31.5.23

O DIREITO NA VELHICE

Comentário Questão 685 do Livro dos Espíritos

O homem idoso tem o direito de viver no meio da sociedade, porque ele já deu a contribuição das suas forças e do que aprendeu no preparo junto àqueles que com ele conviveram.
Certamente que o velho que não tem como nem com quem viver, tem o direito de ser amparado pelo Estado que, para isso, acumula recursos fornecidos pela sociedade. Todo Estado deve ser um socialismo; ele vive às expensas da sociedade, no entanto, o que devemos crer é que, quando o socialismo tem como base os ensinamentos de Jesus, não há dúvida que nele se estabelece a harmonia, e os seus cooperadores vivem felizes. Se ainda não existe esse modo de viver, esperemos que no amanhã não vá existir outro caminho.
Jesus disse com propriedade: "Eu sou o caminho, a verdade e a vida. Quem não passar por mim, não entrará no reino dos céus." O reino dos céus referido pelo Mestre é a tranqüilidade social, é a paz de consciência do dever cumprido.
Se todos têm certa reverência pelas crianças, por que esquecer os velhos, que são as crianças de amanhã? Eles ajudaram a construir, mesmo dentro das suas limitações, o mundo que os mais jovens hoje desfrutam. Onde está a gratidão dos que vivem no presente com saúde e alegria? O bem-estar dos moços de hoje teve como preço o suor e o sacrifício dos seus ancestrais. Dos que já foram, reverenciemos seus nomes com respeito e carinho, já que eles não morreram.
Se queremos inspiração para o nosso proceder, a busquemos no Cristo, que Ele a tem com abundância, com a sua corte de agentes de luz, para guiar os de boa vontade. Não percamos tempo com coisas vãs. Busquemos em João o de que precisamos para entender melhor esse assunto:
Eu vim como luz para o mundo, a fim de que todo aquele que crer em mim não permaneça em trevas. (João, 12:46)
É dever do homem crer em Jesus, para que nele se acenda a luz da vida cada vez mais. Depois que o coração estiver iluminado, a vida brilhará nos seus caminhos com mais intensidade, sem que erre o caminho.
Muitos acham que o mundo não tem mais jeito, devido aos distúrbios nele enraizados pela ignorância humana. Como se enganam esses Espíritos fracos na fé! A solução é mais fácil do que pensam; os problema sociais estão assim porque os homens que dirigem as nações esqueceram Jesus. Por vezes falam n'Ele, mas o coração está longe do Mestre. Quando eles passarem a viver os preceitos do Divino Mestre, tudo se harmonizará.
Allan Kardec, no comentário que faz sobre a pergunta e resposta de "O Livro dos Espíritos", escreve uma belíssima página, que é a verdadeira solução para erradicar a desarmonia dentre os povos. Ele, verdadeiramente, era o intérprete do Mestre, traçando as soluções para os distúrbios sociais da humanidade.
O homem forte tem o dever de ajudar o fraco nas suas necessidades. Quando assim não faz, é devido à falta de caridade que, se podemos afirmar, é a falta do Cristo no coração. Devemos, assim, não somente amparar os velhos, como igualmente todos os mais fracos, desde que lhes falte a garantia de vida em harmonia.
Jovem! Ajuda a velhice, pois estás no mesmo caminho. Quem sabe o amanhã colocará esses velhos de hoje como teus filhos? Pensa nisto, porque a reencarnação é uma lei universal. Ninguém morre, bem o sabes, e as vidas sucessivas constituem uma realidade em todos os quadrantes da criação.
O homem tem o direito de repousar na velhice, tendo nas mãos dos jovens a segurança de que se encontram amparados. Lembremo-nos de que Deus é amor. Se Jesus pede que amemos ao próximo como a nós mesmos, esses velhos estão bem mais próximos, pelas suas necessidades.
Livro: Filosofia Espírita - João Nunes Maia - Miramez
Livro a venda na LER Livros Revistas Papelaria

29.5.23

Bilhete a Jesus

Senhor Jesus, Divino Amigo.
Estou escrevendo este pequeno bilhete, a fim de Lhe solicitar providências em favor da Humanidade, ou seja, da grande maioria da coletividade humana, que, na Terra, vem sendo explorada por alguns poucos...
Tratam-se, Senhor, de espíritos ambiciosos, sem escrúpulos, desonestos, injustos e que não deixam o poder que estão ocupando – alguns deles há décadas! – por absolutamente nada – são mentirosos, ladrões e chegam mesmo a comprometer a encarnação de milhões e milhões de espíritos que estão no mundo a fim de melhorar a si mesmos...
Muitos espíritos, Mestre, que reencarnaram esperançosos de estudarem e trabalharem, constituir família e estabelecer contato com aqueles com os quais se comprometeram diante da Lei da Causa e Efeito, não estão podendo levar adiante o seu intento, porque esses lobos vestidos com pele de ovelha não estão deixando – querem tudo e mais que tudo para si, como se pudessem, em uma só encarnação, enriquecerem por vinte ou trinta ou quarenta...
Esses delinquentes, em maioria, de paletó e gravata, deveriam estar na cadeia cumprindo sentença, mas, infelizmente, encontram comparsas em todos os seguimentos sociais: entre os magistrados, os políticos, os jornalistas, os empresários, etc. – que são delinquentes iguais a eles, ou piores ainda...
Por este motivo, estou escrevendo pedindo para tomar providência urgente, porque os seus amigos, Senhor – amigos verdadeiros! –, estão sendo perseguidos, estão sendo presos, vão ser mortos, enfim, os seus amigos estão praticamente na pior, e na pior mesmo!... Estão sendo impedidos até de rezar, quando não ironizados por esse gente que bate no peito e finge que acredita no seu Evangelho – mas, repito, são bandidos!...
Eu não sei se os seus assessores estão Lhe informando como é preciso, e, na dúvida – um deles uma vez se vendeu por trintas moedas, o Senhor se lembra?! –, estou tentando colocá-Lo a par da situação, porque, realmente, a coisa aqui está muito esquisita!...
Eu não sei que providência pretende tomar, mas, no passado, parece que o chicote deu algum resultado, porque, segundo testemunho ocular, o Senhor botou muita gente para correr na época...
Preciso Lhe dizer que eu também não sou lá essas coisas e que se, porventura, sobrarem lambadas para mim elas serão mais que merecidas, embora, sinceramente, elas devam ser mais vigorosas e precisas em outros lombos...
A coisa está de uma maneira, que eu, espírita que não acreditava na existência do Inferno, estou quase sendo obrigado a acreditar, porque acho que não tem outro lugar para mandar essa gente – o tal de Umbral é pouco...
Eu sei que o Senhor é Bondoso e que, talvez, não vai querer tornar a manejar o chicote que manejou uma vez, mas tem um ajudante do Senhor aí que adoraria cumprir com a tarefa que lhe fosse designada – parece-me que ele atende por um codinome – Satanás! – e dizem que já chegou a ser anjo, não sei... A menos, claro, que ele esteja sendo cúmplice dessa bandidagem que anda por aqui nos castelos e palácios, nas torres e nas mansões – é um povo que não coloca o pé no chão, porque só anda de avião...
Bem, o meu bilhete virou carta e qualquer coisa o Senhor me perdoe, mas a verdade é que eu não tenho mais saco – eu e o Papai Noel! – para caber tanta bandalheira no planeta...
Eu sou muito obediente ao Senhor, mas, a continuar do jeito que está, eu não reencarno nos próximos 300, ou 400 anos!...
Atenciosamente, o seu irmão menor –
 
INÁCIO FERREIRA - Blog Espiritismo na Internet
Uberaba – MG, 28 de Maio de 2023.

28.5.23

Vida é Atitude

Do que temos medo?
O que verdadeiramente nos afasta de Deus?
Por que damos voltas e não vamos ao ponto central que impulsionaria as nossas vidas para um lugar melhor?
Por que adiamos, deliberadamente, a grande decisão que devemos tomar nas nossas vidas?
Se pensarmos as razões pelas quais procrastinamos tomar a decisão de progredir com Deus é porque, no íntimo, ainda estamos inseridos a um conjunto de afazeres que nada têm a ver com a pauta divina.
Aquilo que devemos procurar, não procuramos.
Aquilo que devemos fazer, não fazemos.
Aquilo que devemos falar, não falamos.
Esta atitude de colocar para mais adiante o que deve ser feito hoje é danoso para cada um, porque não se sabe exatamente o que vai acontecer com o nosso futuro. Sabemos apenas o que se passa no hoje, no agora, no imediatamente. Portanto, sem demora, devemos agir.
O tempo passa - dizem alguns.
Passa nada! Quem passa pelo tempo somos nós. O tempo é. Tudo é. Nós é que individualizamos a existência em pedaços para fazer dela aquilo que priorizarmos.
O que a vida nos pede, antes de qualquer coisa, é atitude.
Ação!
Decisão!
Transformação!
Mudança para melhor!
O resto são apenas explicações pueris para tentar justificar a nossa negligência perante o tempo existencial.
Agora, por exemplo, você decidiu fazer algo por si. Está lendo estas linhas. Você priorizou este momento. Então, tudo da vida, é aquilo que deliberadamente colocamos em primeiro lugar.
O que você coloca em primeiro lugar na sua vida?
O que é mais importante para você?
O que te mobiliza a alma?
A estas perguntas correspondem respostas. E ações.
Agora que você já sabe o que fazer, simplesmente faça!
Tome a decisão!
Saia e faça acontecer o que te cabe nesta vida.
Deus, Aquele a que chamamos de Criador, a potência máxima do universo, unicamente fará emergir o que verdadeiramente você está procurando.
Nem mais, nem menos. A medida certa!
Abra os olhos, irmão!
Levante-se da cadeira que está sentado!
Descruze os braços!
Faça acontecer!
Deus estará contigo agora e sempre!
Caifas - Blog de Caifas

27.5.23

OBSESSÃO

Em batucada constante,
Seja o ritmo qual for,
Da cabeça invigilante,
Obsessor faz tambor.

Formiga/Baccelli - Espiritismo em Prosa e Verso
Uberaba, 20-5-23

25.5.23

CANTO DE FÉ

A minha voz jamais se calará,
Anunciando a Terra o mundo novo,
Que, um dia, há de surgir feito um renovo,
Do chão onde a semente brotará...

O meu canto de fé se espalhará
Ao longo do caminho em que movo,
E há de ecoar no coração do povo,
Que a uma só voz comigo cantará...

Tomada de esperança, a Humanidade,
Ante o sol de sublime claridade,
Verá que toda treva se desfaz...

Porque chegada a luta ao seu final,
Com o bem em triunfo sobre o mal,
Por toda a Terra há de imperar a paz!...

Eurícledes Formiga
(Página recebida pelo médium Carlos A. Baccelli, em reunião íntima no Lar Espírita "Pedro e Paulo", na manhã do dia 12 de maio de 2013, em Uberaba - MG)

24.5.23

ABUSO DE AUTORIDADE

 Comentários Questão 684 do Livro dosEspíritos

Se abusamos da autoridade, fazendo os nossos subordinados trabalharem com excesso, responderemos por isso. O comando não é para violência e, sim, para harmonia do meio onde fomos chamados a operar.
Se abusamos da autoridade, certamente que em outra etapa de vida poderemos vir a sermos mandados com o mesmo rigor com que abusamos dos outros. Essa é a lei de justiça, que opera sem a nossa participação. Queiramos ou não, as leis estão vibrando na vida para educar e disciplinar aqueles que as infringem.
Todo aquele que tem em suas mãos o poder de mandar, responde duramente pelos excessos do seu mando. Abuso de autoridade é sofrimento à vista. É bom que busquemos o Evangelho de Jesus para melhor comandar os subalternos, reconhecendo que eles são os nossos irmãos, por vezes passando por duras provas em casa e no trabalho; por que ainda suportar a rigidez do patrão, que deveria aliviar seu fardo?
Vós sois meus amigos, se fazeis o que eu vos mando. (João, 15:14).
Quando a vontade de agredir o que se encontra sob nosso comando for muito grande, pensemos se Jesus faria isso. Se queremos ser amigos de Jesus, sejamos brandos com os que já suportam o peso da vida nos ombros frágeis. Em todo lugar cabem os conselhos do Mestre; convidemo-Lo para andar conosco todos os nossos passos, para que não erremos o caminho. Façamos isso e veremos que a felicidade passa a ser nossa esperança, clima onde podemos respirar. Para tudo e todos, Deus fez a lei de misericórdia, dotando Seu filho maior de poderes para aplicar essa lei de acordo com a infinita fraternidade do Seu coração.
Tenhamos energia no nosso posto de mando, mas não nos esqueçamos do amor, para que essa energia se torne maleável e ensine com justiça. Todos os "grandes" homens do mundo que abusaram do poder, se encontram em duras provas, comendo do mesmo alimento que impuseram aos seus inferiores. Não brinquemos com as leis de Deus; elas vibram, pelo Seu poder, em todas as coisas e em todos os sentimentos, obedecendo à vontade do Soberano que as criou.
Sejamos honestos nas nossas atitudes, mas brandos no viver, compreensivos com os ignorantes e mansos com os que sofrem, amando-os. Somente se colhe aquilo que se semeia. Se conhecemos essa verdade, ela nos livrará do que poderíamos receber das nossas más ações.
Lembremo-nos do ensinamento do filósofo: "Conhece-te a ti mesmo", porque conhecendo-se a si mesmo, o Espírito passa a ser tolerante com as fraquezas alheias e compassivo com os ignorantes. Se é o nosso dever ensinar-lhes, façamo-lo com benevolência.
Abuso da autoridade é malevolência em todos os sentidos. Mesmo dentro do lar, é preciso que vejamos que todos têm deveres, mas, têm igualmente direitos. Se não sabemos obedecer, não sabemos também mandar. Temos também nossos limites, mesmo na arte de mandar. Se formos além, estamos sujeitos a que alguém nos chame às falas, por meios que às vezes desconhecemos.
Quem transgride as leis de Deus, passa a ser carrasco de si mesmo.
Livro: Filosofia Espírita - João Nunes Maia - Miramez
Livro a venda na LER Livros Revistas Papelaria

23.5.23

PODEM ACHAR QUE É, MAS NÃO É!

Vocês acham que o Mundo Espiritual é um orbe em que tudo esteja pronto e acabado?! Podem achar que é, mas não é! Aqui, aonde sobrevivemos, e, provavelmente, aonde vocês irão sobreviver após a morte do corpo, não é a beleza que se imagina, não! Esta beleza pode existir um pouco mais para cima, mas por aqui, não!...
Assim como os nossos irmãos encarnados se encontram lutando para construir uma Terra melhor, nós os desencarnados estamos lutando para construir um Mundo Espiritual melhor.
É grande equívoco pensar de outra maneira.
Do Abismo à Terra, e da Terra às Dimensões além, o espírito prossegue trabalhando no aperfeiçoamento de si mesmo e da vida em torno.
Mesmo em "Nosso Lar", que já tivemos oportunidade de dizer que, em relação às cidades existentes no mundo, se trata de uma cidade futurista, com muitos problemas sociais quase equacionados, ainda há muito para ser feito.
A Dimensão Espiritual onde, por assim dizer, tudo poreja perfeição, é desconhecida por nós outros - para nós, por enquanto, trata-se de um sonho distante!
Por agora, nem mesmo conseguimos que se concretizasse para nós a cidade que, em seu "A República", Platão idealizou - "Nosso Lar" tenta copiar-lhe a inspiração, mas, se assim posso me expressar, não se trata de uma cidade definitiva.
Portanto, não imaginem que, em desencarnando, vocês, sem mais nem menos, venham parar numa comunidade que não auxiliaram a construir - a morte não nos confere este prodígio, como, aliás, nenhum outro que possamos auferir sem esforço legítimo.
Deixando o corpo carnal, a não serem aqueles que possam transcender um pouco mais, vocês, logo passem por breve período de refazimento, terão uma vassoura a esperá-los...
E não adianta reclamar. Não terão asas, não volitarão, não exercerão a telepatia fácil, enfim, não verão nenhuma de suas limitações superadas, desde que, efetivamente, não tenham sido superadas.
O preguiçoso continuará preguiçoso, o manhoso, manhoso, e o malandro, malandro...
Esta história de que a morte fará com que os injustos se sentem no banco dos réus, é mais consolo para os injustiçados e alento para os que porfiam na difícil conquista das virtudes, do que fenômeno real que se lhes desencadeie de imediato.
Aqui, no Mundo Espiritual, a Justiça Divina, para se efetivar aos culpados, ainda não dispensa a justiça dos homens desencarnados - por isto que, deste Outro Lado, temos tribunais e cadeias para quantos a eles façam jus!
Seria uma bênção para ele que o espírito de um criminoso, por exemplo, ao deixar o corpo, se entregasse a uma espécie de arrependimento, que o induzisse a imediata reparação de seus erros. Infelizmente, isto não acontece, talvez, para a maioria, que continua vivendo à margem da lei.
Então, meus caros, o Mundo Espiritual não é um conto de fadas... É um mundo habitado por homens - alguns melhores, outros piores, e raros que, por seus méritos, se destacam dos demais.
Quem tira uma camisa do corpo, a vira do avesso e coloca no guarda-roupa, na ilusão de que esteja guardando uma camisa limpa, está guardando uma camisa suada!
O Mundo Espiritual é assim: vocês vestirão a camisa de seu lado avesso, ou o contrário, mas ela ainda estará impregnada daquele cheirinho de suor que se verte na Terra!...
INÁCIO FERREIRA - Blog Mediunidade na Internet

22.5.23

Zonas Infernais

Minha experiência no mundo das sombras já é grande. E aumenta cada vez mais. Estou pesquisando o que encontro no limiar das "zonas infernais". Visito, todos os dias que posso, as zonas de desconforto espiritual. São imensas e tem muita gente por lá. Fico boquiaberto com tudo que vejo. Não esperava, meus irmãos da Terra, ver o que vejo. São criaturas deformadas de todo jeito, coisas horríveis de se imaginar, e eu estou lá a pesquisar e a pergunta: por quê, meu Deus?

É difícil responder isso aos não espíritas. Os espíritas estudam isto há muito tempo, mas esta literatura não nos chegava às mãos, naturalmente, e hoje vejo que me fez falta saber um pouco sobras as "zonas infernais".

É lamentável ver irmãos em situação de desespero, de perda total da consciência de si mesmo, de apartamento do mundo real. Não sei se aquilo é viver. Não imaginamos, meus irmãos, o quão terrível são estas zonas purgatoriais.

Não quero amedrontar ninguém, mas como finquei o compromisso de dizer o que via por aqui, disso não posso fugir.

Meus queridos irmãos, há de tudo por estas bandas, nestas áreas desconectadas com Deus. Só pode ser isso, desconexão com Deus. Lá, Deus existe na assistência a estes nossos irmãos. São eles tratados como bichos, muitos deles, e bicho do mato, se posso assim me expressar.

Fiquei chocado, confesso, das primeiras vezes que fui a estes lugares. Parecia um filme de ficção. Haviam me falado, pediram para me preparar, que orasse a Deus. Tudo bem, fiz tudo isso, mas o impacto foi o maior da minha vida.

Hoje, tenho consciência do que representa estas reuniões socorristas que são feitas nos centros espíritas. Nada sabia na Terra, mas como quis saber tudo sobre o sofrimento humano, não podia deixar de experimentar esta sensação do lado de cá da vida.

Para muitos dos meus irmãos católicos pode ser que digam que agora me excedi no exame do mundo espiritual. Meus queridos, creiam que não. Um dia, se tiver autorização para escrever sobre aquilo que vejo por aqui, aí sim, vocês verão como os fatos são sérios e é bom saber sobre isso, sobretudo antes de morrer.

Nada do que pretendo escrever no futuro será novidade. Nada. Nada do que os espíritas e talvez os umbandistas já não tenham se referido, mas pela boca de um padre...

Meus queridos, vi também nestes lugares a misericórdia de Deus. Os amparados são aqueles que se deixaram amparar. O Pai quer a todos eles, mas não pode forçar que eles pensem diferente e, por isso, espera o momento de seu despertamento para Ele.

Fiquem em paz! Por ora, é tudo que posso dizer.

Um abraço,

Helder Camara - Blog Novas Utopias

21.5.23

Trevas Interiores

As tuas trevas interiores tudo farão para impedir o teu avanço espiritual.
Criarão, por fora, inúmeros embaraços para que te detenhas em teu esforço de ascensão.
Passarão, inclusive, ignoradas por ti, induzindo-te a pensar que as trevas ao teu redor é que te prejudicam.
Farão com que sempre transfiras responsabilidades pelos erros que são teus.
Suscitar-te-ão ideias que, sem razão de ser, te farão acolher o melindre em relação a companheiros.
Elas dormirão e acordarão contigo, sem que com elas consigas atinar no cotidiano.
Elas tomarão os teus olhos, os teus ouvidos, e, o que é pior, o teu discernimento.
Dar-te-ão toda razão em situações que não tens nenhuma.
Se não lograres acender alguma luz em teu mundo íntimo, elas haverão de continuar contigo indefinidamente.
Serás controlado por elas.
Chegarás, por vezes, a imaginar que estás sendo inspirado por Espíritos Bons, quando, em verdade, as tuas trevas interiores é que estarão a mistificá-los.
As trevas exteriores, como nos advertiu o Cristo, fazem com que ranjas os dentes, mas as interiores farão com que ranjas a alma.
Acautela-te.
Somente através da luneta da humildade conseguirás identificá-la em ti e dar-lhe o preciso combate.
Elas são mais densas trevas do que as trevas que possam haver por fora de ti.
Acredite: elas são o maior obstáculo a ser vencido, a fim de que possas vir a fazer alguma luzinha no espírito, porque não conseguirás extingui-las com a luz de um lampião.

Irmão José/Baccelli - Blog Mediunidade na Internet
Uberaba, 18 de Maio de 2023.

18.5.23

Medo da Morte

Minha irmã, você me escreve: “Dr. Inácio, eu tenho um medo danado da morte... Tenho medo de morrer... O que faço, Doutor, para vencer esse medo que me consome?!...”
Eu vou dizer a você o seguinte: o medo da morte é o mais inútil de todos os medos, porque, afinal, com ele ou sem ele, um dia, você há de deixar o corpo, e, portanto, eu a aconselho a não ficar perdendo tempo com isso, porque, segundo você me diz, o medo da morte a está consumindo em vida...
Esqueça a morte, que não existe, e lembre-se da vida que você precisa viver no corpo, fazendo o melhor ao seu alcance, para que, amanhã ou depois, ou daqui a pouco, você não se transfira para cá como alguém que, por um receio inútil, acabou até tendo medo de dormir.
Na condição de médico, quando na Terra, tive ensejo de consultar algumas pessoas que tinham medo de dormir e... morrer dormindo!... Essas pessoas, na verdade, viviam dormindo, e, para acordar, tiveram que morrer, ou seja, deixar a carcaça espantados feito a criança que leva um tombo, rala os joelhos e sai correndo em busca do colo da mãe...
Não espere pela morte, minha cara, porque, no tempo que lhe aprouver, ela vai chegar, e você, provavelmente, nem vai se dar conta que... morreu!...
O assunto que parece trágico, não deixa de ser cômico, porque, deste Outro Lado, conversando com gente morridinha da silva – sem parentesco com o Manoel Roberto! –, anoto que eles ainda não perderam o medo de morrer, porque, agora, em vez de temer deixar o corpo, temem voltar a ele...
Então, o melhor é você seguir respirando enquanto pode e por onde pode, deixando esse pensamento inútil que a vem perturbando como se você, que já morreu tantas vezes, nunca tivesse morrido, e que já deveria ter se acostumado com essa operação de deixar a “casca” – cobra troca de casca várias vezes por ano, e, sendo assim, sinceramente, eu acho que a gente deveria morrer mais de uma vez em uma única existência no corpo... Pássaros trocam as penas e árvores trocam as folhas a cada ano, e nada, absolutamente nada, que você está vendo agora será exatamente igual ao seu próximo fechar e abrir os olhos...
Viva no corpo perecível não como você estivesse a se despedir do mundo, mas, sim, como você estivesse chegando e tivesse muito trabalho pela frente, vivendo cada minuto como se fosse a eternidade.
Não tome remédios para esse seu medo de morrer, porque apenas farão com que você durma mais do que está dormindo e, inutilmente, se entoque no corpo, de vez que a Dona Morte é especialista em desentocar a quem se encontra entocado como o mais hábil tatú é capaz de se entocar nas entranhas da terra...
Quando a morte, por fim, vier visitá-la, se, porventura, você tiver tempo para dar pela sua visita, receba-a com alegria e trate-a bem, porque, em geral, a morte é semelhante àquela mão benfeitora que abre a porta da gaiola e deixa o pássaro voar, retomando a liberdade...
Eu não vou aqui falar de transcendência com você e tentar convencê-la de sua própria imortalidade – se quiser que o assunto seja assim tratado, existem, por aí, na Terra, muitos livros à sua disposição.... Porém, de minha parte, prefiro exortá-la a deixar de perder tempo com o que não adianta, não integrando o número daqueles que gostaram tanto de morrer que não arredam pé do cemitério, vigiando por dias, semanas, meses e anos a fio os seus despojos!...
 
INÁCIO FERREIRA - Blog Mediunidade na Internet
Uberaba – MG, 14 de Maio de 2023.

17.5.23

LIMITE DO TRABALHO

Comentários Questão 683 do Livro dos Espíritos

A pergunta de "O Livro dos Espíritos" é objetiva e abrangente:
Qual o limite do trabalho?
E vem, em seguida, a resposta pelo agente de luz do céu:
O das forças. Em suma, a esse respeito Deus deixa inteiramente livre o homem.
O Senhor deixa livre o homem, para testar seu raciocínio e fazer com que ele cresça, e é de experiência em experiência que ele acumula as qualidades nobres para despertar os valores eternos do coração.
Deus não poderia fazer tudo para as criaturas, pois o Espírito perderia o estímulo, e não se esforçaria, nem empenharia em luta alguma, pois, teria o Pai para fazer tudo por ele. Mas o Pai vai deixando os filhos cada vez mais livres, de acordo com o seu despertar. Os filhos crescidos, já adultos, devem se esforçar, e nesse exercício eles mesmos se salvam pelo empenho de cada dia.
O limite do trabalho é o das nossas forças, aqui e além, mas temos liberdade de trabalhar mais, ou menos, pois cada um é que sabe o seu limite; no entanto, não podemos ficar sem operar, no que fomos chamados a fazer.
Até as crianças trabalham; um sorriso para seus pais opera maravilhas. Isso não é um trabalho? Um velho cujas forças se desgastaram no correr dos anos, pode laborar na sua área, fazendo o que suporta fazer, ainda mais, onde mora, apegando-se à compreensão, pois, todo lar precisa de mais um pouco de harmonia. A velhice está cheia de experiências que podem ser repartidas com os demais da família. A um idoso bom, amoroso e justo, há sempre lugar para ele ficar, e recebe em troca o caminho de todos que convivem com ele no lar.
Se Deus deixa inteiramente livre o homem no que tange ao trabalho, devemos respeitar essa liberdade, e fazer mais do que o Senhor nos outorgou para realizar.
A Doutrina dos Espíritos coloca nos ombros dos seus adeptos mais responsabilidade, e nos convida para fazer mais do que nos dispomos, mostrando que a caridade é um dever do homem e do Espírito, que somente ela nos salva e serve de moeda divina, para que possamos entrar no reino da harmonia da consciência.
Os homens têm a liberdade de escolher a filosofia religiosa que queiram seguir, no entanto alertamos que a melhor de todas elas é a que apresentar mais trabalho para os seus ombros, de maneira que nem a religião nem quem faz o trabalho especulem com desamor os necessitados. Devemos sempre dar com uma mão sem que a outra perceba.
Observemos João, quando anota a palavra de Jesus:
E tudo quanto pedirdes em meu nome, eu o farei, para que o Pai seja glorificado no Filho. (João, 14:13)
Devemos pedir sempre ao Mestre e em nome d'Ele, que os Céus confiem em nós, dando-nos mais trabalho, tanto quanto possamos suportar. Tenhamos cuidado com as coisas fáceis; elas representam um cesto de flores onde se escondem víboras. Aprimoremos nosso dom de escolha, e se já temos liberdade de escolher o trabalho, cuidemos de não querê-lo sem Jesus, reparando se estamos certos naquilo que devemos fazer. Toda liberdade valiosa carrega consigo a responsabilidade.
Livro: Filosofia Espírita - João Nunes Maia - Miramez
Livro a venda na LER Livros Revistas Papelaria

16.5.23

A Brevidade da Vida

Lúcio Aneu Sêneca foi um filósofo romano que viveu na época de Jesus. Representante da escola estoica, um de seus livros referia-se ao título deste artigo. Dele, destaco um trecho para ilustrar o que quero defender:
O tempo presente é brevíssimo, tanto que a alguns parece não existir, pois está sempre em movimento; flui e precipita-se; deixa de ser antes de vir a ser; é tão incapaz de deter-se, quanto o mundo ou as estrelas, cujo infatigável movimento não lhes permite permanecer no mesmo lugar. Pertence, pois, aos ocupados, apenas o tempo presente, que é tão breve que não pode ser abarcado; e este mesmo escapa-lhes, ocupados que estão em muitas coisas. 
O tempo é efetivamente brevíssimo. Escorrega das nossas mãos. Quando vemos ele já passou numa velocidade estonteante. Vai-se embora precipitadamente que nem percebemos a velocidade como chegou e se foi. E parece que nos tempos presentes isto ocorre mais aceleradamente que antes.
Há pouco tempo tinha treze anos e curtia “Os Embalos de Sábado à Noite” e, embora não conseguisse dançar como John Travolta, ao menos aquela roupa que ele dançava no filme eu tinha e ouvia os Bee Gees repetidamente sem me cansar. Quando abri os olhos já era pai e o trabalho para ganhar a vida ocupava praticamente todos os meus dias - até o fim de semana. Novamente quando abri os olhos, já beiro uma aposentadoria apesar de me achar tão disposto quanto aos vinte e cinco anos, acrescido de uma experiência inevitável.
Nesse deja vu, passo a me lembrar de muitos momentos marcantes da minha infância e da minha juventude e em vários deles havia uma figura presente, um tio-irmão que me apoiou em várias iniciativas daquele principiante nesta vida: Edvaldo Freitas Lins, carinhosamente chamado por todos por Valdinho.
Apesar de ter 68 anos, acreditava que o veria ainda por mais tempo entre nós, mas eis que inesperadamente recebo a notícia no começo da manhã de 11 de maio que ele inventou de retornar “mais cedo” ao mundo dos espíritos.
Ultimamente, estava doente, mas pensávamos todos nós da família que seria coisa passageira, afinal, sempre teve uma saúde de ferro. Não era. Ele realmente teve que partir antes do que esperávamos.
Pego de surpresa, não me acostumei com a ideia de que não vou mais vê-lo. Está tudo tão recente. Ainda o espero chegar de repente, como sempre fazia, para nos visitar. Era um tio andarilho. Todos os sobrinhos tiveram certamente experiências inesquecíveis com ele. Não importa. Ele era querido pelas suas qualidades e equívocos. As alegrias que ele nos presenteava com seu jeito de menino brincalhão era o que o distinguia. E sua solidariedade. Estava sempre conosco quando precisávamos. Aparecia para nos dizer, do seu jeito, “estou aqui”.
Alguém me disse, no sepultamento do seu corpo físico, que ele era bom, mas era ruim para ele mesmo. Possivelmente. Em muitos momentos parece que não desejava crescer. Bem, será ele – como todos nós - que responderá pela sua consciência.
Sentiremos sua falta!
Não posso ver a sua foto que as lágrimas chegam aos borbotões. Isso chama-se luto. A dor da ausência a quem amamos. É uma emoção que devemos deixar chegar e invadir até um dia ela ganhar seu lugar e se acomodar. Mas jamais esquecer.
Estes tempos corridos que nos ocupa até os sonhos faz-nos escapar, qual Sêneca nos lembra, de muitas coisas.
Lembrar que precisamos dar importância relativa às coisas da matéria, pois ela verdadeiramente é uma ilusão.
Lembrar que precisamos dizer as pessoas que amamos o quanto elas são importantes para nós porque amanhã...
Lembrar que precisamos aproveitar cada momento como se fosse o último, carpe diem, para darmos o nosso melhor e deixar de lado as futilidades que o ego insiste em reclamar.
Espero, Valdinho, que seu despertar no mundo dos imortais seja tranquilo e sua adaptação seja rápida. Minha avó Amara estava tão preocupada com toda este contexto e, certamente, vai te acolher como toda mãe faz com o filho quando passa por uma situação de adversidade.
Daqui a pouco, você vem dar notícias. Estarei por aqui para completar a ligação.
Obrigado por tudo, irmão, que você fez por mim!
“Qualquer dia a gente vai se encontrar.”
Apesar de saber nas entranhas sobre a continuidade da vida, não aprendi dizer adeus – e creio que vou demorar.
Vê se faz alguma coisa para nosso Santinha voltar logo, no mínimo, para a série B.
Parece que agora, finalmente, irei conhecer Beatriz. Essa você ficou me devendo.
Um beijo de muita saudade!
Carlos Pereira - Blog de Carlos Pereira

15.5.23

Medo da Morte

Minha irmã, você me escreve: “Dr. Inácio, eu tenho um medo danado da morte... Tenho medo de morrer... O que faço, Doutor, para vencer esse medo que me consome?!...”
Eu vou dizer a você o seguinte: o medo da morte é o mais inútil de todos os medos, porque, afinal, com ele ou sem ele, um dia, você há de deixar o corpo, e, portanto, eu a aconselho a não ficar perdendo tempo com isso, porque, segundo você me diz, o medo da morte a está consumindo em vida...
Esqueça a morte, que não existe, e lembre-se da vida que você precisa viver no corpo, fazendo o melhor ao seu alcance, para que, amanhã ou depois, ou daqui a pouco, você não se transfira para cá como alguém que, por um receio inútil, acabou até tendo medo de dormir.
Na condição de médico, quando na Terra, tive ensejo de consultar algumas pessoas que tinham medo de dormir e... morrer dormindo!... Essas pessoas, na verdade, viviam dormindo, e, para acordar, tiveram que morrer, ou seja, deixar a carcaça espantados feito a criança que leva um tombo, rala os joelhos e sai correndo em busca do colo da mãe...
Não espere pela morte, minha cara, porque, no tempo que lhe aprouver, ela vai chegar, e você, provavelmente, nem vai se dar conta que... morreu!...
O assunto que parece trágico, não deixa de ser cômico, porque, deste Outro Lado, conversando com gente morridinha da silva – sem parentesco com o Manoel Roberto! –, anoto que eles ainda não perderam o medo de morrer, porque, agora, em vez de temer deixar o corpo, temem voltar a ele...
Então, o melhor é você seguir respirando enquanto pode e por onde pode, deixando esse pensamento inútil que a vem perturbando como se você, que já morreu tantas vezes, nunca tivesse morrido, e que já deveria ter se acostumado com essa operação de deixar a “casca” – cobra troca de casca várias vezes por ano, e, sendo assim, sinceramente, eu acho que a gente deveria morrer mais de uma vez em uma única existência no corpo... Pássaros trocam as penas e árvores trocam as folhas a cada ano, e nada, absolutamente nada, que você está vendo agora será exatamente igual ao seu próximo fechar e abrir os olhos...
Viva no corpo perecível não como você estivesse a se despedir do mundo, mas, sim, como você estivesse chegando e tivesse muito trabalho pela frente, vivendo cada minuto como se fosse a eternidade.
Não tome remédios para esse seu medo de morrer, porque apenas farão com que você durma mais do que está dormindo e, inutilmente, se entoque no corpo, de vez que a Dona Morte é especialista em desentocar a quem se encontra entocado como o mais hábil tatú é capaz de se entocar nas entranhas da terra...
Quando a morte, por fim, vier visitá-la, se, porventura, você tiver tempo para dar pela sua visita, receba-a com alegria e trate-a bem, porque, em geral, a morte é semelhante àquela mão benfeitora que abre a porta da gaiola e deixa o pássaro voar, retomando a liberdade...
Eu não vou aqui falar de transcendência com você e tentar convencê-la de sua própria imortalidade – se quiser que o assunto seja assim tratado, existem, por aí, na Terra, muitos livros à sua disposição.... Porém, de minha parte, prefiro exortá-la a deixar de perder tempo com o que não adianta, não integrando o número daqueles que gostaram tanto de morrer que não arredam pé do cemitério, vigiando por dias, semanas, meses e anos a fio os seus despojos!...

INÁCIO FERREIRA - Blog Mediunidade na Internet
Uberaba – MG, 14 de Maio de 2023.

14.5.23

Dignidade

No dia 13 de maio de 1888, assinou-se aquilo que costumeiramente ficou conhecida como a Lei Áurea - a lei de ouro da liberdade para os escravos negros brasileiros.
Mais de um século depois, ao recordar esta lei bendita e santa, percebemos claramente que, apesar de grandiosa, foi absolutamente incompleta.
Liberdade se dá à medida que aquele que a possui tem plenas condições de escolha, sem isso é apenas um simulacro de liberdade.
No mundo capitalista que vivemos, aprendemos que o dinheiro é tudo. Esta falácia corre solta para aqueles que veneram o deus-dinheiro.
Mas são as leis. São as regras do jogo do capital quem impõem aquilo que deve e o que não deve ser feito. Aquilo que é condizente com os interesses dele e o que é contra o seu crescimento.
O deus-capital se impõe até hoje a humanidade e está cada vez mais sofisticado.
Agora, pelas mãos da tecnologia, impõe, ainda mais, a exclusão de milhões, bilhões, de seres humanos mundo afora.
Os relegados de ontem, pretos e pobres, se juntam aos brancos e afastados da ordem do capital.
Em outras palavras, à escravidão disfarçada do passado assomou-se ao sistema absurdo de exclusão de gente para a veneração do deus- dinheiro.
Os negros brasileiros, apartados do bolo da distribuição da riqueza na sua época, ficaram cada vez mais injustiçados e marginalizados.
Ganharam as periferias, viveram abjetamente, e o pior de tudo, foram cravejados como párias e bandidos.
Engraçado com a elite branca dominante manipula interesses e opiniões para a manutenção de um quadro absolutamente anticristão.
E hoje, o que temos a comemorar?
Perdoem-me dizer: nada - absolutamente nada.
O mundo cresceu, porém, não conseguiu desenvolver-se, porque entendo como desenvolvimento a inclusão de gente no bolo da produtividade e da felicidade. E boa parte de nossa gente não sabe por que nasceu, para que nasceu e para onde vai a sua vida.
São subtraídos dessa nossa a gente não apenas a liberdade, mas aquilo que intrinsecamente ela traz como bem inafiançável: a dignidade.
Quando, a minha gente, a dignidade será a marca de todo o povo brasileiro?
Quando, minha gente, não encontraremos mais pobres e miseráveis a mendigarem e a dormirem nas ruas?
Quando, minha gente, não teremos esta divisão criminosa da renda no Brasil?
Quando, minha gente, finalmente, seremos justos - e consequentemente - poderemos nos afirmar seguidores do Cristo?
Neste 13 de maio, minhas honrarias a Zumbi dos Palmares, aos esquecidos das favelas e mocambos, aos deserdados de toda sorte, aos esfomeados, aos tratados injustamente.
Clamo pelos negros injustiçados!
Oro pelas almas atormentadas, vítimas da miséria e do preconceito cruel.
Aos que tenham olhos para ver e ouvidos para ouvir, lembro das palavras santas de nosso senhor Jesus Cristo:
- Bem-aventurados os que sofrem perseguição por causa da justiça porque é deles o Reino dos céus.
Não um céu futuro e incerto.
Não céu de estrelas romanceadas e paradisíacas.
Não o céu inconsequente.
Mas, um céu aqui e agora.
Um céu de paz interior.
Um céu de justiça e de amor.
Helder Câmara - blog Novas Utopias

13.5.23

SEMPRE COM JESUS

Sigamos com Jesus pelo caminho afora,
Sem temer na jornada a sombra que se adensa,
A mergulhar a Terra em grande desavença
Qual na Terra se vê acontecer agora...
 
Ao luzeiro da fé que n’alma resplendora,
Prossigamos varando a escuridão imensa,
Sem que empecilho algum nos detenha ou convença
A desertar do Bem na luta que aprimora...
 
Nada de desalento e tampouco cansaço,
Que o Senhor nos tutela e guia a cada passo,
Deixando para trás a provação sem fim...
 
Trabalhemos com amor no ideal de servir,
Que sob os nossos pés o chão há de florir,
Com o mundo a converter-se em formoso jardim!...
 
Eurícledes Formiga - Blog Mediunidade em Prosa e Verso.
(Página recebida pelo médium Carlos A. Baccelli, em reunião da Casa Espírita “Bittencourt Sampaio”, na manhã de sábado do dia 6 de Maio de 2023, em Uberaba – MG).

12.5.23

Zonas Infernais

Minha experiência no mundo das sombras já é grande. E aumenta cada vez mais. Estou pesquisando o que encontro no limiar das "zonas infernais". Visito, todos os dias que posso, as zonas de desconforto espiritual. São imensas e tem muita gente por lá. Fico boquiaberto com tudo que vejo. Não esperava, meus irmãos da Terra, ver o que vejo. São criaturas deformadas de todo jeito, coisas horríveis de se imaginar, e eu estou lá a pesquisar e a pergunta: por quê, meu Deus?
É difícil responder isso aos não espíritas. Os espíritas estudam isto há muito tempo, mas esta literatura não nos chegava às mãos, naturalmente, e hoje vejo que me fez falta saber um pouco sobras as "zonas infernais".
É lamentável ver irmãos em situação de desespero, de perda total da consciência de si mesmo, de apartamento do mundo real. Não sei se aquilo é viver. Não imaginamos, meus irmãos, o quão terrível são estas zonas purgatoriais.
Não quero amedrontar ninguém, mas como finquei o compromisso de dizer o que via por aqui, disso não posso fugir.
Meus queridos irmãos, há de tudo por estas bandas, nestas áreas desconectadas com Deus. Só pode ser isso, desconexão com Deus. Lá, Deus existe na assistência a estes nossos irmãos. São eles tratados como bichos, muitos deles, e bicho do mato, se posso assim me expressar.
Fiquei chocado, confesso, das primeiras vezes que fui a estes lugares. Parecia um filme de ficção. Haviam me falado, pediram para me preparar, que orasse a Deus. Tudo bem, fiz tudo isso, mas o impacto foi o maior da minha vida.
Hoje, tenho consciência do que representa estas reuniões socorristas que são feitas nos centros espíritas. Nada sabia na Terra, mas como quis saber tudo sobre o sofrimento humano, não podia deixar de experimentar esta sensação do lado de cá da vida.
Para muitos dos meus irmãos católicos pode ser que digam que agora me excedi no exame do mundo espiritual. Meus queridos, creiam que não. Um dia, se tiver autorização para escrever sobre aquilo que vejo por aqui, aí sim, vocês verão como os fatos são sérios e é bom saber sobre isso, sobretudo antes de morrer.
Nada do que pretendo escrever no futuro será novidade. Nada. Nada do que os espíritas e talvez os umbandistas já não tenham se referido, mas pela boca de um padre...
Meus queridos, vi também nestes lugares a misericórdia de Deus. Os amparados são aqueles que se deixaram amparar. O Pai quer a todos eles, mas não pode forçar que eles pensem diferente e, por isso, espera o momento de seu despertamento para Ele.
Fiquem em paz! Por ora, é tudo que posso dizer.
Um abraço,
Helder Camara - blog Novas Utopias

11.5.23

Melhor Sofrer no Bem

 "Porque melhor é que padeçais fazendo bem ( se a vontade de Deus assim o quer), do que fazendo mal." - Pedro (I Pedro 3:17)
    Para amealhar recursos financeiros que será compelido a abandonar precipitadamente, o homem muitas vezes adquire deploráveis enfermidades, que lhe corroem os centros de força, trazendo a morte indesejável.
    Comprando sensações efêmeras para o corpo de carne, comumente recebe perigosos males que o acompanham até aos últimos dias do veículo em que se movimenta na Terra.
    Encolerizando-se por insignificantes lições do caminho, envenena órgãos vitais, criando fatais desequilíbrios à vida física.
    Recheando o estomago, em certas ocasiões, estabelece a viciação de aparelhos importantes da instrumentalidade fisiológica, renunciando à perfeição do vaso carnal pelo simples prazer da gula.
     Por que temer os percalços da senda clara do amor e da sabedoria, se o trilho escuro do ódio e da ignorância permanece repleto de forças vingadoras e perturbantes? Como recear o cansaço e o esgotamento, as complicações e incompreensões, os conflitos e os desgostos decorrentes da abençoada luta pela suprema vitória do bem, se o combate pelo triunfo provisório do mal conduz os batalhadores a tributos aflitivos de sofrimento? Gastemos nossas melhores possibilidades a serviço do Cristo, empenhando-lhe nossas vidas.
    A arma criminosa que se quebra e a medida repugnante consumada provocam sempre maldição e sombra, mas para o servo dilacerado no dever e para a lâmpada que se apaga no serviço iluminativo reserva-se destino diferente.

Livro:  Pão Nosso - Francisco C. Xavier - Emmanuel

10.5.23

REPOUSO

Comentários Questão 682 do Livro dos Espíritos
 
Quem trabalha deve obedecer aos limites que a natureza impõe ao esforço. O corpo precisa de descanso para recuperar as energias perdidas.
Compete ao homem analisar sua capacidade, e as próprias leis da Terra se inspiraram nesses limites, dividindo as vinte e quatro horas em três aspectos: trabalho, lazer e descanso. Quem desejar sair dessa disciplina pagará caro, desequilibrando a sua saúde. Precisamos ficar atentos ao egoísmo e à usura, para que não caiamos nas tentações e venhamos a sofrer as más conseqüências.
A filosofia do trabalho é divina, a do lazer é grandiosa e a do descanso pelo sono é uma necessidade, para que as criaturas possam ter mais alegria e esperança de viver. A sociedade atual, com as suas sofisticações, por vezes se esquece do mandamento que veio da época de Moisés, do dever dos filhos para com os pais, e desses para com os filhos. Muitas famílias esquecem os seus esteios familiares, às vezes colocando-os à distância, para ficarem livres do que eles acham ser aborrecimentos, esquecendo o dever firmado na consciência.
A natureza marca para todos o limite do trabalho, contudo, não podemos nos esquecer de trabalhar no que ela pede do nosso esforço a cada dia. O velhinho de cabelos brancos que passa na rua pede nossa cooperação; e qual a diferença dele para com o nosso pai? As vidas sucessivas podem nos dizer que ele já foi nosso tutor em outra época. Quem se interessa pelos seus pais de sangue, estende esse interesse para todos os outros pais, mesmo que lhe sejam desconhecidos. Os asilos são organizados para os que passam pela provação de não terem um lar. As creches espalhadas pela nação afora, igualmente têm a missão de amparar aos órfãos. Se podemos ajudar essas casas de caridade, façamo-lo com carinho, sem esquecer nossa visita periódica.
Tanto a inércia como o trabalho com exagero nos fazem mal, nos dois planos de vida. Cuidado com os extremos! É onde prolifera o vírus do desequilíbrio. Devemos anotar e não esquecer o que nos diz o apóstolo Pedro, em sua primeira epístola, no capítulo cinco, versículo oito:
Sede sóbrios e vigilantes.
O diabo, vosso adversário, anda em derredor, como o leão que ruge procurando alguém para devorar.
O diabo, que podemos entender neste dizer de Pedro, são os Espíritos ainda ignorantes, e a ignorância está, de certo modo, ligada à preguiça, por desconhecer o valor do trabalho. Quanto mais pensarmos nas facilidades, mais atraímos entidades deste jaez, que nos inspiram nos dois planos de vida para todos os tipos de desequilíbrios.
Nos intervalos dos nossos pensamentos, os Espíritos menos esclarecidos transmitem vibrações dos seus desejos. Os pensamentos são portas que se abrem para o bem e para o mal, dependendo dos nossos sentimentos, nas suas qualidades inerentes à nossa evolução. No entanto, a razão pode nos defender, se ela estiver atenta, vigilante contra a emboscada das trevas. O Espiritismo nos informa desses perigos, bem como nos fornece meios e armas de lutar contra eles com sabedoria, mudando a nossa conduta como nos deu exemplo Nosso Senhor Jesus Cristo.
Nós somos o que buscamos, pelos pensamentos, palavras e atos. Se usamos a inteligência vinculada ao coração, passaremos a buscar com Jesus as companhias iluminadas, onde a verdade é a luz que nos tornará livres.
Devemos saber o limite tanto do trabalho como do lazer e, por conseguinte, do descanso, nas linhas do sono reparador.

Livro: Filosofia Espírita - João Nunes Maia - Miramez
Livro a venda na LER Livros Revistas Papelaria

5.5.23

Correção

Não gaste suas energias, tentando consertar os outros de qualquer modo. Quando consertarmos a nós mesmos, reconhecemos que o mundo está administrado pela Sabedoria Divina e que a obrigação de cooperar invariavelmente para o bem é nosso dever primordial.

Livro:Agenda Cristã - Francisco C Xavier - André Luiz  

4.5.23

A INCREDULIDADE E A REALIDADE DO ESPÍRITO

 "Tomé, chamado Dídimo, um dos doze, não estava com eles, quando veio Jesus. Disseram-lhe os outros discípulos: Vimos o Senhor. Mas ele respondeu: Se eu não vir nas suas mãos o sinal dos cravos e não puser a minha mão no seu lado, de modo algum hei de crer. "Oito dias depois estavam outra vez ali reunidos seus discípulos e Tomé com eles. Estando as portas trancadas, veio Jesus, pôs-se em pé no meio deles e disse: Paz seja convosco. Em seguida disse a Tomé: chega aqui o teu dedo e olha as minhas mãos; chega também a tua mão e põe-na no meu lado; não sejas incrédulo, mas crente. Respondeu Tomé: Senhor meu e Deus meu! Disse-lhe Jesus: Creste porque me viste? Bem-aventurados os que não viram e creram." (João, XX, 24-29. )
 
 O amor de Jesus excede a todo o entendimento humano. Na sua abnegação e no desejo que mantinha de fazer crentes sinceros, não mediu as exigências do apóstolo Tomé, que disse só acreditaria na sua ressurreição ou sobrevivência se o visse e o examinasse.
 E Jesus, completamente materializado, torna-se visível e tangível ao seu discípulo, satisfazendo assim os imperiosos desejos que ele tinha de alicerçar sua fé sobre provas positivas. Ensinou mais o Mestre: que essa fé não era negada a quem quer que fosse, e aqueles que acreditavam sem ver já se achavam amadurecidos na crença, pois que já haviam observado fenômenos, não tendo mais necessidade de provas positivas; por isso mesmo eram bem-aventurados.
 Como se verifica, o modo de proceder de Jesus está em completo antagonismo com o dos sacerdotes das múltiplas igrejas esparsas pelo mundo.
 Enquanto estes exigem uma fé cega nos seus dogmas, Jesus procura demonstrar a verdade com fatos palpáveis.
 O Mestre não exige a escravidão da razão, o abastardamento do sentimento, antes respeita e proclama o livre-arbítrio de cada um, atributo este concedido à criatura para seu progresso moral, científico e religioso.
 Consentindo Jesus que o seu apóstolo o examinasse para poder crer na ressurreição, preveniu também a todos, por certa forma, que o Consolador, o Espírito da Verdade, que ele enviaria em nome do Pai, reproduziria a sua doutrina não só com palavras, mas com fatos da mesma natureza por ele produzidos. A religião não consiste só em palavras e fatos.
 "Assim como eu fiz, fazei vós também, disse o divino Mestre a seus discípulos, porque eu fiz para vos dar o exemplo."
 Em suas pregações dizia sempre Jesus aos que o seguiam: "Aquele que crê em mim, rios de água viva manarão de seu ventre", aludindo assim ao Espírito que deveria ser dado a todos que o seguissem.
 Sem comunicação não há Revelação, e sem Revelação o homem material, ignorante, orgulhoso, egoísta, não poderia ocupar-se com assuntos que se referem à sua vida espiritual; retardaria o seu progresso e sua felicidade.
 Assim como não pode haver fraternidade e paz sem religião, não pode também haver religião sem comunhão espiritual.
 
Livro: Parábolas e Ensinos de Jesus - Cairbar Schutel