31.10.17

ESPIRITISMO - PROSÉLITOS – V

         371 –Devem ser intensificadas no Espiritismo as sessões de fenômenos mediúnicos?
         -São muito poucos ainda, os núcleos espiritistas que se podem entregar à prática mediúnica com plena consciência do serviço que têm em mãos; motivo por que é aconselhável a intensificação das reuniões de leitura, meditação e comentário geral para as ilações morais imprescindíveis no aparelhamento doutrinário, a fim de que numerosos centros bem-intencionados não venham a cair no desânimo ou na incompreensão, por cauda de um prematuro comércio com as energias do plano invisível.


Livro “O Consolador” –  Francisco C. Xavier – Emmanuel – Todos os livros Espíritas como este vendidos em nossa loja terão o lucro repassado à Casa Espírita de Oração Amor e Luz.

30.10.17

COMO VOCÊ INTERPRETA?! – XXXI

No capítulo 37, de “Nosso Lar”, antes de transcrever “A Preleção da Ministra” Veneranda, volta a falar André Luiz sobre a questão do “Bônus-Hora”, sistema de remuneração, que, não sendo propriamente moeda, é “ficha individual, funcionando como valor aquisitivo”. Intrigava-lhe o sistema econômico que prevalecia na cidade espiritual, que havia “banido” o dinheiro como forma de remuneração pelo esforço individual nos serviços prestados à coletividade.
Ele refletia: “Como poderia estar a compensação da hora afeta a Deus? Não era atribuição do administrador espiritual, ou humano, a contagem do tempo?” Notemos, no entanto, que, em qualquer parte da Criação Divina, “a compensação da hora” fica por conta de Deus, que, certamente, não se detém apenas na quantidade de horas trabalhadas, mas, sobretudo, na sua qualidade. Aliás, a questão do “Bônus-Hora” também é tratada por Jesus na Parábola dos Trabalhadores da Vinha, quando o Dono da Casa delibera remunerar os trabalhadores que contratara segundo o Seu critério de avaliação do esforço e do mérito de cada um. Nos versículos de 13 a 15, o Dono da Casa responde aos rebelados: “Toma o que é teu, e vai-te; pois quero dar a este último, tanto quanto a ti. Porventura não me é lícito fazer o que quero do que é meu? Ou são maus os teus olhos porque eu sou bom?”
*
Conversando com Tobias, André tem oportunidade de registrar novos esclarecimentos sobre o assunto: “Aos administradores, em geral, impende a obrigação de contar o tempo de serviços, sendo justo, igualmente, instituírem elementos de respeito e consideração ao mérito do trabalhador; mas, quanto ao valor essencial do aproveitamento justo, só mesmo as Forças Divinas podem determinar com exatidão. Há servidores que, depois de quarenta anos de atividade especial, dela se retiram com a mesma incipiência da primeira hora, provando que gastaram tempo sem empregar dedicação espiritual, assim como existem homens que, atingindo cem anos de existência, dela saem com a mesma ignorância da idade infantil.” (destacamos)
*
Realmente, existem vidas que, perdendo em quantidade, ganham em qualidade, e vidas que ganhando em quantidade, perdem em qualidade. Podemos aqui, citar como exemplo, a vida do missionário Eurípedes Barsanulfo, que, tendo vivido apenas 38 anos no corpo carnal, do ponto de vista espiritual, viveu intensamente, conferindo singular proveito à sua encarnação. E, ainda, citamos o extraordinário exemplo de Chico Xavier, cuja vida, ao mesmo tempo, ganhou em quantidade e qualidade – vivendo 92 janeiros no corpo, realizou uma obra que a grande maioria, talvez, não venha a realizar nem em muitos séculos de existência.
*
A lição do “Bônus-Hora” deve, sem dúvida, servir-nos de advertência, de vez que, em termos espirituais, o tempo não conta apenas e tão somente pelo correr dos ponteiros do relógio. Muitos espíritas costumam dizer: - Estou há 40, ou há 50 anos na Doutrina!... Como se o muito tempo de estágio na Doutrina lhes conferisse crédito para opinarem a respeito de tudo sempre de maneira acertada, com as suas opiniões tendo que ser acatadas pelos considerados iniciantes. Ora, diante da Reencarnação, nas experiências que nos são conferidas através das Vidas Sucessivas, essa argumentação de “muito tempo na Doutrina” carece de sentido, posto que uma criança possa ser portadora de uma bagagem muito maior que a de um adulto.
*
É de se notar, antes que adentremos no conteúdo da preleção de Veneranda, que a sua conferência estava sendo realizada, em grande auditório, de modo INTEIRAMENTE GRATUITO – infelizmente, na atualidade – ah, e como eu me envergonho disso! –, quase todos os grandes Eventos Espíritas estão sendo pagos! E o pior é que alguém é sempre posto à porta deles para impedir a entrada daqueles que não têm dinheiro...
Que vexame!...
- Você não entra, porque não pagou a inscrição! Você não entra porque não tem dinheiro! Ou você só pode ficar na sala anexa ao grande auditório – não pode ter a visão direta do orador!...
Ora, gente, não perca tempo com isso – não participe dessa baboseira. Qualquer orador espírita bem intencionado fala tão bem quanto àquele que possa ser considerado grande tribuno – o que nos deve interessar é a Mensagem da Doutrina a ser transmitida, e não o timbre de voz do fulano ou do beltrano, ou as piadinhas sem graça que ele conta para arrancar aplausos da plateia. Vocês precisam começar a prestigiarem os oradores locais, da cidade ou da região. Os “oradores” que falam de graça, e que não dão maiores despesas aos promotores de um Evento Espírita que a despesa com uma simples hospedagem, um almoço em casa de amigos e, no máximo, o dinheiro gasto com combustível – nada de pagarem hotéis 5 estrelas, nada de passagens de avião, em primeira classe, às custas dos participantes do Congresso, ou do Encontro, nada de carros de luxo para buscar o médium, ou o orador – e, por favor, acabem de vez com as chamadas “Salas Vip”, que são os “Salões do Elitismo”.

INÁCIO FERREIRA – Blog Mediunidade na Internet

Uberaba – MG, 30 de outubro de 2017.

29.10.17

A Lei da Afinidade Fluídica

    Os médiuns não podem servir de instrumento a todos os espíritos indistintamente. As manifestações dos espíritos são reguladas pela Lei da Afinidade Fluídica. Esta lei é a seguinte: Para que uma manifestação se produza é preciso que o perispírito do médium tenha afinidade fluídica com o perispírito do espírito que se quer manifestar.
     A Lei da Afinidade Fluídica, tanto rege as manifestações de efeitos físicos como as de efeitos intelectuais. Nos fenômenos de efeitos físicos, os fluidos emitidos pelo médium devem combinar-se com os do espírito manifestante; se não houver afinidade fluídica entre os dois, os fluidos não se combinarão e não se produzirão os fenômenos. Do mesmo modo, nas manifestações intelectuais, se os dois períspiritos, o do médium e o do espírito, não se ligarem por falta de afinidade fluídica, a comunicação não terá lugar, embora o espírito se encoste ao médium.
     Assim, pode acontecer que o espírito esteja presente a reunião, queira comunicar-se, mas não encontra o médium com o qual tenha afinidade fluídica; nesse caso, nem o espírito, nem o médium poderão fazer algo para que haja a desejada comunicação.
     Não confundamos a Lei da Afinidade Fluídica com a Lei da Afinidade Moral. Uma nada tem em comum com a outra. Entre um determinado espírito e um médium pode haver afinidade fluídica e não haver afinidade moral, ou o contrário. A afinidade fluídica depende da constituição do organismo espiritual do médium e da do espírito. a afinidade moral é a consequência do adiantamento alcançado pelo médium e pelo espírito.


Livro: A Mediunidade Sem Lágrimas -  Eliseu Rigonatti

28.10.17

SEM ADEUS

(Página aos irmãos da Casa Espírita “Bittencourt Sampaio”, de Uberaba, Minas Gerais)

Amigo, enxuga o pranto que te escorre
Dos olhos já cansados de chorar...
A Vida continua, ninguém morre,
Todos voltamos para o Grande Lar...

Feliz, descendo ao rio, a fonte corre,
Vence distâncias, procurando o mar,
Depois é chuva mansa que socorre
A semente que sonha em germinar...

Os afetos queridos, redivivos,
Além prosseguem corações cativos,
Irmanados no amor que nos governa...

Um dia, unidos pela Lei de Deus,
E novamente juntos, sem adeus,
Desfrutaremos de alegria eterna!...

Eurícledes Formiga

​(Página recebida pelo médium Carlos A. Baccelli, em reunião íntima da Casa Espírita “Bittencourt Sampaio”, na noite de 20 de maio de 1987, em Uberaba – MG).

27.10.17

LEGIÃO DO MAL

     "E perguntou-lhe: Qual é o teu nome? - Ao que ele respondeu: Legião é o meu nome, porque somos muitos." - (MARCOS, capítulo 5, versículo 9.)

    O Mestre legou inolvidável lição aos discípulos nesta passagem dos Evangelhos.
    Dispensador do bem e da paz, aproxima-se Jesus do Espírito perverso que o recebe em desesperação.
    O Cristo não se impacienta e indaga carinhosa­mente de seu nome, respondendo-lhe o interpelado:
    "Chamo-me Legião, porque somos muitos."
    Os aprendizes que o seguiam não souberam interpretar a cena, em toda a sua expressão simbólica.
    E até hoje pergunta-se pelo conteúdo da ocorrência com justificável estranheza.
    É que o Senhor desejava transmitir imortal ensinamento aos companheiros de tarefa redentora.
    A frente do Espírito delinquente e perturbado, Ele era apenas um; o interlocutor, entretanto, denominava-se "Legião", representava maioria esmagadora, personificava a massa vastíssima das intenções inferiores e criminosas. Revelava o Mestre que, por indeterminado tempo, o bem estaria em proporção diminuta comparado ao mal em aludes arrasadores.
    Se te encontras, pois, a serviço do Cristo na Terra, não te esqueças de perseverar no bem, dentro de todas as horas da vida, convicto de que o mal se faz sentir em derredor, à maneira de legião ameaçadora, exigindo funda serenidade e grande confiança no Cristo, com trabalho e vigilância, até à vitória final.


Livro: Caminho Verdade e Vida - Francisco C. Xavier – Emmanuel.

26.10.17

TUDO É POSSÍVEL

Questão 418 do Livro dos Espíritos

Tudo pode acontecer na Terra e no plano espiritual. Quando estamos em estado de sono, nesse transe de desprendimento parcial do corpo físico, podem acontecer muitas coisas, e no mundo dos Espíritos, como já dissemos, podemos encontrar amigos como inimigos nossos por vezes também nos procurando.
Se tivermos alguma notícia de que um nosso amigo tenha desencarnado, ao encontrá-lo podemos perfeitamente saber dele a verdade, como também verificar as suas condições. O Espírito mais esclarecido saberá se o amigo pertence ao mundo físico ou não. A alma ainda ligada ao vaso físico é reconhecida pelo cordão de prata ainda ligado à base do crânio do perispírito e ao crânio do corpo físico, ao passo que o desencarnado se encontra livre das cadeias da carne. Quantos amigos se separam, mudando para outro país, e por lá, deixam a carne, encontrando-se depois no mundo espiritual pelas portas do sono, ou pela desencarnação dos dois!
No amanhã, que não se encontra muito distante, a viagem astral será fato comum. Os encarnados deixarão o corpo com facilidade, com a ajuda dos benfeitores espirituais, e passarão a viajar conscientemente e a frequentar escolas no plano da realidade e ao voltarem ao corpo, lembrar-se-ão de tudo o que ocorreu. Todos têm essas faculdades, bastando desenvolvê-las. Alguns Espíritos de relativo conhecimento e evolução fazem a viagem astral consciente, assegurando a sua fé na vida que continua pela eternidade afora. Toda a humanidade deverá chegar a esse estado d’alma, como sendo ele as bênçãos de Deus. As regras para esse desenvolvimento se encontram no Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo. Todos os discípulos do Mestre tinham essas faculdades desenvolvidas e ainda outras.
O Espírito é um mundo cheio de encantos. A alma se encontra presa aos seus próprios pensamentos inferiores e necessário se faz que se conheça a verdade, pois ela é a força libertadora de todas as vidas. O Espírito livre abre-se ao sol de Deus. Como a flor nas claridades da natureza, as suas percepções se encandeiam com outras faculdades ocultas e tornam-se um sol, e o Espírito pode voltar ao passado e ir ao futuro, conhecendo o seu próprio destino, bem como o dos seus companheiros.
A Doutrina dos Espíritos, codificada pelo Prof. Rivail, nos dá noções bem claras do mundo espiritual. As mensagens registradas nos livros são roteiros para toda a humanidade, esclarecendo como é o lar maior do Espírito. É, para todos os povos, a grande esperança, onde e pela qual encontramos a felicidade. Segue-se daí, que devemos procurar a verdade, por todos os meios lícitos, porque ela modificará a estação onde pegaremos o comboio que nos levará ao verdadeiro entendimento.
O Cristo é o nosso guia.
Não nos desfaçamos dos sonhos, pois eles constituem realidade, mesmo que pensemos serem idéias acumuladas no mundo da carne. Em meio delas se encontram verdades maiores que nos trazem alguma luz, para compreendermos melhor o nosso dever, quando encarnados. Os que não se desligaram das sombras, deixando-se dominar pelas paixões inferiores, ao serem levados pelo sono, não vão para nenhum outro lugar, a não ser para as mesmas sombras. Se queremos paz, busquemo-la logo: a fonte se encontra dentro de nós mesmos.


Livro: Filosofia Espírita – João Nunes Maia – Miramez - Todos os livros Espíritas como este vendidos em nossa loja terão o lucro repassado à Casa Espírita de Oração Amor e Luz.

25.10.17

ESPIRITISMO - PROSÉLITOS – IV

         370 –Seria lícito investigarmos, com os Espíritos amigos, as nossas vidas passadas? Essas revelações, quando ocorrem, traduzem responsabilidade para os que as recebem?
         -Se estais submersos em esquecimento temporário, esse olvido é indispensável à valorização de vossas iniciativas. Não deveis provocar esse gênero de revelações, porquanto os amigos espirituais conhecem melhores as vossas necessidades e poderão provê-las em tempo oportuno, sem quebrar o preceito da espontaneidade exigida para esse fim.
         O conhecimento do pretérito, através das revelações ou das lembranças, chega sempre que a criatura se faz credora de um benefício como esse, o qual se faz acompanhar, por sua vez, de responsabilidades muito grandes no plano do conhecimento; tanto assim que, para muitos, essas reminiscências costumam constituir um privilégio doloroso, no ambiente das inquietações e ilusões da Terra.
         369 –É aconselhável a evocação direta de determinados Espíritos?
         -Não somos dos que aconselham a evocação direta e pessoal, em caso algum.
         Se essa evocação é passível de êxito, sua exequilibilidade somente pode ser  examinada no plano espiritual. Daí a necessidade de sermos espontâneos, porquanto, no complexo dos fenômenos espiríticos, a solução de muitas incógnitas espera o avanço moral dos aprendizes sinceros da Doutrina. O estudioso bem-intencionado, portanto, deve pedir sem exigir, orar sem reclamar, observar sem pressa, considerando que a esfera espiritual lhe conhece os méritos e retribuirá os seus esforços de acordo com a necessidade de sua posição evolutiva e segundo o merecimento do seu coração.
         Podereis objetar que Allan Kardec se interessou pela evocação direta, procedendo a realizações dessa natureza, mas precisamos ponderar, no seu esforço, a tarefa excepcional do Codificador, aliada a necessidade de méritos ainda distantes da esfera de atividade dos aprendizes comuns.


Livro “O Consolador” –  Francisco C. Xavier – Emmanuel – Todos os livros Espíritas como este vendidos em nossa loja terão o lucro repassado à Casa Espírita de Oração Amor e Luz.

24.10.17

COMO VOCÊ INTERPRETA?! – XXX

O capítulo 36 de “Nosso Lar” – “O Sonho” –, sem dúvida, é um dos mais interessantes da Obra – um dos mais reveladores.
André Luiz começa dizendo: “Ao cair da noite, já me sentia integrado no mecanismo dos passes, aplicando-os aos necessitados.” Então, vejamos: André Luiz, que não era espírita – ele não disse, anteriormente, que havia se convertido ao Espiritismo, como, de resto, não diz tal em nenhum dos cinquenta capítulos do livro –, é convidado a cooperar na transmissão de passes aos enfermos internados nas Câmaras de Retificação. Você, amigo/a internauta, não acha curioso que ele, por exemplo, não tivesse, antes, necessidade de frequentar um Curso de Passe, para, formalmente, habilitar-se (ou lhe ser permitido) a cooperar com os doentes recém-chegados do Umbral?!
*
Conta André que, no outro dia, pela manhã, naturalmente cansado pelas atividades intensas, como médico e médium passista, sentiu necessidade de algum descanso. Não é interessante?! Veja que, em verdade, nas Dimensões Espirituais próximas ao Orbe, o repouso físico ainda é indispensável na reconstituição das energias perispirituais – do perispírito que, deixando de ser perispírito, passa, na Vida do Além, a ser o envoltório externo do espírito, ou, em outras palavras, o seu corpo físico – a discussão em torno de sua densidade, em relação ao corpo carnal, é outro assunto.
*
Descansando num apartamento de repouso que Tobias lhe disponibilizara ali mesmo, “ao lado das Câmaras”, André, em desdobramento, vai ao encontro de sua mãe, ou seja: “sonha” com ela, que se encontrava domiciliada em Dimensão Superior. Notemos o que ele diz: “Eu sabia, perfeitamente, que deixara o veículo inferior no apartamento das Câmaras de Retificação, em ‘Nosso Lar’, e tinha absoluta consciência daquela movimentação em plano diverso. Minhas noções de espaço e tempo eram exatas.” André Luiz, pois, ao referir-se ao perispírito como “veículo inferior”, experimentara um sonho lúcido. Curioso, ainda, ele afirmar, em parágrafo anterior, que estava sendo “acompanhado” por um “barqueiro” silencioso, extasiando-se ele com as “magnificências da paisagem”, enquanto “subia”...
Ainda vamos gastar muito tempo até que, mentalmente, solucionemos em nós essa sensação direcional de “alto” e “baixo”, “direita” e “esquerda”, etc, no Universo! Por que André tinha a sensação de um movimento ascensional?! – “Parecia-me que a embarcação seguia célere, não obstante os movimentos de ascensão.” Em realidade, o que pode ser classificado de “ficar acima”, ou de “ficar abaixo”, na Criação Divina?!
*
Tendo deixado o perispírito em “Nosso Lar”, em que corpo André se projetara para fora dele?! Num outro perispírito?! No chamado “corpo mental”?! Afinal, quantos corpos espirituais nós possuímos?! No livro “Evolução em Dois Mundos”, em uma das várias notas de rodapé, André Luiz escreveu: “As expressões ‘Plano Físico’ e ‘Plano Extrafísico’, largamente usadas nestas páginas, foram utilizadas por nós, à falta de termos mais precisos que designem as esferas de evolução para os espíritos encarnados e desencarnados, pertencentes ao ‘habitat’ planetário.” Com o devido respeito, lhes perguntamos: como você interpreta esta nota de rodapé?! Enfim, não lhes parece que Mundo Material e Mundo Espiritual são quase tão somente uma questão de terminologia?! Ou será que estou avançando muito?!...
*
Apenas a título de informação, esclarecemos que Chico Xavier afirmava, com a Teosofia, e outras filosofias orientais, que, de fato, são sete os nossos corpos espirituais. Disse mais: segundo ele, o único livro da literatura espírita em que lhe fora possível ler algo a respeito é “Romance de Uma Rainha” (publicado, pela FEB, em dois volumes), de Rochester, que, os mais ortodoxos, consideram, inclusive, antidoutrinários.
*
As palavras da mãezinha de André, a ele dirigidas, são um verdadeiro primor de beleza espiritual – uma verdadeira síntese da mais alta sabedoria. E ela, atente-se, também não fora espírita quando encarnada. Notemos como o amor no coração confere natural sabedoria ao espírito, enquanto que o conhecimento, por si só, por vezes, nada mais confere ao espírito a não ser certa quantidade de informações.
Entre tantas palavras belas e sábias que a sua mãe lhe diz, escolhemos: “Deus nos vê e acompanha a todos, desde o mais lúcido embaixador de sua bondade, aos últimos seres da Criação, muito abaixo dos vermes da Terra.”
Não se trata para nós outros de um consolo, que nos sabemos colocados “... muito abaixo dos vermes da Terra”?!...
Ah, desculpem-me! Eu sei que muita gente se imagina muito acima das estrelas!...

INÁCIO FERREIRA – Blog Mediunidade na Internet

Uberaba, 23 de outubro de 2017.

23.10.17

KARDEC E NAPOLEÃO

    Logo após o Brumário (9 de Novembro de 1799), quando Napoleão se fizera o primeiro Cônsul da República Francesa, reuniu-se, na noite de 31 de Dezembro de 1799, no coração da latinidade, nas esferas Superiores, grande assembléia, de espíritos sábios e benevolentes, para marcarem a entrada significativa do novo século.
    Antigas personalidades de Roma Imperial, pontífices e guerreiros das Gálias, figuras notáveis da Espanha, ali se congregavam à espera do expressivo acontecimento.
    Legiões dos Césares, com os seus estandartes, falanges de batalhadores do mundo gaulês e grupos de pioneiros da evolução hispânica, associados a múltiplos representantes das Américas, guardavam linhas simbólicas de posição de destaque.
    Mas não somente os latinos se faziam representados no grande conclave. Gregos ilustres, lembrando as confabulações da Acrópole gloriosa, israelitas famosos, recordando o Templo de Jerusalém, deputações eslavas e germânicas, grandes vultos da Inglaterra, sábios chineses, filósofos hindus, teólogos budistas, sacrificadores das divindades olímpicas, renomados sacerdotes da Igreja Romana e continuadores de Maomet ali se mostravam, como em vasta convocação de forças da ciência e da cultura da Humanidade.
    No concerto das brilhantes delegações que aí formavam, com toda a sua fulguração representativa, surgiam Espíritos de velhos batalhadores do progresso que voltariam à liça carnal ou que a seguiriam, de perto, para o combate à ignorância e a miséria, na laboriosa preparação da nova era da fraternidade e da luz.
    No deslumbrante espetáculo da Espiritualidade Superior, com a refulgência de suas almas, achavam-se Sócrates, Platão Aristóteles, Apolônio de Tiana, Orígenes, Hipócrates, Agostinho, Fénelon, Giordano Bruno, Tomás de Aquino, S.Luis de França, Vicente de Paulo, Joana D'Arc, Tereza d'Avila, Catarina de Siena, Bossuet, Spinoza, Erasmo, Mílton, Cristóvão Colombo, Gutenberg, Galileu, Pascal, Swedenborg e Dante Alighieri para mencionar apenas alguns heróis e paladinos da renovação terrestre; e, em planos menos brilhantes, encontravam-se, no recinto maravilhoso, trabalhadores de ordem inferior, incluindo muitos dos ilustres guilhotinados da Revolução, quais Luís XVI, Maria Antonieta, Robespierre, Danton, Madame Roland, André Chenier, Bailly, Camile Desmoulins, e grandes vultos como Voltaire e Rousseau.
    Depois da palavra rápida de alguns orientadores eminentes, invisíveis clarins soaram na direção do plano carnal e, em breves instantes, do seio da noite, que velava o corpo ciclópico do mundo europeu, emergiu, sob a custodia de esclarecidos mensageiros, reduzido cortejo de sombras, que pareciam estranhas e vacilantes, confrontadas com as feéricas irradiações do palácio festivo.
    Era um grupo de almas, ainda encarnadas, que, constrangidas pela Organização Celeste, remontavam à vida espiritual, para a reafirmação de compromissos.
    À frente, vinha Napoleão, que centralizou o interesse de todos os circunstantes. Era bem o grande corso, com os seus trajes habituais e com o seu chapéu característico.
    Recebido por diversas figuras da Roma antiga, que se apressavam em ofercer-lhe apoio e auxilio, o vencedor de Rivoli ocupou radiosa poltrona que, de antemão, lhe fora preparada.
    Entre aqueles que o seguiram, na singular excursão, encontravam-se respeitáveis autoridades reencarnadas no Planeta, como Beethoven, Ampère, Fúlton, Faraday, Goethe, João Dálton, Pestalozzi, Pio VII, além de muitos outros campeões da prosperidade e da independência do mundo.
    Acanhados no veículo espiritual que os prendia à carne terrestre, quase todos os recém-vindos banhavam-se em lágrimas de alegria e emoção.
    O Primeiro-Cônsul da França, porém, trazia os olhos enxutos, não obstante a extrema palidez que lhe cobria a face. Recebendo o louvor de várias legiões, limitava-se a responder com acenos discretos, quando os clarins ressoaram, de modo diverso, como se pusessem a voar para os cimos, no rumo do imenso infinito...
    Imediatamente uma estrada de luz, à maneira de ponte levadiça, projetou-se do Céu, ligando-se ao castelo prodigioso, dando passagem a inúmeras estrelas resplendentes.
    Em alcançando o solo delicado, contudo, esses astros se transformavam sem seres humanos, nimbados de claridade celestial.
    Dentre todos, no entanto, um deles avultava em superioridade e beleza. Tiara rutilante brilhava-lhe na cabeça, como que a aureolar-lhe de bênçãos o olhar magnânimo, cheio de atração e doçura. Na destra, guardava um cetro dourado, a recamar-se de sublimes cintilações...
    Musicistas invisíveis, através dos zéfiros que passavam apressados, prorromperam num cântico de hosanas, sem palavras articuladas.
    A multidão mostrou profunda reverência, ajoelhando-se muitos dos sábios e guerreiros, artistas e pensadores, enquanto todos os pendões dos vexilários arriavam, silenciosos, em sinal de respeito.
    Foi então que o corso se pôs em lágrimas e, levantando-se, avançou com dificuldade, na direção do mensageiro que trazia o báculo de ouro, postando-se genuflexo, diante dele.
    O celeste emissário, sorrindo com naturalidade, ergueu-o, de pronto, e procurava abraçá-lo, quando o Céu pareceu abrir-se diante de todos, e uma voz enérgica e doce, forte como a ventania e veludosa como a ignorada melodia da fonte, exclamou para o Napoleão, que parecia eletrizado de pavor e júbilo, ao mesmo tempo:
    - Irmão e amigo ouve a verdade, que te fala em meu espirito! Eis-te à frente do apóstolo da fé, que, sob a égide do Cristo, descerrará para a Terra atormentada um novo ciclo de conhecimento...
    César ontem, e hoje orientador, rende o culto de tua veneração, ante o pontífice da luz! Renova, perante o Evangelho, o compromisso de auxiliar-lhe a obra renascente!...
    Aqui se congregam conosco lidadores de todas as épocas. Patriotas de Roma e das Gálias, generais e soldados que te acompanham nos conflitos da Farsália, de Tapso e de Munda, remanescentes das batalhas de Gergóvia e de Alésia aqui te surpreendem com simpatia e expectação... Antigamente, no trono absoluto, pretendias-te descendente dos deuses para dominar a Terra e aniquilar os inimigos... Agora, porém, o Supremo Senhor concedeu-te por berço uma ilha perdida no mar, para que te não esqueças da pequenez humana e determinou voltasses ao coração do povo que outrora humilhaste e escarneceste, a fim de que lhe garantas a missão gigantesca, junto da Humanidade, no século que vamos iniciar.
    Colocado pela Sabedoria Celeste na condição de timoneiro da ordem, no mar de sangue da Revolução, não olvides o mandato para o qual fostes escolhido.
    Não acredites que as vitórias das quais fostes investido para o Consulado devam ser atribuídas exclusivamente ao teu gênio militar e político. A Vontade do Senhor expressa-se nas circunstâncias da vida. Unge-te de coragem para governar sem ambição e reger sem ódio. Recorre à oração e à humildade para que te não arrojes aos precipícios da tirania e da violência!...
    Indicado para consolidar a paz e a segurança, necessárias ao êxito do abnegado apóstolo que descortinará a era nova, serás visitado pelas monstruosas tentações do poder.
    Não te fascines pela vaidade que buscará coroar-te a fronte... Lembra-te de que o sofrimento do povo francês, perseguido pelos flagelos da guerra civil, é o preço da liberdade humana que deves defender, até o sacrifício. Não te macules com a escravidão dos povos fracos e oprimidos e nem enlameies os teus compromissos com o exclusivismo e com a vingança!...
    Recorda que, obedecendo a injunções do pretérito, renasceste para garantir o ministério espiritual do discípulo de Jesus que regressa à experiência terrestre, e vale-te da oportunidade para santificar os excelsos princípios da bondade e do perdão, do serviço e da fraternidade do Cordeiro de Deus, que nos ouve em seu glorificado sólio de sabedoria e de amor!
    Se honrares as tuas promessas, terminará a missão com o reconhecimento da posteridade e escalarás horizontes mais altos da vida, mas, se as tuas responsabilidades forem menosprezadas, sombrias aflições amontoar-se-ão sobre as tuas horas, que passarão a ser gemidos escuros em extenso deserto...
    Dentro do novo século, começaremos a preparação do terceiro milênio do Cristianismo na Terra.
    Novas concepções de liberdade surgirão para os homens, a Ciência erguer-se-á a indefiníveis culminâncias, as nações cultas abandonarão para sempre o cativeiro e o tráfico de criaturas livres e a religião desatará os grilhões do pensamento que, até hoje, encarceram as melhores aspirações da alma no inferno sem perdão!...
    Confiamos, pois, ao teu espírito valoroso a governança política dos novos eventos e que o Senhor te abençoe!...
    Cânticos de alegria e esperança anunciaram nos céus a chegada do século XIX e, enquanto o Espírito da Verdade, seguido por várias cortes resplandecentes, voltava para o Alto, a inolvidável assembléia se dissolvia...
    O apóstolo que seria Allan Kardec, sustentando Napoleão nos braços, conchegou-o de encontro ao peito e acompanhou-o, bondosamente, até religá-lo ao corpo de carne, no próprio leito.
....................................................................................................................................
    Em 3 de outubro de 1804, o mensageiro da renovação renascia num abençoado lar de Lião, mas o Primeiro-Cônsul da República Francesa, assim que se viu desembaraçado da influência benéfica e protetora do Espírito de Allan Kardec e de seus cooperadores, que retomavam, pouco a pouco, a integração com a carne, confiantes e otimistas, engalanou-se com a púrpura do mando e, embriagado de poder, proclamou-se Imperador, em 18 de maio de 1804, ordenando a Pio VII viesse coroá-lo em Paris.
    Napoleão, contudo, convertendo celestes concessões em aventuras sanguinolentas, foi apressadamente situado, por determinação do Alto, na solidão curativa de Santa Helena, onde esperou a morte, enquanto Allan Kardec, apagando a própria grandeza, na humildade de um mestre-escola, muita vez atormentado e desiludido, como simples homem do povo, deu integral cumprimento à divina missão que trazia à Terra, inaugurando a era espírita-cristã, que, gradativamente, será considerada em todos os quadrantes do orbe como a sublime renascença da luz para o mundo inteiro.


Livro: Cartas e Crônicas - Francisco C. Xavier -  Irmão X

22.10.17

ABRAMOS O CORAÇÃO

Por quantas vidas, eu deixei
De aproveitar a grande chance
Que Deus colocou ao meu alcance
E em quase todas, fracassei.

Por quanto tempo eu falhei
Em semear o amor cristão
Em meu próprio coração.
Só amarguras, semeei.

Milhares de anos, eu tive
Para me aperfeiçoar
E conjugar o verbo amar
Que em minh'alma ainda vive .

Mas deixei-me arrastar
Nas valas da ingratidão.
A ninguém estendi a mão
E nunca eu soube perdoar.

E na vida espiritual
Na qual busco me redimir
Pra não voltar a falir
E abandonar de vez o mal,

Dificuldades sem fim,
De onde nem imagino,
São parte do meu destino
São o que eu arranjei pra mim.

Mas....confiante que sou em Jesus,
Sei que um dia, isso mudará.
Minha estrela se acenderá E brilhará, por fim, minha luz.

Encontrarei o meu caminho
Nos conselhos do Messias.
Terei muitas alegrias.
Não estarei mais sozinho.

Venha comigo , amigo !
Assumamos esta missão .
Vamos semear o perdão
Oferecendo amparo e abrigo !

E nesta mesma encarnação ,
Deixemos de ser ateus !!
Tenhamos mais fé em Deus
E ABRAMOS O CORAÇÃO !!


ROBERTO FERREIRA

21.10.17

AUTO DE FÉ

(Recordando o “Auto de Fé”, a 9 de outubro de 1861, na cidade de Barcelona, Espanha).

Século XIX... Inquisição...
A treva enfurecida opõe-se à luz...
Em Barcelona, Espanha, a escuridão
Sitia o Evangelho de Jesus...

Na esplanada, se agita a multidão...
Estranho fogaréu sobe e reduz
Em cinza e lama a Codificação,
Que, entre as chamas, inda mais reluz...

Aos apupos de místicas plateias,
Queimam-se os livros, mas não as ideias,
Que o fanatismo vão não incinera...

Brilhando na fogueira, redivivo,
O Espiritismo segue sempre altivo.
Prenunciando ao mundo a Nova Era!...

Cruz e Sousa

(Página recebida pelo médium Carlos A. Baccelli, em reunião pública do Lar Espírita “Pedro e Paulo”, na manhã de sábado do dia 14 de outubro de 2017, em Uberaba – MG).

20.10.17

KARDEC e DARWIN

    Kardec e Darwin foram dois grandes cientistas que vieram ao mundo no alvorecer do século 19. O primeiro, um médico francês e aluno de Pestalozzi, foi o codificador de Espiritismo, o segundo era um naturalista e fisiologista inglês. Kardec pesquisou a evolução dos Espíritos, Darwin, a dos corpos biológicos.
    Nós somos espíritos imortais. E o Nazareno disse que nós devemos buscar a perfeição de Deus, o Pai. Nós somos hoje os espíritos dos homens de ontem, inclusive os dos homens das cavernas. E depois de inúmeras reencarnações chegamos à evolução e perfeição em que nos encontramos atualmente. Se não houvesse evolução e as reencarnações que a possibilitam, seríamos forçados a pensar que Deus foi muito injusto com aqueles espíritos de outrora dos homens da caverna, que só teriam vivido mais como bichos do que como seres humanos propriamente ditos! A evolução é, pois, uma lei natural tão real como o é a da Gravidade, e é até sagrada.
    A igreja como afirma o sábio francês padre François Brune, acredita na vida após a morte, ou a chamada vida eterna, mas na prática tem agido como se ela não existisse, pois não a estuda, e é até contrária ao seu estudo. A mesma coisa se pode dizer dos nossos irmãos protestantes. Isso nos faz lembrar do que o Mestre afirmou, ao referir-se aos sacerdotes judeus de sua época: " Não entram no reino dos céus, e não deixam outros entrarem!". É necessário, pois, que os católicos e protestantes despertem também para o estudo de espírito, e não só do corpo, como vêm fazendo há séculos, pois o espírito é mais importante do que o corpo. " A carne para nada se aproveita; o que importa é o espírito que dá vida" (João 6, 63).
    Foi revolucionário o livro de Darwin: " Da Origem das Espécies" (1859), principalmente porque ele entrou em choque com as ideias da interpretação literal da Bíblia, quando a exegese e a hermenêutica ainda eram muito elementares e tímidas. A Igreja estava, pois, sem força moral para enfrentar aquele poderoso materialismo efervescente, após a Revolução Francesa, o que se agravava mais ainda pelo fato de ela estar, justamente naquela época, deixando a Inquisição. Foi quando surgiram também os não menos revolucionários livros científicos e espiritualistas de Kardec, entre eles " O Livro dos Espíritos" (1857), os quais deram um verdadeiro " chega pra lá " nas ideias materialistas e antireligiosas de Darwin e de seus contemporâneos Marx e Comte. Por isso dizemos como o escritor e pastor presbiteriano do Rio de Janeiro, Neemias Marien: " O maior reformador do Cristianismo não é Lutero, mas Allan Kardec." De fato, até Kardec, não se tinha feito ainda um estudo racional e científico da Bíblia.
    Darwin foi um dos grandes cientistas da evolução da vida material, e Kardec o foi da evolução da vida do espírito na matéria e fora da matéria"


José Reis Chaves

19.10.17

Esperanto - Divaldo P. Franco

    "Entrevistador: Divaldo, você poderia transmitir uma pequena mensagem em Esperanto para os esperantistas da Paraíba?

    Divaldo: Embora não seja cultor do idioma Esperanto, posso dizer que essa língua universal, que se candidata a ser o elo de fraternidade entre as criaturas, criada por Lázaro Ludwig Zamenhof, que nasceu na cidade de Bialistok, na Polônia, e que desenvolveu um grande programa de solidariedade humana, será, indubitavelmente, o maior elo de fraternidade entre as criaturas porque derrubará as barreiras linguísticas e aproximará muito mais os homens para um entendimento entre todos."

18.10.17

ASSEMBLÉIA DE ESPÍRITOS ENCARNADOS

Questão 417 do Livros dos Espíritos

Aos Espíritos, por estarem encarnados, nada impede de formarem assembleias no mundo espiritual, no percurso do sono. Isso acontece sempre. São almas afins que se reúnem para trocar ideias. Assim os bons, assim os maus, dentre os quais existem os retardatários, que faltam muitas vezes aos compromissos, e que sempre são chamados aos deveres.
Podemos observar que, em muitos casos, como ao lermos um livro de ensinamentos elevados é difícil de ser entendido, conseguimos, com muita facilidade, absorver seu conteúdo. Nesses casos, é porque fizemos, certamente, parte de uma dessas assembleias no mundo espiritual durante o sono, onde estudamos esses conceitos elevados da vida. As leis naturais são, nesses ambientes, mais fáceis de serem compreendidas
Formam-se assembleias em todos os lugares no universo de Deus. Todos que se encontram estão em busca de mais entendimento, porque a sabedoria é necessária para que o amor se assente no íntimo da alma e faça parte dela para a eternidade.
Quantos espiritualistas se reúnem na Terra para orar e compreender melhor a vontade de Deus!? São muitos, e cada assembleia tem caminhos diferentes, mas, com o mesmo objetivo de iluminar-se. Pois bem, quando no processo do sono, eles tornam a se reunir, continuando os estudos e as orações, e é no plano da realidade que eles aprendem com mais profundidade o que desejam.
Os anjos também se reúnem para tomar algumas decisões, de modo que as suas experiências se alargam, procurando cada vez mais acertar nas linhas da justiça e nos esplendores do amor.
Não percamos, pois, a paciência, quando não entendermos certos assuntos que devem ser resolvidos; todo erro passa como toda mentira; somente a verdade ficará de pé, para nos dizer: “Eu sou a luz”.
Na Terra e na sua atmosfera há somente um mestre, dentre todos os outros: Jesus Cristo. Tudo o que vem de Deus para a humanidade passa por Ele. Para que se possa entender, Ele é o coordenador das nossas necessidades espirituais. Até mesmo os raios do sol, o ar, as águas e as plantas têm Suas bênçãos.
Em todo sistema de assembleias, onde a verdade e a sinceridade são o tema, a resposta não deixa de aparecer nos moldes dos sentimentos, pois é constituindo assembleias nobres que formamos as nossas convicções elevadas. Se não queremos nos reunir no mundo espiritual com Espíritos inferiores, esqueçamos a inferioridade no plano da matéria, procuremos livrar-nos dela nas nossas conversações e nas nossas diretrizes de cada minuto. Somente colhemos o que plantamos e nos reunimos sempre com os nossos iguais, seja na Terra, seja no céu; entretanto, existe a misericórdia, que muitas vezes nos leva aonde não fazemos jus, para aprendermos a merecer. Isso ocorre de vez em quando.
Jesus desceu dos altiplanos da Vida Maior por amor à humanidade, deixando transparecer na visibilidade de tudo a misericórdia de Deus. Reuniu Seus discípulos, entregando-lhes o Evangelho, para que esse pudesse se multiplicar, formando assembleias por toda parte e irradiando a paz para todas as nações. E até hoje essas assembleias se multiplicam por todo o mundo, de modo que no amanhã possamos registrar o céu, não mais fora de nós, mas dentro dos nossos corações. Eis aí a verdadeira felicidade.


Livro: Filosofia Espírita – João Nunes Maia – Miramez - Todos os livros Espíritas como este vendidos em nossa loja terão o lucro repassado à Casa Espírita de Oração Amor e Luz.

17.10.17

ESPIRITISMO - PROSÉLITOS

         366 –Como deverá agir o espírita sincero, quando encontre perante certas extravagâncias doutrinárias?
         -À luz da fraternidade pura, jamais neguemos o concurso da boa palavra e da contribuição direta, sempre que oportuno, em benefício do esclarecimento de todos, guardando, todavia, o cuidado de nunca transigir com os verdadeiros princípios evangélicos, sem, contudo ferir os sentimentos das pessoas. E se as pessoas perseverarem na incompreensão, cuide cada trabalhador da sua tarefa, porque Jesus afirmou que o trigo cresceria ao lado do joio, em sua seara santa, mas Ele, o Cultivador da Verdade Divina, saberia escolher o bom grão na época da ceifa.
         367 –É justo que, a propósito de tudo, busque o espiritista tanger os assuntos do Espiritismo nas suas conversações comuns?
         -O crente sincero precisa compenetrar-se da oportunidade, no tempo e no ambiente, com relação aos assuntos doutrinários, porquanto, qualquer inconsideração nesse particular, pode conduzir a fanatismo detestável, sem nenhum caráter construtivo.
         De modo algum se deverá provocar as manifestações mediúnicas, cuja legitimidade reside nas suas características de espontaneidade, mesmo porque o programa espiritual das sessões está com os mentores que as orientam do plano invisível, exigindo-se de cada estudioso a mais elevada porcentagem de esforço próprio na aquisição do conhecimento, porquanto o plano espiritual distribuirá sempre, de acordo com as necessidades e os méritos de cada um. Forçar o fenômeno mediúnico é tisnar uma fonte de água pura com a vasa das paixões egoísticas da Terra, ou com as suas injustificáveis inquietações.


Livro “O Consolador” –  Francisco C. Xavier – Emmanuel – Todos os livros Espíritas como este vendidos em nossa loja terão o lucro repassado à Casa Espírita de Oração Amor e Luz.

16.10.17

COMO VOCÊ INTERPRETA?! – XXIX

Antes de darmos sequência às nossas reflexões sobre os capítulos de “Nosso Lar”, livro de autoria de André Luiz, gostaríamos de fazer uma observação. Não nos esqueçamos de que se, em suas obras anteriores, ou seja, nos demais volumes de sua extraordinária Coleção, o competente autor espiritual escreveu sob o endosso de sua própria vivência além da morte do corpo carnal, e, sobretudo colhendo depoimentos de elevados Mentores da Vida Maior, em “Evolução em Dois Mundos” e “Mecanismos da Mediunidade” (além do maravilhoso “Agenda Cristã”), ele revelou a sua própria capacidade de espírito altamente lúcido. Eis algo que, infelizmente, muitos dos que se referem a André Luiz, com o intuito de minimizar o valor dos livros de sua lavra espiritual, esquecem-se de destacar.
*
No capítulo 35 de “Nosso Lar”, intitulado “Encontro Singular”, André Luiz nos relata experiência comovente e altamente instrutiva, semelhante, sem dúvida, a muitas com as quais os desencarnados se defrontam, quando, é óbvio, em desencarnando, têm oportunidade para tanto – porque, a grande maioria daqueles que deixam o corpo na Terra sequer logra oportunidade igual à que André desfrutou, logo que adentrou a cidade espiritual. Até mesmo para estarmos com possíveis desafetos, e pedir-lhes perdão pelo prejuízo que lhes causamos, necessitar ter merecimento.
*
Todos os que já tiveram oportunidade de ler “Nosso Lar” sabem que André, no capítulo 35, narra o seu encontro com Silveira, um dos integrantes dos “Samaritanos”. O próprio Silveira, ao vê-lo em “Nosso Lar” surpreende-se com a sua presença lá, posto, talvez, não esperar que André tivesse desencarnado tão cedo.
André sente-se constrangido, de vez que Silveira, junto com a família, tinha sido prejudicado pelo seu pai, que, na condição de agiota, em vista da impossibilidade de que Silveira resgatasse com ele o débito adquirido, o espoliara de todos os bens, deixando-o numa situação econômica muito difícil – então, o referido chefe de família estava doente, com dois filhos igualmente acamados, certamente, à época, vitimados por alguma enfermidade tropical.
A esposa de Silveira havia tentado obter a intercessão da mãe de André junto ao esposo, de nome Laerte, todavia ele não a ouviu, e, encorajado pelo próprio filho ainda muito jovem, levou a cabo a execução da dívida, que, inclusive, levara a senhora Silveira a ficar sem o seu piano. Escreveu o autor espiritual: “Derrotados na luta, os Silveiras haviam procurado recanto humilde no Interior, amargando o desastre financeiro em extrema penúria.”
*
Silveira, ao reencontrar André, age cavalheirescamente, e, nem de leve, menciona o desagradável episódio, que, junto a outros equívocos, muito estava custando ao pai de André Luiz, retido em obscuras regiões umbralinas.
*
Procurando Narcisa, igualmente sua conselheira nos primeiros tempos de “Nosso Lar”, André, naturalmente avexado, descreve o ocorrido, escutando dela o seu próprio depoimento: “Já tive a felicidade de encontrar por aqui o maior número das pessoas que ofendi no mundo. Sei, hoje, que isso é uma bênção do Senhor que nos renova a oportunidade de restabelecer a simpatia interrompida, recompondo os elos quebrados, da corrente espiritual.”
E, em seguida, ouve-lhe a pergunta: “Aproveitou você, o belo ensejo?” Ante a negativa de André, a simpática Narcisa o incentiva: “Vá, meu caro, e abrace-o de outra maneira. Aproveite o momento, porque o Silveira é ocupadíssimo e talvez não se ofereça tão cedo outra oportunidade.”
*
Recordemos aqui a recomendação de Jesus: “Entra em acordo sem demora com o teu adversário, enquanto estás com ele a caminho...”
*
Atitude linda a de Silveira que, quando André o procura, para desculpar-se em seu nome e em nome de seu pai, praticamente nem o deixa terminar de falar, não consentindo que ele prosseguisse se humilhando – repetindo, que bela atitude! Quantos, antes de se disporem a perdoar algum mal entendido, esperam que o pretenso ofensor se humilhe ao extremo!...
*
Terminando, em nossa síntese, Silveira diz a André: “... seu pai foi meu verdadeiro instrutor. Devemos-lhe, meus filhos e eu, abençoadas lições de esforço pessoal. Sem aquela atitude enérgica que nos subtraiu as possibilidades materiais, que seria de nós no tocante ao progresso do espírito?”
*
Pois é, caros internautas, poucas perguntas desta vez, mas, com certeza, a mais incisiva de todas as que aqui já tivemos oportunidade de lhes formular: - Antes de passarem por um constrangimento semelhante ao de André Luiz deste Outro Lado, algum de vocês, se for o caso, já procurou aproveitar “o belo ensejo”?!

INÁCIO FERREIRA – Blog Mediunidade na Internet

Uberaba – MG, 16 de outubro de 2017.

15.10.17

Jesus

    A segunda grande revelação da Lei de Deus, na concepção Kardequiana, foi apresentada por Jesus, o Divino Governador da Terra.
    Segundo o benfeitor André Luiz [Evolução em Dois Mundos]:
    "Com Jesus, a religião, como sistema educativo, alcança eminência inimaginável. Nem templos de pedras, nem rituais. Nem hierarquias efêmeras, nem avanço ao poder humano. O Mestre desaferrolha as arcas do conhecimento enobrecido e distribui-lhe os tesouros."
    Allan Kardec, examinando a Revelação Cristã, lembra que:
    "O Cristo, tomando da antiga lei o que é eterno e divino e rejeitando o que era transitório, puramente disciplinar e de concepção humana, acrescentou a revelação da vida futura, de que Moisés não falara, assim como a das penas e recompensas que aguardam o homem depois da morte."
    Acrescenta Kardec que a filosofia cristã estava sedimentada em uma concepção inteiramente nova da Divindade. Esta já não era mais a concepção de um Deus terrível, ciumento, vingativo, como O apresentava Moisés, mas um Deus clemente, soberanamente bom e justo, cheio de mansidão e misericórdia, que perdoa ao vicioso e dá a cada um segundo as suas obras. Enfim, já não é o Deus que quer ser temido, mas o Deus que quer ser amado.
    Quem é Jesus?
    Lembra o Espírito Emmanuel, que:
    "De forma alguma poderíamos fazer um estudo minucioso da psicologia de Jesus, por nos faltar maturidade espiritual para tanto."
    No entanto, a respeito do Messias, sabe-se que foi Ele o Enviado de Deus, a representação do Pai junto ao rebanho de filhos transviados de seu amor e de sua sabedoria, cuja tutela foi-lhe confiada nas ordenações sagradas da vida no Infinito.
    Diretor angélico do orbe terreno, acompanhou todo o processo de formação da Terra, o primórdio da vida no planeta, e vem seguindo, com a mais extremada atenção, a todos os espíritos que vinculados a este orbe, desenvolvem valores éticos e culturais.
    Mostra Emmanuel que Jesus não pode ser compreendido como um simples filósofo, tendo-se em conta os valores divinos de sua hierarquia espiritual, conseguidos à custa de inumeráveis encarnações em mundos, hoje já inexistentes.
    Esteve encarnado em nosso planeta uma única vez, e tornou-se, na expressão do Codificador, o "modelo e guia para a humanidade", haja vista ter sido Jesus o único Espírito Puro a envolver-se nos fluidos carnais da Terra.
    Os Evangelhos
    A Mensagem Cristã encontra-se distribuída nos quatro evangelhos (Mateus, Marcos, Lucas e João), nas Epístolas apostólicas, nos Atos dos Apóstolos e no Apocalipse de João.
    Uma análise crítica dos Evangelhos e das Cartas Apostólicas, leva-nos, naturalmente, ao encontro de algumas passagens pouco aceitáveis, ilógicas ou até mesmo absurdas: "A tentação no deserto", "A expulsão dos vendilhões do templo" e muitos pensamentos colocados na boca de Jesus, não resistem a uma análise racional por encontrarem-se em evidente contradição com os mais elementares princípios da lógica, da justiça e da caridade.
    Estes desencontros evangélicos em nada desmerecem a obra, que é, segundo Kardec, "código universal da moral", mas despertam nossa atenção para alguns detalhes vinculados a ela:
    As Adulterações Involuntárias: Jesus nada escreveu. Acredita-se que as primeiras anotações tenham surgido muito tempo depois da sua morte. Marcos, Lucas e Paulo não chegaram a conhecer o Messias e, portanto, colheram informações de outras fontes. Todos essas evidências levam-nos a acreditar que determinadas colocações apresentadas nos Evangelhos não correspondem à realidade absoluta dos fatos.
    Certamente, ocorreram adulterações involuntárias.
    a) Os Enxertos dos Evangelistas: Notamos, ao examinarmos os Evangelhos, que uma preocupação básica ocupava a mente dos evangelistas: provar que Jesus era de fato o Messias aguardado pelos judeus. Para que a Mensagem cristã viesse a vingar na Palestina, esta ideia deveria prevalecer. Acredita-se então, que algumas passagens da Boa Nova não ocorreram realmente, mas foram acrescentadas às anotações com esse objetivo. "O nascimento de Jesus em Belém", "a hipotética viagem ao Egito", a "Tentação no deserto" e muitas outras passagens teriam sido enxertadas para provar a tese de que Jesus era o Salvador dos Judeus, o Enviado de Jeová.
    b) As Adulterações Posteriores da Igreja: muitas anotações verificadas nos textos bíblicos de hoje não são identificadas nas versões originais, mostrando que foram acrescentadas posteriormente. Para justificar certos dogmas, alguns sacramentos e determinadas práticas religiosas, certos representantes da Igreja, ainda nos primeiros séculos da era Cristã, acrescentaram aos textos originais ideias, princípios e passagens que na realidade não ocorreram.


Apostila Original: Instituto de Difusão Espírita de Juiz de Fora - MG

14.10.17

IDEAL E VIDA

Não passes pelo mundo indiferente,
Procura dar sentido à própria vida,
Cumpre com teu dever honestamente,
Valorizando o tempo em tua lida.

Conforta alguém, socorre algum doente,
Fala a palavra amiga e esclarecida,
Serve sempre, porquanto, assim somente,
A vida vale a pena ser vivida.

Toda tarefa é nobre e sem igual,
Quando se elege o Bem por ideal...
Não te perturbe o escuro torvelinho...

Prossegue semeando a gleba imensa,
Nada mais almejando em recompensa
Que flores vicejando em teu caminho!...

Eurícledes Formiga - Blog Espiritismo em Prosa e Verso

(Página recebida pelo médium Carlos A. Baccelli, em reunião do dia 21 de agosto de 1986, na cidade de Uberaba – MG).

13.10.17

IRMÃOS DA MESMA FAIXA

Era um hábito sem pausa...
Fosse ilusão ou capricho,
O médium Joaquim de Souza
Curtia o jogo do bicho.

Não era pessoa falsa,
Não era mau companheiro,
Demonstrava apenas fome
De dinheiro e mais dinheiro.

Na manha de cada dia,
Em pensamento profundo,
Perguntava a Irmão Rosalvo
Que lhe fora irmão no mundo...

- "Que bicho teremos hoje?"
Após ligeiro intervalo,
A voz do irmão respondia:
- "Pegue o camelo e o cavalo."
   
Joaquim seguia o conselho,
Promovia grande aposta:
Depois, vinha o resultado
Grande soma por resposta.

Chegava a manhã seguinte,
Concentrava-se com fé...
- "E hoje?" O irmão sugeria:
- "Pegue a cabra e o jacaré."

Na manhã imediata,
Joaquim regressava à treta:
- "E hoje?" O irmão informava:
- "Pegue o tigre e a borboleta."

Meses e meses passaram...
Joaquim tinha o ouro à vista,
Embora médium, subira
A grande capitalista.

Certa manhã, disse a voz:
- "Joaquim, melhore o seu taco,
Entregue tudo o que tenha
No peru e no macaco."

Joaquim atendeu, de pronto...
Pôs as somas que ajuntara
Nos dois bichos referidos
Que a voz do Além lhe apontara.

Nesse dia, entrou em prova;
Com grande consternação,
Viu que os bichos não vieram,
Vieram gato e pavão.

Joaquim errava, magoado,
Da sala para a cozinha...
Estava pobre... Perdera
A fortuna que detinha.

Ansioso, foi ao quarto,
Entrou em prece e pediu:
- "Irmão Rosalvo, esclareça!...
O que é que você viu?

Atenda! Peço socorro,
Fale, irmão!... Pois estou fraco!...
Por que o gato e o pavão
Sem peru e sem macaco?"

A voz, porém, lhe explicou:
- "Não sou o seu companheiro,
Não sou seu irmão Rosalvo,
Eu sou a mãe do banqueiro..."

Meus irmãos, temos na terra
Um trio de fel e fogo...
Tem três nomes conhecidos:
- Ambição, cachaça e jogo.


Livro: "Agência De Notícias" -  Francisco C Xavier - Jair Presente

12.10.17

Prece

PRECE pelos desencarnados.
A prece não pode mudar os desígnios da Providência; mas, vendo que há interesse por eles, os Espíritos sofredores se sentem menos desamparados; tornam­-se menos infelizes; ela exalta sua coragem, estimula neles o desejo de elevar-se pelo ARREPENDIMENTO E A REPARAÇÃO, e pode desviá-los do pensamento do mal. É nesse sentido que ela pode não só aliviar, mas abreviar seus sofrimentos.

O Espiritismo em sua mais simples expressão - Allan Kardec.

11.10.17

VISITAS ESPÍRITAS VOLUNTÁRIAS

Questão 416 do Livro dos Espíritos

O Espírito tem uma postura quando no corpo; entretanto, ao tornar-se livre da matéria, dentro da sua parcialidade, ligado apenas pelo cordão fluídico, ele pode pensar de outra forma, desde quando seja alma elevada. Por exemplo: se, quando se movendo no corpo, ele deseja fortemente encontrar-se com alguém no plano do Espírito, ao entrar no transe do sono, mais livre, ele pode não se interessar mais pela ideia preconcebida. Mas, quando é um Espírito envolvido nas paixões inferiores da carne, em estado de sono pode se encontrar com companheiros das mesmas ideias, ou piores ainda.
Há pessoas que concentram os pensamentos para encontros no mundo dos Espíritos, e confabulações com tais e quais entidades; no entanto, isso depende de muitas condições, não somente dos pensamentos que firmam em sua mente. E o direito dos Espíritos com quem desejam se encontrar? Se eles se encontram em planos superiores, o trabalho é constante em suas vidas, e só atendem aos pedidos se quiserem, por serem superiores aos que os chamam. Também pode ocorrer que, não comparecendo aquele a quem se chama, Espíritos brincalhões assumam sua aparência e façam sua festa costumeira. Para trabalhar, poucos se oferecem; para brincar, existem muitos candidatos.
Tudo é sintonia. Para onde pendermos nossa mente, do modo que pensamos e vivemos, encontraremos companhias do mesmo quilate no plano do Espírito. Somos atraídos para onde pender o coração, e quanto mais forte for a tendência, mais nos reuniremos com os nossos iguais.
Concitamos os irmãos que ainda se encontram revestidos da carne, para procurarem escolas de educação espiritual, para cada vez mais limparem dos sentimentos as paixões inferiores, que elas têm a força de os conduzirem aos planos mais baixos do umbral. Lá, encontrarão Espíritos que pensam e agem em estado bem pior do que os encarnados. Ali se processa a festividade dos sentimentos degradados. Eles dormem no mal e desconhecem os valores imortais do bem; pensam que enganam a vida e nunca cogitam da existência de Deus. Porém, enganam-se a si mesmos e a cada momento que passa, seus corpos espirituais vão ficando mais lerdos, a circulação de energias mais difícil e em muitos casos ocorre um endurecimento nos centros de forças espraiados nos corpos sutis que revestem o Espírito. Quando esses Espíritos voltam à Terra, encontram em seus destinos o chamado carma, que lhes cobra tudo até o último ceitil, no dizer do Evangelho.
Jesus, quando curava os doentes do corpo, entregava a eles o material divino para a cura da alma, que somente eles mesmos deviam fazer.
É o curar a si mesmo.
Todo material de cura que existe na Terra, mesmo os espirituais, são paliativos, porque a verdadeira cura vem de dentro da alma: são as mudanças de vida e a obediência às leis naturais. Fora disso, é sofrer as consequências dos seus feitos incorretos.
A dor é, em toda parte, uma descarga das forças selvagens entranhadas no mundo da alma; no entanto, ao sofrer, o Espírito muda de ideias, procurando sempre melhorar espiritualmente. Se não melhorar, a dor continua até modificar seus sentimentos. Podem-se diminuir as dores e até não sofrê-las, se entendermos que a dor é a mestra. Desde quando se procura fazer o que ela vem ensinar, cessa sua necessidade nos nossos caminhos.

Livro: Filosofia Espírita – João Nunes Maia – Miramez - Todos os livros Espíritas como este vendidos em nossa loja terão o lucro repassado à Casa Espírita de Oração Amor e Luz.