29.2.16

Paz Interior

Por que encontrar a paz interior?
Sem a paz íntima ficamos à deriva de nós mesmos. É preciso estarmos bem, tranquilos, serenos, em equilíbrio para tocar a vida. A paz interior é tão importante ou até superior à saúde física porque representa a saúde do espírito e como é o espírito que influencia o corpo físico, então é substancial termos a tranquilidade interior.
- E isto é fácil, Dom Hélder?
Creio que não devemos nos desesperar em obtê-la, mas aprender, pouco a pouco, a consegui-la. Isto exige treinamento e perseverança.
Quando entre amigos, entre vocês, alguns me diziam que não sabia como eu tinha estômago para engolir tanto sapo, eu dizia que simplesmente não os engolia. Se alguém me dava uma oportunidade de crescimento espiritual eu aproveitava, ou seja, o sapo não ficava comigo, mas com quem estava me ofertando. Procurava saber, no entanto, dentro de mim, por que aquilo ainda significava um sapo, com todo respeito aos meus irmãos girinos.
Neste estudo interior, das minhas complexidades, do meu entendimento de mim mesmo, do que ainda me incomodava, do que poderia me tirar do sério, do que rejeitava imediatamente, é que fui aprendendo sobre quem eu era de verdade e pude, como exercício contínuo e diário, rejeitar os sapos que me chegavam.
Não é fácil, tenho que adiantar, mas o que posso fazer se os sapos me chegavam? Tenho que enfrentá-los, ou melhor, tenho que me enfrentar. O que me incomoda deve ser objeto para a minha melhoria não para o meu infortúnio.
Com este exercício, descobrindo o porquê aquilo me incomodava, percebi claramente que o problema estava comigo, fosse qual fosse a situação, como eu reagiria diante do imprevisto ou da adversidade. Os outros, meus irmãos, acham que possuem a razão naquilo que fazem ou simplesmente não pensam no que fazem. São assim, o que posso fazer senão primeiramente compreendê-los.
Ah, meu bom Francisco, que lição maravilhosa nos deixastes: “compreender do que ser compreendido”. Quando compreendemos verdadeiramente o outro, quando entendemos claramente a situação, então tudo fica mais fácil de fazer. O problema é que depositamos normalmente no outro a causa do nosso desequilíbrio e aí está o equívoco primacial. Pensamos normalmente: “eu estou certo e você está errado”. Não, o problema não é buscar o erro, é entender a situação em movimento. Por que o outro age assim e por que eu penso assim? Um exame, portanto, minucioso da situação, pondo-se de fora do contexto, ajudará a entender tudo aquilo.
Quando fazemos este exercício contínuo ficaremos sabendo coisas que antes não sabíamos e agiremos com mais sabedoria. Encontrando as causas e os efeitos de tudo, passamos a nos portar de maneira serena. A paz, meus irmãos, é resultado da reflexão permanente das coisas.
O problema reside, em muitos casos, que não se dá o devido tempo para esta reflexão. Simplesmente se reage. Ora, o impulso, sem a reflexão, normalmente é má conselheira. Quando tudo passa e a poeira desce, verificamos a besteira que fizemos, mas aí...
O exame minucioso do que somos e a busca da renovação íntima nos dará a tranquilidade de espírito que tanto queremos ter. Compreenderemos, irmãos, que estamos em determinado degrau da evolução divina e não nos cobraremos mais do que momentaneamente podemos nos oferecer. Livramo-nos, assim, da ansiedade ao abominarmos, de uma vez por todas, o perfeccionismo. Adotaremos, em contrapartida, o conhecimento gradual de nós mesmos e a compreensão da realidade plena como podemos alcançá-la.
Veremos, assim, que o nosso coração reagirá melhor e as batidas serão sempre cadenciadas, sem sobressaltos, sem atropelos, sem explosões.
É o meu modo de viver.
Pense nisso!

Helder Câmara – Blog Novas Utopias

28.2.16

Pecado Original

A primeira providência a se tomar quando se deseja efetivamente transpor os limites da materialidade humana é promover em si um exame circunstancial da sua condição, ou seja, buscar responder para si mesmo o que se é verdadeiramente.
Esta resposta inevitável fará conduzir o seu raciocínio perante a vida e perante as gentes. Se, de um lado, acreditar ser somente um artefato biológico animado por uma mente, se tornará assim, no conceito em voga, um materialista. Se, porém, acreditar ser algo maior do que se supõe enxergar, então aquilo que puder alcançar além da matéria será você. Chamamos a isso de consciência espiritual.
Notadamente, os físicos e outros cientistas devem, a priori, como maioria tem feito, aprisionarem os seus raciocínios no campo da materialidade. E, assim, deduzir os seus postulados, suas conclusões, suas leis. De outro modo, quando se permite adentrar para o não-físico as regras que devem permear o seu pensamento são outras completamente diferentes.
O mundo espiritual detém de normas de funcionamento próprias. Não devemos associá-las as questões humanas imediatamente, pelo contrário, o aspecto humano material é que tenta se assemelhar, no que pode, aos fundamentos do espírito. Portanto, o que precede ao raciocínio físico é a constituição espiritual.
Este princípio básico de compreensão deve nortear as conclusões dos estudantes da matéria que percebem que ela tão-somente é reflexo de algo maior. Na verdade, a matéria se constitui um prolongamento da essência espiritual de certa forma, ou, ao menos, guarda algumas de suas propriedades, mas não deixa de ter a sua caracterização própria.
Esta interligação de mundos deve ser, portanto, a matéria de estudo dos que desejam encontrar a leitura da verdade. Estabelecer apenas critérios materiais é absolutamente limitante para encontrá-la. Partir da realidade espiritual para chegar a material, parece-me, ser o mais plausível.
Temos, nós espíritos, desejado que vocês espiritualizem cada vez mais a matéria, isto é, faça com que ela se torne “escrava” do espírito no sentido de não a alimentar exageradamente ou, como maioria, achar que ela é o princípio de tudo.
Forçosamente, para quem assim pensa, haverá de ter grande frustração no momento pós-morte, haja vista que temos que constatar, queira ou não, que sobrevivemos e que não somos feitos daquilo que imaginávamos ser. Somos espíritos, eis a constatação indubitável.
Ao nos depararmos com a realidade espiritual ainda no corpo físico tenderemos a mudar naturalmente os nossos comportamentos. Haveremos de ser mais gentis, compreensivos, cautelosos, simples, seres melhores na nossa essência, porque conseguiremos absorver a temporalidade da matéria, da sua desorganização, da sua aparente realidade. Isto nos fará mais sábios, senhores, porque haveremos de adotar outra postura diante da vida.
O pecado original que adianto nestas linhas está em pensar e agir como se matéria fôssemos indefinidamente. Se adotarmos tal princípio de vida seremos certamente mais felizes. Teremos mais paz de espírito. Encararemos a vida de maneira mais tranquila e as adversidades serão melhor toleradas e suprimidas.
Eis o conselho dos sábios: viva a vida em sua plenitude agora, mas saiba que ela jamais se perderá no rio dos tempos.
Abraços,

Joaquim Nabuco – Blog Reflexões de um Imortal

27.2.16

CARO AMIGO

(Ao amigo Victor Ávila)

Caro amigo, que Jesus,
Sob a crença que te guia,
Possa manter-te em serviço
Sempre com a mesma alegria.

Quando a luta que faceias
Ao redor se torna intensa,
É hora de mais servir
Sem esperar recompensa.

Cerrando ouvidos ao mal,
Guarda a consciência em paz,
Que, ante a luz da Caridade,
Toda sombra se desfaz.

Não percas tempo com quem,
Gastando saliva a esmo,
Ao se pôr a criticar-te,
Não examina a si mesmo.

Recordemos Casimiro,
Em seu verso nobre e rico,
Que, há muito tempo atrás,
Escreveu ao nosso Chico:

- Homem com pressa no bem,
Cujo passo não recua,
Não consegue reparar
O cão que ladra na rua!...

Eurícledes Formiga
(Página recebida pelo médium Carlos A. Baccelli, em reunião pública do Lar Espírita “Pedro e Paulo”, na manhã de sábado do dia 20 de fevereiro de 2016, em Uberaba – MG).

26.2.16

ABORTO - Dolorosa Perda

   Criada com mimos excessivos, a jovem desenvolveu-se na ignorância do trabalho e da responsabilidade, não obstante pertencer a nobilíssimo quadro social. (...) Desprotegida pelas circunstâncias, não se preparou convenientemente para enfrentar os problemas do resgate próprio. Sem a proteção espiritual peculiar à pobreza, sem os abençoados estímulos dos obstáculos materiais, e tendo, contra as suas necessidades íntimas, a profunda beleza transitória do rosto, a pobrezinha renasceu, seguida de perto, não por um inimigo propriamente dito, mas por cúmplice de faltas graves, desde muito desencarnado, ao qual se vinculara por tremendos laços de ódio, em passado próximo. Foi assim que, abusando da liberdade, em ociosidade reprovável, adquiriu deveres da maternidade sem a custódia do casamento. Reconhecendo-se agora nesta situação, aos vinte anos, solteira, rica e prestigiada pelo nome da família, deplora tardiamente os compromissos assumidos e luta com desespero, por desfazer-se do filhinho imaturo, o mesmo comparsa do pretérito a que me referi; esse infeliz, por "acréscimo de misericórdia divina", busca destarte aproveitar o erro da ex-companheira para a realização de algum serviço redentor, com a supervisão dos nossos Maiores.
(...)
   Nunca supus que a mente desequilibrada pudesse infligir tamanho mal ao próprio patrimônio.
   A desordem do cosmo fisiológico acentuou-se, instante a instante.
   Penosamente surpreendido, prossegui no exame da situação, verificando com espanto que o embrião reagia ao ser violentado, como que aderindo, desesperadamente, às paredes placentárias.
   A mente do filhinho imaturo começou a despertar à medida que aumentava o esforço de extração. Os raios escuros não partiam agora só do encéfalo materno; eram igualmente emitidos pela organização embrionária, estabelecendo maior desarmonia.
   Depois de longo e laborioso trabalho, o entezinho foi retirado afinal...
   Assombrado, reparei, todavia, que a ginecologista improvisada subtraía ao vaso feminino somente pequena porção de carne inânime, porque a entidade reencarnante, como se a mantivessem atraída ao corpo materno forças vigorosas e indefiníveis, oferecia condições especialíssimas, adesa ao campo celular que a expulsava. Semidesperta, num atro pesadelo de sofrimento, refletia extremo desespero; lamentava-se com gritos aflitivos; expedia vibrações mortíferas; balbuciava frases desconexas.
   Não estaríamos, ali, perante duas feras terrivelmente algemadas uma à outra? O filhinho que não chegara a nascer transformava-se em perigosos verdugo do psiquismo materno. Premindo com impulsos involuntários o ninho de vasos do útero, precisamente na região onde se efetua a permuta dos sangues materno e fetal, provocou ele o processo hemorrágico, violento e abundante...
   Observei mais.
   Deslocado indébitamente e mantido ali por forças incoercíveis, o organismo perispirítico da entidade, que não chegara a renascer, alcançou em movimentos espontâneos a zona do coração. Envolvendo os nódulos da aurícula direita, perturbou as vias do estímulo, determinando choques tremendos no sistema nervoso central.
   Tal situação agravou o fluxo hemorrágico, que assumiu intensidade imprevista, compelindo a enfermeira a pedir socorros imediatos, depois de delir, como pôde, os vestígios de sua falta.
   - Odeio-o! odeio-o! - clamava a mente materna em delírio, sentindo ainda a presença do filho na intimidade orgânica. - Nunca embalarei um intruso que me lançaria à vergonha!
   Ambos, mãe e filho, pareciam agora, por dizer mais exatamente, sintonizados na onda de ódio, porque a mente dele, exibindo estranha forma de apresentação aos meus olhos, respondia, no auge da ira:
   - Vingar-me-ei! Pagarás cetil por cetil! não te perdoarei!... Não me deixaste retomar a luta terrena, onde a dor, que nos seria comum, me ensinaria a desculpar-te pelo passado delituoso e a esquecer minhas cruciantes mágoas... Renegaste a prova que nos conduziria ao altar da reconciliação. Cerraste-me as portas da oportunidade redentora; entretanto o maléfico poder, que impera em ti, habita igualmente minhalma... Trouxeste à tona de minha razão o lodo da perversidade que dormia dentro de mim. Negas-me o recurso da purificação, mas estamos agora novamente unidos e arrastar-te-ei para o abismo...Condenaste-me à morte, e, por isso, minha sentença é igual. Não me deste o descanso, impediste meu retorno à paz da consciência, mas não ficarás por mais tempo na Terra... Não me quiseste para o serviço do amor... Portanto, serás novamente minha para a satisfação do ódio. Vingar-me-ei! Seguirás comigo!
   Os raios mentais destruidores cruzavam-se, em horrendo quadro, de espírito a espírito.
   Em seguida, o Assistente convidou-me a sair, acrescentando:
   - Verificar-se-á a desencarnação dentro de algumas horas, O ódio, André, diariamente extermina criaturas no mundo, com intensidade e eficiência mais arrasadoras que as de todos os canhões da Terra troando a uma vez. É mais poderoso, entre os homens, para complicar os problemas e destruir a paz, que todas as guerras conhecidas pela Humanidade no transcurso dos séculos. Não me ouves mera teoria. Viveste conosco, nestes momentos, um fato pavoroso, que todos os dias se repete na esfera carnal. Estabelecido o império de forças tão detestáveis sobre essas duas almas desequilibradas, que a Providência procurou reunir no instituto da reencarnação, é necessário confiá-las doravante ao tempo, a fim de que a dor opere os corretivos indispensáveis.
(...)
   Calderaro fitou-me com o acabrunhamento de um soldado valoroso que perdeu temporariamente a batalha, e informou:
   - Agora. nada vale a intervenção direta. Consumou-se para ambos doloroso processo de obsessão recíproca, de amargas conseqüências no espaço e no tempo, e cuja extensão nenhum de nós pode prever.


Livro: No Mundo Maior - Francisco C Xavier  - André Luiz - Os livros espíritas, como este vendidos em nossa loja, terão o lucro repassado à Casa Espírita de Oração Amor e Luz de Limeira.

25.2.16

Questão 334 do Livro dos Espíritos
LIMITE DA VONTADE

Muito antes da concepção, do encontro do espermatozóide com o óvulo no ventre da futura mãe, o Espírito já se encontra preparado para nascer de novo. Para tudo há uma programação espiritual.
Quando a alma pode escolher suas próprias provações, os benfeitores espirituais ajudam em muitas particularidades, para que o renascimento seja bem orientado. Entretanto, as reencarnações não são iguais; todas elas diferem umas das outras, embora a lei seja uma só para todas as criaturas de Deus.
O Senhor sabe de tudo antecipadamente, por ser Ele, como já falamos anteriormente, onisciente, onipresente e imutável. Para se ter uma boa reencarnação, é preciso preparar para tal acontecimento. Para esse preparo, o Evangelho de Jesus mostrará o que se deve fazer, limpando o carma e clareando os caminhos pelo perdão incondicional, pelo amor e pela caridade sem exigências. Existem, porém, reencarnações impostas, devido a dureza dos corações, e essa imposição é impulsionada pelo amor de Deus aos Seus filhos, para que eles despertem os valores que se encontram no sono da indiferença.
Os grandes missionários da luz antecipam, e muito, a escolha da família e do corpo que desejam para o desempenho de suas tarefas na Terra, pois, lhes é facultado esse direito, pela sua elevação moral em todos os aspectos, e eles sempre escolhem duros caminhos para trilhar, por terem forças para vencer todos os obstáculos. Eles nunca se sentem afrontados por doenças, tirando delas forcas que os ajudam em suas marchas. Francisco de Assis foi um desses primores da espiritualidade superior, que, quando foi proibido de andar, pois deveria ficar somente de repouso, reuniu seus discípulos e combinaram para que eles o carregassem em cima do catre. Assim, mesmo deitado, ele estava operando do mesmo jeito que antes.
A luz não sente as influências das trevas. Mesmo com o corpo inválido para determinados trabalhos, o Espírito irradia forças ainda mais poderosas para a construção da vida e alegria de todos. A inércia é para as almas ignorantes.
A vida que se leva é, pois, uma mostra da escolha para outros corpos no futuro. As nossas ações são sementes de luz ou de trevas, e sempre colhemos o que plantamos na esteira das nossas caminhadas para Deus.
As colônias espirituais criadas pelos benfeitores são misericórdia para todos nós. Elas nos preparam para a consciência do que pode acontecer conosco e, ainda mais, os irmãos mais velhos dali nos instruirão do que devemos fazer mais acertadamente. Aqueles dotados de humildade aprenderão a escolher melhor sua volta à carne, sem revolta e sem apego.
Mesmo aqueles que se encontram na eternidade, sem pouso certo, são seguidos pela luz, que observa o seu amadurecimento, e no dia do toque em seus corações, certificar-se-ão de que as mudanças são melhores que a pertinácia no mal. Aí então, entrarão no preparo para escolher novos corpos, onde poderão encontrar a redenção, abraçando a luz e acendendo a sua própria claridade no coração.
O véu da ignorância, hoje ou amanhã, caíra pela forca do progresso das almas. Esta é a lei do Criador.


Livro: Filosofia Espírita – João Nunes Maia – Miramez - Os livros espíritas, como este vendidos em nossa loja, terão o lucro repassado à Casa Espírita de Oração Amor e Luz de Limeira.

24.2.16

INTELECTUALISMO – IV

208-Há uma tarefa especializada da inteligência no orbe terrestre?
-Assim como numerosos Espíritos recebem a provação da fortuna, do poder transitório e da autoridade, há os que recebem a incumbência sagrada, em lutas expiatórias ou em missões santificantes, de desenvolverem a boa tarefa da inteligência em proveito real da coletividade.
Todavia, assim como o dinheiro e a posição de realce são ambientes de luta, onde todo êxito espiritual se torna mais porfiado e difícil, o destaque intelectual, muitas vezes, obscurece no mundo a visão do Espírito encarnado, conduzindo-o à vaidade injustificável, onde as intenções mais puras ficam aniquiladas.
209 –O escritor de determinada obra será julgado pelos efeitos produzidos pelo seu labor intelectual na Terra?
-O livro é igualmente como a semeadura. O escritor correto, sincero e bem-intencionado é o lavrador previdente que alcançará a colheita abundante e a elevada retribuição das leis divinas à sua atividade. O literato fútil, amigo da insignificância e da vaidade, é bem aquele trabalhador preguiçoso e nulo que “semeia ventos para colher tempestades”. E o homem de inteligência que vende a sua pena, a sua opinião e o seu pensamento no mercado da calúnia, do interesse, da ambição e da maldade, é o agricultor criminoso que humilha as possibilidades generosas da Terra, que rouba os vizinhos, que não planta e não permite o desenvolvimento da semeadura alheia, cultivando espinhos e agravando responsabilidades pelas quais responderá um dia, quando houver despido a indumentária do mundo, para comparecer ante as verdades do Infinito.
Livro: “O Consolador” – Francisco C. Xavier – Emmanuel - Os livros espíritas, como este vendidos em nossa loja, terão o lucro repassado à Casa Espírita de Oração Amor e Luz de Limeira.

23.2.16

CIÊNCIA E TRISTEZA

A nossa estimada irmã Domingas, autora espiritual de “Hospital dos Médiuns”, e outras obras de relevância para os nossos postulados doutrinários, procurou-me, um dia desses, com um exemplar da Bíblia nas mãos.
- Dr. Inácio, poderíamos conversar um pouquinho?...
- Claro – assenti.
E, então, entre nós, desdobrou-se rápido diálogo, que tento tornar mais rápido nas escassas linhas deste Blog.
- Doutor, eu não consigo entender...
- O quê?! – perguntei, vendo-a abrir o venerável volume nas páginas do livro de Eclesiastes.
- Está escrito aqui: “Porque na muita sabedoria há muito enfado; e quem aumenta ciência, aumenta a tristeza.” Quer dizer, então, que, por nos trazer tristeza, a ciência não é uma coisa boa?!...
- Eu só fui entender este versículo – disse-lhe –, depois que me tornei espírita, e, mesmo assim, quando os meus cabelos começaram a se alvejar alguns e a cair muitos...
- Pois eu, Doutor, vez e outra, quando encarnada, ouvia algum orador fazer esta citação, mas não explicava nada e, em contrapartida, eu não perguntava...
- Achava-a bonita!...
- Bonita, mas não a entendia! Ora, então a Lei de Progresso?!... Quem aumenta ciência, tem que aumentar alegria, e não tristeza!...
- Também acho! Deus não poderia ter errado...
- Mas, afinal, o que o senhor me diz?! O senhor que sabe mais do que eu...
- Quem lho disse?! – repliquei. – Você está querendo insinuar que eu sou mais triste que você...
- Não! O senhor é até um espírito muito alegre – um dos mais alegres de que, sinceramente, eu tenho notícias. Com o senhor não existe pranto e ranger de dentes...
- Domingas, você sabe, depois da morte, eu recuperei a minha arcada dentária, porque, de fato, se eu tivesse que ranger as minhas dentaduras... Isso é que seria provação: não ter dentes para ranger e nem glândulas lacrimais para chorar!...
- Doutor...
- Calma – solicitei à devotada confreira. – A ciência que aumenta a tristeza não é tanto aquela que nos deu o fogão a gás, a geladeira, o chuveiro de água quente, a TV...
- Também acho que não! Doutor, antes do fogão a gás, a fumaceira que era dentro de casa... E a enceradeira, que substituiu o escovão?! Doutor, eu acabei com os meus joelhos de esfregar palha de aço no chão...
- A ciência que aumenta a tristeza, também não pode ser a da invenção do telefone, do automóvel, do avião...
- Então, não sobra nada que justifique o que segue escrito aqui, o senhor concorda?!...
- Sobra tudo, Domingas?!
- Segundo o que está escrito aí, a ciência que aumenta a tristeza é a ciência de nós mesmos!...
- “Virgem santa que a fome era tanta...”! – exclamou, citando parte da letra de “Pau-de-arara”, que conta a história de um cearense que comia gilete na praia de Copacabana...
- Pois é! A ciência de nossa própria mediocridade é terrível! É mesmo de dançar um xaxado – concordei. E, antes que me critiquem, eu vou incluir aqui o samba, a valsa, o bolero, o tango, e até dança de índio...
Domingas, diminuindo a sua ciência, sorriu a valer, e, depois que conseguiu recompor-se, concluiu:
- Por isso é que Sócrates dizia que a única coisa que ele sabia era que nada sabia, não é?!...
- Ele era um homem muito sábio: para não aumentar a sua tristeza infinitamente, fazia de conta que infinitamente não sabia o que, em relação a outros homens, ele sabia quase infinitamente!...

INÁCIO FERREIRA

Uberaba – MG, 22 de fevereiro de 2016.

22.2.16

"Somos Irmãos"

 O que aguardava o encontro do Papa Francisco e o Patriarca Kirill?
 Como bem se expressou o representante católico a conciliação de irmãos na busca da unidade no trabalho do Cristo.
 Duas igrejas, um só objetivo: auxiliar o próximo na busca da sua redenção interior. Por que, então, a separação, o distanciamento, a ausência do diálogo?
 Nada se justifica quando estamos falando de irmãos em Cristo. Isto bem compreendeu os dois líderes que deram uma demonstração que a união é a marca dos seguidores de Jesus.
 Pode-se e deve-se ter o mesmo caminhar em trajetórias diferenciadas, mas convergentes. O encontro deles representa um gesto de união, de amabilidade, de tolerância, de compreensão. Representa dizer que há mais motivos para estarmos juntos do que distantes.
 Esta mensagem foi compreendida pelo mundo inteiro. Pequenos gestos de grandes proporções. Pequenas ações de grande impacto. Francisco e Kirill falaram a mesma língua no encontro, aquela que Jesus nos ensinou há mais de dois mil anos, a linguagem do amor e da paz.
 As igrejas são facções humanas que representam interesses e tradições, todos, porém, possuem princípios semelhantes que devem servir para a aproximação.
 O papa e o patriarca são homens de Deus. Compreendem a dimensão dos seus cargos e dizem para o mundo que a união pode diminuir as distâncias institucionais em torno daquilo que hoje mais preocupa a humanidade: a violência e o terrorismo.
 Que este gesto conjunto represente a esperança de povos que buscam viver em paz.
 Os homens foram criados por Deus para construir pontes e não edificar barreiras.
 Assim seja!

 Helder Câmara – Blog Novas Utopias

21.2.16

Ser Feliz

 A pergunta que não quer se calar: somos felizes?
 Claro que não, no sentido idealizado pela maioria das pessoas que correm de um lado e de outro a procura da satisfação das suas necessidades básicas. Ora, se não tenho o mínimo como posso me dizer feliz?
 A verdade é que esta procura constante limita, muitas vezes, o nosso foco de obtenção dela. Se nos depararmos com a seguinte situação: vou comprar um carro ou vou viajar para Paris? Alguns, pela sua inclinação para as viagens, dirão sem pestanejar: quero ir imediatamente para Paris. Lá serei feliz. Outro, mais entusiasmado com a velocidade, afirmará que o automóvel é que lhe trará a felicidade desejada.
 Tanto um quanto o outro, aventurou-se em dizer que a felicidade estava limitada ao alcance do seu desejo. Um, de ordem material, outro, na esfera do lazer. Ambos, portanto, viam a felicidade como um recurso externo a ele mesmo.
 Mas, o que dizer daquele que busca a felicidade dentro de si?
 Este, certamente, terá outros pendores. Ficará mais satisfeito com algum ganho intelectual. Ou se sentirá mais feliz por perceber certa evolução no seu proceder. Uma vez conquistada, neste caso, a felicidade tende a ser mais permanente. De outra parte, resumida às coisas externas, um dia elas fluirão do seu alcance e, então, a felicidade com ela irá embora.
 Esta discussão sobre a felicidade é infinita, mas nós que estamos no plano do espírito já temos uma noção, no nosso nível de evolução, mais voltado para as conquistas íntimas, até porque de nada nos valerá a posse material. É exatamente esta compreensão das coisas que faz com que enalteçamos a causa da espiritualidade.
 Ao morrer, o homem é desprovido dos seus aspectos exteriores. Nada lhe sobra a não ser ele mesmo. Sua carcaça física se destruirá completamente. O que ficará, então? O que lhe anima a alma, o que lhe dá sentido à vida, o que lhe faz está de pé.
 Esta constatação é continuamente percebida pelos irmãos espirituais que adentram ao mundo invisível todos os dias. Sentem rapidamente o impacto da inutilidade das aparências, da inconsequência das posses, do pouco caso com o dinheiro. Aqui, veste-se de realidade. Pura realidade. O que me sobra?- pergunta-se. A resposta é rápida e certeira. O que o espírito lhe traduz.
 Esta constatação, portanto, é que fará definir o sentido real de felicidade no lado de cá da vida. Felicidade é o que fica. 
 Neste ponto, as doutrinas espiritualistas, de maneira geral, são unânimes em mostrar a outra face da moeda. É como se dissessem: “olhem bem o que importa na vida e dê preferência a ela”.
 Acordar no mundo espiritual é, algumas vezes, extremamente doloroso porque se encontra um enorme vazio existencial, um sentimento de perda de tempo, pois se priorizou o que era supérfluo na vida física.
 Este acordar é consciencial e pode promover incríveis mudanças de foro íntimo para quem estiver antenado ao que lhe passa na órbita do espírito.
 Nossos incansáveis apelos são por este despertar de consciência. Por esta busca incessante por aquilo que verdadeiramente importa. Tudo o mais é ilusão e perda de tempo.
 Pense nisso!

 Joaquim Nabuco – Blog Reflexões de um Imortal.

20.2.16

ORAÇÃO DE HOJE

Senhor, no dia de hoje,
Eu Te peço em oração,
Que, em tudo, me fortaleças
Contra o mal da tentação...

Não da tentação de fora
Que sempre me chega a esmo,
Mas da tentação de dentro,
A emergir de mim mesmo...

Desta “voz” que me constrange,
Sob tamanho embaraço,
A fazer o que não quero
E a querer o que não faço...

Por isso, Divino Mestre,
Nesta peleja sem fim,
Mais que livrar-me dos outros
Que Tu me livres de mim!...

Eurícledes Formiga

(Página recebida pelo médium Carlos A. Baccelli, na manhã de sábado do dia 13 de fevereiro de 2016, em reunião no Lar Espírita “Pedro e Paulo”, em Uberaba – MG).

19.2.16

DESESPERO INJUSTIFICÁVEL

         Pensas: "Aceitei, confiante, a fé e a luta me parece mais rude. A fadiga me segue e o desespero me cerceia. Tenho a impressão de que forças tiranizantes me amesquinham, comprazendo-se com os meus tormentos."
         Analisas: "Abracei o Cristianismo Redivivo no Espiritismo, guardando a esperança de esclarecido, repousar, e edificado pelo esclarecimento, viver em paz. No entanto, com a dilatação do conhecimento, parece-me que problemas com os quais eu não contava repontam multiplicados e dissabores me assinalam as horas."
         Comentas: "Que ocorre comigo? Não desejava melhoras econômicas ao aceitar a Doutrina renovadora, todavia, surpreendo-me com tantos insucessos... Não aguardava um paraíso entre os companheiros, mas, por que a animosidade?..."
         Concluis: "Desisto - eis a solução. Talvez, quem sabe? - imaginas - eu esteja deixando consumir-me pelo excesso do ideal... Vejo outros companheiros com ares felizes, bem postos, joviais... Algo, comigo, está errado..."
         Sim, algo está errado: a conclusão a que chegaste.
         Todo compromisso elevado exige esforço no empreendimento, luta na execução, força no ideal.
         Quem pretende fruir antes de produzir conserva infantilidade mental.
         O homem velho para despojar-se do manto característico não consegue fazê-lo sem uma grande revolução íntima.
         O passado de cada espírito em luta, na Terra, é todo um amontoado de escombros a retirar para reconstruir, reaparelhar.
         Enquanto alguém se demora em charco pestilento acostuma-se ao recender da podridão.
         O horizonte visual é maior de quanto mais alto o contemplamos.
         É, pois, compreensível que, desejoso de uma vida melhor sejam concedidas às tuas possibilidades atuais as lutas redentoras para mais altos vôos.
         Com as percepções espirituais desenvolvidas e sintonizadas com as Esferas da Luz, teus inimigos desencarnados, na retaguarda, redobram a vigilância junto aos teus movimentos e, de paixões açuladas ante a perspectiva de perderem o comensal de antigas loucuras, atiram-se, desordenadamente, "dispostos a tudo"...
         Ora, porfia, estuda e ama.
         A oração elevar-te-á além das sombras densas.
         A porfia retemperará tuas forças.
         O estudo dilatará a tua faculdade de discernir.
         E o amor te concederá as láureas da paz, oferecendo-te os tesouros inalienáveis da felicidade sem jaça.
* * * * * * * * * * * * * * * *
         Em "O Livro dos Espíritos", Allan Kardec, o Embaixador das Cortes Celestes, registrou: "Sob a influência das idéias carnais, o homem, na Terra, só vê das provas o lado penoso..." "... Na vida espiritual, porém, compara esses gozos fugazes e grosseiros com a inalterável felicidade que lhe é dado entrever e desde logo nenhuma impressão mais lhe causa os passageiros sofrimentos terrenos..." "... Não é possível, no estado de  imperfeição em que te encontra, gozar de uma vida isenta de amarguras. Ele o percebe e, precisamente para chegar a frui-la, é que trata de se melhorar."


Livro: Dimensões da Verdade - Divaldo P Franco - Joanna de Ângelis

18.2.16

DESEQUILÍBRIOS...

    Encontras-te angustiado. Sofrimento e desajuste unem-se para dar à paisagem social da Terra o aspecto triste e imenso Nosocômio onde pessoas se apresentam dominadas por afecções de longo curso, sem perspectivas de recuperação. Dizes que até o oxigênio do ar parece carregado de substâncias tóxicas de penetração profunda, que atingem os tecidos sutis da vida psíquica.
    Anotas desertores da ordem, que há pouco eram paradigmas do dever e te referes às novas gerações que parecem enlouquecidas, na correria desvairada, sexólatra, nos longos dédalos da sandice.
    As melhores afeições que constituíam fortaleza em que te refugiavas, se encontram vencidas e transitam indiferentes como se o egoísmo as conquistasse de inopino.
    Os ideais superiores da Humanidade parecem frouxa claridade que tremeluz, apagando-se.
    Só desequilíbrios campeiam, fecundos, dominadores.
    E temes a grande escuridão, aquela noite moral a que se reportam as advertências evangélicas...
    Estás receoso quanto ao futuro.
    Indagas, perquires e não te podes furtar a sérias preocupações, observando o riso, que na maioria dos semblantes é esgar agônico.
    Não duvides, porém, da presença positiva do Cristo na Terra sofredora destes dias.
    Escutam-se as vozes da vida imortal falando em toda parte.
    Repercute em milhões de espíritos o chamado do Consolador, restabelecendo as diretrizes da verdade.
    Há dor, sim ! Ela, porém, é o prenúncio de justas alegrias.
    Quando a mente se ensoberbece e desvaira, o sofrimento é a única voz que alcança a acústica do ser.
    As grandes lutas produzem as melhores seleções.
    O atrito desgasta, mas corrige arestas e dá formas harmoniosas.
    Não te permitas enxergar somente uma parte do panorama da atualidade.
    Pensa nos que estão silenciosos em laboratórios, atuantes nas cátedras do ensino nobre, afervorados nos organismos da legislação em toda parte, atarefados nos gabinetes de pesquisas, confiantes nos tratos de terra onde semeiam, e modificarás o conceito.
    Amamentando, a mãe generosa não receia o amanhã do filhinho: preserva-o e ajuda-o hoje.
    Sob teto acolhedor, o homem não considera a possibilidade de ficar soterrado sob ele: frui a benção do agasalho hoje.
    Bendize, também, a oportunidade de hoje produzires para o bem e cuida que o Senhor se encarregará dos resultados para o porvir.
    Existe muito amor onde somente enxergas degredo e horror.
    Muita bondade medra inesperadamente em lugares em que ninguém supõe encontrá-la.
    O amor de Nosso Pai por tudo zela. Reencoraja-te, levanta o ânimo, prossegue.
    Quando tudo conspirava contra aquele reduzido grupo de homens e mulheres atemorizados; quando o Líder que os guiava com segurança experimentara o martírio até a morte; quando um amigo se deixa enganar, a ponto de em desequilíbrio trair o Amigo; quando o depositário da confiança geral, colhido de surpresa e temendo vinditas e represálias, negara o Benfeitor; quando a soledade e o temor os ameaçavam até o desespero; quando tudo parecia perdido: ideais desvanecidos, planos malbaratados, desejos acalentados em doces noites de vigília soçobrados; quando tudo eram sombras, ei-Lo que retorna rutilante e vivo, gentil e nobre, conclamando aqueles mesmos corações ao perene embate da redenção. Elevando-se do ânimo alquebrado para a alegria da vida, deram as próprias vidas e renovaram com os seus exemplos as paisagens do mundo... Jesus vive, e a doutrina que agora ressurge dos escombros dos séculos remodelará a Terra inteira, um dia em breve, quando estaremos todos felizes ao comando d'Ele.

Livro: Lampadário Espírita - Divaldo P Franco - Joanna de Ângelis

17.2.16

LIMITE DA VONTADE

Questão 333 do Livro dos Espíritos

A vontade do Espírito tem limites consideráveis. Sendo a evolução da alma uma lei, o Espírito não pode deixar de ascender no campo do despertar, pela sua exclusiva vontade. Acima de todas as vontades humanas e espirituais dos filhos da Luz, existe a determinação da Força Soberana que é Deus.
A criatura que nasce em família abastada pode, se quiser, não trabalhar, não estudar, somente gastar o tempo com paixões inferiores e, às vezes, com as famílias, apoiando esse falso proceder. Não obstante, essa chamada "boa vida" também tem limites. A qualquer momento a morte do corpo chega de mansinho e diz basta. O Espírito, então, irá para o lugar em que deseja ficar parado no tempo. Acabada a mordomia, ele passa a sofrer os desgastes que ele próprio preparou. Perambulando pelas trevas, vai sentir o choro e o ranger de dentes.
Assim também é o Espírito livre das conjunções humanas, que não deseja reencarnar por receio de voltar a Terra. O seu temor o faz caminhar devagar, e nessa semi paralisação, mesmo que gaste milênios, algum dia ouvirá a voz da justiça o chamar à carne. Eis aí a imposição da lei para que retorne ao corpo, a um corpo de carne com duras provações, no sentido de despertar suas qualidades que dormiram demais.
Todos foram feitos iguais e todos têm os mesmos valores espirituais a serem despertados, de dentro para fora. Ninguém fica indefinidamente paralisado; os caminhos nos esperam e basta decidirmos trilhá-los. Na Terra é a mesma coisa: certos homens abraçam seus deveres com todas as suas forças, outros ampliam a sua quietude, mesmo encontrando oportunidades valiosas para o seu crescimento espiritual, porém, quando descobre e sente a necessidade de subir, torna-se um gigante e enfrenta todos os obstáculos, sejam eles quais forem.
Deus, sendo onisciente, sabe dos destinos de todos os Seus filhos, porém, deixa-os um pouco livres para escolherem os caminhos a serem trilhados. Jesus Cristo, sendo igualmente a misericórdia, o amor mais puro, veio ao mundo para nos ensinar pelo exemplo, que devemos lutar em toda as frentes, conquistando os valores ainda latentes na cidade do Coração. Todos os Espíritos, com Jesus avançam com segurança, por saberem que não erram o caminho para Deus.
A nossa vontade tem limites, mas, enquanto não chegamos a eles, aproveitemos o tempo dentro da vontade do Soberano Senhor, e para conhecer a vontade de Deus, basta conhecer a Jesus, que Ele nos indicará qual a porta pela qual devemos entrar, pelo nosso esforço, sem a compra dos talentos divinos.
Existem vários estados de graça, mas, mesmo respirando em um deles, não queiramos ficar estacionados em quaisquer deles. Se a lei é avançar cada vez mais, busquemos sempre o mais além. A esperança não pode acabar, por ser a subida infinita e a felicidade eterna, dentro da eternidade do Criador.
Dentro da ciência astronômica, está evidenciado que nada pára no infinito. Se existe essa lei de cinetismo para as coisas materiais, em se referindo às espirituais, elas são mais visíveis. A vida é movimento, e quanto mais se move, mais se vive.


Livro: Filosofia Espírita – João Nunes Maia – Miramez - Os livros espíritas, como este vendidos em nossa loja, terão o lucro repassado à Casa Espírita de Oração Amor e Luz de Limeira.

16.2.16

INTELECTUALISMO – III

208-Há uma tarefa especializada da inteligência no orbe terrestre?
-Assim como numerosos Espíritos recebem a provação da fortuna, do poder transitório e da autoridade, há os que recebem a incumbência sagrada, em lutas expiatórias ou em missões santificantes, de desenvolverem a boa tarefa da inteligência em proveito real da coletividade.
Todavia, assim como o dinheiro e a posição de realce são ambientes de luta, onde todo êxito espiritual se torna mais porfiado e difícil, o destaque intelectual, muitas vezes, obscurece no mundo a visão do Espírito encarnado, conduzindo-o à vaidade injustificável, onde as intenções mais puras ficam aniquiladas.
209 –O escritor de determinada obra será julgado pelos efeitos produzidos pelo seu labor intelectual na Terra?
-O livro é igualmente como a semeadura. O escritor correto, sincero e bem-intencionado é o lavrador previdente que alcançará a colheita abundante e a elevada retribuição das leis divinas à sua atividade. O literato fútil, amigo da insignificância e da vaidade, é bem aquele trabalhador preguiçoso e nulo que “semeia ventos para colher tempestades”. E o homem de inteligência que vende a sua pena, a sua opinião e o seu pensamento no mercado da calúnia, do interesse, da ambição e da maldade, é o agricultor criminoso que humilha as possibilidades generosas da Terra, que rouba os vizinhos, que não planta e não permite o desenvolvimento da semeadura alheia, cultivando espinhos e agravando responsabilidades pelas quais responderá um dia, quando houver despido a indumentária do mundo, para comparecer ante as verdades do Infinito.


Livro: “O Consolador” – Francisco C. Xavier – Emmanuel - Os livros espíritas, como este vendidos em nossa loja, terão o lucro repassado à Casa Espírita de Oração Amor e Luz de Limeira.

15.2.16

SINAIS DE PROGRESSO HUMANO

Alguém me solicitou por carta, enviada ao médium, que, se possível, eu apontasse alguns evidentes sinais de progresso humano, do qual, do começo ao fim da missiva, ele se encontra descrente.
Perguntou-me se o progresso tecnológico dos tempos atuais seria suficiente para se concluir sobre o avanço da Humanidade, que, desde todas as eras, jamais conheceu tanto conforto.
Não há como negar que o homem, no que pese o quase ainda estado de barbárie em que vive na Terra, tem evoluído, haja vista a questão dos direitos humanos – liberdade de pensamento e de culto religioso, por exemplo – que, a trancos e barrancos, vem efetuando consideráveis conquistas.
Todavia, os discretos, porém promissores sinais de progresso do espírito humano que, tomando como base o Brasil, eu consigo detectar são outros – sinais que, em verdade, me deixam esperançoso em relação ao futuro da Humanidade, porque, particularmente, considero o povo brasileiro como expressão da Humanidade futura.
Então, sem mais delongas, permitam-me enumerar o que, isoladamente, pude listar do que, favoravelmente, de algum tempo a esta parte, vem me surpreendendo no espírito encarnado – isoladamente, faço questão de frisar.
- dois ou três motoristas que, num universo de milhares, fizeram parar os seus veículos para que alguns pedestres atravessassem a avenida na faixa de segurança;
- um jovem transeunte que se preocupou em arredar da calçada uma pedra solta que poderia vir a provocar a queda de quem por ali caminhasse;
- uma jovem que estendeu o braço a um irmão acometido de cegueira, conduzindo-o até o local onde deveria tomar o ônibus para o bairro em que reside;
- um policial que, educadamente, advertiu o condutor de um veículo que estava equipado com uma caixa de som que fazia tremer as paredes dos prédios por onde acelerava o seu envenenado carango;
- uma senhora que, de vassoura em punho, estava varrendo e recolhendo o lixo que pessoas, sem maior noção de saúde pública, haviam atirado defronte a casa em que ela reside;
- dois meninos que, compadecendo-se de pobre vira-lata atropelado, mobilizaram os seus familiares a fim de encaminhá-lo a uma clínica veterinária, assumindo todas as despesas pertinentes;
- um senhor que, gentilmente, ofereceu um lenço de papel de um amigo para que ele não continuasse assuando o nariz com os dedos, lançando o produto de sua secreção nasal em direção aos outros;
- uma funcionária de uma casa bancária que atendia ao caixa com uma delicadeza sem precedentes, sorrindo para os clientes de todos os níveis sociais;
- um administrador público que deliberou ele mesmo inspecionar as obras que estavam sendo realizadas na periferia da cidade da qual ele é o alcaide;
- dois médicos e dois odontólogos – viva! – que estavam cumprindo o seu horário de trabalho numa Unidade de Pronto Atendimento – UPA, situada na periferia;
- um rapaz que, dentro do também chamado “coletivo”, levantou-se e cedeu lugar a uma simpática gestante;
- um universitário que instava com os colegas de classe para que tivessem maior respeito para com o professor, a fim de que, pelo menos, ele conseguisse concluir as suas aulas;
- trinta árvores sobreviventes, entre as mais de duzentas que foram plantadas, no canteiro central de uma ampla avenida;
- dois casais de canários-da-terra, com os seus filhotes, cantando empoleirados num fio elétrico, sem mais nenhum estilingue por perto a ameaçá-los de morte...
Enfim, a minha lista não é assim tão extensa e – reconheço – nem tão sintomática quanto seria de se desejar, mas, feliz ou infelizmente, foi o que eu pude arranjar.
Claro que vocês, os nossos irmãos internautas, poderão auxiliar-me a enriquecê-la em louvor do progresso da Humanidade, do qual, em tempo algum, não nos será lícito duvidar.

INÁCIO FERREIRA
Uberaba – MG, 15 de fevereiro de 2016.

14.2.16

DESEJO A VOCÊ...

    Dentre os vários escritos de Victor Hugo, o ilustre romancista francês, há um poema de profunda sensibilidade e grandiosa beleza, que diz o seguinte:

    Desejo, primeiro, que você ame, e que amando, também seja amado. E que se não for, seja breve em esquecer. E que esquecendo, não guarde mágoa.
    Desejo também que tenha amigos, ainda que maus e inconseqüentes.
    Que sejam corajosos e fiéis, e que pelo menos num deles você possa confiar sem duvidar.
    E porque a vida é assim, desejo ainda que você tenha adversários.
    Nem muitos, nem poucos, mas na medida exata para que, algumas vezes, você se interpele a respeito de suas próprias certezas.
    E que entre eles, haja pelo menos um que seja justo, para que você não se sinta demasiado seguro.
    Desejo, depois, que você seja útil, mas não insubstituível. E que nos maus momentos, quando não restar mais nada, essa utilidade seja suficiente para manter você de pé.
    Desejo, ainda, que você seja tolerante, não com os que erram pouco, porque isso é fácil, mas com os que erram muito e irremediavelmente, e que fazendo bom uso dessa tolerância, você sirva de exemplo aos outros.
    Desejo que você, sendo jovem, não amadureça depressa demais, e que, sendo maduro, não insista em rejuvenescer, e que, sendo velho, não se entregue ao desespero.
    Porque cada idade tem o seu prazer e a sua dor, e é preciso deixar que aconteçam no tempo certo.
    Desejo, por sinal, que você seja triste, não o ano todo, mas apenas um dia.
    E que nesse dia descubra que o riso diário é bom, o riso habitual é insosso e o riso constante é insano.
    Desejo que você descubra, com a máxima urgência, acima e a respeito de tudo,que existem oprimidos e infelizes, e que estão à sua volta.
    Desejo, ainda, que você afague um gato, alimente um cuco e ouça o João-de-barro erguer triunfante o seu canto matinal porque, assim, você se sentirá bem por pouca coisa.
    Desejo também que você plante uma semente, por mais minúscula que seja, e acompanhe o seu crescimento, para que saiba de quantas muitas vidas é feita uma árvore.
    Desejo, outrossim, que você tenha dinheiro, porque é preciso ser prático.
    E que pelo menos uma vez por ano coloque um pouco dele na sua frente e diga "isso é meu", só para que fique bem claro quem é o dono de quem.
    Desejo também que nenhum de seus afetos morra, por ele e por você, mas que, se morrer, você possa chorar sem se lamentar e sofrer sem se culpar.
    Desejo, por fim, que você, sendo homem, tenha uma boa mulher, e que sendo mulher, tenha um bom homem e que se amem hoje, amanhã e nos dias seguintes, e quando estiverem exaustos e sorridentes, ainda haja amor para recomeçar.
    Pense nisso!
    Muitas vezes, desejamos que a vida seja feita apenas de coisas que nos parecem agradáveis, esquecidos de que são os obstáculos que nos fortalecem e nos fazem evoluir. São as responsabilidades que nos pesam aos ombros que nos mantêm com os pés no chão, e as forças contrárias servem de testes para nossa resistência.

    Assim sendo, só podemos avaliar o valor das circunstâncias pelas lições que nos deixam depois que passam.

13.2.16

ESPÍRITO E SEMENTE

O corpo para o espírito é a terra,
Em que ele, em semente, é cultivado,
E nessa escura cova em que se encerra,
Um dia, há de ser fruto sazonado.

Na leira humana em que se desterra
Onde quer que se tenha semeado,
Deve surgir do chão a que se aferra
Ao sol da provação transfigurado.

Primeiro é broto tenro e pequenino,
Que não sabe a grandeza do destino
Que o aguarda em futuro promissor...

Depois crescendo em solo revoluto,
A flor em que se mostra vira fruto,
Sob os auspícios do Divino Amor!...

Eurícledes Formiga

(Página recebida pelo médium Carlos A. Baccelli, em reunião publica do Lar Espírita “Pedro e Paulo”, na manhã do dia 6 de fevereiro de 2016, em Uberaba – MG).

12.2.16

ESQUECIMENTO DO PASSADO

O esquecimento do passado nunca é absoluto.
A vida não é feita de pedaços.
Entre uma existência corporal e outra, não existe abismo.
A vida é inteira – um continuum infinito!
O que o homem é agora alicerça o que ele haverá de ser depois.
As provas que, em qualquer parte do Universo, o espírito faceia, não são escolhidas por mero apontar de dedos, ou simples petição de sua parte, mas sim, essencialmente, pelo desencadear de suas ações.
O minuto a seguir é consequência do minuto que passa.
O hoje é colheita do ontem e semeadura do amanhã.
No presente, dentro de cada um de nós, ainda vivem “todos” aqueles já fomos...
“... semelhantes aos sepulcros caiados, que por fora se mostram belos, mas interiormente estão cheios de ossos de mortos, e de toda imundícia”, como nos disse Jesus, somos todos nós, e não apenas os escribas e os fariseus aos quais Ele se referia.
A Reencarnação, essa ciência arqueológica do espírito, quanto mais nos enseja escavar-nos em profundidade, mais nos revela em nossa miséria moral.
A verdade é que, em relação às existências pregressas, não temos o que recordar sem nos envergonharmos de nós mesmos.
Todavia, há, sim, uma luz no fim do túnel, uma grande luz – somos perfectíveis! Criados simples e ignorantes, haveremos, a passo e passo, de nos encaminhar, dos baixios sub-humanos, e humanos, ao topo resplendente da perfeição.
Estamos, através dos milênios, na árdua tarefa da redenção própria, ou, se preferirmos, do resgate das obscuras personagens que, no Palco da Vida Sem Fim, temos animado.
Ninguém, pois, que já sabe o que é, necessita saber o que foi!
Para quê?!
Em tudo aquilo que somos não passamos de uma mera conta de somar – cada existência é uma fração, a ser aditada à nossa realidade pessoal – claro que positiva ou negativamente.
Caminhamos, quase, ao ritmo de “um passo adiante e dois atrás”, como escreveu Lênin, o revolucionário russo.
Exagero?! Talvez.
A verdade, porém, é que, sem consciência de nossa destinação espiritual, vivemos ao sabor das circunstâncias, evoluindo, como disseram os Espíritos a Kardec, pela “força das coisas”...
O Espiritismo, qual eu sempre o pude e posso entender, é um “incômodo” clarim soando aos nossos ouvidos – uma “clarinada” dos Espíritos Superiores com o propósito de nos despertar, em que, semelhante a um grande País que conheço, permanecemos deitados eternamente em berço esplêndido, ao som das infinitas vagas cósmicas e à luz do céu profundo...
Não, obstante, levantemo-nos, porquanto há um futuro mais esplêndido à nossa espera – e ao grande País que conheço também!...
Chega de berço! Chega de sono!...
Atentemos para o que o Cristo nos exorta: “Segue-me, e deixa aos mortos o sepultar os seus próprios mortos.”

INÁCIO FERREIRA

Uberaba – MG, 7 de fevereiro de 2016.

11.2.16

Deficiência Mental na Visão Espírita

     O portador de deficiência mental é alguém vivendo sob os imperativos da  lei Divina ou natural.
     O Espírito ao passar pelo processo de reencarnação, vai gravando, energeticamente, o registro de seus atos, sejam estes aquisições morais ou infrações cometidas.
     Sendo a reencarnação o processo pelo qual o Espírito se aperfeiçoa, é necessário, em determinados pontos da vida, reparar os delitos cometidos no passado, que se expressam sob a forma de forças espirituais defeituosas, a se refletirem no corpo físico.
     A causa da deficiência mental está, portanto, diretamente ligada ao Espírito, que tenta, através de uma vida física limitada que podemos chamar de "dor corretiva", reequilibrar as próprias energias, buscando a harmonia que lhe falta.
     Vamos encontrar no Livro dos Espíritos, questões 371 à 374, respostas dos espíritos à Kardec sobre Idiotia, hoje Deficiência Mental:
     Questão 371: A opinião de que os cretinos e idiotas teriam alma de natureza inferior tem fundamento?
    Resposta: Não. Eles têm uma alma humana, freqüentemente mais inteligente do que pensais, e que sofre com a insuficiência dos meios de que dispõe para se comunicar.
     Na questão 373, os Espíritos dizem: Abuso da Inteligência.
     No livro "Recordações da Mediunidade" ditado pelo espírito do Dr. Adolfo Bezerra de Menezes à médium Ivone Pereira, o ilustre médico nos mostra que muitos casos de retardamento mental e problemas epilépticos profundos são ocasionados pelo suicídio em encarnação anterior, não como castigo, mas pelo traumatismo violento lesando o perispírito (invólucro do espírito), inclusive esses males são também ocasionados pelo remorso do mal que causamos em vidas anteriores.
     André Luiz (espírito de um médico que viveu no Rio de Janeiro no início desse século), no livro "Evolução em Dois Mundos", capítulo intitulado "Predisposições Mórbidas", nos mostra as conseqüências do remorso que gera anomalias muito grandes no corpo físico e explica:
    "A recordação dessa ou daquela falta grave que fica calcada no espírito sem que tenha tido oportunidade de desabafo ou corrigenda, cria na mente um estado anormal que classificamos de "zona de remorso", provocando distonias diversas de uma encarnação para outra."
     Dr. Jorge Andréa (médico psiquiatra), no livro "Psicologia Espírita I", aborda a temática do deficiente mental no capítulo "Dinâmica Espiritual do Excepcional", mostrando participação do espírito na formação do seu próprio corpo, e diz: "Os genes cromossomiais responsáveis pelos fatores da herança teriam em seu íntimo as influências das vértices do psiquismo profundo a comandar, orientar e ditar normas no mecanismo da vida".
     Vemos então a influência enorme da consciência do reencarnante modelando seu próprio corpo, influenciando nos genes da hereditariedade. Outro ponto importante é quando Dr. Jorge Andréa diz: "O espírito reencarnante com suas deficiências, buscando a futura mãe, sintoniza, afiniza-se mais facilmente com as células sexuais que carregam deficiências e desajustes com suas estruturas íntimas; isto é um aproveitamento da lei de Deus para que o espírito não escape ao seu destino doloroso, mas necessário".
     Deficiência mental não pode ser traduzida como um acaso biológico. Em "Evolução em Dois Mundos", capítulo sete, diz-nos André Luiz: "No ser em formação toda permuta entre os cromossomos é presidida por agentes magnéticos ordinários (lei de hereditariedade) ou extraordinários (pela intenção dos Organizadores Espirituais do Progresso). Em razão disso e atendendo-se aos objetivos finalistas do Universo, não será possível esquecer o plano Divino, quando se trata de qualquer intenção mais profunda da Genética, ainda que isso contrarie aos cultores da ciência materialista".
     O acompanhamento fraterno e o apoio moral das pessoas que convivem com o deficiente mental, é fator muito importante no seu reajustamento.

 Bibliografia:
 Kardec, Allan - Livro dos Espíritos 1857
 Luiz, André - psicografia Francisco Candido Xavier - Missionários da Luz, No Mundo Maior e Evolução em Dois Mundos.
 Andréa, Jorge - Psicologia Espírita I.
 Boletim Médico Espírita - Amesp - de julho a agosto 1987.

 (Este artigo é de autoria de Aloysio Tinoco Júnior)