31.8.12


LIÇÃO DE MARIA JOÃO DE DEUS

  Chico contava que, numa das vezes em que o espírito de sua mãe lhe apareceu, revelou a ele que estava aprendendo línguas no Mundo Espiritual, para que, quando reencarnasse, encontrasse maior facilidade no aprendizado de idiomas...
  A lição, aparentemente singela, encerra profundos ensinamentos a encarnados e a desencarnados:
1º - dentro da Vida que é única, mostra a integração existente entre os Dois Planos em que ela se manifesta.
2º - esteja na Terra ou no Além, ninguém deve se imaginar "fora de tempo" para adquirir Conhecimento.
3º - para onde for, o espírito leva sempre consigo a bagagem intelecto-moral amealhada.
  Portanto, em sã consciência, dentro da visão imortalista, o homem encarnado, ou desencarnado, não deve se considerar inapto para dar início a determinados empreendimentos que concorram para a sua evolução.
   Equivocam-se os que alegam:
- Estou muito velho para voltar a estudar...
- Deixarei para começar na outra encarnação...
- Espero por condições que me sejam mais favoráveis...
- Agora, não dá mais...
- Não tenho como efetuar as mudanças que desejo...
  Claro está que estamos nos referindo única e tão somente a todo e qualquer esforço que objetiva o crescimento do espírito.
   Não nos esqueçamos de que Allan Kardec, sem saber disto, preparou-se para a tarefa a que deu início quando já contava com meio século de vida...
  O próprio Cristo esperou trinta anos para descerrar o advento da Boa Nova em favor da Humanidade...
  Em qualquer tempo que sejam plantadas, as sementes florescem e frutificam!
  Maria João de Deus, segundo a palavra de Chico, estava semeando no Plano Espiritual para colher sobre a Terra, não obstante, são muitos os que semeiam sobre a Terra para colher no Mundo Espiritual!
   Ninguém deve se afligir pela colheita, mas sim pela semeadura.
  Sob esta lógica, ainda que, de um dos Dois Lados da Vida, estejamos vivenciando os nossos últimos momentos, prestes a desencarnar ou a reencarnar, não continuemos a desperdiçar tempo ante o aprendizado que nos compete realizar, que, quanto mais cedo for efetuado, mais depressa nos cumulará com as suas bênçãos, fazendo-se-nos alicerce para mais amplas e enriquecedoras conquistas ao espírito.

INÁCIO FERREIRA
Uberaba - MG, 27 de agosto de 2012.

30.8.12


VALE A PENA SER MÃE

       Ela era jovem e cheia de sonhos. Quando a gravidez se confirmou, vibrou de felicidade.
       Ela era amada, tinha um lar, e agora um filhinho viria brindar com mais alegrias a sua vida.
        Idealizou, junto com o marido, como seria aquele bebê que se formava, em sua intimidade.
        Passou a olhar vitrines com mais atenção. Vitrines com roupas de bebê, carrinhos, berço, enfim tudo que pudesse compor um quartinho especial para o amor do seu amor.
        Algo, contudo, viria empanar a sua felicidade e colocar cores escuras em seus sonhos.
        Em um dos exames preliminares, foi-lhe dito que seu bebê apresentava uma dificuldade. Em verdade, uma séria dificuldade.
        Ele era anencéfalo. Não tinha cérebro. A orientação foi que ela abortasse.
        Adriana chorou muito. Seu marido também. Diante da possibilidade de abortar, ela hesitou, mesmo sabendo que o bebê não viveria senão algumas horas, depois do parto.
        Aquela mulher que acreditava na imortalidade da alma, nas vidas sucessivas, nos objetivos da reencarnação, tomou uma decisão.
        Ela não abortaria. Seu bebê viveria o mais possível, a depender da sua disposição e coragem. E se assim decidiu, seu marido a apoiou.
        Foram noites de muitas lágrimas. Noites de incertezas, de dúvidas, de pesar.
       Afinal, eles desejavam tanto um bebê, um filho para amar, acarinhar, ver crescer.
        E seu filhinho não viveria para isso.
        Surpreendentemente, dois meses depois desse diagnóstico, um novo exame revelou algo diferente: seu bebê não era anencéfalo.
        O ultra-som detectou o cérebro e apontou que o problema do feto era o não fechamento neural. Um problema que poderia ser corrigido cirurgicamente.
        Adriana deixou que as lágrimas lhe lavassem as faces e a alma. Foi um alívio momentâneo, porque logo depois veio o outro diagnóstico.
        A sua filhinha era portadora de uma cardiopatia.
        Sim, um procedimento cirúrgico poderia resolver.
        Assim, a jovem grávida foi encaminhada para um hospital e recebeu acompanhamento médico até o final da gravidez.
        Rafaela nasceu no dia 1º de janeiro de 2005. Era como se desejasse anunciar um novo ano com sua presença.
        Nasceu no mesmo dia e no mesmo horário que seu pai nascera.
        Era um presente maravilhoso, consideraram os pais.
        É a própria Adriana que conta, com palavras emocionadas: “Fizemos de tudo para que ela sobrevivesse.
        E tudo aconteceu da melhor forma.
        Rafaela ficou no hospital. Só meu marido e eu podíamos entrar para vê-la.
        E a cada vez que a visitávamos, fui percebendo que aqueles eram momentos só nossos, para conhecê-la.
        Rafaela faleceu no dia 17 de janeiro.
        E de tudo isso aprendi que o amor é o mais importante. Se realmente o diagnóstico mudou, porque mudou, não sei.
         O que sei é que valeu cada minuto ao lado de minha filha.
        Hoje, que os dias já acalmaram a dor da separação, tenho sonhado com minha filhinha.
        Ela me parece uma criança feliz e agradecida por tudo que passou.
        E eu, eu agradeço a Deus a oportunidade de ser mãe de Rafaela.
        Minha mensagem a todas as mulheres é que não desistam de ser mães, acima de tudo.
        Pois ser mãe sempre vale a pena!”
Equipe de Redação do Momento Espírita, baseado em história real remetida pelo Dr. Laércio Furlan, da AME-PR.

29.8.12


Questão 171 do Livro dos Espíritos
     REENCARNAÇÃO: LEI UNIVERSAL
    A reencaração é lei universal vigente em todos os mundos habitados, e como tal, é imutável. O espírito anima quantos corpos precisar para o seu despertamento espiritual. A reencarnação mostra-nos a justiça de Deus, proporcionando a todos as mesmas oportunidades de viverem bem, de usarem seus poderes e de gozarem seus esforços, suas conquistas.
    O descrédito de alguns em relação a essa lei não altera a sua vigência, visto que uma lei eterna, fundamentada por Deus, não vai deixar de ser lei porque um punhado de espíritos nela não acredita. Quem não crê na luz não afeta a existência dela, e continuará a ser por ela beneficiado. Por alguém não acreditar que a água sacia a sede e é um benefício para a vida, a água não vai deixar de existir para ele: ela corre o seu percurso, sempre fazendo o bem que Deus determinou. Assim por diante, são inúmeráveis os fatos que existem, independentes da aprovação dos homens. O Cristo sempre foi, é, e será nosso guia espiritual, mesmo que não creiamos na Sua presença em nossas vidas. Deus é muito mais real na existência de todas as criaturas, e muitas delas O negam. Isso tudo são fases na vida dos espíritos e o tempo mostrar-lhes-á a realidade, por processos que eles mesmos desconhecem.
    A reencarnação sempre existiu, desde o princípio da criação dos mundos, como veredas que se abrem para o despertamento dos espíritos e, se perguntarmos o porquê da reencarnação, temos muito o que ouvir. O próprio silêncio nos faz meditar sobre o assunto, e as vidas sucessivas, pelas quais todos devem passar, e já passaram por muitas, conscientizarão o homem da realidade, fazendo, no silêncio da vida, lembranças correspondentes e raciocícios claros sobre a necessidade das vidas múltiplas.
    Convém meditar neste assunto transcendental, estudar e conversar sobre ele com pessoas abalizadas no assunto, e dele deduzir o que a nossa evolução comportar. Não deves negar nada que não conheças bastante, para não caíres no ridículo da inexperiência. Não percas tempo discutindo outra filosofia que não seja a tua; examina e tira dela o que achares mais conveniente para o teu bem estar. A pessoa que se acostuma a negar o que não conhece, empobrece seus próprios valores e passa, mesmo em vida, a viver morto.
    Se já estás cansado de ler livros dos homens e desconfias deles, estuda no livro da natureza, buscando a participação de quem a conhece, para te ensinar as primeiras letras dessa verdade universal. As primeiras lições das vidas sucessivas nos dizem que tudo muda na vida, de dia para dia. O progresso é um fato em todos os ângulos. Se encarnamos, por que não podemos voltar à carne? Se o corpo existe, por que não existe o espírito? Hoje, a ciência, na sua dinâmica de especular, já prova que as coisas invisíveis são mais reais do que as que apalpamos e vemos. O que deduzirmos disso?
Livro: Filosofia Espírita IV - João Nunes Maia - Miramez

28.8.12


A Vida Continua

  Às vezes, sem querer, fico pensando no que me aconteceu há alguns anos. A morte, meus filhos, é simples desligamento da alma do corpo. Sem dor e sem medo para aquele que se entregou à causa do bem, que fez por onde merecer a ajuda espiritual dos que partiram antes.
  No meu caso, foi tudo tranquilo, todos que me esperavam, deram-me as boas-vindas e nada senti demais. As pessoas me perguntavam se eu estava bem, o que sentia, e respondia que parecia estar doente ainda, mas sentia leve suavidade no corpo, parecia que havia deixado para trás algo muito pesado. De fato, era a leveza do espírito sem a carga de peso do corpo físico. Isto, por si só, já se constituía num benefício. Passei, então, a ser observado por médicos que me auxiliavam no meu restabelecimento. Minha mãe querida foi-me ver imediatamente. Dei graças a Deus por aquele reencontro.
  Jesus pregou a todos nós que não morreríamos, então eu tinha que confiar Nele. Eu dizia para todos que a vida verdadeira era a vida eterna, pois bem, agora eu sabia disso perfeitamente, teria que ficar tranquilo como fiquei. Meu Pai, ah meu Pai, quantas graças Tu nos ofereces e no momento derradeiro, quando apagam as luzes da vida física e poderíamos temer o nada, aí é que Tu nos ofertas o Tudo, o inimaginável, porque a vida aqui, meus irmãos, é plena e bela para quem souber bem-viver.
  Não acho chato a vida por aqui, é apenas outra forma de viver, tão somente. A vida aqui possui mil oportunidades de trabalho, não falta o que fazer. Fico priorizando para não poder me dispersar de tanto que existe para operar. Em tudo há a sabedoria divina, em tudo eu me encontro com Deus. A vida aqui tem mais significado, não que não haja na Terra, como há, mas aqui vemos reluzir com mais profundidade o significado de cada coisa.
  Como é maravilhoso servir. Como é gratificante poder se expressar em todo lugar. Como é interessante participar de missões extrafísicas. Tudo possui um significado enorme. Não expresso muitas coisas porque ainda não teriam a devida repercussão que merece, teríamos um choque quando me vissem escrever sobre o mundo de cá, por isso, me acautelo, me seguro, porque a vontade era dizer claramente como as coisas funcionam do lado de cá. Nem uma obra de ficção, por melhor que seja, conseguiria expressar o tamanho, a grandeza, de tudo por aqui.
  A meus restos mortais, na Sé, se juntarão hoje o de padre Henrique e do bispo Lamartine. Pois bem, amigos, quero dizer que aprovo a ideia, mas, na prática, estamos juntos há algum tempo. Mesmo na vida física, não me separei do meu padre querido, ele sabe disso, e foi um dos que me veio reencontrar de prontidão após o meu desenlace carnal. Lamartine está bem, manda abraços a todos por mim, porque ainda é difícil encontrar médiuns católicos para expressar a nossa vontade e pensamento, por isso aproveitamos o que temos à mão para dizer estas coisas.
  Neste dia comemorativo à minha morte física, levo o meu abraço àqueles que ainda veem em mim um amigo. Continuo orando por todos e ajudando naquilo que é possível. Peço a Deus que, igualmente a mim, possam acordar no mundo dos espíritos – que somos todos nós – conscientes da realidade nova e de mente e coração tranquilos por ofertar a Deus às suas vidas.
  Grato, irmãos, estaremos juntos, sempre juntos, a proteger-nos um a um, para que a morada do Pai, aqui e aí, se faça de muito amor e paz.
Um abraço,
Helder Camara

27.8.12


CARTA À MÃE CATÓLICA 
  Querida mamãe: Esta carta contém uma terrível confissão: tornei-me espírita. Chamo-lhe confissão porque expressa minha convicção mais íntima, profunda, meditada e sofrida; chamo-lhe terrível porque sei quanto vai feri-Ia também, íntima e profundamente. Conhecendo, como conheço, sua inabalável fé católica, sei que, para a 
senhora, é como se perdesse o filho amado, que se precipitou irremediavelmente nas chamas do inferno. 
  Sei que sua religião - que foi também minha, desde o berço até bem adiante na vida - condena, sem remissão, aquele que lhe volta as costas. Mas sei também que a senhora é honesta e convencidamente católica e concordará comigo em que caberá a Deus julgar e não às organizações religiosas do nosso mundo imperfeito. 
  A senhora tem uma bela religião, inspirada que foi na fonte comum do Cristianismo. Outras religiões também foram ao Cristo para beber inspiração e traçar novos roteiros aos homens, mostrando-lhes os caminhos de Deus. 
  Sua religião é bela pelo seu conteúdo moral e espiritual, pela importância de sua contribuição à civilização, pelos grandes espíritos que povoam sua galeria, desde os vultos que se tornaram universais até o pároco anônimo, mas profundamente humano, que orienta meia dúzia de almas no seu modesto rebanho. 
  Respeito todas as suas crenças; no entanto sua religião, como todas as demais, tem um conteúdo espiritual de origem divina e um continente de tosca fatura humana. Se a examinarmos de perto, veremos que o conteúdo continua puro e luminoso, pois eterna é a sua substância, e sua concepção independeu da vontade do homem; mas veremos, também, que o vaso que o contém é defeituoso e imperfeito como toda obra humana. 
  Por melhores que fossem as intenções da sua religião - e muitas, infelizmente, não o foram - muitos dos espíritos incumbidos de ajudar a fazer o vaso não viram bem claro os planos do Senhor e cometeram falhas, na ilusória esperança de que estavam criando medida de autodefesa contra futuros inimigos da nova fé. E, assim, tudo se petrificou na imobilidade assustadora dos dogmas. Mais ainda: a precaução foi inútil, porque Deus, na sua sabedoria infinita, não quer deixar que as coisas permaneçam estáticas. Toda a Natureza vibra, se move, evolui, nasce, morre, emigra e renasce. Por "que haveria Deus de permitir que no meio de tanto movimento só um corpo doutrinário permanecesse inerte, estacionário, contraditando suas próprias leis? 
  Se o próprio Cristo aqui veio para modificar ampliar e dar nova vida a um corpo doutrinário anterior ... E note bem: Ele não veio destruir, Ele veio executar um dos cânones da Lei Divina, que é a evolução. Retomou a doutrina morta no ponto em que estava e soprou-lhe novamente a vida. 
  Para isso foi preciso pregar, curar, dar exemplos, sofrer e morrer. Ainda assim, até hoje o negam, o espezinham e o desprezam, até mesmo em nome dos princípios morais e filosóficos que Ele pregou. 
  De modo que respeito sua fé. O Catolicismo tem prestado grandes serviços e continuará certamente a prestá-Ias, todas as vezes em que prevalecer em suas obras a substância divina que nele se contém, todas as vezes em que subir às culminâncias de Francisco de Assis, por exemplo. Outros grupos religiosos prestam, igualmente, grandes serviços de natureza espiritual, pois o que importa, substancialmente, não é o rótulo da nossa crença religiosa, é a própria crença e o grau de caridade que ela é capaz de instilar em nossos corações. Desde que seja pura e honesta, sincera e humilde, Deus certamente nos receberá em seus braços um dia, porque seu maior Emissário nos garantiu que nenhuma de suas ovelhas se perderia. 
  Por tudo isso respeito sua fé e rogo a Deus que a ajude a compreender, no devido tempo, o passo que ora dou.
  Sei que a senhora pensará neste momento, a ler confusa e desgostosa estas linhas: "Coitado, o demônio o arrastou para as hostes do mal." 
  Ensinaram à senhora que o Espiritismo é obra do demônio, que comanda, poderoso e invencível, todos os fenômenos espíritas.
 Digo-lhe eu agora, com a maior pureza na minha intenção: o demônio fez no meu caso (e em inúmeros outros) obra magnífica. Por quê? Porque retirou das trevas impenetráveis da descrença e me arrastou para a luz da fé. Digo arrastou e digo bem, porque reagi e resisti enquanto me foi possível. Educado como fui - a senhora o sabe -, no mais profundo horror à luminosa Doutrina dos Espíritos,li os primeiros livros tomado de sobressaltos e temores. 
  Mas, se não me restava nada da antiga fé, pensava eu, que mal poderia haver em que eu continuasse a procurar, alhures, lenitivo para as minhas dúvidas? Sim, porque eu duvidava; mais que isso: eu descria. 
 Verificara, na idade ingrata do raciocínio, que não "poderia salvar minha crença da meninice, "pois seus destroços nadavam esparsos pelo mar do desencanto. No princípio, sentira um alívio tolo, como que desobrigado de compromissos éticos e religiosos. Era livre, era superior a toda aquela massa ignara que cria. Mas os anos foram volvendo e comecei a duvidar também da minha descrença. 
  A senhora sabe que o homem é essencialmente espírito e de lá, de onde vem, ele traz a intuição de Deus. Trazendo no fundo do ser uma fagulha emanada de seu Criador, como pode ele subsistir sem Deus e passar pela vida indiferente, sem a crença naquele que o criou e o conduz? Poderá teimar ingenuamente, como uma criança perdida, e nem por isso Deus o abandonará. 
   Deixe-me contar-lhe uma parábola. 
  Disse uma criança a seu pai: "Pai, você não existe." Respondeu-lhe o pai, condescendente: "Não? Por que você acha que eu não existo?" - "Porque você é absurdo. Porque não posso compreendê-lo. Como é possível você ter existido antes de mim? Como é possível você saber, por exemplo, que aquela floresta escura me reserva perigos e sofrimentos? Quem lhe ensinou as coisas que você sabe? Quem o fez? Não. Você não existe." 
  E, para prová-lo, quis atravessar a floresta na escuridão da noite. Iria sozinho, que nada o assustava. E foi. Mas o pai, que o amava, foi à sua frente; colocou sinais pelo caminho; abriu-lhe até algumas picadas e poliu a face da lua para que ela iluminasse um pouco as veredas. 
        Lá se foi a criança. No princípio estava alegre, sentia-se forte e independente. Era dona de sua vontade, não teria que prestar contas a ninguém do que fizesse. Esqueceu-se até do pai. Depois começou a sentir-se muito só, a caminhar solitária pelas veredas. E, absurdamente, começou a ter saudade do pai e começou a notar que sua mão bondosa andara por ali a espalhar sinais de sua presença. Removera uns espinhos daqui; tirara uma pedra dali; deixara um pouco d'água fresca acolá. E como é que a lua, perdida nas nuvens, brilhava agora tão intensamente no céu? Teria sido o pai que lhe aumentara o brilho? Era sim, desconfiava ela. Sentia isso agora, perfeitamente, com nitidez. Então, o pai existia, era bom e o amava. Foi só o tempo de pensar assim e sair do outro lado da mata. Lá estava o pai, à sua espera, com o amor sublimado de sempre. A criança caiu a seus pés, beijando-lhe as 
mãos, lamentando o tempo que perdera na mata escura, extraviada, sofrendo inutilmente para provar a si mesma que seu pai não existira. Esquecia-se a coitada de que, se conseguisse prová-lo, teria provado que ela também não existia. Que faria então? 
  Aí está a história. Aqui estou eu, humildemente, aos pés do Pai, sempre que posso, em cada momento da minha vida, para agradecer-lhe as bênçãos incontáveis que sobre mim tem derramado generosamente. Aqui estou, dentro de minhas limitadas forças, lutando como posso contra minhas imperfeições que são muitas e meus erros que são inumeráveis. Aqui estou a seus pés a implorar-lhe que me ajude, iluminando cada vez mais meu entendimento e meus caminhos, inspirando-me pensamentos e atos nobres, fortalecendo-me na prática da caridade. Aqui estou a lhe pedir coragem e inspiração para que, por minha vez, possa ajudar os filhos que Ele me confiou, orientando-os na senda do bem. Aqui estou para agradecer acima de tudo o ter Ele permitido que voltasse ao mundo por intermédio da senhora, que, colaborando na sua obra, ajudou a formar meu corpo físico e tanto contribuiu, com a nobreza de seu caráter, para reformar meu espírito nesta peregrinação. E me sinto tranquilo e feliz tanto quanto pode sê-lo a criatura imperfeita que ainda somos, porque creio, porque sofro e luto e aprendi a orar. Estou feliz porque a minha fé renasceu fortalecida, imune aos embates da razão, porque a própria razão a ilumina. 
  Quero, pois, pedir à senhora que não se preocupe comigo. Algum dia, com a graça de Deus, nos encontraremos em outras condições, desembaraçados deste tosco invólucro material e conversaremos sobre estes e outros problemas. Estou certo de que lá encontraremos também muitos e muitos amigos que, levados por injunções várias, foram espíritas, protestantes, judeus, católicos ou budistas. E a senhora não mais se admirará, porque saberá então que a Deus não importa de onde vem a prece que sobe até seus pés: o que lhe importa é a fé que a sustenta, o que lhe importa são as obras que o iluminam. Mesmo porque, sem as asas poderosas da fé, a prece não chegaria sequer a esvoaçar naquelas alturas inconcebíveis ao espírito humano. Levada pela fé, no entanto, lá chegam nossos agradecimentos e nossos pedidos, seja qual for a igreja de onde oramos, porque, ao criar seus filhos, Ele não os separou irremediavelmente em seitas, raças, nações e castas: Ele apenas os criou simples e perfectíveis, como ensina a boa doutrina. E lhes deixou abertos os caminhos, para que cada qual tivesse o mérito de suas descobertas, de suas vitórias e de sua paz espiritual. 
  Deus guarde, ilumine e assista sempre seu bondoso espírito, que pesada tem sido sua cota de sofrimentos e angústias. 
  Abençoe, em nome do Senhor, seu filho na carne e irmão em espírito. 
 
João Marcus (pseudônimo de Hermínio C. Miranda)

26.8.12

SEMEIA!
Meu amigo, não vaciles...
De mãos firmes na charrua,
Verte bendito suor
Fecundando a terra nua.

Enfrenta o sol causticante
Da prova que te reduz
E prossegue semeando
Tua lavoura de luz.

Nas leiras de tua crença,
Onde o Bem florescerá,
Das sementes que plantares
Nenhuma se perderá...

Nada temas! Só semeia,
Conforme a hora te enseja,
Porque do Céu há de vir
Chuva mansa e benfazeja.

E a chuva mansa caindo
Das nascentes da Amplidão,
A Humanidade faminta
Há de fartar-se de pão!...

Eurícledes Formiga
(Página recebida pelo médium Carlos A. Baccelli, em reunião pública do Lar Espírita “Pedro e Paulo”, na manhã de sábado do dia 26 de março de 2011, em Uberaba – MG).

USP Confirma Eficácia do Passe Magnético
  Um estudo desenvolvido recentemente pela USP (Universidade de São Paulo), em conjunto com a Unifesp (Universidade Federal de São Paulo), comprova que energia liberada pelas mãos tem o poder de curar qualquer tipo de mal estar. O trabalho foi elaborado devido às técnicas manuais já conhecidas na sociedade, caso do Johrei, utilizada pela Igreja Messiânica do Brasil e ao mesmo tempo semelhante à de religiões como o Espiritismo, que pratica chamado “passe”. 
  Todo o processo de desenvolvimento dessa pesquisa nasceu em 2000, como tema de mestrado do pesquisador Ricardo Monezi, na Faculdade de Medicina da USP. Ele teve a iniciativa de investigar quais seriam os possíveis efeitos da prática de imposição das mãos. “Este interesse veio de uma vivência própria, onde o Reiki (técnica) já havia me ajudado, na adolescência, a sair de uma crise de depressão”, afirmou Monezi, que hoje é pesquisador da Unifesp. Segundo o cientista, durante seu mestrado foi investigado os efeitos da imposição em camundongos, nos quais foi possível observar um notável ganho de potencial das células de defesa contra células que ficam os tumores.
  “Agora, no meu doutorado que está sendo finalizado na Unifesp, estudamos não apenas os efeitos fisiológicos, mas também os psicológicos." A constatação no estudo de que a imposição de mãos libera energia capaz de produzir bem-estar foi possível porque a ciência atual ainda não possui uma precisão exata sobre esse efeitos.
  “A ciência chama estas energias de ‘energias sutis’, e também considera que o espaço onde elas estão inseridas esteja próximo às frequências eletromagnéticas de baixo nível”, explicou.
  As sensações proporcionadas por essas práticas analisadas por Monezi foram a redução da percepção de tensão, do stress e de sintomas relacionados a ansiedade e depressão. “O interessante é que este tipo de imposição oferece sensação de relaxamento e plenitude. E além de garantir mais energia e disposição”.
  Neste estudo do mestrado foram utilizados 60 camundongos. Já no doutorado foram avaliados 44 idosos com queixas de stress. 
  O processo de desenvolvimento para realizar este doutorado foi finalizado no primeiro semestre do ano passado. Mas a Unifesp está prestes a iniciar novas investigações a respeito dos efeitos do Reiki e práticas semelhantes.
   Lembremos que Jesus ao curar sempre estendia as mãos.
Religiões Populares Brasileiras também estendem as mãos há mais de quatro séculos, dentre elas aquelas professadas pelos descendentes do africanismo.
Os egípcios, já usavam esse método bem antes de Cristo. Outras Filosofias como diversas técnicas orientais também aceitam a imposição de mãos sobre o outro.
Atualmente Religiões protestantes também praticam .a imposição de mãos.

Fonte: Google (diversas)

25.8.12


JORNADA
Fui átomo, vibrando entre forças do Espaço,
Devorando amplidões, em longa e ansiosa espera...
Partícula, pousei... Encarcerado, eu era
Infusório do mar em montões de sargaço.
 
Por séculos fui planta em movimento escasso,
Sofri no inverno rude e amei na primavera;
Depois, fui animal, e no instinto da fera
Achei a inteligência e avancei passo a passo...
 
Guardei por muito tempo a expressão dos gorilas,
Pondo mais fé nas mãos e mais luz nas pupilas,
A lutar e chorar para, então, compreendê-las!...
 
Agora, homem que sou, pelo Foro Divino,
Vivo de corpo em corpo a forjar destino
Que leve a transpor o clarão das estrelas!...
 
Livros: Antologia dos Imortais - Francisco C Xavier, Waldo Vieira - Adelino da Fontoura Chaves

24.8.12


Miséria Moral
  A paz de Deus está em todos os lugares, mesmo nos lugares mais sombrios ali podemos encontrá-la. É que Deus é onipresente e, portanto, pode estar onde quer que seja, Ele é maior do que as situações.
  Por que lembro sobre esta verdade? É porque muitos acham que não devem ir aos lugares insalubres, indesejados, infectos. Ora, são nestes lugares que Deus reclama a nossa presença porque ali Ele está, temporariamente, em esquecimento, e é ali, portanto, que devemos resgatar a Sua presença grandiosa.
  Quando Jesus foi a todos os lugares estava obedecendo à vontade de Deus e o recriminaram por causa disso. Foi à casa de um cobrador de impostos, aceitou ser beijado por uma meretriz, fez tudo que estava ao seu alcance para ajudar os mais oprimidos e que estavam na miséria moral. Disse mais: “eu vim para os que estão doentes, pois os sãos não necessitam de médico”.
  Que mensagem maravilhosa, não? Ele veio para os enfermos do corpo e da alma. Veio para todos, portanto, em última análise.
  Quando vejo alguém que segue ao Cristo se indispor a servir ao próximo mais necessitado porque ele vive atualmente num antro de corrupção moral ou coisa que o valha, fico pensando se ele, de fato, leu e entendeu as escrituras sagradas. Há gente que pensa que não deve se misturar, interpretam o Evangelho de acordo com as suas convicções e não como ele realmente é.
  Tratar os estropiados, os relegados pela sorte, os excluídos, os sem terra, os despossuídos, todos os que estejam, infelizmente, na sarjeta da vida é obrigação de todos aqueles que se dizem cristãos. Cristãos não apenas na denominação religiosa, mas no exercício da fé.
  Meus caríssimos irmãos, tentem ver o que podem fazer diante da miséria moral que assola a humanidade e não precisa ir muito longe. Comecem por vocês mesmos. Examinem-se e se perguntem: o que poderia fazer diferente do que faço hoje? Você vai ter enorme surpresa porque antes de ver a desgraça do próximo pode ser que encontre um vexame em si mesmo.
  Não adianta falar da moral da humanidade se ainda temos incrustado em nossas mentes e corações os germens do pecado. Não importa conclamar o bem de todos se ainda temos mácula no coração.
 Jesus veio para todos porque, no fundo, todos nós somos carentes de sua misericórdia.
 Que Deus nos abençoe,
  Helder Camara

23.8.12


Questão 170 do Livro dos Espíritos
    ÚLTIMAS ETAPAS EVOLUTIVAS
    Na última reencarnação do espírito, em sua escalada evolutiva, ele passa a ser espírito puro, e entra na bem-aventurança, surgindo em sua consciência a tranqüilidade imperturbável, e a seqüência de uma vida sadia. A partir daí, ele passa a viver em outros mundos bem-aventurados, onde a vida é cheia de venturas, onde o amor é verdadeiramente alimento dos espíritos.
    O espírito livre das reencarnações no orbe e que presenciou sua evolução, libertou-se das grades da ignorância; era preso e tornou-se livre. As cadeias das vidas sucessivas foram se quebrando de passo a passo, computando experiências e somando qualidades inumeráveis, como sementes de luz para garantia do porvir de paz de consciência.
    Isso só acontece, no entanto, em largas faixas de tempo. A soma das reencarnações se perde, igualmente, na vida infinita do espírito. Os períodos entre uma reencarnação e outra são também variáveis e difíceis de serem medidos, pois que neles ocorre a conscientização, onde a alma no mundo espiritual assimila melhor os conhecimentos sobre as leis de Deus.
    A última etapa de vivência na carne, faz-nos lembrar de todas as passagens onde os problemas e as dores sufocaram, por vezes, os nossos gemidos, a fim de pensarmos mais sobre a vida e nossos destinos, no que tange à assimilação dos valores eternos administrados pela luz. Deus faz o que acha conveniente fazer em nosso favor e deixa algo, entregue à nossa inteligência, para ser feito por nós. Mesmo com essa pequena parcela que nos toca, nos debatemos no correr de milênios, no sentido de fixarmos em nossas consciências, a vivência das leis do Criador.
    O século vinte ainda está sob o domínio da teoria, todavia, já é alguma coisa; a vivência virá depois, para complementar o que sabemos e falamos. Os espíritos bem-aventurados, os espíritos puros, não nos deixam órfãos, pois estão sempre ligados aos que ainda não conheceram a verdade - talvez por imaturidade - como guias espirituais que sentem bem em fazer o bem. É lei de Deus que os mais fortes ajudem os mais fracos a caminhar e os sábios ensinem os ignorantes, como sendo pais orientando seus filhos.
     Os espíritos puros certamente que não precisam mais de se reencarnarem na Terra a não ser por determinação de Deus, caso seja conveniente; todavia, sentem-se felizes, pelo esplendor das suas consciências, em servir de instrumentos para iluminarem os que se encontram nas trevas. São capazes de muitos sacrifícios, como podes notar nos grandes seres que voltaram ao mundo por amor às criaturas. Eles são luzes que nunca se apagam nas consciências dos que receberam as bênçãos da assistência e dos seus interesses pelo próximo. As últimas etapas de sua escalada evolutiva ficam marcadas nas suas personalidades, por serem os últimos degraus da escala de Jacó. Depois de livres, sentem a felicidade de ajudar mais, na condição de valores de Deus sob a direção de Jesus, que personifica o amor mais puro na terra.
 
Livro: Filosofia Espírita IV -  João Nunes Maia - Miramez

21.8.12


É IMPRESSIONANTE!!!

Confesso a vocês que tenho feito o máximo esforço para conter a indignação, mas, por vezes, certas pessoas abusam demais da nossa capacidade espiritual de permanecer em silêncio...
Eu não sei se vocês saberão do que estou falando, mas prometi a mim mesmo não falar além do que devo – confio na capacidade dos leitores deste blog de atinarem com o que pretendo dizer, e, mais do que dizer, denunciar.
De início, esclareço que o assunto nada tem a ver comigo, pois, com o Espiritismo, tenho aprendido a não ser advogado em causa própria. Tampouco, nada tem a ver com o amigo médium de que tenho me valido em meus arrazoados de além-túmulo, pois, para se defender, ele não necessita de mim...
A questão é a seguinte: tem gente que, na tentativa de se justificar em seus desmandos doutrinários – diria mesmo, desonestidades! –, está tentando fazer com que Chico Xavier a ele se nivele...
É isto mesmo o que você está lendo, com estes seus olhos que, um dia, a terra também há de comer com um apetite voraz!
É impressionante!!!
De repente, o nosso pobre Chico – homem de uma vida irretocável, em todos os aspectos! – foi quem errou ao dizer isto, ao escrever aquilo, tornando pública uma situação de lesa-Doutrina...
Com sutileza maquiavélica, estão tentando induzir as pessoas a crer que Chico também copiava, ou, se preferirem, plagiava! Ultrapassando todos os limites do bom senso e do respeito – tem gente que para falar ou escrever sobre Chico, precisava, antes, lavar a boca e as mãos com soda cáustica! –, disseram, recentemente, que a obra “Nosso Lar”, de André Luiz, é quase um plágio das obras de Swedenborg e de Vale Owen!!!
Vocês me desculpem os excessivos pontos de exclamação, mas, sinceramente, não tem como ser diferente...
Vejam o que, através deste médium, eu pude ler com estes meus olhos que a terra deste Outro Lado da Vida também há de comer, um dia: “Chico sempre teve comportamento irretocável nesse aspecto”! Como para bom entendedor um pingo é letra, coitado do Chico noutros aspectos, não é?! Não é o que você está entendendo, ou estou exagerando?!
Primeiro: negam que Chico tenha a sido a reencarnação de Allan Kardec...
Segundo: “Nosso Lar” não é a obra sui-generis que imaginamos... (Ora, senhores, vocês estão falando com quem conhece as obras de Swedenborg, Vale Owen e Stainton Moses no original! – obras, sem dúvida, interessantes, todavia, comparadas a “Nosso Lar”, é o Jardim da Infância diante da Universidade!).
Terceiro: o objetivo disto tudo é o de reduzir a Chico a um mediunzínho qualquer!!!
Vocês querem saber de uma coisa? Não fosse a Obra Mediúnica de Chico Xavier, com toda a nossa reverência a Kardec, a sua seria uma Obra de mais de 150 anos atrás! E dê pinotes quem quiser... Esta é a pura verdade!
Então, por favor, mais respeito com o nosso Chico, um homem extremamente bondoso, que, quando insistentemente solicitado a tanto, não hesitava em escrever um bilhete ou uma carta a quem estivesse precisando, sem que isto quisesse significar mais do que simplesmente isto: um gesto de fraternidade a um companheiro necessitado e, por vezes, quiçá, arrependido pelo passado, mas não pelo presente!...
- Meu filho – disse ele, ao explicar-se a um amigo –, eu não posso desencarnar deixando problemas para o Movimento Espírita!...

INÁCIO FERREIRA
Uberaba – MG, 20 de agosto de 2012.

20.8.12


A Endemia da Corrupção

  Ó, meu Deus! Como vejo corrupção na Terra. Até quando ainda conviveremos com tamanha chaga moral?
   A corrupção dilacera as estruturas humanas, institucionais e pessoais. Ela corrói aos poucos qual maresia que destrói o mais poderoso aço. Ela é poderosa e envolve sorrateiramente a todos. A corrupção é chaga grande, meu Pai, que para extirpá-la necessita-se de muito esforço e cuidado.
  Os homens ainda se permitem corromper-se, sei, porque ainda não compreendem o verdadeiro significado da vida. Vivem ainda para a matéria, para os prazeres do corpo, para as aparências, para a satisfação do mundo do ter. É o dinheiro que disciplina e movimenta suas vidas. Enquanto houver esta sina no coração dos homens pouca evolução haverá na humanidade.
  É isto que penso quando presencio do lado de cá da vida o julgamento do “Mensalão” como ficou mais conhecido mais este escândalo brasileiro.
  Os defensores são geniais. Sim, porque tentam sustentar o insustentável. Arrumam argumentos formidáveis para explicar o inexplicável. Vira, sem querer-querendo, uma obra surreal.
  Que espanto!
  Não sei onde vai dar este julgamento, mas presumem-se todos que não vai ao cerne da questão. Haverá penas brandas, se houver. O pior é que tudo isto se deu nas câmaras altas do poder e próximo ao poder maior do Executivo. Uma “ladroagem”sem tamanho, bancada com o erário público.
  - Forçou já um julgamento, Dom?
  Perdoem-me se me inseri em taxar a todos de responsáveis, mas todos os depoimentos de defesa disseram que infringiram a lei. Mesmo que fugissem da verdade, como pressuponho, mas não deram o exemplo que deveriam dar e é isto o que verdadeiramente importa.
  Não há mais vergonha no País aos casos de corrupção. É uma endemia. Há corrupção em tudo que é lugar e se veste das mais diversas formas. Os governantes acham isto normal e cada qual que queira entrar no poder para fazer o seu “pé de meia”.
  Isto vai acabar, ah, se vai. O mundo que se configura em breve não terá lugar mais para estes despautérios. Corrijam-se enquanto há tempo.
  Aos usurpadores do alheio, conclamem as vossas consciências enquanto há tempo, não há nada sobre os olhos de Deus que não tenha que ser reparado e, às vezes, o preço é bem alto, sobretudo para aqueles que deveriam ser os primeiros a cumprirem a ordem e a lei.

  Deus nos abençoe!
  Helder Camara por intermédio de Carlos Pereira

19.8.12


LEMA DE SEMPRE
Meu amigo, se desejas
Superar qualquer problema,
Não te esqueças, no tentame,
De adotares este lema:

- Silencia ante agressões
Que vieres a sofrer,
Concentrando-te somente
Na execução do dever.

O tempo passa depressa
E, sob o tempo em ação,
As vozes maledicentes,
Uma a uma, calarão.

Semeia a boa semente
Na gleba de tua vida,
Pois, na estação que for justa,
A colheita é garantida.

Recorda que toda árvore
Por seus frutos admirada,
De quem os quer derrubar
Recebe muita pedrada!...

Eurícledes Formiga

(Página recebida pelo médium Carlos A. Baccelli, em reunião pública do Lar Espírita “Pedro e Paulo”, na manhã de sábado do dia 11 de agosto de 2012, em Uberaba – MG).

18.8.12


DECÁLOGO ESPÍRITA

1º - Trabalho e Silêncio.
Através do trabalho aliado ao silêncio não há dificuldade alguma que não possa ser superada, sem que se tenha, para tanto, necessidade de recorrer a outro expediente.
2º - Trabalho e Alegria.
O trabalho com alegria é o argumento mais eloquente com que, à frente de seus opositores, sem pronunciar palavra, o homem consegue defender as suas convicções mais íntimas.
3 º - Trabalho e Perdão.
Quem se dispõe a trabalhar, perdoando toda e qualquer incompreensão de que se faça alvo, não consente que a crítica, por mais contundente, lhe paralise as mãos no melhor a fazer.
4º - Trabalho e Prece.
Aquele que trabalha no clima da prece, de imediato, experimenta os benefícios da tarefa que realiza, dispensando outra aprovação que não seja a de sua própria consciência.
5º - Trabalho e Disciplina.
O trabalho com disciplina é garantia de absoluta superação dos obstáculos a serem vencidos, que, por maiores se façam, não resistem à ação de perseverança.
6º - Trabalho e Renúncia.
O trabalho de quem serve com base na renúncia a caprichos de ordem pessoal e a interesses subalternos, mesmo que constantemente instado a isto, não sente necessidade de dar satisfações a quem seja.
7º - Trabalho e Boa Vontade.
A Boa Vontade é o principal requisito de quem trabalha com a intenção de promover o bem dos semelhantes, sem que, inclusive do ponto de vista moral, venha a se sentir completamente apto para o que pretende realizar.
8º - Trabalho e Honestidade.
Sem honestidade, nenhum trabalho de natureza espiritual consegue prosperar, porque, em hipótese alguma, contará com o aval dos Planos Superiores que lhe garantem o êxito.
9º - Trabalho e Caridade.
De todos os trabalhos, o trabalho na caridade é aquele de que o homem mais necessita e que, em sua transformação íntima, ninguém poderá substituí-lo no suor que deve derramar.
10º - Trabalho e Trabalho.
Trabalhar e trabalhar, incansavelmente, sem se consentir o menor tempo ocioso, é o único recurso de vigilância com que o homem há de se sobrepor a influência das trevas e acender, dentro de si, a réstea de luz que se fará bendito clarão em seu caminho.

INÁCIO FERREIRA
Uberaba – MG, 13 de agosto de 2012.

17.8.12


Questão 169 do Livro dos Espíritos
     VARIAÇÃO NO NÚMERO DE REENCARNAÇÕES
    A variação de reencarnações é incontável. Não se pode dizer que cada espírito reencarna certa quantidade de vezes, ou, então, que os espíritos têm a mesma quantidade de reencarnações. Uns reencamam menos, outros mais vezes, dependendo do aproveitamento de cada espírito. Isso, porém, não os toma diferentes na sua estrutura de valores. As diferenças se encontram no modo de ser nas suas escolhas de vida, mas não se pode esquecer que todos são filhos de Deus, feitos pelo mesmo amor.
    Uma alma, por ter tido muitas reencarnações a mais do que outras, não foi mais nem menos feliz na sua jornada de despertamento espiritual; os espíritos são compensados de forma que não se compreende de pronto, porque todos os caminhos são escolas onde ensinam com muito proveito os mestres da natureza. Não existe infelicidade eterna. A onisciência de Deus não iria deixar que alguns dos espíritos fossem criados com deficiências, para tomar rumos diferentes do Bem e do Amor. As diferenças são simples traços do toque da liberdade, querendo o Senhor dotar Seus filhos de maiores amplitudes no campo da libertação espiritual.
    Recordando a fala de Jesus, podemos repetir que o céu se encontra em todo lugar. Basta querermos nele viver. O céu está dentro de nós, e fora de nós, não havendo lugar determinado onde possamos comprá-lo ou vendê-lo. É conquista nossa, na qual uma grande parcela já nos foi - e continuará sendo - facilitada por Deus.
    Se um espírito evolui com menos reencarnações, pede para voltar e ajudar os outros a compreenderem as leis de Deus. Ele, certamente, fortalece suas experiências. O Santo, por vezes, pede a Deus para voltar à Terra e viver junto com os párias, sem estar precisando, em muitos casos, de reencamar novamente neste mundo.
    Diz o "Livro dos Espíritos" que o progresso é quase infinito. Muitos ignoram essa fala, dizendo que é infinito porque a alma não pode chegar até Deus, com os atributos de Deus. No entanto, quem diz isso não sabe o que significa progresso no mundo dos espíritos. Esse progresso perde seu significado vulgar e alcança outra dimensão, para que a alma se renove no crescimento de outros valores. A razão do homem, que representa grande conquista do espírito, se perde no crescimento da alma e se transforma, buscando outra dimensão de sensibilidades, qual o instinto animal que mudou para o raciocínio.
    É, pois, a lei da evolução. Quando falamos em eternidade, podemos dizer que existem muitas eternidades. O próprio amor que se conhece na Terra não é o amor verdadeiro, nem a caridade, nem o perdão; tudo isso sofre modulações com o progresso da alma. Estamos, pois, sujeitos às mudanças eternas na nossa ascensão para Deus. Na verdade, reafirmamos, a quantidade de reencarnações varia de alma para alma, sem que uma seja pior do que a outra. Meditemos nisso.
Livro: Filosofia Espírita IV - João Nunes Maia - Miramez

15.8.12


FÉ INABALÁVEL

"Fé inabalável só é a que pode encarar a razão, em todas as épocas da humanidade"
Allan Kardec.

A Doutrina Espírita apresenta uma nova maneira de ver a Fé. Este é um ponto que julgamos importante, pois enquanto as religiões procuram manipular as consciências, incutindo ideias de medo, impondo comportamentos, reduzindo consideravelmente o livre arbítrio, o Espiritismo deixa o pensamento fluir livremente, o mais natural possível para que o indivíduo possa demonstrar toda sua identidade e autenticidade.
A Fé raciocinada deixa de possuir conotação de algo obtido por uma graça, por um mistério que não pode ser explicado. Ela, portanto, difere de tudo o que caracteriza a Fé religiosa, porque baseia-se na busca do entendimento e do discernimento. A Fé religiosa firma-se nos dogmas que definem as religiões. A Fé Espírita usa a razão e, por isto, pode criticar e examinar o objeto da Fé.
Há uma lucidez maior dos conhecimentos adquiridos e uma melhor captação de conhecimentos novos. A Fé Espírita é efeito e não causa. O indivíduo que a possui já experimentou no passado vivências, aprendizados, etc. que hoje lhe transmitem toda uma certeza e confiança. Há uma visão global, holística, das coisas; ou, porque não dizer, uma visão "guestaltica" do todo.
Para que se obtenha esta compreensão geral, aumentando-a paulatinamente, torna-se necessário que a nossa inteligência esteja ativa, para podermos exercitá-la através da vontade. Com a inteligência teremos facilidade de adquirir conhecimentos novos e tornar presente ou consciente os já adquiridos. Estes, serão sempre assoalho para o apoio de novas informações; assim, o poder de análise e de síntese vai crescendo de forma que a cada passo o indivíduo tenha nova compreensão, novos "insights", ou lampejos cada vez mais claros.

Assim é a Fé Espírita, com características próprias e especiais, que a diferencia de qualquer outra Fé. A Fé Espírita não é reducionista, não bloqueia a vontade nem a expressão do ser humano; ao contrário, amplia a vontade e a capacidade de expressão. O indivíduo fica livre para a escolha e com menos possibilidades de ser manobrado ou manipulado.
Daí Allan Kardec dizer que a Fé Espírita "não pode ser prescrita ou imposta, por aquele que a tem, ninguém a poderá tirar e àquele que não a tem ninguém poderá dar". Diz o Codificador que "a Fé é sinal evidente de progresso". O Espiritismo, como Doutrina reencarnacionista e evolucionista, tem na sua Fé uma consequência desse progresso que o indivíduo vai pouco a pouco conquistando, vivenciando. O progresso vai facilitando melhores elaborações em estágios sempre renovados.
Portanto, Fé não se consegue como que "por um passe de mágica". Ela é a certeza, a segurança e a confiança já conquistadas e que num dado momento o indivíduo experiência. A Fé está relacionada a obras, assim, uns possuem mais Fé, outros menos. Para a realização das obras - e das conquistas - é necessário estudo e trabalho que resultam em experiência. O que se pode afirmar é que haverá sempre uma nova tarefa a ser executada, a nos provar, a nos testar e, assim, vamos obtendo maior firmeza na execução, ou seja, maior Fé.
Foi dito, "a fé é mãe da esperança e da caridade", o que é facilmente compreensível, porque todo aquele que a possui, conforme a Doutrina Espírita, apresenta um sintoma de que já conquistou estágios importantes e, como tal, ela já está incorporada ao seu acervo tornando-se natural a prática do amor e da caridade.
A importância do Espírita ter esse entendimento da Fé, o levará a vivenciar melhor a atual existência, o aqui e agora, e a pautar todos os seus atos dentro de uma moral e de uma ética elevada. O Espiritismo facilita a reparação dos erros numa experimentação consciente e nisto está o fortalecimento da Fé. Todo este entendimento nos conduzirá à certeza, à confiança e à esperança, proporcionando-nos encarar a razão em todas as épocas da humanidade.

Otaviano Pereira da Neves. Psicólogo e Presidente da Sociedade Espírita Casa da Prece.

14.8.12


  Mudança
 As mudanças são inevitáveis. Não há como fugir a elas. Tem gente que tem medo de mudança, corre dela, mas não tem jeito, cedo ou trade ela chega para ficar. Quem dera pudessem todos viver sob as benesses da ordem das mudanças em suas vidas. Teriam menos impacto porque elas já seriam bem-vindas, esperadas até. Tudo que faço, submeto à vontade de Deus porque sei que é Ele que sabe direcionar melhor para onde as coisas devam ir, portanto, estou sujeito à mudança maior, a mudança divina na minha vida.
 Por que temer a mudança?
 A mudança, meus irmãos, é colírio para os nossos olhos, representa oportunidade de ouro de renovação. Quem sempre está aberto às mudanças terá mais condições de adaptação do que outros que resistem a ela.
 A mudança sendo inevitável deveria ser, assim, uma rotina e não uma anormalidade. Os homens, porém, pensam que podem controlar todas as coisas e fazem de um tudo para que a mudança não chegue. Deveriam sim é estar abertos a ela e quando ela chegasse fosse reverenciada. Mudança significa crescimento, discernimento para melhor, atitude de renovação mental e interior.
 Quando vejo alguém resistente à mudança, tenho pena. Tenho pena porque vai sofrer, como vai sofrer. Quanto mais se agarra ao passado ou as coisas atuais, mais receberá o impacto da mudança. Se todos perceberem não há nada que fique no mesmo lugar o tempo todo e não me venham falar do poste, este também, com o tempo, tem que renovar a sua lâmpada que queima.
 Penso que as mudanças representam a grande ascensão do ser humano a Deus, pois a mudança, em sua essência, traz o gérmen divino da evolução. Não falo, logicamente, em qualquer mudança, falo das mudanças de progresso, do bem da humanidade e do bem individual. Às vezes, imaginamos que aquilo vai ser terrível, mas o tempo vai passando, vamos nos acostumando e, de repente, já nem lembrávamos como era antes.
 Aos tempos novos que seguirão, a flexibilidade à mudança será fundamental porque com o agito das coisas nada ficará no lugar por muito tempo, ao contrário, tudo se agigantará de renovações e até se chegar a um denominador comum, um caminho convergente, vai se demorar.
 Fico a pensar o que seria da vida se não fossem as mudanças, que graça teria? Bendita a mudança que chega, bendita a mudança que vai para dar lugar a outra mudança.
 Aos amigos de ontem, abracem a mudança.
 Aos amigos de hoje, que sejamos agentes ativos dela no existir.
 Obrigado, Pai, por assim entender a vida, pois tudo fica infinitamente mais fácil.
 Um abraço carinhoso do Dom.

 
Helder Câmara por Carlos Pereira

13.8.12


ADORAÇÃO
QUESTÃO - 656. O LIVRO DOS ESPÍRITOS

À adoração individual será preferível a adoração em comum?
“Reunidos pela comunhão dos pensamentos e dos sentimentos, mais força têm os homens para atrair a si os bons Espíritos. O mesmo se dá quando se reúnem para adorar a Deus. Não creias, todavia, que menos valiosa seja a adoração particular, pois que cada um pode adorar a Deus pensando Nele.”

COMENTÁRIO DO ESPÍRITO MIRAMEZ NA OBRA “FILOSOFIA ESPÍRITA”.

A adoração pode ser individual ou coletiva. O seu valor não está na quantidade, de menos ou mais pessoas e, sim, na sinceridade de propósitos. Tudo que fazes, deves fazê-lo com dignidade. O propósito é que expressa o seu valor.
Os homens comuns sempre se reúnem para adorar ao Senhor em conjunto, onde têm uma liderança, como se fossem um rebanho. A medida que eles vão se libertando, passam a adorar a Deus sozinhos, no profundo do coração. Os bons Espíritos vêm em seu auxílio onde o objetivo se torna maior. As reuniões, neste caso, são por sintonia; onde os sentimentos se entrelaçam para a caridade, mãos invisíveis estão ajudando, ou procurando ajudar, pelos meios lícitos e possíveis. Onde os malfeitores se congregam, com eles se reúnem malfeitores espirituais com as mesmas intenções. Esta é alei.
Mesmo assim, a bondade de Jesus inspira os ignorantes para o bem, e certamente procura despertá-los pelo sofrimento, de sorte que eles despertem para a realidade espiritual. Ninguém se perde; todas as criaturas, hoje ou amanhã, passam a compreender que somente o amor estabiliza a consciência e ilumina o coração.
Jesus, vez por outra, subia ao monte para adorar a Deus, e por vezes convidava alguns dos Seus discípulos, no sentido de que eles pudessem aprender a adorar ao Senhor em Espírito e Verdade. A adoração de Jesus se fazia vibrando o coração em todas as faixas de amor, em comunhão com o Pai, buscando forças na Força Maior, para aliviar os sofredores, curar os enfermos, dar vista aos cegos e, principalmente, instruir os ignorantes. O Evangelho é prova disso, com regras de luz para os nossos caminhos.
Se já conheces um pouco das leis, essa verdade te levará à libertação. Manifesta tua gratidão a Deus sozinho, se for possível; entra para o teu aposento e em secreto adora o Pai, em Espírito e verdade, e essa irradiação inspirará outros na mesma sintonia, de modo que a elevação cresça cada vez mais para a felicidade de todos.
Sejamos gratos quando nos alimentarmos, seja de fluidos ou de alimentos materiais. Agradeçamos pelo que recebemos, quando respiramos o ar; façamos o mesmo quando nos vestimos. O sol e as estrelas que brilham no espaço são uma caridade de Deus para com todos nós. Sejamos alegres e gratos por todas essas bênçãos. Ao te deitares e ao te levantares, não te esqueças da oração que pode manifestar-se pela gratidão do dia que passou e da noite que se aproxima, ou vice-versa.
Experimenta esse exercício que ora falamos, e sentirás um bem-estar indizível no coração, porque o Céu e Deus se encontram igualmente dentro de ti. Descobre essa verdade, e passarás a ser feliz com os teus próprios recursos e a presença de Deus nos teus mínimos trabalhos.
É por essas manifestações que receberás a parte melhor, não porque Deus te quer mais que os outros, mas porque tu aprendeste a buscá-Lo no Suprimento Maior. Quem desperta vive melhor, e quem vive melhor já aprendeu as leis da natureza e a elas é obediente.

12.8.12


Juntos

Meditemos juntos, nos afã de compreender que devemos fazer o melhor.
E, quando conscientes dos nossos deveres,
Juntos, eduquemos os nossos pensamentos.
Juntos, disciplinemos as nossas palavras.
Juntos, aprimoremos os nossos sentimentos.
Juntos, estudemos as nossas obras.
Juntos, perdoemos os que nos ofendem e caluniam.
Juntos, lutemos em favor dos que sofrem e dos que choram.
Juntos, visitemos os enfermos e os que buscam consolo.
Juntos, possamos, com mais segurança, na amplitude da fraternidade, construir o céu dentro de nós, expulsando o orgulho e o egoísmo que, por vezes, querem se enraizar em nossos corações.
E, juntos, daremos as mãos, com o amor que já alcançamos, vendo, em cada criatura de Deus, nosso filho, nosso pai, nossa mãe, nosso irmão, enfim, vendo o prosseguimento de nós mesmos, na profundidade daquilo que sentimos pela vida.
Assim, juntos, iremos para a glória do Senhor, na tranqüilidade conquistada pelas nossas consciências.
Livro: Páginas Esparsas - João Nunes Maia - Bezerra de Menezes

10.8.12


O SONO E OS SONHOS
QUESTÃO 401 - LIVRO DOS ESPÍRITOS

401. Durante o sono, a alma repousa como o corpo?

“Não, o Espírito jamais está inativo. Durante o sono, afrouxam-se os laços que o prendem ao corpo e, não precisando este então da sua presença, ele se lança pelo espaço e entra em relação mais direta com os outros Espíritos.”

COMENTÁRIO DO ESPÍRITO MIRAMEZ NA OBRA “FILOSOFIA ESPÍRITA”.

Durante o sono do corpo, o Espírito fica mais livre. Com o corpo em descanso, afrouxam-se os laços e a alma sai para o espaço. A Terra é apenas o duplo das coisas espirituais. Convém pensar nisso e procurar entender as coisas do Espírito. O Espírito não fica inativo; ele busca a liberdade parcial, pelo sono, pois é nessas saídas que encontramos com mais facilidade os nossos companheiros fora da carne e travamos conversações com eles acerca dos assuntos que nos convém falar e ouvir.
O corpo precisa de descanso, e os seus órgãos se recompõem com as energias auridas pelo Espírito no mundo espiritual, de forma que no dia seguinte está com mais alegria e ânimo para a labuta que corresponde ao seu dever. Para os espíritas, o sono mostra muitas revelações, como também esconde algumas, mas para os leigos no assunto, encontramos o “véu de Isis” empanando a verdade. Sonhar é sair do corpo por instantes, aonde a alma vai, aqui e ali, buscando os fluidos divinos para manutenção do seu aparelho físico.
Enquanto o corpo descansa, a alma trabalha; enquanto o corpo trabalha, a alma trabalha. O Espírito é ativo onde quer que seja. Ele descansa trocando de labor, não obstante, quando o Espírito se encontra desencarnado, e não tem certa evolução moral, ele precisa, igualmente, de descanso, em um estado semelhante ao sono dos homens, e também sonham, buscando novas energias para os seus vários corpos espirituais.
A vida é cheia de mistérios, que vão se desvendando de acordo com o crescimento da alma. Ela é cheia de encantos, que somente o amor pode alcançar, porque o amor puro é ciência e sabedoria. O Espírito, durante o sono, fica preso por um cordão fluídico, pelo qual as energias superiores descem para reabastecer o campo fisiológico. Nada fica inativo no mundo; Deus é movimento e a Sua criação divina não para. A alma pode repousar durante o sono, mas é em outra dimensão que possivelmente ainda não se compreende. A faixa de vida é outra. Mesmo na Terra, o Espírito encarnado, com certa elevação espiritual, pode descansar sem dormir. É o que fazem certos mestres, que aprimoraram o sistema de descanso, ou relax espiritual. Quem não se libertou do ódio, do orgulho, do egoísmo e de outras inferioridades na faixa das paixões humanas, mesmo dormindo por oito horas não consegue o devido descanso. As energias são queimadas pelas inferioridades do Espírito.
Procuremos não deixar crescer na mente as sementes do mal, se não queremos sofrer duras consequências. O atavismo não é mais para os espíritas. O Evangelho já os chamou para outra vida, a vida de fraternidade, e Jesus nos mostra o caminho da paz interna, aquela em que o coração brilha com a luz do bem, na feição da caridade bem conduzida.
Que cada um aprimore seus sonhos, com leituras edificantes, com pensamentos sadios e com conversações elevadas, porque somente nesse esforço operante é que aparece a nossa libertação espiritual, visto que, durante o sono, podemos sentir e ver a grande esperança. 

9.8.12


SEXO NOS ESPÍRITOS

Desde o mais elevado até o mais humilde, todos vós possuís, no fundo do coração, a centelha desse fogo sagrado.
É um fato que tendes podido constatar muitas vezes: o homem mais abjeto, o mais vil, o mais criminoso, tem por um ser ou um objeto qualquer uma afeição viva e ardente, à prova de todas as vicissitudes, atingindo frequentemente alturas sublimes.
Para praticar a lei do amor, como Deus a quer, é necessário que chegueis a amar, pouco a pouco, e indistintamente, a todos os vossos irmãos. A tarefa é longa e difícil, mas será realizada. 

"o amor cobre uma multidão de pecados"; como podemos entender essa colocação?

O amor é força inexaurível e renova-se sem cessar e enriquece aquele que dá e aquele que recebe. Como ainda somos espíritos imperfeitos, estamos constantemente nos equivocando quanto as nossas atitudes, e necessitando repará-las. De que forma? Através do arrependimento sincero e do desejo igualmente sincero em não incorrer mais nos mesmos equívocos. Quando disse Jesus que "o amor cobre a multidão de pecados", quis dizer que nos determos no remorso e na culpa já que estes são sentimentos que nos paralisam e nos impedem de crescer. Por exemplo: A mulher que já fez dez abortos. Ela continua sendo amada por Deus da mesma forma como se não tivesse praticado. No entanto para se sentir em paz consigo mesma, com sua consciência (que decerto a cobrará) buscará recursos na prática do amor aos seus semelhantes. 

SEXO NOS ESPÍRITOS

Pergunta n.º 200 de O Livro dos Espíritos – Os Espíritos têm sexo? 
– Não como o entendeis, porque os sexos dependem da constituição orgânica. Há entre eles amor e simpatia, mas baseados na afinidade de sentimentos.

Deduz-se daí, e com a contribuição do Espírito André Luiz, que a sede real do sexo não se acha no veículo físico, mas na estrutura mais complexa da entidade espiritual.
No âmbito da Doutrina Espírita, a maioria da população terrestre trás consigo dramas e problemas não resolvidos de outras encarnações, de modo que todos nós, indistintamente, devemos ter muito cuidado em nossa análise e comentários sobre o assunto.
Nesse sentido, o homossexualismo, o celibato, a transexualidade devem ser vistos com moderação e respeito.

AMOR

O sexo, muitas vezes, é tomado como sinônimo de amor.
O amor é muito mais amplo, pois representa a totalidade dos sentimentos e desejos que estruturam as nossas ações para a produção do bem.
É como aquele sol ardente que fecunda e reúne em um único foco todas as aspirações humanas e sobre humanas.
O amor não reclama, não exige, não se apodera.
Quem verdadeiramente ama está sempre pronto a doar-se, a renunciar aos seus desejos e até à sua própria personalidade se as circunstâncias assim o exigirem.

CRIAÇÃO

O instinto sexual liga-se à co-criação. Há a co-criação em plano maior e co-criação em plano menor. Em plano maior, observa-se o trabalho dos Espíritos superiores a produzirem novos mundos; em plano menor, é a proliferação da espécie humana.
A co-criação é um direcionamento das forças sexuais da alma para um determinado fim.
Quanto mais animalizado for o Espírito, mais tenderá para os gozos sensíveis. Conforme for depurando o instinto sexual, mais tenderá para a sua integração com a Humanidade.
Nesse "status quo" o amor assume dimensões mais elevadas tanto para os que se verticalizam na virtude como para os que se horizontalizam na inteligência.
Objetivo maior é a sublimação do instinto sexual.

7. CONCLUSÃO

 Sublimemos o instinto sexual, dilatando o amor ao infinito. Mantendo-nos firmes neste propósito, verticalizaremos substancialmente as virtudes de nossa alma.

8. FONTE DE CONSULTA
XAVIER, F. C. e VIEIRA, W. Evolução em Dois Mundos, pelo Espírito André Luiz
KARDEC, A. O Livro dos Espíritos. 8. ed., São Paulo, FEESP, 1995.
CURTI, R. Espiritismo e Reforma Íntima. 3. ed., São Paulo, FEESP, 1981

8.8.12


É MELHOR QUE VÁ PESCAR!

Se não for para vivenciar a mensagem da Doutrina Espírita com sinceridade, será bem melhor que você se abstenha de professá-la ostensivamente...
Melhor que você não complique o seu carma, aventurando-se no caminho da mediunidade leviana e mercenária...
Melhor que você não comprometa o destino, agindo de maneira arbitrária e castradora junto aos humildes companheiros de tarefa...
Melhor que você, diante da Lei de Causa e Efeito, não assuma pesados compromissos, fazendo vistas grossas à mentira...
Melhor que você, após a desencarnação, não atinja o Plano Espiritual em lamentáveis condições, efetuando, em nome da fé, política rasteira de bastidores...
Melhor que você não chegue, ao término da existência terrena, entristecido consigo mesmo, conspirando contra o esforço de quem realmente tem procurado servir...
Melhor que você se anule em todas as suas ambições de poder dentro do Movimento, e não aspire a nada além que cumprir com o seu considerado obscuro dever de cada dia...
Melhor que você – muito melhor –, à face dos perigos espirituais a que se encontra exposto, seja sempre o apedrejado, e nunca o apedrejador...
Melhor que você se apequene ao máximo e se deixe pisar, do que, em se agigantando, venha, mesmo inadvertidamente, pisar em que seja...
Melhor que você, em vez de aplausos que o iludam quanto às suas necessidades de corrigenda, conte apenas com apupos que o façam reconhecer a sua própria insignificância...
Melhor que você não disponha de recursos quaisquer, que, chamado a administrá-los, termine por desviá-los de suas finalidades...
 Melhor que você seja constante alvo de críticas, nas vacinas diárias que o preservem do contágio da vaidade e do personalismo que têm adoecido a tanta gente boa...
 Melhor que você cometa o pecado da gula, e outras blasfêmias mais, do que, conforme advertência de Jesus, blasfemar contra o Espírito Santo, de dificílimo perdão...
Repito: se não for para vivenciar a mensagem da Doutrina Espírita com sinceridade, será bem melhor que se abstenha de professá-la ostensivamente, e, munido de vara com linha e anzol, que vá pescar na beirada de um rio, onde a única obsessão que, com certeza, você irá suportar será a dos mosquitos borrachudos – e assim mesmo se não usar repelente!...

INÁCIO FERREIRA
Uberaba – MG, 6 de agosto de 2012.

6.8.12


LIMITE DO NECESSÁRIO

QUESTÃO - 715 - LIVRO DOS ESPÍRITOS.
 Como pode o homem conhecer o limite do necessário?
“Aquele que é ponderado o conhece por intuição. Muitos só chegam a conhecê-lo por experiência e à sua própria custa.”

COMENTÁRIO DO ESPÍRITO MIRAMEZ NA OBRA “FILOSOFIA ESPÍRITA”.

Conhecer os limites do necessário, abandonando o supérfluo, demanda tempo e espaço nos caminhos percorridos. O homem a quem falta experiência, como pode conhecer?
O Espírito mais ignorante precisa de experiências aliadas com a boa vontade para deduzir o que deve ser feito e os limites do que lhe convém. Entretanto, o Espírito mais evoluído conhece seus limites por intuição; já guardam na consciência todos os direitos e deveres nos seus caminhos a percorrer.
A vida escreve para as almas e ensina para todos os planos o modo pelo qual se pode e deve viver melhor. A Doutrina dos Espíritos vem, através dos seus inúmeros conceitos, para os homens reconhecerem à ponderação e seu valor, e nesse esforço para acertar, a intuição desabrocha pelos canais dos seus dons, indicando-lhes pelos sentimentos o que devem fazer ou deixar de fazer.
A força poderosa que alinha as criaturas para o equilíbrio é o tempo; ele é luz do progresso para todos os Espíritos, porém, cabe a todos estimular seus dons espirituais e capacitar-se naquilo que for da sua ordem fazer. Deus nos deixou a nossa parte, e somente nós mesmos poderemos realizá-la. Convém ao homem estudar, meditar e trabalhar sem esquecer o exemplo de Jesus. O Mestre dos mestres é o inspirador divino para todas as criaturas do Seu rebanho de amor.
Lembremos o escrito de João, onde Jesus fala, nestes termos, anotados no capítulo nove, versículo cinco:
Enquanto estou no mundo, sou a luz do mundo.
Enquanto Jesus Cristo está no mundo da consciência do discípulo, Ele é a luz da alma. Necessário se faz que despertemos o Cristo em nós e asseguremos este estado d'alma permanentemente na nossa intimidade, tendo a luz do mundo irradiando a felicidade pó coração e para os corações.
Busquemos, pois, a harmonia, porque ela nos garante o equilíbrio da vida, não nos deixando passar dos limites daquilo que devemos usar. O desperdício é falta grave que a natureza registra e depois nos cobra, porque ela é justiça em nossas vidas.
O mundo se encontra em desequilíbrio em todas as áreas e o fator principal é o supérfluo. Muitos sentem prazer no desperdício; enquanto muitos vivem dentro do supérfluo, outros passam necessidades daquilo que alguns deixam de usar, mas que retêm por vaidade e usura.
A natureza pode nos cobrar o que não deixamos os outros usarem e a dor pode ser a mensageira da justiça, indo ao nosso encontro. Procuremos na oração pedir a Deus para nos inspirar, no que deve ser feito, porque tudo é de Deus. O que usamos é puramente empréstimo, do qual, a qualquer hora, podem ser pedidas as contas.
O melhor para as almas, em todos os planos de vida, é compreender as leis de Deus na sua essência. O desrespeito à vontade divino nos faz sofrer as consequências. Apeguemo-nos à ponderação, que ela nos levará ao conhecimento mais depressa.
Todo exagero traz consigo sofrimentos, e o "conhece-te a ti mesmo" é o melhor para o Espírito saber usar os bens da vida, vivendo em paz consigo mesmo. Isso é amor, que tem o poder de desdobrar-se em variados caminhos para educar e instruir os filhos de Deus. O supérfluo é o grande desastre de todas as sociedades do mundo atual. Ele esconde o pão, a veste e o teto do carente e acumula onde não se precisa mais. Isso se chama egoísmo e orgulho, a dupla responsável pela miséria em todas as nações conhecidas. 

4.8.12

DIVINO COMPANHEIRO
Pedras e espinhos sobre o rude chão
Em que caminhas tropeçando a esmo,
Vergado à cruz que levas por ti mesmo
Buscando a luz de mística ascensão...

Vilipêndios e apupos ao redor
Da multidão que não se compadece,
Nem se lembra de ti com uma prece
Para que a tua dor seja menor...

Porém, mão invisível te sustenta,
Aliviando o peso do madeiro,
De um cirineu, Divino Companheiro,
Que com ternas palavras te acalenta...

Dividindo contigo a tua cruz,
Na íngreme subida que se traça,
Ele te diz no amor com que te abraça:     
- Meu irmão, nada temas... Sou Jesus!...

Eurícledes Formiga
(Página recebida pelo médium Carlos A. Baccelli, em reunião íntima do Lar Espírita “Pedro e Paulo”, no dia 22 de julho de 2012, em Uberaba – MG).

3.8.12


LOUVEMOS A DOR

O tempo é  um  calmante e um amigo, um remédio e uma bênção.
A existência  na  carne  é  simples passagem  por um túnel escuro.
E  a nossa  felicidade nasce, não dos anos que despendemos ao atravessar o mundo, mas sim dos bens  que dentro dele conseguimos improvisar.
Tudo  na carne é como vemos um dia.
Manhã cheia de  sol, crepúsculo de sombras e noite  cerrada ao nosso olhar.
Felizes daqueles que acendem  estrelas no  firmamento do próprio coração,
Para que  a jornada  se torne menos dolorosa, no nevoeiro noturno, que  precede  a  alvorada seguinte.
Perdoemos  a vida e as criaturas  pelas angústias que impuseram à nossa   sensibilidade.
As mãos feridas  são mais seguras  do que os braços habituados  a dominar.
As grandes torturas são grandes bênçãos.
Nomundo, o nosso sentimento de personalismo não nos permite essa  realidade.
Sem a luta, dormiríamos  na matéria densa, sem qualquer proveito.
Deus, porém, que  é  o nosso Pai  de Infinita Bondade, permite  que  a aflição os   acompanhe,  no mundo, na  condição  de abnegação instrutora  e, com o decurso do tempo,  a paz se  converte em nossa  companheira  para  todas  as  situações  e  problemas terrestres.
Estudemos e  trabalhemos  sempre mais.
Jamais nos arrependeremos  da obra que vamos levantando, no terreno do  nosso próprio coração.
Obra de Amor, Entendimento, Humildade  e Perdão.
A vida  responde ao nosso esforço na mesma intensidade donosso impulso, na  criação do bem.
Esperemos a passagem dos dias.
Trabalhemos na sementeira da nossa  Consoladora Doutrina, nas duas margens  da nossa  estrada para Jesus e guardemos a certeza de que não nos faltará o amparo do Senhor.
Chegaremos um dia à praia segura, depois da tempestade.
Não será, contudo, oporto enganoso  da vitória na terra, mas o refugio doce da  serenidade  e da compreensão, onde  o nosso  espírito  poderá  realmente  repousar  e preparar-se,  ante  o futuro que se desdobrará no amanhã.
As sementes  do Evangelho, caídas das nossas mãos, um dia serão árvores  robustas  e preciosas, proporcionando-nos  alegrias  que a nossa imaginação não poderá  avaliar, por  enquanto.