O que causa a maior parte dos males da
Terra, se não for o contato incessante dos homens maus e perversos? O egoísmo
mata a benevolência, a condescendência, a indulgência, o devotamento, a afeição
desinteressada, e todas as qualidades que fazem o encanto e a segurança das
relações sociais. Numa sociedade de egoístas, não há segurança para ninguém,
porque cada um, não procurando senão seu interesse, sacrifica sem escrúpulo o
de seu vizinho. Muitas pessoas se creem perfeitamente honestas porque são
incapazes de assassinar e roubar nos grandes caminhos; mas é que aquele que,
por sua cupidez e sua dureza causa a ruína de um indivíduo e o leva ao
suicídio, que reduz toda uma família à miséria, ao desespero, não é pior do que
um assassino e um ladrão? Ele assassina a fogo lento e porque a lei não o
condena, que seus semelhantes aplaudem o seu saber fazer e a sua habilidade, se
crê isento de censuras e caminha de cabeça levantada! Também os homens estão
constantemente desconfiando uns dos outros; sua vida é uma ansiedade perpétua;
se não temem nem o ferro, nem o veneno, são alvos das chicanas, da inveja, do
ciúme, da calúnia, em uma palavra, do assassinato moral. Que seria preciso para
fazer cessar este estado de coisas? Praticar a caridade; tudo está aí, como
disse Lamennais.
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