligado, desde o átomo até os mundos que circulam no infinito e, ainda mais, temos Deus palpitando dentro de tudo, com a Sua mensagem viva de amor. Se queremos sentir essa presença espiritual dentro do coração, passemos a amar também, como Jesus nos ensinou, que veremos raiar no mundo interno a alegria pura, provinda da fraternidade que nos atinge, através dos raios de luz do coração de Deus.

Livro: Filosofia Espírita – João Nunes Maia – Miramez - Todos os livros Espíritas como este vendidos em nossa loja terão o lucro repassado à Casa Espírita de Oração Amor e Luz.

21.8.18

CORRIGIR


Reunião pública de 16-3-59
      Questão nº 822

Toda corrigenda, antes que se exprima em palavras, há de vazar-se em amor para que a vida se eleve.
Senão vejamos, em comezinhos incidentes da natureza.
Não amaldiçoarás a gleba que o deserto alcançou, mas oferecer-lhe-ás a graça da fonte para que retorne aos talentos da produção.
Não condenarás o pântano em que a lama se acumulou, provocando a inutilidade, mas drenar-lhe-ás o leito de lodo, a fim de que se restaure em leira fecunda.
Não reprovarás simplesmente a veste que os detritos desfiguram, mas mergulhá-las-ás na água pura, recompondo-lhe a forma para a bênção da serventia.
Não martelarás indiscriminadamente a máquina, cuja engrenagem se nega à função devida, e sim lhe examinarás, com atenção, os implementos defeituosos, de modo a recuperá-la para o justo exercício.
Não derrubarás a plantação nascente que a praga invadiu, mas mobilizarás carinho e cuidado para libertá-la do elemento destruidor, propiciando recurso preciso ao refazimento.
Não aniquilarás certa província corpórea, porque se mostre enfermiça, mas fornecer-lhe-ás adequado remédio, normalizando-lhe os movimentos.
Repreensão sem paciência e esperança, ainda mesmo quando se fundamente em razões respeitáveis, é semelhante ao punhal de ouro fulgurando rara beleza, mas carreando consigo a visitação da morte.
Corrigir é ensinar e ensinar será repetir a lição, com bondade e entendimento, tantas vezes quantas se fizerem necessárias.
Unge-te, pois, de compaixão, se desejas retificar e servir.
Lembra-te de que o próprio Cristo, embora portador de sublimes revelações no tope do monte, antes de ministrar a Verdade à mente dos ouvintes sequiosos de luz, ao reparar-lhes a fome do corpo, deu-lhes, compassivo, um pedaço de pão.

Livro “Religião dos Espíritos” –  Francisco C. Xavier – Emmanuel – Todos os livros Espíritas como este vendidos em nossa loja terão o lucro repassado à Casa Espírita de Oração Amor e Luz.

20.8.18

XIII – REFLEXÕES SOBRE O LIVRO “LIBERTAÇÃO”, DE ANDRÉ LUIZ/CHICO XAVIER


Gúbio, codinome de alto Instrutor da Vida Espiritual, ainda esclarece:
“Nossa mente é uma entidade colocada entre forças inferiores e superiores, com objetivos de aperfeiçoamento.
(...) O espírito encarnado sofre a influenciação inferior, através das regiões em que se situam o sexo e o estômago e recebe os estímulos superiores, ainda mesmo procedentes de almas não sublimadas, através do coração e do cérebro”.
Notemos que o ser encarnado, quanto o desencarnado, que ainda não alcançou patamares evolutivos mais altos, vive, no presente, entre o passado e o futuro – o hoje vive entre o ontem e o amanhã.
Através dos “chakras”, ou “centros de força”, considerados inferiores, o Básico e o Esplênico, e os superiores, o Coronário, o Frontal e o Cardíaco, o homem, ou seja, o espírito se divide entre apelos que o “puxam para baixo”, e outros que o “puxam para cima”...
Imaginemos uma árvore que, pela sua raiz fincada no solo, recebe influencias do centro da Terra, e pela sua copa, lançada às alturas, recebe influencias do Cosmos – do magma que é sinônimo de morte, e da claridade solar que se traduz em vida.
*
Afirma Gúbio, estendendo o seu raciocínio:
“Quando a criatura busca manejar a própria vontade, escolhe a companhia que prefere e lança-se no caminho que deseja.”
Eis a questão do livre arbítrio, que vai se acentuando quanto mais o espírito cresce, para, depois, anular-se completamente, com a sua vontade se submetendo à Vontade do Criador.
Jesus ensinava: “Não busco a minha vontade, mas a Vontade do Pai que me enviou”.
Sob a ação do Determinismo, acatado inconscientemente, o ser evolui, adquire o livre arbítrio, que vai se desenvolvendo, para, posteriormente, voltar a ser Determinismo, mas com lucidez.
*
Anotamos, assim, que, no uso de seu livre arbítrio, o ser pode levar indefinido tempo no processo de sua maturação psíquica. Metaforicamente, ele pode ficar vagando entre os seus “chakras” inferiores e superiores, por vezes, estacionando por séculos no “Laríngeo”, quando o homem costuma ser mais “garganta”, ou seja, mais palavra que ação – ou se refestelando no “Solar”, como alguém que vai a praia apenas para expor-se ao Sol, e não para refletir na transcendência do mar.
*
Gúbio, continuando a ponderar, elucida com sabedoria:
“Atitudes mentais enraizadas não se modificam facilmente”.
Para que elas se modifiquem, ou comecem a se modificar, muitas vezes, necessitam do concurso da dor...
Assim como a paisagem terrestre, que não se modifica sem que sofra a ação de fortes “sacudidas”, o espírito para se transformar carece de experimentar “terremotos” em seu mundo íntimo, no soterramento de seus egos...
É quando, então, o sofrimento surge para cumprir com a sua parte no processo da Criação Divina – somente o sofrimento pode “desalojar” o espírito do comodismo em que ele estaciona, com os seus equívocos e ilusões.

INÁCIO FERREIRA – Blog Mediunidade na Internet
Uberaba – MG, 20 de agosto de 2018.

19.8.18

A menos que atinja o seu objetivo, você será mandado de volta


Na morte, você não morre. Simplesmente a energia que foi dada a você por meio do corpo e da mente é liberada e volta para o mundo. Você volta para casa.
Se não morrer do jeito certo, você nascerá novamente. Agora deixe-me explicar isso a você. Se não morrer do jeito certo, se não chegar ao orgasmo pleno que é a morte, você nascerá outra vez porque não aproveitou e precisa de outra oportunidade.
A existência tem muita paciência com você. Ela sempre lhe dá outras oportunidades. Ela tem compaixão. Se você não aproveitou esta vida, a existência lhe dará outra. Se fracassou desta vez, você será mandado de volta para este mundo para uma outra rodada.
A menos que atinja o seu objetivo, você será mandado de volta muitas e muitas vezes. Esse é o significado da teoria do renascimento.
O Deus cristão é um tanto miserável: ele só conhece uma vida. Isso gera muita tensão. Só uma vida? Não há tempo nem para errar nem para se extraviar. Isso causa uma profunda tensão. No Oriente, nós criamos o conceito de um Deus mais compassivo, que continua nos concedendo oportunidades. Você não aproveitou esta vida? Então tome outra!
E, num certo sentido, isso é muito sensato. Não existe nenhum Deus personificado como esse que dê vida a você. Na verdade, é você quem faz isso.
Você já observou às vezes? À noite você vai dormir. Só observe. Quando cair no sono, quando estiver adormecendo, simplesmente observe o seu último pensamento, o seu último desejo e o último fragmento da sua mente. Então, pela manhã quando acordar, não abra os olhos; mais uma vez observe. O último fragmento será o primeiro.
Se você pensar em dinheiro quando estiver caindo no sono, exatamente o mesmo pensamento lhe ocorrerá pela manhã. Você estará pensando em dinheiro novamente - porque esse pensamento continuará na sua mente e esperará por você para voltar.
Se estiver pensando em sexo, pela manhã você também estará pensando em sexo. Seja o que for... Se estiver pensando em Deus e rezar e esse for o seu último pensamento à noite, a primeira coisa que você perceberá pela manhã é uma prece brotando dentro de você.
O último pensamento à noite é o primeiro pensamento pela manhã. O último pensamento desta vida será o primeiro pensamento da seguinte. O último pensamento quando você estiver morrendo se tornará a primeira semente da sua próxima vida.
Mas, quando um Buda morre, um homem que tenha chegado lá, ele simplesmente morre sem nenhum pensamento.
Ele sente o orgasmo. Ele está tão preenchido, tão plenamente preenchido que não há necessidade de voltar. Ele desaparece no cosmo. Não há necessidade de incorporar novamente.

Osho, em "O Livro do Viver e do Morrer: Celebre a Vida e Também a Morte

18.8.18

Deus Espera


Segue no teu caminho com coragem,
Sem desistir da mística porfia,
Procurando manter a alegria,
No mundo em que te encontras de passagem...

Em breve, hás de concluir viagem,
Deixando atrás a noite que te expia,
Sendo feliz, ao Sol de um novo dia,
Ante a brisa do campo em doce aragem...

Abraça a tua cruz e continua,
Plantando o Bem por sobre a gleba nua
Das almas que se vão distanciando...

Se longa te parece a humana espera,
Não te esqueças de Deus e persevera,
Que Deus também prossegue te esperando!...

Auta de Souza – Blog Espiritismo em prosa e verso
(Página recebida pelo médium Carlos A. Baccelli, em reunião pública do Lar Espírita “Pedro e Paulo”, na manhã de sábado do dia 11 de agosto de 2018, em Uberaba – MG).

17.8.18

CONTRADIÇÃO


Reunião pública de 29-6-59
Questão nº 770

Muitos companheiros, a pretexto de se guardarem contra o mal, evitam contatos com esse ou aquele circulo de serviço, caindo frequentemente em males de maior monta.
E para isso, quase sempre, recorrem a negativas de vária espécie.
Dizem-se pecadores, mas fogem deliberadamente ao ensejo que lhes propicia a aquisição de virtude.
Afirmam-se devedores, quando, nesse aspecto lhes cabe maior diligência na solução dos compromissos de que se oneram.
Declaram-se inúteis, ausentando-se dos quadros de trabalho em que poderiam mostrar os préstimos de que são mensageiros.
Asseveram-se imperfeitos, desertando da luta capaz de conferir-lhes mais amplo burilamento.
Escrevem longas confissões de remorso, sem ânimo de gastar ligeiros minutos na reparação dos erros em que se anunciam incursos.
Proclamam-se cansados, esquecendo-se de que, assim, exigem mais dura cooperação dos semelhantes, em diversas ocasiões, muito mais fatigados do que eles mesmos.
Intitulam-se doentes, reclamando o sacrifício dos outros.
Inculcam-se por vítimas do desencanto, veiculando o pessimismo com que esmagam as esperanças alheias.
Categorizam-se por neurastênicos angustiados, sem compaixão para com aqueles que lhes suportam a bile.
Acreditam-se perseguidos por Espíritos inferiores, sem jamais ofertar-lhes qualquer recurso de amor à renovação.
Lamentam-se. Colecionam queixumes. Exageram sintomas. Escusam-se e choram.
Ante a educação que ilumina e a caridade que levanta, imaginam-se ignorantes e fracos. Malogrados e infelizes, muitas vezes mentalizando infortúnio e frustração, tédio e suicídio.
Transitam aqui e ali, entre a desconfiança e o desânimo, sentindo-se habitualmente desamparados e incompreendidos, destacando-se, onde surjam, à maneira de sensitivas ambulantes, temendo ciladas e tentações.
E encerram-se, por fim, na reclusão de si mesmos como se, insulados e inertes, estivessem conquistando altura moral. Contudo, nada mais conseguem que a fuga do dever a cumprir, porque, se, em verdade, procuram a apetecida libertação do mal, é imprescindível entendam que a melhor maneira de extinguir-se o mal será fazermos para com todos e  em toda parte a maior soma de bem.

Livro “Religião dos Espíritos” –  Francisco C. Xavier – Emmanuel – Todos os livros Espíritas como este vendidos em nossa loja terão o lucro repassado à Casa Espírita de Oração Amor e Luz.

16.8.18

A Imitação do Evangelho - O Evangelho Segundo o Espiritismo


    Um novo livro acaba de aparecer; é uma luz mais brilhante que vem clarear o vosso caminho. Há dezoito séculos eu vim por ordem de meu Pai, trazer a palavra de Deus aos homens de vontade. Esta palavra foi esquecida pela maioria, e a incredulidade, o materialismo, vieram abafar o bom grão que eu tinha depositado sobre vossa Terra. Hoje, por ordem do Eterno, os bons Espíritos, seus mensageiros, vêm sobre todos os pontos do globo fazer ouvir a trombeta retumbante. Escutai suas vozes; são aquelas destinadas a vos mostrar o caminho que conduz aos pés do Pai celeste. Sede dóceis aos seus ensinos; os tempos preditos são chegados; todas as profecias serão cumpridas.
    Pelos frutos se reconhece a árvore. Vede quais são os frutos do Espiritismo: casais, onde a discórdia havia substituído a harmonia, viu-se retornar à paz e à felicidade; os homens que sucumbiam sob o peso das aflições, despertados aos assentos melodiosos das vozes de além-túmulo, compreenderam que caminhavam em falso caminho, e, ruborizados de suas fraquezas, arrependeram-se, e pediram ao senhor a força de suportar suas provas.
    Provas e expiações, eis a condição do homem sobre a Terra. Expiação do passado, provas para fortalecê-los contra a tentação, para desenvolver o Espírito pela atividade da luta, habituá-lo a dominar a matéria, e prepará-lo para os gozos puros que o esperam no mundo dos Espíritos.
    Há várias moradas na casa de meu Pai, eu lhes disse há dezoito séculos. Estas palavras, o Espiritismo veio fazer compreendê-las. E vós, meus bem-amados, trabalhadores que suportais o ardor do dia, que credes ter a vos lamentar da injustiça da sorte, bendizei vossos sofrimentos; agradecei a Deus que vos dá os meios de quitar as dívidas do passado; orai, não dos lábios, mas do vosso coração melhorado, para vir tomar, na casa de meu Pai, a melhor morada; porque os grandes serão rebaixados, mas, vós o sabeis, os pequenos e os humildes serão elevados.

O Espírito de Verdade
A propósito do lançamento do livro A Imitação do Evangelho, que veio a chamar-se posteriormente O Evangelho Segundo o Espiritismo (Boudeaux, maio de 1864; grupo de Saint-Jean. - Médium, Sr. Rul) - Mensagem publicada na Revista Espírita de Allan Kardec no mês de Dezembro de 1864. 

15.8.18

A HORA DO ESPÍRITO

    "Sem dúvidas, o Espiritismo abre à Arte um campo inteiramente novo, imenso e ainda inexplorado. Quando o artista houver de reproduzir com convicção o mundo espírita, haurirá nessa fonte as mais sublimes inspirações e seu nome viverá nos séculos vindouros, porque as preocupações de ordem material e efêmeras da vida presente, sobreporá o estado da vida futura e eterna da alma. Assim como a Arte Cristã sucedeu a Arte Pagã, transformando-a, a Arte Espírita será o complemento e a transformação da Arte Cristã..."
Allan Kardec

    Pois bem queridos, esse é o momento do Espírito. É chegada à hora do mundo espiritual se colocar de forma clara e transparente. Todos os meios de comunicação estão sendo utilizados: Radio, TV, Teatro, Cinema. Estamos todos em prol do trabalho de Jesus.
Junte-se a nós,
GUARACIARA MAIA E LIRIAM VIEIRA

14.8.18

CONCEITO E INDULGÊNCIA


Questão 458 do Livro dos Espíritos

Os Espíritos levianos, quando cercam os encarnados, observando seus pensamentos, quando inferiores, riam e fazem histórias. O deboche é o ambiente natural deles, sempre comparando o que os homens falam, com o que fazem e pensam, principalmente quando aqueles estão a dar conselhos aos outros. A vida de um instrutor ou conselheiro deve, portanto, ser reta ou, pelo menos, estar em esforço constante para viver o que fala ou escreve.
Os Espíritos sérios, ao se acercarem dos homens, nos momentos de fraquezas nos seus caminhos, se apiedam das suas mal alinhadas atitudes, e passam a inspirá-los com pensamentos sérios e benfeitores. Não julgam qualquer pessoa, por terem passado por essas fases também. Eles se lembram de que as fraquezas são sintomas de todos os princípios da vida espiritual.
Quando estamos a sós, onde quer que seja, não pensemos que verdadeiramente nos encontramos sem testemunhas. Os Espíritos estão nos cercando, principalmente os inferiores, que não têm o que fazer, ao passo que os Espíritos sérios ocupam-se sempre com coisas sérias, e suas tarefas são cumpridas nas horas que o Senhor lhes deu para realizar.
Há classes de Espíritos que passam o dia inteiro a anotar os malfeitos dos outros e se esquecem de que não estão fazendo outra coisa, senão o que vêem nos seus companheiros de inferioridade. Quando desejamos desmoralizar alguém, estamos fazendo o mesmo que esse alguém. Convida-nos a consciência em Cristo a cuidarmos de nós mesmos, meditarmos sobre o que deveremos fazer e construirmos nosso próprio mundo interno. Desta forma, não sobrará tempo para analisarmos a vida alheia.
Quando os Espíritos inferiores brincam conosco das nossas inferioridades, é por encontrarem nas nossas ideias paixões compatíveis com as deles. Nós assimilamos seus pensamentos, e eles os nossos. É, pois, uma verdadeira simbiose, um desastre moral para as duas partes. Somente Jesus nos faz libertar dessas inconveniências, se observarmos Seus ensinamentos, passando a praticá-los na decência do Seu ambiente de luz.
Os Espíritos levianos estão sempre cercando os mentirosos, os egoístas, os igualmente levianos encarnados. Observemos a nossa vida e vejamos as companhias que temos, as testemunhas espirituais que nos cercam. Se alimentamos o orgulho, certamente que a lei nos dará ambiente propício para Espíritos desencarnados orgulhosos, e somente sairemos de suas faixas quando a humildade dominar nossos caminhos e o amor dominar a humildade. Devemos observar nossos pensamentos em todas as horas e saberemos qual a fonte que os está gerando.
Os Espíritos levianos estão à solta, sem ocupação séria, à cata de leviandade. Se não queremos essas companhias, busquemos Jesus operante, e com Ele não paremos de operar no bem comum e no trabalho da caridade que nos salvará dessas companhias inconvenientes.
Quando constatar que se encontra cercada de Espíritos levianos, a criatura não deve pretender expulsá-los com violência, sem a devida reforma nas suas atitudes, porque, se não mudar de faixa vibratória, mandará embora um e atrairá sete ou mais para a sua companhia. Necessário se faz que promova mudança de pensamentos, para que possa atrair Espíritos dos mesmos pensamentos, com ideias renovadas no bem comum.

Livro: Filosofia Espírita – João Nunes Maia – Miramez - Todos os livros Espíritas como este vendidos em nossa loja terão o lucro repassado à Casa Espírita de Oração Amor e Luz.

13.8.18

XII – REFLEXÕES SOBRE O LIVRO “LIBERTAÇÃO” – ANDRÉ LUIZ/CHICO XAVIER


A explanação de Gúbio, no segundo capítulo de “Libertação”, é repleta de informações as mais significativas.
Agora, daremos destaque ao poder da vontade, inclusive, sobre o mundo microscópico, ou seja, sobre o organismo físico, que abriga milhões de células, que não passam de seres sob o comando de quem o enverga.
Esclarece o Instrutor:
“Dirija um homem a sua vontade para a ideia de doença e a moléstia lhe responderá ao apelo, com todas as características dos moldes estruturados pelo pensamento enfermiço, porque a sugestão mental positiva determina a sintonia e receptividade da região orgânica, em conexão com o impulso havido, e as entidades microbianas, que vivem e se reproduzem no campo mental dos milhões de pessoas que as entretêm, acorrerão em massa, absorvidas pelas células que as atraem, em obediência às ordens interiores, reiteradamente idealizada”.
Notemos que a questão da “obsessão” é muito mais complexa do que, habitualmente, se imagina. A auto-obsessão quando o homem pensa sistematicamente em doença costuma ser avassaladora para a saúde. Notemos que até as células estão sujeitas a serem “vampirizadas” por “entidades microbianas”... Não apenas os seres inteligentes podem ser obsidiados pelos seres inteligentes, estando ou não no corpo físico. Segundo Gúbio: “Existem princípios, forças e leis no universo minúsculo, tanto quanto no universo macroscópico”.
Percebamos, assim, a importância do otimismo, do pensamento buscando sintonia com as ideias elevadas. O homem, igualmente, pode cometer suicídio indireto, acalentando emoções enfermiças, porque, então, fazendo cair a sua resistência, permite que o seu organismo físico seja invadido por seres microscópicos que lhe comprometem a integridade.
Adiante, acrescenta o Instrutor:
“... o doente que se compraz na aceitação e no elogio da própria decadência acaba na posição de excelente incubador de bactérias e sintomas mórbidos, enquanto que o espírito em reajustamento, quando reage, valoroso, contra o mal, ainda mesmo que benéfico e merecido, encontra imensos recursos de concentrar-se no bem, integrando-se na corrente da vida vitoriosa”.
*
O paralelo traçado por Gúbio é interessantíssimo e revelador, e continua valendo mesmo para o espírito desencarnado, de vez que também nós, os considerados mortos, ainda trajamos uma veste constituída por seres que prosseguem evoluindo em nosso próprio corpo espiritual – para tais seres, cada um de nós outros representa o “criador”, ou o “deus”, em cujo seio, no dizer de Paulo, o Apóstolo (“Atos”, 17:28), eles vivem, existem e se movem, estando a caminho da “individualização” e da “consciência”, assim como, há milênios, logramos alcançar a racionalidade.
*
Notemos, ainda, que a questão da “coexistência”, em todos os Planos de Vida, é Lei – a “coexistência” entre luz e sombra, de vez que a sombra, impulsionando a luz a ser mais luz, ela mesma termina por se transfigurar em luz.
A sombra, portanto, não passa de luz temporariamente eclipsada, pois que, na Criação Divina, tudo é luz.
A noite incentiva os dias a serem mais longos...
O mal induz o bem a ser o Bem em plenitude...

INÁCIO FERREIRA – Blog Mediunidade na Internet
Uberaba – MG, 13 de agosto de 2018.

12.8.18

Existência da magia negra

    O assunto Magia Negra ainda não foi convenientemente estudado pelos praticantes do Espiritismo. Há espíritas que não acreditam na possibilidade da existência dos conjuros, ou trabalhos feitos, como é conhecida a Magia Negra. Mas, um estudo cuidadoso da teoria de O Livro dos Espíritos, e de algumas citações feitas por Allan Kardec na Revista Espírita, mostra que essas manobras mediúnicas, com a finalidade de prejudicar o próximo, são perfeitamente possíveis.
    A Magia Negra, macumba ou conjuro, ainda é um tema que desperta curiosidade. Mas, será que a macumba existe mesmo? Ou a crença na sua existência seria produto da ignorância ou superstição? Estas perguntas vem sendo feitas com frequência por quem participa dos trabalhos práticos de Espiritismo, sem que se possa encontrar respostas convincentes. Há pessoas que simplesmente não acreditam. Outras, dizem que a prática do bem poderia livrar-lhes destes malefícios.
    Destacamos a seguir, um trecho da pergunta 549 de 0 Livro dos Espíritos, para demonstrar que ali está a definição óbvia do que é a macumba. Acreditamos que essa questão, se examinada à luz da razão e da experimentação, poderá ser resolvida de maneira lógica.
    O raciocínio e a experiência têm nos fornecido elementos seguros para afirmarmos que a Magia Negra é um tipo de obsessão grave e que merece a atenção de todo trabalhador espírita sincero.
    Questão 549 - Há alguma coisa de verdadeiro nos pactos com os maus Espíritos?
    Resposta - Não, não há pactos, mas uma natureza má simpatiza com Espíritos maus. Por exemplo: queres atormentar o teu vizinho e não sabes como fazê-lo; chamas então os Espíritos inferiores que, como tu, só querem o mal; e para te ajudar querem também que os sirva com seus maus desígnios. Mas disso não se segue que o teu vizinho não possa se livrar deles, por uma conjuração contrária ou pela sua própria vontade. Aquele que deseja cometer uma ação má, pelo simples fato de o querer chama em seu auxílio os maus Espíritos, ficando obrigado a servi-los como eles o auxiliam, pois eles também necessitam dele para o mal que desejam fazer. É somente nisso que constitui o pacto.
    No trecho citado, o Espírito de Verdade demonstra de maneira muito clara que é possível uma criatura evocar maus Espíritos para ajudá-la a causar mal a uma outra pessoa. A resposta esclarece ainda, que este ato pode ser realizado por uma sequência de procedimentos conhecidos como conjuração*.
    Vai mais longe dizendo que a pessoa atingida pelo malefício, poderá se livrar dele, por uma vontade poderosa ou por uma conjuração contrária àquela que foi usada para fazê-lo. Um desconjuro, que nos terreiros de Umbanda se chama: desmanche.
    Na questão 551, pergunta-se ao Espírito de Verdade, se alguém poderia fazer mal ao seu próximo, com auxílio de um Espírito mau que lhe fosse devotado. A resposta do Consolador é taxativa: Não, Deus não o permitiria. Aparentemente parece encerrar a questão. Entretanto, continuando o estudo vemos que ainda temos muito a aprender.
    Recordando as bases nas quais se assentam os argumentos a favor da Doutrina, lembramos da conhecida citação de Moisés, em que ele proibia o contato com os mortos.
    Vozes sábias afirmaram que o legislador hebreu somente proibiria algo que fosse possível acontecer; depondo assim a favor da comunicabilidade dos Espíritos.
    As palavras do Consolador em relação à possibilidade de alguém valer-se de um Espírito inferior para fazer mal ao seu próximo é uma situação semelhante. Deus só não permitiria, uma coisa que fosse possível acontecer, o que por si mesmo, testifica a possibilidade da ocorrência do fenômeno obsessivo.
    Continuemos: quando o Espírito de Verdade responde que Deus não o permitiria, parece se contradizer, pois há duas questões atrás, na 549, Ele disse que o conjuro é possível, e até demonstra como é que uma vítima pode se livrar dele. Aqui, na 551 diz que Deus não o permitiria.
    Ora; se Deus não o permitiria não haveria necessidade, nem razão, para Ele (O Espírito de Verdade), explicar lá atrás, as formas de libertação do conjuro. Seria perda de tempo e o Espírito Consolador não veio a isso.
    Certamente tem alguma coisa a mais no ensinamento que passou despercebida. Procuremos!
    Examinando os textos das perguntas seguintes, vamos encontrar a resposta a nossas dúvidas. Na questão 557, a Verdade explica: "Deus não ouve uma maldição injusta".
    Isso quer dizer que permite uma maldição justa, ou seja, quando o indivíduo de alguma forma, ou por alguma razão, mereça aquele mal.
    No final do mesmo texto o Espírito de Verdade deixa ainda mais claro: "A Providência e a justiça Divina não ferem alguém que foi amaldiçoado, se a pessoa não for má". E elucida ainda: "... a proteção Divina, não cobre aqueles que não o mereçam".
    Vejamos a questão 557 na íntegra:
    Pergunta: A bênção e a maldição podem atrair o bem e o mal para aqueles a quem são lançadas?
    Resposta - Deus não ouve uma maldição injusta, e aquele que a pronuncia é culpável aos seus olhos. Como temos as tendências opostas do bem e do mal, pode nestes casos haver uma influência momentânea, mesmo sobre a matéria; mas essa influência nunca se verifica sem a permissão de Deus, como acréscimo de provas para aquele que a sofre.
    De resto, mais frequentemente se maldizem os maus e bendizem os bons. A bênção e a maldição não podem jamais desviar a Providência da senda da justiça: esta não fere o amaldiçoado se ele não for mau, e sua proteção não cobre aquele que não a mereça.
    Entende-se, pois, que o Espírito de Verdade não entrou em contradição, como se poderia pensar a princípio. O Livro dos Espíritos é que precisa ser estudado com mais atenção. Não se pode entender uma questão analisando-a fora do contexto geral do qual faz parte.
    A macumba ou conjuração é possível sim. Deus, porém, não permite que este tipo de maldição caia sobre alguém que não a mereça. Eis a verdade!
    O que é a Magia? Nós espíritas sabemos que a magia, no sentido literal da palavra, não existe. Segundo Allan Kardec, todos os fenômenos espirituais têm uma explicação lógica. Mais uma vez, a Verdade nos traz luz na questão 552 de O Livro dos Espíritos. Faz compreendermos que: "...algumas pessoas têm um poder magnético muito grande, do qual podem fazer mau uso, se seu próprio Espírito for mau. Nestes casos, poderão ser secundadas por maus Espíritos".
    Mostra ainda, que não se trata de magia sobrenatural, mas de efeitos decorrentes das leis naturais, mal observadas e compreendidas.
    Aliando o conteúdo desta questão àquela primeira, a 549, temos a figura inegável do feitiço e do feiticeiro.
    Exercitemos a razão: o que é o mal? Sabemos que é uma fase transitória do bem! Existe o bem e o mal?     Não, só existe o bem!
    Os Espíritos, quando em suas fases primárias da evolução, passam pelo caminho da ignorância, constituindo temporariamente o mal. É tudo uma questão de posicionamento de ideias. Quando na ignorância, o Espírito obra o mal; quando no entendimento, o bem. As leis que regem as ações, tanto numa área como na outra, são as mesmas. Isto equivale dizer que, pelo menos teoricamente, tudo o que magneticamente se pode fazer no campo do bem, pode-se também fazer no campo do mal.
    Num processo inverso ao que utilizamos nos centros espíritas, pessoas de mentalidade doentia, cheias de maus pensamentos, dotadas de grande poder magnético, com más intenções, secundadas por maus Espíritos, podem arremessar cargas fluídicas negativas sobre aqueles a quem querem prejudicar.
    A mediunidade é uma faculdade, um instrumento, que pode ser usado de forma certa ou errada, assim como tantos outros, onde as obras dependem do pensamento de quem as maneja. A natureza do mundo astral é una. Suas leis são únicas e servem tanto para reger a movimentação de fluidos e vibrações positivas como negativas. Entre os fluidos bons e maus, só existe uma diferença: a natureza das vibrações que o impregnam, alterando a disposição de suas moléculas primitivas. Usando uma grosseira imagem: é como água limpa e água suja. Tudo o que se pode fazer com uma, pode-se fazer com a outra.
    Onde, pois, o impedimento? Não vemos nenhum; ou seja, quase nenhum! O único impedimento possível está nos aspectos morais que regem a vida, pois são eles que determinam a afinidade e o merecimento - citados anteriormente - que facilitarão ou dificultarão a recepção das vibrações e fluidos deletérios.
    É evidente que a ação da ignorância e a movimentação do mal é limitada e controlada pelo Bem, a única realidade.
    Mas, a ignorância encontra largo acesso em nós, por causa do atraso evolutivo em que ainda nos posicionamos, pelas próprias disposições cármicas, e pelo próprio comportamento atual em face do livre arbítrio.
    Podemos definir a macumba, como sendo uma forma de obsessão provocada. E, não se trata de uma obsessão muito simples, nem fácil de se tratar como comumente se pensa. Em alguns desses casos, podem estar envolvidos Espíritos habitantes do baixo mundo astral, espertos e maliciosos, com os quais é difícil se lidar.
    Nos terreiros mais evoluídos de Umbanda, os trabalhadores e dirigentes possuem bom entendimento neste campo. Identificam essas obsessões com habilidade, as pessoas encarnadas envolvidas, e, não raro, curam definitivamente o mal.
    Pergunta-se: E nós, kardecistas, como é que ficamos?!
    Temos que virar umbandistas? Temos que usar os mesmos métodos daquele culto para realizarmos o "desconjuro"?!
    Não, não é necessário. Um Centro Espírita sério, digno do nome de Allan Kardec, pode identificar e tratar com precisão, os trabalhos inferiores. Em suas obras, deixou todos os caminhos para se compreender os fenômenos mediúnicos e os cuidados que devemos ter no trato com os Espíritos, inclusive os maus. Estudou com profundidade essas situações. Temos portanto, apenas que dar a devida atenção a elas.
    * Questão 553-a
Autor: José Queid Tufaile

11.8.18

ORAÇÃO PELO BRASIL


Volvei, Senhor, o Vosso olhar tão terno
À nossa amada pátria do Cruzeiro,
Que reluz em seus céus, alvissareiro,
Por mensagem do Vosso amor eterno...

Nas visões do presente em que me interno,
Do mal, que trama e age sorrateiro,
Protegei este povo brasileiro,
Que se mostra tão sofrido e tão fraterno...

Da terra em que palpita o coração
Do mundo, afastai a escuridão,
Que lhe ameaça o futuro, que é de luz...

Que das lutas acerbas indo além,
Sem nunca mais das trevas ser refém,
Que o Brasil seja sempre de Jesus!...

Pedro de Alcântara – Blog Espiritismo em Prosa e Veso
(Página recebida pelo médium Carlos A. Baccelli, em reunião pública do Lar Espírita “Pedro e Paulo”, na manhã de sábado do dia 28 de julho de 2018, em Uberaba – MG).

10.8.18

A CRIAÇÃO


    Como se deu a formação do Universo e como começou a vida na Terra?
    O ser humano ainda não tem condições para conhecer inteiramente o princípio das coisas, porque não está suficientemente desenvolvido intelectual e moralmente para isso.
    À medida que progredir, com seus estudos e pesquisas irá descobrindo e entendendo melhor as leis e princípios da Natureza, conseguindo formular teorias mais próximas da verdade a respeito da formação do Universo e do surgimento dos seres.
    Além das descobertas que fizer por si mesma, a Humanidade também poderá receber revelações espirituais a esse respeito (como já ocorreu no passado), dosadas ao seu grau de evolução.
    Assim, aos poucos, irá sendo levantado o véu que, por enquanto, nos encobre os mistérios da Criação, a grande obra da vontade divina.
    I. O QUE A CIÊNCIA DIZ?
    A Ciência humana não cogita de um Deus Criador e, portanto não considera o Universo uma Criação Divina. Seu ponto de vista é materialista e agnóstico (declara ser o absoluto inacessível ao espírito humano), mas procura entender o princípio das coisas, através de diferentes estudos, tais como:
    - Astronomia: estudo da constituição e movimentos dos astros;
    - Geologia: estudo da constituição física da Terra;
    - Antropologia: estudo do homem e dos grupos humanos;
    - Paleontologia: estudo dos fósseis (restos ou vestígios de vida bem antiga), tanto de animais como de vegetais. Neste estudo, recorre a métodos de pesquisa que permitem calcular, com relativa precisão, o tempo de existência de coisas e seres. Ex.: radioatividade, magnetismo, microquímica, raios X, ultra-violetas, infra-vermelhos, testes de carbono 14 e de flúor.
    Eis algumas das principais conclusões da Ciência sobre a formação do Universo e a vida existente na
Terra:
    - o Universo teria resultado de uma grande explosão (é a teoria do Big-Bang, uma das mais aceitas atualmente);
    - a formação da Terra se iniciou há bilhões de anos, em processos que se estenderam por largos períodos e eras;
    - a vida se manifestou na Terra em formas primárias e em épocas muito remotas, evoluindo, depois, para seres mais organizados;
    - a espécie humana foi a última a surgir, o que teria ocorrido:
    Quando?
    Suas formas mais primitivas, há pelo menos 1.750.000 anos.
    Como?
    Um ramo da linhagem dos antropomorfos apresentou evolução diferente, dando origem ao "homo sapiens".
    Por quê?
    A Ciência não tem explicação para isso. Haveria um "elo perdido" na escala da evolução dos seres.
    Onde?
    Em vários pontos do globo e em épocas diferentes, mas constituindo sempre uma mesma espécie, embora a diversidade das raças.
    II. O QUE DIZ O ESPIRITISMO?
    Dois são os elementos gerais do Universo, criados por Deus:
    - o Princípio Inteligente: é dele que se originam, por processo evolutivo, todos os seres espirituais;
    - o Fluido Cósmico Universal: é a matéria primitiva, em seu estado mais elementar; em suas modificações e transformações, dá origem à inumerável variedade dos corpos da Natureza.
    O espaço universal é infinito e nele não existe o vazio, pois está todo preenchido pelo fluido cósmico universal em seus diferentes estados.
    O espírito atua sobre o fluido cósmico universal em seus diferentes estados, produzindo com isso variados efeitos.
    III. OS MUNDOS E OS SERES VIVOS
    Os mundos são formados pela condensação da matéria disseminada no espaço universal. Não sabemos quanto tempo os mundos levam para se formarem nem quando desaparecerão. Mas é certo que Deus os renova, como renova os seres vivos.
    Os elementos orgânicos (que vêm a constituir organismos vivos) já existem em estado de fluido, na substância que preenche o espaço universal (e com o qual os mundos vêm a ser formados).
    Estão ali em estado latente, de inércia (tal corno ocorre na crisálida e nas sementes das plantas).
    Quando, num mundo, as condições se tornam propícias ao seu desenvolvimento, surgem, então, os seres vivos, que evoluem das formas mais simples para as mais complexas.
    IV. ORIGEM E EVOLUÇÃO DA VIDA NA TERRA
     Em certa fase da formação da Terra surgiram em sua substância elementos orgânicos. Mas uma força natural os mantinha afastados.
    Com as transformações ocorridas no planeta, em seu princípio, cessou a atuação daquela força e os elementos orgânicos se agruparam e desenvolveram, dando origem aos seres, que foram se  diferenciando em espécies. Os seres de cada espécie absorveram em si mesmos os elementos necessários e, unindo-se uns aos outros, pela reprodução transmitiram esses elementos aos seus descendentes.
    Sobre a evolução diferente que um ramo da linhagem dos antropomorfos apresentou e a Ciência não soube explicar, o Espiritismo esclarece: o "elo perdido" não será encontrado na matéria, porque a causa dessa transformação não se deu na matéria mas no espírito; ocorreu pelo desenvolvimento do elemento espiritual (alcançado pelo próprio indivíduo ou graças à interferência de Espíritos Superiores) vindo a repercutir na formação de novos corpos.
    V. A CRIAÇÃO SEGUNDO A BÍBLIA
     Na Bíblia, a origem do Universo é relatada no livro "Gênesis" (=origem, em grego). Ali se afirma que
tudo foi criado por Deus, tanto o sol como a lua, estrelas, a Terra com suas plantas e animais e, por fim, a espécie humana.
    Que essa criação foi feita por um ato da vontade de Deus (ex.: "Faça-se a luz") e em apenas seis dias.
    Que Adão, o 1° homem, foi feito do limo e Eva, a mulher, de uma sua costela. A data provável dessa criação teria sido 4.000 anos antes de Cristo.
    Desse casal descenderia toda a humanidade.
    Talvez haja, nessa narrativa bíblica, um simbolismo:
    - 6 dias = eras ou períodos;
    - limo = corpo humano foi constituído dos elementos materiais básicos deste planeta;
    - costela = mulher é da mesma natureza do homem, não lhe é inferior, mas sua igual e o homem deve amá-la como parte de si mesmo.
    Se não entendermos simbolicamente, haverá incoerências difíceis de aceitar, tais como:
    1) Adão e Eva eram os primeiros seres humanos e tinham dois filhos: Caim e Abel (outros filhos somente nasceriam mais tarde); quando Caim matou Abel, foi expulso do Éden (Paraíso), indo morar ao leste. Mas Caim:
    - tinha medo de ser morto ("quem comigo se encontrar me matará"); por quem, se não havia ainda outras pessoas além deles?;
    - nessa outra região, veio a se casar; com quem;
    - e estava construindo uma cidade; para quem? só para ele e sua família?
    2) Narra-se também, no livro "Gênesis" da Bíblia, que houve um dilúvio que exterminou todas as criaturas da Terra, menos Noé e sua família (e os animais da Arca), com o que teria recomeçado o povoamento do mundo. Se fosse verdade, como explicar a existência histórica ininterrupta dos chineses, desde há cerca de 30 mil anos? E também a índia e outras regiões do globo que apresentam habitação ininterrupta, em grande progresso e população, há mais de 10 mil anos?
    Deve ter sido, quando muito um dilúvio parcial, apenas na região habitada pelos hebreus e outros povos bíblicos.
    Adão porém, não foi o primeiro nem o único homem a povoar a Terra, concordam a Ciência e o Espiritismo. Do ponto de vista espírita, o nome Adão pode ser símbolo:
    1) - de um grupo humano que sobreviveu aos grandes cataclismos sofridos por parte da superfície do globo, em diferentes regiões e épocas e que veio a constituir o tronco de uma das raças que povoaram a Terra;
    2) ou de uma ou mais colônias de espíritos que, há alguns milhares de anos, teriam vindo de outro
planeta para a Terra, aqui encarnando através de outros povos que já a habitavam. Teriam aproveitado a hereditariedade existente, mas produzido alterações por seus perispíritos mais evoluídos, dando origem a novos tipos físicos (raça ou raças adâmicas). Que eram mais evoluídos, seus conhecimentos e atos provam. Teriam sido banidos do mundo melhor de onde vieram, porque lá não se haviam disposto a acompanhar o progresso moral. Aqui na Terra, no mesmo tempo em que se reajustavam à lei divina, ajudavam os nativos terrenos a progredirem.
    VI. O ESPIRITISMO É:
    1) Criacionista: admite um Deus Criador e o separa da sua Criação. Neste ponto:
    - concorda com a Bíblia e discorda da Ciência, cujo ponto de vista é materialista e agnóstico;
    - discorda do Panteísmo, sistema filosófico que identifica a divindade com o mundo e segundo o qual Deus é o conjunto de tudo.
    2) Evolucionista: admite as transformações progressivas. Neste ponto:
    - discorda da Bíblia (se tomada ao pé da letra) porque nela não fica bem claro o fato evolução;
    - concorda com a Ciência apenas em parte; porque a Ciência fala somente da evolução nos seres corpóreos e o Espiritismo afirma a evolução também para os espíritos que animam esses seres.

Livros consultados:
De Allan Kardec:
- "A Gênese", caps. I, II e VI a XII;
- "O Livro dos Espíritos", caps. II, III e IV.
De Léon Denis:
- "Cristianismo e Espiritismo", Notas Complementares n° 1.
_______________________________

Fonte: "Iniciação ao Espiritismo", Therezinha Oliveira