31.8.19

Independência e Vida


Levanta-te, Brasil, põe-te de pé,
Brada, outra vez, a tua independência,
Sem aceitar, das trevas, ingerência,
Sobre a Amazônia rica tal qual é...

Não deixes que, de ti, façam banzé,
Como outrora fizeram, sem clemência,
Intentando levar-te à decadência,
Em que o mundo se vê, falto de fé...

Que a tua voz ecoe sobranceira,
Vigiando os limites da fronteira,
Em que o Cristo fincou a sua cruz...

Defende, sim, perante o mundo velho,
O teu futuro, ó Pátria do Evangelho,
Fiel ao teu destino, que é de luz!...

Pedro  D’Alcântara – Blog Espíritismo em Prosa e Verso
(Página recebida pelo médium Carlos A. Baccelli, em reunião pública do Lar Espírita “Pedro e Paulo”, na manhã de sábado do dia 24 de agosto, de 2019, em Uberaba – MG)

30.8.19

Quem foi o Espírito de Verdade?

    Um novo livro acaba de aparecer (O Evangelho Segundo o Espiritismo). É uma luz mais brilhante que vem clarear a vossa marcha. Há dezoito séculos vim, por ordem de meu Pai, trazer a palavra de Deus aos homens de vontade. Essa palavra foi esquecida pela maioria, e a incredulidade, o materialismo vieram abafar o bom grão que eu tinha depositado em vossa Terra. Hoje, por ordem do Eterno, os bons Espíritos, seus mensageiros, vêm a todos os pontos da Terra fazer ouvir a trombeta retumbante. Escutai suas vozes; elas são destinadas a mostrar-vos o caminho que conduz aos pés do Pai celeste. Sede dóceis aos seus ensinamentos; os tempos preditos são chegados; todas as profecias serão cumpridas.
    Pelos frutos se reconhece a árvore. Vede quais são os frutos do Espiritismo: casais onde a discórdia tinha substituído a harmonia voltaram à paz e à felicidade; homens que sucumbiam ao peso de suas aflições, despertados pelos acordes melodiosos das vozes de além-túmulo, compreenderam que seguiam por um caminho errado e, envergonhados de suas fraquezas, arrependeram-se e pediram ao Senhor a força para suportar suas provações.
    Provas e expiações, eis a condição do homem na Terra. Expiação do passado, provas para fortalecê-lo contra a tentação; para desenvolver o Espírito pela atividade da luta; para habituá-lo a dominar a matéria e prepará-lo para os prazeres puros que o esperam no mundo dos Espíritos.
    Há várias moradas na casa de meu Pai, disse-lhes eu há dezoito séculos. Estas palavras, o Espiritismo veio fazê-las compreendidas. E vós, meus bem-amados, trabalhadores que suportais o calor do dia, que credes ter que vos lamentar da injustiça da sorte, bendizei vossos sofrimentos; agradecei a Deus, que vos dá meios de resgatar as dívidas do passado; orai, não com os lábios, mas com o coração melhorado, para vir ocupar melhor lugar na casa de meu Pai, porque os grandes serão humilhados, mas, como sabeis, os pequenos e os humildes serão exaltados.

O Espírito de Verdade
Revista Espírita 1864 » Dezembro » Comunicação espírita - A propósito da imitação do Evangelho (nome do livro modificado para: O Evangelho Segundo o Espiritismo).
(BORDEAUX, MAIO DE 1864. GRUPO DE S. JOÃO)
(MÉDIUM: SR. RUL.)

OBSERVAÇÃO de Allan Kardec: Sabe-se que assumimos menos responsabilidade pelos nomes quando pertencem a seres mais elevados. Não garantimos mais essas assinaturas do que muitas outras, limitando-nos a entregar tal comunicação à apreciação de cada espírita esclarecido. Contudo. diremos que não é possível desconhecer nela a elevação do pensamento, a nobreza e a simplicidade das expressões, a sobriedade da linguagem, a ausência de superfluidade. Se ela for comparada com as que foram inseridas na Imitação do Evangelho (prefácio e Cap. III: O Cristo Consolador), e que levam a mesma assinatura, posto obtidas por médiuns diferentes e em épocas diversas, nota-se entre elas uma analogia marcante de tom, de estilo e de pensamentos, que acusa uma origem única. De nossa parte, dizemos que pode ser do Espírito de Verdade, porque é digna dele, ao passo que temos visto muitas assinadas por este nome venerado ou o de Jesus, cuja prolixidade, verbiagem, vulgaridade, por vezes mesmo a trivialidade das ideias, traem a origem apócrifa aos olhos dos menos clarividentes. Só uma fascinação completa pode explicar a cegueira dos que se deixam apanhar, se não também o orgulho de julgar-se infalível e intérprete privilegiado dos puros Espíritos, orgulho sempre punido, mais cedo ou mais tarde, pelas decepções, pelas mistificações ridículas e por desgraças reais nesta vida. À vista desses nomes venerados, o primeiro sentimento do médium modesto é o de dúvida, porque ele não se julga digno de tal favor.

29.8.19

Novas Utopias

Lançado no mercado cultural um livro mediúnico trazendo as reflexões de um padre depois da morte, atribuído, justamente, ao Espírito Dom Helder Câmara, bispo católico, arcebispo emérito de Olinda e Recife, desencarnado no dia 28 de agosto de 1999 em Recife, Pernambuco.
O livro psicografado pelo médium Carlos Pereira, da Sociedade Espírita Ermance Dufaux, de Belo Horizonte, causou muita surpresa no meio espírita e grande polêmica entre os católicos. O que causou mais espanto entre todos foi a participação de Marcelo Barros, monge beneditino e teólogo, que durante nove anos foi secretário de Dom Helder Câmara, para a relação ecumênica com as igrejas cristãs e as outras religiões. Marcelo Barros secretariou Dom Helder Câmara no período de 1966 a 1975 e tem 30 livros publicados.
Ao prefaciar o livro Novas Utopias, do Espírito Dom Helder, reconhecendo a autenticidade do comunicante, pela originalidade de suas ideias e, também, pela linguagem, é como se a Igreja Católica viesse a público reconhecer o erro no qual incorreu muitas vezes, ao negar a veracidade do fenômeno da comunicação entre vivos e mortos, e desse ao livro de Carlos Pereira, toda a fé necessária como o Imprimatur do Vaticano. É importante destacar, ainda, que os direitos autorais do livro foram divididos em partes iguais, na doação feita pelo médium, à Sociedade Espírita Ermance Dufaux e ao Instituto Dom Helder Câmara, de Recife, o que, aliás, foi aceito pela instituição católica, sem nenhum constrangimento.
No prefácio do livro aparece também o aval do filósofo e teólogo Inácio Strieder e a opinião favorável da historiadora e pesquisadora Jordana Gonçalves Leão, ambos ligados a Igreja Católica. Conforme eles mesmos disseram, essa obra talvez não seja uma produção direcionada aos espíritas, que já convivem com o fenômeno da comunicação, desde a codificação do Espiritismo; mas, para uma grandiosa parcela da população dentro da militância católica, que é chamada a conhecer a verdade espiritual, porque "os tempos são chegados"; estes ensinamentos pertencem à natureza e,consequentemente, a todos os filhos de Deus.
A verdade espiritual não é propriedade dos espíritas ou de outros que professam estes ensinamentos e, talvez, porque, tenha chegado o momento da Igreja Católica admitir, publicamente, a existência espiritual, a vida depois da morte e a comunicação entre os dois mundos.
Na entrevista com Dom Helder Câmara, realizada pelos editores, o Espírito comunicante respondeu as seguintes perguntas sobre a vida espiritual:
Dom Helder, mesmo na vida espiritual, o senhor se sente um padre?
Não poderia deixar de me sentir padre, porque minha alma, mesmo antes de voltar, já se sentia padre. Ao deixar a existência no corpo físico, continuo como padre porque penso e ajo como padre. Minha convicção à Igreja Católica permanece a mesma, ampliada, é claro, com os ensinamentos que aqui recebo, mas continuo firme junto aos meus irmãos de Clero a contribuir, naquilo que  me seja possível, para o bem da humanidade.
Do outro lado da vida o senhor tem alguma facilidade a mais para realizar seu trabalho e exprimir seu pensamento, ou ainda encontra muitas barreiras com o preconceito religioso?
Encontramos muitas barreiras. As pessoas que estão do lado de cá reproduzem o que existe na Terra. Os mesmos agrupamentos que se formam aqui se reproduzem na Terra. Nós temos as mesmas dificuldades de relacionamento, porque os pensamentos continuam firmados, cristalizados em determinados pontos que não levam a nada. Mas, a grande diferença é que por estarmos com a vestimenta do espírito, tendo uma consciência mais ampliada das coisas podemos dirigir os nossos pensamentos de outra maneira e assim influenciar aqueles que estão na Terra e que vibram na mesma sintonia.
Como o senhor está auxiliando nossa sociedade na condição de desencarnado?
Do mesmo jeito. Nós temos as mesmas preocupações com aqueles que passam fome, que estão nos hospitais, que são injustiçados pelo sistema que subtrai liberdades, enriquece a poucos e colocam na pobreza e na miséria muitos; todos aqueles desvalidos pela sorte. Nós juntamos a todos que pensam semelhantemente a nós, em tarefas enobrecedoras, tentando colaborar para o melhoramento da humanidade.
Como é sua rotina de trabalho?
A minha rotina de trabalho é, mais ou menos, a mesma. Levanto-me, porque aqui também se descansa um pouco, e vamos desenvolver atividades para as quais nos colocamos à disposição. Há grupos que trabalham e que são organizados para o meio católico, para aqueles que precisam de alguma colaboração. Dividimo-nos em grupos e me enquadro em algumas atividades que faço com muito prazer.
Qual foi a sua maior tristeza depois de desencarnado? E qual foi a sua maior alegria?
Eu já tinha a convicção de que estaria no seio do Senhor e que não deixaria de existir. Poder reencontrar os amigos, os parentes, aqueles aos quais devotamos o máximo de nosso apreço e consideração e continuar a trabalhar, é uma grande alegria. A alegria do trabalho para o Nosso Senhor Jesus Cristo.
O senhor, depois de desencarnado, tem estado com freqüência nos Centros Espíritas?
Não. Os lugares mais comuns que visito no plano físico são os hospitais; as casas de saúde; são lugares onde o sofrimento humano se faz presente. Naturalmente vou à igreja, a conventos, a seminários, reencontro com amigos, principalmente em sonhos, mas minha permanência mais freqüente não é na casa espírita.
O senhor já era reencarnacionista antes de morrer?
Nunca fui reencarnacionista, diga-se de passagem. Não tenho sobre este ponto um trabalho mais desenvolvido porque esse é um assunto delicado, tanto é que o pontuei bem pouco no livro. O que posso dizer é que Deus age conforme a sua sabedoria sobre as nossas vidas e que o nosso grande objetivo é buscarmos a felicidade mediante a prática do amor. Se for preciso voltar a ter novas experiências, isso será um processo natural.
Mediunidade - Qual é o seu objetivo em escrever mediunicamente?
Mudar, ou pelo menos contribuir para mudar, a visão que as pessoas têm da vida, para que elas percebam que continuamos a existir e que essa nova visão possa mudar profundamente a nossa maneira de viver. Qual foi a sensação com a experiência da escrita mediúnica?
Minha tentativa de adaptação a essa nova forma de escrever foi muito interessante, porque, de início, não sabia exatamente como me adaptar ao médium para poder escrever. É necessário que haja uma aproximação muito grande entre o pensamento que nós temos com o pensamento do médium. É esse o grande de todos nós porque o médium precisa expressar aquilo que estamos intuindo a ele. No início foi difícil, mas aos poucos começamos a criar uma mesma forma de expressão e de pensamento, aí as coisas melhoraram. Outros (médiuns) pelos quais tento me comunicar enfrentam problemas semelhantes.
Foi uma surpresa saber que poderia se comunicar pela escrita mediúnica?
Não. Porque eu já sabia que muitas pessoas portadoras da mediunidade faziam isso. Eu apenas não me especializei, não procurei mais detalhes, deixei isso para depois, quando houvesse tempo e oportunidade.
Imaginamos que haja outros padres que também queiram escrever mediunicamente, relatarem suas impressões da vida espiritual. Por que Dom Helder é quem está escrevendo?
Porque eu pedi. Via-me com a necessidade de expressar aos meus irmãos da Terra que a vida continua e que não paramos simplesmente quando nos colocam dentro de um caixão e nos dizem "acabou-se". Eu já pensava que continuaria a existir, sabia que haveria algo depois da vida física. Falei isso muitas vezes. Então, senti a necessidade de me expressar por um médium quando estivesse em condições e me fossem dadas as possibilidades. É isto que eu estou fazendo.
Outros padres, então, querem escrever mediunicamente em nosso País?
Sim. E não poucos. São muitos aqueles que querem usar a pena mediúnica para poder expressar a sobrevivência após a vida física. Não o fazem por puro preconceito de serem ridicularizados, de não serem aceitos, e resguardam as suas sensibilidades espirituais para não serem colocados numa situação de desconforto. Muitos padres, cardeais até, sentem a proteção espiritual nas suas reflexões, nas suas prédicas, que acreditam ser o Espírito Santo, que na verdade são os irmãos que têm com eles algum tipo de apreço e colaboram nas suas atividades.
Como o senhor se sentiu em interação com o médium Carlos Pereira?
Muito à vontade, pois havia afinidade, e porque ele se colocou à disposição para o trabalho. No princípio foi difícil juntar-me a ele por conta de seus interesses e de seu trabalho. Quando acertamos a forma de atuar, foi muito fácil, até porque, num outro momento, ele começou a pesquisar sobre a minha última vida física. Então ficou mais fácil transmitir-lhe as informações que fizeram o livro.
O senhor acredita que a Igreja Católica irá aceitar suas palavras pela mediunidade?
Não tenho esta pretensão. Sabemos que tudo vai evoluir e que um dia, inevitavelmente, todos aceitarão a imortalidade com naturalidade, mas é demais imaginar que um livro possa revolucionar o pensamento da nossa Igreja. Acho que teremos críticas, veementes até, mas outros mais sensíveis admitirão as comunicações. Este é o nosso propósito.
É verdade que o senhor já tinha alguns pensamentos espíritas quando na vida física?
Eu não diria espírita; diria espiritualista, pois a nossa Igreja, por si só, já prega a sobrevivência após a morte. Logo, fazermos contato com o plano físico depois da morte seria uma conseqüência natural. Pensamentos espíritas não eram, porque não sou espírita. Sem nenhum tipo de constrangimento em ter negado alguns pensamentos espíritas, digo que cheguei a ter, de vez em quando, experiências íntimas espirituais.
Igreja - Há as mesmas hierarquias no mundo espiritual?
Não exatamente, mas nós reconhecemos os nossos irmãos que tiveram responsabilidades maiores e que notoriamente tem um grau evolutivo moral muito grande. Seres do lado de cá se reconhecem rapidamente pela sua hombridade, pela sua lucidez, pela sua moralidade. Não quero dizer que na Terra isto não ocorra, mas do lado de cá da vida isto é tudo mais transparente; nós captamos a realidade com mais intensidade. Autoridade aqui não se faz somente com um cargo transitório que se teve na vida terrena, mas, sobretudo, pelo avanço moral.
Qual seu pensamento sobre o papado na atualidade?
Muito controverso esse assunto. Estar na cadeira de Pedro, representando o pensamento maior de Nosso Senhor Jesus Cristo, é uma responsabilidade enorme para qualquer ser humano. Então fica muito fácil, para nós que estamos de fora, atribuirmos para quem está ali sentado, algum tipo de consideração. Não é fácil. Quem está ali tem inúmeras responsabilidades, não apenas materiais, mas descobri que as espirituais ainda em maior grau. Eu posso ter uma visão ideológica de como poderia ser a organização da Igreja; defendi isso durante minha vida. Mas tenho que admitir, embora acredite nesta visão ideal da Santa Igreja, que as transformações pelas quais devemos passar merecem cuidado, porque não podemos dar sobressaltos na evolução. Queira Deus que o atual Papa Ratzinger (Bento XVI) possa ter a lucidez necessária para poder conduzir a Igreja ao destino que ela merece.
O senhor teria alguma sugestão a fazer para que a Igreja cumpra seu papel?
Não preciso dizer mais nada. O que disse em vida física, reforço. Quero apenas dizer que quando estamos do lado de cá da vida, possuímos uma visão mais ampliada das coisas. Determinados posicionamentos que tomamos, podem não estar em seu melhor momento de implantação, principalmente por uma conjuntura de fatores que daqui percebemos. Isto não quer dizer que não devamos ter como referência os nossos principais ideais e, sempre que possível, colocá-los em prática.
Espíritas no futuro?
Não tenho a menor dúvida. Não pertencem estes ensinamentos a nossa Igreja, ou de outros que professam estes ensinamentos espirituais. Portanto, mais cedo ou mais tarde, a nossa Igreja terá que admitir a existência espiritual, a vida depois da morte, a comunicação entre os dois mundos e todos os outros princípios que naturalmente decorrem da vida espiritual.
Quais são os nomes mais conhecidos da Igreja que estão cooperando com o progresso do Brasil no mundo espiritual?
Enumerá-los seria uma injustiça, pois há base em todas as localidades. Então, dizer um nome ou outro seria uma referência pontual porque há muitos, que são poucos conhecidos, mas que desenvolvem do lado de cá da vida um trabalho fenomenal e nós nos engajamos nestas iniciativas de amor ao próximo.
Amor - Que mensagem o senhor daria especificamente aos católicos agora, depois da morte?
Que amem, amem muito, porque somente através do amor vai ser possível trazer um pouco mais de tranqüilidade à alma. Se nós não tentarmos amar do fundo dos nossos corações, tudo se transformará numa angústia profunda. O amor, conforme nos ensinou o Nosso Senhor Jesus Cristo, é a grande mola salvadora da humanidade.
Que mensagem o senhor deixaria para nós espíritas?
Que amem também, porque não há divisão entre espíritas e católicos ou qualquer outra crença no seio do Senhor. Não há. Essa divisão é feita por nós não pelo Criador. São aceitáveis porque demonstram diferenças de pontos de vista, no entanto, a convergência é única, aqui simbolizada pela prática do amor, pois devemos unir os nossos esforços.
Que mensagem o senhor deixaria para os religiosos de uma maneira geral?
Que amem. Não há outra mensagem senão a mensagem do amor Ela é a única e principal mensagem que se pode deixar. "

Livro: Novas Utopias
Autor: Dom Helder Câmara (espírito)
Carlos Pereira (médium)
Editora: Dufaux

28.8.19

CONTINUIDADE DA TUTELA


Questão 510 do Livro dos Espíritos

Um pai desencarnado não pode ser um protetor do filho, porque esse ao nascer já tem o seu guia espiritual, contudo, pode ser auxiliar, recebendo ordens de ajudar ao protetor do mesmo, desde quando não se exceda pelos impulsos de amor à família. Quase todas as mães, quando desencarnam, são retiradas para colônias e escolas onde deverão aprender a cultivar o amor universal, para não verem somente as necessidades da sua família que ficou nas lutas do mundo. Se depois do túmulo deve-se instruir sobre a necessidade do desapego grupal é bom que se comece, no corpo de carne, esse aprendizado. A necessidade de espiritualização da humanidade é grande, e a Doutrina Espírita, neste campo, é uma universidade para os que já se encontram com certa maturidade espiritual.
Um pai dificilmente pode ser um guia espiritual de seu filho. Envolvido na carne, ele está sujeito a muitos erros e poderia influenciar negativamente o seu tutelado. Se um pai quer verdadeiramente instruir e educar seus filhos, .que o faça pela força poderosa do exemplo; quando usa somente as palavras, existe o risco de o vento levá-las, sem o devido registro.
Se uma família é constituída de dez pessoas, são dez anjos guardiães que ali operam. Já analisaste quantas luzes existem a favor dessa família? Se seus membros são conscientes dessa verdade, devem aproveitá-las e orar com elas, usando o Culto do Evangelho no lar que o amor dos dez mensageiros de Jesus se fundirá com o sentimento de amor dos familiares, e as bênçãos de Deus transformarão os corações que ali convivem em pessoas de paz, capazes de ajudar melhor aos que sofrem todas as ordens de provações. Lembra-te das famílias cristãs na época de Jesus, o quanto faziam para ajudar e quantas transformações fizeram, quantas curas operaram em nome de Jesus, apoiadas na conduta que a Boa Nova lhes traçou.
Certamente que é bem mais difícil a continuidade da assistência quando encarnado, mas nunca impossível. O amor, quando é amor verdadeiro, permite a esse pai, onde estiver ele, projetar essa força divina tanto para os filhos quanto para toda a sua família e até mesmo para amigos ou à própria humanidade. A Terra não passa de uma casa e a humanidade, uma família maior.
Tanto o pai como a mãe, irmãos e amigos, depois da desencarnação, podem continuar a velar pelos seus afins; depende do modo como pensam sobre o que é velar, o que é proteger, o que é orientar. Se um pai ou mãe amar, depois do túmulo, onde estiver, seja a quem for, eles estão ajudando aos que ficaram no lar a que pertenceram, porque, como já falamos, a Terra é o nosso lar maior, e o amor verdadeiro circula em toda ela, atingindo plagas que por agora desconhecemos. É nesse sentido e em outros que o amor é divino.
Quando um pai ou uma mãe fracassa no seu ideal ou não tem forças para cumprir seus deveres, aparecem outros pais e outras mães tomando seus lugares, por vezes até o próprio governo, abrindo escolas e lares para os que se encontram órfãos na Terra. Deus não Se esquece de nada; Ele é Pai, na verdadeira extensão da palavra, pois ama sem barreiras, e dá amor sem limite a quem se encontra receptivo a esse amor.

Livro: Filosofia Espírita – João Nunes Maia – Miramez - Todos os livros Espíritas como este vendidos em nossa loja terão o lucro repassado à Casa Espírita de Oração Amor e Luz.

27.8.19

REENCARNAÇÃO E PROGRESSO


Questão nº196
Comentando as necessidades da reencarnação, anotemos alguns quadros da natureza.
O celeiro é a casa ideal das sementes.
Aí se congregam todas, em saborosa intimidade, e quando semelhante reunião se delonga em demasia degeneram-se na essência, por ação de agentes químicos, tornando-se imprestáveis.
Conduzidas, porém, ao replantio, embora padeçam solidão e abandono nas vicissitudes do solo, voltam de novo à glória da vida, em forma de verdura e flor, espiga e pão...
A gleba de calcário friável é, comumente, o refúgio de numerosos tratos de argila que aí descansam, às vezes por séculos, através de lentas modificações sem maior proveito; entretanto, se trazidos ao clima esfogueante do forno, materializam nobres sonhos do oleiro, atendendo a largas tarefas de utilidade em planos superiores.
Além da morte física, pode a alma retemperar-se ao calor de afeições caras, condicionada ao campo de afinidades em que se lhe expressam emoções e desejos; todavia, superada a fase de justo refazimento, aparece a ociosidade que, se mantida, faz que o espírito por muito tempo se mantenha estanque, ante a luz do progresso.
É por isso que a reencarnação se mostra imprescindível e inadiável...
Determinado companheiro terá resolvido os problemas da sexualidade inferior, mas guardará consigo a febre da cupidez. Outro sentir-se-á liberado das tentações da usura, entretanto permanecerá em conflito com o vício da inconformação.
Alguém terá vencido o hábito da rebeldia sistemática, mas sofrerá em si mesmo o estilete magnético do ciúme. Esse e aquele amigo se revelarão livres dessa praga mental, contudo, sustentam-se, ainda, algemados à vaidade infantil ou ao orgulho tirânico.
E para que chagas ocultas sejam extirpadas de nossa alma é imperioso nos voltemos para o renascimento na arena física, onde encontraremos a adversidade naqueles que não pensam por nossas medidas, para que aprendamos a respirar nas dimensões da vida maior.
Em nosso presente estágio de evolução, será preciso renascer, na Terra ou noutros mundos que se lhe assemelhem, tantas vezes quantas se fizerem necessárias, não somente no resgate dos erros e culpas do pretérito, em louvor da Justiça, mas também no aperfeiçoamento de nós mesmos, em obediência ao amor.
Toda máquina algo produz vencendo a inércia pela força do movimento e toda fonte que desistisse de caminhar, com receio de pedra e lodo, nada mais seria que água parada na calmaria do charco.
O mundo é, assim, nossa escola.
A família consangüínea é o grupo estudantil a que pertencemos.
O lar é a banca da experiência.
Amigos representam explicadores.
Adversários desempenham o papel de fiscais.
Os parentes difíceis são cadernos de prova.
O trabalho espontâneo no bem é o curso da iluminação interior que podemos aproveitar segundo a nossa vontade.
E sendo Jesus o nosso Divino Mestre, a cada instante da vida a dificuldade ser-nos-á como bênção portadora de preciosas lições.

Livro “Religião dos Espíritos” –  Francisco C. Xavier – Emmanuel – Todos os livros Espíritas como este vendidos em nossa loja terão o lucro repassado à Casa Espírita de Oração Amor e Luz.

26.8.19

LXII – REFLEXÕES SOBRE O LIVRO “LIBERTAÇÃO”


 ANDRÉ LUIZ/CHICO XAVIER

No capítulo XVI – “Encantamento Pernicioso” –, André promove uma pausa na narrativa sobre o caso Margarida, efetuando considerações importantes sobre Mediunidade.
Dona Isaura Silva, médium de vários recursos, vivia atormentada de ciúmes pelo esposo, o irmão Silva, que dirigia o pequeno grupo de tarefa mediúnica, orientado pelo benfeitor Sidônio.
Valendo-se de sua invigilância e fragilidade, espíritos adversários da Causa procuravam induzi-la a crer que as comunicações que aconteciam por seu intermédio não eram verdadeiras.
Os detalhes dos ensinamentos, transcritos por André, valem a pena serem relidos e meditados.
Em diálogo com Sidônio, o autor de “Libertação” pergunta o motivo de não ocorrer uma maior interferência do Plano Espiritual para que Dona Isaura se acautelasse contra o assédio que vinha sofrendo.
- Educação não vem por imposição – respondeu o amigo. – Cada espírito deverá a si mesmo a ascensão sublime ou a queda deplorável.
Desdobrada do corpo, Dona Isaura havia se encontrado, em velha casa desabitada, com dois malfeitores desencarnados.
(A dúvida que, então, eles procuravam “plantar” na mente da medianeira, é a mesma com que, em geral, muitos espíritos buscam desalentar médiuns promissores.)
Eles começam explorando as emoções de Dona Isaura, relativas ao ciúme infundado que ela passara a alimentar pelo esposo, sempre atencioso para com todos os integrantes do pequeno grupo que funcionava em sua própria casa.
Depois de envolvê-la, ganhando a sua confiança, um deles lhe diz:
- (...) sou um dos espíritos que a “protegem” e sei que seu esposo lhe tem sido desalmado verdugo. A fim de “ajudá-la”, tenho seguido o infeliz, por toda parte, surpreendendo-lhe as traições aos compromissos domésticos.
Infelizmente, quantas desavenças em grupos de mediunidade começam assim?! Ciúme, inveja, rivalidade, melindre... De repente, comunicações mediúnicas de “encomenda” a um ou a alguns dos integrantes desse ou daquele grupo, a mistificação em cena, e os espíritos obsessores “fazendo a festa”...
Sidônio esclarece com precisão:
- Antes de tudo, os agentes da desarmonia perturbam-lhe os sentimentos de mulher, para, em seguida, lhe aniquilarem as possibilidades de missionária. O ciúme e o egoísmo constituem portas fáceis de acesso à obsessão arrasadora do bem. Pelo exclusivismo afetivo, a médium, nesta conversação, já se ligou mentalmente aos ardilosos adversários de seus compromissos sublimes.
Não nos esqueçamos de que Dona Isaura havia sido peça importante para que um dos terríveis obsessores de Margarida, de nome Gaspar, recebesse a devida assistência – através do trabalho realizado no singelo grupo mediúnico, diversos “corpos ovóides” haviam sido desligados da imantação psíquica que mantinham com a vítima que interessava a Gregório.
Chorosa, Dona Isaura comete o equívoco de pedir conselhos àqueles obsessores, iguais a tantos outros cujo interesse único é o de comprometer a Obra do Bem, na Terra – espíritos simplesmente partidários das trevas, com o intento de espalhar a desavença entre as criaturas encarnadas – espíritos adeptos de estranhas ideologias, de mentes dominadas por mentes que as controlam e subjugam, retratando a antiga letra de “Admirável Gado Novo”, que integra o cancioneiro da Música Popular Brasileira.
Finalmente, agora tratando do assunto que lhes interessava, um dos dois obsessores argumenta com a médium, totalmente à mercê de suas palavras enganosas:
- A senhora não nasceu com a vocação do picadeiro. Não permita a transformação de sua casa em sala de espetáculo. Seu marido e suas relações sociais exageram-lhe as faculdades. Precisa ainda de longo tempo para desenvolver-se suficientemente.
(...)
- Já meditou bastante na mistificação inconsciente? Está convencida de que não engana os outros? (...) Não vê a plena consciência com que se entrega ao imaginado intercâmbio? Não creia em possibilidades que não possui. (...)
Adiante, o obsessor comete o disparate de dizer à sensitiva:
- Falo-lhe em nome das Esferas Superiores, na qualidade de amigo fiel...
Para que aquele processo hipnótico cessasse, Sidônio promove o retorno de Silva ao corpo (que se encontrava em outras paragens espirituais), para que, acordando, ele pudesse despertar a esposa daquele “pesadelo”... (*)

(*) Este capítulo pelo conteúdo que encerra – Mediunidade e Obsessão – carece ser, parágrafo a parágrafo, dissecado pelos estudiosos, principalmente pelos que fazem parte das chamadas Reuniões Mediúnicas de Desobsessão.

INÁCIO FERREIRA – Blog Mediunidade na Internet
Uberaba – MG, 25 de agosto de 2019.

25.8.19

Confesso que Vivi


Numa das suas publicações luminosas, o grande Pablo Neruda apresenta sua obra autobiográfica de extremo bom gosto e requinte literário, a qual peço emprestado seu título para decorrer aqui a minha última experiência no corpo físico.
Confesso que vivi.
Vivi no meio de um povo bom, gentil, que me amou e eu amei.
Vivi no meio de uma gente sofrida, calada pelo caldo do dia a dia, mas que era trabalhadora e, acima de tudo, esperançosa.
Vivi com muitos amigos que me deram a graça de contar com eles em todos os momentos, sobretudo nos mais difíceis. Sou eternamente grato a cada um deles até hoje.
Vivi um tempo obscuro, de falsidades e arbítrio, de muita cegueira intelectual no meu Brasil, mas que, graças a Deus, passou.
Vivi um tempo de incompreensão com as liberdades. Tempos que precisamos ter coragem e fé para tudo suportar e vencer.
Vivi com a fé em Deus, o que é o mais importante, e é o que me segura ainda hoje.
Não tive medo de passar pelo que passei. Foram lições para o meu velho jeito de pensar que necessitava renovar-se em alguns pontos.
A minha pele pode ter sentido eventualmente frio e minha alma sentiu tristeza. É triste ver injustiças e nada poder fazer, senão o grito de alerta e a defesa intransigente pela justiça para todos.
A minha fé me guiou em todos os meus passos.
Quando estava na Igreja e ela fechou as portas para os pobres, tivemos que abri-la para que ela não fugisse a sua missão redentora. Conseguimos novamente inclui-los na agenda das ações pastorais.
Foram tempos difíceis, mas também de enorme alegria. Tudo era oportunidade para mudar – como ainda hoje o é. Sou grato ao Pai por tudo isso.
As incompreensões que sofri são de pouca monta. O Cristo sofreu bem mais e soube relevar, então o que eu passei foi infinitamente menor e sem importância.
Confesso que vivi a fome do meu povo por pão, mas tive que combater mais a fome de amor e de paz que procurei saciar nas criaturas enfermas que o Pai me confiou.
Eu sei que a vida continua com seus desafios e não seria interessante se assim não fosse, porém devemos confiar sempre que tudo tem a mão bondosa do Pai a orientar os nossos caminhos, mesmos que aparentemente eles pareçam tortuosos.
A praga que invadiu o Egito nos tempos idos de Moisés está por se abater no nosso País e no mundo. É uma praga renovadora das mentes e dos corações ainda perdidos na ignorância do amor que é o que realmente sustenta a humanidade. Serão tempos em que a fé deve efetivamente transpor montanhas.
A fé transporta montanhas, é verdade, mas deve começar a transportar de vez o ódio e o egoísmo do coração dos homens. Isso é urgente.
Meus queridos amigos, tenho pouco a vos oferecer, mas o que tiver darei, como sempre, com todo o meu amor e boa vontade.
Na proximidade da data de aniversário de meu desenlace, o meu depoimento sincero de que tudo que vivi continuo a viver do lado de cá da vida.
É duro ainda ver o materialismo reinar nas mentes que poderiam rapidamente abraçar os ecos da espiritualidade que não está distante, pois se encontra em cada um de nós. Cada um, porém, ao seu tempo.
Sou grato pela família, não apenas aquela que me abrigou nos seus braços carnais, mas igualmente a toda a minha família Mecejanense e toda a minha família terrena que me amou e me ama até hoje.
A luta continua! Não percamos mais tempo com coisas que nada acrescentam para o bem maior da humanidade. Cuidemos de fazer estancar as ervas daninhas dos nossos egos e busquemos a paz junto aos nossos irmãos de caminho.
A sorte está lançada para aqueles que não deixarão mais adiar esta oportunidade redentora.
Do meu lado estão muitos daqueles que conviveram comigo nesta jornada terrena: Arns, Eugênio, João Paulo II e outros tantos que continuam a falar de espiritualidade nas missas e eventos carismáticos, onde já nos permitem algum sopro a mais de espiritualidade. Somos gratos a eles também.
Avancemos com Jesus!

Helder Camara – Blog Novas Utopias

24.8.19

“MEDIUNIDADE E EVANGELHO”


“Mediunidade e Evangelho” –
De novo, em alto e bom som,
Saudamos mais este livro
De nosso irmão Odilon.
*
“Mediunidade e Evangelho” –
Binômio ao que se remonta
Ao caminho do equilíbrio
Que a Doutrina nos aponta.
*
“Mediunidade e Evangelho” –
Princípio e finalidade,
Para o médium que deseja
Seguir fiel à Verdade.
*
“Mediunidade e Evangelho” –
Explica sem lengalenga,
Que o médium sem Jesus Cristo
É sempre um médium capenga...
*
“Mediunidade e Evangelho” –
É grande a nossa alegria,
Ao ver o médium que sabe
E, o que sabe, vivencia.
*
“Mediunidade e Evangelho” –
É livro sem pretensão,
Que estuda a Mediunidade
Sob o prisma da razão.

Eurícledes Formiga – Blog Espiritismo em Prosa e Verso
(Página recebida pelo médium Carlos A. Baccelli, em reunião pública do Lar Espírita “Pedro e Paulo”, na tarde de sábado do dia 14 de fevereiro de 1993, em Uberaba – MG).

23.8.19

NÃO se irrite


NÃO se irrite contra aqueles que o caluniam!
   São benfeitores seus, que lhe estão sempre chamando atenção para seus erros, reais ou possíveis.
   Siga à frente!
   A dor é o adubo que faz crescer em nós a produção evolutiva.
   O arado que rasga o seio da terra é que permite a colheita abundante.
   E as lágrimas fertilizam nosso coração, tornando possível um progresso maior...

Livro: Minutos de Sabedoria - C Torres Pastorino

22.8.19

No Templo


Entrar pontualmente no templo espírita para tomar parte das reuniões, sem provocar alarido ou perturbações.
    O templo é local previamente escolhido para encontro com as Forças Superiores.
    Dedicar a melhor atenção aos doutrinadores, sem conversação, bocejo ou tosse bulhenta, para que seja mantido o justo respeito ao lar da oração. Os atos da criatura revelam-lhe os propósitos.
    Evitar aplausos e manifestações outras, as quais, apesar de interpretarem atitudes sinceras, por vezes geram desentendimentos e desequilíbrios vários. O silêncio favorece a ordem. Com espontaneidade, privar-se dos primeiros lugares no auditório, reservando-os para visitantes e pessoas fisicamente menos capazes. O exemplo do bem começa nos gestos pequeninos.
    Coibir-se de evocar a presença de determinada entidade, no curso das sessões, aceitando, sem exigência, os ditames da Esfera Superior no que tange ao bem geral. A harmonia dos pensamentos condiciona a paz e o progresso de todos. Acostumar-se a não confundir preguiça ou timidez com humildade, abraçando os encargos que lhe couberem, com desassombro e valor.
    A disposição de servir, por si só, já simplifica os obstáculos. Desaprovar a conservação de retratos, quadros, legendas ou quaisquer objetos que possam ser tidos na conta de apetrechos para ritual, tão usados em diversos meios religiosos.
    Os aparatos exteriores têm cristalizado a fé em todas as civilizações terrenas. Oferecer a tribuna doutrinária apenas a pessoas conhecidas dos irmãos dirigentes da Casa, para não acumpliciar-se, inadvertidamente, com pregações de princípios estranhos aos postulados espíritas. Quem se ilumina, recebe a responsabilidade de preservar a luz.
    Nas reuniões doutrinárias, jamais angariar donativos por meio de coletas, peditórios ou vendas de tômbolas, à vista dos inconvenientes que apresentam, de vez que tais expedientes podem ser tomados à conta de pagamento por benefícios. A pureza da prática da Doutrina Espírita deve ser preservada a todo custo. “Porque onde estiverem dois ou três reunidos em meu nome, aí estou eu no meio deles.”
    Jesus. (MATEUS, 18:20.)

Livro: Conduta Espírita, pelo espírito ANDRÉ LUIZ, psicografia de Waldo Vieira.

21.8.19

PROTETOR E PROTEGIDO


Questão 509 do Livro dos Espíritos

A evolução do protetor é de acordo com o protegido. Junto a um Espírito altamente evoluído, movendo-se em um corpo de carne, certamente que a justiça colocará como guia um Espírito de maior elevação do que um Espírito ignorante. Quem poderá guiar um missionário envolvido nos fluidos da carne, a não ser um missionário mais elevado que lhe possa dar melhores orientações acerca da sua missão? Jesus, como já o dissemos, opera juntamente com o Pai que está nos Céus. As falanges angélicas que O cercavam, quando de sua passagem pela Terra, recebiam as Suas ordens, nos trabalhos de cura e de assistência espiritual, onde a Sua mente ordenava.
O apoio a um índio em estado espiritual embrionário que nesta reencarnação começa a despertar o raciocínio não pode ser igual ou do mesmo nível ao do protetor de Francisco de Assis. A própria razão nos diz que não deve ser assim.
Os animais têm os Espíritos que os guiam. Também têm seus responsáveis os insetos, os vegetais, as águas, o fogo e os ventos. Nessa linha de entendimento, pode-se deduzir que são intermináveis as coisas que se reúnem por sintonia para o devido crescimento. Se os lares têm igualmente seus protetores, as cidades também são apoiadas por algum Espírito elevado na ordem a que pertence tal comunidade. Em todo o Universo, todos os indivíduos e agrupamentos, tudo que existe tem seus responsáveis, tendo como Guia Supremo, Deus.
Nada se encontra sem direção espiritual. Compete aos homens entenderem essa verdade, para melhor receberem as bênçãos do Mais Alto e sentirem que devem entrar pelas portas da felicidade, que existe dentro de cada ser. Os protetores e protegidos devem se confundir em uma só dinâmica da vida. Jesus dizia: Eu e o Pai somos Um. A unidade depende da sintonia. Se o protegido esquecer os conselhos do protetor, ele mesmo se isola, até compreender o valor de quem renuncia, mostrando-lhe a vida e induzindo-o para a verdadeira paz.
Deus não exige do Espírito, principalmente como encarnado, o que ele não pode dar. Ele não põe fardos pesados em ombros frágeis. Nós todos estamos cercados de proteção por ordem do Criador; basta procurarmos acatar os conselhos bons que chegam aos nossos ouvidos. Se o protetor é filho de Deus, também o protegido o é. Se o protegido está recebendo assistência hoje, poderá dá-la amanha para os que se encontram na retaguarda. A vida é troca e experiências em todas as direções. Cada criatura representa um elo da grande corrente universal, cabendo a cada um, servir de instrumento para a luz de Deus circular por toda a extensão que ela atinge.
Deves receber os conselhos por todos os meios que teu guia te possa transmitir, e repassá-los para os que desejarem aprender, porque os recursos são para todos. Quando descobrimos o que é a vida e qual a nossa função nela, passamos a aproveitar mais o nosso tempo. Sejamos fiéis a Deus, dentro do nosso entendimento, que o Senhor não nos faltará com a luz que clareia os nossos caminhos.

Livro: Filosofia Espírita – João Nunes Maia – Miramez - Todos os livros Espíritas como este vendidos em nossa loja terão o lucro repassado à Casa Espírita de Oração Amor e Luz.

20.8.19

REENCARNAÇÃO


Reunião pública de 6-4-59
Questão nº 617

Reencarnação nem sempre é sucesso expiatório, como nem toda luta no campo físico expressa punição.
Suor na oficina é acesso à competência.
Esforço na escola é aquisição de cultura.
Porque alguém se consagre hoje à Medicina, não quer isso dizer que haja ontem semeado moléstias e sofrimentos.
Muitas vezes, o Espírito, para senhorear o domínio das ciências que tratam do corpo, voluntariamente lhes busca o trato difícil, no rumo de mais elevada ascensão.
Porque um homem se dedique presentemente às atividades da engenharia, não exprime semelhante escolha essa ou aquela dívida do passado na destruição dos recursos da Terra.
Em muitas ocasiões, o Espírito elege esse gênero de trabalho, tentando crescer no conhecimento das leis que regem o plano material, em marcha para mais altos postos na Vida Superior.
Entretanto, se o médico ou o engenheiro sofrem golpes mortais no exercício da profissão a que se devotam, decerto nela possuem serviço reparador que é preciso atender na pauta das corrigendas necessárias e justas.
Toda restauração exige dificuldades equivalentes.
Todo valor evolutivo reclama serviço próprio.
Nada existe sem preço.
Por esse motivo, se as paixões gritam jungidas aos flagelos que lhes extinguem a sombra, as tarefas sublimes fulgem ligadas às renunciações que lhes acendem a luz.
À vista disso, não te habitues a medir as dores alheias pelo critério de expiação, porque, quase sempre, almas heróicas que suportam o fogo constante das grandes dores morais, no sacrifício do lar ou nas lutas do povo, apenas obedecem aos impulsos do bem excelso, a fim de que a negação do homem seja bafejada pela esperança de Deus.
Recorda que, se fosses arrebatado ao Céu, não tolerarias o gozo estanque, sabendo que os teus filhos se agitam no torvelinho infernal. De imediato, solicitarias a descida aos tormentos da treva para ajudá-los na travessia da angústia...
Lembra-te disso e compreenderás, por fim, a grandeza do Cristo que, sem débito algum, condicionou-se às nossas deficiências, aceitando, para ajudar-nos, a cruz dos ladrões, para que todos consigamos, na glória de seu amor, soerguer-nos da morte no erro à bênção da Vida Eterna.

Livro “Religião dos Espíritos” –  Francisco C. Xavier – Emmanuel – Todos os livros Espíritas como este vendidos em nossa loja terão o lucro repassado à Casa Espírita de Oração Amor e Luz.

19.8.19

Entrelinhas

As anotações são, muitas vezes, mais significativas do que a própria leitura de um livro em si, porque representa, na prática, as suas conclusões acerca dos assuntos lidos. É uma espécie de releitura, ao seu modo, daquele livro. Na verdade, não se lê um livro se não se consegue extrair dele a sua essência. Mais do que isso, em outras vezes, as anotações são conclusões daquilo que sequer está escrito, mas que podem se encontradas nas entrelinhas...
Foi assim que sempre li meus livros, buscando neles a sua alma. O que estava escrito sem estar escrito. Os livros foram, depois das pessoas, a minha fonte inesgotável de inspiração. Pelos livros que li pude viajar no tempo e no espaço. Fui ao passado e toquei no futuro. Os livros me proporcionaram ter muitas vidas numa só.
Ainda hoje leio livros. Onde moro há uma grande biblioteca de livros famosos que foram, de certo modo, transcritos na Terra, e de outros tantos que ainda estão para serem lançados pelos homens.
A leitura renova o espírito e transforma a humanidade. Os livros inspiram sonhos e permitem o autoconhecimento.
Sou grato ao Criador pela possibilidade de adentrar em mundos não imaginados e olha que eu nunca tive a pretensão de ser um conhecedor completo da verdade.
Aos que cultuam o bom hábito da leitura, o meu estímulo para que jamais percam este costume divino que é aprender indefinidamente.
Livro é luz para as almas perdidas na escuridão de si mesmas.
A leitura abre as portas para sermos mais humanos e estarmos, de alguma forma, mais próximos da perfeição divina.
Helder Camara – Blog Novas Utopias
Texto recebido no dia 16 de agosto de 2019, na Universidade Católica de Pernambuco, durante o lançamento do livro "O DOM DA LEITURA - HELDER CAMARA E SUAS BIBLIOTECAS", de Lucy Pina Neta.

18.8.19

LXI – REFLEXÕES SOBRE O LIVRO “LIBERTAÇÃO”


– ANDRÉ LUIZ/CHICO XAVIER

No capítulo XV – “Finalmente, o Socorro” –, André continua a narrar o incessante trabalho de Gúbio para o restabelecimento de Margarida, que ainda se encontrava sob a ação hipnótica de um obsessor de nome Gaspar, imantada, psiquicamente, a vários corpos “ovóides”.
Gaspar, um dos asseclas de Gregório, que, junto a Leôncio, extinguia com as forças vitais de Margarida, com o intuito de lhe provocar a desencarnação, agia como se fosse um “zumbi”, completamente dominado pelas mentes poderosas que o subjugavam – obsessão de obsessor para obsessor!
A respeito dele, escreveu André:
- O próprio olhar, quase vítreo, incapaz de fixar-nos, dava ideia de paralisia da alma, de petrificação do pensamento.
Adiante, Gúbio esclarece:
- André, há obsessores marcadamente endurecidos de coração que se petrificam quando sob a influência de perseguidores ainda mais fortes e mais perversos que eles mesmos.
*
Gúbio, em conversa com André e Elói, já tendo logrado a Saldanha e a Leôncio como aliados da operação libertadora, delibera buscar a cooperação de um grupo mediúnico – sim, necessitavam, junto a Gaspar, da intervenção dos integrantes de um grupo dedicado às tarefas desobsessivas.
O Instrutor, então, aproxima-se de Gabriel, esposo de Margarida, intuindo-o para que encaminhasse a companheira aos préstimos do Espiritismo.
- Consentes em que eu peça, em nosso favor, o concurso de algum amigo interessado em Espiritismo Cristão? – perguntou Gabriel à esposa, que concordou com a medida que, depressa, haveria de ser tomada.
Verifica-se uma apreensão por parte do próprio Saldanha, que temia represálias de Gregório – ele e Leôncio começaram a se mostrar receosos das consequências que lhes poderia advir pela decisão de desertar às fileiras do mal.
- Francamente, ainda não sei com certeza que será de mim mesmo. Perseguir-me-ão sem tréguas. Se puderem, conduzir-me-ão ao vale de miséria e sombra.
Os nossos irmãos e irmãs internautas não terão dificuldade alguma em compreender o justificado temor de Saldanha e de Leôncio, de vez que, sobre a Terra, ocorre o mesmo, quando, por exemplo, alguém que se vincula a determinado grupo criminoso delibera libertar-se de sua influência – muitas vezes, ocorre a chamada “queima de arquivo”, com os “amigos” de outrora mandando eliminar os desertores, o que, no Brasil, e noutros países, vem ocorrendo dentro das próprias penitenciárias e de outros setores da comunidade.
A obsessão, sem duvida, é trabalho de uma “máfia” espiritual, ou de uma “quadrilha” que não perdoa os que rompem com o pacto trevoso que se estabelece.
Leôncio, significativamente, externa o que costuma ocorrer com muitos espíritos, que, durante certo tempo, se consagram ao mal:
- Eu também não mais posso servir nas fileiras da vingança. Estou farto...
*
O grupo mediúnico humilde era, espiritualmente, coordenado por Sidônio, que movimentaria os recursos medianímicos, no campo da incorporação, de Dona Isaura.
Gaspar, de mente totalmente obnubilada, não corresponderia à intervenção intelectual de Gúbio, a quem, inclusive, ele não conseguiria ver e, tampouco, ouvir.
Em contato com a organização mediúnica, Gaspar, no entanto, começa a despertar...
Eis como narra André Luiz o interessante episódio:
- (...) Parecia um sonâmbulo, despertando. À medida que se lhe casavam as forças às energias do médium, mais se acentuava o fenômeno de reavivamento sensorial (destaque nosso). Apossando-se provisoriamente dos recursos orgânicos de Dona Isaura, em visível processo de “enxertia psíquica”, o hipnotizador gritou e chorou lamentosamente.
Reparemos o imenso trabalho que estava envolvendo aquela tarefa, cujo objetivo central era o de alcançar a Gregório, o tutelado de Matilde.
Muitos de nossos irmãos encarnados imaginam ser fácil, para os desencarnados, qualquer ação intercessória em favor dos que se encontram no corpo físico, ou mesmo além dele. Por vezes, o trabalho encetado requer o longo concurso do tempo, numa série de circunstâncias que se devem encadear.

INÁCIO FERREIRA – Blog Mediunidade na Internet
Uberaba – MG, 18 de agosto de 2019.

17.8.19

DIA DOS PAIS


Sem alardear a luz,
No anonimato do amor,
José, o pai de Jesus,
Foi seu maior protetor.

Eurícledes Formiga – Blog Espiritismo em Prosa e Verso
(Trova recebida pelo médium Carlos A. Baccelli, em reunião do Lar Espírita “Pedro e Paulo”, na manhã de domingo do dia 11 de agosto de 2019, em Uberaba – MG).

16.8.19

Não Limite


NÃO limite o poder de sua vida!
   Não pense que conseguirá tudo o que deseja, numa só existência.
   Mas confie, porque a vida é eterna, infindável.
   Não pense também que, depois desta, irá iniciar uma vida diferente: nada disso !
   Esta mesma vida é que continuará sempre.
   Portanto, procure aumentar seus conhecimentos e aperfeiçoar-se, verificando como é rápido o momento atual, comparado com a eternidade!

Livro: Minutos de Sabedoria

15.8.19

No lar que precisavas


    Nasceste no lar que precisavas. Vestiste o corpo físico que merecias. Moras onde melhor Deus te proporcionou, de acordo com teu adiantamento.
    Possuis os recursos financeiros coerentes com as tuas necessidades, nem mais nem menos, mas o justo para as tuas lutas terrenas.
    Teu ambiente de trabalho é o que elegeste espontaneamente para a tua realização.
    Teus parentes e amigos são as almas que atraíste com tuas próprias afinidades. Portanto, teu destino está constantemente sob teu controle.
    Tu escolhes, recolhes, eleges, atrais, buscas, expulsas, modificas, tudo aquilo que te rodeia a existência.
    Teus pensamentos e vontades são a chave de teus atos e atitudes. São as fontes de atração e repulsão na tua jornada vivencial. Não reclames nem te faças de vítima. Antes de tudo, analisa e observa. A mudança está em tuas mãos.
    Reprograme tua meta... Busque o bem e viverás melhor.
    Embora ninguém possa voltar atrás e fazer um novo começo, qualquer um pode começar agora e fazer um novo fim.

Pelo Espírito Hammed, psicografia de Francisco do Espírito Santo Neto

14.8.19

NO ATO DE JULGAR


    Não prescindas do amor que devemos a todas as cousas e a todas as criaturas para que não te falte luz ao entendimento.
    Analisando os desequilíbrios do mundo, reflete na Infinita Bondade que assegura a trajetória da Terra, no caminho dos astros, e reconhecerás que toda desarmonia é superficial e aparente.
    Observando os conflitos da Humanidade, relaciona os sacrifícios daqueles que te abriram o sulco luminoso do progresso aos próprios passos e, inventariando-lhes as lágrimas anônimas, aperfeiçoarás com teu esforço a estrada para aqueles que te sucederão no futuro.
    Apreciando os erros de alguém, medita nos ideais e nas esperanças superiores que decerto lhe povoaram o coração, e compreenderás que outro comportamento talvez lhe assinalasse a jornada, se possuísse oportunidades iguais às tuas.
    Diante daqueles que os tribunais humanos classificam à conta de delinquentes, pensa nas comovedoras aspirações das mães que lhes afagaram o berço e compaixão imensa nascerá de tua alma, ensinando-te a auxiliar ao invés de ferir.
    Longo e alcantilado é o trilho da evolução!...
    Compadece-te de todos aqueles que voltaram à estaca de inicio, para recomeçar o caminho a pés sangrentos.
    No entanto, além da piedade, oferece-lhe braços compreensivos e diligentes, porque amanhã será talvez o teu dia de cansaço e tristeza, desencanto e desilusão, quando reclamarás igualmente o concurso de mãos fraternas a te refazerem as energias ou a te recomporem os membros desconjuntados.
    Sobretudo, não condenes, em amaldiçoes, em circunstância alguma, porque o Cristo de Deus ainda não desesperou de nossas fraquezas e hoje, tanto quanto ontem, procura com amor e paciência, libertar-nos a visão da trave do egoísmo e da crueldade, da indiferença e da ignorância, para que com Ele venhamos a cooperar na sustentação da segurança e da paz.

Livro: Reconforto - Francisco C Xavier - Emmanuel

13.8.19

DEIXANDO A TERRA


Questão 508 do Livro dos Espíritos

O Espírito que deixa a Terra em boa situação não tem, por isto, total liberdade no mundo dos Espíritos. Ele pode desejar voltar em Espírito imediatamente para ajudar os que ficaram, ansiando envolver os seus afetos com o amor desperto em seu coração espiritual; entretanto, nem sempre isso lhe é possível, devido a muitos fatores. Em todos os lugares as leis nos mostram os deveres a cumprir e o respeito que devemos a elas. O Espírito recém-desencarnado deve ser obediente às vozes dos mais experientes, esperando a vontade de Deus que sempre se manifesta no momento oportuno.
Espírito deseja que cresça naqueles que permanecem no corpo a esperança e uma vida melhor, mostrando a eles que a vida continua além do túmulo, porém, nem sempre isso acontece. Quando ocorre, é porque os benfeitores maiores acharam conveniente que assim fosse, pelas portas do merecimento.
Há famílias que insistem com os médiuns para que esses busquem seus parentes, querendo notícias dos mesmos. São os da Terra forçando comunicações com os Espíritos, o que não devem fazer. As comunicações espontâneas são as melhores. Deus sabe quem deve ser ouvido, distribui e atende os pedidos para aqueles cuja necessidade corresponda ao merecimento e que lhes sirva de lições valiosas.
Deves acreditar que as comunicações dos Espíritos não vão para os encarnados somente por intermédio e diretamente dos médiuns; elas aparecerão por uma leitura, pelas conversações com amigos e até por si mesmas. Analisa os teus pensamentos, as ideias que surgem na tua cabeça e verás que podem ser respostas para as tuas interrogações. No entanto, há muitos casos em que Deus permite as comunicações e elas ficam no ar; não são ouvidas nem colocadas em práticas. É por isso que os Espíritos ficam invisíveis aos olhos humanos, cortando, assim, possíveis abusos.
Os recém-desencarnados se encontram com a visão espiritual empanada, e desejam, por todas as suas forças, voltar aos familiares, onde poderão sentir revolta e até entrar em estado de vingança, por presenciarem simples acontecimentos que não desejavam. Porém, a sua situação é outra. Já estão desligados materialmente do grupo a que pertenciam. Esquecem-se disso pelo amor que deveriam estender a outras criaturas. A união dos corpos cessa com a morte do corpo, e o Espírito, como disse Jesus, não se casa nem se dá em casamento. O Espírito é universal; ele ama todos na mesma dimensão em que o amor divino se nos mostra, colocando o Mestre como o maior refletor dessa fraternidade cósmica. A Doutrina dos Espíritos veio ao mundo pela força do Cristo nos corações, ensinando aos homens o verdadeiro amor, sem apego, sem exigências e sem egoísmo, desconhecendo totalmente o orgulho.
Depois que o desencarnado se conscientiza da verdade no mundo espiritual, ele passa a obedecer às leis em toda a sua extensão, para o seu próprio bem, assim como para o bem dos que ficaram na Terra esperando o dia de regresso à pátria do Espírito.
Deves ir às reuniões espíritas, não para exigir dos Espíritos-guias notícias dos que partiram, mas para aprenderes com eles uma conduta sadia ante a tua velha vida cheia de tropeços. Procura mudar os costumes incômodos, limpa dos teus caminhos os impulsos viciosos e deixa abrir o teu coração para a luz de Cristo, que usa a mesma luz de Deus. Salva-te a ti mesmo, entregando os braços à caridade, que ela verdadeiramente salva, por despertar o amor nos corações que a praticam.

Livro: Filosofia Espírita – João Nunes Maia – Miramez - Todos os livros Espíritas como este vendidos em nossa loja terão o lucro repassado à Casa Espírita de Oração Amor e Luz.

12.8.19

PUREZA


Reunião pública de 16-2-59
Questão nº 632

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Estudando a palavra do Mestre Divino, recordemos que no mundo, até hoje, não existiu ninguém quanto Ele, com tanta pureza na própria alma.
Cabe-nos, pois, lembrar como Jesus via no caminho da vida, para reconhecermos com segurança que, embora na Terra, sabia encontrar a Presença Divina em todas as situações e em todas as criaturas.
Para muita gente, a manjedoura era lugar desprezível; entretanto, Ele via Deus na humildade com que a Natureza lhe oferecia materno colo e transformou a estrebaria num poema de excelsa beleza.
Para muita gente, Maria de Magdala era mulher sem qualquer valor, pela condição de obsidiada em que se mostrava na vida pública; no entanto, Ele via Deus naquele coração feminino ralado de sofrimento e converteu-a em mensageira da celeste ressurreição.
Para muita gente, Simão Pedro era homem rude e inconstante, indigno de maior consideração; contudo, Ele via Deus no espírito atribulado do pescador semi-analfabeto que o povo menosprezava e transmutou-o em paradigma da fé cristã, para todos os séculos.
Para muita gente, Judas era negociante de expressão suspeita, capaz de astuciosos ardis em louvor de si mesmo; No entanto, Ele via Deus na alma inquieta do companheiro que os outros menoscabavam e estendeu-lhe braços amigos até ao fim da penosa deserção a que o discípulo distraído se entregou, invigilante.
Para muita gente, Saulo de Tarso era guardião intransigente da Lei Antiga, vaidoso e perverso, na defesa dos próprios caprichos; contudo, Ele via Deus naquele espírito atormentado, e procurou-o pessoalmente, para confiar-lhe embaixada importante.
Se purificares, assim, o coração, identificarás a presença de Deus em toda parte, compreendendo que a esperança do Criador não esmorece em criatura alguma, e perceberás que a maldade e o crime são apenas espinheiro e lama que envolvem o campo da alma – o brilhante divino que virá fatalmente à luz...
E aprendendo e servindo, ajudando e amando passarás, na Terra, por mensagem incessante de amor, ensinando os homens que te rodeiam a converter o charco em berço de pão e a entender que, mesmo nas profundezas do pântano, podem surgir lírios perfumados e puros para exaltar a glória de Deus. 

Livro “Religião dos Espíritos” –  Francisco C. Xavier – Emmanuel – Todos os livros Espíritas como este vendidos em nossa loja terão o lucro repassado à Casa Espírita de Oração Amor e Luz.