31.3.19

Assuma sua Responsabilidade


O que temos hoje senão a nós mesmos? Todo dia, toda hora, somente podemos contar conosco, mais ninguém. E como ficam os outros que nos rodeiam? Pai, mãe, filhos, irmãos e amigos? Eles são um apoio nas nossas vidas, mas não podem viver a nossa vida, esta é indelegável e intransferível, por isso, é você e somente você que prestará contas do que fizer ou deixar de fazer.
Essa observação é importante porque vejo milhares de pessoas transferindo para os outros aquilo que é a sua própria responsabilidade. E quando não dá certo, basta afirmar que não foi culpa sua, afinal, seguiu os conselhos dos outros. Não é bem assim que acontece.
Quando “morremos” e chegamos na eternidade o que nos perguntam primeiro é “o que fez da vida?”. Não perguntam o que fizeram da sua vida. Pode ser que os outros tenham participação nela, mas é você o responsável pela sua vida.
Outras pessoas justificam que não fizeram o que deveriam ter feito porque as outras pessoas não deixaram. Como poder atribuir culpa se não foi possível fazer? Também não é assim. As pessoas possuem relativa participação na nossa vida. Elas podem querer impedir, mas, ao menos que você seja um escravo ou escrava, a liberdade de fazer é sua. Não transfira novamente para o outro aquilo que lhe cabe.
É este o apelo que faço nesta ocasião porque vejo a quantidade significativa de pessoas que tem a sua viagem na terra se esvaído das próprias mãos porque não agarrou a vida como deveria e não deu a ela o rumo que planejou.
É um despautério total arrumar desculpas. Não tem perdão isso por aqui. Tem responsabilização e mais nada. Portanto, cuide de fazer da sua vida algo produtivo e útil. Aproveitar as oportunidades que te chegam para cumprir com seu desiderato.
Não me digam que Deus não quis. Isso não! Se olhar bem a sua vida, você vai enxergar que Ele diariamente só lhe abre portas para fazer o bem. Se você não liga e faz outra coisa, a responsabilidade é sua e não de Deus.
Eu estou aqui nesse momento aproveitando a oportunidade de escrever por um médium. Alguém que me emprestou seu tempo para dividir minhas ideias com ele e com o mundo. Se eu não fizer o que me cabe, não posso responsabilizar a ele por algo que deixou de ocorrer. Eu tenho mais é que aproveitar.
Olhem para vida com olhos mais generosos. Deixe-se aprender com tudo que ela te oferece.
Nada está perdido. Se não fez, a vida te abrirá novas portas e bola para a frente!
Aproveite e faça agora mesmo o que a vida te convidar a fazer.
Muita paz em seu coração!

Helder Camara – Blog Novas Utopias

30.3.19

HERÓICA BATALHA


Esquece a mágoa e a provação atroz,
Combate o mal e serve sem temor,
Cede ao Bem tuas mãos e tua voz,
Entoando a canção do Eterno Amor...

A vida sempre espera algo de nós...
Levemos lenitivo a toda dor,
Ninguém padeça e se lastime a sós,
Que a Caridade é luz por onde for...

O Mestre segue à frente... Eis os seus rastros
A inibir o fulgor dos próprios astros...
Seu Divino Estandarte a paz encerra...

Não desertemos da batalha heroica...
Marchemos juntos à Falange estoica,
Que constrói o seu Reino sobre a Terra!...

Eurícledes Formiga – Blog Espiritismo em Prosa e Verso
(Soneto recebido pelo médium Carlos A. Baccelli, no dia 7 de março de 1986, em Uberaba – MG).

29.3.19

EXISTÊNCIA DE DEUS


Conta-se que um velho árabe analfabeto orava com tanto fervor e com tanto carinho, cada noite, que, certa vez, o rico chefe de grande caravana chamou-o à sua presença e lhe perguntou:
- Por que oras com tanta fé? Como sabes que Deus existe, quando nem ao menos sabes ler?
O crente fiel respondeu:
- Grande senhor, conheço a existência de Nosso Pai Celeste pelos sinais dele.
- Como assim? - indagou o chefe, admirado.
O servo humilde explicou-se:
- Quando o senhor recebe uma carta de pessoa ausente, como reconhece quem a escreveu?
- Pela letra.
- Quando o senhor recebe uma jóia, como é que se informa quanto ao autor dela?
- Pela marca do ourives.

Livro: Francisco C. Xavier - Meimei

28.3.19

o planeta Terra é oco?


Existe algum fundamento ao afirmar que o planeta Terra é oco?

    Adeptos da Teoria da Terra Oca crêem que o planeta seja entrecortado por túneis, que ligariam os mais diversos pontos do globo
    A idéia de que a Terra possui um buraco em seu interior, onde hospedaria uma civilização subterrânea, não é nova. Em várias religiões a crença no inferno é uma expressão disso. O primeiro homem a tentar provar essa teoria foi o norte-americano John Cleves Symmes, que acreditava que nosso planeta fosse constituído por uma série de esferas concêntricas, com buracos de 6.400 km de extensão, nos pólos Norte e Sul. Sem se importar em parecer ridículo perante a comunidade científica, Symmes escreveu, deu palestras e fez um vigoroso lobby com o objetivo de arrecadar dinheiro para uma expedição ao interior dos pólos, onde acreditava que conheceria criaturas intraterrestres e daria início a um intercâmbio e até comércio com elas. Desde então, ele é lembrado em todo o mundo como pioneiro da teoria, tendo, inclusive, servido de inspiração para o livro de ficção científica A Narrativa de Arthur Gordon Pym, do escritor Edgar Allan Poe [Editora L&PM, 1997]. Symmes, como precursor da tese de que seres estariam habitando o interior da Terra, encorajou gerações de pensadores a imaginar uma nova geologia terrestre e a sonhar com uma fabulosa raça que, secretamente, estaria dividindo o planeta com os seres da superfície. O primeiro a ser infectado por suas idéias foi seu filho Americus, que manteve contato com outros discípulos dessa teoria e, em 1878, publicou uma antologia das palestras de seu pai. Anos antes, em 1871, o médium M. L. Sherman já havia publicado The Hollow Globe [O Globo Oco, ainda sem tradução no Brasil], baseado em suas supostas comunicações com os mortos. Helena Petrovna Blavatsky, fundadora da Sociedade Teosófica, também escreveu sobre o tema Terra Oca em dois trabalhos clássicos: Ísis sem Véu [Editora Pensamento, 1995] e A Doutrina Secreta [Idem, 1979]. Frederick Culmer publicou The Inner World [O Mundo Interno, ainda sem tradução no Brasil] e, exatamente 20 anos depois, surgiu o livro The Phanton of the Poles [O Fantasma dos Pólos, idem], de Willian Red.
    Ainda sobre a suposta existência dos intraterrestres podemos encontrar, desde 1931, o trabalho de um proeminente membro da Ordem Rosacruz, Spencer Lewis, a obra Lemúria, O Continente Perdido do Pacífico [Biblioteca Rosacruz, 1945]. Nela, o autor discorre sobre os sobreviventes de uma raça submersa no antigo continente de Lemúria, que estariam morando no interior do Monte Shasta, no norte da Califórnia. A hipótese já havia sido aventada no século 19 pelo biólogo Ernest Haekel, segundo o qual Lemúria era o lar hipotético do Homo sapiens original. Contudo, não existe evidência geológica ou biológica de que tal lugar tenha realmente existido. Lewis também acredita nos mistérios que envolvem aquela região. "Há muitos anos, era bastante comum ouvir histórias no norte da Califórnia sobre estranhas pessoas que pareciam surgir de florestas da região, e que corriam de volta para se esconder se vissem alguém. Ocasionalmente, um desses seres ia até as pequenas cidades para trocar pó de ouro por aparelhos modernos". Ele ainda levou seus seguidores em expedições à montanha a fim de encontrar a colônia secreta lemúrica, o que garantiu não ser difícil, pois seus habitantes teriam características especiais, como cerca de 2 m de altura. Teriam também grandes testas e uma espécie de terceiro olho, com a finalidade de perceber uma outra realidade, supostamente mais próxima de Deus.
    Monte Shasta - Todas essas lendas persistiriam ao longo dos tempos, alimentadas por vários estudiosos do desconhecido e pesquisadores do Fenômeno UFO. Numa publicação de 1993, um militar norte-americano aposentado e supostamente conhecedor de vários segredos ufológicos declarou que o Monte Shasta teria uma área muito "carregada" energeticamente, o que impediria que forças negras penetrassem em qualquer lugar próximo a ele. Segundo o militar, que se identificou apenas por Comandante X, grupos de lemurianos, seres espaciais e elementais da natureza trabalhariam em conjunto no local, meditando diariamente no subsolo, zelando pelo planeta e por seu lar sagrado, salvos de ataques psíquicos e mentais. Já o ufólogo da Califórnia Bill Hamilton relatou ter conhecido uma jovem loira muito bonita, de olhos amendoados e pequenos dentes, que teria passado por uma experiência surpreendente. Após identificar-se como Bonnie, a moça afirmou ter nascido em 1951 numa cidade chamada Telos, construída dentro de uma caverna artificial, à cerca de 1,5 km do Monte Shasta. A jovem teria dito a Hamilton que, juntamente com sua amiga e um colega telosiano, viajara através de tubulações e visitara outras cidades subterrâneas, habitadas por sobreviventes de Lemúria e Atlântida. Um dos tubos levaria até uma cidade localizada no Brasil, no Estado de Mato Grosso. O pesquisador declarou que os lemurianos são membros de uma espécie de federação cósmica que os liga às inteligências extraterrestres. Já no final do século 19, uma religião baseada nas doutrinas da Terra Oca surgiu sob o comando do norte-americano Cyrus Teed. Ele afirmava ter sido contatado por ninguém menos do que a Mãe do Universo, um ser mítico que lhe teria dado a importante missão de salvar o mundo. Fundou uma comunidade utópica, localizada em Fort Myers, na Flórida, e dedicou-se ao que batizou de koreshanidade, segundo a qual "o universo seria uma célula, um globo oco. O corpo físico disso é a Terra, e o Sol, o centro".
    Para Teed, nós vivemos dentro da célula, assim como o Sol, a Lua, os planetas e as estrelas. Noutras palavras, o universo estaria dentro e fora. Menos radical que ele, Marshall B. Gardner escreveu, em 1913, o livro Journey to Earth's Interior [Jornada ao Centro da Terra, ainda sem tradução no Brasil], retomando o modelo exposto por John Cleves Symmes. Para Gardner haveria uma espécie de sol no interior do planeta, com 183 m de diâmetro. Ele proporcionaria ao mundo subterrâneo um clima prazeroso, permitindo aos seus habitantes viver no esplendor tropical. Neste período, o conceito da Terra Oca, considerado fisicamente impossível para os cientistas, tinha convencido por completo alguns ocultistas. Outra grande figura do ocultismo a defender a teoria foi Guy Warren Ballard, que, sob o pseudônimo Godfré Ray King, em 1930 escreveu Unveiled Mysteries [Mistérios Revelados, idem], um livro sobre sua extraordinária experiência. O autor conta que, quando estava no Monte Shasta, um estranho indivíduo lhe ofereceu uma bebida cremosa. Após bebê-la, Ballard pôde perceber que o homem se tratava de Saint Germain, um mestre imortal que teria vivido no Tibete. Ballard disse que se encontrou com o santo muitas vezes e, em sua companhia, fez várias viagens fora do corpo pela Terra, explorando um magnífico mundo científico de maravilhas espirituais. Ele teria, ainda, conhecido extraterrestres que viviam abaixo da superfície. Sobre as montanhas de Grand Teton, no Estado norte-americano de Wyoming, Ballard afirma ter assistido a uma conferência com outros 12 mestres venusianos, contando histórias similares em seu livro seguinte, The Magic Presence [A Presença Mágica, idem].
    Seres benevolentes - Juntamente com sua esposa Edna e o filho Donald, ele viajou pelos Estados Unidos e concedeu palestras para muitas platéias, que mais tarde juntaram-se ao seu grupo de ocultismo. Até o famoso autor Richard Sharpe Shaver aparecer, quase todos que defendiam a existência de seres abaixo da superfície terrestre acreditavam que eles eram benevolentes, avançados e que queriam ser conhecidos pelos humanos. Shaver, entretanto, tinha outra história para contar. Ele ganhou notoriedade após a Segunda Guerra Mundial como autor de uma série de livros e artigos sobre ficção científica. Especializou-se em abordar supostas avançadas culturas pré-históricas que teriam construído cidades em cavernas da crosta terrestre. Shaver depois defendia a tese de que algumas de tais raças teriam abandonado a Terra para viver noutros planetas. Pode-se dizer que ele defendia uma versão mais tecnológica do inferno! Sua história começou em setembro de 1943, em Chicago, quando Ray Palmer, o editor da revista Amazing Stories [Histórias Fantásticas], recebeu a carta de um misterioso leitor que afirmava conhecer o alfabeto lemuriano. Tratava-se justamente de Richard Shaver, que após ter seu relato publicado na edição de janeiro de 1944 daquela publicação, começou a se corresponder regularmente com seu editor. Ele contou a Palmer sobre seus encontros com criaturas demoníacas, conhecidas como deros, que ele dizia serem robôs que viviam nas profundezas. Só que não seriam exatamente robôs, no sentido literal da palavra. Segundo Shaver, robô era simplesmente uma designação dada às raças produzidas através de engenharia genética, que os titãs - habitantes gigantes de Lemúria - haviam criado. Alguns deles, com mais de 90 m de altura, teriam vivido na superfície terrestre há 12 mil anos, quando foram forçados a deixar o planeta. Imaginação fértil? Sem dúvida, como se descobriria depois. Mas as histórias de Shaver tiveram grande impacto sobre os defensores da teoria da Terra Oca. Ele dizia ainda que a maioria dos deros teriam ido para o interior das cavernas para evitar a radiação mortal emanada pelo Sol. Entretanto, determinados resíduos genéticos dos titãs teriam permanecido na superfície do planeta, acostumando-se a ela e tornando-se a raça humana existente hoje. Os deros eram então considerados seres degenerados que teriam tido acesso à tecnologia dos titãs, utilizada para atingir o máximo de prazer sexual durante longas orgias. Eles também usavam suas máquinas em sessões de rapto e tortura de seres terrestres, ou ainda na captura dos teros, seres subterrâneos benévolos.
    Recordando lemúria - Entre 1945 e 1948, a Amazing Stories e sua companheira Fantastic Adventures [Aventuras Fantásticas] publicaram excitantes e aterradores contos sobre os supostos mundos subterrâneos. Muitos desses artigos apareciam assinados por Shaver, mas era Palmer quem os escrevia. O primeiro, Recordando Lemúria, saiu na edição de março de 1945, trazendo em sua introdução vívidas memórias de Shaver de quando era chamado Mutan Mion e teria vivido há milhares de anos em Sub Atlan, uma das grandes cidades de Lemúria. Como conseqüência, centenas de cartas chegaram à redação da revista, enviadas por leitores que também afirmavam ter se encontrado com os deros. Isso fez com que Chester S. Geier, um dos consultores mais regulares da Amazing Stories, lançasse o Clube Shaver do Mistério para lidar com as cartas recebidas e investigar a existência dos deros e teros. Palmer e Shaver tinham causado um movimento e tanto na década de 40. E tal movimento não cessou até hoje. Mas nem todos os leitores ficaram satisfeitos com o material divulgado na revista, a maioria do qual visivelmente fantasioso. Convencidos de que algumas histórias que estavam sendo publicadas não passavam de meras fraudes, voltaram-se contra o movimento, fazendo com que, em 1948, a Amazing Stories cancelasse a série de artigos de Shaver. Antes disso, outro leitor da revista que afirmou ter se encontrado com um deros e conhecido os mundos subterrâneos foi Maurice Doreal. Assim como Ballard, Doreal disse que esteve com mestres ascensionados habitantes do Monte Shasta, mas garantiu que os seres não eram de Lemúria, e sim de Atlântida. Segundo ele, os atlantes e os lemurianos viveriam em grandes cavernas no centro da Terra, de onde saíam regularmente ou eram visitados por seres de outros sistemas planetários. Seu grupo de ocultismo, a Fraternidade do Templo Branco, segundo ele, teria sede na Constelação das Plêiades e estaria envolvido numa complexa guerra interestelar e diplomática, detalhada por Doreal em seus manuscritos.

    Adeptos da Teoria da Terra Oca crêem que o planeta seja entrecortado por túneis, que ligariam os mais diversos pontos do globo, entre eles Machu Pichu, no Andes peruanos, certas partes da Amazônia e as pirâmides do Egito.
    Há ainda relatos da existência de uma suposta metrópole extraterrestre chamada Arco-Íris, que estaria abandonada sob o gelo, segundo declarou W. C. Hefferlin. Embora seus habitantes tivessem saído do lugar há muito tempo, deixaram lá sua avançada tecnologia. No entanto, o relato de Hefferlin não impressionou as pessoas e ele acabou saindo de cena por um ano, reaparecendo depois com o apoio do prestigiado grupo de ocultismo Borderland Sciences Research Association (BSRA). Em várias publicações da BSRA, Hefferlin e sua esposa Gladys relataram que os habitantes de Arco-Íris eram uma raça que povoou o planeta Marte, fugindo de lá para escapar de um tal Povo Cobra. Quando a atmosfera do planeta tornou-se irrespirável, eles mudaram-se para a Terra e se fixaram na Antártica, que naquela época era um paraíso tropical. Os marcianos teriam fundado sete grandes cidades, sendo Arco-Íris a maior de todas. Infelizmente, o tal Povo Cobra teria descoberto onde eles se encontravam e os atacou, o que fez com que a Terra saísse do seu eixo, tornando a Antártica um lugar gelado. A existência de Arco-Íris foi novamente aventada em 1951, numa publicação de Robert Ernest chamada The Subterranean World of Agharta [O Mundo Subterrâneo de Agharta, ainda sem tradução no Brasil], e novamente em 1960, no Rainbow City and the Inner Earth People [A Cidade Arco-Íris e o Povo do Centro da Terra, idem], de Michael Barton. Este último autor também reviveu o mistério de Shaver, relatando que venusianos e mestres sublimes estariam aliados numa guerra contra os deros. Barton ainda afirmou ter recebido comunicações psíquicas do então falecido Marshall Gardner, que teria endossado seu livro entusiasticamente. Um próximo passo dessa saga, desde os anos 40, a teoria da Terra Oca passou gradativamente a incorporar elementos do nazismo, visivelmente influenciada por autores de origem alemã.
    Simpatia pelo nazismo - Alguns seguidores mais ferrenhos e autores que defendem a tese de que o planeta abriga uma civilização interna mostram não somente uma fascinação pelo tema, como também uma simpatia assumida pelo nazismo. A exemplo disso temos o canadense Ernest Zundel, que, junto a vários grupos neonazistas, afirmava que o holocausto nunca aconteceu. No livro UFOs, Nazi Secret Weapons? [UFOs, Armas Secretas Nazistas?, ainda sem tradução no Brasil] ele afirmou que, quando a Segunda Guerra Mundial acabou, Adolf Hitler e seu último batalhão de soldados embarcaram num submarino e foram para a Patagônia argentina. Lá eles teriam estabelecido uma base, dentro do Pólo Sul, para manobras e pouso de avançados discos voadores. Mas, segundo Zundel, quando as forças aliadas e os norte-americanos souberam o que estava acontecendo, despacharam para a região o almirante Richard E. Byrd e uma expedição científica - na verdade, uma espécie de exército - para atacar a base nazista. No entanto, Byrd e seus homens não foram páreos para as armas dos alemães. Para Zundel, ainda, os nazistas eram representantes na Terra de civilizações subterrâneas, o que seria o real motivo de crerem em sua superioridade racial. Em 1978, com a publicação de Secret Nazi Polar Expeditions [Expedições Polares Secretas Nazistas, idem], ele pediu financiamento para sua própria expedição ao Pólo Sul, em que planejava alugar um avião com uma enorme suástica pintada na fuselagem. Delirantemente, ele dizia que o símbolo não somente serviria para mostrar sua ideologia, como também permitiria que os habitantes do centro do planeta reconhecessem que era um amigo. Quase ao mesmo tempo, uma expedição ao outro pólo, o Norte, estava sendo planejada por Tawani Shoush, um piloto aposentado do Corpo de Fuzileiros Navais dos EUA e presidente da Sociedade Internacional para a Terra Completa. Ele queria pilotar um dirigível sobre o pólo, aonde, juntamente com seus companheiros, iria se encontrar com os moradores nórdicos do centro do planeta, possivelmente permanecendo lá para sempre.
    "O mundo subterrâneo é melhor que o nosso", disse ao colunista do jornal Chicago Tribune, Bob Greene, em 1978. Embora tenha negado ser simpatizante da ideologia nazista, seu símbolo também era uma suástica. Mas nem as expedições de Zundel ou Shoush decolaram. Outro trabalho que teve influência nos destinos da teoria da Terra Oca tinha natureza anti-semita e pró-nazista, Kingdoms Within Earth [Reinos Dentro da Terra, idem], de Norma Cox, defendia que uma conspiração sionista internacional estaria escondendo a verdade sobre o tema. Para a racista Cox, tal política seria parte de um plano que usaria o Pólo Sul para escravizar a raça humana. Neste e em outros livros, ela alertou que nos Estados Unidos os cristãos brancos seriam alvos de extinção e que, brevemente, o próprio Jesus Cristo iria iniciar uma batalha contra os demoníacos moradores do centro do planeta e seus aliados na superfície... Já nos anos 80, um inusitado movimento chamado Lado Negro cresceu dentro da comunidade ufológica internacional. Propagando relatos de misteriosas mutilações de gado e teorias conspiracionistas, os membros do Lado Negro afirmavam que um governo mundial secreto teria se associado a determinadas raças de seres extraterrestres para formar uma aliança maligna e gerar o mal entre os humanos. Parte dos integrantes desse movimento, inspirados em autores como Milton William Cooper, alegava que em cavernas sob o Deserto do Novo México, especialmente em Dulce, cientistas do governo e ETs trabalhariam juntos para criar andróides sem alma. Estes serviriam como escravos quando uma suposta Nova Ordem Mundial submetesse o mundo aos seus desígnios. Ativistas do Lado Negro também garantiam existir enormes túneis entrecortando o planeta e ligando laboratórios, bases militares secretas e outras instalações, tudo controlado pela liga governo-aliens. Afirmava-se que existiriam cerca de 50 bases apenas nos Estados Unidos, onde experiências com ETs eram realizadas.
    Antártida tropical - Segundo o misterioso Comandante X, que também influenciou esse movimento, muitas bases estariam interligadas por avançados sistemas de trens subterrâneos, alguns nas mãos de seres do espaço amigáveis e outros capturados por grays [Cinzas], deros e outras entidades contrárias à raça humana. Como se vê, a teoria de que existe um mundo dentro do nosso planeta é levada a sério por muitas pessoas, ocultistas ou não, e tem um fortíssimo apelo emocional. Muitos a defendem com unhas e dentes. Entretanto, a ciência tem afirmado continuamente que tal hipótese seria impossível, que a Terra simplesmente não poderia ter a cavidade central que se imagina. Portanto, o assunto estaria encerrado. Assim como essa mesma ciência, um dia, também ridicularizou a tese que defendia a existência de um peixe pré-histórico, conhecido como celacanto, e as afirmações de que a Antártida nunca poderia ter sido um lugar tropical. Resta-nos ter paciência  

Claudio Palermo

27.3.19

ESPÍRITO PROTETOR

Questão 489 do Livro dos Espíritos

Cada encarnado tem, ao seu lado - lado no sentido filosófico - um Espírito de condições elevadas que o protege, orienta e assiste, nas horas difíceis, de modo que a alma reconheça que Deus a ninguém desampara. Através dos filhos maiores ampara os menores, estendendo oportunidades de trabalho para todos os seres, em todas as escalas de evolução espiritual.
Essa verdade de anjo-guardião é anunciada por todas as religiões e, ainda que empreguem outros termos, a verdade é a mesma. Entretanto, não é somente o anjo da guarda que te acompanha: são vários Espíritos que simpatizam contigo e te acompanham, sob a orientação do Espírito protetor. É como se fosse uma família, onde moram juntas diversas criaturas, sob a orientação dos pais.
É bom que se divulguem esses ensinamentos espíritas, para que o encarnado se familiarize com os Espíritos que o acompanham, recebendo deles mais pura inspiração acerca dos caminhos que deve seguir e o modo pelo qual destina sua vontade no aprimoramento espiritual, e como fazer o corte das arestas, deixando salientar as virtudes espirituais.
Desde épocas remotas que a humanidade é conhecedora do anjo-guardião, como sendo o bom gênio que orienta e abençoa sempre seu tutelado. E a Doutrina Espírita claramente mostra, com provas irrecusáveis, a existência do mundo espiritual, e que essa dimensão de vida é capaz de se comunicar com outras dimensões, inclusive com os irmãos que se encontram na carne.
O Espírito encarnado passa a exercitar muitos meios, pela orientação dos próprios Espíritos fora da carne, de melhorar o intercâmbio de uns com os outros, na certeza de que se processa a autoeducação nos moldes do Evangelho: o começo é pela oração, depois a caridade nas suas variações que o amor nos esclarece, a reforma dos costumes, e nessa injunção de ideias, os mundos espiritual e físico não ficam mais distantes como antes. O tempo, pelas mãos do progresso, rasga o véu que os separava, de modo a levá-los a compreender o que antes era segredo de Deus, do qual o homem não deveria sequer cogitar, a não ser alguns eleitos para tal entendimento, como sejam os santos ou mesmo os sábios.
Tudo isso é a bondade de Deus, que nos ajunta aos melhores para nos tornarmos um deles. A vida é troca de valores; ninguém dá sem receber, ajuda sem ser ajudado ou ensina sem aprender. Somente o Pai é o doador divino que não recebe de volta o que dá, pelo que sabemos da Sua exuberância universal. Se queres agradar aos Espíritos que te cercam, trabalha esforçando no sentido de melhorares tuas condições morais. Não percas tempo com coisas de criança, uma vez que já és adulto; procura a condição de homem crescido.
Se te enveredas pelos trabalhos nobres, pela lei de justiça, pela lei dos semelhantes, Espíritos do mesmo caráter aproximar-se-ão dos teus passos, dando-te cobertura nos teus afazeres. Sejam quais forem as tuas obrigações ante o mundo, sê correto nas tuas tarefas, honesto nos teus passos e justo nas tuas obrigações.
Jesus já dizia há quase vinte séculos, e ainda fala através do Seu Evangelho: “Eu Sou o Caminho, a Verdade e a Vida”. O que devemos fazer? Passar por Ele, senti-Lo e viver n’Ele, para que a vida maior desperte todos os nossos dons de amor, de modo a abrir as portas da felicidade no infinito interno da nossa consciência.

Livro: Filosofia Espírita – João Nunes Maia – Miramez - Todos os livros Espíritas como este vendidos em nossa loja terão o lucro repassado à Casa Espírita de Oração Amor e Luz.

26.3.19

O CAMINHO DA PAZ


Reunião pública de 8-6-59
Questão nº 743

Dos grandes flagelos do mundo antigo, salientavam-se dez que rebaixavam a vida humana:
A barbárie, que perpetuava os desregramentos do instinto.
A fome, que atormentava o grupo tribal.
A peste, que dizimava populações.
O primitivismo, que irmanava o engenho do homem e a habilidade do castor.
A ignorância, que alentava as trevas do espírito.
O insulamento, que favorecia as ilusões do feudalismo.
A ociosidade, que categorizava o trabalho à conta de humilhação e penitência.
O cativeiro, que vendia homens livres nos mercados da escravidão.
A imundície, que relegava a residência terrestre ao nível dos brutos.
A guerra, que suprime a paz e justifica a crueldade e o crime entre as criaturas.
*
Veio a política e, instituindo vários sistemas de governo, anulou a barbárie.
Apareceu o comércio e, multiplicando as vias de transporte, dissipou a fome.
Surgiu a ciência, e exterminou a peste.
Eclodiu a indústria, e desfez o primitivismo.
Brilhou a imprensa, e proscreveu-se a ignorância.
Criaram-se o telégrafo sem fio e a navegação aérea, e acabou-se o insulamento.
Progrediram os princípios morais, e o trabalho fulgiu como estrela na dignidade humana, desacreditando a ociosidade.
Cresceu a educação espiritual, e aboliu-se o cativeiro.
Agigantou-se a higiene, e removeu-se a imundície.
Mas nem a política, nem o comércio, nem a ciência, nem a indústria, nem a imprensa, nem a aproximação entre os povos, nem a exaltação do trabalho, nem a evolução do direito individual e nem a higiene conseguem resolver o problema da paz, porquanto a guerra – monstro de mil faces que começa no egoísmo de cada um, que se corporifica na discórdia do lar, e se prolonga na intolerância da fé, na vaidade da inteligência e no orgulho das raças, alimentando-se de sangue e lágrimas, violência e desespero, ódio e rapina, tão cruel entre as nações supercivilizadas do século XX, quanto já o era na corte obscurantista de Ramsés II – somente desaparecerá quando o Evangelho de Jesus iluminar o coração humano, fazendo que os habitantes da Terra se amem como irmãos.
É por isso que a Doutrina Espírita no-lo revela, atualmente, sob a luz da Verdade, fiel ao próprio Cristo que nos advertiu, convincente:
- “Conhecereis a Verdade e a Verdade vos fará livres.”

Livro “Religião dos Espíritos” –  Francisco C. Xavier – Emmanuel – Todos os livros Espíritas como este vendidos em nossa loja terão o lucro repassado à Casa Espírita de Oração Amor e Luz.

25.3.19

XL – REFLEXÕES SOBRE O LIVRO “LIBERTAÇÃO”


– ANDRÉ LUIZ/CHICO XAVIER

Na sequência do capítulo VII – imaginemos –, André Luiz se refere a labirintos que foram conduzi-los a “extensa edificação que, com boa vontade, nomearemos por asilo dos espíritos desamparados.
(...)
A gritaria, em torno, era de espantar.”
Pela palavra de André Luiz, entre os espíritos alienados, habitantes da nomeada “cidade estranha”, outros existiam ainda em piores condições! Espíritos enlouquecidos que isolavam, numa espécie de “asilo”, ou “hospício”, outros que eles próprios consideravam loucos... Realmente, muito difícil, para os encarnados, conceberem uma situação assim tão lastimável que, não obstante, existe!...
Reflitamos juntos sobre o próximo parágrafo:
- À frente, numa distância de dezenas de quilômetros (destacamos), sucediam-se furnas e abismos, qual se nos situássemos perante imensa cratera de vulcão vivo, alimentado pela dor humana, porque, lá dentro, turbilhões de vozes explodiam, ininterruptos, parecendo estranha mistura de lamentos de homens e animais.
Eis o “inferno” (do latim infernum – Seol, Hades, Geena...) concebido pela teologia católica e por inúmeras culturas mitológicas! André Luiz, com a sua narrativa, desmistifica o termo, apresentando-o como região natural que congrega, além da morte, espíritos em grande expiação, mas não condenados eternamente.
Atentemos para a palavra de Gúbio:
- Amontoam-se aqui, como se fossem lenhos secos, milhares de criaturas que abusaram de sagrados dons da vida. São réus da própria consciência, personalidades que alcançaram a sobrevivência sobre as ruínas do próprio “eu”, confinados em escuro setor de alienação mental. (...).
Em certos pontos, as narrativas de André Luiz coincidem com as de Dante Alighieri, poeta florentino, na obra “Divina Comédia”, escrita no início do século XIV.
Para maior espanto de André e Elói, o Instrutor Gúbio pontifica:
- Não estamos contemplando senão a superfície de trevosos cárceres a se confundirem com os precipícios subcrostais.
Acrescentamos: “precipícios subcrostais” renteando o Abismo, “esfera” que, em passant, André Luiz se refere em “Obreiros da Vida Eterna”.
*
Carecemos ainda enfatizar que entre tais entidades enlouquecidas, muitas quase animalizadas, não se contavam apenas seres embrutecidos ou de primária evolução, mas, principalmente, grandes inteligências que caíram pela crueldade, espíritos religiosos que se equivocaram tremendamente no campo da fé, deturpando os dons da crença...
Gúbio pondera:
- E se eles mesmos, senhores de preciosos dons de inteligência, com todo o acervo de revelações religiosas de que dispõem para solucionar os problemas da alma, se confiam voluntariamente a semelhante atraso, que nos resta fazer senão seguir nas linhas de paciência por onde se regula a influenciação dos nossos benfeitores? Sem dúvida, esta paisagem é inquietante e angustiosa, mas compreensível e necessária. (destacamos)
*
O Instrutor, encerrando o assunto, diz a André e a Elói que aquela imensa coletividade, no entanto, não estava esquecida pela Misericórdia Divina, que, aliás, não olvida sequer a existência do verme que se arrasta no subsolo.

INÁCIO FERREIRA – Blog Mediunidade na Internet
Uberaba – MG, 25 de março de 2019. 

24.3.19

Tempos Novos


Senhor,
Ao que tudo indica começa inexoravelmente os tempos novos anunciados por Ti.
São tempos de profundas mudanças e dor. Fazem parte, porém, da grande apartação que deve ocorrer para que se estabeleça, pouco a pouco, os princípios do Reino de Deus na Terra.
Somos candidatos, todos nós, a fazer parte deste banquete de bênçãos que se acometerá em nosso planeta, mas sabemos também que isso tem um preço. O preço é a mudança interior e a colaboração particular para as transformações devidas.
Somos poucos ainda, mas seremos muitos, porque despertam em nosso ser a essência divina que nos caracteriza.
Nesses tempos novos que advirão, temos que reconhecer primeiramente que o exemplo cotidiano nos será solicitado pelas alturas maiores, porque sem ele como poderemos nos mostrar aptos para colaborar nas mudanças desejadas.
Corrigi-nos, porém, diante das fraquezas que por ventura alimentem o nosso coração em aprendizagem do amor.
Somos candidatos a construir essa nova era, mas, acima de tudo, somos candidatos a sermos irmãos uns dos outros.
Somos parceiros dessa revolução que apenas se inicia, que terá, entretanto, tanta dor e sofrimento, tanto descontentamento e surpresas.
Acalenta o nosso coração.
Faz-nos compreensivos diante do inusitado.
Apresenta-nos as novas diretrizes do saber e do agir.
Boa Nova, Senhor, foi o que Tu nos prometeste e ela agora finalmente chega.
Enriquece-nos de coragem diante dos desafios.
Enche-nos de esperança apesar do temor.
Aplaca-nos o desespero diante das incertezas.
Confiamos em Ti, Senhor, e colocamos as nossas vidas, como sempre, em tuas mãos.

Helder Câmara – Blog Novas Utopias.

23.3.19

ESTÁ FALTANDO JESUS


A violência no mundo
A uma certeza me induz:
Na alma da Humanidade,
Está faltando Jesus.
Formiga

O cepticismo do homem
Que tantos males produz,
Revela que em sua vida
Está faltando Jesus.
Boris Freire

Toda humana insanidade,
Na dor em que se traduz,
Demonstra que, em toda parte,
Está na faltado Jesus.
Manoel Roberto

Onde há falta de perdão
Ao ódio fazendo jus,
É porque no coração
Está faltando Jesus.
Domingas

O sentimento de posse,
Que a tanta frustração conduz,
Diz que em nosso dia a dia
Está faltando Jesus!...
Maria Modesto

Quem adiante não prossegue
Ombreando a sua cruz,
Atesta que em seus caminhos
Está faltando Jesus.
Inácio Ferreira

(Página recebida pelo médium Carlos A. Baccelli, em reunião pública do Lar Espírita “Pedro e Paulo”, na manhã de sábado do dia 16 de março de 2019, em Uberaba – MG).

22.3.19

Exercício Salutar


Sem dúvida, um dos exercícios mais salutares para a saúde física e, principalmente, psíquica, desde que respeitosa, é a permuta de opiniões.
Adepto da Fé Raciocinada, o espírita deve mesmo especular sobre pontos doutrinários que lhe pareçam nebulosos ou contraditórios. Não sendo mais que homem fora do corpo de carne, o espírito - seja ele qual for - não é detentor da Verdade Absoluta. Para nós, os cristãos, a Verdade que não admite o menor questionamento é somente a do Cristo!
Escrevendo para a Terra, estou, sim, consciente de minhas limitações, tanto quanto estou consciente das limitações daqueles que opinam sobre a obra de nossa lavra espiritual.
Emmanuel, inspiradamente, escreveu pelo lápis de Chico Xavier: "Tudo muda. Menos a Lei da Mudança".
O Espiritismo, em seu tríplice aspecto, é de natureza progressista. O edifício doutrinário, de que Kardec lançou os fundamentos, não está pronto e, talvez, nunca esteja.
No livro "A Gênese", logo em seu primeiro capítulo, o Codificador grafou: "Os Espíritos não ensinam senão apenas o que é necessário para guiar no caminho da Verdade, mas eles se abstêm de revelar o que o homem pode descobrir por si mesmo, deixando-lhe o cuidado de discutir, verificar e submeter tudo ao cadinho da razão, deixando mesmo, muitas vezes, que adquira experiência à sua custa".
Nosso amigo Dr. Hernani Guimarães Andrade, que tive a alegria de reencontrar neste Outro Lado, era da opinião de que os espíritas não devem esperar que tudo lhes seja revelado pelos "mortos" - opinião, diga-se de passagem, da qual sempre compartilhei e continuo compartilhando.
Não obstante, é forçoso inferir que, com as exceções de praxe, os espíritas, sem partidarismo de qualquer natureza, sequer têm se exercitado na arte de raciocinar. Ouso dizer que, no Movimento Espírita Brasileiro atual, faltam pensadores da estirpe, por exemplo, de José Herculano Pires e Deolindo Amorim.
Em meus muitos diálogos com Odilon Fernandes, aqui, na Vida Espiritual, tenho manifestado a ele a preocupação que, de maneira sucinta, lhes exponho: Tem muita gente querendo escrever como médium, e não ser ele mesmo o autor! Enquanto na condição de medianeiros não passam de instrumentos limitados, na recepção de páginas que deixam a desejar, poderiam ser excelentes articulistas em nossos periódicos e autores de livros importantes. Como disse Kardec, nas páginas de "O Livro dos Espíritos", "... o estudo do Espiritismo é imenso; liga-se a todas as questões da metafísica e da ordem social; é todo um mundo que se abre ante nós".
Odilon concorda comigo e diz, com a sua capacidade de síntese: "Mediunidade não é só interagir com os espíritos, mas, principalmente, interagir com a Vida, atinando, por fim, com a Sabedoria de Deus".
Chico Xavier, na condição de médium, pensava com os Espíritos, que dele se prevaleciam não apenas como instrumento passivo das ideias que transmitiam aos encarnados, mas também como "elemento aferidor" das necessidades de conhecimento que deveriam ser abordadas e desenvolvidas em seus comunicados.
Espero que eu esteja conseguindo me fazer entender. Sei que todos nós somos portadores de faculdades mediúnicas passíveis de cultivo - a rigor, não há ninguém sobre a Terra que, de alguma maneira, não seja médium! Neste "oceano" de pensamentos e emoções em que, juntos, bracejamos, ninguém algo faz sem que esteja influenciando e sendo influenciado.
A Revelação Espírita não dispensa o trabalho do homem, como não dispensou o gênio de Allan Kardec, que não foi, ao contrário do que se imagina, mero compilador - Kardec era o mais capacitado integrante da Falange do Espírito da Verdade!
Que prossigamos, pois, com blog ou sem blog, neste diálogo sem precedentes, entre os Dois Planos da Vida, que o Espiritismo - e somente ele - nos enseja.
Aos que possuem "ouvidos de ouvir", nós, os considerados mortos, ainda que seja para incomodar, talvez sempre tenhamos alguma coisa proveitosa a dizer, pedindo escusas, é claro, pela nossa indébita intromissão.

INÁCIO FERREIRA  - Blog Mediunidade na Internet

21.3.19

A cada passo


A cada passo, ouvimos de companheiros plenamente capacitados para o exercício das boas obras, afirmações como estas:
-          “Compreendo a necessidade do esforço no bem, mas não estou preparado para tomar compromissos.”
-          “Quem sou eu para auxiliar?!..”
-          “Não tenho merecimento...”
-          “Sou criatura indigna de viver...”
Entretanto, esses mesmos amigos, nas lides materiais, não se acanham de asseverar que estão procurando melhoria de nível, seja no campo do trabalho, na esfera dos vencimentos, no cultivo  da inteligência ou nos recursos da profissão.

Livro: Ligeirinho - Francisco C Xavier - Emmanuel

19.3.19

NA GRANDE TRANSIÇÃO


Questão nº155

Por muitas sejam as tuas dores, repara o mundo em que a Divina Bondade te situa a existência e deixa que a vida te renove a esperança.
Tudo é serviço por toda a parte.
Apesar dos profetas do pessimismo, bulcões ameaçadores transformam-se, na hora da tempestade, em lagos volantes, acalentando a gleba sedenta; fontes de longo curso atravessam as garras pontiagudas da rocha, convertendo-se em padrão de pureza; pântanos drenados deitam messes de reconforto e árvores podadas multiplicam a produção.
Todas as energias que sustentam a Terra esquecem todo o mal, buscando todo o bem.
Dir-se-ia que o próprio Senhor criou a noite como exaustor das inquietações do dia, para que o homem, cada manhã, consiga reaprender e recomeçar.
Colocado, assim, no trono da razão, ante os elementos inferiores que te servem, humildes, olvida a sombra para que a luz te favoreça.
Ouve a própria consciência, seja qual for a idéia religiosa a que te filias, e perceberás que nasceste para realizar o melhor.
E quem realiza o melhor desconhece o que exprima ofensa ou descaridade, porque a ofensa é espinho da ignorância e a descaridade é chaga da delinquência, que somente a educação e o remédio conseguirão liquidar.
Tudo aquilo que desfrutas é depósito santo.
Dotes de espírito e afeições preciosas, autoridade e influência, títulos e haveres são talentos emprestados que devolverás na hora prevista.
Desse modo, ainda mesmo que a maioria te escarneça o propósito de bem fazer, perdoa sempre e faze o bem que possas.
O tempo que traz hoje a oportunidade presente será amanhã o portador do minuto necessário à grande transição que a morte impõe sempre a justos e injustos... E, na grande transição, o bem que houveres feito, muita vez superando sacrifícios e trevas, ser-te-á o orvalho fecundante depois da nuvem, a água pura acrisolada na pedra, o ramo virente a destacar-se do lodo e o fruto opimo a pender do tronco dilacerado.
Segue, pois, ao clarão do bem, para que o crepúsculo das forças físicas te descerra a senda estrelada.
Não digas que tens o lar à feição de penitenciária, que te falta a compreensão alheia, que não dispões de recursos para ajudar ou que sofres inibições invencíveis.
Recorda que, certo dia, um anjo transfigurado em homem subiu agressivo monte, sentenciado à morte sem culpa, mas, em razão de haver aceitado a cruz, por amor de todos, embora desolado e sozinho, clareou para sempre a rota do mundo inteiro

Livro “Religião dos Espíritos” –  Francisco C. Xavier – Emmanuel – Todos os livros Espíritas como este vendidos em nossa loja terão o lucro repassado à Casa Espírita de Oração Amor e Luz.

18.3.19

Assassinatos em Escola e Mesquita


Entrevista realizada com Dom Hélder Câmara sobre os recentes acontecimentos de assassinato em escola de São Paulo e em mesquita na Nova Zelândia.
CP. Como o senhor está vendo toda essa onda de violência no mundo? Gente sendo assassinada em escola, mesquita...Um completo desrespeito à vida humana.
HC. Vejo com pesar, mas vejo também com muita comiseração. Claro que devemos orar e sentir por aqueles que partem mais cedo para a vida espiritual, porém vejo um eclodir de coisas que já estavam previstas por Nosso Senhor Jesus Cristo. Ele previu que no final dos tempos ocorreriam coisas que jamais poderíamos imaginar. É o que está acontecendo e muito do que ainda acontecerá.
CP. As pessoas estão preparadas para isso? As pessoas estão chocadas, sentidas com tanto desprezo com a vida humana.
HC. Não sou eu quem dito as coisas do lado de cá da vida. Elas acontecem em função da humanidade que temos hoje. São pessoas necessitadas de todo o nosso carinho e apoio porque muitas delas, milhares, milhões, estão extremamente doentes. Doentes da alma. Elas estão em certo estado de loucura e nem se apercebem disso. Vamos falar mais de paz e amor. Vamos editar mais livros sobre acolhimento e cuidado. Vamos canalizar nossos esforços para a fraternidade. Vamos falar mais de amor para que a violência morra sufocada porque não teria mais espaço para onde ir.
CP. Falando assim é fácil e lógico, mas as pessoas parece que torcem para ver algo violento, destrutivo. Videogames violentos, lutas na TV para bilhões de pessoas, noticiários agressivos...
HC. É o que temos para hoje por causa dessa doença chamada egoísmo. Não falta, porém, iniciativas grandiosas em torno do amor. Falemos mais delas. Vamos dar mais espaço para o bem. Por que alimentar algo que sabemos, de antemão, que nos é destrutivo¿ Se me responderem que isso não dá audiência, então não reclamemos das notícias nefastas. Só recolhemos aquilo que plantamos, não é isso¿ Então, a decisão é nossa. Mude o canal quando tiver esses programas violentos. A audiência vai diminuir e no lugar deles, pouco a pouco, vamos ter coisas mais interessantes para ver. Quando percebermos, o mundo já estará bem melhor.
CP. A família, muitas vezes, nem sabe o que passa pela cabeça dos seus filhos. Elas não possuem um papel importante nisso tudo?
HC. Sem dúvida alguma! A família é o sustentáculo da sociedade. Família fraca é sinônimo de sociedade fraca. Família sem valores é sinônimo de sociedade sem valores. O que queremos para nossa sociedade devemos estimular que parta da família. Uma alimenta a outra. Pais e filhos conscientes e mais preparados para a vida vão proporcionar uma sociedade mais saudável e feliz.
CP. O que esperar do futuro? O senhor disse que as coisas não estão fáceis, mas também o bem tem algum espaço. Vai melhorar ou piorar?
HC. A decisão é sempre de cada um. O que você alimenta a sua alma, você dá para os outros. Se quer o bem dos outros, faça o bem. Se desejar viver em paz, dê demonstrações de paz nos seus relacionamentos. Não acredito numa sociedade harmoniosa se todos estão armados e pensando unicamente na satisfação das suas necessidades individuais. A sociedade, não nos esqueçamos, somos nós. Portanto, o mundo será melhor ou pior diante das nossas atitudes diárias. Sou favorável que eliminemos todos os estímulos violentos que tivermos. Podem dizer que se trata de uma atitude radical e que não espelha a realidade. Sim, mas o que desejamos não é o bem, então estimulemos o bem. Ou acharão que tudo brotará do nada? Eu faço a minha parte, você faz a sua, e a sociedade mudará. Não é um sonho ou ingenuidade, é assim que as coisas acontecem. Vamos dar um basta na violência, reprimir atitudes violentas e cuidar das mentes e dos corações dos que estão doentes da alma. Não é o suficiente, mas aí tudo começa a mudar.

HC = Helder Câmera
CP = Carlos Pereira
Blog Novas Utopias

17.3.19

XXXIX – REFLEXÕES SOBRE O LIVRO “LIBERTAÇÃO”


– ANDRÉ LUIZ/CHICO XAVIER

No capítulo VII – “Quadro Doloroso” –, André Luiz e Elói prosseguem estudando, através das elucidações de Gúbio, a questão dos corpos “ovóides”. Notemos que já é o segundo capítulo do livro que André, praticamente, dedica ao estudo dos espíritos que, no Mundo Espiritual, “perderam” a forma humana, não sendo, pois, um registro eventual do autor de “Libertação”.
*
Nos primeiros parágrafos do referido capítulo, André se detém a descrever o cenário que tanto o impressionara naquela “cidade estranha”:
- Aleijados de todos os matizes, idiotas de máscaras variadas, homens e mulheres de fisionomia torturada, iam e vinham. Ofereciam a perfeita impressão de alienados mentais. Exceção de alguns que nos fixavam de olhar suspeitoso e cruel, com manifesta expressão de maldade, a maior parte, a meu ver, situava-se entre a ignorância e o primitivismo, entre a amnésia e o desespero.
André ainda diz que a cidade apresentava-se em desmantelo, com “detritos a transparecerem de toda parte”, o que leva o leitor a supor que tais entidades, inclusive, fizessem as suas necessidades em plena rua – e que o lixo, igualmente, fosse abundante em quase todos os lugares – a cidade, por assim dizer, era/é um “lixão” a céu aberto!...
Imaginemos, assim, as condições sanitárias em que viviam, e vivem, a população da referida urbe, contraindo as mais diversificadas moléstias em seu corpo espiritual.  Não nos espantemos, porquanto sabemos que, sobre a Terra, num país, por exemplo, como o Brasil, as condições sanitárias de várias cidades ainda deixam muito a desejar. Inúmeras doenças entre os encarnados são oriundas da falta de higiene e de limpeza nas casas e nos logradouros públicos!...
*
Por mencionarmos o assunto, segue outra questão aos nossos internautas:
- No Mundo Espiritual, principalmente nas Dimensões mais próximas, o perispírito é passível de contrair determinadas enfermidades, que passam a requerer tratamento médico especializado no Além?!...
E, com a sua permissão, mais outra:
- O carma... Esgotar-se-ia para o espírito com a morte do corpo físico, no qual, não raro, ele costuma se imprimir?!...
*
Sei não! Está faltando muito estudo a respeito, não é?!... Mas, sigamos adiante.
*
André Luiz informa em determinado parágrafo do capítulo em exame que “as mentes extraviadas, de modo geral, lutam com ideias fixas, implacáveis e obcecantes, gastando muito tempo a fim de se reajustarem.”
Ideias fixas – elas podem perdurar séculos! Acontece de o espírito reencarnar inúmeras vezes, sem, no entanto, conseguir a completa liberação dos pensamentos cristalizados, que, apenas gradativamente, vão se desfazendo... Daí a necessidade do “choque biológico” do fenômeno reencarnação/desencarnação/, que, para o espírito, não deixa de funcionar quase como o chamado “eletrochoque”, ou eletroconvulsoterapia, método terapêutico, sem dúvida, sujeito a muitas discussões acadêmicas, em cujo mérito não entraremos agora.
*
André, um pouco adiante, considera:
- Fossem poucos os transeuntes infelizes e poder-se-ia pensar num serviço metódico de assistência individual; mas, que dizer e uma cidade constituída por milhares de loucos declarados?
A “cidade estranha” era uma cidade de “zumbis”, sob o domínio de mentes cruéis que os mantinham em cativeiro, que películas cinematográficas quase conseguem retratar com perfeição na atualidade. Porém, caso não vivessem ali, onde é que haveriam de viver?! Vagando por que caminhos, ou estradas?! O que haveriam de comer e beber?! Ou será que tais entidades não carecem ter os seus envoltórios alimentados, e de se protegerem das intempéries?!...
Chega de perguntas, não é?!

INÁCIO FERREIRA – Blog Mediunidade na Internet
Uberaba – MG, 17 de março de 2019.

16.3.19

Trovas de Carnaval

Confetes de Carnaval...
Pedacinhos de ilusão,
Que o Tempo recorta e deixa
Esparramados no chão.

Eurícledes Formiga
*
Vi há pouco, rumo a Terra,
Blocos saindo daqui,
Foliões desencarnados
Buscando a “Sapucaí”...

Boris Freire
*
Nos gritos de Carnaval,
Ao ouvir-lhe as zombarias,
Diz a Verdade à ilusão:
- Te espero daqui três dias!...

Inácio Ferreira
*
Todo mundo tem direito
De festejar quanto queira,
O que não se pode é pensar
Que a Vida é só brincadeira.

Natal Machado
*
Quanta gente eu posso ver
Em transe no Carnaval,
Que, dizendo não ser médium,
É médium em potencial.

Domingas
*
Escondida em fantasia,
De lantejoula e miçanga,
No quintal do Carnaval,
Muita gente “solta a franga”...

Manoel Roberto
*
Eu já fui “Joãozinho Trinta”,
Hoje sou apenas “zero”,
Mas ser somente Joãozinho
É tudo quanto mais quero.

Joãozinho Zero

Se se gastasse no Bem
O que o Carnaval consome,
Sobre o mundo, ninguém mais
Iria morrer de fome!...

Anna Luiza

(Página recebida pelo médium Carlos A. Baccelli, em reunião pública do Lar Espírita “Pedro e Paulo”, na manhã de sábado do dia 2 de março de 2019, em Uberaba – MG).

15.3.19

Estudos Morais

    O que causa a maior parte dos males da Terra, se não for o contato incessante dos homens maus e perversos? O egoísmo mata a benevolência, a condescendência, a indulgência, o devotamento, a afeição desinteressada, e todas as qualidades que fazem o encanto e a segurança das relações sociais. Numa sociedade de egoístas, não há segurança para ninguém, porque cada um, não procurando senão seu interesse, sacrifica sem escrúpulo o de seu vizinho. Muitas pessoas se creem perfeitamente honestas porque são incapazes de assassinar e roubar nos grandes caminhos; mas é que aquele que, por sua cupidez e sua dureza causa a ruína de um indivíduo e o leva ao suicídio, que reduz toda uma família à miséria, ao desespero, não é pior do que um assassino e um ladrão? Ele assassina a fogo lento e porque a lei não o condena, que seus semelhantes aplaudem o seu saber fazer e a sua habilidade, se crê isento de censuras e caminha de cabeça levantada! Também os homens estão constantemente desconfiando uns dos outros; sua vida é uma ansiedade perpétua; se não temem nem o ferro, nem o veneno, são alvos das chicanas, da inveja, do ciúme, da calúnia, em uma palavra, do assassinato moral. Que seria preciso para fazer cessar este estado de coisas? Praticar a caridade; tudo está aí, como disse Lamennais.

Livro: Revista Espírita VIII - Julho/1865 - Allan Kardec

14.3.19

NOSSOS MALES


Questão 487 do Livro dos Espíritos

Todos os nossos males, sejam de ordem moral ou física, são forças que têm o poder de nos acordar para as realidades da vida, destinando-nos, com isso, à maturidade da alma. Convidam-nos, todos os tipos de infortúnios, a pensar melhor sobre o nosso destino, que deve ser amoldado pelas nossas disposições, onde a vontade deve assegurar o barco das decisões tomadas.
Os Espíritos que se preocupam com os nossos males morais ou físicos ainda não alcançaram a tranqüilidade de consciência, aquela que os Espíritos puros já conquistaram, a consciência imperturbável. Eles conhecem os caminhos de todos, por já terem passado por eles para chegarem aonde conseguiram. Nenhum deles, ao ser criado, já possuía todas as suas qualidades espirituais despertadas. Se assim fosse, não precisariam ser criados; já ficariam integrados ao Pai.
O porquê Deus criou Seus filhos desta forma, de modo a passarem por todas as provas, acertando e errando, errando e acertando, cabe a Ele dizer, e não a nós julgar, por ser o Senhor todo poderoso e todo amor. O Espírito amigo que te acompanha, tomado de aflições pelos teus erros, faz muito mais pela tua fragilidade, pois sabe que toda falta é passageira e que o destino de todos é a felicidade. A lei do amor não permite que fiquemos eternamente em caminhos que não sejam o do Bem. Sabemos que muitos se preocupam com seus tutelados, porém, esses estão à procura da serenidade, e é nesse exercício e no trabalho que, certamente, encontrarão o que todos procuramos: aquela paz que somente o amor e a caridade ofertam. Se os encarnados precisam dos desencarnados, estes precisam deles, pois, não podemos viver separados da grande corrente de vida, onde circula a energia divina que nos sustenta todos.
A confluência da luz de Deus nos atinge na proporção que merecemos. Ninguém fica às margens de Suas bênçãos. A Sua justiça é agente de amor que não esquece qualquer pessoa, desde a menor partícula de vida, até os mais apurados Espíritos angélicos. Os Espíritos puros nos amam, dando-nos todas as oportunidades de melhorarmos pelos nossos próprios esforços. Imaginemos Jesus sendo agredido pelas nossas desarmonias, ficando alterado pela situação em que a Terra se encontra... Ele sabe dos seus caminhos para a devida ascensão espiritual, assim como era consciente dos caminhos que Ele haveria de percorrer quando nos visitou, surgindo no planeta frente a frente com a humanidade.
Deves ficar de pé em todas as situações, esforçando-te todos os dias para melhorares, pois os Céus estão a postos na ajuda, pelos canais dos esforços de cada um. Se és criança diante dos que te estão dirigindo espiritualmente, estes são crianças diante de outros Espíritos que os orientam. Todos nós estamos na escola de Deus, e é por isso que não podemos julgar a quem quer que seja. Nem Jesus quis fazê-lo, ante a mulher adúltera.
A Doutrina Espírita, sendo a exuberância de conhecimentos nascida da mesma fonte do Evangelho do Mestre, é, para todos nós, oportunidade de despertarmos para a luz, no sentido de encontrarmos o céu e Deus no nosso mundo íntimo. A humanidade se encontra ainda envolvida no egoísmo e no orgulho, porém, esse estado negativo é passageiro e os Espíritos superiores sabem disso, mas, somente encontramos a paz em Jesus, se começarmos a buscar desta serenidade que o Espiritismo ensina. “O Livro dos Espíritos” é uma luz, é uma fonte de conhecimentos espirituais que somente cede essa força divina para o Espírito se ele aprender a bater em suas portas de conhecimentos valiosos.

Livro: Filosofia Espírita – João Nunes Maia – Miramez - Todos os livros Espíritas como este vendidos em nossa loja terão o lucro repassado à Casa Espírita de Oração Amor e Luz.

13.3.19

NA GRANDE BARREIRA


Reunião pública de 19-6-59
Questão nº 159

A crônica terrestre costuma anotar esse ou aquele acontecimento em torno da morte dos chamados “grandes do mundo”.
Carlos V, da Espanha, soberano de vasto império, termina os seus dias na penumbra do claustro, experimentando o féretro que lhe carrearia o corpo para o sepulcro, à feição de obsesso vulgar.
Elisabeth I, da Inglaterra, depois de manobrar largamente o poder, separa-se do trono, rogando, desesperada:
- “Senhor, Senhor, cedo todo o meu reino por um minuto a mais de vida!”
Molière tem os próprios restos sentenciados ao abandono.
Napoleão, o estrategista coroado imperador, plasmou com punhos de bronze o temor e a admiração em milhões de súditos, mas não soube guerrear o câncer que lhe exauriu a força vital na solidão de Santa Helena.
Comte, o fundador do Positivismo, superestimando o próprio valor, grita, desapontado, perante a fronteira de cinza:
- “Que perda irreparável!”
Mas assim como os reis e os conquistadores, os filósofos e os artistas se despedem da autoridade e da fama, legiões de criaturas, de todas as procedências e condições, deixam a Terra, todos os dias.
Despojados dos empréstimos que lhes honorificavam a existência, ante a grande libertação guardam somente o resultado das próprias obras.
Nem posses, nem latifúndios...
Nem títulos, nem privilégios...
Nem armas, nem medalhas...
Nem pena que fira, nem tribuna que amaldiçoe...
Nem depósitos bancários, nem caderneta de cheques na mortalha sem bolso...
Imobilizam-se e dormem...
E acordam buscando os planos em que situaram os sentimentos, dando a impressão de estranha ornitologia, nas esferas do espírito.
Almas nobres e heróicas renascem da letargia, quais pombos viandeiros, remontando à glória do firmamento.
Corações dedicados à virtude e à beleza recobram a atividade como andorinhas, sequiosas da primavera.
Preguiçosos despertam, copiando o insulamento das corujas que se aninham na escuridão.
Viciados e malfeitos diversos ressurgem, à maneira de abutres, espalhando entre os homens os germens da peste.
Faladores impenitentes reaparecem, de praça em praça, a repetirem solenemente conceitos que lhes vibravam na pregação sem obras, lembrando a gritaria inconsequente do bem-te-vi.
Homicidas e suicidas, semelhantes a marrecos desavisados, reabrem os olhos nos abismos serpentários a que se arrojam por gosto.
Não te esqueças, assim, de que terás também a boa hirta e as mãos enregeladas, na grande noite, e acende, desde agora, a luz do bem constante, na rota de teus dias, para que a sombra imensa te não furte ao olhar a visão das estrelas.

Livro “Religião dos Espíritos” –  Francisco C. Xavier – Emmanuel – Todos os livros Espíritas como este vendidos em nossa loja terão o lucro repassado à Casa Espírita de Oração Amor e Luz.

12.3.19


XXXVIII – REFLEXÕES SOBRE O LIVRO “LIBERTAÇÃO” – ANDRÉ LUIZ/CHICO XAVIER

Os últimos parágrafos do capítulo VI, do livro “Libertação”, são repletos de ensinamentos reveladores.
André, dirigindo-se a Gúbio, pergunta-lhe se aqueles “esferoides vivos”, ou seja, se os corpos “ovóides” seriam capazes de ouvi-los, ou com eles estabelecer sintonia. O Instrutor lhe responde que “sim”, esclarecendo sem seguida: “... a maioria das criaturas, em semelhante posição nos sítios inferiores quanto este, dormitam em estranhos pesadelos.”
Conclusões a serem tiradas:
1 – Sítios inferiores existem à semelhança daquele que estava sendo visitado, na “cidade dos gregorianos”.
2 – A Dimensão Espiritual denominada “Trevas”, portanto, é um planeta de tamanho considerável, como que “abraçada” pela Crosta, que, por sua vez, é “abraçada” pela Dimensão Umbralina.
3 – A loucura, ou insanidade, conduz o espírito a estado de perturbação tal que ele “perde” o domínio sobre si mesmo.
Adiante, esclarece Gúbio:
“Registram-nos os apelos, mas respondem-nos, de modo vago, dentro da nova forma em que se segregam, incapazes que são, provisoriamente, de se exteriorizarem de maneira completa, sem os veículos mais densos que perderam, com agravo de responsabilidade, na inércia ou na prática do mal. Em verdade, agora se categorizam em conta de fetos ou amebas mentais, mobilizáveis, contudo, por entidades perversas ou rebeladas.” (destacamos)
Deduções lógicas:
1 – Os “ovóides” regrediram na forma – perderam os seus “veículos”, ou corpos espirituais”, mais densos... Quanto à inteligência, porém, eles a conservam de maneira embotada... Não significa regressão moral, que não pode haver – a chamada “involução”... Tais espíritos tão somente não lograram sustentar-se nos patamares evolutivos que atingiram – não criaram “raízes” morais e intelectuais suficientemente fortes para não tombarem... Jesus nos adverte, dizendo que a casa necessita ser construída sobre a rocha, e não sobre a areia!... Nossas conquistas espirituais carecem de ser “fixadas”, ou, em outras palavras, alicerçadas, pois, caso contrário, seremos induzidos a recomeçar.
2 – Vejamos que tristeza: “fetos ou amebas espirituais mobilizáveis (...) por entidades perversas”... Tais espíritos são “escravizados” por mentes poderosas que os utilizam a seu bel prazer... O homem não está, por exemplo, aprendendo a se valer de determinados “predadores” de pragas que atacam a lavoura?! Bactérias consideradas “boas” não têm sido utilizadas para combaterem as “más” na flora intestinal?! No corpo físico, como também no extrafísico, o que fazem os leucócitos, ou glóbulos brancos, que não seja fagocitar bactérias e outros microorganismos?! Reflitamos no universo de ideias que André Luiz, registrando as instruções de Gúbio nos descortina.
Encerremos este substancioso capítulo VI, de “Libertação”, com a palavra lúcida e surpreendente do elevado Instrutor:
“O caminho de semelhantes companheiros é a reencarnação na Crosta da Terra ou em setores outros de vida congênere, qual ocorre à semente destinada à cova escura para trabalhos de produção, seleção e aprimoramento.” (destaquei)
Desculpem-nos os irmãos/irmãs internautas, mas não consigo sofrear a pergunta:
- Ora, se o corpo espiritual é o modelo organizador biológico, como, por exemplo, esses “esferoides vivos” poderão reencarnar com forma humana?! O que vocês têm a nos dizer?! Não seria racional que reencarnassem disformes, ou simplesmente nascendo na condição de primitiva “massa” celular?!...
Aguardamos as suas respostas.
Pensem bem.
Vale 10, na prova!...

INÁCIO FERREIRA – Blog Mediunidade na Internet
Uberaba – MG, 11 de março de 2019.