Questão nº196
Comentando as
necessidades da reencarnação, anotemos alguns quadros da natureza.
O celeiro é a casa
ideal das sementes.
Aí se congregam
todas, em saborosa intimidade, e quando semelhante reunião se delonga em
demasia degeneram-se na essência, por ação de agentes químicos, tornando-se
imprestáveis.
Conduzidas, porém, ao
replantio, embora padeçam solidão e abandono nas vicissitudes do solo, voltam
de novo à glória da vida, em forma de verdura e flor, espiga e pão...
A gleba de calcário
friável é, comumente, o refúgio de numerosos tratos de argila que aí descansam,
às vezes por séculos, através de lentas modificações sem maior proveito;
entretanto, se trazidos ao clima esfogueante do forno, materializam nobres
sonhos do oleiro, atendendo a largas tarefas de utilidade em planos superiores.
Além da morte física,
pode a alma retemperar-se ao calor de afeições caras, condicionada ao campo de
afinidades em que se lhe expressam emoções e desejos; todavia, superada a fase
de justo refazimento, aparece a ociosidade que, se mantida, faz que o espírito
por muito tempo se mantenha estanque, ante a luz do progresso.
É por isso que a
reencarnação se mostra imprescindível e inadiável...
Determinado
companheiro terá resolvido os problemas da sexualidade inferior, mas guardará consigo
a febre da cupidez. Outro sentir-se-á liberado das tentações da usura,
entretanto permanecerá em conflito com o vício da inconformação.
Alguém terá vencido o
hábito da rebeldia sistemática, mas sofrerá em si mesmo o estilete magnético do
ciúme. Esse e aquele amigo se revelarão livres dessa praga mental, contudo,
sustentam-se, ainda, algemados à vaidade infantil ou ao orgulho tirânico.
E para que chagas
ocultas sejam extirpadas de nossa alma é imperioso nos voltemos para o
renascimento na arena física, onde encontraremos a adversidade naqueles que não
pensam por nossas medidas, para que aprendamos a respirar nas dimensões da vida
maior.
Em nosso presente
estágio de evolução, será preciso renascer, na Terra ou noutros mundos que se
lhe assemelhem, tantas vezes quantas se fizerem necessárias, não somente no
resgate dos erros e culpas do pretérito, em louvor da Justiça, mas também no
aperfeiçoamento de nós mesmos, em obediência ao amor.
Toda máquina algo
produz vencendo a inércia pela força do movimento e toda fonte que desistisse
de caminhar, com receio de pedra e lodo, nada mais seria que água parada na
calmaria do charco.
O mundo é, assim,
nossa escola.
A família
consangüínea é o grupo estudantil a que pertencemos.
O lar é a banca da
experiência.
Amigos representam
explicadores.
Adversários
desempenham o papel de fiscais.
Os parentes difíceis
são cadernos de prova.
O trabalho espontâneo
no bem é o curso da iluminação interior que podemos aproveitar segundo a nossa
vontade.
E sendo Jesus o nosso
Divino Mestre, a cada instante da vida a dificuldade ser-nos-á como bênção
portadora de preciosas lições.
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