31.7.12


Disciplina
 Yvon de Araújo Luz - ADE-RJ
 
No momento da criação, o Senhor concebeu seres puros e livres. Não poderia ser de outra forma, pois que Ele é a pureza absoluta e a sua criação teria de ser o prolongamento de Si próprio. Quanto à liberdade, também não poderia ser outra a colocação, de vez que qualquer fator restritivo à atuação daquele ser, atuaria como uma violência, que não se coadunaria com a Sua perfeição.
   Puro e livre, aquele ser que acabava de sair das mãos do Criador, com todo o potencial de  realizações que a vida lhe poderia proporcionar, necessitava adquirir sabedoria, como uma criança.
   Acabava de nascer e já tinha a sua meta traçada, a de alcançar a perfeição, senão total e absoluta - pois aí se tornaria igual ao Pai - mas a relativa, na proporção de que seria, sempre, um produto do Criador.
   Para atingir aquele alvo, no entanto, necessitaria adquirir sabedoria, só alcançável através das experiências que o contato com o mundo da matéria, nas "diversas casas do meu pai" lhe proporcionaria.
  Utilizando-se, então, da liberdade que lhe foi concedida, desde o início, o novo ser passou a vivenciar e adquirir as experiências necessárias, que o capacitariam a encontrar, pelo resultado de suas ações, o caminho certo para alcançar a meta almejada.
   Os sentimentos e as sensações registradas pela satisfação e alegria, em contraste com o sofrimento, as angústias e as dores, seriam os marcos desse caminho, que estabeleceriam os critérios de escolha, para o uso do livre arbítrio, no desenvolvimento de sua inteligência e aprendizado sem fim.
   Nesse processo de erros e acertos, em que a liberdade é a tônica, o ser vai incorporando ao seu patrimônio imortal, os conhecimentos adquiridos ao longo dos tempos, e descobrindo que um dos importantes instrumentos de que dispõe  nesse aprendizado é a disciplina, atitude interior, baseada no puro livre arbítrio.
  Através dela é capaz de ordenar os impulsos, sentimentos e sensações, possibilitando o aprimoramento do processo de escolha, que lhe possibilitará alcançar a sabedoria, elevando-o à condição de espírito puro, meta estabelecida pelo Pai, no momento da criação.
  Os percalços do caminho e o tempo de duração do processo, dependem unicamente dele.

30.7.12


Questão 168 do Livro dos Espíritos
    NÚMERO DE REENCARNAÇÕES
    Colocar um ponto final nas reencarnações é ignorar as distâncias imensuráveis que o espírito deve percorrer nas linhas da evolução, à qual chamamos de despertamento. As vidas sucessivas mais grosseiras têm duração breve; à medida que o espírito vai se depurando, ele, automaticamente, vai saindo de uma faixa reencarnatória para entrar em outra de maior pureza. O crescimento da alma requer corpos mais sutis e com maiores possibilidades espirituais, de modo a permitir a ela dominá-los em todos os sentidos.
    A reencarnação na Terra é necessária até a depuração da alma tendo, portanto, certo limite, se assim podemos dizer; mas a depuração necessária ao espírito que transita neste planeta pode não ter a mesma correspondência em outros mundos por onde o espírito vai passar. E o espírito, bem o sabemos, deve passar por muitos mundos para granjear experiências, cultivar valores e se integrar no amor, aquele ainda desconhecido.
    Quando se fala em depuração da alma, não se quer dizer que ela se encontra suja, nem foi feita inferior, cheia de defeitos.
     O próprio livro básico da doutrina nos fala que o espírito foi feito simples e ignorante, carregando no seu mundo interno todos os valores a serem despertados pelo tempo e pelas bênçãos do Criador, porque, se Deus é a perfeição, não poderia criar nada imperfeito. A reencarnação é uma lei universal para todos os espíritos e para todas as coisas. As vidas múltiplas estão ligadas ao progresso, que é força natural de Deus dentro da Sua casa universal.
    A cada passo que o espírito dá, pelos processos da reencarnação, desabrocham dons no seu mundo interno, conferindo-lhe cada vez mais vida. A consciência é um mundo e cada qual tem suas necessidades, carregando sua cruz e buscando despertar seus valores espirituais na construção da sua própria felicidade espiritual. Convém que todos os espíritos, mesmo os desencarnados, procurem, escolas, de variado esclarecimento, porque o aprendizado é grande e a carência de luz no coração, muito maior.
    De certa forma, não podemos delimitar as reencarnações; elas se processam em todas as dimensões, de conformidade com a elevação dos espíritos, atendendo a todos em suas necessidades espirituais. Compete a nós outros compreendermos as suas funções, nas atividades e nos poderes que têm de despertar em cada espírito os dons correspondentes aos seus anseios pela verdade.
    Os homens têm as necessidades semelhantes às dos animais irracionais, só que elas estão aprimoradas, em outra dimensão de vida, pelo valor da evolução. O mesmo acontece ao espírito: depois do túmulo, continua tendo as mesmas necessidades de quando na carne; simplesmente elas vão mudando de faixa, de acordo com o crescimento da alma, no saber e na moral. É, pois, o prêmio que o tempo confere, juntamente com a conquista, pela misericórdia de Deus. Esforcemo-nos, pois, para diminuir nossas reencarnações inferiores, alcançando, cada vez mais, corpos mais sutis, com idéias mais puras e vidas mais elevadas.
 
Livro"Filosofia Espírita III - João Nunes Maia -Miramez

29.7.12


O QUE SÃO OS ESPÍRITOS?

Não foi Allan Kardec quem inventou os espíritos, sabe por que? Porque todos nós somos espíritos. O espírito sobrevive à morte do corpo carnal, ou seja, tanto os vivos (encarnados) quanto os mortos (desencarnados) são espíritos. Porém, normalmente, quando falamos em “espíritos”, nos referimos aos “mortos”. Quando o espírito está encarnado, dizemos que se trata de uma alma.
Se desde o início da história da humanidade nós morremos – pois esta é uma lei que rege a vida aqui na Terra – desde o princípio existem espíritos. É óbvio, não é?
Os fundamentos que compõem a base da doutrina espírita – como a preexistência e sobrevivência da alma e a reencarnação – foram transmitidos por espíritos através da mediunidade. São universais, pois também podem ser encontrados em diversas religiões, em várias épocas da humanidade.
 Mediunidade é o potencial que toda pessoa tem de servir como intermediária entre os espíritos e os homens. Todos a possuímos, em maior ou menor grau, porém, designamos por médiuns aqueles que exercem essa faculdade de forma ostensiva, o que não é comum. Portanto, nem todos os espíritos que reencarnam estão preparados ou têm condições para exercerem a mediunidade.
Os médiuns intuitivos e os inspirados são muito mais comuns. Mas o que seriam estas modalidades mediúnicas? Vejamos o que diz Kardec, em O Livro dos Médiuns, cap. XV, sobre os médiuns intuitivos: “A transmissão do pensamento também se dá por meio do Espírito do médium, ou, melhor, de sua alma, pois que por este nome designamos o Espírito encarnado. O Espírito livre, neste caso, não atua sobre a mão, para fazê-la escrever; não a toma, não a guia. Atua sobre a alma, com a qual se identifica. A alma, sob esse impulso, dirige a mão e esta dirige o lápis. Notemos aqui uma coisa importante: é que o Espírito livre não se substitui à alma, visto que não a pode deslocar. Domina-a, mau grado seu, e lhe imprime a sua vontade. Em tal circunstância, o papel da alma não é o de inteira passividade; ela recebe o pensamento do Espírito livre e o transmite. Nessa situação, o médium tem consciência do que escreve, embora não exprima o seu próprio pensamento. É o que se chama médium intuitivo.”
Já no caso dos médiuns inspirados, Kardec explica: “Todo aquele que, tanto no estado normal, como no de êxtase, recebe, pelo pensamento, comunicações estranhas às suas ideias preconcebidas, pode ser incluído na categoria dos médiuns inspirados. Estes, como se vê, formam uma variedade da mediunidade intuitiva, com a diferença de que a intervenção de uma força oculta é aí muito menos sensível, por isso que, ao inspirado, ainda é mais difícil distinguir o pensamento próprio do que lhe é sugerido.”
           Na época da codificação espírita, grandes pesquisadores e cientistas, reconhecidos mundialmente, se propuseram a analisar os fenômenos espíritas com o objetivo de ridicularizar o Espiritismo, porém, conforme se aprofundavam em suas pesquisas, ficavam cada vez mais convencidos da veracidade dos fatos. Apesar de hoje, as manifestações de efeitos físicos, para análise, serem raras, não podemos perder o bom senso e a seriedade nos estudos; nosso ambiente de investigação não é tanto o laboratório, mas, a própria alma!
Artigo extraído da revista  http://www.rcespiritismo.com.br

27.7.12


DESIGUALDADE DAS RIQUEZAS
    I. UTILIDADE PROVIDENCIAL DA RIQUEZA
    O homem tem por missão trabalhar pela melhoria material do planeta. Cabe-lhe desobstruí-lo, saneá-lo, dispô-lo para receber um dia toda a população que a sua extensão comporta.
    Para realizar esses trabalhos, precisa de recursos e a necessidade fez que ele criasse a riqueza, como o fez descobrir a Ciência.
    Sem a riqueza, não haveria mais grandes trabalhos, nem atividade, nem estimulante para a ação, nem pesquisas.
    A atividade que esses mesmos trabalhos impõem ao homem, lhe amplia e desenvolve a inteligência. A inteligência que ele concentra, primeiro, na satisfação das necessidades materiais, o ajudará mais tarde a compreender as grandes verdades morais.
     A riqueza, pois, não é um mal em si mesma.
    Bem utilizada, ela leva a Humanidade não só ao progresso material e intelectual mas, também, ao progresso moral.
    Se a riqueza é causa de muitos males, se exacerba tanto as más paixões, se provoca mesmo tantos crimes, não é a ela que devemos inculpar, mas ao homem, que dela abusa, como de todos os dons de Deus. Pelo abuso, ele torna pernicioso o que mais útil lhe poderia ser. É a conseqüência do estado de inferioridade do mundo terrestre.
    Se a riqueza somente males houvesse de produzir, Deus não a teria posto na Terra. Compete ao homem fazê-la produzir bem.
    II. DESIGUALDADE DAS RIQUEZAS
    Que aconteceria se, acaso, se pudesse repartir toda a riqueza da Terra com igualdade entre todos os seus habitantes?
    - A cada um caberia apenas uma parcela mínima e insuficiente.
    - Não haveria recursos para nenhum dos grandes trabalhos que concorrem para o progresso e o bem-estar da Humanidade.
    - Tendo o necessário para sobreviver, o homem não sentiria o aguilhão da necessidade para o impelir às descobertas e aos empreendimentos úteis.
    Ainda que fosse possível efetuar essa repartição entre todos os homens, em pouco tempo o equilíbrio estaria desfeito, pela diversidade dos caracteres e das aptidões.
    "Por que não são igualmente ricos todos os homens?
    "Não o são por uma razão muito simples: por não serem igualmente inteligentes, ativos e laboriosos para adquirir, nem sóbrios e previdentes para conservar."
    III. O ENFOQUE ESPÍRITA QUANTO À RIQUEZA
    A desigualdade das riquezas, como vemos, é um dos problemas que inutilmente se procurará resolver, desde que se considere apenas a vida atual.
    À luz do Espiritismo, porém, entendemos que:
    - os seres humanos, somos espíritos imortais reencarnados;
    - para progredir, precisamos das experiências que a vida corpórea enseja;
    - uma dessas experiências é aprender a produzir a riqueza e com ela trabalhar, acertadamente;
    - através das reencarnações, vamos tendo oportunidade para isso.
    Entendemos, também, que:
    - Deus concentra a riqueza em certos pontos, para que daí se expanda em quantidade suficiente, de acordo com as necessidades;
    - e a desloca constantemente, para que não fique longo tempo improdutiva nas mãos dos que não a estão sabendo utilizar; e para que cada um, por sua vez, tenha a oportunidade de lidar com ela.
    Alguns estão dispondo da riqueza no momento, outros já a tiveram, outros ainda virão a usufruí-la e mesmo quem já a teve poderá, se necessário, voltar a possuí-la.
    Por enquanto, na Terra a riqueza é para poucos.
    A maioria luta por sobreviver, dispondo apenas de posses medianas ou mesmo enfrentando a miséria.
    Isto se dá não apenas pela má distribuição da riqueza, feita pelo materialismo e o egoísmo, dominantes no planeta.
    É, também, porque não sabemos todos produzir riquezas ou não queremos nos esforçar para isso.
    Se a riqueza na Terra fosse fácil para todos, em nosso grau de evolução, a maioria não trabalharia, não estudaria, quereria somente gozar, e isto não traz progresso para o espírito.
    Se há os que abusam da riqueza, não será com decretos ou leis dispendiosas que se remediará o mal. As leis podem, de momento, mudar o exterior, mas não conseguem mudar o coração; daí vem serem elas de duração efêmera e quase sempre seguidas de uma reação mais desenfreada. A origem do mal reside no egoísmo e no orgulho; os abusos de toda espécie cessarão quando os homens se regerem pela lei da caridade.
    Com a evolução intelecto-moral da Terra, os extremos da miséria ou da riqueza excessiva serão corrigidos, pela melhor produção e distribuição dos recursos.
    Entretanto, "os pobres sempre os tereis convosco". (Jesus - Jo. 12:8.) Sempre haverá naTerra pessoas com menos aptidões e recursos do que outras, por estarem em diferentes graus de evolução.
    Deus concede a uns riqueza e poder e a outros a pobreza como meios de experimentarmos as diferentes condições que ensejam.
    Tanto a riqueza como a pobreza servem para nos testar intelectual e moralmente, constituindo, às vezes, situações de resgate espiritual.
    IV. QUAL A PROVA MAIS DIFÍCIL: A RIQUEZA OU A POBREZA?
     Ambas são difíceis.
    Ante a miséria, podemos ficar: desanimados com as dificuldades; revoltados contra tudo e contra todos; invejosos de quem tem o que não temos; tentando até conseguir pelo roubo, pelo crime, o que precisamos ou queremos; reclamando contra Deus por não compreendermos seu divino programa para a nossa evolução.
    Quanto à riqueza, constitui uma prova muito arriscada, bastante perigosa para o espírito, porque é o supremo excitante do orgulho, do egoísmo e da vida sensual.
    Geralmente, quem é rico neste mundo se torna orgulhoso, avarento, indiferente à necessidade ou sofrimento do próximo e se desvia moralmente nos abusos.
    Sim, a riqueza é a origem de muitos males na Terra. Por causa dela, muitos prejudicaram sua felicidade na vida futura. Jesus aludiu a isso, na passagem do moço rico: "Como é difícil entrar um rico no reino dos céus!" (...) "É mais fácil passar um camelo pelo fundo de uma agulha do que um rico se salvar". (Mateus, 19 vs. 23/24.)
    Então, a riqueza impede a evolução do espírito?
    Se assim fosse, Deus não a teria posto nas mãos de alguns de seus filhos, pois seria prejudicá-los.
    Querer abolir a riqueza, para não errarmos com ela, seria condenar também ao trabalho que a granjeia, o que estaria em contradição com a lei de progresso.
    Jesus disse que é difícil um rico se salvar mas não disse ser impossível; porque a riqueza também pode ensejar que o seu possuidor produza muita coisa útil e boa, para si e para o seu próximo, tornando-se um meio de salvação espiritual.
     Tudo vai depender, portanto, do uso que fizermos da riqueza, de como nos comportarmos diante da pobreza.
    V. COMO NOS COMPORTAMOS NESSAS PROVAS?
    Na pobreza:
    - cuidar do pouco que se possui e usá-lo acertadamente.
    - procurar desenvolver e aperfeiçoar a própria capacidade de produzir valores;
    - cultivar a resignação, moderação, simplicidade, humildade, honestidade, enfim todas as virtudes que a prova da pobreza mais estimula, quando bem entendida;
    - praticar a caridade ao seu alcance.
    Materialmente, ajudando com o pouco que tiver aos que são mais necessitados ainda. Espiritualmente, com o seu amparo moral, afeto sincero, lealdade, a boa palavra e o bom exemplo.
    - não invejar os ricos nem pensar mal deles. Lembrar que estão sendo duramente testados e merecem compaixão e ajuda (se estiverem errando) e apoio e respeito (se estiverem acertando).
    Na riqueza:
    - lembrar que Deus é o verdadeiro Senhor de todos os bens da vida e apenas somos os "mordomos", usufruindo e administrando temporariamente, devendo prestar contas de tudo, ao final da existência;
    - tomar cuidado para não cair no orgulho, na inércia, no egoísmo, ou nos excessos do gozo material;
    - como dispõe de mais tempo e recursos do que o pobre, aproveitar para estudar, e concorrer para o engrandecimento tanto intelectual como moral e material dos seus semelhantes;
    - procurar prestar todos os benefícios possíveis com os bens que recebeu, sem desperdiçá-los nem enterrá-los num cofre, onde ficam sem utilidade para ninguém.
    Enfim, procurar desempenhar o melhor possível seu papel de intermediário da riqueza, sem se deixar dominar por ela espiritualmente, de modo a merecer de Deus outras e maiores atribuições, futuramente.
    VI. QUAL O MELHOR EMPREGO QUE SE PODE DAR À RIQUEZA?
     A solução do problema está nestas palavras: "Amai-vos uns aos outros". 
Aquele que se acha animado do amor ao próximo tem aí traçada a sua linha de proceder. A caridade deve ser cheia de amor, aquela que procura a desgraça e a ergue, sem, no entanto, a humilhar.
    Com amor e sabedoria sempre se encontrará o melhor emprego para a riqueza.

Livros consultados:
De Allan Kardec:
- "O Evangelho segundo o Espiritismo", cap. XVI;
- "O Livro dos Espíritos", perguntas 808/816.
Fonte: "Iniciação ao Espiritismo", Therezinha Oliveira

26.7.12


Questão 167 do Livro dos Espíritos
     OBJETIVO DA REENCARNAÇÃO
    Reencarnação é um processo de despertamento da alma. As vidas sucessivas são escolas em todos os reinos da natureza.
     É, pois, uma depuração constante em rumos variáveis. Ela é uma das leis de Deus, e se encontra fixada na eternidade para ajudar seus filhos a compreenderem a si mesmos, a serem obedientes aos programas do Todo-Poderoso.
    É certo que o espírito progride no mundo espiritual, sem a participação do corpo físico; no entanto, este é um dos primeiros degraus do progresso da alma. O estudioso de espiritualismo, que já se libertou de comandos deliberados para sua compreensão, chega à conclusão de que o mundo físico e o espiritual se confundem, que tudo vem de Deus na Sua maior expressão de amor.
    Se o Senhor criou essas modalidades de progresso, certamente porque viu que era bom. Os meios de despertamento das almas são infinitos. Quem deseja ficar parado no tempo e no espaço sofre as conseqüências desta inércia; quem abre a mente para o estudo, para todos os tipos de análise acerca da vida, encontra ou começa a encontrar a verdade, e ela ajuda a sua libertação.
     Em muitos casos, a reencarnação se expressa como justiça em variados ângulos da lei. O que chamas de expiação da alma, em se enfrentando as reencarnações, não passa de processos de evolução do espírito, visto que todos passam por isso. Enfim, são caminhos indispensáveis ao bem-estar de todo o rebanho para a purificação, se esse é o termo, dos filhos da criação.
    Cada corpo que o espírito recebe na Terra é uma bênção de Deus em teu caminho, porque significa um degrau que sobe para a eternidade, sendo que ninguém regride. Sempre estamos avançando para a nossa própria liberdade.
    O processo reencarnatório está sofrendo limitações inumeráveis em todos os países. São dificuldades que os espíritos estão sofrendo por estarmos passando por fechamento de ciclo evolutivo. São também meios de depuração espiritual, que estão sob o controle de Deus, que tudo sabe e de Jesus, que compreende o porquê de todas as catástrofes morais e mesmo físicas que se passam e que deverão surgir. A dor é, pois, o anjo divino que deve aparecer com freqüência no cenário da Terra, para salvar as criaturas de maiores distúrbios.
    Quem nega a reencarnação, recusando-se a meditar sobre o assunto, talvez com medo de que por intermédio dela e pelos seus processos variáveis venham a mudar de posição onde se encontram, em situação de mando e abundância de ouro, se esquece que lei é lei, principalmente a de Deus. Em verdade, nada existe que não viva e torne a viver incessantemente, e reafirmamos que se muda de corpo quantas vezes forem necessárias, sendo eles degraus para que se conheça a Luz na sua intensidade de Amor. O objetivo da reencarnação é facultar cada vez mais ao espírito a lucidez da vida e oferecer mais vida para quem procura viver. Uma das linhas da Doutrina dos Espíritos é anunciar essa lei divina em todos os seus aspectos e falar em voz alta esse nome: reencarnação.
Livro: Filosofia Espírita IV - João Nunes Maia - Miramez

25.7.12


ESPIRITISMO – IMPASSE DOUTRINÁRIO

Não resta dúvida de que, na atualidade, o Espiritismo, através de seu Movimento, está vivenciando um impasse doutrinário sem precedentes na sua recente história.
Não se trata, óbvio, de questões afetas aos seus Princípios Básicos, fixados pelos Espíritos Superiores no Pentateuco – Princípios que, em seus fundamentos, se revelam inamovíveis, embora sejam, naturalmente, passíveis de desdobramentos, que, pela natureza dinâmica da Revelação, haverão de ocorrer no tempo.
Estamos nos referindo aos perigosos rumos que vêm, de algum tempo a esta parte, sendo impressos ao Movimento, por companheiros que, no que pese a sua boa intenção, agem equivocadamente.
Não é desconhecido que, desde a realização do Concílio de Nicéia, promovido em 325 a.C., o Cristianismo começou a se transformar, até quase a se desfigurar por completo, perdendo contato com as suas origens.
Emmanuel, no livro que leva o seu nome, através da lavra do médium Chico Xavier, escreveu que: “Desde o concílio ecumênico de Nicéia, o Cristianismo vem sendo deturpado pela influenciação dos sacerdotes dessa Igreja, deslumbrados com a visão dos poderes temporais sobre o mundo. Não valeu a missão sacrossanta do iluminado da Úmbria, tentando restabelecer a verdade e a doutrina de piedade e de amor do Crucificado para que se solucionasse o problema milenar da felicidade humana”.
A missão que Chico Xavier desempenhou na seara espírita, à semelhança do que aconteceu com o “iluminado da Úmbria”, não vem sendo esquecida – propositalmente esquecida – por aqueles que, deslumbrados pela “visão dos poderes temporais”, têm levado o Espiritismo pelo atalho do elitismo?!
Não estaria o Movimento Espírita, através de seus militantes, se hierarquizando como o fez a Igreja, quando começou a se afastar da essência do Evangelho?!
E, avançando no tempo, não estaríamos, a pretexto de pureza doutrinária, novamente incrementando a censura, qual o equívoco em que a Igreja Católica ocorreu, quando, então, chegou a instaurar o Tribunal do Santo Ofício, condenando os que não se pautavam pela sua cartilha ideológica às fogueiras da Inquisição?!
Cremos, no entanto, que o fator deveras mais preocupante para o Espiritismo, neste momento histórico, é a quase insensibilidade de muitos de seus adeptos que, deliberadamente, têm se afastado da Caridade, entregando-se à prática de um Espiritismo que tende a se transformar em teologia, relegando a necessidade de sua renovação íntima a plano secundário.
Concitamos, pois, aos sinceros partidários da Doutrina a que não tornem a cometer o erro da omissão, quando, nas lides do Cristianismo, optaram pelo silêncio comprometedor, cujas consequências espirituais se fizeram sentir para a Humanidade no curso da História.
Em defesa da Verdade, não há necessidade de agressividade na opinião e, muito menos, na conduta, mas imprescindível se torna a postura coerente com os Princípios abraçados, no testemunho solitário da fé, porque, conforme nos disse o Cristo, “nem todos os que dizem: Senhor! Senhor! Entrarão no reino dos céus; apenas entrará aquele que faz a vontade de meu Pai, que está nos céus”!...

INÁCIO FERREIRA
(Página recebida pelo médium Carlos A. Baccelli, em reunião do Lar Espírita “Pedro e Paulo”, no dia 16 de julho de 2012, na cidade de Uberaba – MG).  

24.7.12


O TESOURO ENFERRUJADO

"O VOSSO OURO E A VOSSA PRATA SE ENFERRUJARAM." - (TIAGO, CAPÍTULO 5, VERSÍCULO 3.)
Os sentimentos do homem, nas suas próprias idéias apaixonadas, se dirigidos para o bem, produziriam sempre, em conseqüência, os mais subs tanciosos frutos para a obra de Deus. Em quase toda parte, porém, desenvolvem-se ao contrário, impedindo a concretização dos propósitos divinos, com respeito à redenção das criaturas.
De modo geral, vemos o amor interpretado tão somente à conta de emoção transitória dos sentidos materiais, a beneficência produzindo perturbação entre dezenas de pessoas para atender a três ou quatro doentes, a fé organizando guerras sectárias, o zelo sagrado da existência criando egoísmo fulminante. Aqui, o perdão fala de dificuldades para expressar-se; ali, a humildade pede a admiração dos outros.
Todos os sentimentos que nos foram conferidos por Deus são sagrados. Constituem o ouro e a prata de nossa herança, mas como assevera o apóstolo, deixamos que as dádivas se enferrujassem, no transcurso do tempo.
Faz-se necessário trabalhemos, afanosamente, por eliminar a "ferrugem" que nos atacou os tesouros do espírito. Para isso, é indispensável compreendamos no Evangelho a história da renúncia perfeita e do perdão sem obstáculos, a fim de que estejamos caminhando, verdadeiramente, ao encontro do Cristo.
Francisco Cândido Xavier. Caminho, Verdade e Vida. Pelo Espírito Emmanuel

23.7.12


Agente das Mudanças
Que destruição bárbara!
Meu Deus, como se pode imaginar que alguém, em sã consciência, vá se armar até os dentes e sair matando pessoas por aí como aconteceu esta semana em Denver, nos Estados Unidos, com aquele senhor na sala de exibição de um filme denominado Batman.
Meu Deus, quantas vidas inocentes ceifadas imediatamente - se bem que sempre há uma justiça maior a nos coordenar a vida -, mas que brutalidade a toda prova, que despautério. Um homem como esse por aí como cidadão comum, instruído no cérebro, era quase doutor, mas um analfabeto nas coisas do espírito.
A aniquilação de diversas vidas brutalmente acende novamente o pisca-alerta de nossas consciências sobre a educação que estamos proporcionando aos nossos filhos, sobretudo quando toleramos o uso da violência “controlada” como se isso fosse normal. Tornou-se, mas não é. O incentivo à barbárie como esta que o mundo presenciou se dá pela ausência de educação pela/para a paz. Se ouve de tudo na mídia, mas com ênfase nas coisas da violência. Os videogames são infestados de jogos de destruição, tiros, guerras, num exercício permanente de enfrentamento ou estímulo à violência. Depois não querem que apareçam os insanos...
Sei que tudo deve ser feito de maneira comedida, mas não se deve ter tolerância alguma com qualquer expressão de violência, a quem que seja e mesmo virtualmente ou nas telas televisivas e cinematográficas. É engraçado, estimula-se a violência e quando ela ocorre isto causa repugnância social. Incoerente, mas já é um primeiro passo.
Ao que me cabe comentar nestas linhas, lembro a função armamentista que os Estados Unidos da América sempre liderou. As armas são vendidas livremente em lojas norte-americanas e munição é o que não falta. E para quê? Para guardar em casa e nada fazer? Não, quem se arma prepara-se para uma guerra, de qual nível for.
A paz, meus irmãos, deve está presente em todas as atividades diárias. O nosso primeiro impulso deve ser o de querer o bem do próximo e esperar que ele faça o mesmo. As armas dizem nas entrelinhas: “se você vier me atacar, eu te ataco primeiro, estou preparado para lhe ferrar...” É mais ou menos assim.
Meus irmãos, invertamos logo a lógica das coisas. É a vida que deve vir em primeiro lugar e não a morte. É a paz que deve vir antes de tudo e não a violência gratuita. É o desejo de irmanar-se com o meu próximo que deve mover as minhas relações sociais. É para isso que veio o Senhor Jesus, para nos adiantar que é somente através do amor que conseguiremos construir uma sociedade diferenciada e você faz parte dela e é agente primeiro destas mudanças.
Que Deus nos abençoe,
Helder Camara por intermédio de Carlos Pereira

22.7.12

O SINAL ESPÍRITA
Quando a pessoa entrou no Espiritismo, é fácil verificar: basta perquirir um fichário ou escutar uma indicação. Entretanto, a fim de positivar se o Espiritismo entrou na pessoa, é indispensável que a própria criatura faça menção disso, através de manifestações evidentes.
Vejamos dez das inequívocas expressões do sinal espírita na individualidade, que sempre se representa pelo designativo “mais”, nos domínios do bem:
Mais serviço espontâneo e desinteressado aos semelhantes;
Mais empenho no estudo;
Mais noção de responsabilidade;
Mais zelo na obrigação;
Mais respeito pelos problemas dos outros;
Mais devotamento à verdade;
Mais cultivo de compaixão;
Mais equilíbrio nas atitudes;
Mais brandura na conversa;
Mais exercício de paciência.
Ser espírita de nome, perante o mundo, decerto que já significa trazer legenda honrosa e encorajadora na personalidade, mas, para que a criatura seja espírita, à frente dos Bons Espíritos, é necessário apresentar o sinal espírita da renovação interior, que, ante a Vida Maior, tem a importância que se confere na Terra às prerrogativas de um passaporte ou ao valor de uma certidão.

Livro: Caminho Espírita - Francisco C Xavier - Albino Teixeira 

21.7.12

VERDADE E AMOR
A verdade sem amor
Produz estranho clarão,
Que recorda, onde se faz,
O estrondo de um canhão...
*
Necessitando falar
A verdade sempre, em tudo,
Busca envolver o que dizes
Numa capa de veludo...
*
A Verdade é um bisturi
De ação exímia e precisa,
Mas onde corta e remove,
Somente o Amor cicatriza...
*
Por mais altiva se mostre
Com uma força sem parelha,
Ante a grandeza do Amor,
A Verdade se ajoelha!
*
Onde a Verdade só entra
Após muito se explicar,
O Amor tem livre passagem
Sem sequer se anunciar.
*
Vivendo o amor à Verdade
Além do humano valor,
Jesus encarnou na Terra
Toda verdade do Amor!...

Eurícledes Formiga

(Trovas recebidas pelo médium Carlos A. Baccelli, em reunião pública do Lar Espírita “Pedro e Paulo”, na cidade de Uberaba – MG). 

18.7.12


Alfredo Bastos e a oitava volta à mediúnica

“Claro, amigo, Alamar; com meu pai aprendi a conversar com encarnados ou não do mesmo modo... alguns pensam que os desencarnados são deuses bons ou maus... É difícil... mas chegamos lá...” - Heloísa Pires. 

Estas primeiras palavras são da notável e maravilhosa Heloísa Pires, uma das mais lúcidas, lógicas e sensatas expositoras espíritas do mundo. E esse pai aí, que ela se refere, ninguém mais é que o respeitável Herculano Pires. 
Pela oitava vez o amigo Alfredo Bastos volta à mediúnica, dirigida pelo Jarbas Silveira, dando continuidade à sua tarefa de dialogar com os espíritas de igual para igual. Aqui ele fala das curas espirituais na casa espírita e nos passa outras informações para pensarmos.
Vamos ao relato da noite, então.

JARBAS – Sob a vigilância dos amigos espirituais, damos por iniciado mais um trabalho de intercâmbio espiritual, na noite de hoje, e colocamo-nos a disposição da coordenação das atividades mediúnicas desta casa.
ALFREDO – Boa noite, amigos. Renovo-me na alegria de estar sempre aqui com vocês, para nosso já costumeiro bate-papo. Como estão todos?
Numa só voz todos respondem que estão bem, mas Jarbas faz logo a primeira pergunta.
JARBAS – Como está o nosso amigo Alfredo? Estamos na expectativa do bate-papo da noite de hoje.”
ALFREDO – “Muito bem Jarbas. Quero começar a nossa conversa de hoje com mais uma sugestão, que julgo muito relevante:
Providenciem, para esta sala, uma mesa ou uma pequena estante, para que esteja sempre disponível toda a Obra Básica do Espiritismo, todos os livros escritos por Allan Kardec e, principalmente, a Revista Espírita.
É fundamental que vocês tenham a obra em mais de uma tradução, quanto mais, melhor.
Esta providência faz-se necessária e indispensável a qualquer reunião mediúnica que pretende ser aberta para troca de idéias com espíritos, a fim de que dúvidas sejam esclarecidas na hora, para evitar absorção de equívocos.
Tenho trazido algumas informações a vocês que lhes parecem estranhas. Podem até mesmo ser equivocadas, sim, da minha parte. Eu, mesmo como desencarnado, posso ter opiniões pessoais e pretender passá-las como se fossem corpo de doutrina, aproveitando-me da empatia que criamos, o que poderia ser prejudicial, em que pese a boa vontade e o cuidado de todos.
Qualquer coisa que qualquer espírito disser, que parecer-lhes estranha, surgindo alguma dúvida, vocês devem questionar e a obra deve ser aberta e consultada imediatamente. Espírito nenhum terá o direito de ofender-se por isto e, caso se ofenda, podem ter certeza de que não será um espírito sério.
NEUZINHA – “Alfredo, o Alamar vem falando em suas palestras e nos seus emails sobre essa necessidade de espíritas estudarem em mais de uma tradução, agora você vem aqui e fala também sobre este assunto. Em minha casa eu tenho a Obra Básica completa, edição da FEB, mas tenho também um Livro dos Espíritos e um Evangelho, em tradução do Herculano Pires. Você poderia explicar pra gente quais as razões dessa recomendação de estudo em várias traduções?”
CLOVIS – “Eu também estou com esta curiosidade, Alfredo. Não é o suficiente para o espírita estudar o Espiritismo em apenas uma tradução?”
ALFREDO – “É raro, muito raro mesmo, acontecer de uma tradução de livro de um idioma para outro refletir cem por cento a idéia do autor. Existem muitos fatores que comprometem a fidelidade e nem todos estão ligados a problemas de má fé e nem de tendências, mas problemas de expressões de época, de usos de palavras que em determinadas frases significam coisas diferentes daquilo pelo qual a palavra foi criada para significar, enfim, são muitos fatores.
Exemplo disto está nas diversas traduções da Bíblia, para os diversos idiomas, que tem gerado mais divisão do que união entre os que a vêem como a palavra de Deus. O próprio João Ferreira de Almeida, o seu maior tradutor para o idioma português, tendo conferido menos da metade da sua obra, constatou mais de dois mil erros, inclusive erros graves, conforme declarou, não tendo tempo de corrigi-los por ter morrido logo. Severino Celestino da Silva, ainda encarnado, contemporâneo de vocês, inspirado pelo alto escreve o seu livro chamando a atenção para alguns dos erros contidos.
Não poderíamos ter a pretensão de ser imunes a isto, imaginando que as traduções das obras espíritas estivessem livres do problema, apesar da seriedade e do nível moral daqueles que se empenharam em trazê-las para o nosso idioma.
Uma vírgula mal colocada muda totalmente o sentido de uma frase. Palavras criadas para significar alguma coisa em um idioma são usadas para identificar outra, isto ocorre em toda língua.
Não cabe a este amigo apontar trechos, pois que vocês perceberão facilmente algumas diferenças, desde que aceitem a minha sugestão. 
Se nós falamos em fidelidade total a Kardec é porque faz-se necessária esta fidelidade, para a prática de um espiritismo autêntico, conforme ele realmente é. 
LOURDES – Eu nunca me preocupei com isto, mas estou entendendo perfeitamente o que você quer dizer. Vou providenciar adquirir outras traduções. Mas deve ser complicado demais estudar em vários livros a mesma coisa, Alfredo. Se pra gente estudar numa tradução só já é um problema e pouca gente estuda, imagine em mais de uma.
ALFREDO – “De fato é uma tarefa árdua, mas faz-se necessária e até indispensável, sobretudo para aqueles que se julgam aptos a corrigirem os outros, a apontar supostos erros doutrinários nas falas e nas obras dos outros, sob pena de exposição ao ridículo.
Esperando que todos tenham entendido esta necessidade, passemos em frente”.
JARBAS – Meu irmão Alfredo, eu vi pra cá hoje disposto a conversar contigo sobre um assunto que julgo de vital importância. Durante algum tempo esta casa mantinha um trabalho de cura, no tempo em que possuía três reuniões mediúnicas por semana. Hoje só há esta reunião e nos foi recomendado para que não realizássemos mais qualquer tipo de trabalho com esse objetivo de cura, sob a argumentação de um diretor que passou por aqui que se uma pessoa está doente é porque ela tem algum compromisso cármico para pagar e que trabalho de cura não é tarefa da casa espírita.
Que tipo de contribuição você pode nos dar a este respeito, o que você acha disto e o que você pode nos dizer.
ALFREDO – Posso lhes dizer que esse diretor ao qual você se refere, se fosse governador do Estado, certamente extinguiria a Secretaria de Saúde e fecharia os hospitais, sob a mesma justificativa.
Que tipo de Caridade vocês querem que eu aplique na minha voz e nas minhas palavras, diante de uma situação desta?
Imaginem Jesus recusando-se a curar cegos, paralíticos, leprosos e obsedados sob a mesma argumentação.
Urge a necessidade de uma reciclagem na forma de pensar de muitos companheiros do meio espírita, Jarbas. Negar a potencialidade de cura da casa espírita é subestimar a excelência do Espiritismo, é a omissão da Caridade.
Necessita-se, previamente, que os grupos de trabalhadores conscientizem-se dos limites nesse tipo de trabalho, para que não invadam o campo que pertence à Medicina terrena, iludindo-se com possíveis super poderes que imaginam ser a casa possuidora.
O trabalho espiritual não pretende diretamente atuar na cura do corpo, propõe-se atuar no campo perispiritual, onde a Medicina ainda não tem acesso, que, por conseqüência, pode levar à cura do corpo, em decorrência de que a doença do corpo advém de uma enfermidade espiritual.
Da mesma forma que vocês foram receptivos a este amigo desencarnado, disponham-se à mesma receptividade a desencarnados médicos, porque eles terão muito a lhes ensinar e muitas surpresas podem lhes ocorrer.
CLÓVIS – Existem muitos espíritos médicos dispostos a trabalhar? Caso positivo, por quais motivos eles não vêm a estes trabalhos, assim como você chegou aqui, tomou a médium, colocou o seu estilo, que agradou a todos nós e aqui continua conosco nesta convivência fraterna e agradável?
ALFREDO – Eu já lhes respondi esta pergunta, formulada em outras palavras, mas que a resposta é a mesma.
Eles não vêm porque muitos espíritas não deixam. O Jarbas acabou de falar que esta casa havia ordenado encerrar qualquer trabalho que tivesse objetivo de cura. O que os espíritos especializados nesta área viriam fazer aqui, se o ambiente deixou de ser propício a isto?
Os espíritos não podem agir como babás dos espíritas: Meus irmãos não façam isto, meus irmãos não façam aquilo! Praticar o Espiritismo com coerência significa avançar, avançar e avançar sempre, tal é a Lei do Progresso, e isto precisa ser entendido por todos os espíritas. Em momento algum Kardec sugere estacionamento aos espíritas.
Abram as portas para os espíritos da Medicina, que vocês terão grandes vitórias no campo da cura, abram as portas para os espíritos da Engenharia, que vocês terão avanços no campo da tecnologia, abram as portas para os espíritos da Economia porque certamente cessarão muitos conflitos humanos originados pela falta de educação financeira. 
NEUZINHA – Alfredo, cada vez que eu ouço você falar, eu me encanto mais com este trabalho e percebo quanto tempo a gente tem perdido ao longo destes anos. Eu quero ser mais útil enquanto espírita e quero muito a sua ajuda e ajuda de todos esses espíritos amigos que você se refere.
LOURDES – Eu digo a mesma coisa, Alfredo. Mas deixe eu lhe perguntar uma coisa: Como você vê o trabalho do Dr. Fritz que de vez em quando aparece por aí e algum médium, até mesmo badalado pela mídia?
ALFREDO – Doutor Fritz ou Doutores Fritzes? Isto que venho propondo aqui, amigos, com sugestões de novos métodos de trabalhos, outros espíritos, porém da área médica, vem tentando há muito tempo, para aliviar dores, todavia eles enfrentaram dificuldades terríveis junto a quem mais lhes deveriam assessorar e dar apoio. Daí partiram para tomar médiuns por tudo quanto é canto, pois que precisavam desabafar o desejo de servir.
Os diversos espíritos que se utilizam do nome Fritz, geralmente não são muito bem compreendidos pelos espíritas, que imaginam que pelo fato deles se disponibilizarem à cirurgias espirituais, necessariamente tenham que ser espíritas e, em decorrência disto, trazerem comportamentos conforme a ótica espírita, quando na realidade nem todos, digo até a maioria, não tem qualquer conhecimento espírita, portanto sem compromisso com o Espiritismo.
Geralmente são médicos, acostumados com Ciência que, depois de desencarnados e conscientes do seu novo estágio, perceberam que poderiam continuar trabalhando e querem trabalhar sempre. No mundo espiritual não há curso de Espiritismo e não há ESDE, por isto os espíritos que nunca foram espíritos continuarão a não ser e agirão com as suas éticas e alguns deles, que foram enérgicos aí, continuarão sendo do outro lado e é esta mesma energia que vocês vêem em alguns doutores Fritz.
Na estrutura governamental brasileira existe o Ministério do Exterior, não é verdade?
Talvez estivesse faltando uma espécie de Ministério das Relações Exteriores Espirituais na FEB, para que sugerissem aos centros os espíritas um estudo, uma metodologia e uma diplomacia de como recepcionar todos os visitantes que chegassem do mundo espiritual.
Receber espíritos espíritas, como Dr. Bezerra, torna mais fácil o diálogo, mas essa facilidade deveria ser estendida a todos os espíritos.
JARBAS – E esses cortes que eles fazem, Alfredo, há necessidades?
CLÓVIS – Algo que eu também não consigo entender é a afronta que eles fazem à Medicina tradicional, cuspindo em facas, passando-as na sola do sapato. Por que isto? Você sabe nos explicar?
ALFREDO – Os espíritos que atuam sob o nome doutor Fritz sabem que não há necessidade de incisões, todavia eles, que tem opiniões próprias, acham que devem chamar a atenção para as cirurgias como fenômenos, já que os fenômenos atraem. Se dissessem ao paciente que eles foram operados, sem que eles vissem nada em seus corpos, certamente ninguém tomaria os cuidados necessários a um pós-operatório, que são indispensáveis nas cirurgias terrenas ou espirituais. Daí a necessidade dos cortes e dos filetes de sangue à vista de todos.
JARBAS – Mas os resultados existem mesmo?
ALFREDO – Não tem como ninguém fazer truques para cortar alguém sem dor e sem sangue. Há resultados, sim, e resultados notáveis. Há erros na cirurgias espirituais? Há sim, assim como há erros médicos no plano material. Espíritos médicos não são deuses e os compromissos cármicos dos pacientes também podem e devem ser levados em conta nesses momentos.
FERNANDO – Alfredo. Quais são os limites para a realização de um bom trabalho espiritual na área de cura?
ALFREDO – A não transgressão às normas estabelecidas pelos Conselhos de Medicina. Há espíritas que se julgam tão poderosos, em seus trabalhos de curas, que chegam a afirmar que os médicos não sabem de nada, pretensiosos que são em se acharem super poderosos, subestimando o nobre papel da Medicina terrena. São tolices que podem comprometer o Espiritismo, dificultar a aliança da Ciência com a Espiritualidade, que vem se conduzindo muito bem e até levar médiuns para a cadeia, por isto devem ser evitadas.
A partir do momento que os realizadores dos trabalhos de curas espirituais entenderem que a proposta de atendimento à saúde, na casa espírita, é complementar à Medicina e não substituto da Medicina, aí sim as coisas andarão bem.
NEUZINHA – E quais são os pré-requisitos? Dizem que para o centro espírita ter um trabalho de cura é indispensável que tenha um bom médium de cura. Como você vê isto?
ALFREDO – Como uma informação equivocada. Os médiuns são apenas instrumentos utilizados pelos espíritos, embora alguns com mais capacidade de sintonia que outros, não são eles que processam as curas e sim os que atuam através deles.
O pré-requisito indispensável é o Amor, sempre o Amor, em todas as atividades espíritas. Mas este amor não é suficiente quando o médium vive inseguro emocionalmente, tenso e com medo da direção da casa espírita onde trabalha.
REGINA – Meu irmão, qualquer médium, mesmo que não tenha exercido qualquer atividade nesta área, possui condições de trabalhar em área de cura?
ALFREDO – A habilidade nas diversas especialidades não é do médium, é do espírito. Quando o médium está bem consigo mesmo e quando ama o seu próximo ele adquire a condição, sim. Pedi e obtereis.
JARBAS – Mas consta que os médiuns devem ter o mínimo de preparo para atuar em determinadas áreas e quando têm, se torna mais fácil para o espírito.
ALFREDO – Ter o mínimo de preparo é uma coisa, ter o preparo é outra. Quando um médium é um médico, por exemplo, o espírito, também médico, o inspira, faz lembrar-se de coisas que ele já leu, já ouviu em Congressos ou já escutou de outros médicos mais experientes, associa o seu conhecimento com tudo o que existe armazenado no cérebro dele e faz dessa associação o instrumento para o trabalho. A constância dos trabalhos de um médico em um tipo de atividade desta, se torna benéfica para ele até na sua atividade profissional, porque, mesmo sem que ele perceba, o seu cérebro vai exercitando a lembrar de coisas que normalmente ele não lembraria facilmente e esse espírito, colega seu, que trabalha por seu intermédio no ambiente do centro espírita, desenvolve um laço de amizade e passa a acompanhá-lo, também, em seu consultório, nos hospitais onde ele trabalha e por onde quer que ele vá.  Quando o médium não tem qualquer conhecimento sobre medicina, como foi o caso do Zé Arigó, aí torna necessário o espírito atuar sozinho, com os seus conhecimentos. 
CLÓVIS – Com isto você quer dizer que para um profissional de medicina vale muito a pena trabalhar nas mediúnicas, até mesmo por vantagens profissionais?
ALFREDO – É exatamente isto. Se todos os médicos espíritas, que amam, soubessem disto, correriam para disputar espaços nas reuniões mediúnicas. Acho bom vocês falarem isto para eles.
O médico médium, dentre todos os exercícios, exercitará também a sua glândula pineal, que é um poderoso transmissor e receptor, para aumentar o seu poder de cura não apenas no tratamento presencial do paciente, mas também no tratamento a distância, pois que as ondas transmitidas terão uma qualidade bem maior. É uma pena que poucos conhecem as propriedades dessa glândula, mas é uma questão de tempo, pois chegará uma época em que o seu uso será tão comum quanto os telefones celulares que vocês usam hoje e que, quando eu estava encarnado, não existiam.
Até para ler exames de imagens as suas vistas se abrem mais. Uma ressonância magnética feita a 1 tesla, são vistas como se fosse a 1,5 tesla. Mais ou menos isto.
LOURDES – Aqui na nossa casa eu conheço alguns médicos, e médicas também, que freqüentam a casa, mas só como freqüentadores mesmo, assistem palestras, tomam passes e tudo; mas participar dos trabalhos, principalmente a mediúnica, não tem nenhum. E como fica a qualidade do nosso trabalho de cura, então, sem contar com nenhum médico médium?
ALFREDO – Eu não lhes disse que seja necessária a participação de um médico médium para a realização de um trabalho de cura no centro espírita, apenas passei informações sobre o que significa ter um médico médium e o quanto ele pode beneficiar-se, beneficiando aos outros. Falei que quando o médium é médico, o espírito, também médico, divide os conhecimentos e que este recorre a aplicar apenas os seus conhecimentos quando falta ao médium o conhecimento da Medicina.
O indispensável pré-requisito aqui é o Amor, o desejo de servir, o prazer de fazer o bem ao semelhante. Mas falo em Amor com A maiúsculo, amor de sentimento puro, amor real e verdadeiro.
JARBAS – Alfredo. Você falou em benefícios profissionais e pessoais. Pelo que eu entendi, disse que o médico vindo trabalhar na tarefa de cura, na casa espírita, ele pode ter vantagens profissionais. A doutrina recomenda que não devemos envolver o Espiritismo com vantagens pessoais. Será que eu entendi certo?
ALFREDO – Você entendeu certo, porque foi isto mesmo que eu disse. A doutrina espírita nunca foi contra o desenvolvimento pessoal das pessoas, nunca foi omissa nem indiferente, em relação a isto. Quem criou esse paradigma insensato em relação aos espíritas foram pessoas do movimento espírita. Muito pelo contrário, por ser uma doutrina de Amor, Justiça e Coerência ela quer ver as pessoas felizes e não pode ser contra o sucesso de ninguém.
Repito que os espíritos desencarnados são as mesmas pessoas que viveram na Terra, com todos os sentimentos, inclusive as afinidades, disponibilizando-se a ajudar os seus amigos em tudo o que puderem, até mesmo nas coisas de ordem material.
Se você tiver algum problema no seu carro, Jarbas, pode pensar num amigo desencarnado que fora um bom mecânico, porque isto não tem nada de encontro a doutrina, ele pode ajudá-lo e você continuará a ser o mesmo espírita honesto e fiel que sempre foi. 
NEUZINHA – Você acha então que nós temos condições de começar a pensar na instalação de um trabalho deste aqui em nossa casa?
ALFREDO – Começar a pensar não somente, começar a agir na medida em que pensam, depois se preparem para as alegrias que advirão a isto.
Encerro a nossa conversa da noite de hoje, agradeço mais uma vez pelo carinho de vocês e boa noite a todos.  
E assim mais um trabalho foi realizado, com a presença do Alfredo Bastos. A recomendação da adoção das Obras Básicas, completas, nos locais onde são realizadas reuniões com espíritos, a meu ver, foi de uma grandeza enorme, posto que eu venho recomendando isto o tempo todo. Acho que elas devem estar presentes, também, sempre perto dos auditórios onde são realizadas palestras, para serem consultadas, caso algum dirigente venha a afirmar ou ao menos insinuar que um expositor tenha falado coisas anti-doutrinárias, quando o que ele disse são coisas que estão respaldadas por Allan Kardec e muitas vezes a direção da casa ou o dirigente do trabalho não tem conhecimento, dado as suas limitações.
Fica aí, então, para a análise e conclusão de todos.     
          Abração
                           Alamar Régis Carvalho

17.7.12


VENDILHÕES

No Espiritismo, os vendilhões que, há cerca de dois mil anos, Jesus expulsou do templo, não são apenas os que o transformaram em mercado de suas ambições financeiras, mas também aqueles que, na atualidade:
- compactuam com a mentira, buscando auferir qualquer espécie de vantagem pessoal;
- fazem tráfico de influencia, a fim de manterem um bom relacionamento com o poder temporal;
- em troca de elogios e situações de destaque dentro do Movimento, abrem mão de ideias rotuladas de inovadoras e perigosas;
- com o intuito de se perfilarem junto à maioria, silenciam pontos de vista que incomodam os que estimam apenas serem bajulados;
- temendo contrariar interesses de pessoas e instituições, colocam a Verdade em plano secundário;
- aplaudem a censura à livre manifestação do pensamento de encarnados e desencarnados;
- quando se trata de defender os que estão sendo vítimas de implacável perseguição, são omissos e indiferentes;
- sobem com extrema facilidade em “cima do muro” e, temendo qualquer desgaste pessoal, dele se recusam a descer;
- ludibriando a consciência, tentam se convencer de que estão certos em sua equivocada postura;
- conluiam-se com os titulados, em visível menosprezo aos tarefeiros desprovidos de currículos acadêmicos;
- integram campanhas difamatórias contra quem, por suas ideias independentes, não se submetem às ambições dos que anseiam por aplauso e unanimidade;
- endossam obras forjadas na mistificação, escritas com o único intuito de camuflar os sentimentos rasteiros de seus autores;
- estabelecem conchavos tão vergonhosos que, a respeito deles, não têm coragem de trocar uma palavra sequer nem mesmo com quem se aliaram;
- corrompem-se e corrompem os que se deixam ludibriar pelo seu falso saber e duvidosa generosidade;
- rotulam de perturbados os que não conseguem contestar com argumentos lúcidos e racionais;
- esconjuram os que se recusam a ler pela cartilha em que se supõem, espiritualmente, “alfabetizados” e... salvos...
Os vendilhões!...
Infelizmente, como os há no Movimento Espírita nos dias que correm!...
Se Jesus voltasse hoje ao mundo, com certeza, teria imenso trabalho, evidentemente, não para expulsá-los a chibatadas, mas para fazer com que coloquem um pouco de juízo na própria cabeça!...

INÁCIO FERREIRA
Uberaba – MG, 16 de julho de 2012.

16.7.12


NÃO PERCA TEMPO NA ENCARNAÇÃO

Meu irmão, não perca tempo na encarnação:
- dando à crítica maior atenção do que ela merece;
- participando de polêmicas infindáveis, com inútil dispêndio de energia;
- tentando mostrar a Verdade a quem não deseja vê-la;
- escutando notícias depreciativas em torno da vida alguém;
- importando-se em demasia com a opinião dos outros a seu respeito;
- aborrecendo-se com a maledicência alheia;
- melindrando-se na tarefa e desertando ao dever que lhe compete executar;
- expondo-se às vibrações negativas de quem com você não simpatiza;
- teorizando em excesso em torno de temas doutrinários, sempre discutíveis;
- analisando o trabalho do próximo, esquecendo-se de verter o próprio suor na leira do Ideal;
- olhando com avidez em torno, sem olhar com atenção para dentro de si;
- idolatrando pessoas tão frágeis como você mesmo ainda se revela;
- tomando outro partido que não seja o do “amai-vos uns aos outros como eu vos amei”;
- deixando-se desanimar pela conduta contraditória desse ou daquele que escolheu por seu exemplo de vida;
- confessando-se decepcionado com a Doutrina, quando a Doutrina nada tem a ver com as tricas e futricas de alguns de seus adeptos...

Meu irmão, não perca mais tempo na sua atual encarnação do que aquele que, certamente, você já perdeu, deixando-se influenciar por quem, distraindo-se no percurso da existência, igualmente não deseja que você prossiga caminhando na direção da Luz!...

INÁCIO FERREIRA
Uberaba – MG, 9 de julho de 2012

15.7.12

DILIGENTE “PROTETOR”
A nossa irmã que partiu,
Afinal, venceu a prova,
Atravessando os umbrais
Da Vida que se renova.

Por enquanto, ainda dorme,
Como se pondo a sonhar,
Refazendo as energias
De que irá precisar.

Qual ocorre a muita gente,
Que tenha desencarnado,
Há um benfeitor com ela,
Velando atento ao seu lado...

Não é a nossa Domingas,
Tampouco Scheilla ou Meimei,
Ou ainda qualquer outro
Daqueles nomes que sei...

Fica num canto do quarto,
Feito alguém de prontidão,
Que logo o “morto” desperta
Não lhe desgruda da mão...

Vem a ser, em nossos passos,
Uma bênção de Jesus,
Por entre as sombras da morte,
Uma candeia de luz...

Este “protetor” fiel,
Que não nos falha ou desdoura,
Atende no Mais Além
Pelo nome de “vassoura”!...

Eurícledes  Formiga
(Página recebida pelo médium Carlos A. Baccelli, em reunião pública do Lar Espírita “Pedro e Paulo”, na cidade de Uberaba – MG)

14.7.12


Testemunho - 2
Onde está a obra do Pai?
- Esta pergunta é pertinente porque se Deus opera em nós temos que ver naturalmente os resultados. Quem sabe que Deus está com ele pode fazer prodígios, percebe o quanto de forças possui e não imagina que possuía. A obra de Deus opera em cada um de nós à medida que nos colocamos à disposição do Pai para que Ele faça o que seja necessário. Não vamos entender isso como um capricho divino, o que ocorre é que Deus possui um plano maior de vida para todos nós, então, utiliza das nossas potencialidades individuais para concretizar este desiderato.
O que Deus deseja de nós?
- A pergunta é pertinente porque envolve da nossa parte um esforço de compreensão. Devemos analisar o que se passa e dar um testemunho pessoal de confiança. Deixar que os fatos aconteçam nas nossas vidas e analisar o que eles querem nos mostrar. Sim, há ali um aprendizado a se obter, mas é necessário paciência para receber o recado divino em nós. Depois que descobrimos é lógico que fica mais fácil prosseguir, enquanto isto não ocorre, porém, deixemo-nos envolver nos desígnios do Pai. É confiar e seguir adiante.
Deus nos protege, bem sabemos, mas por que, muitas vezes, nos coloca em situação de perigo?
- O perigo em si não existe. Existe o nosso medo, a nossa desconfiança, o nosso receio. Deus sabe das nossas potencialidades, então nos testa. Se confiarmos Nele não veremos naquela situação um perigo, mas, tão somente, uma oportunidade de teste de nossa confiança Nele. Só isso. Confiar é a palavra chave para desvendar os mistérios de Deus nas nossas vidas.
Deus, então, brinca com cada um de nós?
- Não. Deus não se diverte com Seus filhos. Ele apenas sabe das nossas necessidades e, portanto, enxergando mais à frente, nos dá a possibilidade de enfrentamento de desafios que nos serão úteis para o nosso progresso individual. Tudo que Deus faz tem um propósito, nada é brincadeira, nada é inútil.
Devemos confiar, mas, às vezes, tudo parece sem lógica e que nunca vai acabar?
- É porque não demos a devida atenção ao que está nos acontecendo. Não procuramos entender qual foi o recado de Deus para nós. Enquanto não despertarmos para isso, o sofrimento baterá a nossa porta, mas quando verificamos a razão de ser de passarmos por aquele contexto de vida, tudo fará sentido e se dará uma conclusão mais rápida. O objetivo é aprender e evoluir. É isso que aprendo por aqui.
Uma última pergunta: o senhor confia em Deus, logicamente, mais não é desafio demais a superar? Por que tanta dificuldade na vida das pessoas?
- Quem disse que sofremos? Nós é que não entendemos direito o recado divino e passamos a encarar a situação que vivemos como um tormento, um martírio. No mais, é só confiar e aí vamos até gostar daquela situação toda e querer até mais. Tudo que Deus faz tem um sentido e é este propósito maior que embeleza o nosso viver.
Um abraço,
Helder Camara

13.7.12


Testemunho - 1
A vida nos proporciona oportunidades de dar testemunhos. São momentos ímpares que nos são ofertados para provarmos a nossa fé. É o nosso depoimento pessoal sobre as agruras da vida, o embate que nos vai testar se realmente somos capazes de prosseguir com determinação nas nossas lutas. Estamos falando de fé, somente quem possui fé pode dar testemunhos convincentes. Mas, para que servem os testemunhos?
Quando Deus nos criou sabia certamente que teríamos que passar por dificuldades na vida. Sabia que necessitaria nos testar para assumirmos responsabilidades maiores. Ele, então, criou situações no nosso dia a dia que pudessem verificar o quanto estávamos preparados para enfrentar novos desafios. Um desafio aqui outro acolá e, passo a passo, iríamos progredindo.
Estes desafios servem para nos testar, mas também para garantir que a obra do Pai em nós esteja perfeita. O ritmo destes testes diários modifica de pessoa a pessoa, porque uns aceitam mais facilmente, enquanto outros renegam a presença do Pai em suas vidas.
Os testes são variados. Para uns é dificuldade financeira. Para outros uma doença. Há outros que enfrentam dificuldades na família. Há aqueles que se sentem sós, isolados do mundo. Há uma infinidade de desafios, cada um de acordo com a necessidade evolutiva particular. São estes desafios que nos tornam mais fortes, mais corajosos, mais dispostos para a vida e mais confiantes também de que somos capazes. A fé inevitavelmente ajuda, mas a autoestima é fundamental. A determinação em superação, igualmente.
Penso que o Pai nos preparou para todos os embates da vida. Deu-nos as ferramentas necessárias para enfrentarmos a tudo e a todos, mas deixou que pudéssemos fazer a nossa parte. Sabendo disso, coloquemo-nos à disposição do Pai e aceitemos sem demora os desafios que nos chegar às mãos e com fé possamos dar o nosso testemunho pessoal.
No final, não haverá sofrimento. Enxergaremos aquela oportunidade como bendita. Agradeceremos ao Pai pelo conforto atual, mas nos tornaremos mais fortes diante de novos embates que aportarem a nossa alma.

Fiquem com Deus,
Helder Camara

9.7.12


CAMINHOS RETOS
"E Ele lhes disse: Lançai a rede para a banda direita do barco e achareis." - (JOÃO, capítulo 21, versículo 6.)

A vida deveria constituir, por parte de todos nós, rigorosa observância dos sagrados interesses de Deus.
Freqüentemente, porém, a criatura busca sobrepor-se aos desígnios divinos.
Estabelece-se, então, o desequilíbrio, porque ninguém enganará a Divina Lei. E o homem sofre, compulsoriamente, na tarefa de reparação.
Alguns companheiros desesperam-se no bom combate pela perfeição própria e lançam-se num verdadeiro inferno de sombras interiores. Queixam-se do destino, acusam a sabedoria criadora, gesticulam nos abismos da maldade, esquecendo o capricho e a imprevidência que os fizeram cair.
Jesus, no entanto, há quase vinte séculos, exclamou:
"Lançai a rede para a banda direita do barco e achareis."
Figuradamente, o espírito humano é um "pescador" dos valores evolutivos, na escola regeneradora da Terra. A posição de cada qual é o "barco". Em cada novo dia, o homem se levanta com a sua "rede" de interesses. Estaremos lançando a nossa "rede" para a "banda direita"?
Fundam-se nossos pensamentos e atos sobre a verdadeira justiça?
Convém consultar a vida interior, em esforço diário, porque o Cristo, nesse ensinamento, recomendava, de modo geral, aos seus discípulos: "Dedicai vossa atenção aos caminhos retos e achareis o necessário."
Livro: Caminho, Verdade e Vida -. Francisco C Xavier - Emmanuel

7.7.12

NOTÍCIAS DO DIA
Regresso a Terra e sigo pela rua
De uma grande cidade, e, sobre o chão,
Pego um jornal largado num lixão,
Lendo notícias ao clarão da lua:

“O progresso do homem se acentua...”
“Ninguém pode deter a Evolução...”
“Um mundo novo está em gestação...”
“O avanço da Ciência não recua...”

Entrementes, enquanto leio e penso,
A ver se do que leio eu me convenço,
Vem um mendigo e tira-me o jornal...

Tendo somente a noite por telheiro,
Faz dele miserável travesseiro,
E adormece com fome num quintal!...

Eurícledes Formiga
(Página recebida pelo médium Carlos A. Baccelli, em reunião pública do Lar Espírita “Pedro e Paulo”, na manhã de sábado do dia 30 de junho de 2012, em Uberaba – MG).

5.7.12


REENCARNAÇÃO NA BÍBLIA
A bíblia possui inúmeras assertivas acerca da reencarnação, como por exemplo aquela em que Jesus afirma ser João Batista a reencarnação do profeta Elias.
Todavia, o trecho abaixo transcrito do evangelho de São João, nos parece mais adequado ao estudo ora desenvolvido:
Ora, entre os fariseus, havia um homem chamado Nicodememos, senador dos judeus - que veio à noite ter com Jesus e lhe disse: "Mestre, sabemos que vieste da parte de Deus para nos instruir como um doutor, porquanto ninguém poderia fazer os milagres que fazes, se Deus não estivesse com ele."
Jesus lhe respondeu: "Em verdade, em verdade, digo-te: Ninguém pode ver o reino de Deus se não nascer de novo."
Disse-lhe Nicodemos: "Como pode nascer um homem já velho? Pode tornar a entrar no ventre de sua mãe, para nascer segunda vez?"
Retorquiu-lhe Jesus: "Em verdade, em verdade, digo-te: Se um homem não renasce da água e do Espírito, não pode entrar no reino de Deus. - O que é nascido da carne é carne e o que é nascido do Espírito é Espírito. - Não te admires de que eu te haja dito ser preciso que nasças de novo. - O Espírito sopra onde quer e ouves a sua voz, mas não sabes donde vem ele, nem para onde vai; o mesmo se dá com todo homem que é nascido do Espírito."
Respondeu-lhe Nicodemos: "Como pode isso fazer-se?" - Jesus lhe observou: 
"Pois quê! és mestre em Israel e ignoras estas coisas? Digo-te em verdade, em verdade, que não dizemos senão o que sabemos e que não damos testemunho, senão do que temos visto. Entretanto, não aceitas o nosso testemunho. - Mas, se não me credes, quando vos falo das coisas da Terra, como me crereis, quando vos fale das coisas do céu?" (S. JOÃO, cap. III, vv. 1 a 12).
Quando Jesus disse a Nicodemos que a carne procede da carne e o espírito procede do espírito, quis dizer que o corpo carnal nasce de um outro corpo carnal, como o filho que cresce no ventre de sua mãe, mas enfatizou que o espírito é imortal e a sua procedência é divina e nascerá em um novo corpo toda vez que houver necessidade de reparação, ajustamento ou evolução.

4.7.12


O Renato me mandou a gravação feita pelo Alamar Regis de uma reunião mediúnica em que o espírito Alfredo Bastos dialogando com os participantes esclareçe sobre a vida espiritual
 
Depois de proferida a prece e a leitura de uma página de um livro edificante, mais uma reunião mediúnica é realizada com a participação do nosso amigo Alfredo, sob a direção do Jarbas Silveira.

JARBAS – “Iniciamos os trabalhos da noite de hoje, rogando a Jesus a sua Paz e pedindo aos espíritos coordenadores das nossas atividades que nos assistam e nos inspirem à melhor produtividade nesta noite. Que os espíritos amigos se utilizem dos nossos médiuns, conforme o que estiver programado pela coordenadoria espiritual”.
ALFREDO BASTOS – “Boa Noite Jarbas, boa noite amigos presentes nesta noite. Imagino que alguns possam questionar a minha vinda, logo como primeiro a manifestar, sempre no início dos trabalhos, ultimamente; mas volto a dizer que estas minhas manifestações fazem parte de um projeto de trabalho estabelecido para este centro, pelos espíritos amigos da casa, nesta disposição de conversar livremente com vocês. Continuo a disposição porque creio que temos muito a conversar em vários trabalhos nesta casa ou em outro local onde isto for possível. 
Estou a disposição de vocês.”
FERNANDO – “Amigos, se vocês me permitem, eu gostaria de fazer a primeira pergunta ao Alfredo, dando continuidade a um questionamento que fiz, semana passada, querendo saber dele o porquê de não se falar de coisas que ele fala aqui, em outros centros espíritas.
Algo que você nos falou, Alfredo, e que nos sugere a lhe perguntar mais, é naquela sua colocação de que os espíritas estacionaram em Nosso Lar, não falaram mais sobre o Mundo Espiritual, a não ser nos outros livros das obras do mesmo André Luiz e também, mais recentemente naqueles livros editados pela Petit, que nos trazem espíritos falando sobre a mediunidade da Vera Lúcia Marinzeck. 
Eu fiquei com aquela informação que você passou, e que faz muito sentido, de que o Nosso Lar de hoje não é mais o mesmo relatado por André Luiz, assim como São Paulo não é hoje a mesma cidade que era na década de quarenta. 
Você poderia nos falar um pouco mais do Mundo Espiritual e relatar sobre algumas modificações do Nosso Lar neste espaço de tempo?”
ALFREDO – “Muito interessante a sua pergunta, Fernando, todavia, mais uma vez quero lembrar-lhes que o Mundo Espiritual não se resume a Nosso Lar. 
Instalou-se no movimento espírita a cultura de que o Nosso Lar é o Mundo Espiritual e a todo instante estamos vendo palestrantes falando dessa Colônia, repetidamente, inclusive em regiões do Brasil e do exterior que não têm a ver com ela.
Se algum encarnado aí dissesse que Guaratinguetá é a cidade, teria sentido?
Como, a cidade?
Guaratinguetá é uma cidade brasileira, como milhares de outras, que é conhecida apenas por alguns brasileiros e não por todos os brasileiros.
Da mesma forma é Nosso Lar, no mundo espiritual, apenas uma colônia, e vocês precisam se adaptar a esta realidade. Chegou a época de uma nova conceituação e nova visão do que seja o mundo espiritual nas incalculáveis dimensões, além do Planeta Terra, além do Sistema Solar e além da Via Láctea, quando espíritas estão resumindo tudo a uma pequena região localizada em parte do Estado do Rio de Janeiro”.
Sei que serei considerado um espírito pseudo-sábio e até obsessor por vários espíritas que não admitirão desencarnar e não encontrar Lísias, Dona Laura, Clarêncio e as mesmas pessoas que o André Luiz encontrou, mas não posso omitir a disposição de convidar os espíritas e entender que o Mundo Espiritual é infinitamente maior do que isto.”
LOURDES – “Estamos entendendo, Alfredo, mas me satisfaça mais uma curiosidade: Você está falando em Nosso Lar, mas você conhece Nosso Lar? Você já viveu lá?”
ALFREDO – “Não conheço Nosso Lar, Lourdes, assim como, quando encarnado, não tive oportunidade de conhecer Cuiabá, Porto Velho, Teresina, João Pessoa, Maceió e várias cidades brasileiras, assim como não conheço milhares de colônias fora da região brasileira e também não conheço as inúmeras que existem fora da Terra.”
NEUZINHA – “Mas Alfredo, não dizem que os espíritos podem volitar, podem se deslocar com a velocidade do pensamento e influenciarem em nossas vidas muito mais do que imaginamos?”
ALFREDO – “Muitos espíritas mantém uma idéia de que toda pessoa, depois que desencarna, vira super-homem desencarnado. Lembram daquelas historinhas e dos filmes que mostram o super-homem voando e até parando o movimento de rotação da Terra? Será que é daquele jeito que imaginam todos os desencarnados?
É verdade que os espíritos podem influenciar na vida dos homens muito mais do que eles podem imaginar, mas daí a imaginar que tenham super poderes há uma distância grande.
Um espírito como o Dr. Bezerra de Menezes, por exemplo, pode agora influenciar um médium que esteja em Porto Alegre, no Rio Grande do Sul, deixar uma mensagem sua gravada no seu cérebro, para que depois ele descarregue através da psicografia ou da psicofonia e imediatamente deslocar-se até Manaus, para deixar outra mensagem através de outro médium, de lá ir até João Pessoa para fazer a mesma coisa. Mas não são todo os espíritos que podem fazer isto.
Conforme lhes disse, há espíritos que se protegem da chuva, há espíritos que só conseguem entrar na sua casa depois que a porta abre e estas limitações persistem até que eles vão tomando consciência das suas novas condições.
Lembrem-se sempre de que o mundo espiritual é de aprendizado constante.” 
CLÓVIS – “E a questão da comunicação pelo pensamento, Alfredo? Nos é ensinado que os espíritos não precisam mais falar para se comunicar com os outros.”
ALFREDO – “Também não é bem assim. No mundo espiritual não se torna necessária a comunicação verbal, mas, repito, nem todos os espíritos que aqui chegam têm esta consciência e nem sabem como isto se processa.
Vale lembrar que no mundo encarnado também tem muitas pessoas que se comunicam pela telepatia, naturalmente. É questão de exercício.
No mundo espiritual também há necessidade de exercícios, para tudo.
Há pessoas preguiçosas no universo encarnado? Há também preguiçosos no desencarnado.
Da mesma forma que há acomodados, indiferentes, estacionados, pessimistas e conformados em ambos os lados. Do lado de cá tem gente que morre de medo de morrer.”
JARBAS – “Alfredo. Sabemos que os obsessores conduzem as pessoas obsedadas a praticarem o mal para os outros e para elas mesmas e entendemos que, para isto, eles transmitem as suas idéias e não precisam falar, porque não são ouvidas.”
ALFREDO – “Elas transmitem, sim, as suas idéias, mas também falam ao ouvido das pessoas. Não provocam a vibração do tímpano, mas a vibração da mensagem chega ao cérebro, pelas suas freqüências que, se coincidirem com a freqüência da pessoa, influenciam mesmo negativamente.”
JARBAS – “Ou positivamente também, não é?”
ALFREDO – “Não, neste caso é só negativamente, porque quem influencia positivamente são os espíritos amigos, os bons, e esses não precisam se aproximar do ouvido de ninguém para transmitir idéias, já que sabem como fazer de mente para mente, e assim o fazem”.
JULIO – “Alfredo, você poderia explicar melhor esse negócio de espírito desencarnado falar ao ouvido de pessoas encarnadas? Eu tenho certa dificuldade de entender isto, pois pelo que sei todos os espíritos exercem as suas influências de mente para mente”.
ALFREDO – “Todos não, apenas aqueles que sabem que podem fazer assim. Quando o espírito embrutecido aprende que assim pode ser feito, assim ele faz, mas, conforme eu lhes disse, o mundo espiritual é também mundo de aprendizado constante e todos estão em busca de novos conhecimentos.
Quem trabalha em mediúnicas sabe que muitos espíritos nem sabem que morreram, só vêm a saber disto na mediúnica, não é verdade? 
Os que estão ainda em perispíritos mais densos, estão em corpos quase que materiais, e por isto têm mais necessidade de atitudes materiais.
Vocês já devem ter visto muitos casos de pessoas que, repentinamente, se assustam e dizem que parece que alguém disse alguma coisa para elas e até perguntam se foi você quem lhe disse ou perguntou alguma coisa. 
- Mãe, a senhora me chamou?
- Não, minha filha, eu não chamei.
Quantas e quantas vezes vocês já não ouviram isto.
Você diz que não foi você e ela simplesmente deixa pra lá, achando que simplesmente foi uma impressão e que nada aconteceu.
O homem precisa prestar mais atenção nas coisas que acontecem consigo, assim como nos seus sonhos e em tudo o que, em princípio, parece-lhe que não foi nada.”
NEUZINHA – “Alfredo, fale pra nós como é viver num mundo de Justiça Plena, onde não há maldade, não há gente enganando ninguém, porque aí prevalece a Justiça de Deus”.
ALFREDO – “Neuzinha, é um equívoco também achar que o mundo espiritual é um mundo de Justiça Plena, como você afirma. 
É muito comum alguém aí dizer que uma pessoa que morreu foi encontrar-se com Jesus, foi estar ao lado de Deus ou de Maria. Quanta ingenuidade, quanta desinformação.
Será que vocês que estão aí, acham que eu, por estar desencarnado, vivo encontrando-me com Jesus, com Maria e com os espíritos mais evoluídos? Ledo engano, Jesus está, sim, no mundo Espiritual, mas isto não quer dizer que todo mundo que está no mundo espiritual esteja na dimensão que ele está. 
Vocês se lembram que no relato de André Luiz, consta que a sua mãe baixou para encontrar-se com ele?
Baixou de onde? Só pode ter sido de algum outro plano superior àquela colônia, que ele identificou como Nosso Lar.
Então, entendam que existem vários planos no mundo espiritual, ou seja, inúmeras dimensões e os espíritos vêm fazendo esforços para ensinar isto a vocês, apesar das resistências e das intolerâncias do meio espírita.”
JARBAS – “Se você fala em diversas dimensões, dá-nos a entender que então os espíritos mudam de dimensões, são transferidos de dimensões. É isto?”
ALFREDO – “É exatamente isto. Vocês acham que Voltaire, caso não esteja encarnado, esteja exatamente no mesmo plano que eu?
Eu iria adorar saber onde vive a Joanna de Ângelis, por exemplo, e tentar deslocar-me até lá, já que consegui aprender como se deslocar a longas distâncias rapidamente. Teria muito prazer em vê-la e em aprender um pouco mais com ela que, certamente, deve pertencer a algum centro educacional onde ela vive, já que é uma educadora por excelência.
A transmigração de espíritos de um plano para outro é algo tão grande e tão complexo que está muito além da compreensão de vocês. Por enquanto vocês só sabem alguma coisa acerca da reencarnação, que é um desses processos, já que retornar ao mundo encarnado, do plano de vocês, torna-se necessário adquirir um novo corpo de carne, por isto que se chama reencarnação.
Apenas para vocês terem uma leve noção: Suponhamos que em uma dessas dimensões o renascimento de espíritos ocorre em um corpo de plástico. Aí não seria reencarnação, seria replastificação. Entenderam?
É óbvio que o plástico não é mais matéria no mundo espiritual, mas para que o exemplo seja bem entendido, preferi utilizá-lo como exemplo, por ser uma matéria que todo terreno conhece.”
JARBAS – “Allan Kardec não fala sobre isto, Alfredo”
ALFREDO – “Você já imaginou o tamanho da biblioteca que seria necessária para compor as obras básicas do Espiritismo se os espíritos dissessem tudo a Kardec, naquele tempo? 
Se a humanidade não entende, ainda, o Espiritismo com a resumida obra que lhes é disponiblizada, se os próprios espíritas, em maioria, não conhecem ainda essa obra do porte que é, o que aconteceria se os espíritos avançassem e ensinassem mais no tempo de Kardec?
Imaginem o livro dos espíritos com o dobro de páginas que tem hoje.
Simplesmente o Espiritismo não existiria na Terra.”
LOURDES – “Por que os espíritos nivelam por baixo? Será que eles não sabem que aqui tem também muitas pessoas que tem a visão da necessidade de aprender mais e de avançar mais no entendimento da realidade espiritual?”
ALFREDO – “É exatamente o que as coordenações de novas revelações vêm tentando fazer agora, designando vários espíritos para se comunicarem com as pessoas de forma natural, diálogos informais, à vontade, sem impor nada, sem colocar nada como verdades, apenas deixando que vocês raciocinem e tirem as conclusões com as suas próprias cabeças.
Mas não está fácil. Os próprios espíritas, aqueles que mais deveriam estar abertos ao diálogo com os espíritos, reagem a qualquer informação nova que possa surgir e vocês estão vendo essas reações acontecerem a todo instante.”
CLÓVIS – “Entendo perfeitamente o que você está dizendo, Alfredo, e até acho que todo mundo aqui está entendendo. 
Mas há uma coisa que você disse aí, que me convida a tirar mais uma dúvida contigo:
Você disse que adoraria saber onde vive a Joanna de Ângelis, para ir lá, para vê-la e tentar aprender um pouco mais com ela. Você não tem condições de se deslocar a lugares onde estejam espíritos como a Joanna? Ela não poderia falar com você?”
ALFREDO – “Repito que as dimensões são diversas, o nível perispiritual dos corpos que os espíritos usam são diferentes também e nem todos os que vivem em um plano tem condições de ver espíritos que vivem em outros.
Da mesma forma que nem todo encarnado consegue ver espíritos desencarnados, possibilidade facultada apenas aos médiuns videntes, no plano em que vivo também nem todos conseguem ver espíritos que vivem em planos superiores.”
NEUZINHA – “Mas Divaldo consegue ver Joanna de Ângelis por aqui, estar em constante contato com ela e nos traz os obras produzidas por ela. O nosso mundo é bem material e grosseiro. Como pode isto?”
ALFREDO – “Divaldo é um dos médiuns especiais, como vários outros no plano de vocês, e espíritos como Joanna conseguem comunicar-se com facilidade com eles. Mas tem gente no mundo em que vivo que não consegue ver um espírito desse nível”.
JARBAS – “Ih, Alfredo, explique isso aí direito. Como é esse negócio de médiuns especiais e como é esse negócio de espíritos desencarnados que não conseguem ver outros desencarnados, que podem ser vistos por encarnados?”
ALFREDO – “Jarbas, é aquele negócio de encarnados acharem que todo mundo que desencarna vai estar junto de Jesus. É preciso entender que o fato do mundo espiritual ser espiritual não quer dizer que todos os seres que vivem nele sejam superiores e tenham mais poderes que os encarnados. Vocês sabem disto, ao conviverem com inúmeros espíritos sofredores nas mediúnicas e com os próprios que são chamados obsessores.
 Quando lhes falei em médiuns especiais, falei da diversidade enorme de nível de médiuns que existe na Terra e vocês sabem que existem médiuns com potencialidades variáveis.
O termo especial que utilizei em relação a Divaldo não tem a ver com a fama adquirida por ele e sim com a sua dedicação à causa espírita, à seriedade e ao amor com que ele conduz o compromisso espírita, assim como vários outros médiuns de centros espíritas, que se acham simples, pessoas não conhecidas fora dos centros onde trabalham.
Vários médiuns podem ver a Joanna, assim como ao Dr. Bezerra, e podem até trabalhar com eles, todavia a concepção que têm sobre a humildade, que entenderam equivocadamente, os levam a não acreditar que isto seja possível.
Torna-se necessário que os espíritas deixem os médiuns em paz, encerrem qualquer tipo de pratrulhamento, pressões e cobranças, para que eles se desenvolvam mais.
Vejamos o exemplo daqui: A amiga Regina, diante dos fatos ocorridos nesta casa, travou-se, vive na defensiva com medo de aparecer um outro Alfredo para complicar a sua vida e não se disponibiliza ao trabalho o quanto poderia, tornando ocioso o potencial que tem.
É lamentável que ainda existam médiuns que vivem amedrontados, dentro das próprias casas espíritas, com medo de espíritas.
Antigamente os médiuns morriam de medo era da polícia, que era acionada pelos padres, para prendê-los, hoje morrem de medo dos próprios espíritas.”
REGINA – “É verdade, Alfredo, é verdade meus irmãos. Tudo o que ele disse é verdade. Eu quero dar tudo de mim, mas não consigo mesmo ficar a vontade, relaxar e concentrar o quanto deveria. Se bem que eu gostaria.”
LOURDES – “É chato a gente ter que admitir, mas eu tenho conversado com a Regina e tenho visto como ela está”.
NEUZINHA – “O que a gente deve fazer para mudar este quadro, Alfredo?”
ALFREDO – “O que vocês já estão fazendo. Esta disposição de falarem com um desencarnado como vocês estão fazendo é um bom princípio e comecem a se preparar, porque outros espíritos amigos virão aqui, já que o ambiente está propício a tal, para, também, conversarem como vimos conversando.
É até bom e muito recomendável que vocês conversem com outros espíritos, troquem idéias com eles, fiquem a vontade com eles, como estão comigo, para não formarem conceitos com base apenas no que diz um espírito só. A doutrina nos recomenda isto.
Pensem inclusive na hipótese de outro espírito discordar de algo que eu já tenha dito a vocês. E se isto acontecer, não achem estranho, questionem, raciocinem, levem os dois pontos de vistas ao crivo da razão, sem esquecer que Kardec deve ser sempre a base.”
CLOVIS – “Alfredo. Percebemos o cuidado que você sempre tem, desde o primeiro dia que aqui veio, alertando-nos sempre que Kardec é a base, que devemos sempre nos orientar por Kardec, o que concordamos e não pode ser de outra maneira, em se falando de Espiritismo.
Mas e quando surgem informações que não constam ainda em Kardec, o que vamos fazer? Que tipo de farol o espírita deve se mirar, se não for em Kardec?”
ALFREDO – “A melhor maneira que o espírita tem para estar com Kardec é não deixar o Espiritismo estacionado e congelado. 
Estar com Kardec não é entender que toda a realidade da vida encontra-se encerrada nas suas páginas, posto que ele nunca se outorgou a chancela de possuidor da verdade absoluta e inquestionável.
O critério que o espírita não deve abrir mão é o de levar todos os questionamentos ao crivo da razão, da lógica, do bom senso, da moralidade e da ética, em condições de encarar a razão em todas as épocas da humanidade.
Faça ao seu próximo o que gostaria que fizessem a você e não faça o que não quer que lhe façam, aí está a máxima moral.
Para encerrarmos nossa conversa da noite de hoje só mais uma observação:
Para poder dizer que está com Kardec é fundamental e indispensável conhecê-lo integralmente, e isto só é possível com o estudo criterioso de todas as suas obras. Repito: estudo criterioso de em todas as obras. 
Boa noite a todos.”
E assim foi encerrada, mais uma vez, a sua participação na noite. Alguns espíritos outros vieram, inclusive através da Regina, na mesma noite, confirmaram o de acordo com o trabalho que o Alfredo vem fazendo e deixaram claro não ser interessante, no momento, que outros viessem trazendo o mesmo volume de informações, a fim de não saturar as cabeças dos participantes, pois que as dosagens semanais trazidas pelo Alfredo já eram suficientes para que as cabeças dos amigos pensassem durante a semana.
O detalhe interessante é que todo mundo passou a comprar a “Revista Espírita”, de Allan Kardec, para estudar. Quem pode comprar a coleção completa comprou, mas a maioria começou a comprar pelo primeiro livro e ir comprando na medida em que o estudo avança.
Já tem gente que diz começar a perceber que o Allan Kardec da Revista Espírita é diferente daquela formatação que dão a ele enquanto Codificador da Doutrina.
Eu já digo que a partir da Revista de 1862 você consegue perceber mais esta diferença, nitidamente, quando ele vai ficando mais experiente, depois de mais contatos com os espíritos, o que é natural em todo mundo que se dispõe a fazer mais Espiritismo com espíritos.
Fica aí, então, mais este material para a sua leitura.
Abração
Alamar Régis Carvalho