31.3.18

Súplica do Senhor


Abençoai, Senhor, a Humanidade,
Que hoje se mergulha em tanta dor,
Em tanta desavença e desamor,
Esquecida de Deus e da bondade.

Nunca se viu na Terra tal maldade,
Entre os homens descrentes, sem amor,
Ovelhas desgarradas do Pastor,
Que intenta conduzi-las à Verdade.

Nem sequer as crianças são poupadas,
Em guerras de extermínio assassinadas,
Jogadas com seus pais sobre o monturo...

Intercedei, Senhor, detendo o mal,
Que se espalha no mundo, e que, afinal,
O Vosso amor triunfe, santo e puro!...

Eurícledes Formiga
(Página recebida pelo médium Carlos A. Baccelli, em reunião pública do Lar Espírita “Pedro e Paulo”, na manhã de sábado do dia 24 de março de 2018, em Uberaba – MG).

30.3.18

Pai Nosso


Nosso Pai, que estás em toda parte;
Santificado seja o teu nome, no louvor de todas as criaturas;
Venha a nós o teu reino de amor e sabedoria;
Seja feita a tua vontade, acima dos nossos desejos;
Tanto na terra, quanto nos círculos espirituais;
O pão nosso do corpo da mente dá-nos hoje;
Perdoa as nossas dividas, ensinando-nos a perdoar nossos devedores com esquecimento de todo mal;
Não permitas que venhamos a cair sob os golpes da tentação de nossa própria inferioridade;
Livrai-nos do mal que ainda reside em nós mesmos;
Porque só em ti brilha a luz eterna do reino e do poder, da glória e da paz, da justiça e do amor para sempre!
Assim seja!

Livro: 'Fonte Viva' - Francisco C Xavier - Emmanuel

29.3.18

PARA RELEMBRAR


    A pessoa que renteia contigo, no processo evolutivo, não te é desconhecida...
    O filho-dificuldade que te exige doação integral, não se encontra ao teu lado por primeira vez.
    O ancião-renitente que te parece um pesadelo contínuo, exaurindo-te as forças, não é encontro fortuito na tua marcha...
    O familiar de qualquer vinculação que te constitui provação, não é resultado do acaso que te leva a desfrutar da convivência dolorosa.
    Todos eles provêm do teu passado espiritual.
    Eles caíram, sim, e ainda se ressentem do tombo moral, estando, hoje, a resgatar injunção penosa.
Mas, tu também.
    Quando alguém cai, sempre há fatores preponderantes, que induzem e levam ao abismo.
    Normalmente, oculto, o causador do infortúnio permanece desconhecido do mundo.
    Não, porém, da consciência, nem das Soberanas Leis.
    Renascem em circunstâncias e tempos diferentes, todavia, volvem a encontrar-se, seja na consanguinidade, através da parentela corporal, ou mediante a espiritual, na grande família humana, tornando o caminho das reparações e compensações indispensáveis.
    Não te rebeles contra o impositivo da dor, seja como se te apresente.
    Aqui, é o companheiro que se transforma em áspero adversário; ali, é o filho rebelde, ora portador de enfermidade desgastante; acolá, é o familiar vitimado pela arteriosclerose tormentosa; mais adiante, é alguém dominado pela loucura, e que chegam à economia da tua vida depauperando os teus cofres de recursos múltiplos.
    Surgem momentos em que desejas que eles partam da Terra, a fim de que repouses...
    Horas soam em que um sentimento de surda animosidade contra eles te cicia o anelo de ver-te libertado...
    Ledo engano!
    Só há liberdade real, quando se resgata o débito.
    Distância física não constitui impedimento psíquico.
    Ausência material não expressa impossibilidade de intercâmbio.
    O Espírito é a vida, e enquanto o amor não lene as dores e não lima as arestas das dificuldades, o problema prossegue inalterado.
    Arrima-te ao amor e sofre com paciência.
    Suporta a alma-problema que se junge a ti e não pereças nos ideais de amparar e prosseguir.
    Ama, socorrendo.
    Dia nascerá, luminosos, em que, superadas as sombras que impedem a clara visão da vida, compreenderás a grandeza do teu gesto e a felicidade da tua afeição a todos.
    O problema toma a dimensão que lhe proporcionas.
    Mas o amor, que "cobre a multidão dos pecados" voltado para o bem, resolve todos os problemas e dificuldades, fazendo que vibre, duradoura, a paz por que te afadigas.

Livro: Alerta - Divaldo P Franco - Joanna de Ângelis.

28.3.18

Espíritas passivos


Os espíritas, segundo o meu entendimento, sempre foram muito passivos, confundindo tolerância com comodismo. Pretextando caridade, conheço legiões de adeptos do Espiritismo que, simplesmente cruzam os braços esperando as coisas acontecerem. Creio, no entanto, que se fosse para eles testemunharem a fé como os primitivos cristãos, que enfrentavam o martírios nos circos romanos, deixando a passividade de lado, eles haveriam de espernear bastante...

Livro: Egos em conflito, Carlos A. Baccelli, Inácio Ferreira

27.3.18

VISÃO DOS MUNDOS ELEVADOS


Questão 440 do Livro dos Espíritos

O Espírito do extático vê mundos adiantados e sente a vontade de neles habitar, e seu desejo é tão grande que ele poderia desencarnar, se não fosse a assistência dos benfeitores espirituais que o atendem, pelos compromissos assumidos desde o início da sua reencarnação na Terra. Todavia, mesmo que tivesse permissão para ir para um mundo de alta elevação moral, ele não o poderia, dado a sua evolução não suportar essa moradia. Para reencarnar em um mundo altamente evoluído, necessário se faz que tenhamos evolução para tal empreendimento. É por isso que não é permitido que o extático entre em transe para observar esses mundos sempre, pois poderia passar a atrofiar seu corpo e acabar desencarnando, quando, então, não iria para aquele mundo que desejava, porque não basta somente o desejo; é preciso que se seja igual aos que ali se encontram.
Muitas pessoas reclamam sempre porque não têm sonhos nem lembranças, ao acordarem, das colônias espirituais onde se pode sentir a felicidade. Eis aí a resposta: se todas as noites tivessem sonhos conscientes dessas estâncias espirituais felizes, ao chegarem ao corpo lhes assomaria n’alma a tristeza de viver em um mundo inferior, e passariam, como já falamos, a atrofiar suas próprias faculdades, acabando por passar para o outro lado sem, contudo, ter condições de viver nos ambientes dos quais tiveram sonhos ou notícias, por intermédio dos Espíritos.
Tudo tem de obedecer a uma relatividade espiritual, para que haja o equilíbrio. Não se pode andar com a velocidade da luz, enquanto se for das trevas. Em “O Livro dos Espíritos” não fala o Espírito que responde à pergunta, que o extático penetra nos mundos superiores e, sim, que ele vê esses mundos. Dilata-se a sua visão, pela faculdade que possui, e ele vê o mundo, como estância de luz que fascina os sentimentos. A resposta também não diz que não poderemos algum dia morar nesses mundos; depende da nossa evolução espiritual. Algum dia estaremos sendo remanejados para tais planetas, que mais parecem mundos fluídicos, devido igualmente à purificação da matéria. Fluidos sutis interpenetram essas casas de Deus, onde todas as almas fizeram esforços para despertar as suas faculdades.
No extático que se integrou nos ensinamentos de Jesus, que passou a viver o amor e a caridade todos os dias, as qualidades espirituais vão desabrochando, crescendo para Deus, de modo que a sua visão alcança as belezas imortais da vida universal, e Deus palpitará com mais fulgor na cidade do seu coração.
O Cristo Jesus foi uma notícia de Deus para a humanidade, de que existem mundos de ventura, para serem entregues a todos os Seus filhos que fizerem jus à Sua morada, onde reina a mais pura fraternidade. Conhecendo o Evangelho e começando a vivê-lo, nós entenderemos a felicidade dos que moram nesses mundos de luz, e reconheceremos a felicidade dos nossos irmãos mais velhos, que conquistaram a paz.
A purificação das almas é bem demorada, mas não é impossível, e depois de purificadas não regridem; avançam sempre na condição de estrelas de luz a iluminar os próprios mundos e a ajudar aos que se encontram na retaguarda. Eis o de que precisamos alcançar com Jesus, para encontrar Deus mais visível dentro de nós.

Livro: Filosofia Espírita – João Nunes Maia – Miramez - Todos os livros Espíritas como este vendidos em nossa loja terão o lucro repassado à Casa Espírita de Oração Amor e Luz.

26.3.18

MEDIUNIDADE PREPARAÇÃO – X


410 –onde o maior escolho do apostolado mediúnico?
-O primeiro inimigo do médium reside dentro dele mesmo. Freqüentemente é personalismo, é a ambição, a ignorância ou a rebeldia no voluntário desconhecimento dos seus deveres à luz do Evangelho, fatores de inferioridade moral que, não raro, o conduzem a invigilância, à leviandade e à confusão dos campos improdutivos.
         Contra esse inimigo é preciso movimentar as energias íntimas pelo estudo, pelo cultivo da humildade, pela boa-vontade, com o melhor esforço de auto-educação, à claridade do Evangelho.
        O segundo inimigo mais poderoso do apostolado mediúnico não reside no campo das atividades contrárias à expansão da Doutrina, mas no próprio selo das organizações espiritistas, constituindo-se daquele que se convenceu quanto aos fenômenos, sem se converter ao Evangelho pelo coração, trazendo para as fileiras do Consolador os seus caprichos pessoais, as suas paixões inferiores, tendências nocivas, opiniões cristalizadas no endurecimento do coração, sem reconhecer a realidade de suas deficiências e a exigüidade dos seus cabedais íntimos. Habituados ao estacionamento, esses irmãos infelizes desdenham o esforço próprio – única estrada de edificação definitiva e sincera – para recorrerem aos espíritos amigos nas menos dificuldades da vida, como se o apostolado mediúnico fosse uma cadeira de cartomante. Incapazes do trabalho interior pela edificação própria na fé e na confiança em Deus, dizem-se necessitados de conforto. Se desatendidos em seus caprichos inferiores e nas suas questões pessoais, estão sempre prontos para acusar e escarnecer. Falam da caridade, humilhando todos os princípios fraternos; não conhecem outro interesse além do que lhes lastreia o seu próprio egoísmo. São irônicos, acusadores e procedem quase sempre como crianças levianas e inquietas. Esses são também aqueles elementos da confusão, que não penetram o tempo de Jesus e nem permitem a entrada de seus irmãos.
         Esse gênero de inimigos do apostolado mediúnico é muito comum e insistente nos seus processos de insinuação, sendo indispensável que o missionário do bem e da luz se resguarde na prece e na vigilância. E como a verdade deve sempre surgir no instante oportuno, para que o campo do apostolado não se esterilize, faz-se imprescindível fugir deles.
411 – Onde a luz definitiva para a vitória do apostolado mediúnico?
-Essa claridade divina está no Evangelho de Jesus, com o qual o missionário deve estar plenamente identificado para a realização sagrada da sua tarefa. O médium sem Evangelho pode fornecer as mais elevadas informações ao quadro das filosofias e ciências fragmentárias da Terra; pode ser um profissional de nomeada, um agente de experiências do invisível, mas não poderá ser um apóstolo pelo coração. Só a aplicação com o Divino Mestre prepara no íntimo do trabalhador a fibra da iluminação para o amor, e da resistência contra as energias destruidoras, porque o médium evangelizado sabe cultivar a humildade no amor ao trabalho de cada dia, na tolerância esclarecida, no esforço educativo de si mesmo, na significação da vida, sabendo, igualmente, levantar-se para a defesa da sua tarefa de amor, defendendo a verdade sem transigir com os princípios no momento oportuno.
O apostolado mediúnico, portanto, não se constitui tão-somente da movimentação das energias psíquicas em suas expressões fenomênicas e mecânicas, porque exige o trabalho e o sacrifício do coração, onde a luz da comprovação e da referência é a que nasce do entendimento e da aplicação com Jesus-Cristo.

Livro “O Consolador” –  Francisco C. Xavier – Emmanuel – Todos os livros Espíritas como este vendidos em nossa loja terão o lucro repassado à Casa Espírita de Oração Amor e Luz.


25.3.18

COMO VOCÊ INTERPRETA?! – L


O capítulo 47 de “Nosso Lar” – “A Volta de Laura” –, em nossa opinião, é um dos mais intrigantes do livro. O texto aborda diálogos em torno da reencarnação de Dona Laura, mãe de Lísias, que seguiria o esposo Ricardo, que já se encontrava na Terra, e, novamente, com ele se consorciaria.
Mais uma vez, chamamos a atenção de nossos irmãos e irmãs internautas para a reunião, que, praticamente, na véspera de seu regresso ao corpo grosseiro, acontecia na casa da genitora de Lísias.
- Povoava-se a encantadora residência de melodias e luzes. As flores pareciam mais belas.
Numerosas famílias foram saudar a companheira, prestes a regressar. Os visitantes, na maioria, cumprimentavam-na, carinhosos, ausentando-se, sem maiores delongas; no entanto, os amigos mais íntimos lá permaneceram até alta noite. (...).
Quanto contraste, não é?! Na Terra, quando alguém se encontra prestes a deixar o corpo físico, a residência se cobre de luto e, não raro, copiosas lágrimas de inconformação são derramadas... Poucos, ou pouquíssimos, os que veem na “morte” a libertação do espírito, que, caso tenha cumprido com os seus deveres na romagem terrestre, retorna ao Mundo Espiritual na condição de vitorioso!...
O Ministro Genésio, com o intuito de mais encorajá-la ao tentame, diz à valorosa senhora:
- (...) É uma glória seguir para o mundo, nas suas condições. Milhares e milhares de horas de serviço a seu favor, perante a comunidade de mais dum milhão de companheiros. (...)
Em resposta, ela argumenta:
- Tudo isso me reconforta (...), mas devemos compreender que a reencarnação é sempre uma tentativa de magna importância. (...).
“Tentativa de magna importância”!... (todos os destaques são nossos)
Veja-se que, embora a sua condição espiritual, Dona Laura receava os desafios que haveria de enfrentar na Terra, temendo que, talvez, pudesse vir a falhar em seus propósitos de elevação!...
Realmente, para o espírito consciente do que representa viver num orbe de provas e expiações, não é fácil tomar a decisão de voltar, sabendo que haverá de expor-se a inúmeros perigos em que pode vir a se comprometer perante a Lei do Carma...
*
O Ministro Genésio, representando a Governadoria, prossegue em seu diálogo com Laura, que, no entanto, expõe a ele quais os seus três maiores receios, no ato de reencarnar – ela não duvidava da Proteção Divina, mas...
Vamos ao 1º deles:
- Bem sei que a Terra está cheia da grandeza divina. Basta recordar que o nosso Sol é o mesmo que alimenta os homens; no entanto, meu caro Ministro, tenho receio daquele olvido temporário em que nos precipitamos. (...)
Você, certamente, nas palavras da genitora de Lísias, também prestou atenção quando ela se refere à dupla natureza do Sol, que, ao mesmo tempo, é estrela para a Terra e para o Mundo Espiritual?!...
Teria você alguma explicação para o fenômeno singular?!...
Na próxima semana, veremos quais são os outros dois grandes receios de Dona Laura. Não perca, pois, as “cenas” do próximo capítulo...

INÁCIO FERREIRA – Blog Mediunidade na Internet
Uberaba – MG, 26 de março de 2018.

24.3.18

CONTA DA CARIDADE


Diminuindo egoísmo,
Somamos felicidade,
Multiplicando alegria
Na conta da Caridade...

Tirando a “prova dos nove”
Do resultado final,
Junto o que é meu e seu,
Dividindo fica igual!...

João Cabete (*)
(*) Este poema de João Cabete foi especialmente escrito para ser musicado pelo amigo Sérgio Santos, para crianças na Evangelização.
(Página recebida pelo médium Carlos A. Baccelli, em reunião íntima da Casa Espírita “Bittencourt Sampaio”, na noite de 13 de outubro de 1993, em Uberaba – MG).

23.3.18

OS SINÓPTICOS

Mateus, Marcos e Lucas seguem, de tal forma, o mesmo plano e desenvolvimento, que podem ser abarcados num só olhar (ópticos) de conjunto (sin) . Verifica-se com facilidade que Mateus foi o primeiro a publicar o seu, tendo Marcos resumido a seguir. Muitos outros seguiram o exemplo desses dois, tendo aparecido talvez uma centena de resenhas dos atos do Mestre. Foi quando Lucas resolveu, conforme declara, .organizar. uma narração escoimada de falhas.
A INSPIRAÇÃO
Aceitamos que a Bíblia, e de modo particular o Novo Testamento, tenham sido inspirados, direta e sensivelmente, por espíritos, se bem que nem todos com a mesma elevação.
Pedro, com toda a sua autoridade de Chefe do Colégio Apostólico, afirma categoricamente, referindo-se aos escritores do Velho Testamento: .homens que falaram da parte de Deus, e que foram movidos por algum espírito santo. (2 Pe. 1 :21) . E ainda: .o Espírito de Cristo, que estava neles, testificou. (1 Pe. 1: 11) .
E no discurso de Estêvão, narrado em Atos 7:53, o proto-mártir afirma: .'vós que recebestes a Lei por ministério de anjos., isto é, por intermédio de espíritos.
Tudo isso é normal e comum até nossos dias. Mas, desconhecendo a técnica, cientificamente estudada e experimentada por sábios e pesquisadores espiritualistas, a partir de Allan Kardec, os comentadores se perdem em divagações cerebrinas. Ao invés de admitir a psicografia (direta, mecânica ou semimecânica) e a psicofonia (total ou parcial), a audiência evidência, ficam a conjeturar .como. pode ter se dado o fato, chegando a afirmar que .as pedras da Lei foram realmente escritas pelo dedo de Deus. (Dr. Tregelles, Introdução ao N.T.).
Mais modernamente, Joseph Angus (Hist. Doutr. e Interpr. da Bíblia), escreve: .notam-se, nas diversas partes da Bíblia, no conteúdo e no tom, diferenças evidentes; têm sido feitas distinções entre .inspiração de direção. e .inspiração de sugestão. (?) ; entre a iluminação e o ditado; entre .influência dinâmica. e .influência mecânica.. Vê-se que já se está aproximando da realidade, mas o desconhecimento dos estudos modernos o faz ainda titubear.
Ainda a respeito da inspiração, perguntam os teólogos se a inspiração da Bíblia deve ser considerada VERBAL (isto é, que todas as suas PALAVRAS tenham sido inspiradas diretamente por Deus - aturalmente no original hebraico ou grego) , ou se será apenas IDEOLÓGICA. Faz-se então a aplicação: em Tobias, 11:9, é dito .então o cão que os vinha seguindo pelo caminho, correu adiante, e como que trazendo a notícia, mostrava seu contentamento abanando a cauda.. Pergunta-se: é de fé que .o cão abane a cauda quando está alegre.? E respondem: .não, mas é de fé Que. naquele momento, um cão abanou a cauda...
Não era assim que pensava Jesus, quando dizia que .o espírito vivifica, a carne para nada aproveita. (30. 6:63) ; nem Paulo, quando afirmava: .não somos ministros da letra (escravos da letra) , mas do espírito, pois a letra mata, mas o espírito vivifica. (2 Cor. 3:6). E aos Romanos: .de sorte que sirvamos na novidade do espírito, e não na velhice da letra. (Rum. 7:6.). E mais ainda: quando, em o Novo Testamento se cita o Velho, a citação é sempre feita ad sensum (isto é, pelo sentido) , e não ad lítteram (literalmente) , e quase sempre pela tradução dos Setenta, e não pelo original hebraico, embora fossem judeus.
INTERPRETAÇÃO
Para interpretar com segurança um trecho da Escritura, é mister:
a) isenção de preconceitos
b) mente livre, não subordinada a dogmas
c) inteligência humilde, para entender o que realmente está escrito, e não querer impor ao escrito o que se tem em mente.
d) raciocínio perquiridor e sagaz
e) cultura ampla e polimorfa mas sobretudo:
f) CORAÇAO DESPRENDIDO (PURO) E UNIDO A DEUS.
Os quatro primeiros itens são pessoais, geralmente inatos, mas podem ser adquiridos por qualquer pessoa.
O item e requer conhecimento profundo de hebraico, grego e latim, assim como de idiomas correlatos (árabe, sírio, caldaico. arameu. copto. egípcio. etc.) , Contato com obras de autores profanos da literatura greco-latina, dos .Pais. da igreja, etc. Noções seguras de história, geografia, etnografia, ciências naturais, astronomia. cronologias e calendários. assim como de mitologias e obras de outros povos antigos.
Mas há necessidade, ainda, de obedecer a determinadas regras:
1.ª regra - estudar o trecho e cada palavra gramaticalmente, dentro das regras léxicas, sintáticas e etimológicas, assim como do uso tradicional dos termos e das expressões.
Por exemplo, a título de ilustração:
a - existem freqüentes hendíades (isto é, emprego de duas palavras unidas pela preposição, em lugar de um substantivo e um adjetivo) , como: .obras de fé. por .obras fiéis.; .trabalho de caridade., por .trabalho caridoso.; .paciência de esperança. por .paciência esperançosa.; .espírito da promessa. por .espírito prometido.. Ou então, duas palavras unidas pela conjunção .e., ao invés de o serem pela preposição, como: .ressurreição E vida. por .ressurreição DA vida.; .caminho, verdade e vida., por .caminho DA verdade e DA VIDA ., etc. Isto porque, em hebraico, eram colocados dois substantivos, um ao lado do outro, e isto bastava para relacioná-los;
b - a expressão .filho de. exprime o possuidor de uma qualidade (positiva ou negativa) : filho da paz significa .pacífico.; filho da luz quer dizer .iluminado. (cfr. Lc. 10:6 e Ef. 5:8) ;
c - expressões típicas, como .se alguém não aborrecer. . . . (Lc. 14:26) , exprimindo: .se alguém não amar menos. . ..;
d - os números possuem sentido muito simbólico, assim:
10 - diversos
40 . muitos
7 - grande número
70 - todos, sempre
Então, não devem ser tomados à risca.
e - os nomes de cidade e de pessoas precisam ser observados com .atenção. Basta recordar que .César., em Lc. 2:1 refere-se a Tibério, mas em At. 25:21 refere-se a Nero.
2.ª regra - Interpretar o texto de acordo com o contexto. Por exemplo, .obras. pode significar .boas ações., como em Rom. 2:6, em Mt. 16:27; ou pode exprimir apenas .ritos, liturgia., como em Rom. 3:20, 28, etc.
Neste campo, podemos explicar o texto segundo o contexto, quer por analogia, quer por antítese; ou então, por paralelismo com outros passos.
Não perder de vista, no contexto, que:
a - as palavras podem ser compreendidas em sentido mais, ou menos, amplo, do que o sentido ordiná-
rio;
b - as palavras podem exprimir o contrário (por ironia) , como em Jo. 6:68;
c - não havendo sinais diacríticos nem pontuação nos manuscritos e códices, temos que estudar a localização exata das vírgulas e demais sinais, especialmente dos parênteses;
d - podem aparecer diálogos retóricos, como em Rom. cap. 3.
3.ª regra - Quando há dificuldade, consideremos o objetivo do livro ou do trecho, e interpretemos o .pequeno. dentro do .grande., o pormenor dentro do geral, a frase dentro do período. Por exemplo, em Romanos (14:5) Paulo permite aos judeus a observância de datas, enquanto aos Gálatas (4:10-11) proíbe que o façam; isto porque, entre estes, os judeus queriam obrigar os gentios à observância das datas judaicas.
4.ª regra - Comparar Escritura com Escritura, é melhor que fazê-lo com obras profanas.
Por exemplo, a expressão .revestir0 o Cristo. (Gál. 3:27) é explicada em Rom. 13:14 e é descrita em pormenores em Col. 3:10.
DIVERSOS SENTIDOS
Cada Escritura pode apresentar diversas interpretações, no mesmo trecho. A vantagem disso é que, de acordo com a escala evolutiva em que se acha a criatura que lê, pode a interpretação ser menos ou mais profunda.
Os principiantes compreendem, de modo geral, a .letra. e a ela se apegam. Mas, além do sentido literal. temos o alegórico, o simbólico e o espiritual ou místico.
O sentido alegórico faz extrair numerosas significações de cada representação, compreendendo, por exemplo, a história de Abraão como uma alegoria das relações entre a matéria e o espírito.
A interpretação simbólica é mais elevada: dá-nos a revelação de uma verdade que se torna, digamos assim, .transparente. e visível, através de um texto que a recobre totalmente; basta-nos recordar a CRUZ, para os cristãos: é um símbolo muito mais profundo, que os dois pedaços de madeira superpostos.
A interpretação espiritual é aquela que dificilmente poderá ser expressa em palavras, mas é sentida e vivida em nosso eu mais profundo, levando-nos, através de certas palavras e expressões, à união mística com a Divindade que reside dentro de nós. Quase sempre, a compreensão espiritual ou mística da Escritura leva ao êxtase, e portanto à Convivência com o Todo.

Livro: Sabedoria do Evangelho - Carlos Torres Pastorino

22.3.18

PROGRESSO DE UM ESPÍRITO PERVERSO

(SOCIEDADE ESPÍRITA DE PARIS. MÉDIUM, SRA. COSTEL)

Sob o título Castigo do Egoísta, publicamos no número de dezembro de 1860 várias comunicações com a assinatura de Clara, nas quais esse Espírito revela suas más inclinações e a situação deplorável em que se encontra. Nossa colega, Sra. Costel, que a conheceu em vida e lhe serve de médium, empreendeu a sua educação moral. Seus esforços foram coroados de sucesso. Pode-se julgá-lo pelo ditado espontâneo seguinte, dado na Sociedade a 1.º de março último.
“Eu vos falarei da diferença importante que existe entre a moral divina e a moral humana. A primeira assiste à mulher adúltera em seu abandono e diz aos pecadores: “Arrependei-vos, e o Reino dos Céus vos será aberto.” Enfim, a moral divina aceita todos os arrependimentos e todas as faltas confessadas, enquanto a moral humana as rejeita, e sorrindo admite os pecados ocultos que, diz ela, estão meio perdoados. A uma, a graça do perdão; à outra, a hipocrisia. Escolhei, espíritos ávidos de verdade! Escolhei entre o céu aberto ao arrependimento e a tolerância que admite o mal que não lhe prejudica o egoísmo e os falsos arranjos, mas que repele a paixão e os soluços pelas faltas confessadas publicamente. Arrependei-vos, vós todos que pecais; renunciai ao mal, mas sobretudo à hipocrisia que esconde a feiura do mal sob a máscara risonha e enganadora das mútuas conveniências.”
CLARA
Eis outro exemplo de conversa, obtido num caso mais ou menos semelhante. Na mesma sessão achava-se uma senhora estrangeira, médium, que escrevia na Sociedade pela primeira vez. Havia ela conhecido uma senhora falecida há nove anos e que em vida merecia pouca estima. Desde sua morte, seu Espírito se havia revelado ao mesmo tempo perverso e mau, só buscando fazer o mal. Contudo, bons conselhos tinham conseguido levá-la a melhores sentimentos. Nessa sessão ela ditou espontaneamente o seguinte:
“Peço que orem por mim. Necessito ser boa. Persegui e obsidiei por muito tempo um ser chamado a fazer o bem. Deus não quer mais que eu persiga, mas temo que me falte coragem. Ajudai-me. Eu fiz tanto mal! Oh! Quanto sofro! Quanto sofro! Eu me alegrava com o mal praticado. Contribuí com todas as minhas forças, mas não quero mais fazer o mal. Oh! Orai por mim.
ADÈLE
Revista Espírita 1861 » Abril » Ensinos e dissertações espíritas

21.3.18

ÊXTASE E SONAMBULISMO


Questão 439 do Livro dos Espíritos

O êxtase é verdadeiramente um sonambulismo mais profundo. O Espírito, nesse transe, é mais independente, por isso pode ver com mais segurança e ouvir com mais perfeição as coisas de Deus. Podemos analisar a vida dos grandes sábios e numerosos místicos que ficavam em êxtase com facilidade, entrando assim em comunicação perfeita com os benfeitores espirituais.
O Espírito do extático, com tal exercício, assume de certa forma perfeito controle das suas faculdades, e passa a viver os dois mundos, sentindo os dois ambientes na sua normalidade que nos cabe estudar. Jesus Cristo era hábil nesse transe, no entanto, o Seu estado suplantava o de todos os outros, por ter Ele completa consciência das Suas faculdades altamente desenvolvidas, exercendo Seus dons quando e quanto pretendia, na mais perfeita tranqüilidade.
A Doutrina Espírita é capaz de levar a todos os seus profitentes os recursos para o despertamento de todos os talentos que Deus depositou em nossa intimidade, mas, o trabalho é nosso. Primeiro entramos na teoria, para depois surgir a prática, porque somente vivenciando a Verdade, ela colocar-nos-á livres da ignorância.
O êxtase é um sonambulismo mais apurado, diz “O Livro dos Espíritos”, e essa purificação vai se fazendo na pauta do tempo, quando nos mostra o caminho que devemos percorrer para a nossa libertação espiritual. Um edifício é feito de materiais que são usados em etapas; depois forma-se o todo. Assim é tudo, sendo a mesma lei, para formarmos o edifício da nossa vida. Não pode faltar o material que se encontra a nossa disposição, e pelo esforço na arte de melhorar é que acabamos formando nosso edifício moral. É bom que saibamos de todas as ciências; no entanto, cumpre-nos reconhecer, que o amor é indispensável para a solidificação da nossa vida. Vivemos dentro da eternidade, onde nada falta para todos que vivem por Deus e em Deus.
Os santos aprimoram suas faculdades, a história é testemunha. Não foi ganhando-as de alguém que eles as conquistaram. Foram, na realidade, passo a passo, subindo os caminhos dos calvários, sofrendo todas as agruras do tempo, todas as investidas dos problemas, todas as injúrias, para ascenderem livres das trevas do mundo, onde a ignorância domina. A humanidade está abeirando a maturidade espiritual. Compete a todos observarem o chamado, e a escolha da própria natureza e acompanhar Jesus onde Ele achar mais conveniente, dar as mãos ao Senhor nas lutas que poderão surgir por fora e por dentro, para que nasça nos corações o Cristo interno, força capaz de nos levar à felicidade.
Se queremos aperfeiçoar as nossas faculdades, de sonambulismo, de êxtase e outras mais que poderão surgir em nossos caminhos, não nos esqueçamos do entendimento. Não devemos fazer-nos esquecidos do amor e da caridade, que são portas que nos mostram a vida em outras dimensões. Aí, adquiriremos a certeza absoluta da paz interna e das leis universais que nos garantem a tranqüilidade imperturbável no coração.

Livro: Filosofia Espírita – João Nunes Maia – Miramez - Todos os livros Espíritas como este vendidos em nossa loja terão o lucro repassado à Casa Espírita de Oração Amor e Luz.

20.3.18

MEDIUNIDADE PREPARAÇÃO – IX


408 – Seria proveitosa a criação de associações de auxílio material aos médiuns?
-No Espiritismo é sempre de bom aviso evitar-se a consecução de iniciativas tendentes a estabelecer uma nova classe sacerdotal no mundo.
Os médiuns, nesse ou naquele setor da sociedade humana, devem o mesmo tributo ao trabalho, à luta e ao sofrimento, indispensáveis à conquista do agasalho e do pão material. Ao demais, temos de considerar, acima de toda proteção precária do mundo, o amparo de Jesus aos seus trabalhadores de boa-vontade. Toda expressão de sacrifício sincero está eivada de luz divina, todo trabalho sincero é elevação e toda dor é luz, quando suportada com serenidade e confiança no Mestre dos mestres.

409 –Como deverá proceder ao médium sincero para a valorização do seu apostolado?
-O médium sincero necessita compreender que, antes de cogitar da doutrinação dos Espíritos, ou de seus companheiros de luta na Terra, faz-se mister a iluminação de si próprio pelo conhecimento, pelo cumprimento dos deveres mais elevados e pelo esforço de si mesmo na assimilação perfeita dos princípios doutrinários.
No desdobramento dessa tarefa, jamais deve descuidar-se da vigilância, buscando aproveitar as possibilidades que Jesus lhe concedeu na edificação do trabalho estável e útil. Não deve cultivar o sofrimento pelas queixas descabidas e demasiadas e nem recorrer, a todo instante, à assistência dos seus guias, como se perseverasse em manter uma atitude de criança inexperiente.
O estudo da Doutrina e, sobretudo, o cultivo da auto-evangelização deve ser ininterrupto. O médium sincero sabe vigiar, fugindo da exploração material ou sentimental, compreendendo, em todas as ocasiões, que o mais necessitado de misericórdia é ele próprio, a fim de dar pleno testemunho do seu apostolado.

Livro “O Consolador” –  Francisco C. Xavier – Emmanuel – Todos os livros Espíritas como este vendidos em nossa loja terão o lucro repassado à Casa Espírita de Oração Amor e Luz.


19.3.18

COMO VOCÊ INTERPRETA?! – XLIX


Ao comunicar a André Luiz o propósito de reencarnar, a sua mãe, justificando o sacrifício, lhe diz:
- Não consideras a angustiosa condição de teu pai, meu filho? Há muitos anos trabalho para reerguê-lo e meus esforços têm sido improfícuos. Laerte é hoje um céptico de coração envenenado. Não poderia persistir em semelhante posição, sob pena de mergulhar em abismos mais fundos. Que fazer, André? Terias coragem de revê-lo em tal situação, esquivando-te ao socorro justo?”
Notemos que muitos espíritos, a fim de começarem a empreender a sua mudança íntima, espíritos que se unem ao nosso grupo familiar, pedem muito tempo de trabalho a todos os que por eles se interessam, e, não raro, esse trabalho costuma ser improfícuo, impondo, então, a necessidade de maior esforço e renúncia dos que se sentem no dever de auxiliá-lo.
A consciência de quem sobe não permite que os que ficaram para trás sejam simplesmente esquecidos, largados à própria sorte.
Felizmente é assim, pois, caso contrário, espíritos retardatários que somos haveríamos de “mergulhar em abismos mais fundos”, dos quais não sabemos dizer como e nem quando haveríamos de nos resgatar.
*
A mãezinha de André ainda lhe diz que o seu pai seria constrangido à reencarnação imediata... Certamente que Laerte não desejava voltar ao corpo carnal – algo dementado que se encontrava, não estava em condições de escolher o melhor para sim. Foi neste sentido que André formulou a indagação:
- Mas isso é possível? E a liberdade individual?
A sua mãe respondeu:
- Há reencarnações que funcionam como drásticos. Ainda que o doente não se sinta corajoso, existem amigos que o ajudam a sorver o remédio santo, embora muito amargo. Relativamente à liberdade irrestrita, a alma pode invocar esse direito somente quando compreenda o dever e o pratique. Quando ao mais, é indispensável reconhecer que o devedor é escravo do compromisso assumido. (...)
A resposta obtida por André nos leva a pensar nos defensores dos direitos humanos para todas as criaturas, inclusive para aqueles que, pelos crimes praticados, se tornam grandes devedores da coletividade. Qualquer infrator da lei, quando não se dispõe, conscientemente, ao reajuste, deve ser constrangido a ele, pois, se assim não acontecer, o mal haverá de se perpetuar em seu espírito.
O livre arbítrio é relativo, e não absoluto, a não ser, claro, para os espíritos que se redimiram.
*
Em seu sacrifício de amor, a mãezinha de André lhe comunica que, além de consorciar-se, outra vez, com o seu pai, Laerte, receberia, na condição de filhas, duas mulheres que ele havia deliberadamente enganado.
Ao espanto que André demonstra, a genitora esclarece:
- (...) Ninguém ajuda eficientemente, intensificando as forças contrárias, como não se pode apagar na Terra um incêndio com petróleo. É indispensável amar, André! Os que descreem perdem o rumo verdadeiro, peregrinando pelo deserto; os que erram se desviam da estrada real, mergulhando no pântano.
Quem, talvez, já estando encarnado, não se encontra dentro das lutas afetivas que esboçou para si mesmo no Mundo Espiritual, antes de novo mergulho na carne?! Quem, com certeza, não estaria fugindo ao compromisso, desprezando corações, que, antes reencarnar, prometera trabalhar para redimir?!...
*
É de se notar que a genitora de André, quando na Terra, sequer conhecera o Espiritismo, não constituindo diferencial para o espírito qualquer rotulagem de natureza religiosa que ele venha a ostentar, esteja encarnado ou desencarnado. O que verdadeiramente conta é a riqueza moral que o espírito estesoura em sua capacidade de amar.

INÁCIO FERREIRA
Uberaba – MG, 19 de março de 2018.

18.3.18

Os Textos


    Já no século II escrevia Orígenes: .Presentemente é manifeste que grandes foram os desvios sofridos pelas cópias, quer pelo descuido de certos escribas, quer pela audácia perversa de diversos corretores, quer pelas adições ou supressões arbitrárias. (Patrologia Grega, Migne, vol. 13, col. 1.293).
    Quanto mais se avançava no tempo, mais crescia o número de cópias e de variantes, aumentando sempre mais o desejo de possuir-se um texto fixo e autorizado. Chegávamos ao 4.0 século. Constantino estabeleceu que o Bispo de Roma devia ser o primaz da Cristandade. O imperador Teodósio deu mão forte aos cristãos romanos, declarando o cristianismo .religião do Estado., e firmando, desse modo a autoridade do Bispo de Roma. Ocupava o Bispado o então Papa Dâmaso (português de nascimento) , devendo anotar-se que, naquela época, todos os Bispos eram denominados .papas.. Desejando atender ao clamor geral, Dâmaso encarregou Jerônimo de estabelecer o TEXTO DEFINITIVO das Escrituras.
    A tarefa era ingente, e Jerônimo tinha capacidade para desempenhá-la, pois conhecia bem o hebraico, o grego e o latim. Ele devia re-traduzir para o latim todas as Escrituras, já que as versões antigas (vetus latina) eram variadíssimas.
 
    Vulgata
    A tradução latina de Jerônimo é conhecida com o nome de Vulgata, ou seja, edição para o vulgo, e tem caráter dogmático para os católicos romanos.

    Língua  Original
    A língua original do Novo Testamento é o grego denominado Koiné, ou seja, comum, popular, falado pelo povo. Não é o grego clássico.
    O grego do Novo Testamento apresenta um colorido francamente hebraista, e bem se compreende a razão: todos os autores eram judeus, com exceção de Lucas, que era grego.

    Os Evangelistas
    MATEUS (nome grego, Matháios, que significa .dom de Deus., o mesmo que Teodoro). Seu nome em hebraico era LEVI.
    Diz Papias que .Mateus reuniu os .Logía. de Jesus (ou seja os discursos) , e cada um os traduziu como pôde do hebraico em que tinham sido escritos..
    Todavia, jamais foi encontrada nenhuma citação de Mateus em hebraico, nem mesmo em aramaico.
    Com efeito, em hebraico é que não escreveu ele, já que desde 400 anos antes de Cristo o hebraico não era mais falado, e sim o aramaico, que é uma mistura de hebraico com siríaco. Parece, pois, que Papias não tinha informação segura.
    Um argumento em favor do hebraico ou aramaico de Mateus original são seus numerosíssimos hebraismos.
    Entretanto, qualquer tradutor teria o cuidado de expurgar a obra dos hebraísmos. Se eles aparecem em abundância, é mais lógico supor-se que o autor era judeu, e escrevia numa língua que ele não conhecia bem, e por isso deixava escapar muitos barbarismos.
    Supõe-se que Mateus haja escrito entre os anos 54 e 62.
    Dirige-se claramente aos judeus (basta observar as numerosas citações do Velho Testamento e o esforço para provar que Jesus era o Messias prometido aos judeus pelos antigos Profetas) . Mateus mostra-se até irritado contra seus antigos correligionários.
    MARCOS, ou melhor, JOÃO MARCOS, era sobrinho de Pedro. O nome João era hebraico, mas o segundo nome Marcos era puramente latino. Não deve admirar-nos esse hibridismo, sabendo-se que os romanos dominavam a Palestina desde 70 anos antes de Cristo, introduzindo entre o povo não apenas a língua grega, como os nomes latinos e gregos. (Os romanos impuseram a língua latina às conquistas do ocidente e a grega às do oriente, daí o fato de falar-se grego na palestina desde 70 anos antes de Cristo, por coação dos dominadores) .
    Marcos escreveu entre 62 e 66, e parece que se dirigia aos romanos, tanto que não vemos nele citações de profecias; apenas uma vez (e duvidosa) cita o Velho Testamento. Mais: se aparece algo de típico dos costumes judaicos, Marcos apressa-se a esclarecer, explicando com pormenores o de que se trata, como estando consciente de que seus leitores, normalmente, não no perceberiam.
    LUCAS, abreviatura grega do nome latino Lucianus, não tinha sangue judeu: era grego puro, de nascimento e de raça. Escreveu em linguagem correta, entre 66 e 70, interpretando o pensamento de Paulo a quem acompanhava nas viagens apostólicas, talvez para prestar-lhe assistência médica, pois o próprio Paulo o chama .médico querido. (cfr. 2.a Cor. 12:7) .
Todo o plano de sua obra é organizado, demonstrando hábito de estudo e leitura e de pesquisa.
    JOÃO, chamado também .o discípulo amado., e mais tarde .o presbítero., isto é, o .velho.. Filho de Zebedeu, e portanto primo irmão de Jesus, acompanhou o Mestre no pequeno grupo iniciático, com seu irmão Tiago e com Pedro.
Clemente de Alexandria diz ter João escrito o .Evangelho Pneumático.. Sabemos que .pneuma. significa .Espírito.. Então, é o Evangelho espiritual. Em que sentido? Escrito por um Espírito? .Pneumografado.? Tal como hoje dizemos .psicografado.?
    João escreveu entre 70 e 100, tendo desencarnado em 104.
    Seu estilo é altaneiro, condoreiro e seu Evangelho está. repleto de simbolismos iniciáticos, tendo dado origem a uma teologia.
    Linguisticamente, Lucas é o mais correto e Marcos o mais vulgar testando Mateus e João escritos numa linguagem intermediária.

Livro: Sabedoria do Evangelho - Carlos Torres Pastorino

17.3.18

TUA CRUZ


Levanta-te e prossegue caminhando,
Não deixes para trás a tua cruz,
Abraça a prova a que fizeste jus
E segue à frente, mesmo tropeçando...

Não reclames do lenho te pesando,
Por onde a tua vida se conduz,
De vez que, sobre a Terra, nem Jesus
Pode viver de lutas se isentando...

Chora, porém não largues sorrateiro,
À margem do caminho o teu madeiro,
Sob a influência de conselhos vãos...

Se te parece a cruz um fardo estranho,
Não olvides que ela é do tamanho
Que a talhaste com as tuas próprias mãos!...

Eurícledes Formiga – Blog Espiritismo em prosa e verso.
(Página recebida pelo médium Carlos A. Baccelli, em reunião pública do dia Lar Espírita “Pedro e Paulo”, na manhã de sábado do dia 10 de março de 2018, em Uberaba – MG).

16.3.18

ALERTA, IRMÃOS !!!


Aqui estamos novamente, meus amigos
Desprovidos de quaisquer más intenções.
Viemos trazer-lhes alerta sobre os perigos
Que a algum tempo atingem vossos corações.

Um ambiente de muita intranqüilidade
Se apodera de vossas emoções
Dificultando que a solidariedade
Possa cumprir suas sublimes funções.

ALERTA, IRMÃOS !!
Não se entreguem ! Não desistam !!
Que cada um cumpra a sua divina missão!
Sigam em frente ! Lutem contra o mal !! Insistam !!
Não esmoreçam frente á escuridão !!

Aqui do alto, de nossas naves estelares,
Nós vos daremos amparo e proteção
Contra o mal que deteriora os pilares
Da humanidade, frente ao mal e á perversão.

A bandeira de Jesus que os governa,
Aí tremula na certeza de vencer
E levar a humanidade á vida eterna
No perdão, na caridade e bem querer.

Contem conosco pois nós temos condições
De auxiliar-vos no caminho pela paz.
Sigam o Cristo !! Abram vossos corações
E façam tudo que Ele ensina e que Ele faz.

O amor há de vencer!! Voces verão !
E trará a paz do Cristo a este Lar.
A Terra será um planeta onde a razão,
O amor e o perdão irão reinar.

Sejam felizes !!!
.......................//....................
Poesia recebida pelo Roberto Ferreira

15.3.18

USO DAS FACULDADES


Questão 438 do Livro dos Espíritos

O uso das faculdades com que Deus dotou o Espírito influi muito na sua vida depois da morte; são as nossas ações que nos abrem ou fecham os caminhos, direcionando a nossa libertação ou prisão. É nesta assertiva que o Espiritismo vem acordar os que dormem e instruir os ignorantes, de modo a saber fazer uso de sua mediunidade em todos os rumos.
Diz o Evangelho: “Daí de graça, o que de graça recebestes”. As faculdades espirituais todos as temos e recebemos de Deus por misericórdia, de graça; portanto, devemos usá-las em benefício do nosso próximo, sem pensarmos em recompensa. Não consta no Evangelho, que Jesus recebeu alguma coisa pelas curas que fez, que foram milhares. Ele, o Doador Divino, ainda ensinava a Seus discípulos que se alguém lhes tomasse a túnica, que deveriam dar também a capa, e a quem lhes pedisse alguma coisa emprestada, não deveria ser cobrada. Àqueles que pretendiam ser Seus seguidores, dizia: “Dai tudo que tendes e segui-me”.
O médium que deseja cobrar pelo seu trabalho não é digno do salário divino, porque já recebeu a sua recompensa. A caridade, para ser real, nada pode exigir em troca. A verdadeira caridade tem como caminho certo o amor. Compete a todos os trabalhadores do Evangelho, na sua área, fazer desaparecer o comércio para surgir a fraternidade.
Usemos as nossas faculdades onde quer que seja, sem especular condições. Se procurarmos vender os dons, eles poderão trazer aflições para as nossas estradas para o além. O ajuste de contas com a consciência é bem difícil, porque dentro dela está instalada a justiça. Ninguém engana a ninguém, quanto mais a si mesmo. A mente registra tudo que faz no ambiente do coração e nos fluidos sensíveis do éter cósmico, que é o hálito de Deus.
Aquele que veio ao mundo com o dom da mediunidade, deve analisar bem o que vai fazer dela. Os campos são abertos para o trabalho. Procuremos Jesus em todos os nossos serviços que estamos a fazer, pois sem o Mestre dos mestres poderemos nos perder. Confiemos em Deus e em nós, e depois façamos alguma coisa para melhorar porque, sem o esforço próprio e a auto-educação todos os dias, como conquistar a paz? A paz de consciência tem um preço: o amor e a caridade.
Não devemos esconder os talentos recebidos: eles são dons divinos. Se viemos chorando da espiritualidade, devemos voltar sorrindo, como um completista. Quem cumpre seus deveres, tem a paz como vitória e a luz como ouro de Deus para o seu coração. Mesmo que sofra no mundo da carne, não esmoreça: busque o melhor, esforçando-se para melhorar, que as mãos de Jesus ampará-lo-ão na subida do calvário. Em atravessando o túmulo, a sua consciência iluminar-se-á como a dizer, repetindo Paulo: “O Cristo em mim é motivo de glória”.
Quando o Cristo nascer nos corações, o reino dos céus estará a palpitar em toda a humanidade e a Terra iluminada, como uma estrela de primeira grandeza. Falamos do Evangelho, anunciamos a Boa Nova de Jesus, e por vezes damos a própria vida por ela, mas, se não passarmos à vivência desse Evangelho, pouco valerão os nossos esforços teóricos.

Livro: Filosofia Espírita – João Nunes Maia – Miramez - Todos os livros Espíritas como este vendidos em nossa loja terão o lucro repassado à Casa Espírita de Oração Amor e Luz.

14.3.18

MEDIUNIDADE PREPARAÇÃO – VIII


406 – Quando um investigador busque valer-se dos serviços de um médium, é justo que submeta o aparelho medianímico a toda sorte de experiência, a fim de certificar-se dos seus pontos de vista?
-Depende do caráter dessas mesmas experiências e, quaisquer que elas sejam, o médium necessita de muito cuidado, porquanto, no caminho das aquisições espirituais, cada investigador encontra o material que procura. E quem se aproxima de uma fonte espiritual, tisnando-a com a má-fé e a insinceridade, não pode, por certo, saciar a sede com uma água pura.

407 – Para que alguém se certifique da verdade do Espiritismo, bastará recorrer a um bom médium?

-Os estudiosos do Espiritismo, ainda sem convicção valorosa e séria no terreno da fé, precisam reconhecer que em trabalhos dessa ordem não basta o recurso de um bom médium. Faz-se mister que o investigador, a par de uma curiosidade sadia, possua valores morais imprescindíveis, como a sinceridade e o amor do bem, servindo a uma existência reta e fértil de ações puras.

Livro “O Consolador” –  Francisco C. Xavier – Emmanuel – Todos os livros Espíritas como este vendidos em nossa loja terão o lucro repassado à Casa Espírita de Oração Amor e Luz.

13.3.18

COMO VOCÊ INTERPRETA?! – XLVIII


No capítulo 46 – “Sacrifício de Mulher” –, André efetua anotações que levam a quem esteja encarnado a muitas reflexões. Habitante do Mundo Espiritual há mais de dez anos, contando o seu tempo de permanência no Umbral Grosso e em “Nosso Lar” – ele informa que, somando o seu tempo de hospitalização e trabalho, após receber alta, já se encontrava residindo na referida cidade há quase dois anos –, André ainda não voltara a Terra, e, assim, não visitara a sua família consanguínea – esposa e filhos.
Vejamos: mais de dez anos desencarnado e André Luiz nem sequer reunira condições ideais para visitar a família! Quantos, equivocadamente, imaginam que, ao desencarnar, o espírito possa ir aonde quer?! Você é dos tais, caro/a internauta?! Crê que, ao deixar o corpo carnal, volitará para aonde desejar?! Que, logo que desembaraçar-se da carcaça, permanecerá à volta daqueles que ama, ou não, fazendo o que lhe aprouver?!...
Notemos ainda que as atividades que André abraçara em “Nosso Lar” não lhe permitia ausentar-se delas – ele tinha ordens a obedecer. – “Cumpria, pois, aguardar a palavra de ordem.” – esclarece.
Muitos se dirigem aos Centros Espíritas esperando obter, através da mediunidade, um contato com os seus entes queridos desencarnados, sem pensar que, muitos deles, pelas mais diversas causas, se encontram transitoriamente impedidos de atendê-los. Em muitos casos, os comunicados mediúnicos de familiares e amigos são recados transmitidos pelos Benfeitores Espirituais, seus ou do próprio médium, mas que não são diretamente escritas pelos remetentes.
*
André Luiz afirma que a saudade lhe doía fundo, mas, que, “em compensação, de longe em longe”, ele era visitado pela sua mãezinha, residente em Plano Superior.
Ele não permanecia indiferente à sorte dos seus – apenas, talvez, ainda não se sentisse preparado para lhes efetuar proveitosa visita.
Os considerados “mortos” não se esquecem daqueles que deixaram na Terra, e nem se desinteressam pelas lutas em que são encontram mergulhados. Assim como os encarnados não olvidam os que partiram, com mais forte razão, os que partiram não olvidam os que ficaram! Com mais forte razão, por quê?! Porque, então, melhor podem compreender os perigos aos quais o espírito se encontra exposto em sua romagem terrestre, e o quanto, perante a Lei de Causa e Efeito, ele pode vir a se complicar.
*
O célebre autor de “Nosso Lar”, conta que, “nos primeiros dias de 1940”, a sua genitora, ao ir vê-lo nas Câmaras, lhe comunicou a intenção de voltar a Terra, ou seja, de reencarnar! André, de imediato, não pode compreender a decisão materna. Ora, se ela, sua mãezinha, que residia em Dimensão Superior, estava programando reencarnar, o que lhe tocaria no futuro?! Quantos são os que ouvimos dizer que não mais desejam reencarnar na Terra! Quanta ilusão a respeito de si, no que tange à deficitária condição evolutiva em que ainda nos encontramos! Para a grande maioria, o ato de reencarnar não é uma escolha, mas uma imposição da Lei! Quem, se pudesse, escolheria desencarnar?! O processo é o mesmo – tem espírito que reencarna dormindo e, quando acorda, já está de chupeta na boca, sendo embalado por um colo de mãe!...
André argumenta: - “Não concordo. Voltar a senhora à carne? Porquê? Internar-se, de novo, no caminho escuro, sem necessidade imediata?”
Os motivos da decisão da mãezinha de nosso amigo, veremos posteriormente – mas ela estava em condições de escolher por si mesma, e, podendo escolher, compreendeu a necessidade de voltar para socorrer aqueles que permaneciam sob a tutela de seu amor.

INÁCIO FERREIRA – Blog Mediunidade na Internet
Uberaba, 12 de março de 2018.

12.3.18

Loucuras Republicanas


Apesar da voracidade com que os políticos se agigantam em partilhar o poder entre eles, a Nação sobrevive aos assaltos com o trabalho duro do dia a dia de sua gente.
Essa condição que vivemos hoje no Brasil é risonha. De um lado, políticos famintos de poder. De outro, o povo faminto de emprego.
Quem dá mais neste mercado de loucuras republicanas?
O povo é o agente do poder, é ele quem concebe a autoridade a outros para governarem em seu nome, mas supostamente ele é o primeiro a ser excluído nessa partilha de bens públicos.
Essa condição é revoltante, deplorável e esmaga o sentimento de representatividade ao qual se sustenta uma boa democracia.
Neste caso, imperioso se afirmar que, vez ou outra, cansado das precariedades do viver, esfolado na sua condição de dignidade, este mesmo povo, soberano nas suas decisões, acha-se na vontade de doar temporariamente este poder a um qualquer que diga, em seu nome, que igualmente está revoltado e clama por mais justiça social e econômica.
Isto é típico das democracias e não há mal algum. O problema é que muitas vezes a lição não é aprendida e sofre-se mais do que se deveria. Os desenganos se materializam em dor insuportável, mas é assim mesmo o caminho do aprendizado democrático, enquanto vivermos sob sua égide.
Agora que se avizinham as eleições, quais ratos a busca da justa comida, os políticos correm à procura do bom voto que os favoreça mais uma vez na sua locupletação faraônica de mando e serventia.
Eu analiso com bons olhos toda alternância de poder. É justo termos visões diferentes de um mesmo ponto. Clamo, no entanto, que haja justiça e ponderação, racionalidade e responsabilidade com qualquer mudança que se pretenda fazer. Este é o modo sensato de promover a alteração de agentes no exercício do poder democrático.
O povo não sabe em quem votar. Sabe em quem não quer votar. Faltam-lhes candidatos com a cara e a voz do povo. Eles pensam assim. São todos iguais. Não temos quem nos represente. Até se dá um certo desconto se alguém lhes parece desonesto, mas faz. É a tradição da política brasileira, mas isto tem que acabar, meus caros.
Daqui, numa visão privilegiada das coisas, percebo movimentações vis em todos os flancos. É a podridão do poder e da política em ação. Objetivo? Ludibriar para se perpetuar.
Não estou aqui fazendo alusão a posições ideológicas de um lado ou de outro. Meu verso baseia-se em propostas, competências e valores.
De que adiantam boas ideias sem que se tenha condição de executá-las?
De que vale uma boa persona, bem-intencionada, se falta-lhe o devido apoio político de manutenção no poder?
Do que tratar quando a proposta é interessante, soa bem aos ouvidos, mas é capitaneada por um bando de desonestos?
É uma encruzilhada perigosa, meus caros.
Mas haveremos de resolver os nossos problemas, darmos ordem na casa, olharmos para frente e cuidarmos, com bons olhos, do nosso amanhã.
Sei que muitas águas ainda passarão sob a ponte que nos levará de um destino a outro na política brasileira, mas cabe-nos desfraldar sempre a bandeira da esperança, sem a qual seria vã e inútil a nossa luta por dias melhores.
Acreditar, sempre!
Desistir, jamais!
É isso que penso!
Joaquim Nabuco – Blog Reflexões de um Imortal

11.3.18

Interferência de Deus nas nossas vidas


Acreditar em Deus é coisa seríssima porque não representa somente abrir a boca e dizer isso. Acreditar em Deus, antes de tudo, é uma atitude sincera e constante de confiança absoluta na sua interferência bondosa em nossas vidas.
Vejam só! Digo e afirmo que Ele interfere positivamente nas nossas vidas e faz isso constantemente, o tempo inteiro, porque se assim não o fizesse estaríamos literalmente perdidos no destino da vida.
Ele interfere de várias maneiras. Todas elas extremamente educativas. Ele não nos tira do mal sem que tenhamos aprendido o porquê do mal tenha pousado na nossa existência. Aliás, o mal é uma ficção, significa, tão-somente, que por termos abandonado o melhor caminho, caímos em desgraça. Não provocada pelo Criador, mas fruto direto das nossas decisões.
Jesus, aquele que melhor representou a vontade divina entre nós, disse-nos certa feita que todos nós poderíamos fazer aquilo que Ele fazia e muito mais. Quer dizer, nós temos dentro de nós uma infinidade de potencialidades que estão adormecidas, simplesmente porque ainda não pegamos a carona da divindade que nos é inerente.
Quando descobrimos Deus em nós passamos a agir como se fossemos o próprio Deus. Dessa forma, quando Jesus disse que Ele e o Pai representavam um só é porque Ele já estava totalmente embebido pela vontade soberana do Senhor.
Jesus sabia, antemão, do que iria acontecer aos homens. Sua descrença, sua má vontade em relação à propagação do bem, sua preguiça em encarar-se e modificar-se moralmente, enfim, sabia do nosso desleixo momentâneo.
Essa percepção da realidade humana fez com que Jesus tivesse todo o cuidado possível para não meter os pés pelas mãos. Isso mesmo! Como sabia das nossas limitações temporais não quis trazer pérolas aos porcos.
Jesus acreditava na potencialidade humana, mas sabia que demoraria demasiado tempo para que ela se expressasse na sua totalidade. Portanto, não avançava quando não havia a possibilidade de entendimento das coisas. Ficava no meio-termo, o que já era suficiente para séculos e séculos da compreensão humana.
O fato de nos alertar sobre a nossa condição divina é extraordinária para que lembremos, mais tarde, que podemos fazer o que Ele fazia e ainda mais. Ora, tudo existe dentro de nós. O que podemos fazer com o que Deus nos propiciou?
Esse resgate da divindade em nós propicia uma mudança radical de comportamento. Todos nós seremos os artífices do nosso amanhã, então podemos plantar hoje aquilo que desejamos ver desenvolvido num tempo futuro. Resgatamos aquilo que plantamos.
Jesus sabia que a compreensão humana seria tardia e, por isso, deixou que compreendêssemos a realidade aos poucos, sem saltos. Assim, a vida ficaria mais deliciosa de ser vivida.
Jesus sabia que poderíamos incorrer em erros desnecessários se não tivéssemos a bússola do existir. Deu-nos tempo para que acomodássemos dentro de nós os germens necessários da bondade e da misericórdia, mas também do entendimento e da boa-vontade.
Quando descobrimos Deus em nós, Deus em nossas vidas, agradeceremos bastante e aí, neste instante, Ele não precisará mais interferir nas nossas vidas, haja vista que estaremos sintonizados automaticamente com a Sua vontade maior.
Que assim seja!
Helder Camara – Blog Novas Utopias.

10.3.18

NÃO DESISTE


Se a calúnia te apedreja
E te acusa dedo em riste,
No labor da cada dia,
Guarda silêncio e persiste.

Se nas palavras de alguém
Há algo que te contriste,
Sem revidar a ofensa,
Cumpre o dever e resiste.

Se estás cansado da prova
Na tentação que consiste,
No caminho da virtude,
De passos firmes insiste.

Perante qualquer problema
Que no mundo sempre existe,
Procurando pela paz,
Persevera e não desiste.

Eurícledes Formiga – Blog Espiritismo em Prosa e Verso
(Página recebida pelo médium Carlos A. Baccelli, em reunião pública da Casa Espírita “Bittencourt Sampaio”, na noite de 30 de junho de 1993, em Uberaba – MG).