31.12.23

PERDÃO DAS OFENÇAS Palestra de Toninho Barana

 



XXII – REFLEXÕES SOBRE O LIVRO LIBERTAÇÃO – ANDRÉ LUIZ - CHICO XAVIER

Continuando a descrever a “metamorfose” a qual se submeteram, a fim de que fossem percebidos naquela Dimensão Subcrostal, André Luiz anotou:
“Reparei, confundido, que a voluntária integração com os elementos inferiores do plano nos desfigurava enormemente (destacamos). Pouco a pouco, sentimo-nos pesados e tive a ideia de que fora, de improviso, religado, de novo, ao corpo de carne, porque, embora me sentisse dono da própria individualidade, me via revestido de matéria densa, como se fosse obrigado a envergar inesperada armadura.”
Notemos que interessante, e, mais uma vez, chamamos a atenção do leitor para a questão da Reencarnação no Mundo Espiritual, que nada mais é que um processo de materialização mais demorada em cada Plano que o espírito seja chamado a viver.
Curioso o que diz Gúbio a seguir:
“Nesta cidade sombria, trabalham inúmeros companheiros do bem nas condições em que nos achamos.”
Mas também, de nossa parte, aproveitamos para esclarecer que, mesmo em tais Dimensões sombrias costumam reencarnar espíritos de certo grau evolutivo com a finalidade de instruírem os que lá estejam domiciliados. Afinal, Cristo não veio a Terra?! E, antes Dele, tantos outros, como Sócrates, por exemplo?! E, depois Dele, Francisco de Assis, Teresa d’Ávila, Chico Xavier?!...
*
Gúbio alerta na sequência:
“Se erguermos bandeira provocante, nestes campos, nos quais noventa e cinco per cento das inteligências se encontram devotadas ao mal e à desarmonia, nosso programa será estraçalhado em alguns instantes. Centenas de milhares de criaturas aqui padecem amargos choques de retorno à realidade, sob a vigilância de tribos cruéis, formadas de espíritos egoístas, invejosos e brutalizados.”
A cidade dos “gregorianos” era uma cidade de loucos... E salientemos que ela não era, qual não é, a única existente em tal Plano, ou Dimensão, ou Planeta Espiritual – milhões e milhões de espíritos, mentalmente, ainda vivem no passado, e se organizam como se organizavam os homens nos séculos transatos.
*
Chico Xavier psicografou o livro “Libertação” em 1949. Posteriormente, em conversa reservada com alguns amigos – conversa que, infelizmente, vazou –, ele disse que, a conselho de Emmanuel, André Luiz acabou por retirar muitas páginas da obra, com a finalidade de não criar induções excessivamente negativas na mente dos leitores.
Chico, mais tarde, contou-nos pessoalmente que na cidade dos “gregorianos” eram realizadas verdadeiras orgias, bacanais, com os seus moradores idolatrando como deuses os símbolos fálicos, que carregavam em andores, nas procissões que realizavam...
As explicações de Chico, tendo sido vazadas – um dos amigos aos quais ele havia narrado o fato fora ao conhecido tribuno Newton Boechat, que, inadvertidamente, passara-a adiante, em palestra –, foram, ainda recentemente, plagiados por outro “médium”, que, como de hábito costuma fazer, apresentou em livro a “revelação” como sendo de sua lavra.
*
Em seguida, André pergunta a Gúbio:
“E há governo estabelecido num reino estranho e sinistro como este?”
A resposta do Instrutor, naturalmente, foi afirmativa, pois, afinal, em qual reino – mesmo no reino animal – não existe governo?! Não obstante, Gúbio esclarece: “Qual ocorre na esfera carnal, a direção neste domínio, é concedida pelos Poderes Superiores, a título precário.” Quer dizer: tudo com o Consentimento Divino, pois nada – absolutamente nada – acontece fora da Vontade de Deus.
INÁCIO FERREIRA – Blog Mediunidade na Internet
Veja também a Gravação do Estudo Detalhado do livro LIBERTAÇÂO
que fizemos pelo Skype
Francisco Cândido Xavier (autor)
André Luiz (espírito)
https://youtu.be/MKob0l5dkRk?list=PLJUZisvOqWSPrzDjdw6f9NSTmILB0O3rp

30.12.23

Intervenção dos Espíritos


 

LUZ E FLOR

Não te aflijas ao longo do caminho,
Nas lutas que faceias cada dia,
Sob o guante da prova que te expia,
Acorrentado a rude pelourinho...

Além da senda escura que te guia,
Fita na Altura o resplendente ninho,
Das estrelas luzindo em torvelinho,
Esperando por ti com alegria...

Enxuga o pranto que te inunda os olhos,
E avança caminhando sobre abrolhos
Sem reclamar de tua grande dor...

Na vida de quem segue com Jesus,
A treva sempre se converte em luz
E todo espinho se transforma em flor!...

Eurícledes Formiga - Blog Espiritismo em Prosa e Verso

29.12.23

Compreendendo a Saúde...


 

Por que eles não se comunicam?

Qualquer espírita que estudou Allan Kardec, que entendeu Allan Kardec e que teve o trabalho de observar bem como ele se comportava, enquanto praticante da doutrina que os espíritos superiores mandaram ao mundo por seu intermédio, observa que um dos direitos que ele mais recomendou que não abríssemos mão era o de questionar, chegando a afirmar que era dever de todo espírita, antes de aceitar qualquer argumentação sobre qualquer fato e coisa.
Por ser uma doutrina desprovida de dogmas e de qualquer "porque sim" e "porque não", sem dar a menor importância aos preguiçosos e acomodados que me rotulam como polêmico, estou aqui novamente a questionar algo, para apreciação, reflexão e conclusão de todos os meus leitores.
Por que eles não se comunicam?
Eles quem, Alamar?
O "carro chefe" do Espiritismo, ao chegar ao mundo, era a comunicação dos chamados mortos com os chamados vivos. Todo mundo sabe muito bem disto, inclusive essa possibilidade no princípio era considerada como fenômeno, posto que para o mundo daquele tempo de fato o era, pois que esse negócio de morto falar não poderia ser considerando senão como fenômeno.
Fenômeno das mesas girantes, escrita pela cestinha de bico - ô coisa horrorosa aquela cestinha - mortos mandando ensinamentos através daquelas jovens adolescentes, tudo aquilo era fenômeno mesmo, chamava a atenção até que finalmente, por várias evidências, muita gente passou a comprovar que de fato os espíritos se comunicavam conosco.
Claro. Espíritos nobres que animaram pessoas respeitáveis e até famosas colaboraram com entusiasmo para firmarem a nova doutrina: Vianney, o Cura D'Ars, Vicente de Paula, Sócrates, Platão, Erasto, Agostinho, Lacordaire, Francisco Nicolau Madeleine, Sansão, Fénelon, Delphine de Girardini, Francisco de Genebra, Bernardin, São Luis, Adolfo Bispo de Argel, Lázaro, Simeão, Paulo, Dufêtre, Pascal, Lamennais, Júlio Olivier... e um monte de outros trouxeram as suas marcas, com mensagens que encantaram a todos.
Centenas de espíritos, através de vários médiuns, em várias localidades. 
É óbvio que o número de mensagens chegadas a Kardec foi muito maior que as que são conhecidas pelos espíritas que se limitam a "estudar" apenas cinco livros da codificação; a Revista Espírita está cheia delas e centenas são os espíritos.
Várias pessoas ilustres, da época, acompanharam a chegada da doutrina e participaram ativamente do seu desenvolvimento: Gabriel Delanne, Camile Flamarion, Ernesto Bozzano, Gustave Gelley, Isac Akzakov, Darwin, Crooks, Cesare Lombroso, Sr. Fortier, Madame Plainemaison, Sr. Carlote, Sr. Roger, Amelie Boudet, toda a família Boudin, René Talander, Victorien Sardou, Lachatre, Armand Théodore, Pierre Paul Didier, família Japhet, etc... veio também Léon Denis, Andrew Jackson Davis e vários outros prestarem às suas contribuições.
Tivemos também precursores notáveis que se empenharam ao máximo para que a doutrina dos espíritos chegasse ao mundo: Swedenborg, Franz Anton Mesmer e outros.
Se formos fazer um estudo aprimorado vamos perceber que foram mais de mil espíritos, entre desencarnados e encarnados da época, todos com bastante entusiasmo pela revelação trazida à humanidade, com um compromisso enorme, pois se tratava de uma iniciativa de Deus, sob a coordenação do Espírito da Verdade, que na minha opinião pessoal e de vários espíritas que os considero ilustres era o próprio Jesus.
Pois bem. Kardec desencarnou logo, com apenas 64 anos de idade. Eu acho que foi cedo demais, porque ele poderia ter ficado aqui até os noventa anos e imagino o que faria, com toda aquela competência e disposição para aperfeiçoar os seus conceitos sempre, sem medo inclusive de mudar de idéia.
A desencarnação precoce dele terminou sendo um desastre para o Espiritismo. Primeiro que a Sociedade Parisiense de Estudos Espíritas, criada por ele, já vinha dividida ha um bom tempo, inclusive com um grupo muito forte fazendo oposição a ele, oposição tão ferrenha a ponto de fazerem esforços para denegrir o seu nome, com aquelas acusações de presunçoso, vaidoso, querer aparecer à custa do espiritismo e ficar rico à custa da doutrina.
Depois da desencarnação foi um "Deus nos acuda", naquela disputa por cargo que sempre existiu e continua existindo até hoje por diretorias dos centros, prevalecendo exatamente aqueles que foram divergentes do Mestre.
Pra começar acabaram logo com aquilo que Kardec mais amava e mais tinha carinho, que era a Revista Espírita que não chegou a ter nem mais um ano de circulação, apesar dos inúmeros assinantes que ela tinha no mundo inteiro, número esse cada vez mais crescente. Era uma demonstração de que o novo modelo de espiritismo inventado por aqueles divergentes não teria qualquer compromisso com a divulgação da doutrina, o que prevalece até hoje.
Os mais chegados a Kardec eram relegados a segundo plano.
O espiritismo murchou na Europa, ninguém queria saber daquele modelo igrejeiro implantado, posto que o "produto bom" era aquele conforme o modelo de Kardec.
Aqui no Brasil, por exemplo, todo aquele que insistisse em praticar conforme Kardec queria era também alijado, a exemplo de Luiz Olympio Teles de Menezes que foi totalmente desprezado na Bahia, se mudou para o Rio de Janeiro, acreditando que lá pudesse desenvolver o seu trabalho com fidelidade ao Mestre, quando enfrentou uma situação pior ainda, sendo totalmente abandonado, humilhado e esquecido até hoje.
Agora vem o pior.
Observem bem que coisa mais impressionante:
Lembra daqueles espíritos que eu citei aqui, como Lacordeire, Vianey, Pascal, Vicente de Paula, Agostinho, Fenélon, Delphine, etc???
Lembra também de vários que conviveram na época de Kardec, como Dellane, Flamarion, Bozzano, Roger, Carlote, etc...?
Pois é. Nunca mais nenhum deles se comunicou.
É aí que está a razão deste meu artigo.
Por que eles nunca mais se comunicaram?
Perderam a empolgação inicial que tinham pelo Espiritismo?
Simplesmente resolveram, todos, optarem pela omissão em relação ao desenvolvimento da nova doutrina que partiu do próprio Deus para melhorar moralmente a humanidade?
Esqueceram, todos eles, que poderiam se utilizar de médiuns para se comunicarem conosco?
Não dá para aceitar que aquele montão de gente, centenas e talvez mais de mil, com tanto amor e tanta empolgação pela nova doutrina simplesmente se recusariam ou não quereriam se comunicar nunca mais conosco.
Não é muito estranho?
Aí vêm alguns daqueles que acham que tem explicação para tudo pra dizer:
- "Ah, Alamar, mas aqueles espíritos poderiam muito bem estar encarnados"
Uai, mas todos?
Consideremos outro aspecto:
A média de vida do homem encarnado hoje é de 65 a 70 anos de idade, mas do tempo de Kardec até o ano 2000 era menor.
Ora. Se já se passaram mais de 150 anos, ainda que alguns deles tivessem passado por alguma encarnação, já não era para estarem desencarnados de novo?
Ou será que nesse processo de reencarnação e desencarnação, deixaram de ser espíritas, esqueceram tudo o que aprenderam ou deixaram de gostar daquilo que tanto amaram?
Outro dia quando eu questionava isto num seminário que dei, um participante veio com uma argumentação de que aqueles espíritos já poderiam ter sido transferidos para um mundo mais avançado.
Eu fiz a ele a mesma pergunta que faço aqui: Todos eles?
Se o próprio Jesus, com a evolução que tinha, se fez presente com a identificação de Espírito da Verdade, que sensatez teria uma argumentação de que todos aqueles espíritos, no espaço de menos de um século tivessem sido transferidos para um Mundo Superior? Só tínhamos anjos, naquele tempo? Lachatre, as meninas Japhet, Ermance, seu Fortier e todo aquele povo foram para um Mundo Superior?
Só rindo.
Observem um detalhe:
O nosso movimento espírita, ao longo de décadas, vem sendo conduzido à base de mensagens e instruções de André Luiz, Emmanuel, Humberto de Campos, Joanna de Ângelis, Manoel Philomeno de Miranda e mais um, dois ou três espíritos em menor intensidade.
Eu sei que não é qualquer espírita que tem coragem de levar em frente um tema deste, porque muita gente até morre de medo de abrir a boca em nosso movimento, mas já que eu não estou inserido nesse universo medroso, questionemos:
Por mais amáveis, respeitáveis, nobres e ilustres esses espíritos citados, perguntemos: Por que só eles?
Por que não temos Lacordaire, Erasto, Vianey, Fenelon, Dellane, Flamarion, Madame Plainemaison, Amélie Boudet, Bozzano, Gelley e o próprio Allan Kardec?
Sei que ninguém vai me dar reposta nenhuma, mas eu tenho uma:
Com certeza, se algum desses se atrever a nos trazer alguma mensagem os espíritas não vão aceitar.
Tenho ou não tenho razão? 
O médium será massacrado e, caso se atreva a escrever algum livro, esse será proibido, principalmente pelas casas do sistema federativo e ele também será proibido de falar.
Estou exagerando?
Alguns supostos conhecedores exclusivos da doutrina, aqueles que acham que somente eles conhecem o espiritismo, mandarão os seus artigos e as suas campanhas pela Internet acabando com as mensagens, com os médiuns e com as editoras que publicaram a obra.
Olhe: a Ermance Dufaux e as irmãs Japhet resolveram trazer mensagens, meu irmão.
- Não aceitamos! Não pode ser elas, pois elas jamais escreveriam qualquer mensagem.
- Mas meu irmão, elas não tiveram papel fundamental no processo?
- Não importa! Elas não falarão nunca.
É assim que a coisa acontece.
Se vocês analisarem bem, não há um médium, sequer, no Brasil ou no exterior, que os espíritas aceitariam como intermediário para receber qualquer mensagem desses espíritos.
Se escrever apenas "Que a Paz de Deus esteja com todos" e assinar Fénelon, por exemplo, será rejeitada NA HORA.
Não tem argumentação. Mensagem de espírito, em centro espírita, só não é recusada se viver de espírito sofredor, revoltado ou vingativo. Poucas são as exceções, mesmo assim se vier de espírito que não seja muito famoso.
- Ah, mas se viessem através do Divaldo?
Você é que pensa que Divaldo é unanimidade no meio espírita, mesmo com toda a bagagem extraordinária que ele tem e por tudo o que já demonstrou para todos nós.
NINGUÉM, absolutamente NINGUÉM, para o movimento espírita está preparado para receber mensagens que eles possam afirmar que é confiável.
A conclusão que chegamos é que, apesar da mediunidade ser fato e uma realidade na teoria dos espíritas, eles são os primeiros a não confiarem nos médiuns. E eles, os médiuns, por conta disto, vivem tensos e morrendo de medo de serem surpreendidos com alguma mensagem assinada por um desses espíritos, porque sabem muito bem que as línguas de muitos estarão afiadas para acabar com eles.
É ou não é assim?
Dá agora para começar a despertar uma ideiazinha do porquê não temos comunicações desses espíritos?
Por outro lado façamos mais um questionamento:
Já que os melhores espíritos contemporâneos de Kardec, que pensavam como ele, que gostavam do modelo que ele apresentou para que o Espiritismo fosse conduzido, e que viram de perto o que fizeram com ele na época e o modelo que prevaleceu, modelo este copiado pela maioria dos centros espíritas brasileiros, estariam felizes e satisfeitos com o rumo que tomou o movimento espírita?
Se estavam do lado de Kardec, obviamente não concordariam como o rumo tomado e, por isto, caso se comunicassem, naturalmente iriam se manifestar contra o igrejismo estabelecido.
Você acha que uma federação espírita de um determinado estado, um CRE, URE, AME, USE, etc... iriam acatar como verdadeira alguma mensagem que fosse de encontro àquilo que eles praticam?
Nunca, jamais.
Que Fenelon que nada, que Erastos que nada, Que Vianey que nada. É fascinação do médium!
Estou exagerando? Estou falando da coisa diferente de como ela realmente é?
Experimente, por exemplo, chegar num centro espírita que PROÍBE a evocação ou, para não se expor muito à palavra "proibir" são mais sutis em apenas dizer que "NÃO RECOMENDAMOS" a evocação de espíritos e dizer que eles estão errados.
Você pode mostrar todo o capítulo 25 de "O Livro dos Médiuns", pode mostrar até o subtítulo que Kardec deu ao Livro, que não adiantará.
Muitos vão dizer: "Mas Emmanuel diz...", "Mas André Luiz diz...".
Outra grande realidade que vivemos no movimento espírita hoje é que o que dizem outros espíritos são mais importantes e relevantes do que diz o próprio Kardec, em que pese esses espíritos, pasmem, terem dito que se algum ensinamento passado por eles fossem de encontro ao que ensina Kardec, ou pelo menos deixassem alguma dúvida, deveríamos seguir Kardec.
Outros recorrem a Léon Denis, quando diz "... Não é indispensável fazer evocações".
Ora, não é indispensável não significa que não se deva fazer e muito menos que deva ser evitada.
Sei que não é fácil o nosso movimento parar para pensar nisto. Mil explicações e mil desculpas serão dadas para explicarem porque esses espíritos citados não estão mais participando do Espiritismo. Alguma coisa há e o mais recomendável seria que grupos espíritas conscientes e determinados se dispusessem, em mediúnicas, a evocarem alguns desses espíritos a fim de pedirem a colaboração deles neste campo de discussão.
Tenho certeza absoluta que vários deles viriam, não tenho a menor dúvida.
Agora... Cadê disposição para isto?
Se é muito mais fácil e cômodo qualificar o articulista como polêmico e encerrar o assunto, deixa tudo como está pra ver como é que fica, porque tá tudo bão demais.  
Abração.
Alamar Régis Carvalho 

28.12.23

MÂOS ESTENDIDAS

 


XXI – REFLEXÕES SOBRE O LIVRO LIBERTAÇÃO – ANDRÉ LUIZ - CHICO XAVIER

André Luiz faz questão de descrever de maneira pormenorizada o cenário com o qual se depara, assim que atravessa a “fronteira” das Dimensões – ele, Gúbio e Elói haviam “descido” abaixo da Crosta Terrestre. Haviam concluído uma verdadeira “viagem no tempo” – sem dúvida, poderiam ser considerados na condição de “agêneres” na Dimensão visitada, quase mesmo que na condição de extraterrestres!
*
*
Chico Xavier contava que um filho sempre costumava a espancar a mãe... Um dia, cansada de tanto dele apanhar, a mãe começou a maldizer o filho, dizendo que as suas mãos ainda haveriam de secar... Com o tempo, de fato, os braços do rapaz foram secando, assumindo a forma retorcida dos galhos de árvores ressequidas ao Sol... E ele, o filho agressivo – segundo Chico – haveria de renascer assim – com os braços e as mãos retorcidos, à semelhança dos galhos mortos de uma árvore.
*
Até então – segundo o impressionante relato do autor espiritual –, eles não se faziam notar pelos grupos hostis com os quais se defrontavam...
“...indiferentes, incapazes de registrar-nos a presença. Falavam em alta voz, em português degradado (destacamos), mas inteligível, evidenciando, pelas gargalhadas, deploráveis condições de ignorância. Apresentavam-se em trajes bisonhos e conduziam apetrechos de lutar e ferir.”
Notemos: eles poderiam lutar e ferir... Sim, em seus organismos perispirituais, os três amigos poderiam ser feridos – recomendamos aqui, para maiores esclarecimentos, a leitura do livro “O Rosário de Coral”, escrito pelo Dr.Wylm, editado pela FEB.
*
Gúbio, em seguida, fala com André e Elói sobre a necessidade de se materializarem – na verdade, auto-materilizarem-se!
“Finda a nossa transformação transitória, seremos vistos por qualquer dos habitantes desta região menos feliz.”
*
Então, eles passaram a inalar “as substâncias espessas que pairavam em derredor, como se o ar fosse constituído de fluidos viscosos.
Elói estirou-se, ofegante, e não obstante experimentar, por minha vez, asfixiante opressão, busquei padronizar atitudes pela conduta do Instrutor, que tolerava a metamorfose, silencioso e palidíssimo.”
Percebamos que nem o próprio Gúbio deixou de algo sofrer com a “metamorfose”...
*
Pelo exposto, podem os nossos irmãos encarnados imaginar o sacrifício relativo a que se expõem os desencarnados que sempre estão em contato com a Crosta...
Quando o contato é muito longo, sem indispensáveis intervalos de refazimento, o corpo espiritual, inclusive, pode ser afetado por doenças.
INÁCIO FERREIRA – Blog Mediunidade na Internet
Veja também a Gravação do Estudo Detalhado do livro LIBERTAÇÂO
feito toda terça feira às 20h. pelo Skype
Francisco Cândido Xavier (autor)
André Luiz (espírito)
Capítulo 1 - https://youtu.be/zdKQ55-equQ?list=PLJUZisvOqWSPrzDjdw6f9NSTmILB0O3rp

27.12.23

Gravação do Estudo Detalhado do livro ENTRE A TERRA E O CÉU Cap.1e2


 

LIMITES

Comentário Questão 713 do Livro dos Espíritos
 
A natureza, como mãe, imprimiu limites para o gozo dos bens terrenos, onde podemos observar como Deus é bom, na Sua justiça e no Seu amor para com todos os Seus filhos. Ele dotou a todos com um organismo que sabe avisar quando já se encontra farto. Quando a imprudência passa dos limites, este organismo sofre as conseqüências para se educar.
A disciplina é necessária em todos os campos de trabalho. Nos próprios deveres materiais o corpo dá sinal de cansaço, pedindo para descansar, assim como se tem vontade de trabalhar, pelo aviso interno do dever. Para tudo Deus traçou, por leis, os limites, tanto do trabalho como do repouso e do lazer; parte ficou como dever para o homem, que deve descobrir seus próprios caminhos.
Os excessos, quando vêm, são carregados do enfado, e as suas seqüelas são pesos na consciência. É neste sentido que muitos sábios aconselham o caminho do meio em tudo o que se faz. Se existe multidão de almas ignorantes, quantas iluminadas não existem movendo-se em corpos de carne? Muitas e inspiradas por Deus. Jesus inspira todos os sábios da Terra, dotando-os de todos os meios para educar e instruir a humanidade.
Deus a ninguém pune; os homens é que se punem a si mesmos, pelos seus atos impensados e, ao passarem pelos sofrimentos, aprendem a usar os bens da natureza com equilíbrio e amor, compreendendo que tudo é de Deus, que eles são apenas Seus filhos, aos quais o Pai confia os valores para serem usados com caridade.
Sempre falamos que Jesus é a maior expressão de misericórdia de Deus na Terra. Observemos Seus feitos, que compreenderemos isso. Marcos, no capítulo um, versículo trinta e um, assim anotou o que usamos como exemplo:
Então, aproximando-se, tomou-a pela mão e a febre a deixou, passando ela a servi-los.
A febre era um processo de disciplina da natureza em conseqüência de alguma agressão a ela, mas o Mestre, por misericórdia, ordenou que a febre cessasse, dando oportunidades à alma de redimir-se, ou não pecar mais contra a vida.
Compreendamos logo os nossos limites. Quando os compreendemos, a paz passa a reinar na consciência, o maior tribunal instalado dentro de nós para nos educar, disciplinando nossos instintos, que estão vivos no mundo mental e dominando a nossa intimidade. Podemos usar de tudo dentro do necessário, dentro do limite. Esse é o respeito para com os outros e para com a nossa vida.
Deus fez as leis para que pudéssemos gozar dos bens terrenos, no entanto, a natureza traçou limites a esses gozos, evitando assim o abuso das belezas da Terra, que são reflexos da sublimidade dos céus. A educação do homem o faz sentir o ritmo da vida e seu coração se ilumina com a luz da vida em Deus.
Livro Filosofia Espírita - João Nunes Maia - Miramez
Livro a venda na LER Livros Revistas Papelaria.

26.12.23

Finalmente o Socorro


 

O GRITO DE CÓLERA

Lembra-se do instante em que gritou fortemente, antes do almoço?
Por insignificante questão de vestuário, você pronunciou palavras feias em voz alta, desrespeitando a paz doméstica.
Ah! Meu filho, quantos males foram atraídos por seu gesto de cólera!...
A mamãe, muito aflita, correu para o interior, arrastando atenções de toda a casa. Voltou-lhe a dor de cabeça e o coração tornou a descompassar-se.
As duas irmãs, que cuidavam da refeição, dirigiram-se precipitadamente para o quarto, a fim de socorrê-la, e duas terças partes do almoço ficaram inutilizadas.
Em Razão das circunstâncias provocadas por sua irreflexão, o papai, muito contrariado, foi compelido a esperar mais tempo em casa, chegando ao serviço com grande atraso.
Seu chefe não estava disposto a tolerar-lhe a falta e recebeu-o com repreensão áspera.
Quem o visse, erecto e digno, a sofrer essa pena, em virtude da sua leviandade, sentiria compaixão, porque você não passa de um jovem necessitado de disciplina, e ele é um homem de bem, idoso e correto, que já venceu muitas tempestades para amparar a família e defendê-la. Humilhado, suportou as conseqüências de seu gesto impulsivo, por vários dias, observado na oficina qual se fora um menino vadio e imprudente.
Os resultados de sua gritaria foram, porém, mais vastos.
A mãezinha piorou e o médico foi chamado.
Medicamentos de alto preço, trazidos à pressa, impuseram vertiginosa subida às despesas, e o papai não conseguiu pagar todas as contas de armazém, farmácia e aluguel de casa.
Durante seis meses, toda a sua família lutou e solidarizou-se para recompor a harmonia quebrada, desastradamente, por sua ira infantil.
Cento e oitenta dias de preocupações e trabalhos árduos, sacrifícios e lágrimas! Tudo porque você, incapaz de compreender a cooperação alheia, se pôs a berrar, inconscientemente, recusando a roupa que lhe não agradava.
Pense na lição, meu filho, e não repita a experiência.
Todos estamos unidos, reciprocamente, através de laços que procedem dos desígnios divinos. Ninguém se reúne ao acaso. Forças superiores impelem-nos uns para os outros, de modo a aprendermos a ciência da felicidade, no amor e no respeito mútuos.
O golpe do machado derruba a árvore de vez. A ventania destrói um ninho de momento para o outro.
A ação impensada de um homem, todavia, é muito pior.
O grito de cólera é um raio mortífero, que penetra o círculo de pessoas em que foi pronunciado e aí se demora, indefinidamente, provocando moléstias, dificuldades e desgostos.
Por que não aprende a falar e a calar, a benefício de todos?
Ajude em vez de reclamar.
A cólera é força infernal que nos distancia da paz divina.
A própria guerra, que extermina milhões de criaturas, não é senão a ira venenosa de alguns homens que se alastra, por muito tempo, ameaçando o mundo inteiro.
 
Livro Alvorada Cristã - Francisco C. Xavier - Neio Lúcio.

24.12.23

OBSESSÃO DESOBSESSÃO Principal Palestra de Toninho Barana

 

OBSESSÃO DESOBSESSÃO Principal


Palestra de Toninho Barana
Baseada na lição 11 do livro Curso Preparatório de Espiritismo

https://youtu.be/eJgwqWWmAfA

SEGUE A ESTRELA

Na vida de cada um
Que procura a luz do Bem,
Jesus Cristo, o Excelso Guia,
É a Estrela de Belém.

Quem se esforça por segui-Lo,
Nunca perde a direção,
Caminhando sempre adiante
Em sublimada ascensão.

Por mais a noite das provas
Se te adense em derredor,
A luz do Cristo dissipa
Toda sombra ao teu redor.

Seja, pois, qual seja a dor,
Que em tua alma se exprima,
Nunca deixes de lançar
O teu olhar para Cima...

Segue a luz que, há dois mil anos,
Em seus místicos fulgores
Resplandeceu sobre a Terra
Guiando reis e pastores.

Apenas fica sem norte
Em sua jornada ao léu,
Quem sobre o mundo vagueia
Sem por os olhos no céu!...

Eurícledes Formiga - Blog Espiritismo em Prosa e Verso.

23.12.23

PLANO B


 

Bem-Aventurado

É bem-aventurado quem não tem
Memória para a ofensa recebida,
Para qualquer humilhação sofrida,
Ingratidão, escárnio ou desdém...

Feliz de quem esquece o que advém
Da ignorância alheia e não revida
O golpe da maldade desmedida,
Que a trevas lhe desfecha por alguém...

Feliz de quem na luta que atordoa,
Perante o tempo que na Terra voa,
Não perde hora com lamentação...

É bem-aventurado quem somente
Persevera no bem de alma contente
E carrega Jesus no coração!...

Eurícledes Formiga (*)
(Página recebida pelo médium Carlos A. Baccelli, em reunião pública da Casa Espírita “Bittencourt Sampaio”, na manhã de sábado do dia 16 de Dezembro de 2023, em Uberaba – MG).

20.12.23

Gravação do Estudo Detalhado do livro LIBERTAÇÃO - Final


 

ATRATIVOS MATERIAIS

Comentário Questão 712 do Livro dos Espíritos
 
Deus colocou na matéria atrativos para os homens, no sentido de ensinar-lhes a saber usá-los educando seus impulsos nas investidas dos instintos, como também, para que eles sentissem um pouco de bem-estar e passassem a gozar dos seus próprios esforços, no aperfeiçoamento das coisas em seu benefício. O objetivo dessa atração quase irresistível é para que o homem passe a educar, como já dissemos, as forças em luta dentro de cada criatura e daí surgirá a luz, sendo que o entendimento mostrar-lhe-á o caminho mais acertado para a sua paz de consciência. O homem, desenvolvendo a razão, busca outros planos para operar, passando a refugar todos os condicionamentos do passado, buscando respirar uma atmosfera mais leve onde o amor é a base da vida.
Poderemos analisar ó próprio sexo; nele existe para o homem um grande atrativo, que se irradia em todos os seres, objetivando a reprodução da espécie. Se não fora isso, as raças desapareceriam por completo na face da Terra, e como ficaria a reencarnação? O sexo é a base da vida física, no entanto, existem leis que regulam a reprodução dos seres, a pedirem o bom senso. Assim, surgiu o casamento para disciplinar esse instinto que é tão forte, a ponto de levar as criaturas a desrespeitarem a lei. Os homens já saíram da faixa animal, por isso que o sexo não é livre na sua dimensão. A liberdade, neste caso, e na evolução em que os homens se encontram, lhes faz mais mal do que bem. Ela poderá existir quando a Terra passar para outro plano de vida, ascendendo na hierarquia dos mundos superiores, onde os deveres andam juntamente com os direitos, onde o amor é a lei dominante. O sexo, para a grande maioria dos homens, é um prazer incomparável, mesmo momentâneo, e por enquanto não tem substituto na concepção deles; no entanto, a consciência está ativa, para discipliná-lo nos moldes que o verdadeiro amor nos concita. Jesus é verdadeiramente o disciplinador desses impulsos santos, mas que precisam ser educados para a paz de consciência.
A educação dos homens está ligada aos dons espirituais; estes despertados, o campo de facilidades disciplinares aumenta e eis o homem novo nascendo dentro do homem velho. Não podemos fugir da vontade d'Aquele que nos criou.
Ouçamos o que Paulo disse aos Romanos, no capítulo onze, versículo vinte e nove:
Porque os dons e a vocação de Deus são irrevogáveis.
O que Deus fez para o nosso bem e a nossa paz são irrevogáveis; como mudar as coisas eternas? Jamais as mudaremos. A inteligência nos convoca para a obediência a toda a vontade do Senhor. E Jesus veio confirmar e nos fazer crer nesse Deus de bondade e de amor.
Os homens não poderiam usar os bens terrenos somente pela sua utilidade, devendo também usá-los como instrumentos para despertar os seus valores espirituais, utilizando o seu esforço para concretizar a sua conquista. Eis ai a beleza da vida, dentro da vida de Deus.
Jesus Cristo veio ao mundo por amor às criaturas, nos mostrando algo mais que não conhecíamos. Ele rasgou mais um véu, trazendo mais esperança para a humanidade que se encontrava em desespero.
Os caminhos da felicidade foram abertos por Jesus. O Senhor pôs atrativos nos bens materiais para estímulo dos homens, para que estes rompessem a ignorância, avançando pela porta estreita do esforço próprio, passando a conhecer a verdade.
Livro Filosofia Espírita - João Nunes Maia - Miramez
Livro a venda na LER Livros Revistas Papelaria.

19.12.23

O Cristo em Nós


 

O GRITO DE CÓLERA

Lembra-se do instante em que gritou fortemente, antes do almoço?
Por insignificante questão de vestuário, você pronunciou palavras feias em voz alta, desrespeitando a paz doméstica.
Ah! Meu filho, quantos males foram atraídos por seu gesto de cólera!...
A mamãe, muito aflita, correu para o interior, arrastando atenções de toda a casa. Voltou-lhe a dor de cabeça e o coração tornou a descompassar-se.
As duas irmãs, que cuidavam da refeição, dirigiram-se precipitadamente para o quarto, a fim de socorrê-la, e duas terças partes do almoço ficaram inutilizadas.
Em Razão das circunstâncias provocadas por sua irreflexão, o papai, muito contrariado, foi compelido a esperar mais tempo em casa, chegando ao serviço com grande atraso.
Seu chefe não estava disposto a tolerar-lhe a falta e recebeu-o com repreensão áspera.
Quem o visse, erecto e digno, a sofrer essa pena, em virtude da sua leviandade, sentiria compaixão, porque você não passa de um jovem necessitado de disciplina, e ele é um homem de bem, idoso e correto, que já venceu muitas tempestades para amparar a família e defendê-la. Humilhado, suportou as conseqüências de seu gesto impulsivo, por vários dias, observado na oficina qual se fora um menino vadio e imprudente.
Os resultados de sua gritaria foram, porém, mais vastos.
A mãezinha piorou e o médico foi chamado.
Medicamentos de alto preço, trazidos à pressa, impuseram vertiginosa subida às despesas, e o papai não conseguiu pagar todas as contas de armazém, farmácia e aluguel de casa.
Durante seis meses, toda a sua família lutou e solidarizou-se para recompor a harmonia quebrada, desastradamente, por sua ira infantil.
Cento e oitenta dias de preocupações e trabalhos árduos, sacrifícios e lágrimas! Tudo porque você, incapaz de compreender a cooperação alheia, se pôs a berrar, inconscientemente, recusando a roupa que lhe não agradava.
Pense na lição, meu filho, e não repita a experiência.
Todos estamos unidos, reciprocamente, através de laços que procedem dos desígnios divinos. Ninguém se reúne ao acaso. Forças superiores impelem-nos uns para os outros, de modo a aprendermos a ciência da felicidade, no amor e no respeito mútuos.
O golpe do machado derruba a árvore de vez. A ventania destrói um ninho de momento para o outro.
A ação impensada de um homem, todavia, é muito pior.
O grito de cólera é um raio mortífero, que penetra o círculo de pessoas em que foi pronunciado e aí se demora, indefinidamente, provocando moléstias, dificuldades e desgostos.
Por que não aprende a falar e a calar, a benefício de todos?
Ajude em vez de reclamar.
A cólera é força infernal que nos distancia da paz divina.
A própria guerra, que extermina milhões de criaturas, não é senão a ira venenosa de alguns homens que se alastra, por muito tempo, ameaçando o mundo inteiro.
 
Livro Alvorada Cristã - Francisco C. Xavier - Neio Lúcio.

18.12.23

Noções Práticas de Espiritismo


 

Desencarnação e Mudança

Muitos acham que a desencarnação possa promover, no espírito carente de aperfeiçoar-se, súbita mudança na personalidade – principalmente, claro, naqueles que têm oportunidade de constatar os equívocos que, porventura, tenham cometido na Terra.
Enganam-se.
Alguns poucos, de fato, adquirindo certo nível de conscientização com o seu desenlace do corpo grosseiro, são levados a efetuar mais sérias reflexões em torno da necessidade de mudança comportamental, incluindo mudança de valores, de hábitos, e até mesmo de ideias.
Não obstante, as mudanças substanciais, de natureza íntima, não acontecem simplesmente porque o espírito tenha se transferido de Plano existencial.
Com esmagadora maioria da população terrestre o que acontece, no fenômeno da desencarnação, talvez, não seja nem mesmo mudança extrema de endereço, já que ela continua residindo quase em justaposição, ou sobreposição, ou ainda, muitas vezes, em “subposição” ao endereço em que reside.
Raros são os homens que, em deixando a Crosta, sabem ou passam a saber que se transferiram de domicílio, e que, verificando que a morte não existe, necessitam rever os conceitos em que, secularmente, vêm fundamentando a existência...
E mais raros, por exemplo, os que se revelam dispostos em abrir mão de pontos de vista em que se cristalizam no atendimento a interesses de ordem particularista.
Deste Outro Lado, muitas das objeções que os encarnados fazem à respeito da Vida além da morte, são feitas também pelos desencarnados que não admitem a morte como sendo “desencarnação”, e prosseguem negando a possibilidade de, um dia, regressarem ao corpo grosseiro, de ascenderem a outras Dimensões, ou ainda negando que possam ser chamados a habitar uma das múltiplas moradas da Casa do Pai na imensidão sem fim do Universo.
O assunto é complexo e, no campo ético, a questão matemática de que dois mais dois são quatro não pode ser aplicada.
Assim é que muitos e muitos, infelizmente, em desencarnando, não logram desencarnar o pensamento, partindo-se do pressuposto de que ele, literalmente, carece de submeter-se ao fenômeno liberatório.
Alguns espiritistas, nossos confrades, ainda não alcançaram a concepção de que o desenlace do corpo não é mais que o desenlace do corpo, e que o despertar do espírito, onde quer que ele esteja, é processo lento que envolve esforço, sofrimento, vontade, maturação...
A semente no ato da germinação, que pode, grosseiramente, ser comparado ao desenlace, apenas perde a casca que a envolve para que, por fim, possa crescer, inundar-se de luz e dizer ao que veio.
Por sobre a Terra, ao lado de nossos irmãos encarnados, perambula uma verdadeira multidão dos “sem corpo”, inconscientemente ansiando por um novo berço – o que, para eles, acontecerá de maneira mecânica, por mera ação da Lei do Renascimento.
E, em não acontecendo, com o tempo, dando sequência ao fenômeno migratório que já vem ocorrendo no orbe planetário, esses integrantes da multidão dos “sem corpo” serão compelidos, ou tangidos, com naturalidade, a buscarem para si outras plagas onde se sintam aclimatados.
 
INÁCIO FERREIRA - Blog Mediunidade na Internet
Uberaba – MG, 17 de Dezembro de 2023. (*)

17.12.23

OBSESSÃO DESOBSESSÃO

Palestra


de Toninho Barana
Baseada na lição 11 do livro Curso Preparatório de Espiritismo

https://youtu.be/I41I0R5xQxY


XX – REFLEXÕES SOBRE O LIVRO “LIBERTAÇÃO” – ANDRÉ LUIZ/CHICO XAVIER

O capítulo IV do livro “Libertação” – “Numa Cidade Estranha” –, sem dúvida, é um dos mais interessantes e reveladores do livro, pois, na companhia de Gúbio e Elói, André Luiz visita a Dimensão das Trevas, que é uma Dimensão Subcrostal.
Chico Xavier dizia que quando tinha oportunidade de “enxergar” os diferentes Mundos, era como se ele “enxergasse” uma bola dentro de outra – uma bola de gude dentro de uma de beisebol, uma de beisebol dentro de uma de futebol de salão, uma bola de futebol de salão dentro de outra de futebol de campo, e, assim, sucessivamente.
*
Estudando os livros de André Luiz – repetimos –, percebemos que ele leva o leitor a realizar uma “viagem no tempo” – quando, por exemplo, escreve “Nosso Lar”, ele conduz a mente do leitor ao futuro, mas quando escreve “Libertação”, conduz a mente do leitor ao passado... Claro que a referida “viagem no tempo” é realizada tomando a Terra como ponto de referência – a Terra é o tempo presente, onde o leitor das obras de André Luiz se encontra situado.
Inclusive, já tivemos oportunidade de afirmar, necessitamos de pluralizar o Mundo Espiritual – são Mundos Espirituais, sendo que a Terra não passa de ser mais um deles! Assim como o corpo físico nada mais é que um de nossos inúmeros corpos espirituais, ou perispíritos!...
Simples assim.
*
André relata: “Após a travessia de várias regiões ‘em descida’, com escalas por diversos postos e instituições socorristas, penetramos vasto domínio de sombras”.
A descrição que é feita a seguir nos transmite a impressão de que os três amigos – André, Gúbio e Elói – estão voltando à Terra da Idade Média – exceção feita à Natureza, que o autor espiritual fará questão de retratar com detalhes.
Esse “em descida”, colocado entre aspas, é muito interessante, porquanto, a rigor, quem saberá dizer o que fica em cima e o que ficam abaixo, o que fica a direita ou o que fica à direita... Mais uma vez, notemos um dos principais postulados da  Física Quântica confirmado: o objeto observado depende do observador... Tal constatação do Mundo da Física vale, igualmente, para o Mundo Moral.
*
Descrevendo a paisagem desoladora com que eles se deparam, logo após atingirem a meta e “pisarem chão firme”, André registra:
“A claridade solar jazia diferenciada.
Fumo cinzento cobria o céu em toda a sua extensão.
A volitação fácil se fizera impossível.
A vegetação exibia aspecto sinistro e angustiado. As árvores não se vestiam de folhagem farta e os galhos, quase secos, davam a ideia de braços erguidos em súplicas dolorosas.”
Tentemos interpretar o texto acima: o Sol era o mesmo, porém quase encoberto por nuvens escuras – certamente, de acentuada poluição física (incêndios) e psíquica – das formas-pensamento que pairavam na psicosfera...
Natureza sofrida.
Com certeza, pouca água.
Entre espíritos sofredores, até a Natureza sofre.
Notemos, ainda, que, em quase tudo, a Dimensão é semelhante à da Crosta – Sol, vegetação, árvores, aves agoureiras, répteis (como haveremos de ver no próximo estudo)...
Um ambienta de desolação.
INÁCIO FERREIRA – Blog Mediunidade na Internet
Veja também a Gravação do Estudo Detalhado do livro LIBERTAÇÂO
feito toda terça feira às 20h. pelo Skype
Francisco Cândido Xavier (autor)
André Luiz (espírito)
Capítulo 20 - https://youtu.be/pJcrOlFyn3o 

16.12.23

Alguns Ângulos dos Ensinos do Mestre

 


Temos Jesus

Ainda bem que temos a Jesus,
O nosso Amado Mestre e Excelso Guia,
Por mão amigo que nos auxilia
A carregar adiante a humana cruz...
 
Ainda bem que é Ele a nossa luz,
Que vence a escuridão por mais sombria,
Transformando tristeza em alegria
E para o Alto sempre nos conduz...
 
Ainda bem que é Ele a nossa fé,
Que nos levanta e que nos põe de pé
Quando, às vezes, caímos rente ao chão...
 
Temos Jesus, o Amor de nossas vidas,
Que nos cura dos males e feridas
E de paz nos repleta o coração!...
 
Formiga/Baccelli - Blog Espiritismo em Prosa e Verso
Casa E. “Bittencourt Sampaio”
Uberaba, 9-12-23

15.12.23

O MESTRE DOS MESTRES Livro evangélico espírita a venda na LER Livros Revistas Papelaria


 

PASTO ÀS CÉLULAS

Amigo, você me escreve, pedindo orientação.
Orientação, sinceramente, eu não te posso dar, porque, às vezes, eu não a tenho nem para mim mesmo.
Posso, no entanto, transmitir a você uma palavra amiga.
Você me diz que, constantemente, se vê às voltas com a tentação, e que, por conta disso, se sente muito triste...
Não consegue controlar os seus impulsos sexuais.
Experimenta necessidade do contato mais íntimo com alguém - contato do qual você sempre se retira com grande peso na consciência.
Mal sucedido no casamento, não encontrou mais ninguém a quem pudesse se unir de maneira estável - e, de tão decepcionado, me diz não saber se, realmente, deseja que isto volte a ocorrer.
Traído pela esposa, que foi sua primeira namorada, a solidão afetiva lhe veio fazer companhia - solidão que você procura sufocar nas aventuras desregradas a que passou a se entregar, desde então.
- O que fazer?! - você me pergunta com lágrimas nos olhos.
Ainda relativamente jovem e saudável, afirma não dispor de forças para se recolher a uma vida de renúncia como a que se recolheram homens e mulheres que se santificaram...
Neste sentido, digo-lhe que não sei mensurar a santidade de quem seja.
Na condição de médico psiquiatra, o que eu já tive, e tenho, oportunidade de escutar é muito mais que qualquer sacerdote, em seu ofício há décadas, tenha ouvido em seu confessionário.
Afirma para mim que não possui outros vícios, como fumar e beber, jogar e falar mal da vida alheia...
Parabéns!
Esta questão de se falar mal da vida alheia é um sorvedouro espiritual que tem levado muita gente, que se considera boa, às vizinhanças do Inferno, onde o Capeta, com o seu tridente em forma anzol as fisga como um peixe é fisgado pela boca...
A sua carta, muito bem escrita, me emocionou, e, para respondê-la, tive que orar como poucas vezes o tenho feito, porque, confesso, nunca fui homem de viver de terço na mão.
Sempre acreditei muito mais na prece das boas ações!
Eu não sei se você se dirigiu à pessoa errada - creio que sim, porque não sou o espírito mais indicado para o que você solicita. Por aí, no mundo, através de diversos médiuns, andam muitos espíritos mandando fazer o que eles não fazem - nem eles e muito menos os médiuns de que se valem em suas páginas moralistas!
Conheço médiuns e espíritas que têm uma vida íntima mais escura do que o breu! Mas isto é lá com eles, e não comigo, ou com você.
A única coisa que lhe posso pedir - trata-se de um pedido, e não de orientação - é que você procure não se entregar de corpo e alma á tentação.
Entregue apenas seu corpo, e isente a sua alma, porque, em verdade, para dar pasto às células, você não precisa pastar com elas!...
No mais, meu amigo, é isto ai.
Continuemos a esperar que Jesus Cristo, pouse a sua abençoada mão em nossa fronte e mude a natureza de nossos pensamentos, qual, um dia, Ele o fez com Paulo de Tarso e Maria de Magdala, tanto um quanto outro, pecadores confessos como eu e você.
Muito obrigado pelos seus elogios, porque, com eles, você acabou de transformar a minha consciência numa verdadeira fornalha...
Com o meu abraço fraterno -
INÁCIO FERREIRA - Blog Mediunidade na Internet

14.12.23

Convocação familiar.


 

A COMUNIDADE DOS ESPÍRITOS PUROS

Rezam as tradições do mundo espiritual que na direção de todos os fenômenos, do nosso sistema, existe uma Comunidade de Espíritos Puros e Eleitos pelo Senhor Supremo do Universo, em cujas mãos se conservam as rédeas diretoras da vida de todas as coletividades planetárias.
Essa Comunidade de seres angélicos e perfeitos, da qual é Jesus um dos membros divinos, ao que nos foi dado saber, apenas já se reuniu, nas proximidades da Terra, para a solução de problemas decisivos da organização e da direção do nosso planeta, por duas vezes no curso dos milênios conhecidos.
A primeira, verificou-se quando o orbe terrestre se desprendia da nebulosa solar, a fim de que se lançassem, no Tempo e no Espaço, as balizas do nosso sistema cosmogônico e os pródromos da vida da matéria em ignição, do planeta, e a segunda, quando se decidia a vinda do Senhor à face da Terra, trazendo à família humana a lição imortal do seu Evangelho de amor e redenção.

Livro: A Caminho da Luz - Francisco C. Xavier - Emmanuel  

13.12.23

Gravação do Estudo Detalhado do livro LIBERTAÇÃO Cap. 20 – REENCONTRO


 

Comentário Questão 711 do Livro dos Espíritos

BENS DA TERRA
 
Os bens da Terra são para os homens suprirem as suas necessidades. Deus, sendo todo Amor, não iria deixar Seus filhos sem os meios de se alimentarem, vestirem, ampliando cada vez mais seu conforto para maiores realizações. No entanto, deu às criaturas senso de responsabilidade, para discernirem até onde usar os bens terrenos.
Verdadeiramente, Deus doa com abundância, contudo, o desperdício não é da lei. Convém a todas as criaturas ter parcimônia no uso das coisas que o Senhor faz multiplicar na face da Terra. Todos os abusos são corrigidos pela própria natureza. Eis como Jesus procedeu com o leproso que foi curado, conforme anotado por Marcos, no capítulo um, versículo quarenta e três:
Fazendo-lhe então uma veemente advertência, logo o despediu.
Aquele hanseniano tinha, provavelmente, abusado dos poderes que possuía e a lepra veio como cobrança na sua própria pele, tanto que Jesus, como registrou Marcos, curou-o por misericórdia e fez grande advertência, para que ele respeitasse os bens que recebeu das mãos de Deus.
Os bens da Terra são inúmeros por todos os quadrantes do mundo, como segurança para a humanidade, não para desperdício nas mãos dos ignorantes. Os dirigentes das nações são tutores dos bens terrenos, e não devem abusar desses valores, nem permitir que alguém o faça. A quem não ouvir, o acerto de contas chegará a sua porta, e o Credor Divino não pede explicações; Ele sabe e conhece o devedor.
Certamente que o uso dos bens da Terra é direito de todos os homens e animais. Esses últimos não abusam, por serem movidos pelos instintos, mas os homens, que já receberam a razão e têm mais liberdade de pensar e agir, esquecem do respeito aos bens da natureza, alimentando vícios e aumentando hábitos inconvenientes.
Convém que todos os despertados para a luz ajudem quem se encontra nas trevas. Sabendo Deus que a ignorância é transitória em Seus filhos, espera que esses abram os olhos para a luz, pela força do tempo e o ambiente do espaço.
Se a vida nos premiou com alguns bens materiais, não ajuntemos nos celeiros sem proveito, nem pela força do egoísmo; procuremos fazer circular os nossos bens, porque tudo de Deus é vida e o Senhor nos entrega esses tesouros nas nossas mãos para nos ensinar a colocá-los em lugares certos.
Os bens da Terra são os mesmos bens do céu; a diferença são os lugares que eles ocupam. Não podemos desprezar os bens materiais, pois eles são luzes de Deus na dimensão física. O ouro não pensa, não fala e nem tem vontade própria; ele é movido pela inteligência do Espírito.
Quando nos aprofundamos nos conhecimentos da vida, encontramos o princípio único dotando tudo do mesmo valor, como encontramos Deus em tudo o que se expressa. De onde saiu o Espírito, a matéria é sua irmã; por que desprezá-la? Basta respeitá-la no organograma da sua função. Deus sabe o que faz com todas as coisas e nada existe inútil na criação. O que saiu das mãos perfeitas não pode levar o traço da imperfeição.
O verdadeiro sábio ama a Deus em todas as coisas que expressam a Sua existência.
Livro Filosofia Espírita - João Nunes Maia
Livro a venda na LER Livros Revistas Papelaria

12.12.23

Quem tem medo dos Espíritos?


 

O GRANDE PRÍNCIPE

Um rei oriental, poderoso e sábio, achando-se envelhecido e doente, reuniu os três filhos, deu a cada um deles dois camelos carregados de ouro, prata e pedras preciosas e determinou-lhes gastar esses tesouros, em viagens pelo reino, durante três meses, com a obrigação de voltarem, logo após, a fim de que ele pudesse efetuar a escolha do príncipe que o sucederia no trono.
Findo o prazo estabelecido, os jovens regressaram à casa paterna.
Os dois mais velhos exibiam mantos riquíssimos e chegaram com enorme ruído de carruagens, mas o terceiro vinha cansado e ofegante, arrimando-se a um bordão qual mendigo, despertando a ironia e o assombro de muita gente.
O rei bondoso abençoou-os discretamente e dispôs-se a ouvi-los, perante compacta multidão.
O primeiro aproximou-se, fez larga reverência, e notificou:
-          Meu pai e meu soberano, viajei em todo o centro do País e adquiri, para teu descanso, um admirável palácio, onde o teu nome será venerado para sempre. Comprei escravos vigorosos que te sirvam e reuni, nesse castelo, digno de ti, todas as maravilhas de nosso tempo. Dessa moradia resplandecente, poderás governar sempre honrado, forte e feliz.
O monarca pronunciou algumas palavras de agradecimento, mostrou amoroso gesto de aprovação e mandou que o segundo filho se adiantasse:
-          Meu pai e meu rei! – exclamou, contente – trago-te a coleção de tapetes mais rica do mundo. Dezenas de pessoas perderam o dom da vista, a fim de tece-los. Aproxima-se da cidade uma caravana de vinte camelos, carregando essas preciosidades que te ofereço, ó augusto dirigente, para revelares tua fortuna e poder!...
O monarca expressou gratidão numa frase carinhosa e recomendou que o mais moço tomasse a palavra.
O filho mais novo, alquebrado e mal vestido, ajoelhou-se e falou então:
-          Amado pai, não trouxe qualquer troféu para o teu trono venerável e glorioso... Viajei pela terra que o Supremo Senhor te  confiou, de Norte a Sul e de Leste a Oeste, e vi que os súditos esperam de teu governo a paz e o bem estar, tanto quanto o crente aguarda a felicidade da Proteção do Céu... Nas montanhas, encontrei a febre devorando corpos mal abrigados e movimentei médicos e remédios, em favor dos sofredores. Ao Norte, vi a ignorância dominando milhares de meninos e jovens desamparados e instalei escolas em nome de tua administração justiceira. A Oeste, nas regiões pantanosas, fui surpreendido por bandos de leprosos e dei-lhes conveniente asilo em teu nome. Nas cidades do Sul, notei que centenas de mulheres e crianças são vilmente exploradas pela maldade humana e iniciei a construção de oficinas em que o trabalho edificante as recolha. Nas fronteiras, conheci inúmeros escravos de ombros feridos, amargurados e doentes, e libertei-os, anunciando-lhes a magnanimidade de tua coroa!...
A comoção interrompeu-º Fez-se grande silêncio e viu-se que o velho soberano mostrava os olhos cheios de lágrimas.
O rapaz cobrou novo ânimo e terminou:
-          Perdoa-me se entreguei teu dinheiro aos necessitados e desculpa-me se regresso à tua presença envolvido em extrema pobreza, por haver conhecido, de perto, a miséria, a enfermidade, a ignorância e a fome nos domínios que o Céu conferiu às tuas mãos benfeitoras... A única dádiva que te trago, amado pai, é o meu coração reconhecido pelo ensinamento que me deste, permitindo-me contemplar o serviço que me cabe fazer... Não desejo descansar enquanto houver sofrimento neste reino, porque aprendi contigo que as necessidades dos filhos do povo são iguais às do filho do rei!...
O velho monarca, em pranto, muito trêmulo, desceu do trono, abraçou demoradamente filho esfarrapado, retirou a coroa e colocou-a sobre a fronte dele, exclamando, solene:
-          Grande Príncipe: Deus, o Eterno Senhor te abençoe para sempre! É a ti que compete o direito de governar, enquanto viveres.
A multidão aplaudiu, delirando de júbilo, enquanto o jovem soberano, ajoelhado, soluçava de emoção e reconhecimento.
 
Livro Alvorada Cristã - Francisco C. Xavier - Neio Lúcio.

11.12.23

Alternativas da Humanidade


 

Eles Não Sabem Fazer Sopa

De quando em vez, despontam no Movimento Espírita, os defensores do Espiritismo sem religião, afirmando, com base em suas convicções teológicas que o Espiritismo é apenas e tão somente Ciência e Filosofia.
Evidentemente, cabe-nos respeitar toda e qualquer opinião desse ou daquele, embora saibamos que, habitualmente, os teóricos do Movimento não sabem fazer sopa...
Não, não sabem – a única coisa que sabem é polemizar em torno de determinados temas doutrinários, praticamente gastando a encarnação agradando uns aos outros, a ver se, pelo menos, conseguem um cargozinho no Movimento de Unificação.
Eles não sabem fazer sopa, ralar chuchus e cenouras, porque, talvez, tenham receio de tomar gosto pela coisa e, de repente, virarem sopeiros de algum Centro Espírita na periferia.
Haveriam de lhes custar caro tamanha renúncia porque parariam de andar de avião, de se hospedarem em hotéis elegantes e de refestelarem em restaurantes chiques... Ah, não mais ouviriam de uma plateia, os aplausos pelas piadas de mal gosto que sempre contam, chegando mesmo a utilizar como moto certas personagens veneráveis de nosso pobre Movimento.
Eles não sabem fazer sopa, nem com o auxílio do contraindicado caldo Knorr, e têm medo que o calor do fogo nos panelões lhes modifique a maneira de pensar, e aí adeus os tapinhas nas costas e a troca de elogios baratos com que costumam intoxicar os espíritos.
Eles não sabem fazer sopa, porque Chico Xavier já fez muita sopa para eles e, então, eles se julgam dispensados de aprender a receita com o Grande Medianeiro.
Dizem que o serviço da sopa é destinado aos preguiçosos e vagabundos, porque, desde muito estão precisando trocar os óculos, de vez que não conseguem enxergar as mães gestantes que precisam de melhor alimentação, as crianças subnutridas que, não raro, pedem repeteco da sopa de fubá com alguns poucos legumes, mas enriquecidos pelos fluidos espirituais dos anônimos chefs do Mais Além.
Coitados!... Por não saberem fazer sopa, sinceramente, eu não sei o que irão fazer no Mundo Espiritual, porque as suas provocações teóricos não encontrarão eco entre os Espíritos Amigos, que, por ainda terem muita sopa a fazer, não terão tempo para escutá-los.
Ninguém me pediu isto, e eu não sou tão atrevido ao ponto de estar dando conselhos a alguém, mas, dias atrás, um senhor, que conhece “O Livro dos Espíritos” de cor, veio me perguntar o que ele deveria fazer para desfrutar de melhor situação após a sua desencarnação que se avizinhava... Eu perguntei a ele se, porventura, ele sabia fazer sopa.  Respondeu-me: - Nunca fiz sopa na vida... – Então, meu amigo, aprenda o mais rápido que você puder, procure um Centro Espírita, desses que fazem sopa, e candidate-se... No começo, é provável que você venha a sentir muito calor e adquirir alguns calos nas mãos ou... certo problema na coluna, mas garanto que quando você deixar a carcaça o seu currículo espírita estará imensamente enriquecido, porque lá estará escrito em letras garrafais: ESTE SABE FAZER SOPA!...
Então, quando aparece para mim, alguém morto como eu me encontro, um espectro, ou um que acredite que esteja vivo na Terra, e começa com muita conversa fiada, querendo saber sobre o sexo dos Anjos, faço-lhe a pergunta: - Você sabe fazer sopa?!... Se a pessoa responde que não, eu vou saindo de fininho, porque, afinal, eu não vou perder tempo com espírita que não sabe nem fazer uma sopa!...
INÁCIO FERREIRA - Blog Mediunidade na Internet
Uberaba – MG, 10 de Dezembro de 2023.

10.12.23

NOÇÕES SOBRE MEDIUNIDADE


Palestra de Toninho Barana

Baseada na lição 10 do livro Curso Preparatório de Espiritismo

https://youtu.be/f3L2NT3HXkc

XIX – REFLEXÕES SOBRE O LIVRO LIBERTAÇÃO



No diálogo que mantém com o Instrutor, Matilde considera: “... compete-me trabalhar muito e sem desanimo, com incessante aproveitamento das horas. Moverei as cordas da intercessão, mobilizarei meus amigos, rogarei a Jesus fortaleza e serenidade. Iniciaremos a liberação com o teu abnegado concurso na zona abismal.”.
Notemos que não há quem alguma coisa faça sozinho... Matilde, embora a sua elevação espiritual, a fim de lograr a libertação de Gregório, necessitaria mover “as cordas da intercessão”. Gúbio, inicialmente, socorreria a Margarida, que, no passado, fora sua filha e que se encontrava imantada ao verdugo. A dolorosa trama, sem dúvida, também envolvia a Gúbio afetivamente. Margarida, que se encontrava encarnada, vítima de insidiosa obsessão, havia sido sua filha, e Gúbio, ao que tudo indica, igualmente, tinha responsabilidade sobre os desvios de Gregório. O Instrutor não havia sido “escolhido” aleatoriamente para a tarefa da libertação daquele que, um dia, chefiara os destinos da Igreja de Roma.
*
Em resposta à solicitação de Matilde, Gúbio lhe diz: “Socorreste-me com a tua intercessão, amparando-me o zelo afetivo, perante as necessidades de Margarida. Um coração paternal é sempre venturoso, em se humilhando pelos filhos que ama. Sou simplesmente teu devedor, e, se Gregório me flagelasse nos círculos em que domina, semelhante aflição se converteria igualmente em júbilo, dentro de mim.”.
*
Quem realmente ama é capaz de empreender qualquer sacrifício em prol do coração amado.
Não há quem, de fato, consiga avançar, nas sendas da evolução, esquecendo entes amados na retaguarda.
Gúbio desceria até os limites do abismo – “atravessaria” a Dimensão da Crosta, chegando às Trevas, descendo, praticamente, até o limiar do Abismo.
*
Matilde, então, promete que, em momento aprazado, iria à determinada região, nos “campos de saída”, encontrar-se, pessoalmente, com Gregório. (“A expressão “campos de saída” define lugares-limites entre as esferas inferiores e superiores.” – Nota de André Luiz).
Entre as Dimensões diferentes existem vários “pontos de contato”, ou “portais magnéticos”, semelhantes às “passagens” às quais, modernamente, a Física denomina “buracos de minhoca”, que são considerados um “atalho” através do espaço e do tempo.
O termo “buraco de minhoca”, criado por um físico estadunidense, John A. Wheller, em 1957 – um século após o lançamento de “O Livro dos Espíritos” –, é antecipado por André Luiz, em 1949!...
*
Ainda materializada, Matilde considera, em despedida: “Seguir-te-ei a ação e aproximar-me-ei no instante oportuno. Creio na vitória do amor, logo resplandeça o minuto do reencontro. Nesse dia abençoado, Gregório e os companheiros que mais se afinarem com ele serão trazidos por nós a círculos regeneradores e, dessas esferas de reajustamento, conto reorganizar elementos ante o futuro promissor, sonhando em companhia dele as realizações que nos competem alcançar.”.
A expedição socorrista, em direção às Trevas, estava prestes a partir, com Gúbio, Elói e André.
Não seria fácil a tarefa da “descida”, pois que os três deveriam promover o adensamento de seu próprio corpo espiritual, passando a viver na situação de “agêneres” por tempo mais ou menos longo – caso tal não acontecesse, eles não teriam condições ser “vistos” e “ouvidos” pelos espíritos daquela “cidade estranha”, e, consequentemente, de se entenderem com eles diretamente, através da palavra articulada.

INÁCIO FERREIRA – Blog Mediunidade na Internet
Veja também a Gravação do Estudo Detalhado do livro LIBERTAÇÂO
feito toda terça feira às 20h. pelo Skype
Francisco Cândido Xavier (autor)
André Luiz (espírito)
Capítulo 19 - https://youtu.be/0tqYpFTpNME 

9.12.23

Missão de Amor


 

CANTOS DA VIDA

Morrer é deixar o corpo
Como quem deixa uma veste,
Trajando roupa de gala
Para uma festa celeste.
*
Feliz de quem ao morrer,
Entre o passivo e o ativo,
No balancete da Vida
Possui saldo positivo.
*
Deixando o túmulo aberto,
Mostrando que não era o fim,
O Cristo ressuscitou
Entre as flores de um jardim.
*
A morte não é o fim
De uma estada em ascensão,
Que é preciso percorrer
Deixando o nível do chão.
*
O Senhor todos os dias
A Lázaros ressuscita,
Gente que já estava “morta”
Dentro de cova restrita.
*
Os votos de boas-vindas
Ao irmão José Thomaz,
De volta à Vida Maior
Em clima de amor e paz.
 
Formiga/Baccelli - Blog Espiritismo em Prosa e Verso
Casa Espírita “Bittencourt Sampaio”
Uberaba – MG, 2-12-23

8.12.23

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Brincar com Jesus

Sugiro um acompanhamento bem racional deste artigo:
Quando você brinca com um filho seu, um irmão, um parente ou amigo qualquer ou até mesmo com um pai, mãe, avó ou avô, estará, pelo fato de brincar, faltando com respeito a essa pessoa?
Você fica feliz quando recebe, em sua casa, a visita daquele amigo bem humorado, brincalhão, que adora sair espalhando alegria pra todo mundo e até fazendo todo mundo rir?
Pode ser considerada equilibrada e boa do juízo uma pessoa que vive o tempo todo com a cara fechada e se aborrece quando alguém chega feliz, alegre e sorrindo na sua casa?
Tem sentido alguém considerar a alegria, a felicidade, o bom humor e o sorriso como falta de respeito ou estado de imoralidade?
Creio que você, como toda pessoa equilibrada, vai me dizer que adora conviver com pessoas felizes, que adora ambiente feliz em sua casa, no trabalho e em todo lugar por onde vai e que não vai se enquadrar no universo das pessoas carrancudas, baixo astral e mal humoradas.
Pois bem.
Se nós gostamos da alegria e da felicidade, tem sentido alguém achar que Jesus não gostaria?
Como você acha que era Jesus na sua convivência diária com aqueles doze amigos que ele juntou?
Sinceramente, você acha que ele passava o dia inteiro falando por parábolas, sério, pronunciando aquelas coisas que nos acostumamos a ler nos relatos do Evangelho e utilizando termos do tipo "dar-se-vos-a", "abrir-se-vos-á" e outras expressões complicadas que quase ninguém entende?
Acha que, na cabeça dele, ser um Ser elevado espiritualmente, significa necessariamente TER que falar complicado, gramaticalmente correto e utilizando-se de vocabulário não acessível à maior parte das pessoas?
Este é o meu questionamento desta matéria.
Por que muitas pessoas fazem tanta questão de retirar todas as características humanas de Jesus, emprestando-lhe comportamento absolutamente distante do homem, inclusive dos homens de grande valor moral? 
Por que não se pode brincar com Jesus? É possível alguém de bom senso imaginar que ele não brincasse com os apóstolos, com os samaritanos e com todo aquele povo com o qual conviveu no seu tempo?
Algum, em sanidade normal, pode concebê-lo recebendo aquelas criancinhas, com certeza algumas pulando nele e sentando em seu coloco, sem dar um sorriso e sem esboçar alegria nenhuma?
Um dia a Globo mostrou um filme, sobre a vida dele, mas em um tipo de produção totalmente diferente das famosas "Vida de Cristo", que nós nos acostumamos a ver na Semana Santa, que nada mais eram que apologias ao sofrimento. Neste filme, em determinado momento que eles foram a um tanque beber água, ele deu um tapa na água que espirrou na cara dos apóstolos, que saíram correndo atrás dele, para pegá-lo, todo mundo morrendo de rir, inclusive ele, que se escondeu num mato, e todos ficaram tentando descobrir onde ele se meteu.
Alguém, com juízo em equilíbrio, poderia identificar algum ato de imoralidade em comportamentos assim?
É lógico e é óbvio que Jesus era um homem como outro qualquer, só que possuidor de uma característica moral a espiritual muito além do homem comum. 
E pra ter característica moral e espiritual precisa, necessariamente, ter cara fechada e viver o tempo todo parecendo que comeu azedo?
A religião que, a meu ver, deve ser muito questionada na sua utilidade para as pessoas, implantou na criatura humana uma conceituação muito estúpida e até ridícula do que seja moralidade e espiritualidade. 
A igreja católica, por exemplo, é mestra em fazer apologia ao sofrimento.
Reparem: O principal evento dela, repetido diariamente, em todos os lugares do mundo, que é a "Santa Missa", significa o quê?
Rememoração do SOFRIMENTO de Jesus! Relembrar a desgraça que fizeram com ele, inclusive dando ênfase ao seu SANGUE DERRAMADO.
Entrem numa igreja e preste bem atenção nos quadros que estão colocados nas paredes ou nas colunas: A via sacra!!!! A seqüência de tortura a que ele foi submetido, do Sinédrio ao Calvário.
Pra que isto, pelo amor de Deus?
O que dizem os católicos e evangélicos: Que o seu SANGUE foi derramado, para nos salvar.
Muitos chegam a dizer: Sangue de Jesus tem poder!!!!
Ora, se sangue de Jesus tem poder, suor de Jesus também tem, cuspe de Jesus tem e até urina de Jesus poderia ter poder. Por que não?
Será que o mais correto não seria o entendimento que o ensinamento de Jesus tem poder? Viver conforme Jesus nos recomendou tem poder? 
Certa vez eu fui fazer palestra num determinado centro espírita, que começaria as oito da noite. Fazia um frio daqueles.
Ao chegar lá, como acontece na maioria, aquele silêncio, as pessoas entrando devagarinho, se sentando devagarinho, aquela placa na parede escrito "O Silêncio é uma Prece", e todo aquele ambiente que todo mundo conhece na maioria dos centros espíritas.
Já que eu era o palestrante da noite, me chamaram, baixinho, com uns cinco minutos de antecedência, para sentar-me à mesa, ao lado do Seu Fulano, que era o presidente da casa e dirigente do trabalho da noite.
Todo mundo naquele silêncio e naquele entendimento que teriam que ficar bem concentrado para HARMONIZAR O AMBIENTE, a fim de começar o trabalho exatamente às 20:00h, levando bem em consideração o detalhe do ZERO ZERO, da hora, pra ser bem pontual, em nome da disciplina da casa.
Seu Fulano ficava olhando o tempo todo para um relógio grande que ficava na parede do fundo do salão e conferia no que ele trazia no pulso, para ver se já eram vinte horas EM PONTO.
Percebi logo um certo conflito, ao olhar de lado e ver que o relógio dele estava um minuto atrasado em relação ao da parede do centro.
E agora, qual é o que tá certo, o meu ou o do centro? Ô meu Deus, será que eu não vou criar um problema com o mentor da casa, se começar pelo relógio errado? 
Claro que ele não disse isto, mas a formalidade na casa espírita é tão inconseqüente que não duvido de ter pensado assim. (Veja item 333 de O Livro dos Médiuns). 
Pronto, deu oito horas!!!! Em ponto. No relógio do centro.
"Que a Paz de Jesus seja com todos, meus irmãos".
Fez o ritual de abertura, leitura, avisos, prece inicial, apresentou o palestrante da noite e me passou a palavra.
O detalhe, que eu já observava, é que muita gente na platéia, principalmente pessoas mais idosas, já estavam dormindo mesmo antes das oito. Várias pessoas.
Aí comecei a pensar comigo mesmo:
Que diabo que eu vou fazer pra acordar esse povo? Começar falando alto não é bom, porque pode assustar. Ah, já sei!
Comecei, então a minha palestra:
Boa noite a todos. Na noite de hoje quero falar para vocês sobre coisas da vida de Jesus, que não constam nos Evangelhos.
Conforme todos sabem, ninguém sabe o que Jesus fez dos 12 aos 30 anos, porque não tem registro no Evangelho; mas eu sei.
Jesus, aos 24 anos, foi goleiro da seleção de Cafarnaum. Fazia defesas milagrosas.
Poucos sabem o que ele foi fazer na casa de Zaqueu, porque só relatam a visita. Eles já se conheciam há muito tempo, porque Zaqueu também jogava no mesmo time, era zagueiro, embora muito baixinho. Era também agiota, emprestava dinheiro a juros. Certa ocasião, Jesus precisou comprar uma Kombi, mas não tinha dinheiro, porque só vivia duro. Pediu emprestado para Zaqueu, que o cobrou quinze por cento ao mês, e foi aí que o Mestre foi lá tomar satisfações, pelo exagero.
Foi um Deus nos acuda. Consegui acordar toda a platéia bonitinho, inclusive as velhas e os velhos ficaram de olhos bem arregalados, escutando aquilo, assustados. Ninguém dormia mais.  
Detalhe: A Kombi de Jesus não seria modelo novo, seria desses antigos, como a foto aí ao lado. Naquele tempo não havia sido lançada a nova, ainda.
Cheguei a perguntar:
Vocês sabem porquê as freiras gostam tanto de Kombi? Por causa disto. Toda freira adora Kombi.
Nessas alturas, o Seu Fulano já estava nervoso. Coçava a careca, olhava para mim, olhava para o público por cima dos óculos... tava num desespero de dar pena.
Quando eu senti que ele iria me dar uma porrada nas costelas eu parei com a brincadeira:
É brincadeira, gente, é brincadeiraaaaaa. Eu queria era só acordar vocês, porque tava todo mundo dormindo aqui. Vamos, então, começar a palestra mesmo, falando sério.
O velho deu uma respirada forte, aliviado, daquelas que quase assovia. Mas me olhou com uma cara de reprovação total.
Conduzi a palestra normalmente, com todo mundo acordado, obviamente, e levei até o final.
Ele me chamou no canto, me deu uma boa esculhambação e recomendou que eu não fizesse mais aquilo, porque ninguém deve brincar com Jesus.
Determinou que ninguém, nunca mais, me convidasse para fazer palestra ali.
Conclusão
Na cabeça de muita gente, seriedade é sinônimo de cara fechada, semblante sizudo, ausência de sorriso, de alegria e de bom humor. A famosa plaquinha do tal "O Silêncio é uma prece" é uma demonstração de que TEMOS que ficar em silêncio, no ambiente do centro espírita, ou, no máximo, falarmos baixo, posto que falar em tom normal é concebido como desrespeito.
Quando a orientação de um casa espírita determina que não se deve aplaudir ninguém que se apresente por lá, principalmente palestrantes, é sinal de que os seus dirigentes ainda são movidos por esse equívoco de repúdio à alegria, já que o ambiente tem que ser parecido com o da "santa missa", onde o que prevalece é o sofrimento e o sacrifício.
Aplaudir alguém significa que a platéia está dizendo que gostou, que ficou alegre, feliz e agradecida pelo que o expositor acabou de dizer. Mas já que alegria ali não é coisa permitida, prevalece a indiferença e a frieza dos corações.
Com certeza entenderam Jesus de forma totalmente equivocada. O Maior Ser que Deus já mandou para a Terra, exatamente para proclamar a Boa Nova, a alegria, o caminho para a felicidade e a Paz, foi entendido como um ser que veio fazer apologia ao sofrimento, como condição "sine qua non" para a evolução do ser.
Desvincular Jesus da alegria é uma das maiores incoerências que a religião ensina para as pessoas; o pior, é que muita gente entende que isto faz sentido.
Não tem sentido alguém achar que Jesus não gosta de alegria e não gosta que as pessoas se dirijam a ele, bem humoradas, alegres, felizes e até brincando. Ele é o símbolo maior da felicidade e toda pessoa feliz, naturalmente, traduz essa alegria em sorriso.
Portanto, afastemos o conceito maluco de que a cara fechada, sizuda, supostamente séria seja sinônimo de respeito à Jesus, é sinal de hipocrisia, o mal que ele mais condenou.    

Alamar Régis Carvalho