30.6.12

CHICO XAVIER
(No 10º ano do regresso de Chico Xavier à Pátria Espiritual – 30 de junho de 2002 – 30 de junho de 2012). 

Luz que brilhou na Terra e brilha ainda,
No altar da crença a resplender sem jaça,
Repartindo, do Céu, o pão da graça
Com que o Senhor a Humanidade brinda...

Servindo sempre com bondade infinda,
A semear o Bem por onde passa,
Sob a cruz do dever a que se abraça
Da própria vida fez história linda...

Deus o guarde na luz em que fulgura,
A olhar por todos nós da imensa Altura,
Mensageiro da paz ao Mundo Novo...

Que ensinando a Verdade pelo amor,
Junto às fileiras do Consolador
Trouxe Jesus de volta para o povo!...

Eurícledes Formiga
(Página recebida pelo médium Carlos A. Baccelli, em reunião pública do Lar Espírita “Pedro e Paulo”, na manhã de sábado do dia 23 de junho de 2012, em Uberaba – MG).

29.6.12


MAIS 10 ANOS COM CHICO XAVIER, SEMPRE!

Evidentemente, os nossos irmãos de Ideal, que ainda mourejam no corpo carnal, não ficaram, e nem hão de ficar, sem a presença de Chico Xavier, pois, na condição de desencarnado, o seu espírito não se afastou, e nem há de se afastar das lides do Evangelho Redivivo!
Ao contrário, portanto, de 30 de junho de 2002 a 30 de junho de 2012, temos, os adeptos da Doutrina, dos Dois Lados da Vida, mais 10 anos com Chico Xavier, sempre, e não 10 anos sem ele.
Não olvidemos que o trabalho de espiritualização da Humanidade se encontra apenas em seus primórdios, no qual, se o Cristo é o seu mais ativo trabalhador, nenhum espírito há que possa reivindicar descanso ou transferência à Plano Superior.
Chico, liberto das limitações que a existência no corpo naturalmente impõe a quem nele vive e, porque não dizer, das circunstâncias algo adversas do meio, próprias de um mundo de provas e expiações, está agora muito mais atuante e participativo.
Corporificando-se na Terra, em laboriosa trajetória de 92 janeiros, através de sua Obra mediúnica e de seus magníficos exemplos, ele deixou sobre ela a sua marcante influencia – influencia que ele, anteriormente, já estabelecera no Mundo Espiritual, mormente nas Dimensões mais próximas, habitadas por homens desencarnados que, igualmente, continuam a se revelar carentes da Mensagem do Cristo!
Com espíritos da envergadura de Chico Xavier, o trabalho jamais se interrompe – em qualquer quadrante do Universo, físico ou extrafísico, ele simplesmente se desdobra, sem que sofra a menor interrupção.
O pensamento de Chico Xavier, por fiel intérprete do Pensamento do Cristo, paira sobre toda a Humanidade, transcendendo o âmbito do próprio Espiritismo.
As suas ideias, propagando-se como ondas luminosas, do Oceano Cósmico alcançando as praias do Mundo Material, podem ser percebidas e traduzidas, em palavras, mas, principalmente, em obras, por todos aqueles que lhes ofereçam espontânea sintonia, sem que, necessariamente, tenham que se rotular de “médiuns”.
Inútil, pois, que queiram calar o espírito de Chico, ou dele se apropriar – seria o mesmo que impedir que o Cristo prosseguisse falando à consciência de todos os homens!
Chico Xavier está com quem sempre esteve e estará: conosco! As últimas palavras de Jesus, anotadas no Evangelho de Mateus, capítulo 28, versículo 20, foram justamente estas: “E eis eu estou convosco todos os dias até à consumação dos séculos”!
Embalados por saudosismo injustificável, façamos calar em nós, sobre o atual paradeiro de Chico Xavier, todas as especulações contrárias ao que nos aponta o bom senso e a lógica, porque o espírito dele, fiel servo de Nosso Senhor Jesus Cristo, em seu íntimo, como escreveu Paulo de Tarso, desde muitos séculos não possui outras palavras para nos dizer senão estas: “... já não sou eu quem vive, mas Cristo vive em mim...”!

INÁCIO FERREIRA
Uberaba – MG, 25 de junho de 2012.

28.6.12


CONSEQUÊNCIAS ESPIRITUAIS DO ABORTO
A mulher e o homem, acumpliciados nas ocorrências do aborto delituoso, mas principalmente a mulher, cujo grau de responsabilidade nas faltas dessa natureza é muito maior, à frente da vida que ela prometeu honrar com nobreza, na maternidade sublime, desajustam as energias psicossomáticas, com mais penetrante desequilíbrio do centro genésico, implantando nos tecidos da própria alma a sementeira de males que frutescerão, mais tarde, em regime de produção a tempo certo. Isso ocorre não somente porque o remorso se lhes entranhe no ser, à feição de víbora magnética, mas também porque assimilam, inevitavelmente, as vibrações de angústia e desespero e, por vezes, de revolta e vingança dos Espíritos que a Lei lhes reservara para filhos do próprio sangue, na obra de restauração do destino.
No homem, o resultado dessas ações aparece, quase sempre, em existência imediata àquela na qual se envolveu em compromissos desse jaez, na forma de moléstias testiculares, disendocrinias diversas, distúrbios mentais, com evidente obsessão por parte de forças invisíveis emanadas de entidades retardatárias que ainda encontram dificuldade para exculpar-lhes a deserção.
Nas mulheres, as derivações surgem extremamente mais graves. O aborto provocado, sem necessidade terapêutica, revela-se matematicamente seguido por choques traumáticos no corpo espiritual, tantas vezes quantas se repetir o delito de lesa-maternidade, mergulhando as mulheres que o perpetram em angústias indefiníveis, além da morte, de vez que, por mais extensas se lhes façam as gratificações e os obséquios dos Espíritos Amigos e Benfeitores que lhes recordam as qualidades elogiáveis, mais se sentem diminuídas moralmente em si mesmas, com o centro genésico desordenado e infeliz, assim como alguém indebitamente admitido num festim brilhante, carregando uma chaga que a todo instante se denuncia.
Dessarte, ressurgem na vida física, externando gradativamente, na tessitura celular de que se revestem, a disfunção que podemos nomear como sendo a miopraxia do centro genésico atonizado, padecendo, logo que reconduzidas ao curso da maternidade terrestre, as toxemias da gestação. Dilapidado o equilíbrio do centro referido, as células ciliadas, mucíparas e intercalares não dispõem da força precisa na mucosa tubária para a condução do óvulo na trajetória endossalpingeana, nem para alimentá-lo no impulso da migração por deficiência hormonal do ovário, determinando não apenas os fenômenos da prenhez ectópica ou localização heterotópica do ovo, mas também certas síndromes hemorrágicos de suma importância, decorrentes da nidação do ovo fora do endométrio ortotópico, ainda mesmo quando já esteja acomodado na concha uterina, trazendo habitualmente os embaraços da placentação baixa ou a placenta prévia hemorragipara que constituem, na parturição, verdadeiro suplício para as mulheres portadoras do órgão germinal em desajuste.
Enquadradas na arritmia do centro genésico, outras alterações orgânicas aparecem, flagelando a vida feminina como sejam o descolamento da placenta eutópica, por hiperatividade histolítica da vilosidade corial; a hipocinesia uterina, favorecendo a germicultura do estreptococo ou do gonococo, depois das crises endometríticas puerperais; a salpingite tubercuksa; a degeneração cística do córto; a salpingooforite, em que o edema e o exsudato fibrinoso provocam a aderência das pregas da mucosa tubária, preparando campo propício às grandes inflamações anexiais, em que o ovário e a trompa experimentam a formação de tumores purulentos que os identificam no mesmo processo de desagregação; os síndromes circulatórios da gravidez aparentemente normal, quando a mulher, no pretérito, viciou também o centro cardíaco, em consequência do aborto calculado e seguido por disritmia das forças psicossomáticas que regulam o eixo elétrico do coração, ressentindo-se, como resultado, na nova encarnação e em pleno surto de gravidez, da miopraxia do aparelho cardiovascular, com aumento da carga plasmática na corrente sangüínea, por deficiência no orçamento hormonal, daí resultando graves problemas da cardiopatia consequente.
Temos ainda a considerar que a mulher sintonizada com os deveres da maternidade na primeira ou, às vezes, até na segunda gestação, quando descamba para o aborto criminoso, na geração dos filhos posteriores, inocula automaticamente no centro genésico e no centro esplênico do corpo espiritual as causas sutis de desequilíbrio recôndito, a se lhe evidenciarem na existência próxima pela vasta acumulação do antígeno que lhe imporá as divergências sanguíneas com que asfixia, gradativamente, através da hemólise, o rebento de amor que alberga carinhosamente no próprio seio, a partir da segunda ou terceira gestação, porque as enfermidades do corpo humano, como reflexos das depressões profundas da alma, ocorrem dentro de justos períodos etários.
Além dos sintomas que abordamos em sintética digressão na etiopatogenia das moléstias do órgão genital da mulher, surpreenderemos largo capítulo a ponderar no campo nervoso, à face da hiperexcitação do centro cerebral, com inquietantes modificações da personalidade, a ralarem, muitas vezes, no martirológio da obsessão, devendo-se ainda salientar o caráter doloroso dos efeitos espirituais do aborto criminoso, para os ginecologistas e obstetras delinquentes.
- Para melhorar a própria situação, que deve fazer a mulher que se reconhece, na atualidade, com dívidas no aborto provocado, antecipando-se, desde agora, no trabalho da sua própria melhoria moral, antes que a próxima existência lhe imponha as aflições regenerativas?
- Sabemos que é possível renovar o destino todos os dias.
Quem ontem abandonou os próprios filhos pode hoje afeiçoar-se aos filhos alheios, necessitados de carinho e abnegação.
O próprio Evangelho do Senhor, na palavra do Apóstolo Pedro, adverte-nos quanto à necessidade de cultivarmos ardente caridade uns para com os outros, porque a caridade cobre a multidão de nossos males (1a. Epístola à Pedro, capítulo 4, versículo 8).
Livro: Evolução em Dois Mundos - Francisco C Xavier - Waldo Vieira/André Luiz

27.6.12


Questão 165 do Livro dos Espíritos
    PERTURBAÇÃO APÓS A MORTE E O CONHECIMENTO
 
    Certamente que a Doutrina Espírita exerce muita influência para diminuir o tempo mais ou menos longo da perturbação espiritual após a morte, no entanto, é preciso que o estudante do Espiritismo coloque em prática os ensinamentos colhidos no Consolador Prometido.
    A perturbação que ocorre no transe da desencarnação, pela passagem de uma vida para outra, sem que esperemos essa mudança brusca, nos causa um impacto e, por vezes, perdemos a razão, cuja recuperação demora mais ou menos, de conformidade com a nossa evolução. Quando estamos dotados de uma pureza de consciência, essa não impede a nossa lucidez. Vale muito o conhecimento das leis naturais, principalmente quando vivemos essas leis, do modo que foi ensinado por Jesus no Seu Evangelho.
    Depois da divulgação da Doutrina Espírita na Terra, os espíritas e os espíritos encontraram maior facilidade de se libertarem da inconsciência depois da morte. Os que já se encontravam fora do corpo, vagando por aí, sem o verdadeiro conhecimento da verdade, foram esclarecidos, e muitos deles hoje trabalham nas fileiras dessa filosofia maravilhosa e santa, capaz de devolver a vida às criaturas mortas por ignorância. O Espiritismo, na sua profundidade, é o mesmo Cristianismo, e mostra, a todos, os caminhos do amor, que na Terra se transforma em caridade e passa a despertar os homens para a vida em Cristo.
    O homem bom, paciente nas suas funções, alegre nos seus gestos, honesto na sua vida e que ama a verdade, ao abeirar-se do túmulo, cruza seu portal com tranqüilidade, por saber que os que já se foram com os mesmos ideais o estão esperando, como o bom combatente que venceu a si mesmo.
     São duas forças imprescindíveis na vida da criatura: conhecer e praticar. Conhecer o valor do perdão, mas perdoar; conhecer as belezas da gratidão e ser grato aos benefícios recebidos; conhecer os frutos do trabalho com justiça e ser justo em todos os aspectos; conhecer os valores da fraternidade e ser fraterno; sentir e entender que o amor é a vida, mas amar sem distinção. Essas diretrizes nos levam à verdadeira libertação e, se praticarmos todos esses preceitos de Jesus, não passaremos pela morte, porque estaremos sempre na vida, e essa vida pulsa na vida de Deus.
    É muito bom e nobre que conheças a doutrina espírita; no entanto, certifica se a estás entendendo como ela é, com profundas ligações com Nosso Senhor Jesus Cristo. Se os teus sentidos encontraram o Cristo nela, vá em frente, seguro de que nunca errarás o caminho para Deus. Se tiveres saúde do corpo, tudo bem, dá graças a Deus por esse prêmio; não obstante, se ela te faltar durante a vida, busca entender o que a dor quer te transmitir ou, então, que ela quer te ajudar a permanecer consciente em todos os transes, principalmente na passagem do mundo físico para o espiritual. Juntemos nossas forças para conhecer e para viver o que aprendemos de bom, mediante os nossos esforços no dia a dia.
 
Livro: Filosofia Espírita IV - João Nunes Maia - Miramez

25.6.12


DOUTRINA ESPÍRITA: AS OBRAS BÁSICAS
 
     AS OBRAS BÁSICAS
    O conteúdo das obras publicadas por Allan Kardec expõem e consolidam os princípios e os elementos constitutivos da Doutrina Espírita, em sua totalidade, segundo o ensino dos Espíritos, sistematizados pelo codificador. Representam um patrimônio ético, científico e filosófico de valor incalculável, pois traduz o esforço concentrado de uma imensa falange de Espíritos sábios e bons, que sob a assistência amorosa de Jesus acompanharam o trabalho incansável de Allan Kardec.
    Constituem-se, na realidade, o fio de prumo da Doutrina Espírita, o alicerce insuperável, através do qual informações outras, de autores recentes, vão sendo paulatinamente assimiladas.
    Emmanuel, examinando a grandiosidade das obras básicas do Codificador assevera:
    "Após dezenove séculos de teologia arbitrária, não chegaríamos a compreender o Evangelho e Jesus Cristo, sem Allan Kardec."
    As obras básicas da Codificação Kardequiana são as seguintes por ordem cronológica de edição:
    1. O Livro dos Espíritos - 18 de abril de 1857
    2. O Livro dos Médiuns - janeiro de 1861
    3. O Evangelho Segundo o Espiritismo - abril de 1864
    4. O Céu e o Inferno - 1865
    5. A Gênese, os milagres e as predições - janeiro de 1868
    Allan Kardec escreveu ainda dois outros livros de menor extensão: O Que é o Espiritismo e O Principiante Espírita. No ano de 1890, P.G. Leymarie publica o livro Obras Póstumas, contendo artigos de Kardec ainda não conhecidos do público.
 
    O LIVRO DOS ESPÍRITOS
    A primeira obra publicada por Kardec é, na essência, um tratado de perguntas e respostas de caráter filosófico. Em 1019 itens, o Codificador apresenta os princípios basilares da Doutrina que, posteriormente, serão desenvolvidos nos outros livros.
    Na primeira parte do Livro, o autor estuda as causas primárias, Deus, o espírito e a matéria. Traça considerações a respeito do princípio vital e da criação.
    Na parte segunda, Kardec vai dissecar em profundidade o Mundo dos Espíritos; a encarnação, a desencarnação, a missão e ocupação dos Espíritos, bem como seu inter-relacionamento com os homens.
    A terceira parte tem um caráter eminentemente moral, pois Kardec vai examinar a Lei Natural, subdividida em dez Leis Morais que regem as relações humanas: Adoração, Trabalho, Reprodução, Conservação, Destruição, Sociedade, Progresso, Igualdade, Liberdade e Justiça, Amor e Caridade.
    Na última parte, o codificador se preocupa com as Esperanças e Consolações, introduzindo a sonda de suas investigações na complexa Lei de Causa e Efeito.

    O LIVRO DOS MÉDIUNS
    O segundo livro, por ordem cronológica de lançamento, no seu frontispício, apresenta o subtítulo: "Guia dos Médiuns e dos Evocadores" e resume o seu conteúdo assim:
    "Ensino especial dos Espíritos sobre a teoria de todos os gêneros de manifestações, os meios de comunicação com o mundo invisível, o desenvolvimento da mediunidade, as dificuldades e os tropeços que se podem encontrar na prática do Espiritismo."
    O Livro dos Médiuns é considerado, ainda hoje, como o mais completo tratado de fenomenologia paranormal de todos os tempos, e, por esse motivo, é de leitura obrigatória a todos aqueles que trabalham na área mediúnica.

    O EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO
    Com esta obra, o Espiritismo vai assumir um caráter nitidamente religioso, pois Kardec se propõe a examinar cuidadosamente as diversas palavras do Cristo e as passagens mais significativas do Novo Testamento, no seu aspecto moral. Em sua folha de rosto, lê-se a síntese de seu conteúdo:
    "A explicação da máximas morais do Cristo em concordância com o Espiritismo e suas aplicações às diversas circunstâncias da vida."
    O seu estudo se desdobra em 28 capítulos de rara beleza e de profunda sabedoria.

   O CÉU E O INFERNO
    O quarto livro do pentateuco Kardequiano tem como subtítulo "A Justiça Divina Segundo o Espiritismo."
    Na primeira parte, Kardec examina temas diversos como: Céu, Inferno, Anjos e Demônios e estuda, com brilhantismo a Lei de Ação e Reação mostrando as inúmeras nuanças que cercam este princípio universal.
    Na segunda parte, apresenta o Codificador mensagens de Espíritos desencarnados que se comunicaram na Sociedade Espírita de Paris, com observações muito oportunas relacionadas a cada um deles.

    A GÊNESE, OS MILAGRES E AS PREDIÇÕES SEGUNDO O ESPIRITISMO
    Um ano antes de sua morte, Allan Kardec publicou seu último grande livro. Depois de ter estabelecido as bases teóricas e práticas da Doutrina, cabia-lhe interpretar o Antigo e o Novo Testamento segundo a ciência espírita. Nas primeiras linhas da introdução, escreveu:"A nova obra constitui mais um passo à frente, nas conseqüências e nas aplicações do Espiritismo; tem por fim o estudo de três pontos que foram até hoje, diversamente interpretados e comentados: A Gênese, os Milagres de Jesus e as predições encontradas nos Evangelhos."
 
BIBLIOGRAFIA
 1) Allan Kardec (Volume I, II e III) - Zêus Wantuil e Francisco Thiesen
 2) O Evangelho segundo o Espiritismo - Introdução - Allan Kardec
 3) Obras Póstumas - Allan Kardec
 4) As Mesas Girantes - Zêus Wantuil
 5) A História do Espiritismo - Arthur Conan Doyle
 Apostila Original: Instituto de Difusão Espírita de Juiz de Fora - MG

21.6.12


UFOLOGIA E ESPIRITISMO
Antes de expor a intrínseca relação existente entre a ufologia e o espiritismo, é necessário informar aos ufólogos que o espiritismo não é apenas religião, como também filosofia e CIÊNCIA. Portanto, a fé espírita não impede,  limita e nem ameaça o progresso das pesquisas Ufológicas. No livro dos espíritos, livro base do Pentateuco que constitui a doutrina espírita, Kardec é muito claro ao advertir sobre a pluralidade dos mundos habitados, obviamente confirmando a nossa insignificância perante ao universo, bem como a presença de inúmeras civilizações inteligentes em outros planetas.
Acontece que alguns espíritas se bitolaram em reconhecer apenas a presença de espíritos ao redor da terra, e como Kardec não deu maiores detalhes sobre a pluralidade das existências, encaram a ufologia como uma ficção, um produto da imaginação de algumas pessoas loucas e sensacionalistas. Isto é um grande erro, e uma ofensa ao próprio Espiritismo porque além de contradizer à doutrina, dogmatiza conhecimentos que vieram justamente para nos libertar dos dogmas que aprisionam, estacionam, e alienam a mente das pessoas.Alguns outros espíritas que tentam analisar a ufologia com mais atenção, apontam para o fato de que, se a ufologia merecesse credibilidade, Kardec haveria de ter se estendido sobre o assunto, e mais uma vez se equivocam, logo, ignoram que as revelações sobre a existência de entidades não materiais já eram um tanto quanto assustadoras para a humanidade na época, o que gerou muitas censuras e mistificações, imagine se as pessoas naquele tempo fossem informadas que a terra é constantemente visitadas por seres de natureza desconhecida... Seria um pânico geral, que poderia até ter barrado a propagação do Espiritismo.
Com certeza, o mérito dos espíritos que contribuíram para a formação da doutrina, juntamente com Kardec (que não foi o autor dos livros, apenas sistematizou as revelações), é incontestável, pois tinham ciência do nível de compreensão dos seres humanos no século XVIII, e seguiram aquela máxima que diz: ’’Tudo a seu tempo’’. Infelizmente, uma considerável parte dos Espíritas ainda não se dá conta de que o Espiritismo é um alicerce da ufologia. Mas, por outro lado, outros Espíritas (como meu caso partícular) investigam a ufologia no sentido de filtrá-la, a fim de encontrar uma parte do Espiritismo omitida convenientemente por Kardec, (apesar de já existir a descrição da vida em outros mundos em livros psicografados por Chico Xavier, por exemplo), e sobretudo gozar do privilégio de entrar em contato com informações estritamente especializadas e sem direcionamento ideológico.
Um Espírita que realmente absorve as revelações dos espíritos superiores, sabe que existem mundos bem mais adiantados do que o nosso, tanto em nível espiritual quanto tecnológico. É importante ressaltar que evolução espiritual e tecnológica nem sempre se harmonizam. É necessário também lembrar que muitos fenômenos (em especial os que envolvem muita luminosidade) não precisam ser obrigatoriamente causados por Óvnis, podem ser simplesmente manifestações de espíritos de luz, já que estes possuem uma maior flexibilidade quanto às formas que podem assumir.
E por último, é preciso que a Ufologia deixe de encarar seres de outros planetas como se eles fossem criaturas bizarras. Nós não somos ‘’terráqueos’’. Somos seres universais, e como os ‘’ets’’, temos cabeça, tronco e membros. Essa estrutura é universal,e as diferenciações são apenas adaptações inerentes ás particularidades das condições físicas do mundo de origem de cada ser inteligente. Somos todos irmãos, e nossas diferenças se limitam aos nossos respectivos graus de adiantamento e níveis de  compreensão.  São justamente por esses motivos que encarnamos em mundos diferentes, em galáxias diferentes, em civilizações distintas. As contribuições que a ufologia e o espiritismo podem mutuamente efetuar são fantásticas. Ufologia e Espiritismo são campos do conhecimento que se completam.
Lógico, como a Ufologia é bem mais recente , é às vezes abordada através de preceitos errôneos ou de seriedade duvidosa, por isso é preciso ser criterioso e seletivo com muita coisa. Contudo, a riqueza do campo ufológico é bastante útil aos espíritas que desejam elevar seu conhecimento e sua compreensão,entendendo que a doutrina espírita é apenas um caminho a ser seguido, entre muitos, e que, como dizia Sócrates: O conhecimento liberta, e a ignorância escraviza.
Israel Paz, espírita, ufólogo,acadêmico de direito (CEUT) e jornalista (UFPI)

20.6.12


Questão 164 do Livro dos Espíritos
 LIBERTAÇÃO DA ALMA

 A separação da alma do corpo, quando nesse se extingue a força vital, nunca ocorre da mesma maneira. A diversidade é infinita, do mesmo modo que as folhas das árvores não são iguais nos seus detalhes. Cada desencarnação tem suas nuances próprias. Como já foi dito, há espíritos que levam minutos afrouxando e desatando os laços que os prendem ao corpo, e outros que levam até séculos, ficando ligados aos ossos, permanecendo na ilusão de que ainda estão vivos no corpo físico.
 Podemos mostrar, como exemplos, os grandes missionários do Cristo que, mesmo reencamados, já vivem em espírito e não têm dificuldade alguma em se separarem do fardo corporal para entrarem na vida espiritual, por já viverem nela. Quase sempre, eles mesmos desatam seus próprios laços, atados por eles mesmos, ao ingressarem na carne.
 A separação é de conformidade com a pureza da alma; gasta mais ou menos tempo, e a redução do tempo está, por assim dizer, nas próprias mãos de cada um. É conquista da alma. A Doutrina dos Espíritos, desde os seus primórdios, sob a orientação dos espíritos superiores, vem cooperando para que os homens despertem, no sentido de trabalharem no auto-aprimoramento, e ganharem essa bênção da consciência imediata ao atravessar o túmulo. Quem deseja ficar na perturbação espiritual? Todos buscam a libertação, mas, poucos sabem procurá-la pelos caminhos certos.
 A vida é uma eterna escola, para educar sempre pelos métodos que Deus determinou, em variados cambiantes das leis espirituais. Também não há pressa para o cumprimento das leis; sabe Deus da sua seqüência sem interrupção e abençoa sempre, amando tudo e a todos com o mesmo calor.
 Concitamos os homens que aprendam a orar, que não esqueçam do autoaprimoramento, que lutem todos os dias para viverem bem com o próximo, de sorte a ganhar consciência da vida, e ganhar vida na consciência. "O Livro dos Espíritos", no qual estamos nos inspirando para conversar com os homens, deve ser lido e meditado, pois ele é fonte de muitas instruções, revelando leis que estavam encobertas e que têm o poder de nos livrar dos embaraços aos quais a ignorância nos prende.
 Se ainda não começaste a pensar sobre a tua vida e sobre como viver melhor, começa agora, que chegarás à conclusão de que deves viver em conjunto e em paz com todos, trabalhando e ajudando onde quer que seja, porque toda luz nasce no seio de todos os esforços que se reúnem.
 A morte do corpo, todos já bem o sabem, é fato natural, mas, nunca é aceita como tal, por se esquecer de estudar esse fenômeno à luz do coração. Sempre se deixa para depois, e o tempo vai passando, levando a própria felicidade de cada um. Eis que chegou o momento desse estudo transcendental, de estudar aquilo que chamam de morte, para que se possa descobrir a vida eterna que acena para todos, das profundezas do universo, pelas mãos luminosas de Deus.
Livro: Filosofia Espírita IV - João Nunes Maia - Miramez

19.6.12


O PESO DA LUZ!

“Plano Espiritual” é o termo com que, genericamente, se nomeia, na Doutrina Espírita, qualquer Dimensão de natureza extrafísica.
Portanto, para os homens encarnados na Terra, todo o espaço que lhes seja imperceptível aos sentidos físicos é considerado “espiritual” ou, ainda, etéreo.
Não obstante, dentro do que se pode chamar de “Universo Espiritual”, infinitas são as Dimensões, ou Planos, que o constituem.
Ao deixar o corpo somático pela desencarnação, óbvio que o espírito liberto, atravessando a barreira das Dimensões diferentes, efetua a sua reentrada em o Mundo dos Espíritos.
Assim, se o Mundo Espiritual, ou dos espíritos, é o destino de todos aqueles que se libertam dos laços que os prendem ao corpo perecível, é forçoso convir que nem todos se remetem ao mesmo endereço na Vida além da morte.
André Luiz, através de suas obras pela lavra mediúnica de Chico Xavier, afirma que a Lei da Gravidade também funciona para o períspirito...
Estando, pois, sujeitos à Lei da Gravidade, os espíritos, cujos corpos espirituais igualmente possuem peso relativo, não estão livres para excursionar pelo Cosmos Espiritual à sua vontade – à semelhança dos homens que, em condições normais, não conseguem sair do orbe que habitam. Vejamos, por exemplo, as dificuldades que a criatura encarnada faceia para uma simples viagem à Lua, ensaiando alguns passos sobre a sua superfície – o satélite mais próximo de sua casa sideral...
Por tal motivo, ao desencarnar, o homem, através de seu corpo espiritual, qual se fosse um balão repleto de gás, não se põe a flutuar no espaço cósmico, perdendo-se na Imensidão!
Em “Nosso Lar”, segundo informações de André Luiz, a maioria dos espíritos que habitam a referida Colônia caminha qual se ainda estivesse sobre a Terra, chegando mesmo a se valer de veículos para a sua locomoção – como é o caso do chamado “Aeróbus”!
Estamos abordando o tema na postagem desta semana, para que os irmãos reflitam conosco o seguinte: quanto menor o peso do corpo espiritual daquele que desencarna, mais alta a Dimensão que, naturalmente, lhe será destinada por moradia.
O que nos determina o lugar depois da morte, refletindo a nossa condição mental mais íntima, é o peso específico de nosso corpo espiritual – alguns podem subir, enquanto outros podem descer, ou mesmo continuarem onde estão...
Em resumo: os que mais desejarem subir carecem de perder peso, adquirindo, tanto quanto possível, em termos espirituais, um peso que lhes seja equivalente ao peso da luz!...

INÁCIO FERREIRA
Uberaba – MG, 18 de junho de 2012

17.6.12

A MORTE
A morte é semelhante a um portal
Da abençoada luz que se descerra,
Para quem deixa o corpo sobre a Terra
Em heroica batalha contra o mal...

Mas para quem viveu sem ideal,
Cativo do prazer a que se aferra,
A morte é escuro abismo em que se encerra
A alma vencida em provação banal...

Se, portanto, desejas passaporte
De acesso à paz, em místico transporte,
Não desistas da luta que te eleva...

Porque quem abandona a sua cruz,
Na Vida para onde se conduz
Há de encontrar somente dor e treva!...

Eurícledes Formiga
(Página recebida pelo médium Carlos A. Baccelli, em reunião pública do Lar Espírita “Pedro e Paulo”, na manhã de sábado do dia 2 de junho de 2012, em Uberaba – MG).

16.6.12


Livro: Vinha de Luz
FRANCISCO C XAVIER - EMMANUEL
 
OUVISTES?
"Tenho-vos dito estas coisas, para que vos não escandalizeis." - Jesus. (JOÃO, 16:1.)
Antes de retornar às Esferas Resplandecentes, o Mestre Divino não nos deixou ao desamparo, quanto às advertências no trabalho a lazer.
Quando o espírito amadurecido na compreensão da obra redentora se entrega ao campo de serviço evangélico, não prescinde das informações prévias do Senhor.
É indispensável ouvi-las para que se não escandalize no quadro das obrigações comuns.
Esclareceu-nos a palavra do Mestre que, enquanto perdurasse a dominação da ignorância no mundo, os legítimos cultivadores dos princípios da renovação espiritual, por Ele trazidos, não seriam observados com simpatia. Seriam perseguidos sem tréguas pelas forças da sombra. Compareceriam a tribunais condenatórios para se inteirarem das falsas acusações dos que se encontram ainda incapacitados de maior entendimento.
Suportariam remoques de familiares, estranhos à iluminação interior. Sofreriam a expulsão dos templos organizados pela pragmática das seitas literalistas. Escutariam libelos gratuitos das inteligências votadas ao escárnio das verdades divinas. Viveriam ao modo de ovelhas pacificas entre lobos famulentos. Sustentariam guerra incessante contra o mal. Cairiam em ciladas torpes. Contemplariam o crescimento do joio ao lado do trigo.
Identificariam o progresso efêmero dos ímpios. Carregariam consigo as marcas da cruz.
Experimentariam a incompreensão de muitos. Sentiriam solidão nas horas graves. Veriam, de perto, a calúnia, a pedrada, a ingratidão...
O Mestre Divino, pois, não deixou os companheiros e continuadores desavisados.
Não oferecia a nenhum aprendiz, na Terra, a coroa de rosas sem espinhos.
Prometeu-lhes luta edificante, trabalho educativo, situações retificadoras, ensejos de iluminação, através da grandeza do sacrifício que produz elevação e do espírito de serviço que estabelece luz e paz.
É importante, desse modo, para quantos amadureceram os raciocínios na luta terrestre, a viva recordação das advertências do Cristo, no setor da edificação evangélica, para que se não escandalizem nos testemunhos difíceis do plano individual.

15.6.12


Questão 163 do Livro dos Espíritos
 ESTADO DA ALMA DEPOIS DA MORTE
 
Depois que se processa o fenômeno da morte, é quase comum, por falta de elevação da alma, que ela entre em estado de perturbação espiritual. Os seus sentidos adormecem, é como se ela mergulhasse no sono. No entanto, ela ainda continua ligada ao corpo pelo chamado cordão fluídico, conhecido pelos estudiosos da Doutrina Espírita e por vários outros espiritualistas. Esse laço se desata com o tempo, que varia de alma para alma.
 A libertação do espírito dos liames da carne depende da sua condição moral. Há casos, muito raros, em que, imediatamente após a morte de corpo, o espírito se liberta sem perda da consciência, assim como, há outros, em que a alma só se livra dos laços, quando o próprio fardo já não existe mais. Ela vive na ilusão, envolvida pela ignorância.
 O mais comum é a alma passar algum tempo em estado de perturbação espiritual, recuperando sua consciência no correr do tempo. Depois, se for o caso, quando já estiver madura para receber novas semeaduras da verdade, é conduzida a regiões de aprimoramento, de aprendizado espiritual, para novas investidas na carne, de onde saiu com alguns resultados.
 A reencarnação é uma verdade em todos os mundos habitados. Ela é, pois, um processo criado por Deus, para o despertamento do espírito em evolução. Quem já compreende a necessidade da reencarnação, dará um passo largo nos conhecimentos da lei de justiça e de amor.
 Muitos espíritos dormem, sonhando depois do desencarne, por faltar-lhes conhecimentos suficientes, de modo a mover-se a consciência no conhecimento da verdade. Outros ficam onde se processou seu desenlace, por tempo indeterminado e dali, por vezes, saem para outras etapas de vida, sem reconhecer onde estiveram. Essa é que é a verdadeira morte; é a inconsciência da vida. Porém, a força do tempo e o amor de Deus, pelas mãos do Cristo, farão o espírito acordar na carne ou fora dela, para a luz do entendimento.
 É essa uma das missões do Evangelho de Jesus: fazer ressurgir quem estava morto, vestir os nus espirituais e saciar a fome de amor dos que choram e sofrem as agressões da própria consciência. A humanidade quase toda passa por essa fase de perturbação espiritual, mesmo animando corpos saudáveis. No entanto, a ignorância das leis de Deus fê-los mortos de entendimento, sem se preocuparem para onde vão, nem de onde vieram. Aos espíritas, a quem falamos mais diretamente, por serem esses os que nos ouvem com mais atenção, que se preparem no percurso da vida na Terra, lembrando-se de que fora da caridade, não há salvação.
 Estuda e ora, trabalha e medita, e procura o aprimoramento das tuas faculdades espirituais, a fim de que, no momento da chamada morte, não "morras", passando para a vida espiritual em plena consciência, para que nós, que estaremos te esperando, sintamos alegria com o esforço do trabalhador que conseguiu vencer a morte e ganhar a vida na sua plenitude.
 
Livro: Filosofia Espírita IV - João Nunes Maia - Miramez

13.6.12


Esclarecimento do espírito Dr. Inácio, que em vida era médico psiquiatra em Uberaba, sobre o "Alzheimer", por intermédio de Carlos A Baccelli.
 
“ALZHEIMER” – MAL ESPIRITUAL
O mal de “Alzheimer”, assim chamado por ter sido descrito, pela primeira vez, em 1906, pelo psiquiatra alemão Alois Alzheimer, é uma doença degenerativa com profundas causas espirituais.
À semelhança de outras patologias psiquiátricas – diria, com maior propriedade, espirituais! –, como, por exemplo, a esquizofrenia, o mal de “Alzheimer”, cujo gene desencadeante, mais cedo ou tarde, a Ciência terminará por descobrir, tem no espírito a sua origem.
Ousaria dizer, nesta rápida análise, que a referida enfermidade, que, sem dúvida, vem, dia a dia, crescendo nas estatísticas médicas, longe de ser causa de prejuízo para o espírito reencarnado, surge justamente em seu auxílio, neste período decisivo para todos os que se encontram vinculados à Evolução do planeta.
Não mais se constitui em novidade para os estudiosos do Espiritismo que muitos, de alguns lustros para cá, estão tendo as suas últimas oportunidades sobre a Terra, aonde vem ocorrendo o mesmo fenômeno que provocou em Capela o êxodo de milhões e milhões de espíritos recalcitrantes.
Em maioria, as vítimas do “Alzheimer” são espíritos vitimados por processos de “auto-obsessão”, necessitados de ajuste com a consciência em níveis que nos escapam a qualquer tentativa de apreciação imediata.
Não fosse assim, não se justificaria que o espírito reencarnado, por vezes, permanecesse no corpo com as suas faculdades intelectuais suspensas por tempo indeterminado – muitos enfrentam tal prova por mais de 10, 15 ou 20 anos! –, quais mortos-vivos cuja existência carnal parece ter perdido o sentido.
Não vamos aqui trazer à baila a questão das provas compartilhadas com os seus demais familiares consanguíneos, mesmo porque, infelizmente, tais familiares (existem exceções) costumam se livrar dos parentes atacados pelo “Alzheimer”, confiando-os aos cuidados de uma clínica ou, simplesmente, trancafiando-os num dos cômodos isolados da casa, insensibilizando-se.
O objetivo, porém, destas nossas considerações, que muitos amigos vêm nos solicitando, é dizer que o doente, total ou parcialmente, desmemoriado, está entregue a si mesmo para um ajuste de contas com o cristalizado personalismo de outras eras – às vezes, não tão distante assim –, com o seu despotismo inconsciente, com o seu excessivo moralismo...
Temos, neste Outro Lado da Vida, tido a oportunidade de acompanhar a muitos que se retiram do corpo, pela desencarnação, que, sem que sejam considerados insanos, se mostram completamente alheios a si mesmos, esquecidos do que foram e do que são, à mercê de reencarnações à distância das situações sócio-econômico-culturais, inclusive religiosas, em que se perderam do Cristo!
Estes espíritos, por ação da Misericórdia Divina, mergulhados num esquecimento, que não é o provocado pelo choque biológico da reencarnação, antes que, em definitivo, entrem na lista dos desterrados, terão oportunidade de recomeçar alhures, com a mente não mais obsessivamente fixada nas ideias equivocadas que vêm ruminando a muitas existências, vivendo num círculo vicioso difícil de ser rompido.
Portanto, a nosso ver, o “Alzheimer”, é uma doença-auxiliar do espírito, que se, aparentemente, o desmorona intelectualmente, o faz ressurgir dos escombros de si mesmo com uma nova perspectiva existencial – bênção diante do qual alguns lustros de alienação do espírito, mergulhado em semelhante processo de “reconstrução íntima”, nada significam!

INÁCIO FERREIRA
Uberaba – MG, 11 de junho de 2012.

12.6.12


Contato Mediúnico - 2
Dom Helder por Carlos Pereira
Meus irmãos,
O contato mediúnico que vos faço é absorvido de várias formas pelas pessoas que leem e não espero unanimidade de compreensão, mas deixo aqui algumas impressões que precisam ser observadas por todos nestas leituras mediúnicas:
     - o que falo é de minha responsabilidade, mas tenho a aquiescência dos meus maiores espirituais, tutores do meu trabalho;
     - o médium se expressa no seu linguajar, nas capacidades de vocabulário que possui e eu aproveito tais condições;
     - meu ritmo é um e o do médium é outro diferente, nos encontramos e tentamos conciliar interesses e conteúdos dentro do seu imaginário mental;
     - não há compromisso, da parte do médium, com a Igreja Católica, ele é espírita e fiel ao seu credo e ponto final;
     - não estou interessado em me envolver em polêmicas, mas o que digo nestas linhas inevitavelmente levará muitos a refletirem de maneira diferenciada sobre as coisas da vida;
     - tenho enorme apreço pelo médium, mas ele sabe que o trabalho que desenvolvo é maior que ele, portanto, a exclusividade não existe, embora a parceria seja exitosa;
     - os comunicados, repito, são de minha responsabilidade. Claro que não são fiéis ao meu estilo e vontade, mas é o que é possível produzir e sinto-me satisfeito com o resultado final;
     - não espero a adesão de todos os que me seguiram na minha vida física, mas aqueles que se predispuserem a abraçar estes textos com carinho, despojados de preconceito, hão de me encontrar inteiro e renovado nestes escritos;
     - não esperem de mim uma adesão automática àquilo que preguei enquanto estava na Terra. Sou o mesmo, mas o meu pensamento renova-se constantemente e tenho que ser fiel ao que meus olhos veem e as descobertas que faço;
     - inovarei gradualmente no meu trabalho espiritual - com ou sem a colaboração do médium. Buscarei os recursos necessários para continuar meu trabalho no lado de cá da vida;
     - não serei tolerante com as críticas contumazes, penso que a liberdade de expressão existe, mas se não concorda com o que digo, paciência, respeito, mas prossigo sem subterfúgios. Não posso me aventurar a ser policiado mesmo do lado de cá da vida, isso não;
     - sou o mesmo Helder de sempre, mas penso que seja natural mudar de ideias e buscar ares novos no saber, afinal, eu sempre fiz isto enquanto estava mais próximo de vocês;
     - o que faço está rigorosamente dentro dos preceitos de Nosso Senhor Jesus Cristo. Sigo ordens superiores e não posso me afastar delas, assim conduzo o meu trabalho com vocês;
     - à Igreja que abracei espero que se abram mais as revelações espirituais que chegarão de todas as partes em diversas formas de expressão. 
A espiritualidade avançará, irmãos, e não há quem segure este movimento que vem de Deus;
     - sou o mesmo, já disse, mas tenho o dever de minha renovação íntima e as coisas do lado de cá da vida possuem um colorido diferenciado que nos exige posturas mais enérgicas diante de determinados assuntos.
Sigam em paz, meus filhos, na esperança que Deus a todos assiste e haverá de dar, de acordo com o merecimento de cada um, as forças necessárias para a sua redenção pessoal.
Que Deus nos abençoe,
Helder Camara

11.6.12


Contato Mediúnico - 1
Dom Helder por Carlos Pereira
Há os que dizem que não sou eu nestas páginas, imaginam que eu não teria condições de me expressar mediunicamente ou não o faria, simplesmente porque isto não é possível ou que eu não me atreveria a tanto. Meus irmãos, os paradigmas aqui são outros, quero deixar bem claro. Quando me expresso pela via da mediunidade o faço com conhecimento de causa, sei o que digo, como digo, quando digo, enfim, tenho plena consciência dos meus atos.
Quanto ao médium esta é uma questão pessoal. Não sou seu tutor e mantenho com ele uma relação de cordialidade e parceria. Não há uma aproximação maior até porque ele se afasta de mim no dia a dia com os seus afazeres profissionais e seu cuidado com as coisas do Espiritismo, mas mantemos uma relação de cortesia mútua e cumprimos adequadamente o nosso papel.
Assim caminham as comunicações mediúnicas que, via de regra, possuem um estímulo de minha parte e uma concessão do médium em desenvolver os textos. Utilizo do que disponho em termos de conteúdo para me expressar. Quero crer que se tivéssemos um médium mais flexível nas coisas do Catolicismo minha capacidade de expressão aumentaria, mas, ao mesmo tempo, se sentiria "travado"diante de revelações ou assuntos que quero apresentar.
A relação mediúnica não é fácil, isto não apenas para mim. De maneira geral, vejo o esforço que é a comunicação espiritual. Os dois, médium e comunicante, necessitam estar em perfeita sintonia e é difícil isto acontecer. De minha parte, induzo o médium a determinados pensamentos, faço sugestões mentais, procuro-o nos sonhos e ele absorve, tanto quanto possível, estas minhas inserções mentais e conduz a psicografia com retidão, embora, às vezes, não se apresente com a disposição que mereceria este diálogo.
O instante mediúnico é, de certa forma, mágico. Uma expressão minha é compreendida de uma forma por um médium, enquanto com outro se faz mais clara. Absorvo, também, o que o médium me sugere. Via de regra, meus irmãos, a construção é conjunta. É impossível, pelo menos é esta a minha experiência, ter uma comunicação genuinamente com a minha marca, mas penso que ao se aproximar esta sintonia os graus de distorção diminuem 
sensivelmente.
É este meu aprendizado do lado de cá da vida. Induzo pessoas, nos diversos lugares que vou, faço sugestões claras em suas mentes, que são absorvidas ou não, dependendo de cada um. Nunca interfiro onde não sou chamado, mas contribuo com a minha maneira de ver as coisas e se for adotado pela pessoa é uma questão pessoal, mas é assim com a maioria das gentes no mundo espiritual.
Fico à vontade de citar estas coisas espirituais porque é aquilo que percebo e vivencio sem qualquer estudo mais aprofundado sobre o assunto. Algumas pessoas podem esperar um desenrolar, uma fluência maior de minha parte, no entanto, sou noviço do lado de cá, meus irmãos, aprendo todos os dias uma coisa nova e me expresso de acordo com esta possibilidade.
Aos que rejeitam estes escritos tenho que ter paciência - e o médium também, não há outro jeito.
A vida prossegue e vamos tocando os nossos planos de acordo com a disponibilidade do médium. De minha parte, me planejo para voos maiores, com ou sem a participação do médium, uma vez que não há exclusividade de minha parte nesta parceria, é importante deixar isto bastante claro. Ele sabe disso e creio que não se melindra. Esta liberdade é importante para todos os envolvidos.
Sigo assim a minha caminhada, esperando que todos prossigam na sua, sem alarde, mas com a determinação de cumprir a vontade do Pai em suas vidas.
Que Deus nos abençoe,
Helder Camara

10.6.12


Natureza    DESEJO A VOCÊ...
 
    Dentre os vários escritos de Victor Hugo, o ilustre romancista francês, há um poema de profunda sensibilidade e grandiosa beleza, que diz o seguinte:

    Desejo, primeiro, que você ame, e que amando, também seja amado. E que se não for, seja breve em esquecer. E que esquecendo, não guarde mágoa.
    Desejo também que tenha amigos, ainda que maus e inconseqüentes.
    Que sejam corajosos e fiéis, e que pelo menos num deles você possa confiar sem duvidar.
    E porque a vida é assim, desejo ainda que você tenha adversários.
    Nem muitos, nem poucos, mas na medida exata para que, algumas vezes, você se interpele a respeito de suas próprias certezas.
    E que entre eles, haja pelo menos um que seja justo, para que você não se sinta demasiado seguro.
    Desejo, depois, que você seja útil, mas não insubstituível. E que nos maus momentos, quando não restar mais nada, essa utilidade seja suficiente para manter você de pé.
    Desejo, ainda, que você seja tolerante, não com os que erram pouco, porque isso é fácil, mas com os que erram muito e irremediavelmente, e que fazendo bom uso dessa tolerância, você sirva de exemplo aos outros.
    Desejo que você, sendo jovem, não amadureça depressa demais, e que, sendo maduro, não insista em rejuvenescer, e que, sendo velho, não se entregue ao desespero.
    Porque cada idade tem o seu prazer e a sua dor, e é preciso deixar que aconteçam no tempo certo.
     Desejo, por sinal, que você seja triste, não o ano todo, mas apenas um dia.
    E que nesse dia descubra que o riso diário é bom, o riso habitual é insosso e o riso constante é insano.
    Desejo que você descubra, com a máxima urgência, acima e a respeito de tudo,que existem oprimidos e infelizes, e que estão à sua volta.
    Desejo, ainda, que você afague um gato, alimente um cuco e ouça o João-de-barro erguer triunfante o seu canto matinal porque, assim, você se sentirá bem por pouca coisa.
    Desejo também que você plante uma semente, por mais minúscula que seja, e acompanhe o seu crescimento, para que saiba de quantas muitas vidas é feita uma árvore.
    Desejo, outrossim, que você tenha dinheiro, porque é preciso ser prático.
    E que pelo menos uma vez por ano coloque um pouco dele na sua frente e diga "isso é meu", só para que fique bem claro quem é o dono de quem.
    Desejo também que nenhum de seus afetos morra, por ele e por você, mas que, se morrer, você possa chorar sem se lamentar e sofrer sem se culpar.
    Desejo, por fim, que você, sendo homem, tenha uma boa mulher, e que sendo mulher, tenha um bom homem e que se amem hoje, amanhã e nos dias seguintes, e quando estiverem exaustos e sorridentes, ainda haja amor para
 recomeçar.
    Pense nisso!
     Muitas vezes, desejamos que a vida seja feita apenas de coisas que nos parecem agradáveis, esquecidos de que são os obstáculos que nos fortalecem e nos fazem evoluir. São as responsabilidades que nos pesam aos ombros que nos mantêm com os pés no chão, e as forças contrárias servem de testes para nossa resistência.
    Assim sendo, só podemos avaliar o valor das circunstâncias pelas lições que nos deixam depois que passam.

9.6.12

FORA DO AMOR DE JESUS
Faze o bem quanto puderes
Na senda que te conduz,
Que este mundo não tem jeito
Fora do amor de Jesus.

Perdoa toda agressão,
Na sombra fazendo luz,
Que este mundo não melhora
Fora do amor de Jesus.

Cumpre sempre o teu dever
Abraçado a tua cruz,
Que este mundo não redime
Fora do amor de Jesus.

Aceita, em silêncio, a prova
Que o teu orgulho reduz,
Que este mundo não se eleva
Fora do amor de Jesus.

Caminha em busca do Mestre
A Ele fazendo jus,
Pois o mundo não se salva
Fora do amor de Jesus!...

Eurícledes Formiga

(Página recebida pelo médium Carlos A. Baccelli, em reunião pública do Lar Espírita “Pedro e Paulo”, na manhã de sábado do dia 26 de maio de 2012, em Uberaba - MG). 

8.6.12


Eis aqui o Dr. Inácio Ferreira que eu tanto admiro, respeito e com o qual concordo plenamente.
A. D. Barana
 
O ESPIRITISMO E O ESPÍRITA
O Espiritismo é uma doutrina livre.
Para ser espírita, ninguém carece de pedir permissão a alguém.
Em Espiritismo, não existe uniformidade de pensamentos, porque cada adepto se expressa conforme o seu entendimento da Verdade, que não é propriedade desse ou daquele.
Toda a autoridade decorrente de se ser espírita – se houver uma – é exclusivamente de ordem moral.
A Doutrina não possui “chefes” encarnados.
Em Espiritismo, ninguém é particularmente importante.
Cada qual deve procurar cumprir com o seu dever, sem precisar dar satisfações a quem seja.
Todo aplauso e elogio são completamente dispensáveis.
O médium espírita é mero servidor da Causa – apenas mais um, nas fileiras da Doutrina!
O espírita mais importante é o tarefeiro que está sempre disposto a arregaçar as mangas, sem escolher tarefa.
Esperar unanimidade de opiniões em torno de si e do trabalho que desenvolve é rematada tolice de quem, equivocadamente, assim procede.
Não raro, o que o “fulano” disse sobre isto ou aquilo é tão somente isto mesmo: o que o “fulano” disse...
Todos, por mais imprescindíveis hoje se sintam, haverão de passar, sendo, naturalmente, substituídos por outros, que, igualmente, haverão de passar.
Só o Cristo deve permanecer, e permanecerá!
Acreditar-se um espírito missionário na seara espírita é perturbação e delírio.
Vaidade e personalismo – eis os maiores adversários de qualquer adepto da Doutrina, que a qualquer hora poderá estar desencarnando, sem privilégio algum.
A sua mediunidade é sua, e não significa que esteja acima da mediunidade dos outros – neste sentido, a clarividência de muitos médiuns que se creem famosos é quase miopia, como a sua clariaudiência é quase surdez...
Os nomes de seus supostos Espíritos Protetores não respondem pela sua verdadeira estatura espiritual.
O Espiritismo não é o suprassumo das religiões – o Evangelho do Cristo é a essência de tudo – o resto é o resto, inclusive o Espiritismo!
Portanto, um conselho de amigo que está se esforçando muito para fazer justamente o que aconselha: ponha-se no seu lugar, admita a sua pequenez e insignificância e procure trabalhar com sinceridade de propósitos.
No mais, se me permite: calemos a boca e deixemos de falar asneiras!...

INÁCIO FERREIRA
Uberaba – MG, 4 de junho de 2012.

7.6.12


Leia o trecho do livro "E A Vida Continua", em que o Irmão Claudio explica a Evelina e a Fantini, recém desencarnados, como é a "esfera espiritual".
 
— Mas, a Terra... eu conheço.
— Puro engano. Classificamos a paisagem terres­tre e os pertences que lhe dizem respeito, submetidos aos conceitos de quantos estiveram nela antes de nós, ocor­rendo análogas circunstâncias no ambiente a que nos acolhemos agora, e onde contamos com geólogos e geógrafos eméritos... Na realidade, porém, tanto lá quanto aqui, conhecemos, na essência, muito pouco acerca do meio em que vivemos. Em suma, analisamos e reanali­samos coisas e princípios que já encontramos feitos...
— Entretanto, no mundo, como entendemos o mundo, guardamos a certeza de permanecer sobre bases de maté­ria sólida...
— Irmã Evelina, quem lhe disse que não moramos lá, na arena terrestre, detidos igualmente num certo grau da escala de impressão do nosso Espírito eterno? Qualquer aprendiz de ciência elementar, no Planeta, não desconhece que a chamada matéria densa não é senão a energia radiante condensada. Em última análise, chegaremos ­ a saber que a matéria é luz coagulada, substân­cia divina, que nos sugere a onipresença de Deus.
— O senhor quer afirmar mesmo que não estamos agora domiciliados no plano físico? — voltou Fantini a manifestar-se.
— Chame-se a este mundo em que existimos, neste momento, «outra vida», «outro lado», «região extra-física» ou «esfera do Espírito», estamos num centro de atividade tão material quanto aquele em que se movimen­tam os homens, nossos irmãos ainda encarnados, condi­cionados ao tipo de impressões que ainda lhes governam, quase que de todo, os recursos sensoriais. O mundo terrestre é aquilo que o pensamento do homem faz dele. Aqui, é a mesma coisa. A matéria se resume a energia. Cá e lá, o que se vê é a projeção temporária de nossas criações mentais...
 
Livro: E A Vida Continua - Francisco C Xavier - André Luiz

6.6.12


A Vida Continua - 2
O Dom Helder escreveu de novo por intermédio de Carlos Pereira sobre a continuidade da vida.

Intempestivamente podemos, vez por outra, tachar tal pessoa ou situação, disso ou daquilo. É natural que no fulgor de certo contexto possamos emitir uma opinião que depois nos cause algum embaraço, mas, às vezes, somos levados a isso, então, assumamos o que dissemos e se foi motivo de algum equívoco, corrijamos quando pudermos.
O que devemos fazer sempre é enaltecer a verdade, a verdade naturalmente que conquistamos até dado momento, e renovar o nosso compromisso individual desta procura permanente com ela, sabendo que, muitas vezes, a verdade que agora assumimos possa se contradizer com o que afirmávamos até então, mas este é o preço que somos obrigados a pagar.
O que nos chega nesta hora de revelações é que devemos assumir sempre este compromisso de renovação interior para que sejamos fiéis à verdade. Mudar sempre para continuar a mesma pessoa requer compromisso com a dor do crescimento interior, pois o que se impõe é dobrar-se diante daquilo que se acreditava para abraçar a nova realidade descoberta. E este processo dói, mas é, no final, aliviante.
Quando denunciei, há muitos anos, as torturas existentes no meu País, sabia que isto traria repercussões fortes na minha vida dali em diante, mas fazia parte de meu compromisso com a verdade sustentá-la, agora, quando advogo a lei dos renascimentos, igualmente terei que cumprir com os que se desalojam da verdade por suas conveniências e não permitem que outros, mais lúcidos, possam expressar a sua nova realidade.
A crença reencarnacionista, meus irmãos, muda uma forma completa de pensamento que defendia. Não é fácil se contorcer a ela. Meus postulados eram outros, entendam. Quando na vida física, a minha teologia não me permitia tergiversar sobre isso, inadmissível. Agora, despojado das vestes sacerdotais da Terra, mas não despido das verdades do Cristo, tenho que assumir a minha verdade, a verdade que deparo insofismavelmente diante de meus olhos.
A minha vontade era adiar um pouco mais este depoimento tão veemente. Até porque já pincelei este conceito, noutras oportunidades, com muito cuidado, mas agora, chega um momento, que a verdade jorra de tal forma que não podemos mais represá-la.
Que o menino que me empresta o punho para a escrita mediúnica saiba bem que agora começa outra fase de nossos depoimentos. Não é que me “espiritizei”, não é isso, mas é que no flanco que defendo a condução de minha vida, a Igreja Católica, tais concepções começarão, pouco a pouco, a serem admitidas para o bem geral de todos, provocando imenso alvoroço nas gentes, mas é o preço do progresso das idéias que teremos que envergar de hoje para frente.
Que Deus saiba nos conduzir a todos nesta caminhada de renovação teológica.
Sempre com o Pai,
Helder Câmara

5.6.12


Questão 162 do Livro dos Espíritos
    A ALMA E A DECAPITAÇAO
    Por existir a guilhotina na França, o tema sempre vinha ao pensamento dos estudiosos e certamente por isso também foi feita essa pergunta aos espíritos superiores. A resposta, certamente, não pode ser generalizada. Cada alma é um mundo diferente na sua estrutura espiritual e poucas são as que conservam a consciência no ato da decapitação. Alguns espíritos, de acordo com a escala de despertamento da alma, perdem a consciência, sem que possamos determinar o tempo.
    Havia espíritos encarnados que, somente em saber que a sua cabeça iria para o balaio do carrasco, começavam a sofrer e, ante a visão do aparelho assassino, perdiam logo a consciência, indo acordar somente depois de muito tempo.
    O suplício é uma prova, na qual a dolorosa lição, via de regra, serve de resgate redentor, como carma que só o passado pode explicar. A guilhotina foi responsável pelo rolar de muitas cabeças que no passado fizeram compromissos com as trevas. O inventor desse instrumento da morte foi inspirado por massa enorme de pensamentos inferiores, produzidos pelos malfeitores que deveriam morrer nele, como resgate do mal que cometeram no seio da sociedade. Não obstante, nem todos que ali foram entregues ao carrasco impiedoso estavam movidos por dívidas de um tempo que passou. Em muitos casos, foram processos de despertamento das criaturas.
    Alguns espíritos, antes de reencarnarem, pediram esse meio de retornar à pátria espiritual, para exemplificar coragem e fé, mostrando, por esse fato, que existe o mundo dos espíritos e que ninguém morre. Para o espírito evoluído, qualquer morte à qual for preciso se submeter, é um simples acontecimento, como o de vestir roupas, que se troca com alegria, quando necessário. O medo de morrer, para o ignorante, vem por força instintiva de conservação, e sempre passa dos limites, por falta de conhecimento da verdade.
    O espírito pode ficar ligado ao corpo por horas, dias, meses ou anos. Depende da sua elevação. No caso de Francisco de Assis, por exemplo, ele deixou o corpo, como se deixa uma roupa usada e suja, com plena consciência do seu estado de vida, na sua lucidez imperturbável. Assim aconteceu com vários outros missionários, que vieram à Terra por misericórdia de Deus. Morrer, para eles, na linguagem humana, é viver, não lhes preocupando a forma. Escolhem a que mais pode consolar aos que os cercam e levá-los à fé e à confiança de Deus.
    Jesus submeteu-Se aos braços da cruz, para mostrar à humanidade que ela deve suportar todos os problemas da vida, que a dor desabrocha nos corações muitos poderes, e que as portas dos Céus se abrem, pela dor bem compreendida. Para cumprir Sua promessa Ele voltou, provando que a morte não existe. A missão do Espiritismo é essa também. Seja como for e como devas passar para o lado de cá, vem com confiança!
Livro: Filosofia Espírita IV - João Nunes Maia - Miramez

4.6.12

A VIDA CONTINUA


A vida, meus irmãos, possui muitas faces. Cada uma delas representa um pedacinho de nós. Quem disse que nós somos um só? Há uma complexidade em cada um de nós. Como entender o ser humano senão percebendo-o como esta imensidão de seres num só? Tenho a impressão que somos tantos que, às vezes, esquecemos realmente quem somos agora. Esta confusão mental – ou esta imensidão de seres – é proveniente das nossas varias encarnações. Isto hoje eu posso falar. Aprendi, do lado de cá da vida, que isto é inevitável. Guardei tais considerações, por muito tempo, porque não me convinha ficar falando aquilo que meus irmãos de Igreja não conseguiriam explicar ou aceitar, mas hoje, absorto das questões teológicas fundamentais da Igreja, tenho que me render aos fatos.
É difícil para mim, depois de tanto tempo batendo numa mesma tecla, ter que me reciclar e adotar outra postura de pensamento. Não é fácil, mas tenho que fazer. A reencarnação existe e faz parte da lei natural as coisas. Sei que com este meu depoimento, assim tão veemente, assustarei a tantos que me acompanham nestas linhas, mas o que fazer, meus irmãos, diante da realidade?
O que percebo, mais e mais, é que esta ida e vinda de meus irmãos é constante do lado de cá da vida. Uns chegam, outros vão, é o que constato. Posso estar errado? Posso, mas é improvável. Sei que a nossa Igreja Católica não vai aceitar estas minhas palavras, dirão até que é coisa da cabeça do médium, mas não é, é coisa minha mesmo que relutei, o quanto pude, de me expressar, mas chega um dia que não poderia mais calar. E repito o quanto isto é difícil para mim. Sei das desventuras que terei com estas declarações que mudam radicalmente o modo de ver das coisas que preguei – e prego – mas que faz parte do meu crescimento espiritual e quando há fatos não outros argumentos a defender.
Se me expressei com demasiada cautela, noutras vezes, é porque tinha a sensação que isto era necessário nos meus primeiros escritos, agora não, quem vem me acompanhando por estas linhas da internet, está acostumado com os meus desabafos, minhas conjecturas e, portanto, sabe da veracidade daquilo que eu digo. Terei que suportar as críticas daqui por diante, mas o que fazer senão contemplar-me com a verdade mais nítida que vejo nos meus olhos espirituais.
A Igreja Católica, que sempre pertenci nos meus longevos últimos anos, não admite a crença reencarnacionista. Na verdade, tudo gira em torno de outras crenças, sobretudo da ressurreição dos mortos, e este raciocínio que agora apresento muda na sua totalidade o modo de ver da vida.
Quero pedir desculpas aos que possivelmente se decepcionarão que este velho, mas há um dia, meus irmãos, que não podemos ficar calados diante dos fatos porque eles gritam de tão eloquentes e sua oportunidade de revelação já nos escapa as mãos que não temos outra opção senão aderir.
Solicito a todos a compreensão de tais revelações, mas tive a autorização de meus superiores neste sentido. É um peso que carregarei com mais intensidade neste meu trabalho de palpites do mundo espiritual que assumi, mas o simples fato de já psicografar – e mais ainda por um médium espírita – iria ter que acelerar, mais cedo ou mais tarde, esta declaração.
Que Jesus saiba conduzir bem estas minhas palavras que vêem reafirmar, de maneira perfeita, a nossa vida eterna que sempre pregamos.
Que Deus nos abençoe,
Helder Câmara

1.6.12


O VERBO NA CRIAÇÃO TERRESTRE

A ciência do mundo não lhe viu as mãos augustas e sábias na intimidade das energias que vitalizam o organismo do Globo. Substituíram-lhe a providência com a palavra "natureza", em todos os seus estudos e análises da existência, mas o seu amor foi o Verbo da criação do princípio, como é e será a coroa gloriosa dos seres terrestres na imortalidade sem fim. E quando serenaram os elementos do mundo nascente, quando a luz do Sol beijava, em silêncio, a beleza melancólica dos continentes e dos mares primitivos, Jesus reuniu nas Alturas os intérpretes divinos do seu pensamento. Viu-se, então, descer sobre a Terra, das amplidões dos espaços ilimitados, uma nuvem de forças cósmicas, que envolveu o imenso laboratório planetário em repouso.
Daí a algum tempo, na crosta solidificada do planeta, como no fundo dos oceanos, podia-se observar a existência de um elemento viscoso que cobria toda a Terra.
Estavam dados os primeiros passos no caminho da vida organizada. Com essa massa gelatinosa, nascia no orbe o protoplasma e, com ele, lançara Jesus à superfície do mundo o germe sagrado dos primeiros homens.

OS PRIMEIROS HABITANTES DA TERRA

Dizíamos que uma camada de matéria gelatinosa envolvera o orbe terreno em seus mais íntimos contornos. Essa matéria, amorfa e viscosa, era o celeiro sagrado das sementes da vida. O protoplasma foi o embrião de todas as organizações do globo terrestre, e, se essa matéria, sem forma definida, cobria a crosta solidificada do planeta, em breve a condensação da massa dava origem ao surgimento do núcleo, iniciando-se as primeiras manifestações dos seres vivos.
Os primeiros habitantes da Terra, no plano material, são as células albuminóides, as amebas e todas as organizações unicelulares, isoladas e livres, que se multiplicam prodigiosamente na temperatura tépida dos oceanos.
Com o escoar incessante do tempo, esses seres primordiais se movem ao longo das águas, onde encontram o oxigênio necessário ao entretenimento da vida, elemento que a terra firme não possuía ainda em proporções de manter a existência animal, antes das grandes vegetações; esses seres rudimentares somente revelam um sentido, o do tato, que deu origem a todos os outros, em função de aperfeiçoamento dos organismos superiores.

Livro: A Caminho da Luz - Francisco C Xavier - Emmanuel