31.7.13


Renovação Espiritual

A Jornada Mundial da Juventude cumpriu com os seus objetivos maiores. Há, porém, outros ganhos que não puderam ser vistos pela grande maioria das gentes.
Foi interessante ver nas ruas e comunidades a verdadeira revolução que se processava diante de nossos olhos espirituais.
Bastou ver a imensa turba de espíritos trazidos para o evento. O que se viu foi um fenômeno extraordinário. Ao se deparar com tamanha alegria e entusiasmo, milhares de irmãos fora da carne eram acolhidos por equipes de socorro e refazimento espiritual.
Bêbados, ladrões, envolvidos em drogas que estavam nas ruas a incentivar a ação daqueles que lhe davam sintonia foram arrastados por uma verdadeira corrente de fluidos saudáveis de energias confortantes.
O bem que se pode vislumbrar é incomensurável, meus irmãos. Comprova-se, então, o quanto faz bem fazer o bem. O quanto temos que fazer a nossa parte para que os dois lados da existência possam ser renovados.
Agradeço, profundamente, ao Pai, por fazer parte destas equipes de socorro. Creiam, o ambiente espiritual do meu Rio de Janeiro está bem mais leve e o incrível impacto que terá nos dias subsequentes, pois o “mal” foi literalmente desorganizado e varrido de muitos lugares, dando oportunidade de se instalar definitivamente vários núcleos de paz espiritual.
Meus queridos irmãos, cantemos juntos em agradecimento a Deus pelas bênçãos trazidas pela Jornada Mundial da Juventude.
Abramos os nossos corações para não mais permitir abusos e negligências no mal. Somos todos responsáveis.
Um abraço,
Helder Camara

22.7.13

Uma Jornada de Paz e Alegria

Nesta semana, viveremos, certamente, dias maravilhosos. O nosso Papa Francisco nos brindará com a sua presença na tão aguardada Jornada Mundial da Juventude.
Uma festa de congraçamento entre os jovens do mundo todo em torno dos ideais do Cristo: a perspectiva de instalação do amor na Terra.
Sem dúvida alguma será um encontro de muita emoção e de muita paz.
Somente os jovens com a sua garra, com a sua força, com o seu entusiasmo natural para dar jeito neste mundo e nada mais oportuno do que conclamá-los para participar deste banquete de ideias e de vivência do amor e da fraternidade.
Meus queridos irmãos, o meu querido Rio de Janeiro vivenciará dias gloriosos. Há que se temer as manifestações que possam ocorrer? Claro que não. O que acontecer estará sob o controle do Altíssimo.
Vou estar lá. Pedi permissão aos meus maiores e eles me concederam a dádiva de estar bem pertinho, vendo cada detalhe, cada manifestação, cada discurso, cada homilia. Não arredarei o pé um só minuto deste encontro de esperança.
Quando falo de esperança é porque guardo profunda convicção que ali estará a semente de transformação de nosso planeta. Os jovens se estimularão com a voz vibrante e carinhosa do Papa Francisco que lembrará da responsabilidade de cada um deles de levar aos seus países e às suas paroquias a mensagem viva do amor e da paz sustentada no Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo.
Quero desejar a todos os participantes o meu desejo de união em torno do Cristo, de reavivamento da fé, da construção de um novo amanhã que estará, literalmente, em suas mãos.
A todos, deposito a minha fé na realização de um grande evento, onde a alegria seja o ponto alto a mover  todos os corações, não apenas da multidão presente, mas de todo o povo de Deus.
Boa jornada, meus queridos!
Helder Camara

19.7.13

DOM SUPREMO

Não desanimes ante a provação...
Seja qual for a luta em que te vejas,
Não recues no bem que em tudo almejas,
Nele empenhando vida e coração.

Esquece toda humana ingratidão
E persiste em servir, conquanto estejas
De alma ferida nas hostis pelejas,
Que te impõem tanta dor e solidão.

Recorda que Jesus em seu caminho,
Quase sempre também lutou sozinho,
Fiel a Deus em sacrifício extremo...

Que apenas quem se doa, e se estraçalha,
Sem desertar à mística batalha,
Há de alcançar no amor o dom supremo!...

Eurícledes Formiga
(Página recebida pelo médium Carlos A. Baccelli, em reunião íntima do Lar Espírita “Pedro e Paulo”, na manhã do dia 9 de julho de 2013, em Uberaba – MG).

18.7.13

CURIOSIDADES SOBRE A GRAVIDEZ DE ANA, MÃE DE MARIA

Vejam as obras que estão, curiosamente apenas no final do século passado e início desse 3º milênio, remexendo e questionando o que sempre foi dito em missas e cultos cristãos durante esses 2000 anos. Principalmente no que se refere aos Evangelhos Apócrifos, as discussões estão se acirrando, e não tardará a Ufologia requerer seu quinhão nessa boa briga.
     Já não é sem hora.
    Mas por que a Ufologia deveria infiltrar-se nessa discussão? Ora, vejamos o que dizem ess es Evangelhos Apócrifos. Primeiramente eles começarão derrubando aquela velha máxima de que Jesus vinha de família pobre e sem recursos. Observem o que disse o "ANJO" do Senhor, no Apócrifo chamado "Livro da Natividade de Maria", atribuído a São Jerônimo, sobre os avós do Mestre:
    I
    1. A bem-aventurada e sempre gloriosa Virgem Maria descendia de uma estirpe régia e pertencia à família de David. Nasceu em Nazaré e foi educada no templo do Senhor na cidade de Jerusalém. O pai chamava-se Joaquim e a mãe Ana. Era nazarena por parte do pai e belenense pela mãe.
    2. A vida desses esposos (Ana e Joaquim), era simples e reta na presença do Senhor e irrepreensível e piedosa perante os homens. Suas terras eram divididas em três partes: uma destinada para o templo de Deus e seus ministros; outra para os pobres e peregrinos; a terceira reservavam-na para si e para seus servos.
    3. Mas esses esposos tão queridos por Deus e tão piedosos para com o próximo, tinham vinte anos de vida conjugal em casto matrimônio, sem descendência. Mas tinham feito um voto que se Deus lhes concedesse um rebento, consagraríam-no ao serviço divino. Por este motivo, durante os dias festivos do ano iam ao templo de Deus.
    II
      1. A festa da Dedicação no templo aproximava-se e Joaquim dirigiu-se a Jerusalém em companhia de alguns patrícios. Naquele tempo era sumo sacerdote Isacar que ao vê-lo entre seus concidadãos, menosprezou-o e rejeitou seus presentes, perguntando-lhe como se atrevia a comparecer entre os prolíferos já que era estéril.
    Disse-lhe ainda que suas oferendas não seriam aceitas por Deus pois este considerava-o indigno da posteridade e clamou pelo testemunho da Escritura, que declarava maldito a quem não gerasse um varão em Israel.
     Avisou-o de que o primeiro deveria ter filhos para livrar-se da maldição e que só então poderia apresentar-se com oferendas para o Se nhor.
    2. Joaquim ficou morto de vergonha ante tamanha injúria e se retirou aos seus campos onde se encontravam os pastores e rebanhos, sem querer voltar para casa para não se expor ao desprezo dos companheiros que tinham presenciado a cena e ouvido o que Isacar lhe dissera.
    III
    1. Já fazia algum tempo que se encontrava naquele lugar, quando um dia que estava sozinho, apareceu-lhe um anjo do Senhor, rodeado de grande esplendor. Ficou atemorizado ante a visão, mas o anjo da aparição livrou-o do temor dizendo: "Joaquim, não tenhas medo e nem te assustes comigo. Sou um anjo do Senhor. Ele me enviou para anunciar-te que tuas preces foram ouvidas e que tuas esmolas subiram até Sua presença. Teve por bem olhar para tua confusão depois que chegou a Seus ouvidos a infâmia de esterilidade da qual injustamente te acusam. Deus é verdadeiramente vingador do delito, mas não da natureza. E por isso quando resolve fechar a matriz, o faz para poder abri-la de novo de uma forma mais admirável e para que fique bem claro que a prole não é fruto da paixão, mas sim da liberdade divina.
    2. Efetivamente Sara, a mãe primeira de vossa linhagem, não foi estéril até os oitenta anos? E, não obstante, deu à luz já muito anciã a Isaac, a quem aguardava o bênção de todas as gerações. Também Raquel, apesar de ser tão grata a Deus e Tão querida do santo Jacó, foi estéril durante muito tempo, sem que isso fosse obstáculo para que gerasse José que foi não só senhor do Egito, mas também o libertador de muitos povos que iam morrer de fome. E  houve juiz mais forte que Sansão e mais santo que Samuel? Apesar disso, ambos tiveram mães estéreis. Se a razão, contida em minhas palavras, não consegue convencer-te, acredita pelo menos que as concepções esperadas por muito tempo e os partos provenientes da  esterilidade geralmente são os mais maravilhosos.
    3. Saiba então que Ana, tua mulher , vai dar à luz um menina, a que colocarás o nome de Maria e que viverá consagrada a Deus desde sua infância em consonância com o voto que fizestes, e já desde o ventre da mãe estará plena do Espírito Santo. Não comerá nem beberá nada impuro e nem passará sua vida entre o bulício da plebe, mas no recolhimento do templo do Senhor, para que ninguém possa chegar a suspeitar e nem falar algo  desfavorável a ela. E quando for crescendo da mesma forma que ela nascerá de uma mãe estéril, ou seja, virgem, gerará de maneira incomparável o Filho do Altíssimo. O nome Deste será Jesus, porque de acordo com seu significado será o salvador de todos os povos.
    4. Este será o sinal de que é verdade tudo que acabo de dizer-te: Quando chegares à porta Dourada de Jerusalém, encontrarás Ana, tua mulher, que virá a teu encontro. Ela, que agora está preocupada por tua demora em regressar, alegar-se-á profundamente ao ver-te de novo."
     Engraçado que e sse mesmo "Anjo" deve também ter aparecido para Mateus e Tiago, pois os Apócrifos de ambos, de forma semelhante, ditam a mesma história. Mas no Apócrifo de Mateus o "Anjo" que aparece a Joaquim, entra em detalhes mais que intrigantes:
    1. Naquele mesmo tempo apareceu um jovem entre as montanhas onde Joaquim pastoreava seus rebanhos e lhe disse:
    "Por que não voltas ao lado de tua esposa?"
    Joaquim replicou:
    "Já faz vinte anos que tenho a mulher e, já que o Senhor houve por bem não dar-me filhos dela, vi-me obrigado a abandonar o templo de Deus ultrajado e confuso. Para que voltar a seu lado como estou, cheio de desonra e vexado? Ficarei aqui com meu gado até que Deus queira que a luz deste mundo me ilumine. Mas nem por isso deixarei de dar, com muito boa vontade, através de meus criados, a parte que corresponde aos pobres, às viúvas, aos órfãos e aos servidores de Deus."
    2. Nem bem terminou de falar e o jovem lhe respondeu: " Sou um anjo de Deus e hoje apareci a tua mulher quando orava afogada em prantos; saiba que ela já concebeu de ti uma filha. Esta viverá no templo do Senhor, e o Espírito Santo repousará sobre ela. Sua felicidade será maior do que a de todas as mulheres santas. Tanto é assim que ninguém poderá dizer que no passado houve alguma mulher semelhante a ela, e nem no futuro alguma lhe será comparável. Por tudo isso, desce já destas montanhas e corre para tua mulher. A encontrarás grávida, pois Deus dignou-se a suscitar nela um germe de vida; e esse germe será bendito e ela mesma também será bendita e ficará constituída como a mãe da eterna bênção."
    3. Joaquim prostrou-se em atitude de humilde adoração e disse: Já que fui agraciado com tua visão, vem repousar em minha tenda e abençoar este servo." Ao que o anjo respondeu: "Não te chames de teu servo, e sim de co-servo; pois ambos estamos na condição de servir ao mesmo Senhor. Minha comida é invisível e minha bebida não pode ser captada pelos olhos humanos; portanto não é necessário que me convides. Será melhor que ofereças a Deus em holocausto o que me darias de presente."
    Então Joaquim pegou um cordeiro sem nenhum defeito e disse ao anjo: "Nunca me teria atrevido a oferecer um holocausto a Deus se teu mandado não me tivesse dado potestade de fazê-lo."
    O anjo replicou:
    "Eu tampouco te convidaria a oferecê-lo se não conhecesse o beneplácito divino."
    E ocorreu que, quando Joaquim oferecia seu sacrifício, junto com o perfume deste e, por assim dizer, com a fumaça, o anjo elevou-se ao céu.
    Então Joaquim prostrou a face na terra e ficou ditado desde a sexta hora até a tarde. Quando seus servos e assalariados chegaram por não saber o que aquilo significava, encheram-se de espanto, pensando que ele quisesse suicidar-se. Aproximaram-se e com muito esforço conseguiram levantá-lo do chão. Então ele lhes contou sua visão, e todos, movidos pela admiração e estupor produzidos pelo relato, aconselharam-no que obedecesse sem demora a ordem do anjo e que voltasse depressa para a mulher. Mas aconteceu que, enquanto Joaquim pensava se era ou não conveniente voltar, adormeceu e em seus sonhos apareceu-lhe o mesmo anho que vira anteriormente quando estava acordado. Este falhou-lhe assim:
    "Eu s ou o anjo designado para tua guarda; desce tranqüilamente e fica ao lado de Ana, porque as obras de misericórdia que tanto ela quanto tu fizestes foram apresentadas ante o Altíssimo, que houve por bem legar a ambos uma posteridade como nunca puderam ter desde o princípio os santos e profetas de Deus, e que nem poderão tê-la no futuro."
    Joaquim chamou os pastores, quando acordou, para contar-lhes o sonho. Estes lhe disseram, prostrados em adoração ante Deus: 
    "Toma cuidado e não desprezes mais as ordens de um anjo do Senhor.
    Levanta-te e vamos. Avançando lentamente, poderemos ir cuidando nossos rebanhos."
    Antes das despedidas, vamos aos questionamentos:
    1º) Sabemos que Ana e Joaquim não podiam ter filhos, já que, ao que tudo indica, Ana era estéril, mas mesmo assim Maria nasceu. Seria um milagre da Divina Providência ou o "anjo" que lhe apareceu a "operou", proporcionando-lhe a fecundidade?
    2º) Quem fecundou Ana se Joaquim encontrava-se longe de casa?
    3º) Teria Joaquim tido um contato de 3º grau, já que o "anjo" de Deus apareceu-lhe "rodeado de um imenso esplendor", e após isso "elevou-se aos céus" em meio à fumaça?
    4º) O que teria causado tamanho choque a um homem como Joaquim, que o teria deixado "prostrado ao chão" durante horas, e que levou grande dificuldade aos seus servos a levantar-lhe?
    5º) O que queria o "anjo" dizer com: "minha comida é invisível e minha bebida não pode ser captada por olhos humanos"?

17.7.13

MILAGRE OU FENÔMENO
I. O QUE SERIA MILAGRE?
    A palavra milagre significa: coisa admirável, extraordinária, surpreendente. Popularmente, porém (sob a influência da teologia predominante no país), por milagre se entende: fato sobrenatural (que está além e fora da Natureza), algo inusitado e inexplicável, uma derrogação das leis da Natureza, pela qual Deus daria mostra de seu poder.
    Em princípio, Deus poderia fazer milagres, pois para Ele tudo é possível. Mas não o faz, não derroga nem anula as leis da Natureza, porque Ele mesmo as fez perfeitas e o que é perfeito não precisa ser modificado.
    A demonstração da grandeza, sabedoria e poder deDeus não está em fazer milagres mas, sim, em haver criado leis tão perfeitas, que nelas tudo já está previsto e providenciado, sem nada a corrigir nem improvisar.
 II. A EXPLICAÇÃO ESPÍRITA DOS MILAGRES
 Antigamente, havia muitas coisas consideradas como maravilhoso ou sobrenatural. Algumas nem eram fatos reais mas apenas crendices ou superstições sem fundamento. Outras eram fenômenos verdadeiros (fatos naturais) e foram consideradas milagres por estarem mal explicadas ou serem desconhecidas as suas causas. O círculo do maravilhoso ou do sobrenatural vem diminuindo ao longo dos tempos, pelo progresso do conhecimento humano, através:
 - da Ciência, que revela as leis que regem os fenômenos do campo material;
 - do Espiritismo, que revela e demonstra a existência dos espíritos e como agem sobre os fluidos, explicando certos fenômenos como efeitos dessa causa espiritual. As curas realizadas por Jesus, por exemplo, foram consideradas pelo povo como milagres, no sentido que a palavra tinha na época: o de coisa admirável, prodígio. Atualmente, o Espiritismo esclarece que os fenômenos de curas se dão pela ação fluídica, transmissão de energias, intervenção no perispírito etc. E permite examinar e compreender as curas realizadas por médiuns (espíritas ou não) ou por pessoas dotadas de excelente magnetismo. Essa explicação não diminui nem invalida as curas admiráveis, feitas por Jesus; pelo contrário, nos leva a reconhecer que Jesus tinha alto grau de sabedoria e ação para poder acionar assim as leis divinas e produzir tais fenômenos.
 III.  EM CONCLUSÃO
 Os fatos tidos como milagres nada mais são do que fenômenos; fenômenos que estão dentro das leis naturais; são efeitos cuja causa escapa à razão do homem comum. Podem ocorrer sempre que se conjuguem os fatores necessários para isso. Se há coisas que parecem inexplicáveis para nós, é porque nosso grau de evolução na atualidade ainda não nos possibilita a compreensão desses fenômenos. E se não produzimos com facilidade fenômenos como esses é porque ainda não desenvolvemos suficientemente as nossas faculdades espirituais. Mas tudo que acontece está sempre dentro de leis divinas. Leis que, sendo perfeitas e imutáveis, não podem e nem precisam ser derrogadas, anuladas.
 IV. OS MILAGRES QUE O ESPIRITISMO FAZ
 O Espiritismo coloca ao nosso alcance muitos recursos espirituais com os quais se torna possível acionarmos certas leis naturais e produzirmos alguns fenômenos que ajudem ao próximo e a nós mesmos. Mas quem procurar o Espiritismo somente para obter cura imediata de seus males físicos e espirituais, ou para resolver de pronto seus problemas materiais, poderá ficar decepcionado. Porque somente se realiza o que estiver dentro das leis divinas. E o Espiritismo não tem por finalidade principal a realização de fenômenos mas, sim, o progresso moral da humanidade.
 O maior milagre que o Espiritismo faz não é tirar problemas e dores do nosso caminho. É explicar-nos o porquê das coisas e ensinar-nos: como podemos melhorar a nós mesmos para gerarmos efeitos felizes; como prevenir e resolver problemas espirituais, desde que empreguemos vontade e esforço no sentido do bem; ou ainda, como suportar aquilo que, por ora, não pode ser mudado porque nos serve de expiação ou de prova.
 V. AS OBRAS QUE PODEMOS FAZER
 Jesus realizava coisas extraordinárias, devido a sua grande evolução espiritual. Afirmou, porém; "aquele que crê em mim, fará também as obras que eu faço e outras maiores fará, porque eu vou para junto do Pai". (Jo. 14 v 12.)
 De fato, Jesus apenas fez uma amostragem das realizações espirituais possíveis e, tendo ele retornado ao plano espiritual, os espíritos que continuam reencarnando na Terra poderão fazer aqui muitos fenômenos admiráveis, ainda mais que o ser humano está evoluindo e cada vez mais está aprendendo como lidar com as leis e forças do mundo espiritual.
 Para realizar fenômenos espirituais, porém, é preciso ter fé.
 VI. QUE É FÉ?
 Fé é confiança quanto às coisas espirituais, convicção de que não obstante escapem aos nossos sentidos comuns (por serem invisíveis e impalpáveis), elas existem, são reais e funcionam. A fé vem como resultado do conhecimento que se tenha a respeito das coisas espirituais. Podemos adquiri-la:
 - pela observação direta de fenômenos espirituais, objetivos ou subjetivos, ocorridos conosco mesmo ou com outras pessoas;
 - raciocinando sobre os fenômenos da vida universal, para deduzir deles as leis e fatos que transcendem aos nossos sentidos;
 - por informações sobre as realidades espirituais que nos forem dadas por outros (encarnados ou não), que nos mereçam confiança e respeito, por sua sabedoria e autoridade moral.
 VII. FÉ E AÇÃO
 A fé constitui o ponto de apoio indispensável para a ação espiritual. Tanto que Jesus dizia, freqüentemente: "A tua fé te salvou".
 A fé deve levar à ação, senão fica um conhecimento espiritual inoperante, o que levou Tiago a dizer: "A fé sem obras é morta". (Tg. 2:20.)
 VIII. FÉ RACIOCINADA
 Para levar à ação acertada, a fé tem de ser esclarecida e bem fundamentada.
 Uma fé que:
 - nos permita entender quem somos, de onde viemos, porque estamos no mundo e para onde iremos após a morte; ou seja, que somos espíritos filhos de Deus, vindos do plano espiritual, aqui encarnados para progredirmos, até retomarmos ao plano de onde viemos;
 - que nos mostre que podemos agir sobre coisas e seres e como devemos fazê-lo;
 - que nos leve a querer fazer o bem, porque é o único caminho bom para todos;
 - que nos assegure amparo e auxílio divinos para as nossas boas realizações espirituais, através de Jesus e dos bons Espíritos, seus emissários junto a nós;
 - que nos dê coragem para perseverar no esforço evolutivo e na prática do bem, pela certeza de que alcançaremos resultados satisfatórios, agora ou depois, aqui ou na imortalidade.
 Uma fé assim é que "transporta montanhas" (Mt. 17 v. 20), ou seja: faz suportar sofrimentos, superar dificuldades, transformar situações e pessoas.
 IX. A NOSSA FÉ
 Já temos alguma fé (conhecemos alguma coisa da vida espiritual) e com essa fé, embora ainda pequena, já temos conseguido realizar alguma coisa, superar dificuldades, suportar situações.
 Mas se a cultivarmos (pelo estudo, observação e exercício das coisas espirituais), nossa fé crescerá e nos permitirá fazer coisas mais difíceis e importantes, verdadeiramente admiráveis.
 X. TENHAMOS FÉ
 Em Deus: sua bondade e poder são infinitos, não deixando nenhuma de suas criaturas ao abandono; o que for realmente bom e necessário, Deus nos concederá, se fizermos a nossa parte;
 Em Jesus: como nosso Mestre espiritual, Guia de nossas almas e Luz em nosso caminho para Deus;
 Nos bons Espíritos: porque eles executam a vontade divina: dentro do que sabem e do que podem, amparam e socorrem as criaturas, conforme o merecimento ou a necessidade delas.
 Em nós mesmos: confiemos em nossas forças e possibilidades, pois somos criaturas de Deus. 

 LIVROS CONSULTADOS:
 De Allan Kardec:
 - "O Evangelho Segundo o Espiritismo", cap. XIX;
 - "A Gênese", cap. XIII.
Fonte: "Iniciação ao Espiritismo", Therezinha Oliveira

16.7.13

Questão 216 do Livro dos Espíritos
    CARÁTER MORAL
    Certamente que o caráter moral acompanha a alma depois do túmulo, não obstante a vida obedecerá à força do progresso; e esse caráter se modifica, diante das modalidades diferentes do que encontra no caminho.
    Se em uma existência o espírito adquiriu, pelos seus esforços no bem, a paciência, a dedicação ao trabalho honesto, e compreensão, a fé, a caridade e o amor, certamente que isso não foi produto somente daquela existência. Essas virtudes são filhas de todas as vidas que a alma viveu, na carne e no mundo espiritual; é fruto da maturidade.
    Quando vem em outra existência corporal, o espírito não pode se esquecer dessas qualidades conquistadas, mesmo que surgir na Terra em difícil condição social, nascendo em favelas, ou mesmo no campo; ele não deixará de ser uma criatura virtuosa. Se a vida o colocar no seio de família abastada, ele não mudará sua estrutura espiritual; continuará a ser o mesmo, pelo reflexo da consciência no dia a dia que vive.
    Da mesma forma, se é a ignorância que predomina, o espírito conserva o atavismo, de sorte que essa ignorância o guiará em outras vidas, mesmo que renasça em família virtuosa, fará com freqüência coisas que a virtude desaprova. Entretanto, nunca devemos generalizar idéias, pois o espírito pode, de uma hora para outra, começar a modificar a sua vida, alcançando qualidades enobrecidas. A maturidade pode surgir de momento a momento, mas, nunca que seja filha da dádiva, e sim, conquista de passo a passo.
    A alma somente esquece o mal que por ignorância faz; nunca o bem, por ser ele filho das leis naturais de Deus. Quando alguém passa a esquecer o bem que vinha fazendo, é porque aquele não tinha se solidificado ainda em seu coração. Com o passar do tempo, o próprio tempo dar-lhe-á a noção verdadeira da vida que há de levar, de trabalho, de honestidade e de amor.
    O mundo se encontra em um turbilhão de desespero, a humanidade sofre de todas as maneiras, por se alimentar do orgulho e do egoísmo, forças negativas devoradoras das qualidades enobrecidas. A receita para a harmonia de todas as raças da Terra se encontra no Evangelho do Nosso Senhor Jesus Cristo, cujos preceitos de luz nos induzem a viver vida feliz, mostrando que tudo é do Criador, e que nós, encarnados e desencarnados, somos apenas usufrutários das dádivas celestiais.
    Se queremos herdar bons precedentes de nós mesmos em outras existências, procuremos nos transformar moralmente hoje, agora. Mudemos de vida. Observemos os grandes homens da história, que são exemplos de vida reta, sem nos esquecermos do maior de todos eles: Jesus Cristo, padrão moral por excelência. Sendo Ele o Caminho; deveremos segui-lo para encontrar a paz de consciência, aprendendo com Ele como viver e entender e, por seu intermédio, conhecer a Verdade.

     A vida nos mostra as modificações constantes que devemos realizar, polindo nossos ideais e iluminando nossas qualidades, recebendo no coração a luz de Deus e abrindo os nossos braços no sentido de que o Cristo possa nascer em nossas almas.
    Toda modificação moral com Jesus requer sofrimento, sacrifícios, problemas inúmeros e dores incontáveis. Toda subida exige esforço. As mudanças que ocorrem com os espíritos não são somente interiores, as reencarnações levar-nos-ão a posições diferentes, para que aprendamos com elas a humildade, o amor e o direito de cada criatura onde ela se encontra. Mais uma vez te afirmamos: para herdarmos qualidades morais elevadas, plantemos as boas sementes, que já conhecemos, de que o Evangelho é um celeiro inesgotável.
 
Livro: Filosofia Espírita IV - João Nunes Maia - Miramez

15.7.13


PERSONALISMO – OUTRA VEZ!

Em minha pobre opinião, o problema do personalismo espírita somente é superado pela grave questão do elitismo.
Todavia, nesta semana, focarei, outra vez, a questão do personalismo, que, infelizmente, parece estar grassando entre nós de maneira assustadora.
Vejamos algumas falas, que, aqui e ali, facilmente poderemos anotar por sua sintomatologia:
- Ninguém entende mais de Doutrina do que eu, pois, há anos sou estudioso do assunto... (Será que, pelo menos, tem colocado em prática um pouco do muito que diz saber?).
- Especializei-me no conhecimento do passe... Tenho dado vários cursos a respeito!... (É provável que, em nenhuma Casa Espírita, quem assim o diz trabalhe na transmissão do passe).
- O meu tema é sexo... Tenho me aprofundado nele, inclusive estudado Psicologia! Precisamos quebrar tabus... (Em termos de sexualidade, estes “donos da verdade”, quase sempre, são héteros ou homossexuais tendenciosos).
- Mediunidade é algo muito complexo... Escrevo artigos e livros a respeito, e faço conferências!... (Talvez, no entanto, nunca tenha frequentado uma reunião mediúnica, e, na prática, sequer saiba o que seja “incorporar” espíritos sofredores).
- Sobre caridade, eu tenho uma ideia completamente diferente... Nada de assistencialismo!... (Nada de assistencialismo, e nada de assistência também – só conversa!).
- O Espiritismo precisa ser científico... Carecemos de estudar “O Livro dos Espíritos” e “A Gênese”!... (Sou capaz de apostar que, do começo ao fim, nunca estudou a nenhum destes dois livros! Para impressionar o “eleitorado”, quer mostrar ares de intelectual na tribuna...).
- Aqui no nosso Centro procuramos inovar... (Todavia, a renovação íntima está fora de pauta! Tal dirigente costuma ser mais grosso que corda de amarrar navio...).
- Os meus Guias me têm dito... (Os Guias dos médiuns só podem dizer o que eles sabem, e, na maioria das vezes, trata-se de opinião isolada – existem muitos Guias precisando ser guiados!.
- Convivi com Chico Xavier! Foi ele quem me orientou... (Quase sempre, isto não é verdade! O que se anda, indevidamente, usando o nome do Chico por aí é uma grandeza!).
- Sou espírita de berço, e, portanto, falo de cátedra... (Nenhum espírita, nem mesmo o de berço, está habilitado a falar de cátedra!).
- O meu Centro Espírita é filiado... E o seu, é?! (Sim, o “meu” Centro Espírita, graças a Deus, é filiado a Jesus Cristo! E o seu, é?!).
- A educação de filhos é um problema... Muitos espíritas que conheço têm falhado neste quesito!... (Este sequer lida com crianças na Evangelização Infantil – e quer ensinar aos pais como educar os seus filhos! Deveria, pelo menos, ser mais humilde, e não falar apontando o dedo em riste para os pais na plateia!).
- O meu currículo espírita inclui viagens ao Exterior... (Humm! E pelo interior do Brasil, falando nas Casas Espíritas mais pobres, inclui?!).
- Eu pertenço a tal “Associação”... (Ah, o Chico dizia que também pertencia a uma “AME” – à “Associação dos Mendigos Espíritas”!).
- Sou um ferrenho defensor da pureza doutrinária... (Eu fico com Jesus, que não lavava as mãos para comer... Pureza por pureza, meu irmão, eu fico com a minha sujeira que é capaz de ser mais limpa!).
- Nós fazemos um trabalho, que, da maneira que a gente faz, me parece ser o único... Queremos implantá-lo em vários lugares!... (Ora, pára com isto! Como diz um amigo meu, antes ouvir isto do que ser surdo!).
Se você escutou, nos últimos tempos, alguma coisa semelhante por aí, deve ser mera coincidência. Talvez, eu esteja exagerando, não é?!...
INÁCIO FERREIRA 
Uberaba – MG, 15 de junho de 2013.

14.7.13


Desafios de Deus

A ajuda sempre vem do Alto, cabe-nos sempre esperar.
Em tudo que fazemos há o dedo do Criador. Podemos até não perceber, mas o Pai atua sempre nas nossas vidas. Na verdade, Ele nos testa, verifica até onde vai a nossa fé. Sim, porque se tudo fosse fácil, sem problemas, que mérito haveria? Quando os desafios chegam, quando as adversidades se multiplicam, então veremos até onde é possível o Pai contar conosco.
Eu, em minha vida física, tive vários problemas aparentemente insolúveis. Não havia, segundo os meus cálculos, o que fazer, não havia saída. Pois então, de onde menos se esperava, de um jeito bem original, que escapava de meu raciocínio, saía uma solução. É assim que o Pai faz nas nossas vidas.
Tudo tem seu preço, irmãos, o que necessitamos ter em mente é: - estamos dispostos a pagar? Na resposta estará embutido o grau de paciência e perseverança que estamos dispostos a passar.
O Pai sabe das nossas condições, sabe até onde podemos ir, mas sabe também o que nós achamos sobre o nosso limite. É assim na vida e os tropeços e desafios servem mais para nos mostrar que podemos ir mais além.
Alguém acredita que servir ao Cristo é fácil? Não é, meus queridos. Parece que Ele nos reserva constantemente uma dificuldade a mais, um desafio maior. Creio que nisto reside o seu mandamento – aquilo que Ele nos ordenou fazer: “Sede perfeitos”.
Não é uma sugestão, é uma imposição. Como desejamos ser a imagem e semelhança do Pai sem atingirmos o cume da perfeição? E isso, meus queridos, se faz com suor e lágrimas, mas podemos conseguir e o sabor da vitória será bem mais interessante e proveitoso.
Você conseguirá, não tenho qualquer dúvida sobre isso e o Pai muito menos.
Fique em paz!
Helder Camara

12.7.13

CRISTÃO EM LUTA

Muita lágrima chorada
Que te parece altruísmo,
Não é senão, em quem chora,
Outra forma do egoísmo.
*
Existe quem seja assim,
Que vive a chorar a esmo,
Nas dores que os outros choram
Tendo pena de si mesmo.
*
Quase sempre quem pranteia
O morto sobre o caixão,
Só chora pensando em si
Em igual situação.
*
Quem, de fato, ama alguém,
Agindo no bem sem pausa,
Jamais se restringe à dor
Que a dor do outro lhe causa.
*
Enquanto a dor de quem sofre
Não doer na pele nossa,
Falar que ama o seu próximo
Não há na Terra quem possa...
*
Eis a luta em que se bate
Quem, por cristão, se traduz:
No momento do Calvário,
Perseverar com Jesus!...

Eurícledes Formiga
(Página recebida pelo médium Carlos A. Baccelli, em reunião pública do Lar Espírita “Pedro e Paulo”, na manhã de sábado do dia 6 de julho de 2013, em Uberaba – MG).

11.7.13

Essênios

O mito dos essênios: eles não eram uma seita esotérica

Esclarecimentos sobre os supostos eremitas do Mar Morto e dos papiros de Qumran
Existem muitos mitos e muita desinformação sobre a comunidade dos essênios e seu papel na vida e na formação de Jesus.
Os essênios eram uma comunidade como outras, no variado panorama das escolas político-filosóficas do judaísmo antigo, mas não uma seita esotérica.
Quem nos ajuda a esclarecer este tema é o professor Simone Paganini, quem, além de participar do Festival Bíblico de Vicenza, recentemente publicou um livro com este tema: "Qumran: as ruínas da lua".
Paganini reside em Aachen, onde é professor de hebraico, aramaico, exegese do Antigo e do Novo Testamentos e judaísmo na universidade local.
Para começar, quem são os essênios?
Nós os conhecemos sobretudo graças à historiografia de Flávio Josefo, que se ocupa de restituir uma imagem do judaísmo entre os séculos I a.C. e I d.C. Ele divide a sociedade judaica em 3 grandes escolas filosófico-culturais: fariseus, saduceus e essênios.
Flávio Josefo os descreve como judeus crentes que vivem em comunidade, dedicados ao estudo das Escrituras, mas também da medicina e de outras ciências; alguns casados, outros não; portanto, não podemos defini-los como "comunidade monástica". O mais interessante é a exclusividade da fonte, pois só Flávio Josefo nos fala deles, mas não os evangelhos – pelo menos não com esta definição.

Como foi que eles entraram no debate científico, então?
A partir de 1946, encontraram 22 grutas do deserto judaico muito perto do antigo povoado de Qumran, os chamados "manuscritos do Mar Morto". Em algumas destas obras, descreve-se uma comunidade com características similares às enunciadas por Flávio com relação aos essênios.
A comunidade científica da década de 50 e 60 começou a pensar que poderia existir uma correlação entre o grupo descrito nos manuscritos – identificado imediatamente, mas com certeza de forma equivocada, com os habitantes de Qumran – e o grupo descrito por Flávio Josefo. Hoje, graças ao aprofundamento da investigação, é possível ter uma visão mais completa e diferenciada, que coloca em discussão esta teoria, que parecia ser um dado comprovado.

E então?
Resumidamente, podemos afirmar que em Qumran não viviam somente os essênios, por três motivos:
- Os manuscritos não falam apenas de um único grupo;
- Os documentos encontrados não foram escritos em Qumran. O lugar foi habitado durante 120 anos, por um grupo muito pequeno, que não poderia, materialmente, ter escrito 1.500 documentos.
- As pesquisas mostram que Qumran provavelmente não era outra coisa a não ser uma grande "indústria agrícola", na qual se produziam objetos de cerâmica ritualmente pura. No interior do povoado, não se encontrou sequer um fragmento de pergaminho escrito.

Por que estes manuscritos são importantes?
Os manuscritos são importantes porque nos ajudam a entender a sociedade judaica no período imediatamente precedente à descrição dos Evangelhos, que também são documentos históricos que nos permitem reconstruir não somente as biografias, mas a sociedade da época.
Os anos de "vazio", que vão desde Jesus adolescente no templo até o início da pregação pública, não foram passados por Jesus em uma comunidade essênia?
Jesus teve contato com os fariseus e os saduceus, mas os Evangelhos não falam de essênios. A vida de Jesus se desenvolve na Galileia, e os essênios tinham seu centro principal em Jerusalém.
Na cultura literária antiga, se não se diz uma coisa, é porque isso não é considerado essencial. O "vazio" de acontecimentos é atribuído à não essencialidade desse período. Não há nenhum segredo esotérico: é que os contatos formativos não foram fundamentais. É preciso se desfazer desta espécie de mito.

E João Batista?
João Batista vivia no deserto. É uma figura carismática que traz a inovação do perdão dos pecados individuais com o batismo.
No judaísmo, existia uma lavagem ritual, com a qual se eliminava a impureza ritual, Também os essênios faziam isso, com grande frequência, mas não se trata de um rito comparável com o de João Batista.
Os essênios viviam em condições de pureza ritual muito estrita. João, no entanto, não estava interessado na observância destes preceitos. Além disso, para os essênios, não havia salvação longe da terra de Abraão.
Tanto Jesus como João Batista viveram o judaísmo de maneira diferente dos outros; queriam reformá-lo, destacar elementos que haviam sido esquecidos ou eram pouco considerados, mas não queriam aboli-lo.

10.7.13


Questão 215 do Livro dos Espíritos
    CARÁTER DE CADA POVO
    Cada povo se encontra reunido pela analogia de sentimentos. Os semelhantes se atraem por lei universal da própria justiça, entretanto, o amor tem o poder de não generalizar essa lei, porque Deus é amor e bondade. Sempre no seio de cada nação reencarnam espíritos elevados, condutores de massas humanas, trazendo a divina missão de paz e de entendimento, como sendo misericórdia para os que sofrem e choram. Quase todos os que ali se agrupam se encontram jungidos uns aos outros pelos mesmos sentimentos, juntos nos mesmos ideais; é mais fácil de se educarem.
    Quem observa o caráter distintivo de cada país entenderá porque ele aceita certas leis de bom grado; isso é aos mesmos sentimentos dos filhos que ali aportaram, pela afinidade dos ideais. Se, na formação de um país, os que serviram de base para a nação forem belicosos, serão atraídos, para serem seus filhos, espíritos que sentem prazer em guerras. Entrementes serem, a bondade de Deus e de Jesus é tão grande que eles enviam ao seio desses povos, espíritos de alta envergadura, em vários pontos de entendimento, para semear a paz e fazer compreender aos guerreiros, que somente o amor salva as criaturas das agressões internas, propiciando-lhes clima saudável para a tranqüilidade de consciência.
    Essa resposta de "O Livro dos Espíritos", à pergunta duzentos e quinze, é, pois, uma verdade que se pode observar pelos processos racionais. Cada povo atrai, para a sua comunidade, espíritos da mesma índole. Essa é a lei de justiça, mas, igualmente a lei de amor que rege todo o universo. É o que chamamos de harmonia.
    Quando adentra um supermercado, correndo os olhos nas expostas prateleiras, poder-se-á observar que cada coisa se encontra em seu lugar. Pois bem, isso satisfaz a nossa visão, e a alegria parece brotar em nosso rosto, por estar tudo obedecendo a esta ordem, de cada qual com o seu igual. Se não houvesse essa organização, provavelmente os fregueses fugiriam de tal casa comercial.
    Assim como cada família atrai, para serem seus filhos, almas das mesmas idéias o mesmo ocorre com as nações, com pequena percentagem que se refere às grandes almas, que vêm ao mundo, onde quer que seja, para servirem de instrumento do amor e da verdade.
    Analisando e observando o comportamento dos espíritos que, em sua maioria, reencarnam em países que se destacam pelas suas ações de guerra, na indústria, nas artes, na religião, facilmente concluímos que são almas afins, de caráter distinto, com ideais idênticos.
    Compete aos dirigentes das nações cujos povos apresentem vocações belicosas, de fanatismo religioso, político-extremados, ou tendências de se impor sobre os outros povos, diligenciar no aprimoramento de seus filhos. A educação e o saber dependem do alimento espiritual do amor.
    A Doutrina dos Espíritos, que nasceu na França, foi transferida a fim de não morrer, para o Brasil, expulsa que foi de lá, pela mesma lei a que nos referimos. Os grandes missionários ali aportados subiram para planos elevados e a doutrina de Jesus perdeu sua analogia com os que ficaram. Entretanto, na nação brasileira, ela encontrou seu verdadeiro berço, onde cresceu e prosperou como sendo o maior celeiro de educação para todos os povos.
    Vamos pensar na promessa evangélica de um só rebanho e um só pastor. O futuro nos espera. Que Jesus possa transformar a humanidade pelos métodos ensinados pelo Evangelho, fazendo desaparecer de todas as nações os dois monstros que devoram os povos e insuflam neles as guerras, o ódio, a vingança, e as separações, que são o orgulho e o egoísmo. No amanhã, vamos ter notícias da felicidade na Terra, no entanto, as suas raízes se encontram em cada criatura.

Livro: Filosofia Espírita IV - João Nunes Maia - Miramez

6.7.13

MAESTRO DIVINO

Não retrocedas! Segue estrada afora,
Arauto da Verdade que anuncia
O despontar de um novo e lindo dia,
Ao sol do Amor que a Vida resplendora.

Sob o bordão da crença que te escora,
Com o teu verbo inflamado de alegria,
Segue entoando a excelsa melodia
Ao longo do caminho que se enflora.

Não te emudeças ante a luta imensa,
Que hás de travar, vencendo a indiferença,
De tanta gente alheia ao que é benquisto...

Pois do teu canto de fraternidade,
Que há de ecoar por toda a Humanidade,
O Maestro Divino é Jesus Cristo!...

Eurícledes Formiga

(Página recebida pelo médium Carlos A. Baccelli, em reunião pública do Lar Espírita “Pedro e Paulo”, na manhã de sábado do dia 29 de junho de 2013, em Uberaba – MG).

5.7.13

Mil maneiras para servir


O que você tem a dar para o mundo? Já se fez esta pergunta?
O que você tem a oferecer aos mais necessitados do que você?
Se você pensar um pouco haverá de encontrar muitas respostas e caminhos de ação. Você possui em suas mãos muitas maneiras de ajudar ao próximo, o que falta, muitas vezes, é a ação urgente no bem.
Não se faça de rogado em ponderar dificuldades. Conheço muita gente em condições mais difíceis que você, de proporções bem mais limitadas, mas que age permanentemente no bem.
Quem deseja fazer, faz.
Quem deseja agir, age.
Quem quer dar o primeiro passo, caminha.
Você é o artífice da sua vida e há um plano de Deus traçado para você, onde somente você pode executar de maneira impecável.
Jogue fora as lamentações.
Deixe de lado os queixumes.
Enfrente as adversidades de peito aberto e verá que de toda a parte chegará ajuda para a realização de seus objetivos.
Nunca como hoje, o mundo precisou agir coletivamente no bem. Entre tantos problemas a enfrentar está o da solidão. Não a solidão de estar sozinho na multidão, que muitos possuem, mas a solidão em ideais, em ação, em atitude.
Ficamos sozinhos quando não dividimos os nossos receios de inatividade ou vazio no que devemos fazer.
Ficamos sozinhos simplesmente quando cruzamos os braços esperando que a oportunidade apareça ou que alguém nos convoque para um trabalho.
Que justificativa dar ao Pai quando você voltar ao país da eternidade de mãos vazias?
Você é o protagonista de sua própria vida, então não se coloque como mero coadjuvante da sua história.
Olhe ao seu redor com atenção e encontrará mil maneiras para servir e todas elas com fim útil.
Se quiser, de fato, trabalhar na vinha do Senhor Jesus não faltará terra e sementes a semear.
Deus te conduzirá!
Em paz,
Helder Camara

4.7.13

Jesus e o Espiritismo

Trecho do diálogo entre Carlos A Baccelli e o Espírito Dr. Inácio Ferreira no Livro Jesus e o Espiritismo.
 
- O senhor crê que algo semelhante ao que aconteceu ao Cristianismo possa acontecer ao Espiritismo?
- No capítulo do fundamentalismo doutrinário? Óbvio que sim. E não se iluda: os espíritos inimigos da Causa estão trabalhando para que isso aconteça. Agora que perceberam a força da Doutrina, na tarefa de reviver o Cristianismo dos tempos primitivos, os espíritos das Trevas, que se opõem ao Pensamento do Cristo, tudo farão para lhe obstruir o avanço - e, para tanto, haverão de se servir dos próprios espíritas!
- Então, o perigo que, neste sentido, corremos é real?
- É real e iminente! Daí a responsabilidade de todos os espíritas sinceros continuarem pugnando pela liberdade de expressão, fiéis a Jesus, Kardec e Chico Xavier, porque a verdade é que, fora desta tríade de luz, não há Espiritismo lúcido.
- E que o senhor me diz do Movimento organizado?
- Meu filho, todo Movimento que objetive a divulgação da Doutrina, sem propósitos de elitização, é extremamente válido. O que não pode ocorrer é a hierarquização - o que não podemos é admitir a existência de um clero espírita! Chega de equívocos! O Espiritismo é uma doutrina livre - nasceu livre e livre deve continuar.
- O Chico dizia que o dia em que ele, na condição de espírita e médium, tivesse que prestar contas a alguém na Doutrina, ele deixaria de ser espírita para tentar ser cristão...
- E eu, inegavelmente, atrás dele!
- E eu, atrás do senhor!
 

Livro: Jesus e o Espiritismo - Carlos A Baccelli - Inácio Ferreira

3.7.13

Não sou Santo


Outra vez mais me deparo com um desejo de homenagem de amigos generosos em torno de uma candidatura de meu nome para ganhar vez no panteão dos santos católicos.
Ah! Eu Deus, não sabem o tanto que me falta, não sou santo e como estou distante da verdadeira santidade.
Não sou santo porque ainda peco em palavras e ações.
Não sou santo porque me desvio vez por outra em pensamentos insolentes e sem propósito.
Não sou santo porque ainda não sei perdoar como deveria
Não sou santo porque tenho muito a fazer deste lado da vida para aparar as minhas queixas em relação a minha própria consciência.
Quanto me falta, Pai, para ser um santo. Sei que um dia o serei. Disto não tenho duvida alguma porque isto está reservado pelo Pai a todos os seus filhos.
Neste momento, porém, não sou santo.
Encontro, vez por outra aqui, aqueles a quem a nossa Santa Madre igreja conferui-lhes a santidade. Fico estupefato em saber o quanto eles se envergonham com tal condecoração.
A vergonha se manifesta exatamente por saberem de suas limitações e verem na terra venerados como servos de Deus em perfeição.
Dizem eles: “Se soubessem o que ainda passamos no dia a dia, sequer cogitariam, sequer pensariam em santidade”.
Pois é, amigos, ainda somos tão humanos por aqui, tão próximos da carne e do osso, que qualquer alusão a nossa possível angelitude nos causaria constrangimento.
Devemos venerar sim é ao Pai, a Santidade por excelência.
Devemos lembrar de Nosso Senhor Jesus Cristo, a quem todos nos subordinamos na terra, em aprender de verdade, o caminho para a santidade.
Devemos lembrar de Maria, que a todo instante trabalha para ajudar a todos os seus filhos espirituais.
Que o nosso papa Francisco analise bem este pedido de amigos do coração e conclua que o velho Helder deseja mesmo é ser lembrado como um servo sincero do Nosso Senhor Jesus Cristo em tentar implantar na essência o seu evangelho de amor.
Em paz.
Helder Camara

2.7.13

LUTAS

Questão 214 do Livro dos Espíritos
 
    As lutas de crianças no seio materno, bem como outras do mesmo gênero, são histórias que nasceram entre povos supersticiosos. Toda criança em formação no útero materno movimenta-se. Quando duas crianças gêmeas estão sendo geradas, tem-se a impressão de que estão lutando, o que não passa de aparência.
    As lutas, no caso, são somente nas consciências culpadas, como sendo o inferno interior a provocar distúrbios pelo magnetismo inferior acumulado na área de vida das criaturas que não souberam usar as oportunidades valiosas da reencarnação.
    O homem, em geral, é belicoso, em todas as nações; os países estruturaram "Ministérios da Guerra", ao invés de "Ministérios da Paz", o que seria bem melhor. Jesus nos ensina que a luta que devemos travar é com as nossas inferioridades, para expulsá-las do nosso convívio, e isso somente se processa se conhecermos a verdade, a verdade que nos tornará livres.
    Enquanto nos dispusermos a vencer os outros, seremos escravos das ilusões, que se tornaram, em todos os aspectos, passageiras, para nos mostrar que a eternidade acolhe as leis, onde se afiguram com esplendor a> caridade e o amor.
    O mundo é um campo de reformas onde as almas podem aportar porque, na Terra, se encontram muitos instrutores que já acenderam a luz do entendimento e sabem cumprir seus deveres no ensinar aprendendo. Os homens de bom senso são pregadores de linhas de vida que libertam. Eles se encontram espalhados por todo o mundo, pertencentes a várias seitas, mas, dirigidos e orientados pelo amor.
    Os espíritos que esperam a formação do corpo e que são inferiores permanecem inconscientes neste transe; falta-lhes a capacidade de raciocinar e mais ainda, de lutar com possíveis inimigos no ventre em que são gerados. A mãe, nesse caso, pode ajudá-los na formação dos seus caracteres, com bons pensamentos, com idéias enobrecidas, e com a vida onde o amor seja o alimento dos sentimentos.
    O instrumento de geração de uma mãe é aparelho de carne, mas, divino, que as mãos de Deus abençoaram e as de Jesus permanecem ajudando. O corpo humano é a maravilha das maravilhas por fornecer, ao espírito, chances grandiosas para o despertamento espiritual.
    Quem se encontra movendo um corpo físico, que aproveite, cuide dele e lute dentro dele para que a luz se faça no coração e a consciência se tranqüilize pelo esforço de melhorar.
    Esqueçamos, pois, as imagens poéticas de lutas com ódio antes de nascer, ou renascer, no mundo e vejamos que o tempo passa, nos pedindo que o aproveitemos na educação de nós mesmos. Não há conflito no seio materno; há, sim, compromisso de uns para com os outros, de sempre melhorar em busca da felicidade.

Livro: Filosofia Espírita IV - João Nunes Maia - Miramez

EU ESTOU DE CARA PINTADA!...


Passeatas no Brasil – o clamor das ruas!
Claro que sou a favor, e creio que todo espírito, encarnado ou desencarnado, com o mínimo de senso de responsabilidade também o seja.
Bem entendido: sem violência e sem vandalismo!
As reivindicações sociais, apartidárias, por um Brasil melhor são mais do que justas e necessárias.
De fato, profundas mudanças políticas precisam ocorrer, pois, caso contrário, adeus “Coração do Mundo, Pátria do Evangelho”...
A questão da espiritualidade do homem não deve ficar restrita à religião.
Chega de missionários no campo religioso – a Terra está a carecer de espíritos missionários na política e na administração do bem público. Por isto, talvez, quando falou sobre a reencarnação de Emmanuel, Chico informou que ele militaria no campo da Educação, e, provavelmente, mais tarde, iria para o Senado – que Deus o proteja!!!
A religiosidade carece de sair do âmbito dos templos religiosos! Fé não é tão somente oração, mas honestidade também! Precisamos, por exemplo, de um Francisco de Assis, de um Mahatma Gandhi, de uma Madre Teresa de Calcutá, de um Bezerra de Menezes, ou, ainda, de um Chico Xavier na Presidência da República!
Releiam o que André Luiz escreveu no capítulo 9 – “Problema de Alimentação”, na obra “Nosso Lar”. O texto é longo e substancioso. Transcreveremos apenas o que se segue: “Tudo isso provocou enormes cisões nos órgãos coletivos de ‘Nosso Lar’, dando ensejo a perigoso assalto das multidões obscuras do Umbral, que tentaram invadir a cidade, aproveitando brechas nos serviços de Regeneração, onde grande número de colaboradores entretinha certo intercâmbio clandestino, em virtude dos vícios de alimentação. Dado o alarme, o Governador não se perturbou. Terríveis ameaças pairavam sobre todos. Ele, porém, solicitou audiência ao Ministério da União Divina e, depois de ouvir o nosso mais alto Conselho, mandou fechar provisoriamente o Ministério da Comunicação, determinou funcionassem todos os calabouços da Regeneração, para isolamento dos recalcitrantes, advertiu o Ministério do Esclarecimento, cujas impertinências suportou mais de trinta anos consecutivos, proibiu temporariamente os auxílios às regiões inferiores, e, pela primeira vez na sua administração, mandou ligar as baterias elétricas das muralhas da cidade, para emissão de dardos magnéticos a serviço da defesa comum”.
Para quem sabe ler, um pingo é letra... Em “Nosso Lar” estava uma baderna! Havia corrupção, tráfico de alimentos (leia-se carne!), luta pelo poder... O Governador antigo não tinha pulso, e foi substituído por outro – está nas entrelinhas do citado capítulo.
Todavia, os protestos carecem de ser inteligentes, para que não venham a ser sufocados pelas inteligências sibilinas que estão ocupando o poder – tais protestos carecem de ir muito além que discussão em torno de tarifa de ônibus! O problema é muito mais sério, porque, por conta do câncer da corrupção, mais uma vez, o Brasil está “perdendo o bonde da História”...
Não votem mais em políticos viciados, que têm feito da Política instrumento de enriquecimento ilícito!
De tais protestos, nós, os espíritas, carecemos de participar sim. Por que não?! Não importa que, por causa destas palavras, mais uma vez, me acusem de reacionário, ou mistificador.
Vou mais longe: na Doutrina, façam passeatas contra o elitismo, contra a vaidade dos médiuns, contra o profissionalismo religioso, contra a ditadura branca dos dirigentes de Centros que não querem apear do poder...
É isto que eu penso, e, à exceção de Jesus Cristo, meu Chefe, não há quem possa me calar!
Eu sou “povão”, e, acreditem, estou de cara pintada nas ruas do Espiritismo!...
Vem prá rua você também.

INÁCIO FERREIRA
Uberaba – MG, 1º de julho de 2013.