28.5.12

Comentários questão 161


Questão 161 do Livro dos Espíritos
    A ALMA E A MORTE VIOLENTA
    No caso de morte violenta, a alma entra em grande perturbação espiritual, por lhe faltar o tempo necessário para meditar no transe do desencarne e ele não se processar gradativamente. No entanto, há casos em que o espírito não perde a consciência, seja qual fora sua morte, por se encontrar em grau de evolução suficiente, o que garante a sua lucidez espiritual. Porém, em quase todas as mortes por desastre, a alma fica em estado de sono, como permanece ligada aos restos por tempo variável. Há casos, também, em que a criatura padece em um leito por anos a fio e, quando desencarna, fica ainda ligada ao corpo em estado deprimente, e quando se desliga dele, continua a residir na própria casa, por apego aos bens materiais.
    Não se pode fazer uma escala definitiva da desencarnação, mostrando aos homens um só padrão, porque isso varia de pessoa para pessoa. Se queres saber o que pode acontecer contigo na desencarnação, examina a vida que levas, que terás um retrato do que pode ocorrer. Se desejas um desenlace suave, uma partida com vitória para o mundo da verdade, não deixes de lado o trabalho de reforma íntima, em que o Cristo pode despertar todos os teus valores morais, no coração e na inteligência.
    Desta forma, meu irmão, mesmo que morras por morte violenta, estarás amparado pela tua conduta esquecida de erros morais, onde a caridade tem o poder de te iluminar por dentro do coração. Se queres ser feliz, faze aos outros o que desejas para ti mesmo, que a justiça não te deixará sofrer. Entrentanto, a violência que faz mal, e que faz muito mal, é a violência permanente que usas nos pensamentos, nas palavras e, por vezes, nas obras que fazes. Quando as tuas palavras violam a lei de harmonia, elas tisnam o magnetismo sublimado que Deus te deu para conversar, para pensar e para agir. Aí, sofrerás as conseqüências da tua ignorância. E essa é a pior morte: a morte pela ignorância. Em muitos casos, a criatura pode estar andando, trabalhando e vivendo, e estar morta, por não compreender as leis de Deus. Quando as compreende, é necessário vivê-las, para que a paz possa estabelecer a tranqüilidade de consciência.
    Se estiveres bem contigo mesmo, no clima do amor e da caridade ensinada pelo Cristo, em qualquer modalidade que a vida escolher para o teu desencarne, irás bem, por estares bem com a consciência em Jesus, sob as bênçãos do Criador. Não fazer aos outros o que não queremos para nós é o começo da nossa libertação espiritual. O Evangelho é o inspirador divino, que nunca erra nas suas indicações e não nos deixa permanecer nas faltas.
    Se queres morrer bem, e no momento exato, não te esqueças do Senhor Jesus. Ele nos ajuda em todos os transes e, para tanto, nos deixou o exemplo no próprio Calvário, bem como em toda a sua vida. Ele exemplificou o amor em toda a Sua existência, como garantia para a humanidade, Com o Cristo, a morte deixa de existir e passamos a viver no céu, onde estivermos, pois Ele é a Vida.
 
Livro: Filosofia Espírita IV - João Nunes Maia - Miramez

27.5.12


Disciplina
 Yvon de Araújo Luz - ADE-RJ
 
                No momento da criação, o Senhor concebeu seres puros e livres. Não poderia ser de outra forma, pois que Ele é a pureza absoluta e a sua criação teria de ser o prolongamento de Si próprio. Quanto à liberdade, também não poderia ser outra a colocação, de vez que qualquer fator restritivo à atuação daquele ser, atuaria como uma violência, que não se coadunaria com a Sua perfeição.
                Puro e livre, aquele ser que acabava de sair das mãos do Criador, com todo o potencial de  realizações que a vida lhe poderia proporcionar, necessitava adquirir sabedoria, como uma criança.
                Acabava de nascer e já tinha a sua meta traçada, a de alcançar a perfeição, senão total e absoluta - pois aí se tornaria igual ao Pai - mas a relativa, na proporção de que seria, sempre, um produto do Criador.
                Para atingir aquele alvo, no entanto, necessitaria adquirir sabedoria, só alcançável através das experiências que o contato com o mundo da matéria, nas "diversas casas do meu pai" lhe proporcionaria.
                Utilizando-se, então, da liberdade que lhe foi concedida, desde o início, o novo ser passou a vivenciar e adquirir as experiências necessárias, que o capacitariam a encontrar, pelo resultado de suas ações, o caminho certo para alcançar a meta almejada.
                Os sentimentos e as sensações registradas pela satisfação e alegria, em contraste com o sofrimento, as angústias e as dores, seriam os marcos desse caminho, que estabeleceriam os critérios de escolha, para o uso> do livre arbítrio, no desenvolvimento de sua inteligência e aprendizado sem fim.
                 Nesse processo de erros e acertos, em que a liberdade é a tônica, o ser vai incorporando ao seu patrimônio imortal, os conhecimentos adquiridos ao longo dos tempos, e descobrindo que um dos importantes instrumentos de que dispõe  nesse aprendizado é a disciplina, atitude interior, baseada no puro livre arbítrio.
                Através dela é capaz de ordenar os impulsos, sentimentos e sensações, possibilitando o aprimoramento do processo de escolha, que lhe possibilitará alcançar a sabedoria, elevando-o à condição de espírito puro, meta estabelecida pelo Pai, no momento da criação.
                Os percalços do caminho e o tempo de duração do processo, dependem unicamente dele.

26.5.12

ANSEIO E PRECE
Seguir-Te-ei, Senhor, por onde fores,
Nem que seja à distância de Teus passos,
Sustendo a minha cruz aos ombros lassos,
Cansado de chorar imensas dores...

Contigo irei aos trilhos redentores,
Deixando aquém mazelas e fracassos,
Buscando a paz que existe nos Teus braços,
O Excelso Amor de todos os amores...

Não mais desejo caminhar a esmo,
Esquecido de Ti e de mim mesmo
Nas sendas escabrosas da ilusão...

Não me deixes, portanto, vacilar,
No anseio que me leve a Te entregar
De uma vez para sempre o coração!...

Eurícledes  Formiga
(Página recebida pelo médium Carlos A. Baccelli, em reunião pública do Lar Espírita “Pedro e Paulo”, na manhã de sábado do dia 14 de agosto de 2010, em Uberaba – MG).

25.5.12


ESPIRITISMO E ÉTICA
O Espiritismo revitaliza a ética moral baseada nas lições insuperáveis de Jesus Analisando-se a situação socio espiritual do planeta na atualidade, não há como negar-se a presença da destrutiva onda de pessimismo e utilitarismo que domina as criaturas humanas em toda parte. Apoiados no niilismo, embora os comportamentos rotulados de religiosos de alguns dos seus segmentos sociais, o cinismo das pessoas e a decadência da ética dão-nos a dimensão do desespero que avassala as mentes e os corações atormentados. Em consequência, a violência e o despautério, a drogadição e o erotismo substituem as aspirações de enobrecimento dos seres, como mecanismos escapistas para preencher o vazio existencial e o desencanto que se apossaram do século XX, que se desenhava com perspectivas iluministas, libertadoras, ricas de anseios de felicidade e de beleza. A amargura toma conta dos indivíduos que se sentem coisificados, enquanto a revolta arma as multidões desvairadas que se levantam contra os abusos do poder, as injustiças sociais, os desregramentos dos dominadores, a desonestidade dos legisladores que perderam o respeito moral, a liberdade e o direito de viver com o mínimo de honorabilidade que seja…
Pode-se afirmar que a aparente calma que ainda paira sobre algumas nações não esconde os paióis de explosivos prestes a deflagrar o estouro prenunciador das tragédias que produz. Não se trata, porém, de uma ocorrência inesperada, quando se observam as suas raízes plantadas no fim do século XVIII, por ocasião da Revolução Francesa, quando a tirania substituiu os ideais dos filósofos da liberdade, instaurando os dias do terror. Em desesperada tentativa de manter a ordem na França, Robespierre, chamado “o incorruptível”, que lutara pelos ideais da fraternidade, da liberdade e da igualdade, não teve forças morais para resistir às pressões do desespero das massas e de outros pensadores, mantendo a guilhotina a funcionar sem trégua, ao ponto de tornar-se ultrajante ditador e sanguinário. Vítima de um golpe dos seus adversários da Convenção, foi preso e também guilhotinado. Nesse período difícil, a morte de Deus foi anunciada, e a revolta retirou os vestígios da Sua presença no país, inclusive mudando os nomes de ruas, boulevards e praças que os tivessem de santos ou denominações religiosas, assim como os objetos de culto das igrejas, tentando apagar a lembrança da fé e da crença espiritual no território francês. Logo depois, com o retorno de Deus através da Concordata de 1802, firmada por Napoleão Bonaparte com o Vaticano, permaneceram os ódios e resquícios do período de revolta e de perseguições inclementes, dando lugar a um amortecimento ético dos sentimentos.
O Iluminismo em declínio favoreceu o Positivismo em ascensão, enquanto as ideias pessimistas e destrutivas de Arthur Schopenhauer espalhavam-se por toda parte, proclamando a desnecessidade de Deus e de qualquer formulação religiosa no comportamento humano. À medida que o materialismo tomava conta da cultura, a amargura doentia de Friedrich Nietzsche passou a comandar as mentes e os corações desesperados, amparados no ceticismo científico das Academias, que asseverava ser a alma uma sudorese cerebral que desaparecia com a morte do encéfalo.
Nessa paisagem de morbidez e desencanto, o ateísmo tornou-se a diretriz comportamental dos indivíduos, que logo depois se atiraram à guerra perversa de 1869-1870, que ressurgiu entre 1914- 1918 e retornou calamitosa entre 1939-1945, com as mais inacreditáveis cargas de ódio e destruição de que a História tem notícia. Muito contribuíram para essa tragédia as ideias do super-homem do referido Nietzsche e o pensamento de Heidegger, que muito influenciou o surgimento do nazismo, partido ao qual ele se filiou por algum tempo, embora rompendo depois, quando da perseguição aos professores judeus da Universidade de Freiburg, onde era reitor… A ética do mais forte substituiu a dos direitos humanos e da dignidade, em face da aristocracia do poder totalitário e insano de alguns governantes… Heidegger influenciou filosoficamente Jean-Paul Sartre com o seu pensamento sobre o ser, servindo de inspiração para o existencialismo e total desinteresse pelos valores ético-morais que conduziram a civilização ao largo dos séculos. Viver agora e fruir ao máximo, não poucas vezes sem qualquer respeito pelos direitos dos outros, cultivar o prazer até a exaustão, passaram a ser os comportamentos aceitos e divulgados como recurso valioso para a preservação da vida e das experiências de alegria e de bem-estar. Lamentavelmente, as religiões ortodoxas, incapazes de oferecer resistência filosófica e ética aos absurdos da nova ordem, por se manterem fiéis aos programas medievais totalmente ultrapassados, foram desprezadas e consideradas responsáveis pela miserabilidade do ser humano, pelos seus desaires, pelas suas amarguras.
Carregado pelas heranças teológicas do pecado e da culpa, o ser humano rompeu com as tradições enganosas e preferiu arrostar as consequências da sua liberdade, derrapando na libertinagem. Sucede que, toda vez quando se arrebentam as algemas da escravidão de qualquer tipo, a ânsia de liberdade é tão grande que, por desconhecimento dos seus limites, aquele que a aspira tomba nos resvaladouros da irresponsabilidade, da agressividade aos direitos alheios, do abuso desrespeitoso… Assim ocorrendo, desaparece a ética da conduta para apresentar-se o direito de exceção, colocando-se o indivíduo acima da lei, da ordem e de qualquer restrição. Os avanços da Ciência, demitizando algumas das informações e dogmas religiosos, os milagres de Jesus, que passaram a ser observados do ponto de vista das doutrinas psicológicas e parapsicológicas, reduziram a cultura ao materialismo, desde 1859, quando Charles Darwin, através do Evolucionismo, aplicou o golpe de misericórdia no mitológico Criacionismo bíblico, servindo de suporte para a vitalização do ateísmo… A contribuição da Tecnologia, alargando e aproximando os espaços e as distâncias, facultando a demonstração dos postulados científicos através das experiências dos fatos, foi fundamental para a indiferença humana pelos códigos de dignidade e de valorização da própria vida.
O século XX, portanto, herdeiro da revolução filosófico-científica do passado, rapidamente aceitou o novo comportamento que se consolidou durante a revolução hippieísta dos anos 60, quando se deram as grandes mudanças de conduta, e as tradições nobres como a família, o casamento, a dignidade, a ordem passaram a ser instituições ultrapassadas. Irrompendo em avalancha avassaladora, tomou conta da juventude, que se sentia castrada pela intolerância e pelo poder dominador, passando a constituir um novo mundo, um modo diferente de vida… O aborto, a eutanásia, o suicídio, a agressividade, passaram a ser éticos na linguagem nova, que iria culminar nos homens e mulheres bombas, nos atentados terroristas, no crime organizado, na violência urbana, no alcoolismo exacerbado, no tabagismo, na drogadição e no sexo destituído de qualquer sentido moral e afetivo. Dando-se largas aos instintos primários, o nadaísmo, estimulando o erotismo, coisificou os seres humanos, que passaram a vender-se no mercado da luxúria sem qualquer pudor, sob o disfarce de experiências artísticas, desde que economicamente rentáveis. Nesse comércio hediondo, em que pouquíssimos logram alcançar os patamares elevados, multidões de jovens inexperientes são devoradas pelas máfias que o administram, passando os tratores da indiferença sobre os corpos e as almas mutiladas daqueles que ficaram vencidos durante as tentativas iniciais. Inevitavelmente, houve uma total decadência ética da cultura e da civilização, que passaram a adorar os novos deuses do prazer e do engodo, da utopia e da mentira, embora vivendo-se o vazio existencial que leva à depressão e ao suicídio.
Nada obstante, nesse ínterim, surgiu o Espiritismo em 1857, revitalizando a ética moral, baseada nas lições insuperáveis de Jesus, que foram corrompidas pelas ambições e conchavos humanos através dos séculos, desde o dia em que se uniram ao Império Romano, passando de perseguidas a perseguidoras. Com a revelação dos imortais, a vida passou a ter sentido profundo e significado psicológico indiscutível, como decorrência da proposta filosófica erguida pelos pilotis dos fatos demonstrativos da imortalidade da alma, da vida futura, da justiça divina e da Lei de Causa e Efeito, responsável por todos os fenômenos humanos. A partir de então, embora lentamente, vem sendo restaurada a proposta do amor como sendo a fonte inexaurível para a felicidade, em razão dos seus conteúdos otimistas e realistas, que dignificam a espécie humana, proporcionando-lhe os necessários estímulos para desenvolver-se e atingir as culminâncias da iluminação pessoal.
A falência do novo comportamento niilista encontra-se em toda parte, porque a sua doutrina enganou os seus adoradores, conduzindo-os às aflições superlativas e às angústias dantes jamais vivenciadas. Aturdidas, essas multidões decepcionadas e sem rumo buscam, mesmo sem o saber, retornar às origens do bem e da alegria, ao encontro da pureza de sentimentos e de convivência nobre, sentindo falta da fraternidade que deve sempre viger entre os seres humanos, sequiosos de paz e de esperança. Ninguém pode viver em equilíbrio sem a bênção confortadora da esperança que abre perspectivas formosas para o futuro. O Espiritismo, portanto, possuindo os paradigmas que foram deixados para trás pelo anarquismo e ceticismo, apresenta-os como propostas que levam à ética do dever e da harmonia, propiciando ventura. A crença em Deus, a crença na imortalidade da alma, a crença na comunicabilidade dos Espíritos, a crença na reencarnação, a crença na pluralidade dos mundos habitados e as propostas ético-morais de O Evangelho segundo o Espiritismo, que proporciona uma releitura das lições insuperáveis de Jesus, conforme as conhecemos em as narrativas dos evangelistas, são as novas diretrizes para a construção do ser humano feliz e da sociedade ditosa que todos aspiram. Não há outra alternativa, exceto a coragem para superar a crise moral que domina praticamente toda a sociedade contemporânea, reflexionando e vivendo a vigorosa ética espírita, que resume as mais grandiosas formulações da ancestral diante das novas necessidades que tomam conta da sociedade. Revigorada, a ética lentamente ressurge e passará a comandar os destinos humanos na direção da paz e da alegria de viver mediante o correto culto dos deveres.
 
Vianna de Carvalho
(Página psicografada pelo médium Divaldo Pereira Franco, em Boca Raton, Flórida, EUA, na manhã de 24 de junho de 2009.)

24.5.12


Questão 159 do Livro dos Espíritos
    CHEGANDO AO ALÉM
    A alma, quando chega ao Além, ao deixar o corpo físico, pode sentir-se feliz ou constrangida, dependendo do modo de vida que levou. O Evangelho é instrumento de salvação para todos nós, pois nos induz a uma moral sadia; os seus conceitos são de luz, nos mostrando e nos ajudando a modificar os pensamentos, as idéias, a palavra e a própria vida, copiando a vida de Jesus em todos os seus aspectos de nobreza.
    O céu começa na Terra. Se queremos alcançá-lo, trabalhemos em nós mesmos, cortando as arestas e procurando transformar todos os nossos impulsos inferiores em virtudes, do porte das que foram ensinadas e vividas por Nosso Senhor Jesus Cristo. O desleixado na moral sofre as conseqüências do seu desleixo, mas o que viveu trabalhando para o seu auto-aprimoramento recebe, ao chegar ao Além, o prêmio dos seus esforços, e a luz de Deus dar-lhe-á a luz da vida.
    O justo é exaltado em todos os tempos, seja onde for. O homem honesto é louvado e acreditado na Terra e no Céu. Ninguém perde por ser trabalhador, justo e caridoso. Esse homem é, pois, o ganhador de sempre; porém, a criatura que não observa as leis criadas por Deus e zeladas por seus vigilantes, sofre sempre por sua cegueira. Não devemos deixar para melhorar depois do desencarne: isso é ignorância e perda de tempo. Comecemos logo que sentirmos necessidade. Qualquer esforço no sentido de melhorar moralmente é válido e é nesse gesto que as luzes começarão a acender em nossos corações, refletindo-se nas nossas consciências.
    A lei das vidas sucessivas deve ser pesquisada porque é nela que se encontra a chave que nos dá a compreensão necessária, e que nos leva a nos esforçar todos os momentos por nossa melhoria moral, e na conduta do dia a dia. Coloquemos o Evangelho em nossa vida, que passaremos a melhorar. A consciência registra tudo o que se faz, e quando se escreve nela o que está em desacordo com a vontade de Deus, os reflexos surgem por muitos meios, que
 chamamos tristeza, medo, desespero, violência, orgulho, vaidade, egoísmo, fazendo com que a ignorância domine nossos passos. Eis aí a infelicidade da alma, criada por ela mesma.
    Não esperes chegar ao Além para cuidar das coisas do espírito; não faças isso! Começa agora mesmo, onde estiveres. Toda hora é hora de começar. Examina o que és, examina o que pensas, examina o que fazes na vida e, se tiveres algo para modificar, modifica-o sempre comparando com os ensinamentos de Jesus, que nunca errarás o caminho, pois ele é a estrada dos homens, é a vida e a verdade. Diante de todos os esforços do bem, ele criará
 em teu coração uma luz que, brilhando, não te deixará perder os passos na direção daquele que sempre nos guiou. Procura leituras de livros decentes. O homem que não gosta de leituras, demora a compreender as próprias leis que o dirigem.
    Deus nos ajuda por meios diferentes, mas constantes, e Jesus não nos abandona: usa todos os recursos possíveis para nos despertar para a vida do Além, mesmo quando nos movemos na carne. É certo que, fazendo o mal, não nos interessando pelo bem próximo, esquecendo de amar a Deus sobre todas as coisas, nos ensinou Jesus, ao chegarmos ao Além, pelos processos da morte do corpo, a tristeza e o arrependimento parecerão nos matar de novo.
 
Livro: Filosofia Espírita IV - João Nunes Maia - Miramez

23.5.12

Medo dos Espíritos?

Costumo ouvir as pessoas dizendo ter medo de Espíritos e fico pensando, como essa pessoa convive com os outros e até consigo mesmo, pois refletindo sobre os trechos da Bíblia abaixo:
1 - Deus é Espírito (João 4:24).
2 - Espírito é a parte imaterial do homem que volta para Deus, quando o corpo volta ao pó, de onde veio (Eclesiastes 12:7). 
3 - Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança (Gênesis 1:26). 
4 - E disse Deus: Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança; domine ele sobre os peixes do mar, sobre as aves do céu, sobre os animais domésticos, e sobre toda a terra, e sobre todo réptil que se arrasta sobre a terra. Criou, pois, Deus o homem à sua imagem; à imagem de Deus o criou; homem e mulher os criou. (Genesis 2.26-27). 
5 - Deus formou o homem do pó e deu a ele vida, compartilhando de Seu próprio fôlego (Gênesis 2:7). 
6 - Não atentando nós nas coisas que se vêem, mas nas que se não vêem; porque as que se vêem são temporais, e as que se não vêem são eternas. (2 Coríntios 4:18). 
7 - Seis dias depois, tomou Jesus consigo a Pedro, e a Tiago, e a João, seu irmão, e os conduziu em particular a um alto monte, E transfigurou-se diante deles; e o seu rosto resplandeceu como o sol, e as suas vestes se tornaram brancas como a luz. E eis que lhes apareceram Moisés e Elias, falando com ele. (Mateus 17:1-3)
Cheguei a algumas conclusões:
No trecho 2 (Eclesiastes 2.26-27) diz que após a morte do corpo volta-se para Deus e no trecho 7 (Mateus 17:1-3) vemos que mesmo tendo voltado o espírito continua individualizado pois de Moises e Elias já haviam morrido (corpo físico). Temos então, entre os que não mais possuem corpos de carne, espíritos de todos os naipes, bons e, maus, instruídos e ignorantes, anjos e demônios, sérios e brincalhões. O problema agora passa a ser de quais tipos de espíritos estamos recebendo influências.
Na Doutrina Espírita somos instruídos a identificar os vários tipos de espíritos e principalmente como sair da influência dos de baixa vibração e entrar na sintonia dos de vibração superior.
Como?
Estudando, perdoando, entendendo, orando, amando, na teoria e pondo isso tudo em prática, trabalhando em favor do próximo encarnado ou desencarnado, pois o lema espírita é: "Fora da caridade não há salvação".

Toninho Barana
AINDA A CRISE NA EUROPA

Realmente, se ainda estivesse encarnado, eu não saberia dizer sobre a verdadeira causa da chamada crise econômica na Europa – não saberia por que, no Brasil, sempre convivemos com a crise!Eu ainda sou do tempo em que comprávamos arroz e feijão às gramas na venda da esquina... Raras eram as casas que, por exemplo, possuíam o mais elementar eletrodoméstico! Ferro de passar e chuveiro elétrico eram artigos de luxo, na residência dos coronéis!Macarronada a gente só comia aos domingos, acompanhada, de quando a quando, por uma asinha de frango criado no fundo do quintal!De minha parte, reconheço, não posso me queixar tanto – o meu pai era homem de posses razoáveis! –, mas eu sabia de gente – e de muita gente! – que levava um ano para comprar um par de botinas, daquelas de solado de pneu de caminhão...As poucas crianças que podiam frequentar as escolas não levavam merenda – exceção, claro, dos filhos de famílias abastadas... Quantas vezes pude dividir o meu simples pão com manteiga (feita em casa por minha mãe) com os colegas, eu não saberia dizer!Agora, no entanto, fala-se em crise financeira, com parte do mundo mergulhado na abastança! Creio que a crise, em verdade, seja apenas e tão somente um basta ao supérfluo! A crise europeia, com certeza, é para lembrar aos países, até então, considerados ultra ricos que, na Terra, ainda existe muita gente morrendo de fome...Fala-se em desemprego... Todavia, com a máquina substituindo cada vez mais o homem, óbvio que isto aconteceria! Num posto de gasolina de qualquer país europeu, não existem frentistas trabalhando – quem deseja abastecer o seu veículo, praticamente tem que fazer tudo sozinho: abrir o tanque de combustível, acionar a bomba, jogar água no para-brisa e, depois, procurar alguém que possa providenciar o recebimento através do cartão de crédito... Gente civilizada, e desempregada! Tomara que isto não venha a acontecer no Brasil!Ora, com o salário que ganha um desportista, um político, um empresário, enfim, um latifundiário – desculpem-me os criadores de Zebu de Uberaba! –, quantas pessoas poderiam ser pagas?! Porque a maior parte do dinheiro das pessoas ricas não está esparramada, gerando empregos – está nos Bancos, em rentáveis aplicações!A questão da crise financeira, então, é de muito dinheiro acumulado nas mãos de poucos! Isto vale tanto para os indivíduos quanto para os países!Tinha razão Chico Xavier – ele sempre tinha razão! – quando, nas reuniões à sombra do abacateiro, junto aos pobres na periferia, dizia que o homem estava perdendo o hábito da vida simples... Com a sua sabedoria e bom humor, ele perguntava: - Por que eu vou querer 35 pares de sapatos, como muita gente, se eu não tenho 70 pés?!...Vocês se recordam de uma senhora, esposa de um ditador filipino, que guardava em sua casa 3.000 pares de sapatos?!... Coitada, certamente estava treinando para reencarnar como centopeia!...
INÁCIO FERREIRAUberaba – MG, 21 de maio de 2012.