31.5.17

Bartimeu o Cego de Siloé

Estudos que os espíritas podem fazer na Bíblia
Em João no Capítulo 9 encontramos:
1 “Caminhando Jesus, viu um homem cego de nascença”. 2 “E os seus discípulos perguntaram: Mestre, quem pecou, este ou seus pais, para que nascesse cego”?
Podemos ver que os apóstolos conheciam o homem, sabiam que nasceu cego, admitiam existir males resultantes do pecado, aceitavam a preexistência da alma, concebiam a possibilidade de estar pagando por faltas de uma vida anterior. Por outro lado vemos que eles não tinham uma visão bem definida dos mecanismos da justiça divina e estavam pensando nas concepções de Moisés, que no primeiro mandamento da Tábua da Lei registrou em Êxodo capítulo 20:
- Bíblia traduzida por João Ferreira de Almeida Atualizada:
5 “-Não te encurvarás diante delas, nem as servirás; porque eu, o Senhor teu Deus, sou Deus zeloso, que visito a iniquidade dos pais nos filhos até a terceira e quarta geração daqueles que me odeiam”.
- Bíblia - English Revised Version:
5 “-thou shalt not bow down thyself unto them, nor serve them: for I the LORD thy God am a jealous God, visiting the iniquity of the fathers upon the children, upon the third and upon the fourth generation of them that hate me”;
De acordo com Severino Celestino da Silva, grande estudioso das traduções bíblicas, devemos tomar cuidado com as traduções da Bíblia, pois o trecho “visito a iniquidade dos pais nos filhos ATÉ a terceira e quarta geração” em Inglês está assim “visiting the iniquity of the fathers UPON the third and UPON the fourth generation” a palavra upon significa sobre.
Eu não posso crer que o Pai soberanamente bom e justo faria a punição cair no filho, no neto e no bisneto do que cometeu a iniquidade, acredito que a punição cairá sobre a terceira ou quarta geração dele o que é mais uma prova da reencarnação, uma vez que na terceira ou quarta geração podemos ter a mesma pessoa reencarnado na mesma família.
Voltando a João 9:
3 “Respondeu Jesus: Nem ele pecou, nem seus pais; mas foi para que se manifestem nele as obras de Deus”. 4 “É necessário que façamos as obras daquele que me enviou, enquanto é dia; a noite vem, quando ninguém pode trabalhar”. 5 “Enquanto estou no mundo, sou a luz do mundo”.
Aqui vemos Jesus aceitando a forma de pensar dos apóstolos, ou como mestre que era, os teria corrigido e ao mesmo tempo mostrando outra possibilidade, ou seja a reencarnação de prova, onde os Espíritos mais evoluídos passam por experiências difíceis, atendendo suas necessidades evolutivas, esta seria a posição daquele homem cego. Não nasceu privado da visão por imposição cármica, não era indispensável que nascesse com essa deficiência. Poderia trilhar caminhos mais suaves. Foi escolha sua, por entender que a cegueira lhe seria muito proveitosa, ampliando suas experiências, favorecendo seu crescimento espiritual.
6 “Dito isso, cuspiu na terra e, tendo feito lodo com a saliva, aplicou-o aos olhos do cego”, 7 “dizendo-lhe: Vai, lava-te no tanque de Siloé (que quer dizer Enviado). Ele foi, lavou-se e voltou vendo”.
Na minha opinião Jesus não fazia milagres, tinha a capacidade de concentrar fluidos que promoviam a cura.
Vamos agora curtir o restante do capítulo 9 de João que para mim é um relato do preconceito, do poder e do medo que promoviam os religiosos judeus.
8 “Então, os vizinhos e os que dantes o conheciam de vista, como mendigo, perguntavam: Não é este o que estava assentado pedindo esmolas”? 9 “Uns diziam: É ele. Outros: Não, mas se parece com ele. Ele mesmo, porém, dizia: Sou eu”. 10 “Perguntaram-lhe, pois: Como te foram abertos os olhos”? 11 “Respondeu ele: O homem chamado Jesus fez lodo, untou-me os olhos e disse-me: Vai ao tanque de Siloé e lava-te. Então, fui, lavei-me e estou vendo”. 12 “Disseram-lhe, pois: Onde está ele? Respondeu: Não sei”. 13 “Levaram, pois, aos fariseus o que dantes fora cego”.
O povo da época era muito fofoqueiros ou tinha o rabo preso com os fariseus.
14 “E era sábado o dia em que Jesus fez o lodo e lhe abriu os olhos”. 15 “Então, os fariseus, por sua vez, lhe perguntaram como chegara a ver; ao que lhes respondeu: Aplicou lodo aos meus olhos, lavei-me e estou vendo”. 16 “Por isso, alguns dos fariseus diziam: Esse homem não é de Deus, porque não guarda o sábado. Diziam outros: Como pode um homem pecador fazer tamanhos sinais? E houve dissensão entre eles”. 17 “De novo, perguntaram ao cego: Que dizes tu a respeito dele, visto que te abriu os olhos? Que é profeta, respondeu ele”.
Olhem o preconceito, por ser um sábado Jesus não poderia ter feito uma bondade.
18 “Não acreditaram os judeus que ele fora cego e que agora via, enquanto não lhe chamaram os pais” 19 “e os interrogaram: É este o vosso filho, de quem dizeis que nasceu cego? Como, pois, vê agora”? 20 “Então, os pais responderam: Sabemos que este é nosso filho e que nasceu cego”; 21 “mas não sabemos como vê agora; ou quem lhe abriu os olhos também não sabemos. Perguntai a ele, idade tem; falará de si mesmo”. 22 “Isto disseram seus pais porque estavam com medo dos judeus; pois estes já haviam assentado que, se alguém confessasse ser Jesus o Cristo, fosse expulso da sinagoga”. 23 “Por isso, é que disseram os pais: Ele idade tem, interrogai-o”.
Os pais do que era cego estavam morrendo de medo dos fariseus e não quiseram se comprometer.
24 “Então, chamaram, pela segunda vez, o homem que fora cego e lhe disseram: Dá glória a Deus; nós sabemos que esse homem é pecador”. 25 “Ele retrucou: Se é pecador, não sei; uma coisa sei: eu era cego e agora vejo”. 26 “Perguntaram-lhe, pois: Que te fez ele? como te abriu os olhos”? 27 “Ele lhes respondeu: Já vo-lo disse, e não atendestes; por que quereis ouvir outra vez? Porventura, quereis vós também tornar-vos seus discípulos”? 28 “Então, o injuriaram e lhe disseram: Discípulo dele és tu; mas nós somos discípulos de Moisés”. 29 “Sabemos que Deus falou a Moisés; mas este nem sabemos donde é”. 30 “Respondeu-lhes o homem: Nisto é de estranhar que vós não saibais donde ele é, e, contudo, me abriu os olhos”. 31 “Sabemos que Deus não atende a pecadores; mas, pelo contrário, se alguém teme a Deus e pratica a sua vontade, a este atende”. 32 “Desde que há mundo, jamais se ouviu que alguém tenha aberto os olhos a um cego de nascença”. 33 “Se este homem não fosse de Deus, nada poderia ter feito”. 34 “Mas eles retrucaram: Tu és nascido todo em pecado e nos ensinas a nós? E o expulsaram”.
O moço que fora cego mostra aqui não ter tanto medo dos fariseus.
35 “Ouvindo Jesus que o tinham expulsado, encontrando-o, lhe perguntou: Crês tu no Filho do Homem”? 36 “Ele respondeu e disse: Quem é, Senhor, para que eu nele creia”? 37 “E Jesus lhe disse: Já o tens visto, e é o que fala contigo”. 38 “Então, afirmou ele: Creio, Senhor; e o adorou”. 39 “Prosseguiu Jesus: Eu vim a este mundo para juízo, a fim de que os que não vêem vejam, e os que vêem se tornem cegos”. 40 “Alguns dentre os fariseus que estavam perto dele perguntaram-lhe: Acaso, também nós somos cegos”? 41 “Respondeu-lhes Jesus: Se fôsseis cegos, não teríeis pecado algum; mas, porque agora dizeis: Nós vemos, subsiste o vosso pecado”.
Devemos comparar este episódio de cura com o que acontece no Espiritismo, que trata de males do corpo e da alma. Muitos procuram as Casas Espíritas e são curados, mas são raros os que têm a coragem de proclamar a origem da cura, tiveram a prova, não são mais cegos, mas não querem deixar de pensar de forma material.


Toninho Barana

30.5.17

AMOR - UNIÃO

         326 –A união das almas gêmeas pode constituir restrição ao amor universal?
         O amor das almas gêmeas não pode efetuar semelhante restrição, porquanto, atingida a culminância evolutiva, todas as expressões afetivas se irmanam na conquista do amor divino. O amor das almas gêmeas, em suma, é aquele que o Espírito, um dia, sentirá pela Humanidade inteira.
         327 –Se todos os seres possuem a sua alma gêmea, qual a alma gêmea de Jesus-Cristo?
         -Não julguemos acertado trazer a figura do Cristo para condiciona-la aos meios humanos, num paralelismo injustificável, porquanto em Jesus temos de observar a finalidade sagrada dos gloriosos destinos do espírito.
         N’ Ele cessou os processos, sendo indispensável reconhecer na sua luz as realizações que nos compete atingir.
         Representando para nós outros a síntese do amor divino, somos compelidos a considerar que de sua culminância espiritual enlaçou no seu coração magnânimo, com a mesma dedicação, a Humanidade inteira, depois de realizar o amor supremo.


Livro “O Consolador” –  Francisco C. Xavier – Emmanuel – Todos os livros Espíritas como este vendidos em nossa loja terão o lucro repassado à Casa Espírita de Oração Amor e Luz.

29.5.17

COMO VOCÊ INTERPRETA?! – X

Prosseguindo com as nossas reflexões, em forma de perguntas, sobre o livro “Nosso Lar”, no capítulo 22 – “O Bônus-Hora” –, nos deparamos com minuciosa elucidação de Laura a André Luiz em torno da remuneração ao trabalho no Mundo Espiritual. Vejamos que, além da morte, o trabalho, por alguma espécie de ganho, o ainda carece de “incentivo” nos espíritos – a ambição, sem dúvida, é uma das paixões (pergunta 907, de “O Livro dos Espíritos”) que mais impulsiona o homem ao progresso, embora, por outro lado, também seja uma das que mais o compromete perante a Lei de Causa e Efeito.
A certa altura de sua preleção, Laura esclarece: “Todo o ganho externo no mundo é lucro transitório.” Notemos o conceito extraordinário que, caso norteasse os encarnados, impediria que, dominados pela ambição desmedida, eles viessem a cometer tantos equívocos, nos quais, a fim de se redimirem, terminam por gastar séculos.
“O verdadeiro ganho da criatura é de natureza espiritual e o bônus-hora, em nossa organização, modifica-se em valor substancial, segundo a natureza dos nossos serviços.” – pontifica a lúcida personagem da obra em estudo.
Apenas com as duas considerações acima, concluímos que, de fato, quando o dinheiro deixar de ser o que, na atualidade, ele representa para a Humanidade, automaticamente, serão eliminadas certas mazelas que engendra: egoísmo, corrupção, poder, injustiça, apego, etc. Então, uma palavra muito em voga nos tempos modernos – propina – perderá toda a sua força de ação.
Em “Nosso Lar”, que não podemos considerar além de uma cidade espiritual de mediana evolução – ela localiza-se na Dimensão Umbralina – o idealismo, em suas primeiras letras, começa a ser aprendido pelos espíritos, sobrepondo-se ao sentimento de posse.
Laura, um pouco mais adiante, no mesmo capítulo, considera: “Compreendemos, aqui, que nada existe sem preço e que para receber é indispensável dar alguma coisa.”
“... nada existe sem preço...”, porém o dinheiro, como valor aquisitivo, em sua qualquer forma de expressão, é próprio dos mundos inferiores. Ele exerce tal fascínio sobre os espíritos que Râmakrishna evitava sequer tocá-lo, e, igualmente, não se tem notícia de que Jesus Cristo o tenha tocado – a moeda do imposto devida a César é examinada na mão de quem a apresentou a Ele.
Interpelada por André Luiz a respeito do problema da herança em “Nosso Lar” – sim, que fosse motivada pelos bens móveis (“bônus-hora”) e imóveis (propriedades em geral) –, Laura respondeu: “Tenho comigo três mil Bônus-Hora-Auxílio (ela era servidora do Ministério do Auxílio) no meu quadro de economia pessoal. Não posso legá-los a minha filha que está a chegar, porque esses valores serão revertidos ao patrimônio comum, permanecendo minha família apenas com o direito de herança ao lar; no entanto, minha ficha de serviço autoriza-me a interceder por ela e preparar-lhe aqui trabalho e concurso amigo (destaquei), assegurando-me, igualmente, o valioso auxílio das organizações de nossa colônia espiritual, durante minha permanência nos círculos carnais.”
Como o “dinheiro” de Laura seria revertido ao patrimônio comum?! Vocês já imaginaram se, na Terra, os pais não pudessem transferir os seus ganhos materiais para os filhos?! Seria maravilhoso, não?! Fazer reverter ao patrimônio comum, em forma de benefícios para a coletividade, os valores acumulados?! Inclusive, tal medida viria a ter enorme e benéfica influência na educação dos espíritos. Em certos países, alguns milionários já estão legando, em testamento, a sua grande fortuna a pesquisas de natureza científica ou a Fundações que trabalham pelo bem social da Humanidade – enquanto muitos estão tirando do patrimônio comum, como, infelizmente, no caso do Brasil, alguns raros estão começando a lhes destinar as suas economias.
Ao que nos parece, no entanto, as medidas econômicas que vigem em “Nosso Lar”, foram estabelecidas através de regras, ou de leis, que, com certeza, foram propostas e aceitas pelos moradores da cidade, desde a sua fundação no século XVI. Observemos que Laura, ao se referir à sua possível herança, disse: “Não posso legá-los à minha filha...”
Quem aceitaria viver numa cidade, ou num país, em que as regras fossem tais?!...

INÁCIO FERREIRA – Blog Reflexões de um imortal

Uberaba – MG, 29 de maio de 2017.

28.5.17

Espiritismo Esperanto

    Parte do diálogo desenvolvido na Espiritualidade, durante o sono, entre duas almas apaixonadas que renasceram em países distantes.
    "(...) Aos Espíritos também é grato uma ou outra gentileza para com aqueles, humanos ou não, que lhes ficam na rota. (...) e, assim agindo, que mais faria eu senão observar as lídimas leis da Fraternidade?(...) O Esperanto está a serviço da Fraternidade como a Beneficência a serviço do Amor(...) e introduzir a mocidade ao seu estudo racional é adverti-la a se preparar para um futuro radioso, que tenderá a enlaçar a Humanidade num mesmo elo de vibrações afetivas(...)"
    "(. . .) O espírita, quiçá melhor ainda que qualquer outro idealista, encontra no Esperanto afinidade e ensejos para o desdobramento dos dilatados sonhos de solidariedade humana que lhe transbordam do seio. (...)"


Livro: A Tragédia de Santa Maria - Yvonne do Amaral Pereira - Bezerra de Menezes

27.5.17

BRASIL

Ninguém macule o teu pendão de luz,
A fulgurar nas luzes do Cruzeiro,
Que brilha nos teus céus, alvissareiro,
Demonstrando que o mal não te seduz...

Ó Pátria do Evangelho de Jesus,
Prossegue em teu destino sobranceiro,
Dando exemplos de amor ao mundo inteiro,
Carecente da paz que te conduz...

Embora a torturar-te a treva brade,
Que o teu povo fiel não se degrade
Nem se torne refém do desengano...

Persiste em tua luta meritória,
E espera, na certeza da vitória,
Sob o amparo do Cristo soberano!...

Pedro de Alcântara

(Página recebida pelo médium Carlos A. Baccelli, em reunião pública do Lar Espírita “Pedro e Paulo”, na manhã de sábado do dia 20 de maio de 2017, em Uberaba – MG).

26.5.17

Auxílio

Não olvidemos que, tanto quanto possível, ao invés de rogarmos auxílio, antes de tudo devemos auxiliar, na certeza de que, se a nossa palavra elucida e reanima, somente a nossa atitude positiva na prática dos princípios que propagamos será bastante forte para reformar-nos.

Livro: Canais da Vida - Francisco C Xavier - Emmanuel

25.5.17

ASSIMILAÇÃO DE CORRENTES MENTAIS

    Faltavam apenas dois minutos para as vinte horas, quando o dirigente espiritual mais responsável deu entrada no pequeno recinto.
    Nosso orientador articulou a apresentação.
    O Irmão Clementino abraçou-nos acolhedor.
    A casa pertencia-nos a todos, explicou sorridente. Estivéssemos, pois, à vontade, na tarefa de que nos achávamos investidos.
    A essa altura, diversas entidades do nosso plano colocaram-se junto dos médiuns que estariam de serviço.
    Clementino avançou em direção de Raul Silva, perto de quem se postou em muda reflexão.
    Logo após, Áulus convidou-me ao psicoscópio e, graduando-o sob nova modalidade, recomendou-nos acurado exame.
    Foquei os companheiros encarnados em concentração mental, identificando-os sob aspecto diferente.
    Dessa vez, os veículos físicos apareciam quais se fossem correntes eletromagnéticas em elevada tensão.
    O sistema nervoso, os núcleos glandulares e os plexos emitiam luminescência particular. E, justapondo-se ao cérebro, a mente surgia como esfera de luz característica, oferecendo em cada companheiro determinado potencial de radiação.
    Assinalando-nos a curiosidade, o Assistente explicou:
    - Em qualquer estudo mediúnico, não podemos esquecer que a individualidade espiritual, na carne, mora na cidadela atômica do corpo, formado por recursos tomados de empréstimo ao ambiente do mundo. Sangue, encéfalo, nervos, ossos, pele e músculos representam materiais que se aglutinam entre si para a manifestação transitória da alma, na Terra, constituindo-lhe vestimenta temporária, segundo as condições em que a mente se acha.
    Nesse instante, o irmão Clementino pousou a destra na fronte do amigo que comandava a assembléia, mostrando-se-nos mais humanizado, quase obscuro.
    - O benfeitor espiritual que ora nos dirige - acentuou o nosso instrutor - afigura-se-nos mais pesado porque amorteceu o elevado tom vibratório em que respira habitualmente, descendo à posição de Raul, tanto quanto lhe é possível, para benefício do trabalho começante. Influencia agora a vida cerebral do condutor da casa, à maneira dum musicista emérito manobrando, respeitoso, um violino de alto valor, do qual conhece a firmeza e a harmonia.
    Notamos que a cabeça venerável de Clementino passou a emitir raios fulgurantes, ao mesmo tempo que o cérebro de Silva, sob os dedos do benfeitor, se nimbava de luminosidade intensa, embora diversa.


Livro: "Nos Domínios da Mediunidade"  -  Francisco C Xavier - André Luiz

24.5.17

VAGA RECORDAÇÃO

Questão 396 do Livro dos Espíritos

Há pessoas muito criativas e que podem, com os pensamentos, buscar a irrealidade em muitas direções do saber, apresentando a ficção como real. A realidade, no entanto, foge de ambientes previamente preparados, visando ao engano. Não obstante, existem muitas recordações em que a intuição aparece como em um sonho, dentro da leveza da sua própria vida, a trazer a verdade ao Espírito, que sempre silencia, por ser um segredo que somente a ele pertence, naquela fase.
As revelações espirituais são sutis, penetrando na alma com naturalidade. Por enquanto, as grandes mediunidades se manifestam mais em pessoas “incultas”, para que não desafiem as faculdades medianímicas com a sua própria intelectualidade.
Há muitas criaturas que criam histórias, casos referentes a si mesmas e, quase sempre, dizem que foram grandes personagens da história, e sentem-se bem em viver dentro da sua criação, mesmo sabendo que não é a verdade. Com o tempo, ela deixa de acreditar nela mesma, desconfiando de suas “descobertas”. Isso é muito sério, principalmente para os espiritualistas conhecedores de algumas leis espirituais. Convém a todos os Espíritos silenciar sobre esse assunto de lembranças de vidas passadas. Basta saber que a reencarnação é um fato, fazendo os devidos reparos para novas investidas na carne, sem querer inquirir quem foi, mas preocupando-se com o que será.
A Doutrina dos Espíritos nos traz a cada dia uma nova feição das realidades, no sentido de que a criatura se eduque cada vez mais e se instrua todos os dias sobre a verdade. Geralmente, quando ficamos sabendo que fomos grande personagem no passado, nós o anunciamos com orgulho; se nos é revelado que fomos um assassino, um marginal, um pária, nós nos silenciamos por completo. Não nos interessa que os outros saibam dessa época em que nos colocamos à margem dos ensinamentos de Jesus.
Mesmo que venham a nós as recordações do passado, mesmo que venham na sutileza da consciência, mesmo que nos seja revelado por fontes seguras, o melhor procedimento é o silêncio e o trabalho para o melhoramento das nossas qualidades espirituais, porque somente reparando as arestas do passado e os nossos impulsos inferiores, ascenderemos para a Luz de Deus.
As recordações mentirosas podem aparecer na nossa mente, às vezes por ação dos nossos inimigos espirituais. Eles brincam com os nossos sentimentos, por estarmos na sua faixa de vibrações. Se aceitamos a mentira, é porque ela existe dentro de nós, vestida por roupagens que às vezes desconhecemos. Ao recordarmos alguma coisa do passado, analisemos o que estamos recordando, pondo à prova no laboratório íntimo, deixando fermentar por muito tempo; depois, esqueçamos e trabalhemos no bem comum. Vejamos, então, durante nossos esforços na caridade, se surge algum dos pensamentos contrários à luz.
O bem que pretendemos fazer ou que estamos fazendo, não deve ser anunciado; o melhor anúncio é a sua prática. A caridade não precisa de ser mostrada. Ela é a luz, e mesmo que se queira escondê-la, a própria natureza a colocará em cima da mesa, para que todos a vejam. Se for exposta pelas nossas mãos, ela desvaloriza sua grandeza espiritual.
Tenhamos muito cuidado com as vagas e próprias recordações sobre as nossas vidas passadas, principalmente quando se refere a grandes personagens. O melhor mesmo é acender a luz na intimidade do coração, pelos fios da caridade e a chama do amor.


Livro: Filosofia Espírita – João Nunes Maia – Miramez - Todos os livros Espíritas como este vendidos em nossa loja terão o lucro repassado à Casa Espírita de Oração Amor e Luz.

23.5.17

União

AMOR - UNIÃO

         324 –Existe nos textos sagrados algum elemento de comprovação para a teoria das almas gêmeas?
         -Somos dos primeiros a reconhecer que em todos os textos necessitamos separar o espírito da letra; contudo, é justo lembrar que nas primeiras páginas do Antigo Testamento, base da Revelação Divina, está registrada: “e Deus considerou que o homem não devia ficar só”.
         325 –A atração das almas gêmeas é traço característico de todos os planos de luta na Terra?
         -O Universo é o plano infinito que o pensamento divino povoou de ilimitadas e intraduzíveis belezas.
         Para todos nós, o primeiro instante da criação do ser está mergulhado num suave mistério, assim como também a atração profunda e inexplicável que arrasta uma alma para outra, no instituto dos trabalhos, das experiências e das provas, no caminho infinito do Tempo.
         A ligação das almas gêmeas repousa, para o nosso conhecimento relativo, nos desígnios divinos, insondáveis na sua sagrada origem, constituindo a fonte vital do interesse das criaturas para as edificações da vida.
         Separadas ou unidas, nas experiências do mundo, as almas irmãs caminham, ansiosas, pela união e pela harmonia supremas, até que se integrem, no plano espiritual, onde se reúnem para sempre na mais sublime expressão de amor divino, finalidades profundas de todas as cogitações do ser, no dédalo do destino.


Livro “O Consolador” –  Francisco C. Xavier – Emmanuel – Todos os livros Espíritas como este vendidos em nossa loja terão o lucro repassado à Casa Espírita de Oração Amor e Luz.

22.5.17

COM QUE “CARA” QUE EU VOU?!...

Amigo: Jesus nos abençoe.
Cremos que, a essa altura de nossos estudos, podemos, respeitosamente, lhe formular uma pergunta:
- Com que cara acha que você se apresentará no Mundo Espiritual?!...
Calma. Não estou me referindo à sua “cara moral”, porquanto, afinal de contas, isso é lá com você – embora, neste sentido, a cara da maioria dos defuntos que por aqui desfila é quase que um verdadeiro “circo de horrores”...
A minha pergunta é séria, e mesmo de caráter doutrinário:
- Qual, em geral, é a cara dos desencarnados?! Qual, enfim, a sua fisionomia, ou os seus traços fisionômicos para além da sepultura, que lhes encerra a máscara de cera?...
Sim, com cara você acha que haverá de sobreviver ao fenômeno da morte, e permanecer vivo deste Outro Lado?! Com a mesma que você tenha desencarnado, repleta de cravos e rugas?! Qual será o seu aspecto exterior e a idade que imagina que possa vir aparentar?!...
Não sei se estou conseguindo ser claro.
Faço-lhe tais questionamentos, porque, no capítulo 26, do livro “Nosso Lar”, André Luiz conta que, no Ministério da Regeneração, achou-se “diante do respeitável Genésio, um velhinho simpático...”
Velhos, embora simpáticos, no Mundo Espiritual?!...
Qual a referência que André Luiz estaria tomando para categorizar Genésio de “velhinho”?! Com quantas primaveras ele estaria então: 70, 80, 90, 100 ou mais?!...
Será que deste Outro Lado, todos os espíritos, em seus traços exteriores, são iguais?! Que chato seria um mundo assim, não é, com todo mundo tendo a mesma idade e a mesma cara! Ô louco!...
Insisto: qual será, no Mundo Espiritual, a idade com um recém-nascido desencarnado se apresentará?! Um menino de 12 anos, por exemplo?! Uma jovem com os seus 15 de idade?! Um rapaz com pouco mais de 20, ou 25?! Um homem ou uma mulher madura, contando mais de 50 de vida no corpo físico?!...
Dentro do mesmo raciocínio, ainda ouso lhe perguntar:
- E questão racial?! Como é fica?! Um chinês desencarnado se apresentará com aqueles seus olhinhos puxados, e com eles ficará só Deus sabe até quando?! O que me diz de um esquimó?! De um índio?! De um africano?! Sim, qual será a cor de pele dos espíritos?!...
Nada venham me perguntar, por que, afinal, quem está fazendo as perguntas sou eu?!...
Deste Outro Lado da Vida, os espíritos continuam com as suas diferenças raciais, e até mesmo idiomáticas?!...
Confesso a vocês que nunca li nada a respeito, porque, infelizmente, a maioria dos espíritas vive discutindo se o passe, no Centro Espírita, deve ser dado de chaleira ou de calcanhar, e não atenta para questões de maior transcendência, que a Doutrina é chamada a responder.
Você que é orador e sabereta espírita, o que tem a me dizer?! Qual o motivo de seu mutismo neste sentido?! Chega de estar abordando com superficialidade a vida no Mundo Espiritual!...
90% das palestras que, hoje, são realizadas nos Centros Espíritas são de autoajuda – elas pouco acrescentam em termos de conhecimento doutrinário! Os oradores querem fazer sorrir, serem aplaudidos e irem para a galera...
Estudar Doutrina a fundo, pouca gente quer e pouca gente sabe.
Doeu?! Deixa doer, pois essa é a verdade, e a verdade dói mesmo, e muito!
Tem muita espírita fazendo “fama”, ou melhor, lama, em cima do trabalho alheio – querem se construir, destruindo o próximo!...
Ah, por favor, vocês não façam pouco caso da minha inteligência, que, como dizia o grande Chico Xavier, eu posso ser uma besta espírita, mas não sou um espírita besta!...
Até mais.

INÁCIO FERREIRA – Blog Mediunidade na Internet - Uberaba – MG, 22 de maio de 2017.

21.5.17

CONFIANÇA NO BRASIL

Embora, igualmente, não possamos falar por todos os desencarnados, vimos, em nome de muitos brasileiros já domiciliados no Mais Além, reafirmar, neste momento histórico delicado, a nossa confiança no futuro do Brasil, país fadado a ser Coração do Mundo e Pátria do Evangelho.
Mais do que nunca, as palavras do Cristo se fazem soar aos nossos ouvidos: “Ai do mundo por causa dos escândalos; pois é necessário que venham escândalos; mas, ai do homem por quem o escândalo venha.”
A Lei de Causa e Efeito é incorruptível, e, mais cedo ou tarde, todos haverão de serem, por ela, chamados à devida prestação de contas. E, nos tempos atuais da Humanidade, os acontecimentos vêm se precipitando, para que, deste mundo caótico, de provas e expiações, possa emergir o Mundo de Regeneração.
Carecemos, no entanto, de continuar pugnando pela ordem, para que, segundo alguns articulistas, o Brasil, a breve tempo, não venha a se transformar numa Venezuela, pois que nem mesmo a Venezuela de nossos irmãos venezuelanos há de ser sempre a Venezuela de seus ditadores.
O que nos preocupa, diante do cenário político brasileiro, é que venha a ocorrer derramamento de sangue inocente, e, assim, a balbúrdia se generalize no país sem comando.
Muitos, talvez, estejam se interrogando sobre o quê, afinal, teremos a ver com isto, nós, os considerados mortos. Simples. Aqueles que já conhecem algo da Vida além da morte sabem que, em consequência de nossos compromissos cármicos, prosseguimos, em maioria, vinculados à evolução do orbe, ao qual, um dia, haveremos de tornar – e de regressar, preferencialmente, renascendo no mesmo espaço geográfico dos deveres e obrigações que, outrora no corpo carnal, não conseguimos atender.
Interessa-nos, pois, renascer, de futuro, num país que nos possibilite avançar espiritualmente, dando-nos o ensejo de um ambiente favorável aos nossos ideais de progresso – interessa-nos, sim, renascer num trato de chão que não nos oponha tantos obstáculos ao indispensável aproveitamento da experiência reencarnatória. Foi por tal motivo, que imigrando de outros países, viemos para o Brasil, que, em todos os aspectos, mormente no campo da fraternidade, se nos mostra favorável – logo após a desencarnação de Allan Kardec, o Codificador do Espiritismo – um ano depois, em 1870 –, as trevas já começaram a trabalhar para que a Doutrina se erradicasse da Europa. O que, infelizmente, aconteceu, com o desserviço que os próprios espíritas também passaram a ela prestar.
Esperamos que, diante do grave cenário político brasileiro, que, a cada dia, parece mais se agravar, o povo, em geral, não desista de clamar pelas reformas necessárias, exigindo que os culpados – todos eles –, independente das questões partidárias, venham a pagar pelos seus erros de lesa-Pátria.
Nunca, em nossa opinião, o Brasil vivenciou experiência tão difícil quanto agora, em que, praticamente, não se sabe em quem depositar confiança para reger os seus destinos.
Aguardemos. No entanto, aguardemos agindo, efetuando protestos pacíficos, porém, persistentes, exigindo que todos os corruptos sejam afastados dos cargos que ocupam, solapando a esperança de milhões de espíritos no comprometimento de suas gerações.
Indispensável que uma nova eleição seja, imediatamente, convocada, para salvaguardar as nossas Instituições, que, em sua maioria, também se encontram minadas por atos de vandalismo moral.
Todos precisam colocar os interesses da coletividade brasileira acima de suas ambições pessoais.
Cremos, sinceramente, que qualquer homem que se deixa corromper, de crente que, talvez, fosse, passou a desacreditar da existência de Deus e da ação de sua Justiça – a religião para ele passou a ser mera convenção social, no descaratismo com que, interessado em angariar apoio, frequenta os mais diversos templos religiosos.
Somos pela “Ordem” e pelo “Progresso”, e o nosso coração, neste instante, com o sangue que não cessa de correr em nossas veias, é verde-amarelo.
Estamos não todos, mas estamos com vocês, brasileiros que amam o Brasil, e que não desacreditam de que ele realmente se torne um país digno, que possa servir de exemplo para o mundo, mas que, infelizmente, os espíritos trevosos, opositores da luz do Cristo, não desanimam de eclipsar em suas escaramuças.


INÁCIO FERREIRA – Blog Mediunidade na Internet - Uberaba – MG, 18 de maio de 2017.

20.5.17

SONHOS DE OURO

Tornei a contemplar, depois da morte,
Da quietude da tarde à leve brisa,
Meu barco de papel que inda desliza
Sobre as águas tranquilas de outro norte.

Eu não sei por que mágico transporte,
Ou mistério, minh’alma assim divisa,
Na tela da memória, tão precisa,
Os folguedos da infância, terna e forte.

Mas, redivivo, agora vendo aquele
Barquinho dos meus dias mais plebeus,
Sei que invés de papel, qual se fez ele,

Fizeram-se de ouro os sonhos meus –
Os sonhos que navegam dentro dele,
Pelo Infinito Mar do Amor de Deus!...

Guilherme de Almeida

(Página recebida pelo médium Carlos A. Baccelli, em reunião íntima da Casa Espírita “Bittencourt Sampaio”, na noite de 08 de setembro de 1993, em Uberaba – MG).

19.5.17

Apreensão Natural

    Certa vez, alguém me perguntou: "Chico, por que os Espíritos se preocupam tanto conosco? Será falta do que fazer no Mundo Espiritual? Lembro-me de que, inspirado por Emmanuel, eu lhe disse: "Não, meu amigo, não se trata de falta do que fazer... Os espíritos são muito mais ocupados do que nós. O problema é que eles, sabendo que irão voltar, não querem encontrar uma Terra arrasada por herança. O mundo Espiritual e o Mundo Físico são interdependentes, peças de uma mesma engrenagem. Quem não se preocupa com o incêndio na casa do vizinho, corre o risco de ver a sua própria casa incendiada. Os espíritos se interessam por nós, porque nos amam, mas também porque se preocupam com o próprio futuro.
    Quando eu estava recebendo o Nosso Lar, em plena Segunda Guerra Mundial, em 1943, percebia a preocupação deles com o que pudéssemos fazer ao mundo... E hoje - é a pergunta que faço -, com as armas de enorme poder de destruição? Àquela época, as bombas atômicas, perto dos explosivos que se sofisticaram, eram simples artefatos. O Mundo Espiritual Superior tem procurado acompanhar de perto o que acontece na Terra e, compreensivelmente, se mantém apreensivo!


Doutrina Viva - Carlos A Baccelli - Francisco C Xavier.

17.5.17

SABER O PASSADO

Questão 395 do Livro dos Espíritos

O passado de todos nós nem sempre pode ser revisto e, certamente, conhecido, como já falamos em mensagens anteriores, contudo, não podemos generalizar todos os casos.
Algumas pessoas ficam sabendo de um pouco do seu passado por revelações espirituais, quando sabem fazer bom uso destas revelações. Pouquíssimos têm alguma lembrança das suas vidas passadas; para tudo existe o mérito que corresponde às necessidades. Saber do passado é responsabilidade da alma frente ao seu porvir.
Às vezes, nem os Espíritos de certa evolução têm permissão para lembrar de todo o seu passado. Tudo é gradativo, de sorte a ser suportado pelos sentimentos. Carga pesada demais pode estragar todas as possibilidades que surgem na vida.
Quem deseja crescer nos seus caminhos para Cristo, deve se esforçar, alimentando a fé e fazendo desabrochar o amor no coração. Para tanto, devemos imitar o exemplo de vida de grandes Espíritos que passaram por este mundo, e dentre todos o maior é Jesus Cristo, padrão incomparável da bondade e do amor, lição viva para toda a humanidade.
Muitos companheiros do plano físico desejam ardentemente saber do seu passado, porém, se souberem da realidade, entristecer-se-ão nos caminhos, diante dos reparos que deverão fazer, por vezes com a própria vida. Ficando os seus registros no baú do esquecimento, é bem melhor para as lutas que se deve empreender. Se fosse permitido falar do passado a todas as criaturas, haveria muitas histórias para serem contadas, e muitos livros para serem escritos. Por enquanto, o silêncio é a resposta. Quem deve aprumar vôo para o desconhecido em aparelhos materiais, não deve fixar o pensamento nos antigos instrumentos de viagem e sim, naquele que esta usando no momento.
As próprias enfermidades que o Espírito escolheu no mundo espiritual, que agirão como esponja do seu passado, ficam escondidas nas suas lembranças, refletindo por ondas espirituais, no seu presente, porque se a alma tivesse pleno conhecimento do ocorrido, poderia não deixar acontecer o que ela mesmo escolheu para o seu resgate espiritual. Parece, aos olhos que ignoram a verdade, que está pagando pelo que se encontra no seu inconsciente, mas não é. O que podemos dizer é que o carma se encontra no silêncio, mas vivo e presente na sua intimidade espiritual, de maneira a mostrar ao Espírito que as provas são processos de despertamento espiritual, capazes de acender a luz no coração e fazer abrir as comportas do amor, na fonte da consciência.
Meditemos coisas agradáveis que devemos fazer com os outros; meditemos no amor que devemos amar os nossos semelhantes; meditemos na caridade, aquela que não julga e não se vende, que Jesus inspirara nossos sentimentos para a verdadeira fraternidade.
Estudemos, conversemos e compreendamos, sim o passado, mas o de Jesus, porque ele é luz, é escola para todas criaturas. Ele é libertação para os Espíritos. Não convém pensar nem sentir as trevas, pois elas impedem o crescimento da alma.
Se queremos saber das nossas vidas anteriores, e temos pressa de sabê-lo basta que analisemos a nossa existência atual. Vejamos o que não deveríamos ter feito e consertemo-lo. Coloquemos na pauta da evidência esse trabalho interno, e comecemos hoje mesmo lutando contra as nossas inferioridades, que Jesus aparecerá ao nosso lado, ajudando-nos a carregar a nossa cruz e inspirando-nos no trato com as forças espirituais.
Saber o passado de outras existências, somente para quem granjeou para tal conhecimento.


Livro: Filosofia Espírita – João Nunes Maia – Miramez - Todos os livros Espíritas como este vendidos em nossa loja terão o lucro repassado à Casa Espírita de Oração Amor e Luz.

16.5.17

AMOR - UNIÃO

         322 – Há uma gradação do amor, no seio das manifestações da natureza visível e invisível?
         -Sem dúvida, essa gradação existiu em todos os tempos, como gradativa é a posição de todos os seres na escala infinita do progresso.
         O amor é a lei própria da vida e, sob o seu domínio sagrado, todas as criaturas e todas as coisas se reúnem ao Criador, dentro do plano grandioso da unidade universal.
         Desde as manifestações mais humildes dos reinos inferiores da Natureza, observamos a exteriorização do amor em sua feição divina. Na poeira cósmica, sínteses da vida, têm as atrações magnéticas profundas; nos corpos simples, vemos as chamadas “precipitações” da química; nos reinos mineral e vegetal verificamos o problema das combinações indispensáveis. Nas expressões da vida animal; observamos o amor em todo, em gradações infinitas, da violência à ternura, nas manifestações do irracional.
         No caminho dos homens é ainda o amor que preside a todas as atividades da existência em família e em sociedade.
         Reconhecida a sua luz divina em todos os ambientes, observaremos a  união dos seres como um ponto sagrado, de referência dessa lei única que dirige o Universo.
         Das expressões de sexualidade, o amor caminha para o supersexualismo, marchando sempre para as sublimadas emoções da espiritualidade pura, pela renúncia e pelo trabalho santificantes, até alcançar o amor divino, atributo dos seres angelicais, que se edificaram para a união com Deus, na execução de seus sagrados desígnios do Universo.
         323 –Será uma verdade a teoria das almas gêmeas?
         -No sagrado mistério da vida, cada coração possui no Infinito a alma gêmea da sua, companheira divina para a viagem à gloriosa imortalidade.
         Criadas umas para as outras, as almas gêmeas se buscam, sempre que separadas. A união perene é-lhes a aspiração suprema e indefinível. Milhares de seres, se transviados no crime ou na inconsciência, experimentaram a separação das almas que os sustentam, como a provação mais ríspida e dolorosa, e, no drama das existências mais obscuras, vemos sempre a atração eterna das almas que se amam mais intimamente, envolvendo umas para as outras, num turbilhão de ansiedades angustiosas, atração que é superior a todas as expressões convencionais da vida terrestre. Quando se encontram no acervo real para os seus corações – a da ventura de sua união pela qual não trocariam todos os impérios do mundo, e a única amargura que lhes empana a alegria é a perspectiva de uma nova separação pela morte, perspectiva essa que a luz da Nova Revelação veio dissipar, descerrando para todos os espíritos, amantes do bem e da verdade, os horizontes eternos da vida.


Livro “O Consolador” –  Francisco C. Xavier – Emmanuel – Todos os livros Espíritas como este vendidos em nossa loja terão o lucro repassado à Casa Espírita de Oração Amor e Luz.

15.5.17

COMO VOCÊ INTERPRETA – IX

Sem dúvida, o capítulo 21 – “Continuando a Palestra” –, do livro “Nosso Lar”, é um dos que, talvez, ofereçam maiores dificuldades de aceitação por parte de quantos se mostram excessivamente apegados aos valores transitórios da existência.
No referido capítulo, ainda em conversa com a senhora Laura, André Luiz recebe alguns esclarecimentos sobre a questão da propriedade em “Nosso Lar”:
“As construções em geral representam patrimônio comum, sob o controle da Governadoria; cada família, porém, pode conquistar um lar (nunca mais que um), apresentando trinta mil bônus-hora...”
Com base no texto acima, tomamos a liberdade de perguntar aos que queiram estudar conosco:
1 – O que quer dizer: “As construções em geral representam patrimônio comum...”?!
2 – Assim sendo, qual o regime político humano que mais se aproxima do regime político que parece imperar em “Nosso Lar”?!
3 – Em “Nosso Lar” existem latifundiários, ou grandes proprietários de bens imóveis?!
4 – Por que André Luiz utiliza o verbo “conquistar”, e não “comprar”, ou “possuir” um lar?!
5 – Acha que existe alguma semelhança em “Nosso Lar” com o que acontecia na comunidade dos cristãos primitivos, na “Casa do Caminho”, em Jerusalém, quando Lucas, no capítulo 4, versículo 32, de “Atos dos Apóstolos”, registra: “Da multidão dos que creram era um o coração e a alma. Ninguém considerava exclusivamente sua nem uma das cousas que possuía; tudo, porém, lhes era comum.”?!
6 – Em todas as cidades existentes no Mundo, ou Planeta Espiritual, ao redor de todo o orbe terrestre, o sistema, principalmente, relativo à velha questão da posse será o mesmo?!
7 – Quais as outras perguntas que, a partir do resumido texto de André Luiz, que acima foi transcrito, você consegue nos propor?!

No capítulo 22, André Luiz recebe esclarecimentos do “bônus-hora”: “Não é propriamente moeda, mas ficha de serviço individual, funcionando como valor aquisitivo.”
Uma vez mais, tomamos a liberdade de questionar aos interessados:
1 – Em “Nosso Lar”, localizada no chamado “Umbral Fino”, o dinheiro tendo, praticamente, desaparecido, estará fazendo desaparecer com ele as subalternas paixões que movimenta no mundo dos encarnados?!
2 – Pode-se, grosso modo, comparar o “bônus-hora”, a avançado sistema de “cartão de crédito”?!

André Luiz ainda anotou de seu precioso diálogo com Laura: “... o bônus-hora, em nossa organização, modifica-se em valor substancial, segundo a natureza dos nossos serviços.”
Dentro dessa linha de raciocínio, indagamos:
1 – Todo serviço é igualmente “remunerado”, em “Nosso Lar”?!
2 – Na cidade espiritual mencionada, a “quantidade” é também remunerada pela “qualidade”, ou o número de horas dos serviços prestados nada tem a ver com a “qualidade” do esforço despendido pelo trabalhador?!
3 – Lícito concluir-se que todos os serviços em “Nosso Lar” são voltados, essencialmente, para a comunidade?!

Apenas mais um adendo para reflexão. Em “Nosso Lar”, “o celeiro fundamental é propriedade coletiva.” Estará, na Terra, um país preparado para viver assim?! Um Estado?! Uma cidade?! Uma família?!...


INÁCIO FERREIRA – Blog Mediunidade na Internet

14.5.17

A Nova Abolição

Os últimos anos que vivemos no País foram anos absolutamente de virada de página de um pedaço da história. Mudanças ocorreram para que pudéssemos, todos nós, pensar melhor sobre as estruturas de poder vigentes e o modelo político brasileiro.
Tudo isso, portanto, tem uma finalidade: o aperfeiçoamento do sistema representativo político brasileiro e o desenhar paulatino de uma nova face para a política em nossas terras.
A podridão que nos vestimos em nome da democracia é escandalosamente nociva e distorce no seu âmago o propósito do regime de liberdade dos povos.
Não soubemos conjugar a democracia com igualdade racial, por exemplo. Poucos foram os negros que superaram a barreira social que existia no início do século passado.
Os pobres não conseguem se livrar das altas taxações embutidas que lhe subtraem um pedaço do seu mísero salário.
Continuamos com uma sociedade desigual que luta para ter acesso aos serviços mínimos e não consegue ascender na escala social porque a educação que usufrui é imperfeita. As faculdades não dão a formação de qualidade que o povo mais simples precisa receber para se tornar mais ativo e superar as dificuldades da existência.
Não conseguimos conjugar a democracia com uma economia pujante e sustentável em que todos pudessem gozar da prosperidade gerada. O crescimento dificilmente se traduz em desenvolvimento para o conjunto da sociedade. Os mesmos continuaram dominando terras, fábricas e outros empreendimentos do capital. O pobre continuou pobre.
Este modelo, portanto, falhou e não deseja mais remendo, sutura, pede renovação total, reinvenção, recriação orgânica.
Não ignoro progressos obtidos, seria miopia e sectarismo deixar de reconhecer enormes avanços que conquistamos, tal que a sociedade de hoje não é mais a mesma dos tempos das indústrias iniciais, mas está bastante longe de ser uma sociedade aberta ao capital e inclusiva aos menos favorecidos.
A política corroeu a esperança do brasileiro quando não deu respostas adequadas as demandas que chegavam até ela. Velhos hábitos foram reproduzidos e os erros, muitos, continuaram sendo cometidos e o benefício dado a uma minoria se manteve e se cristalizou.
Hoje, tempos novos, pede-se ideias novas, ações novas, motivação nova.
Que dizer do avanço tecnológico que não bate as nossas portas, mas simplesmente invade as nossas vidas, fixa suas normas e muda completamente a economia?
Que dizer da nova geração de costumes novos, cabeça leve e que modela um novo arranjo produtivo que ainda não é contabilizado no cerne da nossa economia?
Que dizer da mudança dos costumes e das mentalidades que exige que tenhamos novos ares permanentemente e flexibilidade para criar urgentemente o novo?
Se os tempos são outros, se a economia deve mudar, se a sociedade muda, o que fazer com nosso modelo político vigente?
Transfigurá-lo é pouco. Ressignificá-lo completamente, pois se tornou anacrônico. Não funciona mais. Não representa mais o povo. Cito o Brasil, mas os exemplos que teço servem perfeitamente para todas as esferas sociais e políticas de outros países.
Chega!
A nova libertação que devemos criar nos tempos novos é aquela que nos libera das algemas mentais. Estamos presos a padrões velhos e ultrapassados. Somos escravos de um mundo que está esgotado nos seus princípios.
Felicidade por acolher novas ideias que estão nascendo com a nova geração que parte dela já está aí.
Criemos a coragem de experimentar o novo, de promovermos a revolução da liberdade de expressão das novas ideias sociais. O mundo pede-nos ousadia nestes tempos novos, senão continuaremos presos a um passado que já deveria ter sido sepultado e ainda não foi.
A espiritualidade age, mas deve encontrar eco na geração atual que flui para que as mudanças inadiáveis aconteçam mais celeremente.
Avante, irmãos!
Libertemo-nos já das amarras dos velhos costumes e deixemo-nos ser absorvidos por novos ideais que sustentarão as gerações futuras.
Eis o grito presente de libertação!
Eis a nova abolição!


Joaquim Nabuco – Blog Reflexões de um Imortal.

13.5.17

COMPANHEIRO DO BEM

(Página dedicada aos companheiros de Ideal espírita-cristão do C. E. “Allan Kardec”, da cidade de Ribeirão Preto – SP, em seu Jubileu de Ouro).

Companheiro do Bem! Ouve, lá fora,
Os gemidos de dor, ao vento insano,
De quem suporta o triste e desumano
Desprezo em que se humilha e desarvora.

Com Jesus Cristo, o Mestre Soberano,
A Caridade é luz que não demora
Resplender sobre a noite de quem chora
No mais profundo e amargo desengano.

Depressa atende quem te bate à porta,
Sob a cruz invisível que transporta,
Mendigando pedaços do teu pão...

Porém, socorre mais depressa ainda
A dor oculta que se mostra infinda,
Em quem sequer pode estender-te a mão!...

Auta de Souza – Blog Espiritismo em Prosa e Verso

(Página recebida pelo médium Carlos A. Baccelli, em reunião pública do C. E. “Allan Kardec”, na noite de 02 de outubro de 1994, na cidade de Ribeirão Preto – SP).

12.5.17

MUNDOS MAIS ELEVADOS

Questão 394 do Livro dos Espíritos

Certamente que no mundo onde se inicia a perfeição espiritual, onde ninguém faz mais o mal, os Espíritos têm mais capacidade de recordação do passado, de modo a não se perturbarem com tais recordações. As lembranças são de acordo com a elevação da alma, isso é lei de justiça divina, na computação de valores espirituais, na jornada de Espírito imortal.
Nos mundos elevadíssimos, não há mais interesse de recordações, as quais ficarão de lado, a não ser quando elas possam ser ponto de lições para outrem. O Espírito puro nada deixa se perder. Encandeia-se tudo para o todo, na profusão do amor, que não tem limites. Existem mundos nos quais as lembranças do Espírito não são bem claras, mas o Espírito se encontra preparado para resgatá-las com coragem; sabe o que deve passar no carro cármico e aproveita as lições com eficiência; entretanto a alma não está preparada, como no caso das que habitam a Terra, as recordações vêm trazer embaraços ao próprio despertamento espiritual. Deus sabe o que faz na Sua casa grande, e para cada criatura em separado.
A Terra é um mundo de provações duras, onde os resgates são violentos, nos caminhos humanos. Dessa forma, as lembranças vêm como leves intuições do passado distante. São, às vezes, complemento dos sonhos, ou vêm mesmo nas conversas de amigos, desde quando prestemos atenção no que ouvimos. Até mesmo os livros que tratam da História podem nos servir de estímulos de recordações, porque os fatos acontecidos e registrados têm algo a ver conosco.
Em quase todos os casos, se recordássemos das vidas pretéritas, assomar-nos-ia a apatia, atrapalhando o nosso presente. Faltaria em nossos caminhos de reparação o animo suficiente para as lutas. Deus sabe o que deve ser feito.
As recordações que os Espíritos inferiores têm do passado trazem nuvens cruvianas no presente, de difícil reparação, e é sob esse ponto de vista que Deus nos abençoa, filtrando as nossas necessidades espirituais de modo que elas cheguem à nossa consciência de acordo com as nossas necessidades espirituais. Ele deixa as recordações mais exatas para mundos mais elevados, de modo que haja mais esforços, sem turvamento da mente, nos campos da limpeza cármica.
Jesus foi o maior de todos os mestres, a nos ensinar as leis e nos prover de forças tais que os caminhos nos mostram meios diversos de nos curarmos. Gravíssimo perigo seria se lembrássemos das nossas existências anteriores, como lembramos do ocorrido de ontem. A confusão assomaria o nosso eu, deixando-nos sem solução, mas a Bondade Divina prevê todos os desastres sem reparo, e nos coloca em lugares mais fáceis de nos conscientizarmos das nossas necessidades espirituais.
Não devemos esmorecer, pois a Terra logo irá passar a outro nível, na escala dos mundos, onde as recordações do passado serão mais claras e os recursos mais eficientes, em todo os rumos. Convém que todos os Espíritos encarnados e desencarnados trabalhem dentro de si mesmos buscando a verdade, que ela sempre liberta os nossos corações ainda presos nas sombras do passado.
Se estamos em mundo inferior, já estivemos pior, e é nessa certeza que entra a esperança de que, em breves tempos, passaremos a pertencer a um mundo melhor.


Livro: Filosofia Espírita – João Nunes Maia – Miramez - Todos os livros Espíritas como este vendidos em nossa loja terão o lucro repassado à Casa Espírita de Oração Amor e Luz.

11.5.17

REVELAÇÃO – RELIGIÕES – XV

320 –Que ensinamentos nos oferece a negação de Pedro?
-A negação de Pedro serve para significar a fragilidade das almas humanas, perdidas na invigilância e na despreocupação da realidade espiritual, deixando-se conduzir, indiferentemente, aos torvelinhos mais tenebrosos do sofrimento, sem cogitarem de um esforço legítimo e sincero, na definitiva edificação de si mesmas.

321 –Qual a edição dos Evangelhos que melhor traduz a fonte original?
-A grafia original dos Evangelhos já representa em si mesma, a própria tradução do ensino de Jesus, considerando-se que essa tarefa foi delegada aos seus apóstolos.
Sendo razoável estimarmos, em todas as circunstâncias, os esforços sinceros, seja qual for o meio onde se desdobram, apenas consideramos que, em todas as traduções dos ensinamentos do Mestre Divino, se torna imprescindível separar da letra o espírito.
Poderia objetar que a letra deveria ser simples e clara.
Convenhamos que sim, mas importa observar que os Evangelhos são o roteiro das almas, e é com a visão espiritual que devem ser lidos; pois, constituindo a cátedra de Jesus, o discípulo que deles se aproximar com a intenção sincera de aprender encontra, sob todos os símbolos da letra, a palavra persuasiva e doce, simples e enérgica, da inspiração do seu Mestre imortal.


Livro “O Consolador” –  Francisco C. Xavier – Emmanuel – Todos os livros Espíritas como este vendidos em nossa loja terão o lucro repassado à Casa Espírita de Oração Amor e Luz.

10.5.17

AOS ESPÍRITOS CONSOLADORES

Donde éreis vós, ó formas imprecisas
De arcanjos tutelares,
Cujas vozes suaves como brisas
Trouxeram-me nas dores,
No auge do meu sofrer, nos meus penares,
A irradiação de brando refrigério?!...

Frontes aureoladas de esplendores,
Seres cheios de amor e de mistério,
Cujas mãos compassivas
Ungiram meu coração resignado
Com o bálsamo do olvido do passado,
E com os místicos olores
Das meigas sempre-vivas
Da fé mais luminosa e mais ardente...

Seríeis o fantasma imaginário
Da mórbida exaltação dalma do crente?
Não, porque sois os cireneus piedosos
Dos que vão em demanda do Calvário
Da Redenção, nos sofrimentos rudes;
Vindes das mais remotas altitudes
De sublimados mundos luminosos!...

Seres do Amor, jamais traduziria
O cântico de luz
Que trouxestes ao leito da agonia
Que eu transpus,
Cheia de desenganos e gemidos!...
Verto ainda os meus prantos comovidos
Lembrando-me do vosso Stradivárius,
Repetindo as cadências dos hinários
Dos orbes da Ventura e da Harmonia,
Onde habitais, glorificando o Amor
Que dalma faz um ninho de alegria
E um foco de esplendor!

Em que sol deslumbrante, em qual esfera
Viveis a vossa eterna primavera'?
Ó irmãos consoladores,
Que vindes confortar os pecadores
Penitentes da vida transitória,

Dai-me um pouco de luz da vossa glória,
Estendei-me urna única migalha
Da vossa paz, que nutre e que agasalha
Os corações iguais ao meu!...

Tenho sede do amor que enfeita o Céu!
Espíritos da luz radiosa e infinda,
Minhalma é fraca e pobre ainda;
Todavia, imortal,
Quero ter dessa luz resplandecente,
E quero embriagar-me inteiramente
Com os vinhos da alegria celestial.


Livro: Parnaso de Além-Túmulo - Francisco C Xavier - CARMEN  CINIRA

9.5.17

CHICO XAVIER, MÉDIUM E PROFETA

“Atribui-se comumente aos profetas o dom de adivinhar o futuro, de sorte que as palavras profecia e predição se tornaram sinônimas. No sentido evangélico, o vocábulo profeta tem mais extensa significação. Diz-se de todo enviado de Deus com a missão de instruir os homens e de lhes revelar as coisas ocultas e os mistérios da vida espiritual.” – De “O Evangelho Segundo o Espiritismo”, cap. XXI.
Chico Xavier, sem dúvida, além de ter sido extraordinário medianeiro, intercambiando do Mais Além para a Terra, inúmeras revelações em torno da Vida Espiritual, também possuía o dom de predizer o futuro.
Na condição de médium, Chico se fazia intérprete da palavra dos Imortais, porém, na de profeta, ele transmitia instruções pertinentes ao seu próprio espírito, em sua grande capacidade psíquica.
Como médium – digamos assim –, ele intermediava o saber alheio, mas, como profeta, expressava o seu próprio saber. A faculdade de profetizar é mais de natureza anímica que mediúnica.
*
No livro intitulado “Chico Xavier, o Santo de Nossos Dias”, de R. A. Ranieri, autor que, durante algum tempo, na cidade de Pedro Leopoldo, conviveu com Chico Xavier, encontramos um capítulo intitulado “As Grandes Reencarnações”.
Após tecer comentário em torno da reencarnação de grandes espíritos, que se daria na Terra a partir da década de 80, a fim de impulsionar o progresso da Humanidade, Ranieri escreveu:
Ainda pensávamos nisso. Chico ria para todos naquela sua alegria espiritual de sempre, quando de súbito, alguém voltou a falar em limitações de filhos. Parece que uma mulher.
- Olha Chico, dizia ela, você não acha que a mulher sofre muito para ter filhos?
- Sofre, minha irmã, no entanto, quando o filho nasce, ela esquece tudo. Só tem olhos e sorrisos para ele. Há uma grande compensação.
Disse outro:
- E essa notícia de que estão desenvolvendo o ser humano no laboratório? Eles conseguirão alguma coisa?
Chico ficou sério e confirmou:
- Olha gente, a Ciência vai desenvolver o ser humano no laboratório. Eles (os cientistas) vão fabricar um enorme útero no laboratório e aí dentro vão gerar o ser. Levarão talvez de duzentos a quatrocentos anos até conseguirem realizar. Mas vão realizar. Aí libertarão a mulher do parto.
E tem outra coisa. Nesse útero, os espíritos vão reencarnar, tudo direitinho, sem problema. Esse fato não vai alterar coisa alguma, a ciência vai conseguir isso. Ora, o avanço da Ciência é obra da Espiritualidade através dos missionários. (grifamos)
*
Pois bem. A referida profecia de Chico Xavier, em torno de um útero artificial, foi feita na segunda metade da década de 50, portanto há cerca de 60 anos atrás!
Recentemente, o jornal “A Folha de São Paulo”, do dia 25 de abril, publicou auspiciosa notícia com a seguinte manchete:
“Cientistas desenvolvem útero artificial para ajudar bebês prematuros.”
A iniciativa partiu de cientistas nos Estados Unidos que “desenvolveram um útero artificial a partir de uma bolsa preenchida por fluido, conhecida como um suporte extrauterino. O dispositivo pode transformar o tratamento de bebês que nascem extremamente prematuros, aumentando significativamente as chances de sobrevivência.”
A reportagem completa poderá ser acessada através da Internet.
*
Agora, evidentemente, com a palavra os “teólogos espíritas” que julgam tudo saber sobre o processo reencarnatório, baseando-se exclusivamente nos pioneiros apontamentos de Allan Kardec – permaneceremos na expectativa que eles venham explicar como se dará a reencarnação através de um útero artificial, que, ao que nos parece, apenas não demorará tanto tempo a ocorrer quanto foi predito pelo Chico.

INÁCIO FERREIRA – Blog Mediunidade na Internet
Uberaba – MG, 8 de maio de 2017