30.10.13

Manifestações de um polêmico
Como surgiu o Espiritismo igrejista no Brasil

Um dos grandes problemas do nosso movimento espírita é achar que as coisas ruins não devem ser ditas, que devemos ser omissos em relação a elas, conseqüentemente jogando-as para “debaixo do tapete”, como muito se diz no popular, daí resultando a desinformação das pessoas que terminam ficando sem saber como as coisas realmente ocorrem em nosso meio, nos dias de hoje, e como elas aconteceram no passado.
Daí fica todo mundo imaginando coisas e termina por formar na cabeça de muita gente uma cultura totalmente deturpada do que realmente aconteceu na história do Espiritismo.
Um monte de gente se fingindo de bonzinho nas tribunas dos centros, querendo cada um ser mais Francisco de Assis do que o outro, com aquelas bondades, humildades e “amor” que visam apenas impressionar as platéias, para que os vejam parecidos com o Chico Xavier. Quem tenta fugir disto, sofre restrições sob a argumentação do tal.
- “Não é conveniente convidar para a nossa casa, porque ele anda dizendo algumas coisas por aí, que não são muito convenientes”.
Esse tal “algumas coisas” que se referem são algumas VERDADES que incomodam a muitos, porque verdade é algo que choca. Só mesmo os “polêmicos” tem coragem de dizer certas verdades.
Mas vamos lá.
Vejo aí algumas pessoas utilizarem expressões do tipo:
- “O Doutor Bezerra de Menezes implantou o igrejismo e a idéia do espiritismo apenas religião, no Brasil. Ele é responsável por esse monte de espiritólicos que existe por aí. Foi ele quem desvirtuou o Espiritismo do modelo conforme Kardec queria”.
E dentro desta idéia, reforçam a outra que diz que Chico Xavier incrementou esse modelo, sobretudo construindo sua base doutrinária nas orientações de um padre, que é o Espírito Emmanuel. Chico, então, teria sido o co-responsável por esse processo de igrejamento.
Antes de prosseguir quero lembrar bem uma recomendação que esse tal “padre” teria dado ao Chico, assim que propôs acompanhá-lo por toda a sua encarnação, passando ensinamentos que se transformariam em obras literárias adotadas pelos espíritas:
- “Chico: Se alguma orientação que eu lhe passar deixar alguma dúvida, abandone a minha orientação em fique com Kardec”.
Isto demonstra que o tal “padre” agiu com coerência e desejou que o modelo base fosse de fato o Allan Kardec e não ele.
Essa recomendação de Emmanuel não foi dirigida apenas ao Chico, mas a todos os espíritas, e eu aproveito aqui para chamar a atenção dos “emanuelistas” e também dos “andreluizistas” que existem, aos montes, em nosso meio, para que reflitam e que prestem bem atenção nessa recomendação.
Então, continuando o que eu vinha dizendo:
Não foi o Doutor Bezerra quem iniciou o igrejismo espírita no Brasil, a coisa vem antes dele.  
Deixe eu relembrar o que já passei, outras vezes, através de outros artigos.
Assim que começou a sua tarefa, Allan Kardec fundou a “Sociedade Parisiense de Estudos Espíritas”, com objetivo de ali praticar o Espiritismo conforme o seu modelo. Observem o detalhe do nome colocado na instituição: Não foi “Centro Espírita Francisco de Assis”, “Thomás de Aquino”, “Jesus o Consolador”, “Maria de Nazaré”, “Paulo de Tarso” e muito menos “Amantes da Pobreza”, foi “Sociedade Parisiense de ESTUDOS ESPÍRITAS”.
Ele queria que ali fosse praticado um Espiritismo exatamente do jeito que ele praticou, conforme o relato da Revista Espírita, desde a sua primeira edição até a última.
Aí começaram a surgir os primeiros entendimentos equivocados logo no começo:
Porque os espíritos sugeriram a Kardec o nome de Jesus, como UM DOS maiores modelos que devemos seguir... (vejam bem: sugeriram como “UM DOS” e não como o único modelo)..., passaram a entender que, pelo fato de ter citado Jesus, necessariamente o Espiritismo teria que ser uma religião, haja vista que a cultura dominante envolveu o nome de Jesus com religião, a começar pelo Catolicismo e depois o Protestantismo, que proliferavam pela Europa.
Pronto. Muitas pessoas, já cansadas das decepções com o catolicismo e com o protestantismo, encontraram ali uma válvula de escape para praticarem aquilo que elas se se achavam dependentes, que é a religião. O ser humano faz questão de ter uma religião, tem que ter religião. 
Passaram a freqüentar a Sociedade Parisiense como religião, como igreja, como rezação. 
Não era o que Kardec queria, pois ele chamava muito a atenção contra aquilo.
Acontece que, como muita gente sabe, é por demais comum determinados grupos assumirem direção de instituições espíritas e ali quererem implantar o Espiritismo conforme as suas cabeças, os seus pontos de vistas e afastarem os que pensam contrário. Sei de casos, inúmeros, que já chegaram até a proibir a entrada do próprio fundador da casa, por ter idéia original diferente. Relembro com saudade o grande Oly de Castro, grande bandeirante do Espiritismo no Maranhão e no Pará, que passou por isto.
Foi o que aconteceu no tempo de Kardec; criaram uma verdadeira oposição a ele. 
Começaram a achar que a doutrina já estava pronta e que não precisava evoluir em nada e muito menos acompanhar a Ciência, que bastavam as reuniões entre as quatro paredes do centro, sem nenhuma necessidade de divulgação, sob a estúpida argumentação de que espiritismo não necessitava de “vulgarização”.
Vejam bem: A palavra vulgarizar não significa diminuir, denegrir, prostituir, desmerecer e desmoralizar como entendem alguns, e sim levar ao conhecimento do grande público, de todas as populações.
Kardec pensava totalmente ao contrário.
Quando ele resolveu mandar imprimir grandes quantidades dos livros, com dinheiro dele, do bolso dele, sem ajuda de espírita nenhum, pra sair viajando pela Europa, fazendo palestras e promovendo as suas vendas, num processo de Ampla Divulgação do Espiritismo, a espiritaiada igrejeira ficou danada da vida e começou a baixar a língua nele.
Foi aí que começou a lamentável mania de qualificarem os outros como audaciosos, presunçosos, vaidosos, afoitos, apressados e de quererem aparecer, à custa da doutrina.
Ficaram com mais raiva, ainda, quando tomaram conhecimento de que o público que se reunia para escutá-lo, nas cidades por onde ele passava, crescia assustadoramente, em proporções inimagináveis na Europa da época.
Ainda mais quando descobriram que ele era APLAUDIDO DE PÉ e que filas se formavam para abraçá-lo e tomá-lo um autógrafo em um livro. Se naquele tempo existissem celulares, com certeza inúmeras pessoas gostariam de tirar fotos com ele, assim como fazem com Divaldo e vários outros expositores hoje.
Foi um verdadeiro inferno, gente, o que aconteceu. O que aquele homem sofreu na língua da maledicência espírita foi algo impressionante.

"A Sociedade de Paris se constituiu foco de continuas intrigas urdidas contra mim por aqueles mesmos que se declaravam a meu favor e que, de boa fisionomia, na minha presença, pelas costas me golpeavam" 
Allan Kardec - 1867

As pessoas não davam limites às suas maldades e perversidades ao reagirem contra ele, chamando-o de vaidoso, presunçoso, prepotente e daí inventaram a estúpida maluquice de que ele teria ficado RICO, à custa do Espiritismo, devido ao sucesso das vendas dos livros que conseguia nas suas viagens. Repito que os livros eram impressos com dinheiro dele.
Dá, agora, para formar a idéia do porquê Camile Flamarion recusou o convite para presidir a Sociedade Parisiense de Estudos Espíritos, depois que Kardec desencarnou?
O modismo das calúnias e difamações que muito vemos hoje no meio espírita, começou ali, quando o objetivo de acabar com a imagem dele sugeriu a idéia de espalhar para o público que ele era possuidor de carruagem de 4 cavalos, ricos tapetes persas em casa, etc. etc. etc.
É exatamente o que acontece nos dias atuais, quando acusam Divaldo de elitizar o Espiritismo, pelos eventos que faz, quando falam em “mercantilização da doutrina” e toda essa palhaçada que a gente vê por aí a todo instante.
Kardec chegou a se desabafar sobre essa amarga experiência que viveu e fazia anotações que ficaram guardadas nas suas gavetas. Foi dessas anotações que surgiu o livro “Obras Póstumas”, onde ele relata, sem receios e sem papas na língua, tudo o que passou. Consta que existiam outros relatos de fatos muitos mais graves e de elevado nível de imoralidade, que fizeram com ele, mas que acharam por bem não fazer constar no livro, para evitar males maiores.
É exatamente por isto que você não vê, nos centros espíritas hoje, ninguém divulgar esse livro, que não fica exposto na maioria dos centros espíritas, não é livro de estudo, e alguns dirigentes chegam a minimizá-lo, dizendo que ele não tem muita importância.
Sabe o que é isto? Falta de vergonha na cara, em muitos espíritas, já que muitos morrem de vergonha, porque nos dias de hoje continuam fazendo exatamente aquilo que fizeram com o grande Mestre.
Foi por isto que o Espiritismo não deu mais certo na Europa.
Quando ele desencarnou, em 31 de março de 1869, prevaleceram aqueles que viraram donos do Espiritismo na época.
Pra começar, acabaram com a Revista Espírita, mesmo com o enorme sucesso que ela fazia. Podem observar: a última é exatamente do ano de 1869; não é o Alamar que está inventando não.
Botaram uma pá de cal em cima de qualquer proposta de divulgação do Espiritismo e é por isto que ela continua enfrentando dificuldades nos dias de hoje.
Os detalhes da história são muitos, mas vamos parar por aqui.

E como foi a chegada no Brasil?

O Espiritismo chegou ao Brasil pelas mãos de vários, entrando em vários estados. Mas o primeiro foi na Bahia, através de Luiz Olympio Teles de Menezes, que trazia o modelo conforme Kardec.
O Luiz Olympio se correspondia assiduamente com Kardec, viraram amigos. Pra começar, ele criou aqui no Brasil, também, um jornal que se transformaria em revista, que era o “Eco de Além Túmulo”. Ele queria fazer exatamente como Kardec fazia.
Aí, já que outros também foram à França e tiveram contato com a Sociedade Parisiense de Igrejismo Espírita (é isto que se transformou), ao voltarem para o Brasil trouxeram a idéia contrária, adotada por membros de “oposição”, que militavam por lá.
Foi exatamente aí que surgiu o espiritismo igrejeiro no Brasil.
Pra começar, baixaram o cacete no Luiz Olympio. Começaram a difamá-lo, na Bahia, deram-lhe um desprezo enorme, que ele, que era funcionários dos Correios, resolveu pedir transferência para o Rio de Janeiro, achando que lá poderia desenvolver um Espiritismo Coerente, conforme Allan Kardec.
Quebrou a cara, coitado. Ao chegar ao Rio, também encontrou o espiritismo igrejeiro instalado, deram-lhe uma banana, foi também caluniado e desprezado, totalmente abandonado. Quando morreu, consta que apenas quatro pessoas conduziram o seu funeral, que eram as quatro pessoas que levaram o caixão ao cemitério, que até hoje espírita nenhum fez o menor esforço, no Rio, para historicamente identificar onde o seu corpo foi sepultado.
Pronto. Prevaleceu o espiritismo igrejeiro no Brasil, principalmente no Rio de Janeiro, onde vivia o Dr. Bezerra de Menezes, que era médico e político.
Quando o velho cearense começou a ter os primeiros contatos com a novidade, chamada “espiritismo”, ele viu aquele modelo, aprendeu daquele jeito e concebeu daquele jeito.
O que é que vocês queriam que ele fizesse? Como vocês queriam que ele praticasse?
Literatura era coisa rara, naquele momento, a Revista Espírita não havia sido trazida para o Brasil ainda, a não ser alguns números, através de alguns assinantes que já existiam por aqui, como existia no mundo todo, adeptos do modelo Kardec que eram calados, como são até hoje, considerados polêmicos e coisas parecidas.
Como o doutor Bezerra poderia ter informações exatas do modelo como Kardec praticava e sugeria que fosse praticado?
Proliferou o modelo igrejeiro, os primeiros dirigentes espíritas foram igrejeiros e prevaleceu esse modelo.
Agora vejam o que aconteceu, com o passar dos anos:
Os primeiros dirigentes espíritas brasileiros foram desencarnando e começaram a voltar aos centros como Mentores da Casa.
Aí entra em foco aquele outro artigo que eu escrevi, quando falei da figura “O mentor da casa espírita”.
Conforme sabemos, os desencarnados são exatamente as mesmas pessoas que aqui viveram, com os mesmos conhecimentos, a mesma cultura, o mesmo grau de escolaridade, as mesmas paixões... as mesmas tudo.
Já que o cidadão, como encarnado, aprendeu um espiritismo daquele jeito, que tipo de espiritismo vai querer ensinar, quando eleito mentor, depois de desencarnado?
O mesmo espiritismo igrejeiro, que é o que sabe, não o modelo Kardec.
E é daí que encontramos a grande maioria dos centros espíritas fazendo este modelo, sob obediência às recomendações do espírito que chamam de Mentor da Casa.
Não mudam! Não adianta a Revista Espírita, que hoje está disponível para todos espíritas, não apenas naquela tradução primeira que chegou ao Brasil, cheia de erros, mas na atual, de autoria de Evandro Noleto Bezerra, que está muito boa. Os espíritas não querem saber dela, não têm o menor interesse em procurar saber como Kardec fazia, o que tem que prevalecer é a Santa Imaculada Igreja Espírita que foi implantada, com seus dogmas imutáveis.
O que importa é o que diz e orienta o mentor da casa, que nem eles mesmos sabem quem é. Raro é o centro que se preocupa em saber quem é o tal mentor e que se dispõe a dialogar e debater com ele.
- Debater com o mentor da casa, Alamar? Você tá ficando maluco? Você só pode estar sob sério processo obsessivo, Alamar.
É assim que pensam muitos espíritas.
Para esses muitos, debater e questionar mentor da casa seria a mesma coisa que propor a católicos questionarem com a “virgem” Maria.
Então, amigos, não se pode falar sobre isto e o mais aconselhável é levar para a fogueira ou para a guilhotina, todo aquele que se atrever a querer um espiritismo conforme Kardec fez. Já que não podem queimá-los vivos, optam por qualificá-los como polêmicos, denegrindo a sua imagem para que os freqüentadores da casa não tenham acesso aos seus argumentos e idéias.
Infelizmente é este o modelo do Espiritismo que estamos tendo por aqui, que não consegue segurar muita gente, do mesmo jeito que a Europa não conseguiu mais segurar gente nos tempos passados.
Se fosse no modelo de Kardec, com certeza teríamos muito mais de 50 milhões de espíritas no Brasil, hoje. Talvez muito mais.
Será que este não é um assunto para levarmos a debate nos Congressos Espíritas?
Conclusão: Não quero que ninguém se deixe levar pela cabeça do Alamar, apenas sugiro que observem a Revista Espírita. Se o que estiver lá for exatamente o que o Alamar propõe, terá sido apenas mera coincidência.
Fica aí a idéia, então, para apreciação de todos.
Abração.
Alamar Régis Carvalho
Analista de Sistemas, Escritor e Antares DINASTIA

29.10.13


MUDANÇA DE OPINIÃO

Alguns amigos manifestaram-se, favoravelmente, admirando a nossa mudança de opinião a respeito da postura que o atual Papa vem adotando frente aos seculares problemas da Igreja Católica.
Embora lhes agradecendo a compreensão em torno de nossa naturalíssima atitude, aproveitamos para alinhavar abaixo alguns pontos que consideramos importantes para o nosso melhor entendimento do Mundo Espiritual.

1 – Observamos que, infelizmente, muitos de nossos irmãos encarnados, alguns até ilustres conhecedores da Doutrina, consideram os espíritos não mais pertencentes à espécie humana, atribuindo-lhes, portanto, uma infalibilidade que eles não possuem.
2 – Que até hoje, sobre a Terra, o único espírito que encarnou com absoluta certeza de que não se desviaria da tarefa a cumprir foi Jesus Cristo.
3 – Todos os demais espíritos que reencarnam na Terra, ante a expectativa de que venham a ter pleno êxito em sua missão, podem cometer equívocos, que, por vezes, terminam por comprometê-la, parcial ou completamente.
4 – O conhecimento gradativo da Verdade impõe, a encarnados e desencarnados, a contínua mudança de conceitos, embora, nem sempre, haja necessidade de que esta mudança se verifique de maneira radical.
5 – Não raro, com a finalidade de refundir ideias que veicularam em suas pregressas existências é que, seguidamente, os espíritos voltam à libré da carne, e então, a partir do antigo material de suas reflexões, promovem uma reciclagem em suas teorias, que devem burilar à exaustão.
6 – A maior obra da Criação Divina, que é o espírito humano, ao que nos parece, está em fase de aperfeiçoamento, e o próprio Universo, em constante expansão, ainda não se esgotou em sua capacidade de crescimento.
7 - Todo espírito que, em qualquer nível hierárquico, se nega à mudança para melhor, deixando de se considerar na condição de aprendiz, revela lamentável presunção à onisciência, virtude que, perante a Humanidade, até agora somente podemos reconhecer em Deus e em Jesus Cristo.
8 – Todos os comunicados mediúnicos – absolutamente todos – que vertem do Plano Espiritual para a Terra sofre a interferência das mentes que os filtram – não foi por outro motivo que os Dez Mandamentos foram grafados na pedra!
9 – Em sua grande maioria, os desencarnados que se colocam em contato com os homens habitam os Planos da relatividade, e, por mais se esforcem, quase sempre, em seus comunicados, externam opiniões pessoais.
10 – Temos dito à saciedade que, embora o nosso profundo respeito pela Codificação e pela Obra Mediúnica de Chico Xavier, que o enriquece sobremodo, nós não consideramos o Espiritismo uma doutrina inteiramente revelada, estando, pois, agora e no futuro, sujeito a estudos complementares.

Por fim, devo lhes dizer que, justamente por saber disto, é que os espíritos mais ou menos lúcidos sempre preferem falar menos e ouvir mais, sem abdicarem, no entanto, de sua constante ação no bem de todos, porque o Bem a única certeza perante a qual, em tempo algum, jamais necessitaremos capitular!

INÁCIO FERREIRA
Uberaba – MG, 28 de outubro de 2013.

28.10.13


Abrindo a Alma para Deus

Quantos de vocês sabem o que seja rezar?
Rezar é coisa sagrada, de difícil solução, não porque se deve se preparar demasiadamente para fazê-la ou usar palavras de profundidade, mas porque exige transparência do coração, eis o desafio.
Quando cito transparência do coração refiro-me a necessidade de ser nu com o Pai, ser absolutamente verdadeiro, sem qualquer subterfúgio.
Meus queridos amigos, tenho repetido, vez por outra, este desafio, porque o Pai de tudo que se passa conosco e tudo que necessitamos, mas é importante que reconheçamos as nossas fraquezas e vontade de mudar.
Quando expressamos no “Pai Nosso” que seja feita a vontade de Deus na Terra e nos céus, entregamos completamente a Ele o destino das nossas vidas.
Ora, sabendo que reconhecemos as nossas faltas, o Pai há de considerar que queremos efetivamente nos transformar e nos dar as condições devidas de reparo e de seguir adiante.
Agora, meus irmãos, se queremos enganar a Deus ou mesmo omitir no que erramos, o que esperar que Ele nos faça?
Acho que neste caso o Pai não faz nada, deixa as coisas rolarem até reconhecermos que falhamos e que, de fato, queremos dar um jeito nas nossas vidas.
O Pai espera sempre pelo reconhecimento de nossos erros porque Ele quer que tomemos conhecimento das falhas cometidas e tomemos a decisão sincera de não errar mais.
O que temos que fazer, meus irmãos, é cumprir a nossa parte e continuar a vida com fé e esperança.
Meus irmãos, não há nada melhor do que conversar com o Pai. Abrirmos o nosso coração para Ele, confessarmos tudo que nos enche o Pai. Deixe com o Pai e Ele há de dar um jeito.
Façamos deste ato um hábito constante nas nossas vidas. O Pai não nos cansa de nos ouvir e de dar os seus recados, se estivemos atentos às Suas respostas.
Conversar com o Pai alivia-nos a alma. Enche-nos de ânimo e dá-nos a certeza íntima que o melhor já está a caminho.
E você, já conversou com o Pai hoje? Já abriu o seu coração para o Altíssimo?
Deus te abençoe!
Helder Camara

26.10.13

HUGO GONÇALVES

Servo fiel a Jesus,
Era assim nosso “paizinho”,
O irmão Hugo Gonçalves
De volta ao Celeste Ninho.

O abraço tão ansiado
De nossa Dulce à espera
Do esposo e companheiro
Que a rever sempre quisera.

Amigos fazendo fila
Para saudar o herói
De tantas lutas vencidas
No bem que apenas constrói.

Ao fim do tempo pedido
- 100 anos na humana cruz! –,
Redivivo, o nosso Hugo
Tornava ao País da Luz.

Aprumando-se depressa,
Sem perder o bom humor,
Ele foi logo dizendo:
- Morri sem nenhuma dor!

 - Assim não vale, porque
Vejam lá o que se apronta:
Em vez de pagar a dívida,
Aumentei a minha conta!

Uma festa quase foi
De outra festa o desdobrar,
Sendo que festa no Além
Na Terra nunca tem par.

Mais que abraço e cantoria,
Mais que bolo e guaraná,
Por sobre a turma faminta
Do Céu chovia maná...

Ao fim de tudo eu lhes digo,
Com Dulce, a esposa querida,
Nosso “paizinho” seguiu
Por uma estrada florida.

Só eles dois, um ao outro,
Colhendo flores ao vê-las,
Por certo, foram juntinhos
Namorar entre as estrelas!...

Eurícledes Formiga
(Página recebida pelo médium Carlos A. Baccelli, em reunião pública do Lar Espírita “Pedro e Paulo”, na manhã de sábado do dia 19 de outubro de 2013, em Uberaba – MG).

25.10.13


PONTOS MORTOS
Pelo Espírito Scheilla. Psicografia de Francisco Cândido Xavier.
Livro: Passos da Vida. Lição nº 28. Página 91.

Se a presença de alguém te constrange a sofrer penosa impressão de mágoa, recorda que, nas vibrações desequilibradas a te impelirem para a inquietude, jaz um "ponto morto" do sentimento reclamando-te boa vontade para que se lhe extinga a perigosa existência.
Se a ofensa recebida foi impensadamente guardada por ti nas entranhas da alma, compelindo-te a lembranças aflitivas, não olvides de que aí fizeste um "ponto morto", exigindo-te reajuste.
Se a aversão te vence a tranquilidade, ante a voz de um companheiro que se te apresenta menos simpático, aí surpreendes um "ponto morto" do passado, esperando por teu esforço na plantação da simpatia.
Se encontras no trabalho um associado de tarefa, de cuja cooperação desejarias prescindir, à face do mal-estar que te impõe, aí possuis um "ponto morto" do caminho que precisas superar com a diligência do bem.
Se alguém te penetrou a família, em condições que te atormentam, suscitando-te pensamentos de animosidade, é que a bagagem de circunstâncias que trazes de passadas reencarnações aí te oferece um "ponto morto", solicitando-te suprimi-lo com aplicações de tolerância, em auxílio a ti mesmo.
Se em teu círculo de fé surge um irmão de ideal com quem te desarmonizas, tentando-te, às vezes, a abandonar os mais preciosos deveres para com os Desígnios Superiores que te presidem a tarefa, convence-te de que aí formaste um "ponto morto", que é preciso afastar, em teus exercícios de fidelidade aos compromissos assumidos.
Ninguém na Terra permanece imune contra semelhantes núcleos de provação.
Todos trazemos do pretérito "pontos mortos" que é indispensável banir da estrada, a fim de marcharmos ao encontro do futuro, na posição de almas livres, para a abençoada missão que nos é reservada.
Amarguras, pesares, dissabores, desencantos são regiões traumatizadas de nossa alma que nos compete sanar, usando os antissépticos da bondade e do perdão, do sacrifício e da renúncia.
Estejamos vigilantes contra os "pontos mortos" do coração, preservando a saúde moral, como nos apressamos a defender o equilíbrio do corpo físico.
Rendamo-nos à serenidade e à paciência, no serviço infatigável do bem com o Cristo de Deus, porque o Mestre da Ressurreição é igualmente o Grande Médico da Vida Eterna, capaz de libertar-nos do jugo tiranizante da morte.

24.10.13

Questão 229 do Livro dos E spíritos
O QUE CRIAMOS 
 
A Terra, sendo material visível, palpável, certamente que a ela se ajusta tudo que se refere à semelhança de sua estrutura. As paixões dos espíritos se encontram em faixa diferente e elas acompanham, por leis esprituas, o seu criador. Assim, pode enfraquecer, e mesmo desaparecer, pela vontade daquele que as alimenta. 
Quando a alma parte do mundo físico por justiça divina e mesmo humana, ela leva consigo as suas paixões, que atravessam com ela o túmulo sem nenhuma dificuldade, pois isso é uma disposição da alma que, pelo tempo, deve se educar com os resultados indesejáveis das suas criações inferiores. 
Tudo que criamos afiniza-se a nós e, de certa forma, se encontra ligado ao criador por fios invisíveis, mas sólidos, de maneira a nos trazer a paz ou a espada. 
Eis porque necessitamos muito do Cristo; Ele é o salvador incondicional nos nossos caminhos, nunca se esquecendo dos Seus tutelados. Ele deixou o Evangelho como herança para toda a humanidade, e graças aos céus, ele, o Evangelho, já se encontra conhecido por todo o mundo. Os seus divinos preceitos já vibram em mutos corações de boa vontade. 
A missão da Doutrina dos Espíritos é, pois, fazer reviver o Cristo em todos os corações, e deixar que o Mestre nasça em cada criatura, sob as bênçãos de Deus. As leis naturais nos provam a verdade; conhecendo que carregamos as nossas mazelas morais e que elas nos perseguem onde quer que seja, procuremos neutralizar essas forças incômodas, passando a criar a luz em forma de virtudes, e esse esforço será sempre abençoado pelos céus na presença dos Anjos de Deus. 
Se as paixões nos acompanham depois da chamada morte do corpo, a inteligência nos diz que devemos suspendê-las antes que chegue a hora de partir da Terra para o mundo espiritual, O nosso conselho, de irmão que se encontra do lado oposto do encarnado, é que se deve começar o esforço de purificação hoje, agora, sem perda de tempo, porque todo trabalho para melhorar moralmente é assistido pelos benteãores da esprítualidade maior, quando não enviam companheiros que procuram trabalho no afã de também se melhorarem, para que nesse serviço de caridade, todos sejam beneficiados pelo amor. 
 Devemos nos certificar de que tudo que criamos nos acompanha onde estagiamos. Se construímos a paz, essa paz faz parte das nossas atividades, mas se semeamos a maldade nas suas variadas formas, ela nos persegue em variados matizes, de modo que somente a verdade que se transforma em amor, pode nos socorrer, limpando a nossa mente e tranqüilizando a consciência pela vivência dos preceitos de Jesus, que sempre libertam. 
A Terra em si nada tem a ver com as nossas criações; o que é dela, fica nela, o que vibra em outra dimensão, permanece girando e vivendo sob o comando do criador. 
 A nossa felicidade é que o espírito é imortal em todas as suas atividades, e é puro em todo o seu conteúdo, visto que as mãos de Deus nada fariam impuro e imperfeito. Somente a verdade domina nossos sentimentos e tem perfeita afinidade com os nossos corações. Tudo que não afiniza com o amor será, hoje ou amanhã, desfeito pelas nossas modificações, e a razão esclarecida nos indicará o caminho certo para encontrarmos o Mestre, que nunca fica separado dos Seus tutelados, porque o Seu amor ultrapassa todos os obstáculos e vence todas as dificuldades. 
Se vivemos dentro da atmosfera que criamos, e respiramos os próprios pensamentos onde gravamos nossas idéias, ao conhecermos essa verdade, passamos a modificar a nossa vida, e o melhor caminho é aquele que conhecemos pelo nome de Jesus Cristo.
 

Livro: Filosofia Espírita - V - João Nunes Maia - Miramez

23.10.13

"Tende bom ânimo, eu 
venci o mundo"

A mensagem de Jesus mais confortadora, no meu modo de entender, é quando Ele se dirige aos seus discípulos dizendo: “No mundo tereis aflições, mas tende bom ânimo, eu venci o mundo” (João, 16:33).
Estas palavras servem de verdadeira injeção de confiança para quem está sentindo desânimo ou perda do prazer na vida, em razão da morte de um ente querido, da separação conjugal, da perda de emprego ou de quaisquer outros tipos de perda. 
Na verdade, quem não sofre neste mundo, quem não passa por momentos difíceis na vida? Porém, para vencermos essas tribulações que nos levam a um estado depressivo, é preciso, segundo o Cristo, mantermos o bom ânimo.
E a primeira coisa a fazermos é orar a Deus com toda fé e sinceridade, pedindo forças e coragem para prosseguir vivendo com entusiasmo e esperança no futuro, pois o Pai Celestial nunca está pobre de misericórdia. 
Uma delas é aceitar resignadamente tudo quanto Deus nos dá para o nosso progresso espiritual, desde o corpo físico enfermo, uma família de convivência difícil, e tantas outras dificuldades. Isso não significa que devemos nos acomodar, mas sim trabalhar sempre para melhorar e progredir, mantendo resignação e fé, sem reclamar jamais. 
Outra sugestão para sermos felizes, é claro, em termos relativos, é aceitar as pessoas do nosso convívio como são, como vivem, sem exigir que elas se modifiquem à força de nossa vontade e querer, pois cada pessoa tem a sua própria individualidade.
O fato é que cada uma delas tem seu modo de ser, sua crença religiosa e seu próprio comportamento, diferente do nosso. Há muita gente infeliz, por não entender que cada criatura está situada num degrau evolutivo.
Enfim, recordemos mais uma vez a mensagem apresentada por Jesus no início deste texto: “No mundo tereis aflições, mas tende bom ânimo, eu venci o mundo”.
GERSON SIMÕES MONTEIRO 
gerson@radioriodejaneiro.am.br

22.10.13


A Melhor Solução

A vida é feita de mil desafios.
Não sabemos exatamente o que fazer diante de situações-limite e queremos urgentemente uma ajuda, uma luz, uma iluminação para resolver os nossos grandes problemas.
A pergunta a se fazer imediatamente é: o que é melhor para mim?
Esta pergunta, por si só, é desafiadora porque não sabemos ao certo o que seja melhor para a nossa vida. Temos uma noção, é verdade, mas não a exatidão do que seja imprescindível para viver.
Se, porém, colocarmos nas mãos do Pai o nosso destino fica tudo mais fácil. O problema é saber se faremos, de fato, isto.
A demora por resolver um problema não quer dizer que ele seja sem solução ou que o Pai não está nem aí para você, é que há coisas que necessitam de tempo para se encaixarem, não apenas externamente, mas, principalmente, dentro da gente.
A solução, muitas vezes, encontra-se a um palmo do nosso nariz e não conseguimos enxergar. Colocamos tanta coisa na nossa cabeça, nos fixamos tanto numa determinada solução que achamos ideal e deixamos de perceber o óbvio, o elementar, que se deixássemos fluir do nosso interior, sem censura, sem barreiras, sem preconceito, encontraríamos facilmente a solução desejada.
Os problemas da vida são assim mesmo. Está na razão direta, portanto, saber o que Deus Pai quer de nós naquela dada situação e não o que queremos fazer pela nossa visão míope das coisas.
A visão de Deus é larga. A visão dos homens, na maioria das vezes, é estreita, acanhada, limitadora, egoísta.
Pensar em Deus significa raciocinar com a amplidão das possibilidades, sem rejeitar qualquer possível solução.
Deixar nas mãos de Deus é fazer com que os caminhos de solução fluam naturalmente dos fatos que seguirão e ter o discernimento de ler as entrelinhas deles.
Na minha vida, pensei muito sobre a solução de muitos problemas. A minha solução, geralmente, era mais tímida do que aquela ofertada pelo Pai. Era inusitada, inesperada, mas, certamente, a mais sábia.
Deixar nas mãos de Deus sem interferir. Deixar que Ele faça o que é melhor para nós sem reservas, este é o grande segredo para a resolução de todos os problemas.
Não foi isso, meus irmãos, que o nosso mestre Jesus nos ensinou na belíssima oração do Pai Nosso? Disse Ele categoricamente: “ Seja feita a Vossa vontade, assim na terra como nos céus”.
A vontade de Deus Pai não a nossa.
Submetamos, portanto, as nossas vidas ao Pai Criador e esperemos agindo no bem o que seja melhor para nós.
Que Deus nos abençoe!
Helder Camara

19.10.13

NATAL E ALEGRIA

Mestre Amado, outra vez já é Natal!
Uma alegria nova e diferente,
Ao recordar-Te o berço lirial,
Volta a tomar o coração da gente.

Do Céu desceste e o Bem venceu o mal,
Fez-se luz sobre as trevas de repente,
E uma paz que jamais se viu igual
Criou na Terra um mundo diferente.

Tamanha é, pois, nossa felicidade,
Os Teus pobres irmãos na Humanidade,
Que, em oração, ousamos Te rogar...

Eterniza, Senhor, o Excelso Dia,
Perpetuando, em nós, esta alegria,
Que só o Teu Natal nos pode dar!...

Eurícledes Formiga
(Página recebida pelo médium Carlos A. Baccelli, em reunião pública do Lar Espírita “Pedro e Paulo”, na manhã de sábado do dia 12 de outubro de 2013, em Uberaba – MG).

18.10.13


Maledicência

Quem gosta de caviar?
Bem, a resposta, bem, poucas pessoas dariam, porque nem sabem o que é caviar ou mesmo sabendo nunca conseguiram comer caviar. Uns dirão: “isso é coisa de rico”. E é mesmo. Mas o que eu quero destacar com esta pergunta inusitada? Quero discorrer sobre falar das coisas que não conhecemos.
Meus queridos irmãos, seria de bom tom se todos os homens prestassem atenção nas coisas e falassem apenas sobre aquilo que conhecessem de verdade, o que não conhecessem nem meteriam o nariz. O que vejo, porém, é gente dando palpite onde não foi chamado ou discorrendo sobre algo – ou alguém – que possui pouca ou nenhuma informação.
A respeito de fatos o mal é menor, mas sobre pessoas, isto então toma outro contorno.
Primeiramente, é preciso que se saiba e pratique que não devemos falar da vida de ninguém, simplesmente pelo fato de que a vida é do outro, pertence ao outro, o outro é responsável por ela e mais ninguém. Assim, não meta o seu nariz onde não foi chamado. Não dê palpites na vida de ninguém porque somente a ela cabe discernir e escolher o que seja melhor ou não e você nada tem a ver com isso.
Pois bem, cada um sabe o que lhe toca a alma, o que tem mais afinidade, o que gosta. Cada um sabe as razões que o fizeram escolher por este ou aquele caminho e ponto final. O que você tem a ver com isso? Gostaria que alguém entrasse desavisadamente em sua vida? A resposta é certamente que não, portanto, cuide de si.
Há, entretanto, aqueles que vivem a vida a querer avaliar a vida dos outros. É um costume que não passa. É uma mania que não cessa. Não param de querer saber o que acontece com o outro e, principalmente, dar a sua nota.
Na verdade, estas pessoas mal conseguem dar conta de suas próprias vidas, esquecem-se do que é prioritário fazer em si mesmas, e buscam o outro, na prática, para fugirem de suas responsabilidades maiores na vida. Sim, porque alguém que se preocupe com a vida do outro vai lhe faltar tempo para cuidar da própria vida.
Este hábito que infelizmente se tornou comum é anticristão. Já viram Jesus falando da vida dos outros? Jamais. Ele sabia que cada um deve cuidar do seu próprio fardo e que seria falta de respeito, a menos que fosse consultado, dizer algo sobre aquela pessoa. Isto, porém, nos dias de hoje se tornou natural, bastante natural.
Jesus dava exemplos de preocupação com o outro para ajudar. Estava à disposição de quem o procurasse para fazer-lhe algo de bom e esta é a postura que se imagina do bom cristão: estar de prontidão para fazer o bem. Só isso.
Meus amigos, cuidem, portanto, das suas vidas. Toquem as suas vidas e nada mais. Não faça parte dos bisbilhoteiros, dos fofoqueiros, dos maledicentes. Quem procura falar de alguém, exatamente porque não conhece as razões profundas da decisão tomada, há de entender mal e naturalmente tecer comentários maldosos porque equivocados.
Fique com Deus!
Helder Camara

17.10.13

ABENÇOA TAMBÉM
Pelo Espírito Emmanuel. Psicografia de Francisco Cândido Xavier.
Livro: Coragem. Lição nº 25. Página 79.

Diante das vozes dos braços que te amparam na enfermidade, coopera com os instrumentos da cura, abençoando a ti mesmo.
Em qualquer desajuste orgânico, não condenes o corpo.
O operário há de amar enternecidamente a máquina que o ajuda a viver, lubrificando-lhe as peças e harmonizando-lhe os implementos, se não deseja relegá-la à inutilidade e à secura.
Abençoa teu coração. É o pêndulo infatigável, marcando-te as dores e alegrias.
Abençoa teu cérebro. É o gabinete sensível do pensamento.
Abençoa teus olhos. São companheiros devotados na execução dos compromissos que a existência te confiou.
Abençoa teu estômago. É o servo que te alimenta.
Abençoa tuas mãos. São antenas no serviço que consegues realizar.
Abençoa teus pés. São apoios preciosos em que te sustentas.
Abençoa tuas faculdades genésicas. São forças da vida pelas quais recebeste no mundo o aconchego do lar e o carinho de mãe.
Eis que Deus te abençoa, a cada instante, no ar que respiras, no pão que te nutre, no remédio que refaz, na palavra que anima, no socorro que alivia, na oração que consola...
Junto das células doentes ou fatigadas, não empregues o fogo da tensão, nem o corrosivo do desespero.
Abençoa Também...

16.10.13

Questão 228 do Livro dos Espíritos
PAIXÕES HUMANAS

O espírito elevado, quando toma um corpo humano por missão, sob a influência de Jesus Cristo, quase sempre recebe a herança moral da família, entretanto, a sua pureza moral lhe dá qualidades e forças no sentido de se livrar de todas as influências negativas. É uma batalha, uma luta em que ele sai sempre vitorioso, podendo ser comprovado pelas vidas dos grandes missionários Que estiverem na Terra.
A influência do meio, certamente, exerce uma pressão poderosa na alma que participa do ambiente mas, para tanto, Jesus nos deixou as armas adequadas para a defesa contra todas as investidas das trevas .
Há muitos espíritos que, quando partem do mundo físico, levam para o espiritual as paixões que viveram na carne. São espíitos inferiores que, em muitos casos, lutaram para abandoná-las, porém a evolução não lhes conferiu forças para a limpeza do coração e a estabilidade da consciência. Todavia, eles não perderão outras oportunidades, que sempre virão em nome da bondade de Deus. Nenhuma das minhas ovelhas se perderá, disse Jesus. Os espíritos, mesmo no mundo espiritual, têm campo propício para domar suas paixões; depende da boa vontade de quem deseja delas se livrar.
As riquezas e as misérias que nos acompanham depois do túmulo são nossas ações, a vida que levamos, tanto no mundo físico quanto no espiritual. Eis porque o Evangelho nos mostra. com brandura, mas com firmeza, que devemos perdoar aos nossos ofensores enquanto estivermos com eles a caminho, pois o perdão traz oportunidades inúmeras para aquisição de outras qualidades espirituais, como o amor e a caridade.
Esquecer o orgulho e o egoísmo já é um passo de luz em busca da perfeição que tanto nos interessa. Em qualquer posto que ocuparmos no mundo das formas, deveremos tomar atitudes elevadas, e nelas deixar a eficiência crescer e prosperar. Quem persistir no bem, será salvo de todas as investidas do mal.
O espírito elevado, mesmo que renasça em meio de ignorantes e distantes da chamada civilização humana, deixa-se conhecer pela pertinácia no modo de viver dia a dia. Ele conhece e sente as leis naturais, por trazê-Ias vivas no coração, com assistência da consciência em estado de segurança espiritual. A luz, quando acesa, não se apaga jamais, e os valores, quando despertados no imo d'alma, não retrocedem. A missão do Espiritismo é despertar almas para a vida superior. A Doutrina dos Espíritos tem a sagrada missão de tornar os homens melhores, de transformá-los mais depressa, fazendo reviver o Cristianismo, de modo a nascer o Mestre no coração de todas as criaturas.
O dicionário de amanhã deverá desconhecer os nomes de tantas paixões que os de hoje mencionam com exuberância. Elas ficarão esquecidas, pela influência de Jesus em nossas vidas. Existem inúmeros espíritos que chegaram à Terra com tendências enormes para as paixões humanas, no entanto, ao saírem dela, voltaram
livres destas forças negativas, dando glória a Deus e louvando a presença de Jesus em seus caminhos. Vejamos o quanto vale a obstinação no bem, pois esse bem nos mostra todos os caminhos que nos leva ao amor.
Observemos nossa vida, analisemos o que fazemos do tempo que nos foi confiado. Se temos tendências para algumas das paixões que o mundo coleciona, varramo-las dos nossos caminhos e coloquemos em seus lugares os preceitos de Jesus, esforçando-los para vivê-Ios com alegria, de modo que a fraternidade pura seja o nosso clima de todos os segundos.
 

Livro: Filosofia Espírita - V - João Nunes Maia - Miramez

15.10.13


NOVO PENTECOSTE

Inicialmente, devo dizer que a expressão acima, para designar, na atualidade a multiplicação e a diversidade de médiuns que vêm surgindo no Espiritismo, não é minha, e sim de Irmão José.
Sirvo-me dela para responder a você que, naturalmente preocupado com o aparecimento de tantos médiuns, mormente no campo da literatura espírita, me escreveu pedindo uma explicação.
Claro que, em torno do assunto, as ilações doutrinárias poderiam ser muitas, porque a análise de todo e qualquer problema comporta vários ângulos de visão, sendo que, isoladamente, nenhum deles é capaz de atinar com a sua causa.
Reflitamos no fenômeno que ocorreu durante a realização da festa de Pentecoste, quando, segundo “Atos dos Apóstolos”, cerca de cento e vinte pessoas, ficando cheias do Espírito Santo, entraram a falar em línguas diferentes, na maior sessão mediúnica de caráter público que se tem notícia na História.
Zombando deles, dos Doze que se multiplicaram por dez, alguns chegaram a dizer que estivessem embriagados... Vejamos que, nos dias que correm, não mudou muito, porque, hoje em dia, em vez de os médiuns serem rotulados de alcoólatras, eles são chamados de obsidiados!
A questão, porém, meu amigo, é que, naquela época, com a mediunidade se generalizando tanto, não havia como, ao mesmo tempo, se mandar cento e vinte médiuns para a cadeia, ou, então, colocá-los em mordaça, concorda?!
Enquanto, por ordem do Sinédrio, a soldadesca corresse atrás de uns tantos, até com o objetivo de passá-los pelo fio da espada, outros tantos continuariam falando o que os doutores da lei não queriam ouvir...
Penso eu que, no Espiritismo, em relação à multiplicação dos médiuns e as suas autoridades sinedritas, vem acontecendo agora o mesmo fenômeno, com a diferença de que os “Doze” não se multiplicaram apenas dez, mas por mil, ou quiçá por mais alguns zeros acrescentados à unidade!
As autoridades sinedritas da Doutrina, que querem conservar o controle da mediunidade, jazem desesperadas – parecendo galinhas tontas a correr atrás de baratas no galinheiro!
Os médiuns, notadamente os de psicografia, estão brotando do chão feito tiririca! E, neste exato momento, debaixo da sola dos sapatos das referidas autoridades, estão germinando médiuns...
Agora, se tem ou não tem valor o que os desencarnados vêm grafando através deles, isto é outra história, que, evidentemente, compete a cada um analisar de per si – o certo, porém, é que ninguém pode pretender cassar o direito de encarnados e desencarnados de escreverem e publicar o que desejam!
Ora, existem mais escritores no Mundo Espiritual do que os existem na Terra, sem significar, no entanto, que todos eles, unicamente porque se sirvam da mediunidade, estejam compromissados com a Causa Espírita. Este raciocínio também vale para os médiuns, porque, afinal, a mediunidade não é espírita. Da mesma maneira que não se pode falar num olho espírita, num ouvido espírita, num nariz espírita, etecetera, não se pode falar em mediunidade espírita, porque ela não é patrimônio da Doutrina.
Portanto, meu caro, em relação ao seu questionamento, a respeito da tiriricagem dos médiuns de uns tempos a esta parte, a única coisa que eu posso dizer a você é o seguinte: It’s good!...
Veja que escrevi tiriricagem, e não tietagem, porque, aos médiuns, em qualquer idioma falado, seja no Velho ou no Novo Pentecoste, tietagem is bad!...

INÁCIO FERREIRA
Uberaba – MG, 14 de outubro de 2013.

14.10.13

Raul Seixas sobre as Drogas
Frente a realidade que me surpreendeu, a metamorfose agora é outra!
A Sociedade Alternativa não acontece no embalo dos sonhos mal sonhados, nasce na individualidade daqueles que vivem na real.
Vivi como um cometa que passa e causa espanto, não consegui ajustar-me na órbita que poderia sustentar-me na trajetória rumo a felicidade que sonhei para mim e para os outros. Porém, ainda não apaguei, vou continuar entre a luz e a sombra, procurando minha própria luz em constante metamorfose.
Voltei sem alarde, faço da mente do médium o meu telégrafo para revelar ao mundo das ilusões, a verdadeira Sociedade Alternativa que nos aguarda no universo infinito e que deve ser construída no universo íntimo de cada um, aí e agora. Depois de atravessar os vales escuros da dor e do sofrimento, minha visão ampliou-se e pude compreender que aqueles que buscam afogar suas ansiedades e frustrações nas drogas químicas e alcoólicas, é como um epilético criado artificialmente que sofre e faz sofrer. Por isso, vejo-me na obrigação consciencial de informar aos companheiros que estão a caminho que o sofrimento não pára aí, ele se estende pelos vales espirituais do sofrimento, onde a epilepsia se torna real, processando a duras penas os elementos venenosos inseridos no corpo perispiritual.
Muitas vezes, embalados pelo sonho e pelo lirismo dos poetas e pelo modismo estimulado pela sociedade de consumo, deixamos de enxergar a realidade à nossa volta e buscamos distrair a nossa consciência das responsabilidades inerentes a verdadeira finalidade da vida, conseqüentemente, alteramos o valor das coisas e os conceitos sobre juventude, lar, família e objetivos, deixando cair vertiginosamente o nosso amor próprio e o amor por aqueles que nos são caros. Nesse conceito equivocado, tudo se torna lícito, até mesmo o que não convém. Os que viveram esse tipo de liberdade na Terra, hoje superlotam os vales das sombras à semelhança de larvas, arrastando-se entre o limo e as escarpas dos abismos espirituais, situação em que, alguns casos, podem se prolongar durante séculos.
Antes de questionar a vida, questione a si mesmo, analise seus conceitos, seus sentimentos, sua gratidão por aqueles que o ajudaram a renascer na Terra e, com certeza, você encontrará uma grande razão para viver e lutar contra o único inimigo que pode derrotá-lo: você mesmo!

Raul Seixas

(Psicografado por Nelson Moraes, no dia 23 de março de 2002)

12.10.13


FRUSTRAÇÃO

Enquanto te sorri a oportunidade
Segue fazendo o bem onde a Vida te enseja,
Sem nunca desistir, seja a luta qual seja,
De sempre trabalhar em prol da Humanidade.

Estende as tuas mãos na ação da caridade,
Sem receio do mal que te agride e dardeja,
Na mais nobre intenção de quem tão só deseja
Minimizar a dor com gestos de bondade.

Pensa que o tempo passa e logo não terás
O que possas fazer para voltar atrás,
Evitando em tu’alma a grande frustração...

Porque, no Mais Além, não há dor mais doida
Que a certeza de quem chegou ao fim da vida
Carregando o pesar de ter vivido em vão!...

Eurícledes Formiga
(Página recebida pelo médium Carlos A. Baccelli, em reunião pública do Lar Espírita “Pedro e Paulo”, na manhã de sábado do dia 5 de outubro de 2013, em Uberaba – MG). 

11.10.13

REVERENCIANDO KARDEC
Livro: Doutrina de Luz - Francisco C. Xavier - Emmanuel.
 

Antes de Kardec, embora não nos faltasse a crença em Jesus, vivíamos na Terra atribulados por flagelos da mente, quais os que expomos:
- o combate recíproco e incessante entre os discípulos do Evangelho;
- o cárcere das interpretações literais;
- o espírito de seita;
- a intransigência delituosa;
- o obsessão sem remédio;
- o anátema nas áreas da filosofia e da ciência;
- o cativeiro aos rituais;
- a dependência quase absoluta dos templos de pedra para as tarefas da edificação íntima;
- a preocupação de hegemonia religiosa;
- a tirania do medo, ante as sombrias perspectivas do além-túmulo;
- o pavor da morte, por suposto fim da vida.
Depois de Kardec, porém, com a fé raciocinada nos ensinamentos de Jesus, o mundo encontra no Espiritismo Evangélico benefícios incalculáveis, como sejam:
- a libertação das consciências;
- a luz para o caminho espiritual;
- a dignificação do serviço ao próximo;
- o discernimento;
- o livre acesso ao estudo da lei de causa e efeito, com a reencarnação explicando as origens do sofrimento e as desigualdades sociais;
- o esclarecimento da mediunidade e a cura dos processos obsessivos;
- a certeza da vida após a morte;
- o intercâmbio com os entes queridos domiciliados no Além;
- a seara da esperança;
- o clima da verdadeira compreensão humana;
- o lar da fraternidade entre todas as criaturas;
- a escola do Conhecimento Superior, desvendando as trilhas da evolução e a multiplicidade das “moradas” nos domínios do Universo.
Jesus - o amor.
Kardec - o raciocínio.
Jesus - o Mestre.
Kardec - o Apóstolo.
Seguir o Cristo de Deus, com a luz que Allan Kardec acende em nossos corações, é a norma renovadora que nos fará alcançar a sublimação do próprio espírito, em louvor da Vida Maior.

10.10.13


Manifestações de um polêmico
O Mentor da casa

Na carona do assunto levantado pelo amigo Alfredo Bastos, vamos desenvolver este assunto que acho muito interessante: O mentor do centro espírita.
Conforme todos sabem, os espíritas falam muito no “Mentor da casa”, aquele ser que para eles é muito importante, é indispensável e concebido como alguém muito especial, que deve sempre ser ouvido, consultado e invariavelmente obedecido em tudo o que sugerir e até em impor e determinar.
Afinal de contas, quem é o mentor do centro espírita que você freqüenta?
Você já procurou se informar acerca disto?
Será que os próprios dirigentes do centro sabem quem ele foi e quem ele é?
Outra pergunta que, certamente, vai mexer com a cabeça daqueles espíritas de superficialidade que se resumem a qualificar simplesmente como polêmico quem tem a coragem de levantar um assunto deste:
Quem elegeu determinado espírito ao cargo de mentor do centro espírita?
Quem determinou que tal espírito fosse o mentor do centro?
Quais foram os critérios adotados para o mesmo ascender à posição?
Tenho certeza de que os espíritas não saberão responder estas perguntas.
É exatamente por isto que quero convidar todos a aprofundarmos neste questionamento.
Mas primeiro vamos relembrar, de novo, como é que se inicia um centro espírita.

A fundação de um centro espírita

Conforme eu abordei noutro artigo que escrevi recentemente, qualquer pessoa pode fundar um centro espírita, já que não há exigências de cumprimento de nenhuma legislação e não há normas e procedimentos fiscais previstos para tal iniciativa.
Se alguém freqüenta um centro espírita mais antigo e, de uma hora para outra, despertar a vontade de criar o seu próprio, percebe que tem uma garagem em casa que não está sendo usada, desperta-se na idéia de que deve fazer dali um centro espírita, porque tem muita gente que mora nas imediação. Decide fazer o centro, faz mesmo, começa a funcionar e não tem preocupação nenhuma quanto ao modelo que deve adotar.
Faz o que quer e bem entende.
É uma pessoa boa? É sim.
É uma pessoa caridosa, que adora dar coisas para os pobres? É sim.
É uma pessoa honesta? É sim.
Ótimo, esses requisitos são interessantes e, por causa deles, o novo centro começa a atrair a freqüência de várias pessoas, que trazem outras, mais outras, mais outras... até que o espaço, inicialmente para apenas quarenta cadeiras, fica insuficiente e... vamos fazer uma campanha para construir a nossa sede própria, com capacidade para mais de trezentas pessoas.
O centro cresce e fica famoso. Daqui a pouco ele já tem vinte, trinta... quarenta anos de existência e, não demora, já estará comemorando os seus cinqüenta anos.
É assim que muitos centros espíritas começam, geralmente a maioria.

O nível de conhecimento dos seus fundadores

Conforme falamos, o fundador da casa pode ser uma pessoa honesta, boa e caridosa. Mas será que esses são requisitos suficientes para a fundação de uma casa espírita? 
Tenho eu a impressão de que para isto existe um pré-requisito que deve ser indispensável: O conhecimento do Espiritismo.
Será que todos aqueles que fundam, conduzem e dirigem a maioria dos centros espíritas de fato conhecem o Espiritismo?
É claro, Alamar. Se a pessoa já vem de outro centro, só podemos imaginar que ela conheça o Espiritismo e saiba o que está fazendo.
Será que o fato de alguém freqüentar um centro por algum tempo, inclusive por alguns anos, implica em que necessariamente conheça o Espiritismo?
Não se deixe levar apenas pelas argumentações do Alamar, use a sua própria inteligência, observe bem como se processam as práticas da maioria dos centros espíritas, durante anos e anos, e tire você mesmo a conclusão: 
Será que o modelo habitual de procedimento dos centros é capaz de fazer com que alguém aprenda realmente o que é o Espiritismo? Se não há intercâmbio com os espíritos, para atender ao apelo de Kardec, como é possível haver entendimento e avanço no Espiritismo?
A principal atividade da maioria dos centros é a palestra, geralmente feita por alguém da casa ou por convidados. Chamam de “doutrinária” e geralmente essa doutrinária segue um mesmo ritual comum na grande maioria dos centros:
Prece inicial, leitura da uma mensagem de um livro, palestra, passe, água magnetizada e prece final. Tudo igual, como o ritual da missa.
A mediúnica ocorre invariavelmente apenas uma vez por semana, limitada a uma hora, resumida a apenas uma meia dúzia de participantes e objetivando apenas atender espíritos sofredores, revoltados, raivosos e vingativos. Não há espaço de tempo para diálogo com os espíritos amigos e orientadores. Quando há algum espaço com um POUQUINHO de tempo maior, é para a figura do Mentor da Casa. 
Reunião de estudos: Podem observar o detalhe que a maioria dessas reuniões (já procuramos apurar isto) destina-se a estudar obras de autoria de alguns espíritos, embora respeitáveis, mas não tem Allan Kardec como prioridade. Em alguns casos tem estudo de “O Livro dos Espíritos”, mas raramente estudam “O Livro dos Médiuns” e outros que fazem parte do conjunto de 19 livros que constituem o entendimento das idéias de Kardec.
É exatamente o freqüentador ou, talvez, trabalhador desse modelo de espiritismo que se acha preparado para fundar um novo centro espírita.
Não vamos entrar em detalhes sobre isto não, porque já entrei em outro artigo anterior, vamos abordar apenas a questão do mentor da casa que é o foco deste artigo.

Quem é o mentor da casa?

Ninguém sabe. Só sabe que é um espírito “bom”.
Se um espírito chega saudando as pessoas com o famoso “Que a Paz de Jesus esteja com todos”, invariavelmente é muito bem recebido. Até aí tudo bem, porque todos os espíritos devem ser bem recebidos.
Mas já se cria logo uma simpatia, por causa da sua saudação.
Aí esse espírito passa a vir com regularidade, toma o médium toda semana e sempre transmite alguma mensagem, que os freqüentadores da casa acham lindas.
Pronto, virou mentor da casa!
Nós sabemos quem foi o Dr. Bezerra de Menezes, sabemos quem foi a Joanna de Ângelis, que foi a Sóror Joana Angélica e outras suas encarnações; sabemos que Emmanuel foi o padre Manoel de Nóbrega e outras suas encarnações e sabemos que o André Luiz foi o Faustino Esposel, embora alguns imaginam e admitem que ele tenha sido Carlos Chagas ou até Oswaldo Cruz.
Por acaso, você sabe quem o mentor do seu centro foi em alguma encarnação passada? Conhece pelo menos o histórico dele na última encarnação? A maioria não sabe.
Este problema é sério ou não tem relevância nenhuma?
Observe bem a importância disto:
O mentor da casa é o espírito mais ouvido pelos seus participantes e dirigentes. O que ele diz passa a ser lei na casa e, por isto, é muito comum a gente ouvir coisas do tipo:
- “É orientação do mentor da casa”.
- “Fazemos desse jeito, porque recebemos orientação do mentor da casa”.
- “Sentimos muito, mas não podemos adotar isso, porque o mentor da casa não admite”.
E por aí vai.
E Allan Kardec, onde é que fica?
Nessa onda, muitos procedimentos incoerentes, absurdos e até ridículos acontecem em muitos centros espíritos, absolutamente incompatíveis com aquilo que Kardec ensinou e praticou durante a sua vivência espírita:
Reunião em torno de uma mesa, exigência de uma toalha branca forrando essa mesa, exigência da roupa branca para a mediúnica, invenção da velha plaquinha “O Silêncio é uma prece”, falem baixo no centro, proibição de músicas, de flores e de um monte de coisas. Proibição de aplausos e de elogios, rigor excessivo quanto a horários, exigência de roupas em cores chamadas sóbrias, ambiente lúgubre nas mediúnicas, restrições ao sorriso, palmas das mãos voltadas para cima na hora do passe, tirar os sapatos para tomar passe, ojeriza ao dinheiro, mania de exigir que dêem de graça até mesmo coisas que não são recebidas de graça, recomendação para fingir que é pobre, fingir que é humilde e fingir para os outras que, por ser espírita, já atingiu evolução, etc. etc. etc.
Há também a proibição de eventos festivos no salão do centro, mesmo por necessidades urgentes de busca por recursos financeiros para a casa, sob o absurdo argumento de que fazer festa no local baixa o padrão vibratório da casa.
Gente, vamos raciocinar: O mentor de um centro espírita que deixa cair o padrão vibratório da casa pelo fato das pessoas estarem felizes e trabalhando para a sua própria manutenção é um despreparado, um insensato e inconseqüente que deve ser demitido pela diretoria, por não ter condição de ser mentor de coisa alguma. Precisa se reciclar.

Vamos questionar sobre o mentor

Primeiro – O fato de um espírito chegar a um centro espírita pronunciando a frase “que a paz de Jesus esteja com todos” não quer dizer necessariamente que seja espírito evoluído.
Segundo – O fato de um espírito se comunicar numa mediúnica não quer dizer que seja um espírito espírita.
Terceiro – Ainda que seja um espírito que, quando encarnado, fora dirigente de centro espírita, não quer dizer também que seja necessariamente conhecedor do Espiritismo. 
Quarto – Espírito que foi padre ou freira em encarnações passadas, por mais que manifeste carinho e dedicação para com o Espiritismo e até bons ensinamentos, poderá também trazer idéias católicas da sua cultura, o que não quer dizer que estejam todas em compatibilidade com o Espiritismo. Exemplo disto é a prática do sexo só para procriação e a cultura de imoralização do sexo.
Quinto – Imposições e determinações que alguns mentores fazem, não são atitudes de espíritos elevados, porque espírito elevado numa impõe nem determina nada.
Sexto – Se aborrecer quando questionado pelos trabalhadores da casa, assim como pela não obediência total àquilo que ele quer, não é característica de espírito elevado.

Toda instituição espírita deve rever os seus conceitos acerca dessa figura que foi instituída como “mentor da casa”. Deve, sim, questionar esse espírito, deve procurar saber quem ele foi e parar com essa conversa de que não há necessidade nenhuma de identificar os espíritos. Em algumas situações não temos necessidade de identificar os espíritos, mas isto apenas em ALGUMAS situações e não em todas as situações. 
Que tipo de coerência temos nós em conviver durante anos com uma pessoa, sem ao menos saber quem é de quem se trata?
Se não admitimos isto nas convivências com encarnados, por que vamos ter que admitir em relação a desencarnados?
Precisamos, sim, conversar com os espíritos, procurar saber quem eles são, quais são os seus conhecimentos em relação AO ESPIRITISMO e isto não está errado e nem é anti doutrinário.
Sei que muita gente não vai poder fazer isto porque nos seus centros não há tempo para conversar com os espíritos já que o tempo total é destinado a atender espíritos problemáticos e revoltados; mas outros centros podem fazer isto, sim, porque dão espaço para os espíritos amigos falarem a vontade e devem fazer.
Com certeza, espíritos que são verdadeiramente elevados terão o maior prazer em prestar todas as informações que a equipe lhes pedir e nenhum deles se aborrecerá ou demonstrará qualquer tipo de má vontade em relação ao procedimento. Podem ter certeza disto.
Se o mentor se aborrecer, pode mandá-lo passar no departamento de pessoal e receber as suas contas, que ele está demitido. Se quiser reclamar direitos na justiça do trabalho, que vá!

Conscientização espírita mais racional

Precisamos disto, amigos. Chega de espíritas bobos e indisponíveis à racionalidade. Chega de tanta besteira na prática espírita, chega de mesmismo.
Esse negócio de santificar mentor é uma das maiores bobagens que se pratica no meio espírita, considerar mentor com palavra final da casa e não questionável é sinal de limitação da inteligência dos trabalhadores e dirigentes.
A base é Kardec, portanto, qualquer recomendação de mentor, principalmente quando ordem ou imposição, deve ser rigorosamente levada ao crivo de Kardec, pra saber se vai ser ou não ser acatada.
            Abração.

                           Alamar Régis Carvalho
        Analista de Sistemas, Escritor e Antares DINASTIA
                          alamarregis@redevisao.net 
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9.10.13

Questão 227 do Livro dos Espíritos
INSTRUÇÃO DOS ESPÍRITOS ERRANTES 
 
Os espíritos errantes, se ajustam em uma escala muito grande, porém, muitos já estão despertos para o aprendizado, mesmo que seja com os homens mais abalizados, no que tange às leis universais. Eles se instruem na vida espiritual em cursos intensivos e no próprio trabalho em colônias espirituais, bem como junto aos homens instruídos da Terra. Assistem muitos congressos dos seres humanos, anotam coisas e se interessam todas as inovações que se fazem no planeta. 
Assistimos a muitas reuniões humanas, onde tomam parte grupos de espíritos com intenções elevadas de aprender com eles. Isso é muito nobre aos olhos dos benfeitores do mundo espiritual. 
Mas há espíritos errantes, sem a maturidade devida, que não se interessam pelo progresso e, pela sintonia, se acham ligados a almas da mesma índole, onde escapa o interesse de servir e aprender. 
Quando falamos que a Terra é uma universidade de Deus, é porque nela se encontram grandes almas que vieram trazer a luz do saber e a prática do amor. Basta observar atentamente que as lições elevadas se encontram em toda parte. O espírito sopra onde quer que seja, diz o Evangelho de Nosso Senhor. 
É facil reconhecer o espíito encarnado que tem a missão de ajudar; ele é sempre afável, desprendido, e consubstancia sua vida no ambiente do amor e da caridade. Mesmo que esse homem não tenha escolaridade, o que corresponde a diplomas, ele irradia virtudes que agradam e confortam a quem pode observar. 
A Terra é, pois, uma cópia pálida do mundo espiritual. As almas que têm olhos para ver, encontram celeiros de bênçãos no que diz respeito à instrução, e os que têm ouvidos para ouvir, acumulam dádivas imensuráveis na consciência, onde pode e deve participar o coração. 
Muitos almejam estadia em colônias esprituais, das quais têm notícias pelos livros mediúnicos, e se esquecem de que a Terra é uma dessas colônias, de valores indescritíveis, onde as coisas louváveis existem com abundância. Depende da busca ou, se desejarmos entender com o Evangelho, do buscai e achareis. 
O espírito benévolo tem mais facilidade de compreender as leis naturais que a Divindade escreveu dentro e fora das consciências com letras de luz. Jesus Cristo foi e é um sol para toda a humanidade. Ele é a misericórdia de Deus para as criaturas; é a própria voz de Deus a nos convidar para a iluminação mais rápida. Ele deixou para todos, preceltos que despertam os valores espirituais, fazendo-nos interessar pelo amor mais puro e pela caridade mais nobre. 
A Doutrina dos Espíritos é um posto avançado do mundo espiritual no planeta, porque consola aos que sofrem e instrui os que ignoram a verdade. Os espíritos que se encontram encarnados e aceitam o consolador prometido têm mais facilidade para se prepararem- em toda a verdade, de modo que, ao retornarem ao mundo espiritual chegam lá com algo a mais no coração e muito mais tranqüilidade na consciência. 
Quem se encontra na Terra, movendo-se em um corpo de carne, que agradeça a Deus pela oportunidade valiosa, e faça tudo para compreender as leis que regem o campo fisiológico, conservando-ocom saúde e bem-estar. Quando mais tempo viver no campo da carne, mais possibilidades terá o espírito de aprendizado. Aquilo que ele já conhece para o seu equilíbrio, passará para os que ainda não sabem. Esse é um dos deveres do espírito em marcha para a luz: trocas de experiências, fortalecendo o aprendizado.
 

Livro: Filosofia Espírita - V - João Nunes Maia - Miramez

8.10.13


O Sonho de uma Igreja Nova
Amigos,

Já há algum tempo, venho defendendo, no seio da Igreja Católica Apostólica Romana, mudanças radicais.
Não imagino uma Igreja que fique de costas aos pobres de Deus.
Não concebo uma Igreja rica e solitária.
Não penso numa Igreja que seja associada a soberba e ao luxo.
Não admito uma Igreja burocrática e cheia de privilégios.
Sei que muito do que aí está é fruto do desarranjo criado há muito séculos e que sucessivos papas fizeram apenas reforçar ou omitir-se sobre estas estruturas ultrapassadas ou sobre estes vícios danosos.
Alguns papas intervieram neste estado de coisas e conseguiram dar uma sobrevida à Igreja contemporânea a começar pelo nosso querido João XXIII e, depois, meu amigo Paulo VI. Albino Luciani sonhava com uma Igreja pobre tanto quanto o nosso bravo e corajoso Papa Francisco.
Sendo rigoroso no cumprimento dos compromissos assumidos durante os debates pré-Conclave, o Papa Francisco iniciou esta semana, num ato simbólico em Assis, aquilo que poderá vir a ser a grande revolução da nossa Santa Igreja.
Dias virão para comprovar aquilo que hoje prego porque há forças subterrâneas que tentam atrapalhar este conjunto de mudanças fundamentais reclamadas há muito tempo.
Como forma de ajudar a construir a Igreja Nova foi constituída pelo Papa Francisco uma comissão de notáveis cardeais renovadores, que darão a sua contribuição na construção de um novo edifício do Cristo na Terra, em bases mais sólidas e consentâneas com o pensamento vivo do jovem de Nazaré.
A Igreja Nova que sonhamos já está no papel aqui nos planos do espírito. Uma equipe de papas e cardeais, fora do corpo, já colocaram no papel as bases desta igreja sonhada e influenciarão os destinos da comissão institucionalizada para traduzir igualmente as suas vontades.
Vejo um empenho, em particular, do Papa sorriso, João Paulo I, e de João Paulo II. Ambos, lideram uma corrente reformista mais aguda, com traços mais definidos e de profunda modificação nas bases. É de se estranhar para alguns, mas o papa Woytila não se cansou de dizer, entre nós, “poderia ter feito mais, tive tempo para isso, mas deixei-me, sem querer, ser envolvido pela Cúria Romana entre meus afazeres, mas aqui eu posso influenciar e vou fazê-lo com todas as minhas forças.”
Que vigor para o trabalho deste homem que aqui é incansável na defesa das mudanças reclamadas.
As mudanças iniciais serão no corpo e na práxis da Cúria Romana, é verdade, mas elas refletirão no outro estilo de fazer a Igreja acontecer para o mundo.
A estrutura colegiada de poder, a maior transparência do Banco do Vaticano, uma ordem de padres mais servidores do que servidos, o foco na população pobre e sofrida, entre outros pontos, serão debatidos e, certamente, atingirá seu cume com as propostas concretas que chegarão às mãos do Papa da paz e da humildade.
Sobre Francisco recaem inúmeras responsabilidades e expectativas – e ele sabe disso. Não será fácil modificar estruturas carcomidas pelo tempo. Resistências não faltarão ao reformismo clerical como muitos chamarão, mas este é o seu papel e nós torcemos para que tudo dê certo.
Há uma inspiração por detrás de tudo isso, meus irmãos, e creiam que não é somente da boca para fora. Quem preside este conjunto de mudanças é o próprio Francisco de Assis.
Se no passado ele foi chamado pelo Cristo Jesus a colocar a pedra fundamental da nova igreja, hoje, o nosso amigo celestial o chama para novo desafio: reerguer a igreja do Cristo em bases novas.
Não que Jesus seja exclusivista, nada disso, mas ele sabe o enorme papel que cabe à Igreja Católica no processo de modificação planetária e não pode deixar de ajudar neste momento crucial, já que a Igreja não é projeto apenas de homens, mas de Deus para a renovação humana na Terra.
Francisco de Assis, com certeza, inspirará para uma Igreja humilde e servidora. Uma Igreja sem pompas e privilégios, mas com sua face voltada para o povo, todo o povo de Deus, todos aqueles que necessitem de um apoio, de uma ajuda redentora, notadamente os menos afortunados, os excluídos, os caídos do caminho.
Meu Pai, que momento solene, que instante maravilhoso. Tua obra redentora há de se materializar entre os homens, aquele a quem chamamos de católicos. Junto com outras denominações religiosas, muitas outras, nos abraçaremos na defesa da mesma causa, dos meus propósitos, de confraternização humana, de resolução dos conflitos políticos, de solução dos problemas sociais, do ajustamento da economia para todos.
Este mundo virá e que sonho extraordinário é este, Pai.
Estaremos juntos, os dois lados da existência humana, em parceria constante, para desfrutar deste novo mundo. Um mundo que trará felicidade para todos. Um mundo mais igual. Um mundo mais humano.
Hei de ver este novo mundo, Pai.
Faz-me humilde trabalhador desta Tua Seara de amor entre os homens.
Em tuas mãos,
Helder Camara

7.10.13


CURA DA OBSESSÃO

Infelizmente, são muitos os que querem se curar de seus problemas espirituais pela lei do menor esforço, e o pior é que encontram Centros Espíritas mal orientados que se propõem a fazê-lo.
Ora, a rigor, ninguém se cura de qualquer processo obsessivo apenas e tão somente doutrinando o pobre do espírito obsessor, como se ele fosse a sua única causa.
Quase todos os que padecem de dificuldades dessa natureza, consentindo na influência negativa dos desencarnados sobre a sua vida, não querem nada com o trabalho sério – querem ser curados através de um tratamento de passes, da evocação dos espíritos que, supostamente, os estejam atormentando, enfim, de algum expediente espiritual em que não tenham que modificar pensamentos e hábitos, deixando o comodismo em que se encontram vivendo!
Outros, não raro, acabam trocando a frequência a Centros Espíritos que se concentram nas atividades de estudo e caridade, para frequentarem Centros “especializados” em desobsessão, como se, em essência, todo Centro Espírita não se habilitasse a tanto.
Deixemos algo bem claro: nenhum Centro Espírita cura a obsessão de quem não se dispõem a se envolver no processo de sua própria cura, empreendendo esforços no campo da renovação íntima.
Através da doutrinação, os obsessores que se afastam, sem que o obsidiado procure se fortalecer espiritualmente, apenas cedem espaço à chegada de outros. Isto foi dito pelo próprio Cristo, em Mateus, capítulo 12, versículos 43 a 45: “Quando o espírito imundo sai do homem, anda por lugares áridos procurando repouso, porém não encontra. Por isso diz: Voltarei para minha casa donde saí. E, tendo voltado, a encontra vazia, varrida e ornamentada. Então vai, e leva consigo outros sete espíritos, piores do que ele, e, entrando, habitam ali; e o último estado daquele homem torna-se pior do que o primeiro. Assim também acontecerá a esta geração perversa.”
O que Jesus fala a respeito do espírito voltar e encontrar a casa “vazia, varrida e ornamentada” é clara referência à casa mental que o antigo “inquilino” espiritual volta a ocupar, como se continuasse preparada para ele, de vez que não fez questão de receber “morador” mais digno...
O que, de fato, cura obsessão é vassoura na mão! O resto, vocês me desculpem, é balela, e propaganda enganosa de Centros e médiuns que não conhecem a Doutrina!
A mesma coisa é o tão propalado desenvolvimento mediúnico, que todo mundo acha que pode obter sentando-se, confortavelmente, ao redor de uma mesa...
Os espíritas precisam deixar de ser enganados por essas coisas, porque desenvolvimento mediúnico é pedreira! Ou seja: significa passar mão de uma marreta e se dispor a quebrar pedras – a vida inteira!
A uma senhora obsidiada, de nome Gertrudes, que os espíritos faziam sair correndo pelo pasto, jogavam no chão, enfim, pintavam e bordavam com a coitada, Chico Xavier disse, certa vez: - Trabalha, Gertrudes! Trabalha, Gertrudes! Mas trabalha até você cair no chão, porque o dia em que você cair no chão de tanto trabalhar, o espírito obsessor larga você!...
Vejamos que, por três vezes, Chico recomendou que ela trabalhasse... na Caridade! Quer dizer: fazer sopa, costurar para os pobres, visitar os doentes, dar banho neles, ser voluntária numa creche, num lar de idosos, enfim, ocupar a cabeça e as mãos em tarefas que pudessem produzir o bem dos semelhantes!
Acontece, porém, que isto é muito pouca gente que quer, e justamente por isto aqui segue o meu prognóstico para o problema obsessivo que incomoda tantos irmãos e irmãs no mundo: enquanto assim não se dispuserem a servir, não encontrarão a cura real!...

INÁCIO FERREIRA

Uberaba – MG, 07 de outubro de 2013.

5.10.13

EM COMBATE

Paladino do Cristo ergue bem mais
O estandarte da crença reluzente,
Que em tuas mãos tremula, alvinitente,
Na defesa dos nobres ideais.

Não te intimidem provações e ais
Na luta faceias de alma crente,
Procurando impedir-te de ir à frente,
Sem que te façam recuar jamais.

Ante o fragor intenso da batalha,
Sofre os golpes do mal que te estraçalha,
Mas sustenta, em combate, a tua cruz...

Pois foi assim, em meio à grande treva,
Que no mundo se agita e se subleva,
Que o Senhor acendeu divina luz!...

Eurícledes Formiga

(Página recebida pelo médium Carlos A. Baccelli, em reunião do Lar Espírita “Pedro e Paulo”, na manhã de sábado do dia 28 de setembro de 2013, em Uberaba – MG). 

4.10.13


HÁ (mais de) UM SÉCULO
Livro: O Espírito da Verdade - Francisco C. Xavier - Hilário Silva

Allan Kardec, o Codificador da Doutrina Espírita, naquela triste manhã de abril de 1860, estava exausto, acabrunhado.
Fazia frio.
Muito embora a consolidação da Sociedade Espírita de Paris e a promissora venda de livros, escasseava o dinheiro para a obra gigantesca que os Espíritos Superiores lhe haviam colocado nas mãos.
A pressão aumentava...
Missivas sarcásticas avolumavam-se à mesa.
Quando mais desalentado se mostrava, chega a paciente esposa, Madame Rivail - a doce Gaby -, a entregar-lhe certa encomenda, cuidadosamente apresentada.
O professor abriu o embrulho, encontrando uma carta singela. E leu:
“Sr. Allan kardec:
Respeitoso abraço.
Com a minha gratidão, remeto-lhe o livro anexo, bem como a sua história, rogando-lhe, antes de tudo, prosseguir em suas tarefas de esclarecimento da Humanidade, pois tenho fortes razões para isso.
Sou encadernador desde a meninice, trabalhando em grande casa desta capital.
Há cerca de dois anos casei-me com aquela que se revelou minha companheira ideal.
Nossa vida corria normalmente e tudo era alegria e esperança, quando, no início deste ano, de modo inesperado, minha Antoinette partiu desta vida, levada por sorrateira moléstia.
Meu desespero foi indescritível e julguei-me condenado ao desamparo extremo.
Sem confiança em Deus, sentindo as necessidades do homem do mundo e vivendo com as dúvidas aflitivas de nosso século, resolvera seguir o caminho de tantos outros, ante a fatalidade...
A prova da separação vencera-me, e eu não passava, agora, de trapo humano.
Faltava ao trabalho e meu chefe, reto e ríspido, ameaçava-me com a dispensa.
Minhas forças fugiam.
Namorava diversas vezes o Rio Sena e acabei planejando o suicídio.
“Seria fácil, não sei nadar” – pensava.
Sucediam-se noites de insônia e dias de angústia.
Em madrugada fria, quando as preocupações e o desânimo me dominaram mais fortemente, busquei a Ponte Marie.
Olhei em torno, contemplando a corrente...
E, ao fixar a mão direita para atirar-me, toquei um objeto algo molhado que se deslocou da amurada, caindo-me aos pés.
Surpreendido, distingui um livro que o orvalho umedecera.
Tomei o volume nas mãos e, procurando a luz mortiça de poste vizinho, pude ler, logo no frontispício, entre irritado e curioso.
“Esta obra salvou-me a vida. Leia-a com atenção e tenha bom proveito. - A. Laurent.”
Estupefato, li a obra - O Livro dos Espíritos - ao qual acrescentei breve mensagem, volume esse que passo às suas mãos abnegadas, autorizando o distinto amigo a fazer dele o que lhe aprouver.
Ainda constavam da mensagem agradecimentos finais, a assinatura, a data e o endereço do remetente.
O Codificador desempacotou, então, um exemplar de O Livro dos Espíritos ricamente encadernado, em cuja capa viu as iniciais do seu pseudônimo e na página do frontispício, levemente manchada, leu com emoção não somente a observação a que o missivista se referira, mas também outra, em letra firme: “Salvou-me também. Deus abençoe as almas que cooperaram em sua publicação. - Joseph Perrier.”
Após a leitura da carta providencial, o Professor Rivail experimentou nova luz a banhá-lo por dentro...
Conchegando o livro ao peito, raciocinava, não mais em termos de desânimo ou sofrimento, mas sim na pauta de radiosa esperança.
Era preciso continuar, desculpar as injúrias, abraçar o sacrifício e desconhecer as pedradas...
Diante de seu espírito turbilhonava o mundo necessitado de renovação e consolo.
Allan Kardec levantou-se da velha poltrona, abriu a janela à sua frente, contemplando a via pública, onde passavam operários e mulheres do povo, crianças e velhinhos...
O notável obreiro da Grande Revelação respirou a longos haustos, e, antes de retomar a caneta para o serviço costumeiro, levou o lenço aos olhos e limpou uma lágrima...