Acreditar em Deus é coisa
seríssima porque não representa somente abrir a boca e dizer isso. Acreditar em
Deus, antes de tudo, é uma atitude sincera e constante de confiança absoluta na
sua interferência bondosa em nossas vidas.
Vejam só! Digo e afirmo que
Ele interfere positivamente nas nossas vidas e faz isso constantemente, o tempo
inteiro, porque se assim não o fizesse estaríamos literalmente perdidos no
destino da vida.
Ele interfere de várias
maneiras. Todas elas extremamente educativas. Ele não nos tira do mal sem que
tenhamos aprendido o porquê do mal tenha pousado na nossa existência. Aliás, o
mal é uma ficção, significa, tão-somente, que por termos abandonado o melhor
caminho, caímos em desgraça. Não provocada pelo Criador, mas fruto direto das
nossas decisões.
Jesus, aquele que melhor
representou a vontade divina entre nós, disse-nos certa feita que todos nós
poderíamos fazer aquilo que Ele fazia e muito mais. Quer dizer, nós temos
dentro de nós uma infinidade de potencialidades que estão adormecidas,
simplesmente porque ainda não pegamos a carona da divindade que nos é inerente.
Quando descobrimos Deus em
nós passamos a agir como se fossemos o próprio Deus. Dessa forma, quando Jesus
disse que Ele e o Pai representavam um só é porque Ele já estava totalmente
embebido pela vontade soberana do Senhor.
Jesus sabia, antemão, do que
iria acontecer aos homens. Sua descrença, sua má vontade em relação à
propagação do bem, sua preguiça em encarar-se e modificar-se moralmente, enfim,
sabia do nosso desleixo momentâneo.
Essa percepção da realidade
humana fez com que Jesus tivesse todo o cuidado possível para não meter os pés
pelas mãos. Isso mesmo! Como sabia das nossas limitações temporais não quis
trazer pérolas aos porcos.
Jesus acreditava na
potencialidade humana, mas sabia que demoraria demasiado tempo para que ela se
expressasse na sua totalidade. Portanto, não avançava quando não havia a
possibilidade de entendimento das coisas. Ficava no meio-termo, o que já era
suficiente para séculos e séculos da compreensão humana.
O fato de nos alertar sobre a
nossa condição divina é extraordinária para que lembremos, mais tarde, que
podemos fazer o que Ele fazia e ainda mais. Ora, tudo existe dentro de nós. O
que podemos fazer com o que Deus nos propiciou?
Esse resgate da divindade em
nós propicia uma mudança radical de comportamento. Todos nós seremos os
artífices do nosso amanhã, então podemos plantar hoje aquilo que desejamos ver
desenvolvido num tempo futuro. Resgatamos aquilo que plantamos.
Jesus sabia que a compreensão
humana seria tardia e, por isso, deixou que compreendêssemos a realidade aos
poucos, sem saltos. Assim, a vida ficaria mais deliciosa de ser vivida.
Jesus sabia que poderíamos
incorrer em erros desnecessários se não tivéssemos a bússola do existir.
Deu-nos tempo para que acomodássemos dentro de nós os germens necessários da
bondade e da misericórdia, mas também do entendimento e da boa-vontade.
Quando descobrimos Deus em
nós, Deus em nossas vidas, agradeceremos bastante e aí, neste instante, Ele não
precisará mais interferir nas nossas vidas, haja vista que estaremos
sintonizados automaticamente com a Sua vontade maior.
Que assim seja!
Helder Camara – Blog Novas
Utopias.
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