31.5.13

- Pai João, o senhor é umbandista ou espírita?
- Sou fio de Deus. Aprendiz do bem. Uma alma em recomeço.
- Aí no mundo espiritual, onde o senhor atua, existe separação religiosa?
Existe sim, fio. Só não é do mesmo jeito. Na casa de sô Euripa* aqui no Hospital Esperança, nego véio participa de tudo e aprende em todo lugar.
Como tem templo evangélico, católico e protestante, nego lê a Bíblia e fala de Jesus contando histórias da escravidão. Os fios chora e nego os abraça.
Como tem um terreiro umbandista no hospital, nego apóia os fio que encontraram alento nas práticas da umbanda livre dos apegos e inspirada na caridade.
Como tem um centro espírita que abriga os religiosos kardecistas, nego faz palestra, conta histórias e ensina magia.
E assim vai, fio, de acordo com cada religião.
 
Livro: Fala Preto Velho - Wanderley Oliveira - Pai João de Angola**
 
* Sô Euripa: Senhor Eurípedes Barsanulfo, que numa obra de amor, ergueu no mundo espiritual o Hospital Esperança dirigido por espíritas, para abrigar cristãos que desencarnaram em condições de conflito consciencial.

**Pai João de Angola é uma reencarnação de Francisco Jimenez de Cisneros (1436-1517), mais conhecido como Cardeal Cisneros.

30.5.13

UM MÉDIUM QUE ME PARECIA PROMISSOR

Há pouco, um amigo da Terra me escreveu, dirigindo a mim a seguinte pergunta: - Dr. Inácio, o senhor já buscou escrever através de outro médium?!...
Aproveitando o espaço deste Blog, respondo que sim. Certa vez, não faz muito, estive sondando um médium que, de fato, por suas faculdades, me parecia muito promissor.
Cheguei à sua casa quando ele estava se preparando para tomar banho, o que, de início, causou-me excelente impressão, pois o médium não precisa ser cheiroso, mas, pelo menos, asseado.
Então, pensei comigo: - Com certeza, ele não demorará mais que 10, 15 minutos... Esperarei.  Acontece, porém, que, antes do banho propriamente dito, por pequena abertura da porta do banheiro, observei que ele se pôs a cortar os pelos do seu peito peludo, porque, certamente, isto lhe agravava algum problema relacionado à hiper-hidrose.
Tudo bem. Uma medida profilática é sempre bem vinda à saúde e ao bem estar.
Logo depois, antes de acionar o chuveiro, tendo ao lado um shampoo e um condicionador, notei que ele preparava uma tinta para os cabelos, e, assim, os meus 10, 15 minutos já tinham ido para o beleléu.
Enchi-me de paciência e procurei compreender, porque a ninguém podemos estar condenando por cuidar de sua própria aparência.
Banho tomado, cabelos tintos, agora era só passar um pente e colocar a roupa, que, certamente, ele escolheria em seu guarda-roupa, inclusive a cueca que eu não vi dependurada no banheiro.
No entanto, para a minha surpresa, diante do espelho, ele abriu uma gaveta e começou a tirar bisnagas: uma, duas, três, quatro bisnagas! O que seriam?! 
Algum leite de colônia, daqueles antigos que eu costumava usar após a barba?! Nada disto.
Há mais de 30 minutos dentro do banheiro, ele abriu a primeira bisnaga: era uma pomada para evitar micose nas unhas dos pés! Concordei, por que... Ah, como eu sofri com micose em duas unhas encravadas! Terrível!...
Logo, ele partiu para a segunda bisnaga, que continha outro tipo de pomada.
Aproximei-me e, indiscretamente, li: "Para combater hemorroidas". 
Adivinhando o que iria acontecer, dei-me pressa em sair do banheiro... 
Hemorroidas doem e doem, ainda mais num médium que precisa ficar sentado durante muito tempo!
A operação anti-hemorroidária não demorou, e voltei a tempo para assisti-lo a abrir a terceira bisnaga, pois, afinal, eu estava humanamente curioso. Era um creme, de marca famosa, para evitar o envelhecimento da pele facial. Quem quer envelhecer antes do tempo, não é?! Todavia, mais de 40 minutos haviam se escoado, e, estando encarnado, se eu fosse seu parente teria batido na porta do banheiro, para saber se ele fora acometido por uma síncope debaixo do chuveiro...
Com muito receio de que ele abrisse uma segunda gaveta no armário, fomos para a quarta e heroica bisnaga... O que seria?! Vocês não adivinham?! Era coisa simples: um batom de cacau, de tom meio rosa, que cumpria dupla finalidade: hidratava os lábios e os deixava um pouco mais vivos e brilhantes!...
Nada contra, mas exatos 50 minutos do meu tempo haviam voado! Contudo, eu ainda estava esperançoso, quando, enrolado numa toalha, ele saiu do banheiro e começou a vasculhar o guarda-roupa à procura do que vestir naquela tarde, quase noite. Vocês não vão acreditar, mas, entre mangas curtas e longas, ele hesitou diante de 28 camisas, 21 calças, sem falar em dezenas de cuecas e meias, e mais 15 pares de sapatos e tênis, de todas as cores e modelos.
Então, meus amigos, quando eu pensei que aquilo haveria de ser todo dia, quiçá duas vezes, lamentando muito eu vim-me embora, e, por enquanto, não ando com a mínima vontade de sair procurando médium por aí, não!...

INÁCIO FERREIRA
Uberaba - MG, 27 de maio de 2013.  

29.5.13

Questão 209 do Livro dos Espíritos
    TROCA DE VALORES
    As leis têm variações incontáveis. O espírito, no mundo espiritual, já arrependido dos seus feitos incômodos, e que deseja reencarnar, quando permitido, deseja nascer de pais virtuosos, como sendo misericórdia para que se livre de enveredar outra vez nos caminhos de erro. Para tanto, os pais servir-lhe-ão de barbilho, não deixando seus impulsos do passado tomarem a dianteira das boas qualidades que ele deve assimilar no mundo familiar.
     Porém, nem sempre é permitida essa dádiva, para seu avanço espiritual acontece, muitas vezes, que a alma retorna à carne em um grupo formado por seus iguais, às vezes piores, para que ele manifeste sua força de vontade e alcance o objetivo que deseja realizar para a sua libertação. A variedade de situações não nos deixa traçar um roteiro em relação à igualdade de nascimentos. As normas são diversas, em toda manifestação dos espíritos que voltam à Terra para limparem seu passado, com os seus próprios esforços.
    Entretanto, acontece igualmente o contrário: pais totalmente ignorantes, viciados em contradições das leis naturais, podem receber filhos altamente iluminados, no sentido de testarem novamente suas qualidades e desempenharem uma missão importante junto à humanidade. Esses também pedem para renascer nesse ambiente, servindo de exemplos para tantos que estudam as reações dos homens bons junto aos perversos e confundindo, assim, os que se dizem sábios, querendo dizer que os filhos são os que os pais não deixaram de ser, generalizando esses fatos.
    Se o espírito não gera espíritos, eles são o que são, embora, a influência seja uma realidade. Para tanto, os espíritos que já atingiram certa compreensão se acautelam a todo momento, para não caírem em tentações, e saírem ilesos dos processos de afinidades de famílias.
    Uma família é sempre uma escola, onde todos aprendem as primeiras letras do amor. Esteja ela no nível que estiver, há sempre vigilantes da vida maior ajudando-a; inspirando-a para o aprendizado. Advertimos sempre a todos que as oportunidades são valiosas, da favela ao palácio, do ignorante ao letrado, que devem aproveitar o tempo que corre.
    Os meios de elevação hoje são grandes e a influência do bem é enorme; basta ter olhos para ver. A humanidade se encontra cansada das inconveniências. O Evangelho é o despertar da alma, é Jesus conosco nos dois planos da vida. Se temos alguma luz, não a coloquemos debaixo da mesa; ergamo-la para que todos a vejam, sem vaidade. O exemplo é que é a candeia em cima do alqueire.
    É preciso verificar o que já se fez pela família na qual se nasceu. Necessário se faz amar seus pais, irmãos e demais parentes, para que esse amor possa alcançar toda a humanidade. A situação sempre muda, e na troca de corpos somente levamos o celeiro das qualidades, para nos atormentar ou nos tornar livres.
    Se um espírito ainda voltado para o mal pediu, e foi concedido por Deus, nascer em nossa família, não desdenhemos essa oportunidade, nem amaldiçoemos essa alma em provação. Vejamos o que diz Paulo, na primeira Epístola aos Tessalonicenses, capítulo cinco, versículo dezoito: "Em tudo dai graças, porque esta é a vontade de Deus em Cristo Jesus para convosco." Se é a vontade de Deus, por que não aceitar? Se é muito bom para quem nasce, melhor para que o recebe como filho. Lembremo-nos do amanhã.
    A vida é uma troca incessante de valores. Qual o mérito que teríamos em receber somente espíritos de luz em nossos convívio? Vamos recebê-los porque o Senhor é sempre bom, porém, não recusemos os maus, porque no amanhã se tornarão bons, assim como os bons já laboraram em equívocos.
    Entreguemos nossa vida a Deus, para que a vida nos recompense com a paz de consciência, e lutemos ajudando, porque amar aos que nos amam é dever, mas amar aos que nos perseguem e caluniam é saber viver com Jesus no coração.
 
Livro: Filosofia Espírita V - João Nunes Maia - Miramez

28.5.13


Meu Encontro com Chico Xavier

Conheci Chico Xavier do lado de cá da vida. Ouvia muito falar sobre este homem que me despertou a curiosidade.
Um dia, numa reunião num centro espírita que participei, lá pelas bandas de Uberaba, nas Minas Gerais, disseram, os mentores da casa, que haveria, naquela noite, uma visita especial. Fiquei na expectativa para ver quem era. Ora, não é que foi o Chico Xavier.
Meus irmãos, foi uma sensação de imenso bem-estar ao vê-lo. Ele, simples, pegou as minhas mãos como num gesto de querer beijá-las e eu o interrompi dizendo-lhe:
- Não, Chico, o que é isso, meu irmão, eu é que deveria beijar as suas.
- Não, de forma alguma, - respondeu. Sou um filho de Deus que ainda tenho muito o que consertar dentro de mim. Fico muito grato a Deus por lhe ver. Sou um admirador do seu trabalho na Terra.
- O que é isso, meu irmão, trabalhamos todos para um mesmo patrão que é Deus e temos o mesmo amigo que nos ajuda nesta jornada que é Jesus.
- Pois é, Helder Camara, eu sei disso, mas é esta minha mania, vez em quando, de respeito às pessoas superiores...
Foi gentil comigo o tempo todo. Uma graça de pessoa. Falamos como se já nos conhecêssemos há bastante tempo. Falou de sua experiência na Igreja Católica quando jovem em Pedro Leopoldo, nas Minas Gerais, antes de abraçar o Espiritismo. Falava tudo sem mágoa e até com bom humor.
Meus amigos da Terra, há algumas grandes emoções na vida física que senti ao encontrar espíritos memoráveis em missão ao Nosso Senhor Jesus Cristo. Não somente aqueles que eram famosos, mas pessoas simples do povo, que sabia, num simples contato, da sua grandeza espiritual. E foi a mesma sensação com Chico Xavier.
Não fez ele qualquer alusão aos problemas que enfrentou com a Igreja, pelo contrário, elogiou todos os padres que passou pelo seu caminho, até um que lhe perseguiu no início de sua carreira mediúnica.
Abraçou a todos na casa espírita, onde foi muito festejada a sua presença, e foi embora do jeito que chegou, discretamente.
Meus irmãos da Terra, como foi interessante esta experiência, a experiência de encontrar um filho de Deus comprometido com a causa do bem. Chico Xavier, a quem o respeitei a distância, me encontrava e me tratava como velho amigo. É assim do lado de cá da vida, nada de barreiras. Os homens aí embaixo é que criam paredes entre as religiões, não entendem que todas proveem de Deus e que servem ao mesmo ideal: fazer os homens felizes e ajudarem a se encontrar com Ele.
Fico por aqui nesta manhã no desejo que minhas palavras alcancem a todos aqueles que fazem uma fortaleza na sua fé, intransponível para o acesso de outro irmão fora de sua crença. A eles, peço que orem a Deus para dar-lhes mais discernimento sobre a vida.
Em paz,
Helder Camara

27.5.13


Zonas Infernais

Minha experiência no mundo das sombras já é grande. E aumenta cada vez mais. Estou pesquisando o que encontro no limiar das “zonas infernais”. Visito, todos os dias que posso, as zonas de desconforto espiritual. São imensas e tem muita gente por lá. Fico boquiaberto com tudo que vejo. Não esperava, meus irmãos da Terra, ver o que vejo. São criaturas deformadas de todo jeito, coisas horríveis de se imaginar, e eu estou lá a pesquisar e a pergunta: por quê, meu Deus?
É difícil responder isso aos não espíritas. Os espíritas estudam isto há muito tempo, mas esta literatura não nos chegava às mãos, naturalmente, e hoje vejo que me fez falta saber um pouco sobras as “zonas infernais”.
É lamentável ver irmãos em situação de desespero, de perda total da consciência de si mesmo, de apartamento do mundo real. Não sei se aquilo é viver. Não imaginamos, meus irmãos, o quão terrível são estas zonas purgatoriais.
Não quero amedrontar ninguém, mas como finquei o compromisso de dizer o que via por aqui, disso não posso fugir.
Meus queridos irmãos, há de tudo por estas bandas, nestas áreas desconectadas com Deus. Só pode ser isso, desconexão com Deus. Lá, Deus existe na assistência a estes nossos irmãos. São eles tratados como bichos, muitos deles, e bicho do mato, se posso assim me expressar.
Fiquei chocado, confesso, das primeiras vezes que fui a estes lugares. Parecia um filme de ficção. Haviam me falado, pediram para me preparar, que orasse a Deus. Tudo bem, fiz tudo isso, mas o impacto foi o maior da minha vida.
Hoje, tenho consciência do que representa estas reuniões socorristas que são feitas nos centros espíritas. Nada sabia na Terra, mas como quis saber tudo sobre o sofrimento humano, não podia deixar de experimentar esta sensação do lado de cá da vida.
Para muitos dos meus irmãos católicos pode ser que digam que agora me excedi no exame do mundo espiritual. Meus queridos, creiam que não. Um dia, se tiver autorização para escrever sobre aquilo que vejo por aqui, aí sim, vocês verão como os fatos são sérios e é bom saber sobre isso, sobretudo antes de morrer.
Nada do que pretendo escrever no futuro será novidade. Nada. Nada do que os espíritas e talvez os umbandistas já não tenham se referido, mas pela boca de um padre...
Meus queridos, vi também nestes lugares a misericórdia de Deus. Os amparados são aqueles que se deixaram amparar. O Pai quer a todos eles, mas não pode forçar que eles pensem diferente e, por isso, espera o momento de seu despertamento para Ele.
Fiquem em paz! Por ora, é tudo que posso dizer.
Um abraço,
Helder Camara

26.5.13


Vem
(E quem o ouve, diga: - Vem. E quem tem sede, venha) Apocalipse, 22:17
A terra é a grande escola das almas em que se educam alunos de todas as idades.
Se atingiste o nível das grandes experiências, não te inquiete a incessante extensão do trabalho.
Não enxergues inimigos nos semelhantes de entendimento imperfeito.
Muitos deles saíram do jardim de infância espiritual.
Dá sempre o bem pelo mal, a verdade pela mentira e o amor pela indiferença.....
A inexperiência e a ignorância dos corações que se iniciam na luta fazem frequenemente, grande algazarra em torno do espírito que procura a si mesmo.
     
Livro: Fonte Viva - Francisco C. Xavier - Emmanuel 

25.5.13

CANTO DE FÉ

A minha voz jamais se calará,
Anunciando a Terra o mundo novo,
Que, um dia, há de surgir feito um renovo,
Do chão onde a semente brotará...

O meu canto de fé se espalhará
Ao longo do caminho em que movo,
E há de ecoar no coração do povo,
Que a uma só voz comigo cantará...

Tomada de esperança, a Humanidade,
Ante o sol de sublime claridade,
Verá que toda treva se desfaz...

Porque chegada a luta ao seu final,
Com o bem em triunfo sobre o mal,
Por toda a Terra há de imperar a paz!...

Eurícledes Formiga
(Página recebida pelo médium Carlos A. Baccelli, em reunião íntima no Lar Espírita “Pedro e Paulo”, na manhã do dia 12 de maio de 2013, em Uberaba – MG) 

24.5.13


Não há Igreja sem Povo

O novo Papa Francisco começa a sua jornada. Ultimamente, fala-se muito dele. Há uma expectativa enorme em torno de seus passos, nós também. Querem que ele faça muita coisa e ele fará, torço eu, mas ele já está fazendo.
A Igreja não é mais distante do povo. O Papa Francisco está indo ao encontro do povo, basta ver quando ele sai nas ruas do Vaticano, é ele quem busca o povo e não poderia ser diferente.
Jesus nos ensinou isso, a irmos ao encontro do povo. Todo sacerdote deveria ser assim, está no meio do povo, ser um com o povo, ser o próprio povo. Não há igreja sem povo.
Quando saímos da nossa pompa, de uma autoridade que na realidade não temos, e nos misturamos ao povo, nós da Igreja aprendemos mais. Quando, porém, passamos a pensar pelo povo, então nos desviamos da nossa finalidade precípua. Podemos raciocinar com o povo, mas jamais pelo povo.
Jesus ficou no meio do povo e falou a sua linguagem. Tudo que dizia era aquilo que o povo queria ouvir, tanto que seus exemplos eram baseados na realidade popular e, assim, era mais fácil de ser compreendido.
O Papa Francisco já vivia no meio do povo em sua Buenos Aires, então não será de agora que vai se enfurnar dentro dos gabinetes do Vaticano. Se ele fizesse isso se sentiria mal e ele não vai se permitir de amarrar à burocracia do Vaticano, tenho certeza disso.
Sua coragem será indispensável nos dias que virão. Menos as reformas que se espera dele – que fará algumas – bem mais, porém, as suas posições firmes diante de tempos turbulentos que chegarão. Esta será a marca do Papa Francisco, é só esperar.
Torcemos por ele e que Deus o abençoe em sua caminhada peregrina.
Helder Camara

23.5.13


Melhor Sofrer no Bem
 "Porque melhor é que padeçais fazendo bem ( se a vontade de Deus assim o quer), do que fazendo mal." - Pedro (I Pedro 3:17)
    Para amealhar recursos financeiros que será compelido a abandonar precipitadamente, o homem muitas vezes adquire deploráveis enfermidades, que lhe corroem os centros de força, trazendo a morte indesejável.
    Comprando sensações efêmeras para o corpo de carne, comumente recebe perigosos males que o acompanham até aos últimos dias do veículo em que se movimenta na Terra.
    Encolerizando-se por insignificantes lições do caminho, envenena órgãos vitais, criando fatais desequilíbrios à vida física.
    Recheando o estomago, em certas ocasiões, estabelece a viciação de aparelhos importantes da instrumentalidade fisiológica, renunciando à perfeição do vaso carnal pelo simples prazer da gula.
     Por que temer os percalços da senda clara do amor e da sabedoria, se o trilho escuro do ódio e da ignorância permanece repleto de forças vingadoras e perturbantes? Como recear o cansaço e o esgotamento, as complicações e incompreensões, os conflitos e os desgostos decorrentes da abençoada luta pela suprema vitória do bem, se o combate pelo triunfo provisório do mal conduz os batalhadores a tributos aflitivos de sofrimento? Gastemos nossas melhores possibilidades a serviço do Cristo, empenhando-lhe nossas vidas.
    A arma criminosa que se quebra e a medida repugnante consumada provocam sempre maldição e sombra, mas para o servo dilacerado no dever e para a lâmpada que se apaga no serviço iluminativo reserva-se destino diferente.
 
Livro:  Pão Nosso - Francisco C. Xavier - Emmanuel

22.5.13


Questão 208 do Livro dos Espíritos
 INFLUÊNCIA
 Há alguns pais que conseguem passar para seus filhos a esperança de Cristo e a educação espiritual nas linhas do Evangelho de Jesus Cristo. Deus usa as criaturas para a ascensão dos próprios filhos. Qual a finalidade da família?
 É o crescimento das almas, rompendo barreiras e alcançando a vida em estado de graça, na luz do amor.
 Os pais que não cuidam de seus descendentes se encontram cegos e surdos à voz da consciência em Deus. Não se pode descuidar da disciplina, desde mesmo a gestação. Por que não conversar com o recém-chegado do mundo espiritual? O corpo está se formando, mas o espírito já se encontra ao lado, vivendo a formação do seu fardo físico e, por vezes, ajudando os seus futuros pais, dependendo da sua condição evolutiva. Se for um espírito menos esclarecido lembremo-nos do que disse Jesus: São os doentes que precisam de médico.
 Lembremo-nos de Jesus, quando disse: - Eu e meu Pai somos Um. Nesse sentido, o filho e a mãe são um, na unidade de vida, um sorvendo os sentimentos do outro, com equilíbrio ou desequilíbrio, de conformidade com os alimentos mentais das referidas trocas. Imaginemos a responsabilidade dos pais em questão!
 Aproveitemos o tempo, começando pela oração, reformando os pensamentos no lar e em cada um que pertence ao lar, porque o recém-chegado se encontra assimilando tudo o que os familiares pensam e sentem, principalmente a mãe, a futura mãe. Cada vício ou hábito dos genitores impreguinará os sentimentos do filho, e pode se desenvolver, se esse não tem uma formação elevada adquirida em outras vidas. Cada virtude vivenciada no seio da família é semente de luz que se planta no coração dos filhos, por amor, e que se multiplica em favor do agricultor. Pois é dando que se recebe.
 O pai deve franquear as boas maneiras todos os dias, pensando, falando e vivendo, para que a luz de Deus ilumine a cidade de seu coração, para que a missão que ombreia ante a consciência e Deus seja bem cumprida, e que, quando voltar ao mundo de origem, as suas mãos levem os frutos de todos os seus esforços, cumulando a paz em sua consciência. Mesmo que custe bem caro, a vida no bem, em favor dos filhos, representa esperança e bem-estar para os trabalhadores.
 Se na Terra não existe felicidade, ela existe mais adiante, e as suas raízes devem ser fincadas no mundo onde ora viveis. A influência dos pais ante os filhos é uma realidade. Se, mesmo com os bons exemplos, alguns deles continuarem fora do Padrão em que se vive, não esmoreçamos; adiante eles aprenderão e, como nada se perde, o bem é mais duradouro, senão eterno  embora possa dormir dentro da alma - algum dia nascerá, com todo o seu fulgor de vida, e quem o plantou, receberá o perfume da paz daquilo que fez.
 Do plantio de luz, nascerá a claridade de estrelas.
 Felizes os filhos que adquirem qualidades morais semelhantes às dos pais, e muito mais felizes aqueles que os ajudam a ampliar a conduta em Cristo.
 Simpatizemos com o bem, na ardidura do amor, para que esse amor nos ilumine por dentro, a mostrar igualmente por fora o céu que despertou em nós, mostrando Deus e Cristo para os que nos acompanham.

Livro: Filosofia Espírita V - João Nunes Maia - Miramez

21.5.13


PODEM ACHAR QUE É, MAS NÃO É!
Vocês acham que o Mundo Espiritual é um orbe em que tudo esteja pronto e acabado?! Podem achar que é, mas não é! Aqui, aonde sobrevivemos, e, provavelmente, aonde vocês irão sobreviver após a morte do corpo, não é a beleza que se imagina, não! Esta beleza pode existir um pouco mais para cima, mas por aqui, não!...
Assim como os nossos irmãos encarnados se encontram lutando para construir uma Terra melhor, nós os desencarnados estamos lutando para construir um Mundo Espiritual melhor.
É grande equívoco pensar de outra maneira.
Do Abismo à Terra, e da Terra às Dimensões além, o espírito prossegue trabalhando no aperfeiçoamento de si mesmo e da vida em torno.
Mesmo em “Nosso Lar”, que já tivemos oportunidade de dizer que, em relação às cidades existentes no mundo, se trata de uma cidade futurista, com muitos problemas sociais quase equacionados, ainda há muito para ser feito.
A Dimensão Espiritual onde, por assim dizer, tudo poreja perfeição, é desconhecida por nós outros – para nós, por enquanto, trata-se de um sonho distante!
Por agora, nem mesmo conseguimos que se concretizasse para nós a cidade que, em seu “A República”, Platão idealizou – “Nosso Lar” tenta copiar-lhe a inspiração, mas, se assim posso me expressar, não se trata de uma cidade definitiva.
Portanto, não imaginem que, em desencarnando, vocês, sem mais nem menos, venham parar numa comunidade que não auxiliaram a construir – a morte não nos confere este prodígio, como, aliás, nenhum outro que possamos auferir sem esforço legítimo.
Deixando o corpo carnal, a não serem aqueles que possam transcender um pouco mais, vocês, logo passem por breve período de refazimento, terão uma vassoura a esperá-los...
E não adianta reclamar. Não terão asas, não volitarão, não exercerão a telepatia fácil, enfim, não verão nenhuma de suas limitações superadas, desde que, efetivamente, não tenham sido superadas.
O preguiçoso continuará preguiçoso, o manhoso, manhoso, e o malandro, malandro...
Esta história de que a morte fará com que os injustos se sentem no banco dos réus, é mais consolo para os injustiçados e alento para os que porfiam na difícil conquista das virtudes, do que fenômeno real que se lhes desencadeie de imediato.
Aqui, no Mundo Espiritual, a Justiça Divina, para se efetivar aos culpados, ainda não dispensa a justiça dos homens desencarnados – por isto que, deste Outro Lado, temos tribunais e cadeias para quantos a eles façam jus!
Seria uma bênção para ele que o espírito de um criminoso, por exemplo, ao deixar o corpo, se entregasse a uma espécie de arrependimento, que o induzisse a imediata reparação de seus erros. Infelizmente, isto não acontece, talvez, para a maioria, que continua vivendo à margem da lei.
Então, meus caros, o Mundo Espiritual não é um conto de fadas... É um mundo habitado por homens – alguns melhores, outros piores, e raros que, por seus méritos, se destacam dos demais.
Quem tira uma camisa do corpo, a vira do avesso e coloca no guarda-roupa, na ilusão de que esteja guardando uma camisa limpa, está guardando uma camisa suada!
O Mundo Espiritual é assim: vocês vestirão a camisa de seu lado avesso, ou o contrário, mas ela ainda estará impregnada daquele cheirinho de suor que se verte na Terra!...
INÁCIO FERREIRA
Uberaba – MG, 20 de maio de 2013.

18.5.13

PRECE PELAS  MÃES

Abençoai, Senhora, as mães da Terra,
Em cada mãe que chora sem conforto,
Pranteando, no mundo, o filho morto,
Na enlutada saudade a que se aferra.

Estendei Vosso manto que desterra
Do coração materno em desconforto,
A tristeza que nele fez seu horto
Na rude provação em que se encerra.

Fazei-lhe compreender que ao fim da lida,
Além da morte, numa outra Vida,
Prossegue vivo o filho do seu amor...

Pois só Vós que chorastes por Jesus,
O Amado Filho morto preso à cruz,
Podeis lhe ser consolo a tanta dor!...

Eurícledes Formiga
(Página recebida pelo médium Carlos A. Baccelli, em reunião pública do Lar Espírita “Pedro e Paulo”, na manhã de sábado do dia 11 de maio de 2013, em Uberaba – MG).

17.5.13


A INCREDULIDADE E A REALIDADE DO ESPÍRITO
 
"Tomé, chamado Dídimo, um dos doze, não estava com eles, quando veio Jesus. Disseram-lhe os outros discípulos: Vimos o Senhor. Mas ele respondeu: Se eu não vir nas suas mãos o sinal dos cravos e não puser a minha mão no seu lado, de modo algum hei de crer. "Oito dias depois estavam outra vez ali reunidos seus discípulos e Tomé com eles. Estando as portas trancadas, veio Jesus, pôs-se em pé no meio deles e disse: Paz seja convosco. Em seguida disse a Tomé: chega aqui o teu dedo e olha as minhas mãos; chega também a tua mão e põe-na no meu lado; não sejas incrédulo, mas crente. Respondeu Tomé: Senhor meu e Deus meu! Disse-lhe Jesus: Creste porque me viste? Bem-aventurados os que não viram e creram." (João, XX, 24-29. )
 
O amor de Jesus excede a todo o entendimento humano. Na sua abnegação e no desejo que mantinha de fazer crentes sinceros, não mediu as exigências do apóstolo Tomé, que disse só acreditaria na sua ressurreição ou sobrevivência se o visse e o examinasse.
 E Jesus, completamente materializado, torna-se visível e tangível ao seu discípulo, satisfazendo assim os imperiosos desejos que ele tinha de alicerçar sua fé sobre provas positivas. Ensinou mais o Mestre: que essa fé não era negada a quem quer que fosse, e aqueles que acreditavam sem ver já se achavam amadurecidos na crença, pois que já haviam observado fenômenos, não tendo mais necessidade de provas positivas; por isso mesmo eram bem-aventurados.
 Como se verifica, o modo de proceder de Jesus está em completo antagonismo com o dos sacerdotes das múltiplas igrejas esparsas pelo mundo.
 Enquanto estes exigem uma fé cega nos seus dogmas, Jesus procura demonstrar a verdade com fatos palpáveis.
 O Mestre não exige a escravidão da razão, o abastardamento do sentimento, antes respeita e proclama o livre-arbítrio de cada um, atributo este concedido à criatura para seu progresso moral, científico e religioso.
 Consentindo Jesus que o seu apóstolo o examinasse para poder crer na ressurreição, preveniu também a todos, por certa forma, que o Consolador, o Espírito da Verdade, que ele enviaria em nome do Pai, reproduziria a sua doutrina não só com palavras, mas com fatos da mesma natureza por ele produzidos. A religião não consiste só em palavras e fatos.
 "Assim como eu fiz, fazei vós também, disse o divino Mestre a seus discípulos, porque eu fiz para vos dar o exemplo."
 Em suas pregações dizia sempre Jesus aos que o seguiam: "Aquele que crê em mim, rios de água viva manarão de seu ventre", aludindo assim ao Espírito que deveria ser dado a todos que o seguissem.
 Sem comunicação não há Revelação, e sem Revelação o homem material, ignorante, orgulhoso, egoísta, não poderia ocupar-se com assuntos que se referem à sua vida espiritual; retardaria o seu progresso e sua felicidade.
 Assim como não pode haver fraternidade e paz sem religião, não pode também haver religião sem comunhão espiritual.
 
Livro: Parábolas e Ensinos de Jesus - Cairbar Schutel

16.5.13


A Palavra

A palavra traz a verdade, mas também pode trazer a mentira, tudo depende do que se fala. Devemos, todos nós, nos preocuparmos com aquilo que dizemos. Nossa palavra tem força, tem altivez, tem sentido, tem energia, portanto, é bom se preocupar com aquilo que se fala.
Uma voz que grita pode ser para alertar por algo que se deve fazer. Muito bom. Mas há outras vozes que gritam para menosprezar, diminuir, ignorar. Não, este grito não é bem-vindo e, em vez de unir, separa, destrói, desgraça.
Que sua palavra seja sempre de construção. Construção no bem, meu irmão. Aquele que fala querendo edificar ganhará imediatamente aplausos dos céus porque estará falando como Deus falaria aos Seus filhos.
Falar é ato nobre e deve ser pensada cada palavra que se diz, pois palavra, repito, tem força. Quando falamos com a verdade, então, não há como segurá-la. A verdade, por si só, já é forte, e quando transformamos esta verdade numa expressão oral, ela arrebenta qualquer barreira do cinismo, da mentira, da hipocrisia. Vejam a Jesus, por exemplo, sua palavra possuía autoridade. Quando falava, todos paravam. Paravam porque a sua voz transmitia a palavra do Criador. Envolvia a todos, paralisava as gentes para escutá-lo. Por que você não pode fazer o mesmo? As palavras para terem força necessitam que sejam carregadas de coerência por aquele que fala. Pense bem nisto.
Ao falar, transmitimos coragem para uns.
Ao discursar, evocamos novos comportamentos a outros.
Ao declamar, evidenciamos a beleza da palavra na construção das coisas.
Meus queridos irmãos, que sua palavra, como disse o Nosso Senhor Jesus Cristo, seja sim ou não, nunca talvez. A palavra firme é aquela contagia. A palavra que titubeia é aquela que leva a dúvida. É isto que Ele queria dizer, penso eu.
Pois bem, faça do exercício da palavra a busca constante da perfeição no melhor dizer das coisas. Dizer a palavra certa na hora certa para a pessoa certa. Tudo de bom.
Fique em paz e até outra oportunidade, se Deus quiser.

Helder Camara

15.5.13


Questão 207 do Livro dos Espíritos
     HERANÇAS
    A parecença física é uma realidade. São características que por vezes se herdam dos ancestrais, e nesse fio quase interminável, que se sucede na expansão familiar, aparecerão, juntamente com o físico, variadas enfermidades ou predisposições para tais. Se isso ocorre, não é que os descendentes pagam pelos avós, pais e tios, mas, por estarem envolvidos nos mesmos processos de evolução. Em quantas faltas familiares se encontram envolvidos inúmeras pessoas? No entanto, a misericórdia divina é a divina mão que abençoa e deixa os recursos ao alcance das próprias mãos, para que sejam aliviadas as provas, desde quando o sofredor de hoje, que foi o que fez sofrer ontem, se arrependa e conserte a direção dos seus passos.
    Não há injustiça na contabilidade divina; ninguém recebe o que não merece, mas, mesmo recebendo o que merece, Jesus se encontra lado a lado com o sofredor, com a sua presença incomparável a nos dizer: - "A paz seja convosco". Ele alivia o nosso fardo e nos admoesta: "Vai e não peques mais".
    Já comentamos alhures que espirito não gera espírito, como nos ensina "O Livro dos Espíritos", obra inspirada e assistida por Jesus, entretanto, pode acontecer que surjam, em família, semelhanças morais por afinidade de pendores, por simpatia dos grupos de almas em processo de ascensão. Desde quando os pais, ou mesmo avós, exercitem determinadas virtudes, a magnitude dessas irradiações pode atingir os descendentes que se encontram em princípio de maturidade, porque a lei nos garante que, em todos os esforços que fazemos para o bem, entramos em sintonia com esse bem, que é imortal na sua amplitude de vida.
    É bom que se saiba que herança não significa recebimento sem preparo. A analogia é que abre as portas para tais acontecimentos. Em tudo a justiça opera, deixando que o amor se solidifique para o engrandecimento da vida. É bom que se observe, porém, que nem todos os descendentes de uma família têm parecença nas características morais; nesses, a natureza se faz como que esquecida, por determinação divina, para que não aconteça o que não pode ser, como é freqüente, em todas os conjuntos familiares, muitos não herdarem enfermidades de que seus ancestrais padeciam.
    Não podemos generalizar esses acontecimentos, sem analisar o passado de cada um. Os processos evolutivos, os despertamentos espirituais de cada ser, são diferentes na pauta do tempo. A criatura, para ser aditada à vinha da Terra, deve e tem de buscar a harmonia do seu mundo interno, e o caminho a ser trilhado para isso é Jesus Cristo. Passando por Ele, a extensão se alarga e passamos a ter olhos para ver e ouvidos para registrar a Sua voz divina e amiga, a nos conduzir para o céu de nós mesmos.
    Se queremos modificar nossa herança de erros passados, melhoremos nossa conduta, fundindo-a à conduta de Jesus, para que Deus comande o nosso destino, modulando os nossos sentimentos, de modo a agilizar os nossos pendores nos conceitos da verdade.
    É bom relembrar que nem sempre são espíritos afins que formam uma família; as mudanças são muitas, para que a fraternidade cresça em todos os rumos da vida. Há almas que nada herdam dos familiares. Elas aparecem como um meteoro nos céus de uma família, cumprindo uma missão e deixando ali, por misericórdia, as bênçãos do exemplo de luz. Outras, vindo do mais baixo, recebem dessa família impulsos para o bem, porque Deus é amor e não se esquece dos Seus filhos no aprendizado.
    Se já conhecemos essas verdades, esforcemo-nos para sair das heranças impróprias, plantando no coração e na consciência a luz da bondade, da disciplina e do amor, para que essas sementes cresçam doando-nos frutos de libertação espiritual.
     Procuremos ser herdeiros de Jesus Cristo, o nosso grande doador na Terra.
 
Livro: Filosofia Espírita V - João Nunes Maia - Miramez

14.5.13


AS CONSEQUÊNCIAS DE UMA CRÍTICA LEVIANA

Eu vou lhes contar um episódio que se desencadeou, verdadeira tragédia, com as consequências de uma crítica leviana.
Isto se deu quando eu ainda me encontrava encarnado, ou um pouco mais encarnado do que me sinto agora.
Uma mãe, após o desenlace do filho querido, que se vitimara ao nadar com amigos numa lagoa nos arredores de Uberaba, entrou em grande desespero e, de toda maneira, queria cometer suicídio.
Levada pelo marido ao meu consultório, depois de efetuar inúmeras ponderações, aconselhei-a a procurar um médium, pois, com certeza, o seu filho, falando ou escrevendo, haveria de se manifestar a ela.
Relutante, e um tanto desconfiada, a referida senhora, de formação católica, foi a um Centro Espírita localizado na periferia da cidade, onde um médium trabalhava, e, de quando a quando, recebia comunicados de além-túmulo endereçados aos presentes.
Para a sua grande alegria, o filho, naquela noite, encontrando recursos, escreveu pela mão do médium belíssima mensagem consoladora, na qual pedia à genitora que, aceitando a Vontade Divina, não pensasse em morrer...
A pobre genitora, por assim dizer, renasceu! Mostrou a mensagem a vários familiares, também de formação católica, que, diante da autenticidade da carta, passaram a se inclinar com simpatia para a fé espírita.
Durante algum tempo, a paz voltara ao enlutado lar, e tudo seguia bem, inclusive tendo eu diminuído a dose dos medicamentos auxiliares que, inicialmente, lhe prescrevera.
Sabemos, no entanto, que a inveja e maledicência, sempre de mãos dadas, andam à solta pelas ruas, com o intuito de infelicitar as pessoas.
Um dia, mostrando a mensagem do filho que tanto a confortara, praticamente conseguindo resgatá-la ao túmulo, no qual, de maneira voluntária, pretendia se precipitar, a um conhecido espírita de Uberaba, dele ouviu as seguintes palavras:
- Mas, a senhora acreditou nesta mensagem?! Ela é de conteúdo completamente apócrifo! A senhora está sendo enganada por um mistificador! Eu conheço muito bem o médium que a escreveu... Falam horrores de sua vida pessoal! Absolutamente, não é pessoa em quem se possa confiar!...
A infeliz senhora, que, em verdade, nada sabia de Espiritismo, sentindo grande abalo íntimo, tornou a cair em profunda depressão, sequer voltando mais ao meu consultório.
Não se passou uma semana, sorvendo um copo de soda cáustica, a mulher foi encontrada morta pelo marido, quando este voltava do trabalho, no chão da cozinha da casa onde moravam.
A crítica formulada por puro despeito daquele homem funcionara como um tiro de revólver no coração daquela mãe sofredora!
E, por este motivo, sinceramente, até hoje eu não sei se, de fato, ela cometeu suicídio, ou se foi assassinada!...

INÁCIO FERREIRA
Uberaba – MG, 13 de maio de 2013.

13.5.13


A Nova Era

Ao escrever, por intermédio de Carlos Pereira, falo das coisas do dia-a-dia. Penso no que acontece e teço alguns comentários. É um blog e, pelo que sei, serve para transmitir pensamentos leves, lógicos, de maneira rápida. Um livro, porém, é diferente, tem que ter corpo, volume, densidade, outra lógica.
Ao construir com ele o livro “Em Razão de Viver”, que será lançado em breve, busquei enumerar fatos do cotidiano, é verdade, mas busquei fazer uma reflexão, sobretudo no final do livro, quando foram aproveitados alguns textos cunhados neste blog, sobre os acontecimentos que sucederão na Terra em breves dias.
O planeta passará por modificações profundas, meus irmãos, não tenham qualquer dúvida sobre isso. Do lado de cá da vida, participo de reuniões, seminários, contando qual deve ser o papel de cada um neste grande “cataclismo” que assolará a humanidade.
Quando cito “cataclismo” não me refiro às questões de ordem ambiental, tão somente, mas no cataclismo moral que assolará o planeta, pois do jeito que está não pode ficar, dizem os maiorais do lado de cá. É a evolução que empurra a humanidade, dizem.
Pois bem, se os espíritas possuem esta mensagem bem forte nos seus corações, haja vista que estão abertos, pela escrita mediúnica, para receber tais revelações, nós que advogamos o catolicismo como fileira de trabalho espiritual, possuímos poucas possibilidades de expressão. Portanto, este livro que sairá por estes dias trará um rápido panorama deste quadro inevitável, mas ainda desconhecido por muitos.
Nada a temer. Nada a se impressionar.
Tudo a fazer. Tudo a edificar.
Nosso trabalho, humilde trabalho, é ser mais uma voz para bradar a respeito destes dias de escuridão que, pedimos a Deus, rapidamente passarão e, em seu lugar, pela força das coisas, edificaremos, todos juntos, sob novas bases do pensamento, a nova era.
Esta nova era modificará os costumes gerais da Terra. Falará aos corações a força da união para vencer as crises, para diminuir as apartações, para eliminar de vez as desigualdades, para que pensemos somente na construção da paz entre os povos, entre as gentes. O Cristo, finalmente, será ouvido. Mais. Será sentido e vivenciado a partir dos corações dos homens de boa vontade.
É isto que temos a dizer, por enquanto.
Vamos chegar lá! De cabeça erguida, de corações renovados, plantando em cada um de nós a esperança de melhores dias.
Que Deus nos abençoe nesta caminhada.
Um abraço,
Helder Camara

12.5.13

Não gaste suas energias, tentando consertar os outros de qualquer modo. Quando consertarmos a nós mesmos,
reconhecemos que o mundo está administrado pela Sabedoria Divina e que a obrigação de cooperar invariavelmente para o bem é nosso dever primordial.

Livro:Agenda Cristã - Francisco C Xavier - André Luiz

11.5.13

ESCALADA

Haja o que houver, não mais retroceder,
Não mais voltar ao ponto de partida,
Desistindo do esforço da subida
Na senda que te deste a percorrer...

Não mais voltar ao vale e reviver
Ilusões que deixaste de vencida,
Ouvindo a voz que à frente te convida
A prosseguir sem nunca esmorecer...

De olhos postos no Alto, sempre avante,
Sem vacilar na fé um só instante,
Na bendita escalada rumo à luz...

Nesta ascensão que te parece infinda,
Em paisagem que se faz mais linda,
Chegarás à presença de Jesus!...

Eurícledes Formiga

(Página recebida pelo médium Carlos A. Baccelli, em reunião íntima do Lar Espírita “Pedro e Paulo”, na manhã do dia 3 de maio de 2013, em Uberaba – MG).

10.5.13


Discórdia Jamais

Aquele que semeia a discórdia é terrível. Não gosta de ver a paz reinar em canto algum, parece que se agonia com isso.
É aquele que vê defeito em tudo. Se alguém faz algo da melhor maneira possível, encontra um defeito para colocar o dedo e desmerecer a obra do outro. Invariavelmente é capaz de construir qualquer coisa, mas para achar a imperfeição...
É aquele que inveja a vitória alheia e – não podendo fazer o mesmo que o outro fez – põe o “bedelho” para funcionar desqualificando o êxito do outro. Pura inveja.
É aquele que se sente incomodado com a paz reinante em determinado ambiente. Por detestar a harmonia, cria caso com um e com outro para ver o circo pegar fogo. Gosta de semear o ódio.
É aquele que se sente realizado com a desgraça alheia. Como não tem harmonia interior, acredita que todos devem ser como ele, infelizes também.
É aquele que realmente é um infeliz. Aquele que arranja a discórdia como trabalho habitual é, certamente, um infeliz. O problema é que faz infeliz a todos que, de alguma forma, passe pelo seu caminho.
Quando o homem irá perceber que a discórdia nada tem a ver com Deus? Tem a ver com Deus aquele que procurar gerar a concórdia, a temperança, a paz.
Se a paz mundial tem que prevalecer não será pela discórdia, pela dissensão, pelo conflito, é preciso que se gere um clima de confiança, de bem-estar, de harmonia.
Meus irmãos, ao entendermos que a vida deve ser o momento para juntar, para agregar, para tornar todos juntos num só ideal, compreender o quanto mal faz qualquer ato de discórdia.
Penso que discórdia tem a ver com aquele que não age com o coração. Só pode ser. Se agisse com o coração proporcionaria o encontro de vontades, a beleza, a harmonia. Por ser dissonante ao que manda o coração é que se gera a discórdia.
A discórdia é veneno voraz que corrói os relacionamentos humanos e que não leva a lugar algum, ou melhor, leva ao nada.
Seja você, meu irmão, minha irmã, aquele que uma os dissidentes, que sua palavra seja aquela que traga a todos para o mesmo ponto comum. Você é responsável por isso onde quer que esteja.
Pense nisso e faça agora!
Um abraço,
Helder Camara

7.5.13


Questão 206 do Livro dos Espíritos
    CULTO AOS ANCESTRAIS
    Não estamos negando o culto àqueles que nos foram caros, que cooperaram no nosso retorno à carne para novas experiências; de forma alguma. Quando nos lembrarmos deles, devemos acrescentar sempre gratidão e orar pelos avoengos pedindo a Deus para os abençoar onde eles se encontrarem e, ainda mais, devemos cultivar o bem que eles plantaram, através das sementes de moralidade, de trabalho e de amor.
    Se nenhuma das ovelhas se perde, no dizer de Jesus, como cultuar somente os nossos antepassados, se todos se fundem em uma só família? Experimentemos, pois, amar a humanidade. A lei de amor nos diz que somos um todo em Deus, que representamos elos da família universal, e que corre em todos os corpos uma energia divina procedente do Todo Poderoso.
    Seitas e religiões espiritualistas existem cuja filosofia se baseia no culto aos ancestrais, cuja direção ou comando são passados de pai para filho, ou descendente mais próximo, na ilusão enganosa de que se pode ligar, parcimoniosamente, as coisas da Divindade. Mas quando ocorre que, na família ancestral, tenha havido alguns cujos comportamentos possam envergonhar os descendentes, estes procuram esquecê-los ou apagá-los.
    Afirma-nos Jesus que são os doentes que precisam de médicos, e não os sãos. Não podemos ignorar que o sangue que corre nas veias de um nobre é o mesmo que viaja no corpo de um plebeu.
    A lei da reencarnação é um socorro para os espíritos que ainda precisam dela, por fazê-los encontrar os inimigos do passado frente a frente, de modo a aceitarem a reconciliação como a melhor forma de paz. O culto aos ancestrais nunca é ridículo; é um ato de amor e gratidão. Somente o que a lei do amor não aceita é que esse culto fique limitado ao lar onde-nasceu. Que seja estendido para os outros lares, para outras nações e para o mundo inteiro. Não gosta o homem de visitar, quando pode, países diferentes daquele em que estagia? De lá não traz coisas para a sua alegria e o seu conforto? Por que não abençoar esse povo que não difere da sua própria forma? São nossos irmãos, são também nossos próximos, que Jesus nos pede para amar como sendo os nossos irmãos. O próprio casamento com pessoas de raça diferente contribui para nos unirmos, para libertar o amor familiar, e é por esse processo que passamos a nos ligar com muitas famílias, para que elas se tornem uma só.
    Jesus disse que "nos céus não se casa nem se dá em casamento". O espírito não descende do espírito. Quando um casal desencarna, se encontra livre, e, às vezes, é chamado a ingressar em outra família, no país onde animou um corpo, ou em outro, ele vai encontrar ancestrais de outras famílias, onde deve exercitar o amor e universalizar os seus sentimentos.
    Não se deve ficar pedindo aos parentes desencarnados para fazerem o que se quer que seja feito na Terra; banalidades, às vezes, que envergonham a própria consciência. Se se desconhece o estado deles no plano da vida espiritual, não se deve incomodá-los com as coisas da Terra. Eles, quando elevados, ficarão alegres quando seus "familiares" principiarem a abolir os erros, dissipando as trevas do seu mundo mental.
    Quando o nosso amor quebrar as amarras do lar, dos parentes, e atingir os seres humanos sem distinção, pela caridade, respeitando o direito de todos, nos sentiremos felizes por sabermos que no futuro haverá um só rebanho e um só Pastor, que é Jesus Cristo. Devemos, sim, cultuar os ancestrais, mas, de todos os povos, como sendo a nossa família, a família de Deus.
 
Livro: Filosofia Espírita III - João Nunes Maia - Miramez

5.5.13


Em Torno da Profissão
 
A sua profissão é privilégio e aprendizado.
Se você puser amor naquilo que faz, para fazer os outros felizes, a sua profissão, em qualquer parte, será sempre um rio de bênçãos.
O seu cliente, em qualquer situação, é semelhante à árvore que produz, em seu favor, respondendo sempre na pauta do tratamento que recebe.
Toda tarefa corretamente exercida é degrau de promoção.
Em tudo aquilo que você faça, na atividade que o Senhor lhe haja concedido, você está colocando o seu retrato espiritual.
Se você busca melhorar-se, melhorando o seu trabalho, guarde a certeza de que o trabalho lhe dará vida melhor.
O essencial em seu êxito não é tanto aquilo que você distribui e sim a maneira pela qual você se decide a servir.
Ninguém procura ninguém para adquirir condenação ou azedume.
Sempre que alguém se queixe de alguém, está criando empeços na própria estrada para o sucesso.
Toda pessoa que serve além do dever, encontrou o caminho para a verdadeira felicidade.

Livro: Sinal Verde - Francisco C. Xavier - André Luiz

4.5.13

JESUS

Por onde Ele passava intensa luz,
Em meio à espessa sombra, resplendia,
E o chão que Ele pisava florescia
Em tal prodígio que ninguém traduz...

Com a força de seu Verbo que reluz,
Transformava tristeza em alegria,
E levava esperança a quem sofria,
Tombado ao peso de inumana cruz...

A um simples gesto seu a própria morte
Curvava-se ante a Vida, eterna e forte,
Causando espanto a quantos se doou...

Foi por Ele que aos homens desterrados,
Que se criam do amor abandonados,
Que Deus em sua face se mostrou!...

Eurícledes Formiga
Uberaba – MG, 29 de abril de 2013.

3.5.13


  O tão citado Espirito de Verdade ainda é assunto de debate no meio espírita, às vezes despertando polêmicas. Nesse estudo de Paulo da Silva Neto Sobrinho, publicado na Revista Espiritismo & Ciência Especial, número 61, temos uma série de informações interessantes sobre o tema.
 
  PELA INFORMAÇÃO DESTES TRÊS ESPÍRITOS, podemos concluir que não se trata de uma coletividade, mas que o Espírito de Verdade é, sem receio, uma individualidade. Mas sigamos em frente. Devemos, para dissipar as possíveis dúvidas, trazer o testemunho do próprio Kardec que, anaÍisando uma comunicação de um determinado espírito, assim a explicou: 
  "O Espírito que ditou a comunicação acima é, pois, muito absoluto no que concerne a qualificação de santo, e não está na verdade dizendo que os Espíritos Superiores se dizem simplesmente Espíritos de verdade, qualificação que não seria senão um orgulho mascarado sob um outro nome, e que poderia induzir em erro se tomado ao pé da letra, porque ninguém pode se gabar de possuir a verdade absoluta, não mais do que a santidade absoluta. A qualificação de Espírito de Verdade não pertence senão a um e pode ser considerado como nome próprio; ela é especificada no Evangelho. De resto, esse Espírito se comunica raramente, e somente em circunstâncias especiais; deve-se manter em guarda contra aqueles que se apoderam indevidamente desse título: são fáceis de se reconhecer, pela prolixidade e pela vulgaridade de sua linguagem." (Revista Espírita, 1866, p. 222) (grifo nosso). 
  Portanto, não nos resta mais dúvida quanto a não ser uma coletividade, uma vez que as informações acima nos apontam para identificá-lo como sendo mesmo uma individualidade. Inclusive, da recomendação de que "deve-se 
manter em guarda contra aqueles que se apoderam indevidamente desse título", podemos perceber que se trata de algum Espírito de elevada hierarquia que, embora não se manifestasse de forma rotineira, dele já se tinha uma 
ideia do estilo de linguagem, que estava bem longe da prolixidade e da vulgaridade. 
  Levando-se em conta que Kardec disse que a qualificação do Espírito de Verdade encontra-se especificada no Evangelho, seguiremos sua orientação e, um pouco mais à frente, iremos ver o que lá poderemos encontrar sobre isso. 
  Quem seria o Consolador? 
  Importante também fazermos a distinção de quem seria o Consolador, pois alguns companheiros o têm como sendo Jesus, enquanto outros já o veem como o Espírito de Verdade. 
  Vejamos esta passagem de João: 
  "Se me amais, guardareis os meus mandamentos. E eu rogarei ao Pai, e ele vos dará outro Consolador, a fim de que esteja eternamente convosco, o Espírito de Verdade, que o mundo não pode receber, porque não o vê, nem o conhece; vós o conheceis, porque ele habita convosco e estará em vós. Não vos deixarei órfãos, voltarei para vós outros. Mas o Consolador, o Espírito Santo, a quem o Pai enviará em meu nome, esse vos ensinará todas as cousas e vos fará lembrar de tudo o que vos tenho dito." (João 14,15-18 e 26) (grifo nosso). 
  Por ter afirmado que enviaria outro Consolador, devemos concluir, com Kardec, que o Consolador não é Jesus. Entretanto, a passagem bíblica dá a entender que o Consolador é o Espírito de Verdade, fato que vem causando 
uma certa confusão para se identificar quem realmente ele seja, se apenas tomarmos essa passagem como referência. Mais à frente iremos ver que outras passagens bíblicas não trazem esta ideia, separando um do outro. 
  Em A Gênese, capítulo XVII, item 39, Kardec vai nos esclarecer isso, pois, para ele são duas coisas distintas. Vejamos: 
  "Qual deverá ser esse Enviado? Dizendo: 'Pedirei a meu Pai e ele vos enviará outro Consolador ', Jesus claramente indica que esse Consolador não seria ele, pois, do contrário, dissera: 'Voltarei a completar o que vos tenho ensinado'. Não só tal não disse, como acrescentou: 'A fim de que fique eternamente convosco e ele estará em vós'. Esta proposição não poderia referir-se a uma individualidade encarnada, visto que não poderia ficar eternamente conosco, nem, ainda menos, estar em nós; compreendemo-la, porém, muito bem com referência a uma doutrina, a qual, com efeito, quando a tenhamos assimilado, poderá estar eternamente em nós. O Consolador é, pois, segundo o pensamento de Jesus, a personificação de uma doutrina soberanamente consoladora, cujo inspirador há de ser o Espírito de Verdade." (A Gênese, FEB, 2007, p. 441) (grifo nosso). 
  Assim, Kardec, reafirmando o que já havia dito alhures, relaciona o Consolador a uma doutrina soberanamente consoladora, qual seja, o Espiritismo, cujo inspirador foi o Espírito de Verdade. Portanto, fica claro para nós que Kardec também separa um do outro, o que nos leva a concluir que o Espírito de Verdade não é o Consolador, o qual, ele mesmo, nessa sua fala acima, identifica como sendo o Espiritismo. O que fica ainda mais nítido com estas suas duas outras falas: 
  "Assim, o Espiritismo realiza o que Jesus disse do Consolador prometido: conhecimento das coisas, fazendo que o homem saiba donde vem, para onde vai e por que está na Terra; atrai para os verdadeiros princípios da lei de Deus e consola pela fé e pela esperança." (O Evangelho Segundo o Espiritismo, capítulo VI, item 4, p. 135) (grifo nosso). 
  "[ ... ] reconhece-se que o Espiritismo realiza todas as promessas do Cristo a respeito do Consolador anunciado. Ora, como é o Espírito de Verdade quem preside ao grande movimento da regeneração, a promessa do seu advento se encontra realizada, porque, de fato, é ele o verdadeiro Consolador," (A Gênese, item 42, IDE, p. 31) (grifo nosso). 
   Portanto, caracteriza o Espiritismo como sendo o Consolador prometido, ao qual lhe atribui a realização da promessa de Jesus quanto ao seu envio, o que, mostra claramente a separação que fazia entre Espírito de Verdade e o Consolador. 
   Nesta última fala, a que consta em A Gênese, ao dizer no final que "é ele o verdadeiro Consolador", o "é ele!' a que Kardec aqui está se referindo, s.m.j., é à expressão "seu advento", o que, por conseguinte, nos remete ao Es- 
piritismo e não ao Espírito de Verdade; ressaltamos, para que não se venha confundi-los no entendimento deste texto. 
  Para confirmar este nosso entendimento, vejamos esta outra fala de Kardec, contida em O Evangelho Segundo o Espiritismo (p. 134): 
  "O Espiritismo vem, na época predita, cumprir a promessa do Cristo: preside ao seu advento o Espírito de Verdade." (grifo nosso). Comparando esta fala com a que acima é dita "a promessa do seu advento se encontra realizada, porque, pelo fato, é ele o verdadeiro Consolador", percebemos que nesta última frase o "seu advento" está se referindo ao Espiritismo, o que pode ser conferido com o que foi colocado na primeira frase.
  Podemos observar ainda que, na passagem bíblica mencionada, Jesus diz "voltarei para vós", profecia que se realizou quando da implantação do Espiritismo; isto ficará mais claro quando identificarmos quem usou o nome de Espírito de Verdade.
 
 O início dessa messagem está na Revista Espiritismo & Ciência Especial, número 61 e na próxima edição, trazendo as informações sobre o que os Espíritos disseram, o que Kardec disse, se o Espírito de Verdade nos deixou alguma pista e a conclusão do tema com o pensamento de outros autores espíritas.

2.5.13


Questão 205 do Livro dos Espíritos
    AMOR UNIVERSAL
    A doutrina da reencarnação não se afigura como destruidora dos laços de família. Pelo contrário, ela, como lei que vigora em todos os mundos onde os espiritos reencarnam, alicerça a verdadeira fratemidade, por alimentar o amor universal entre todas as criaturas.
    Cultivar o amor somente entre os ancestrais, oferecer atenção somente àqueles com os quais convivemos, amar só os nossos familiares a consciência em Cristo nos dá que reforça o egoísmo e o próprio orgulho, não só dos que nos acompanham como, igualmente, de toda uma raça.
    A lei da reencarnação é divina por eliminar os limites de onde poderemos viver. Negá-la é desconhecer Jesus, que nos pede para amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a nós mesmos, e acrescentamos: amar a todos e a tudo, pois, se a criação vem de Deus, somos todos irmãos, na graça e misericórdia do Senhor.
    O princípio das vidas sucessivas nunca destrói os lares; ele os distende ao infinito e se forma na Terra uma única família para que tenhamos oportunidade de exercitar o amor; sem a reencarnação, não há condições de se estender o amor além das fronteiras do lar. Mas, com o tempo, as almas vão crescendo e percebendo, que precisam umas das outras, mesmo que se encontrem distantes. Basta ao homem olhar o que come, o que usa e o que não foi feito por suas próprias mãos nem pelos seus familiares e que, por vezes, vieram de fora, de outras nações. Façamos como o ar e as águas, que desconhecem barreiras de estados e nações, levando o conforto e a alegria onde quer que seja. Imitemos o sol: a sua luz se divide, manifestando saúde e doando vida onde pode alcançar para servir.
    O conhecimento das vidas múltiplas destrói a importância exagerada que dispensamos aos nossos parentes, porque pode nos levar a nascer em vários lugares, percebendo, por intuição na recordação silenciosa, que a vida é amor, aquele amor que não se transforma em exigências, que não se vende e nem se compra, força criadora de harmonia e de paz, trabalhando no soerguimento de todos os caídos, por prazer de servir.
    A falsa idéia de sangue real é que faz muitos negarem a reencarnação. O apego às heranças é embaraço para se crer que nascemos tantas vezes quantas forem necessárias; contudo, Deus não nos pediu opinião para fazer as leis que correspondem às nossas necessidades de despertamento espiritual. Quem ainda não deseja entender a lei da reencarnação esteja certo de que o tempo encarregará dele e a escola das vidas sucessivas ensinará que essa lei, como dogma divino, é para o seu próprio bem, porque nos ajuda a entender e vivenciar o amor universal.
     Trocamos os muitos corpos na nossa caminhada, para que possamos abolir o carma, corrigindo erros e ampliando nossos conhecimentos sobre a vida que continua em todas as direções do existir. Quem deseja ser livre haverá de conhecer a verdade, assim nos diz Nosso Senhor Jesus Cristo. Deus não consulta a vaidade dos homens para formular leis no universo, repetimos.
    Quem não pôde ainda conceber a lei da reencarnação, como bênção de Deus em nosso favor, que medite sobre ela, que ore pedindo inspiração. O céu nunca foi pobre de conhecimentos, principalmente no que tange à libertação dos espíritos. Para derrubar o passado, não basta alguns segundos de arrependimento. O arrependimento na reforma interna, pelo amor e pela caridade, pelo trabalho e pela compreensão. Tudo que possamos ver e sentir troca de formas periodicamente, porque a vida é movimento, sendo que é a mesma luz divina que move as formas que cada vez mais ascendem para a luz da verdade.
    Quem nasce, renasce; esta é a lei.
 
Livro: Filosofia Espírita III - João Nunes Maia - Miramez