Questão 169 do Livro dos Espíritos
VARIAÇÃO NO NÚMERO DE REENCARNAÇÕES
A variação de reencarnações é
incontável. Não se pode dizer que cada espírito reencarna certa quantidade de
vezes, ou, então, que os espíritos têm a mesma quantidade de reencarnações. Uns
reencamam menos, outros mais vezes, dependendo do aproveitamento de cada
espírito. Isso, porém, não os toma diferentes na sua estrutura de valores. As
diferenças se encontram no modo de ser nas suas escolhas de vida, mas não se
pode esquecer que todos são filhos de Deus, feitos pelo mesmo amor.
Uma
alma, por ter tido muitas reencarnações a mais do que outras, não foi mais nem
menos feliz na sua jornada de despertamento espiritual; os espíritos são
compensados de forma que não se compreende de pronto, porque todos os caminhos
são escolas onde ensinam com muito proveito os mestres da natureza. Não existe
infelicidade eterna. A onisciência de Deus não iria deixar que alguns dos
espíritos fossem criados com deficiências, para tomar rumos diferentes do Bem e
do Amor. As diferenças são simples traços do toque da liberdade, querendo o
Senhor dotar Seus filhos de maiores amplitudes no campo da libertação
espiritual.
Recordando a fala de Jesus, podemos repetir que o céu se
encontra em todo lugar. Basta querermos nele viver. O céu está dentro de nós, e
fora de nós, não havendo lugar determinado onde possamos comprá-lo ou vendê-lo.
É conquista nossa, na qual uma grande parcela já nos foi - e continuará sendo -
facilitada por Deus.
Se um espírito evolui com menos reencarnações, pede
para voltar e ajudar os outros a compreenderem as leis de Deus. Ele, certamente,
fortalece suas experiências. O Santo, por vezes, pede a Deus para voltar à Terra
e viver junto com os párias, sem estar precisando, em muitos casos, de reencamar
novamente neste mundo.
Diz o "Livro dos Espíritos" que o progresso é
quase infinito. Muitos ignoram essa fala, dizendo que é infinito porque a alma
não pode chegar até Deus, com os atributos de Deus. No entanto, quem diz isso
não sabe o que significa progresso no mundo dos espíritos. Esse progresso perde
seu significado vulgar e alcança outra dimensão, para que a alma se renove no
crescimento de outros valores. A razão do homem, que representa grande conquista
do espírito, se perde no crescimento da alma e se transforma, buscando outra
dimensão de sensibilidades, qual o instinto animal que mudou para o
raciocínio.
É, pois, a lei da evolução. Quando falamos em eternidade,
podemos dizer que existem muitas eternidades. O próprio amor que se conhece na
Terra não é o amor verdadeiro, nem a caridade, nem o perdão; tudo isso sofre
modulações com o progresso da alma. Estamos, pois, sujeitos às mudanças eternas
na nossa ascensão para Deus. Na verdade, reafirmamos, a quantidade de
reencarnações varia de alma para alma, sem que uma seja pior do que a
outra. Meditemos nisso.
Livro: Filosofia Espírita IV - João Nunes Maia -
Miramez
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