Reunião pública de 16-11-59
Questão nº. 290
Entre familiares e amigos,
encontras, na Terra, a oficina do teu burilamento.
Com raras exceções, todos
apresentam problemas a resolver.
Problemas na emoção e no
pensamento.
Problemas na palavra e na
ação.
Problemas no lar e no
trabalho.
Problemas no caminho e nas
relações.
Prossegues, assim, junto
deles, como quem respira ao pé de múltiplos instrutores num instituto de
ensino.
Muitos reclamam trabalho,
lecionando-te paciência, enquanto outros te ferem a sensibilidade,
diplomando-te em sacrifício. Há os que te escandalizam incessantemente,
adestrando-te em piedade, e aqueles que te golpeiam a alma, com as lâminas
invisíveis da ingratidão, para que aprendas a perdoar.
E as lições vão surgindo, à
maneira de testes inevitáveis.
Agora, é o esposo que
deserta, dobrando-te a carga de obrigações, ou, noutras circunstâncias, é a
esposa que se rebela aos compromissos, agoniando-te as horas... Hoje, ainda,
são os pais que te contrariam as esperanças, os filhos que te aniquilam os
sonhos ou os amigos que se transformam em duros entraves no serviço a fazer.
Nenhum problema, entretanto,
aparece ao acaso, e, por isso, é imperioso te armes de amor para a, luta
íntima.
Fugir da dificuldade é,
muitas vezes, a idéia que te nasce como sendo o melhor remédio. Semelhante
atitude, porém, seria o mesmo que debandar, menosprezando as exigências da
educação.
Carrega, pois, com serenidade
e valor o fardo de aflições que o pretérito te situa nos ombros, convicto de
que os associados complexos do destino são antigos parceiros de tuas experiências,
a repontarem do caminho, solicitando contas e acertos.
Seja qual for o ensinamento
de que se façam interpretes, roga à Sabedoria Divina te inspire a conduta, a
fim de que não percas o merecimento da escola a que a vida te conduziu.
Ainda mesmo em lágrimas, lê,
sem revolta, no livro do coração, as páginas de dor que te imponham,
ofertando-lhes por resposta as equações do amor puro, em forma de tolerância e
bondade, auxílio e compreensão.
Recorda que o próprio Cristo,
sem débito algum, transitou, cada dia, na Terra, entre esses professores
diferentes do espírito. E, solucionando, na base da humildade, os problemas que
recebia na atitude e no comportamento de cada um, submeteu-se, a sós, à prova
final da suprema renúncia, à qual igualmente te submeterás, um dia, na
conquista da própria sublimação – o único meio de te elevares ao clima glorioso
dos companheiros já redimidos que te aguardam, vitoriosos, nas eminências da
Espiritualidade.
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