30.4.21

SEPARAÇÃO CONJUGAL

INSTINTO DE CONSERVAÇÃO

 COMENTARIOS QUESTAO 590 do Livro dos Espíritos

As árvores não têm um instinto de conservação como se opera nos animais, e mesmo nos homens; o "instinto" nelas é mais mecânico, no entanto, ele cresce no desenvolvimento das formas que, aos olhos humanos, é imperceptível.
Todos os reinos da natureza buscam o mais alto. Em toda a extensão do universo se nota essa força poderosa que a tudo arrasta, que a tudo comanda. O pensamento de Deus programa toda a vida no fluido cósmico, ou seja, no hálito divino, que se renova na sua circulação universal, em tudo penetrando, assegurando assim o bem-estar, a harmonia em todas as coisas. Essa programação de vida é assimilada por tudo o que existe, e essa assimilação é de acordo com o crescimento de quem respira. Do átomo até ao homem, e deste até aos anjos, a bênção é para todos, porém, cada um recebe o que precisa receber. Essa é a justiça, o amor.
Se queres pensar que as árvores têm instinto de conservação, podes pensá-lo; no entanto, deves observar que isso ocorre em dimensão diferente dos animais. Em tudo penetra a inteligência divina, comandando todos os elementos nos seus devidos lugares, para que haja ordem nas formas. Observa a química: quando os corpos se repelem ou se atraem, é o mecanismo da vida que se expande em todas as direções. Daí é que se parte para o crescimento em busca do que o homem possui e os anjos conquistaram. É nesse sentido que devemos respeitar tudo o que nos cerca, por ter saído do mesmo foco que nós outros.
O amor é tão grande, que tudo que existe e a que nos dedicamos, nos responde com o amor, nos responde com perfeita troca de elementos sutis à percepção comum. O amor é a semente divina que devemos semear, porque a colheita não pode ser, por justiça, a mesma de quem não se preocupou em plantar. Se os minerais, plantas e animais estão na nossa retaguarda, porque não ajudar esses reinos a subir a escada que já palmilhamos, se os que estão em nossa frente estão sempre nos dando as mãos? Se Deus é amor, o nosso dever é amar a Ele sobre todas as coisas e ao próximo como a nós mesmos, para que a vida se expresse como luz nos nossos caminhos.
Cada planta é um laboratório divino, na divina seara do Senhor. Ela sabe selecionar os elementos que lhe possam sustentar a vida. Um pé de laranja não dá abacaxi, mesmo que estiverem juntos no mesmo campo e irrigados com a mesma água, soprados pelo mesmo ar e adubados pelo mesmo adubo. É o mecanismo do seu mundo oculto, é o comando de Deus pelos Seus recursos espirituais. Os agentes da vida maior estão espalhados em toda a criação, e eles entendem como se deve fazer e comandar, em nome do Criador, em se falando no crescimento das coisas. São poucos, mas esses tiraram a nota máxima na universidade da Terra, usando um corpo físico. A missão não é somente no mundo religioso, o mesmo ocorre com diversos trabalhos artísticos, e muitas descobertas científicas. Os missionários são diversos no mundo inteiro, operando em fatores diferentes, para ajudar ao progresso e sustentar, de certa forma, a existência de Deus e a presença dos Seus agentes de luz, nos caminhos dos homens.
Livro Filosofia Espírita - João Nunes maia - Miramez
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29.4.21

Somos Todos Nomadlandes

O filme vencedor do Oscar 2021, Nomadland, dirigido por Chloé Zhao, a segunda mulher a ganhar a famosa estatueta como diretora, conta a estória de Fern, uma viúva que adota o nomadismo como estilo de vida. Frances McDormand também ganhou o prêmio de melhor atriz por interpretar o personagem. Com o fechamento da fábrica local onde morava e depois da morte do marido, ela parte para sua jornada de desbravamento no interior dos Estados Unidos dentro de uma Van adaptada. O filme traz a reflexão sobre diversos temas, mas seu foco é sobre o valor da liberdade ou da condição errante. 
Num diálogo com uma ex-aluna, Fern também se virou como professora para ganhar a vida, essa condição se evidencia diante da contradição que é ter um teto fixo ou ter um teto móvel para morar ou passar a vida. 
- Minha mãe disse que você é uma sem-teto, é verdade? 
- Não, sou apenas uma sem casa. Não é a mesma coisa, não é? 
- Não. 
Efetivamente, não é. Esta compreensão é fundamental para se medir o grau de fixação de nossos conceitos ou a relatividade deles. Estar num teto fixo pode representar conforto e referência espacial, mas não é o único modo de se morar. Esse modelo de viver remonta do tempo das cavernas. Para não ser abatido pelas feras, nossos ancestrais precisavam estar juntos e unidos num lugar que lhe dessem a segurança da sobrevivência. Esta mentalidade perdurou até hoje. 
Por outro lado, por diversas razões, muitas pessoas tiveram de viverem em trânsito ao longo da história. As guerras, normalmente, provocaram este deslocamento involuntário durante bom tempo para aqueles que tiveram que se refugiar, mas sem destino certo, por exemplo. Se lembrarmos a trajetória dos judeus sob a liderança de Moisés durante quarenta anos é possível ter uma noção deste estado de nomadismo, mas não é este o caso dos “nomadlandes” modernos. É uma decisão pensada e assumida como estilo de vida – embora forçada por estímulos incontroláveis como é o caso de Fern. 
O que está em jogo, neste caso, é tomar a decisão de viver com liberdade, de ter seu ócio criativo, de quebrar a rotina todos os dias, de conhecer novos lugares e pessoas, de ir de encontro ao sistema vigente, de não ter medo das incertezas, de ser dona de seu próprio nariz. 
Isto é difícil de compreender para a maioria das pessoas, mas perfeitamente natural para outras tantas. Este estado de liberdade faz com que pessoas prefiram viver nas ruas a se submeterem aos desígnios de uma vida regrada num abrigo, por exemplo. 
Afora a necessidade imprescindível de viver em liberdade, estaria a condição de viver sem um lugar determinado para se encontrar, aliás, foi esta concepção de vida que fez com que o sistematizador da filosofia espírita, Allan Kardec, cunhasse o termo erraticidade. 
Os espíritos entre as encarnações, por não possuírem, via de regra, um endereço certo para se estabelecerem, estariam na condição errante ou errática. Erro, neste caso, não é sinônimo de inferioridade espiritual, mas apenas para dar a ideia de que, por ainda estar num processo de progresso espiritual, não haveria como determinar a sua morada “definitiva” ou seu ponto referencial de fixação. A erraticidade é, assim, o estilo de vida dos espíritos errantes, em clara analogia, é o estilo de todos nós no nível espiritual que ainda estagiamos. 
Somos todos "nomadlandes" do ponto de vista espiritual. Fern e os demais ativistas deste estilo de vida estariam tão-somente exercitando na terra física aquilo que vivemos na terra extrafísica. 
O nomadismo é igualmente um exercício de desapego, simplicidade, desprendimento, flexibilidade e de outras competências essenciais para o desenvolvimento espiritual. 
A propósito, os espíritos disseram a Allan Kardec que a pessoa verdadeiramente rica é aquela que tem menos necessidades. Pura verdade!
Nas mesas mediúnicas é muito comum se presenciar espíritos bastante perturbados por se preocuparem com os bens que possuíam mesmo sem ter qualquer necessidade deles onde estão. São prisioneiros do passado e das ilusórias posses. 
Talvez Nomadland seja uma ótima oportunidade para refletirmos sobre a importância de não apenas pensar como espírito imortal, mas  principalmente de ter a coragem de vivermos como tal. 
Carlos Pereira - Blog de Carlos Pereira

28.4.21

O ESPÍRITO DO ESPIRITISMO

E - Cap. XV - Item 3

Consciência individual - eis o oráculo do bom senso ante a justiça inseduzível de Deus.
Não nos satisfaça atender simplesmente aos nossos deveres, porém, que abracemos espontaneamente a obrigação de cumpri-los com êxito.
Não descreias de tua força interior.
Não te sintas incapaz, porque tanto estás habilitado a fazer o mal quanto o bem, lembrando que a chama da vela tanto pode estar aquecendo e iluminando, quanto incendiando e destruindo...
Sobre a ênfase das palavras cativantes, avança além dos lugares-comuns em torno da beneficência, praticando-a com a precisa fidelidade a ti mesmo.
As Leis do Criador, imutáveis desde o passado sem início até o futuro sem fim, prescrevem o clima do auxílio mútuo por ambiente ideal das almas em qualquer páramo do Universo.
Quem beneficia recebe o maior quinhão do benefício.
Todo supérfluo é retido nos laços do egoísmo ou da ignorância.
Reconheçamos que muita gente renasce de novo para passar a limpo a garatuja dos próprios atos.
Depende de cada um fazer das nuvens de provações, chuvas benfeitoras da vida ou raios destruidores de morte.
Não basta rogar sem méritos do trabalho pessoal, porquanto ninguém transforma as mãos implorantes em gazuas para abrir as portas dos celeiros espirituais.
As lágrimas tanto conseguem exprimir orações quanto blasfêmias.
O silêncio na tarefa mais apagada surge sempre muito mais expressivo que o queixume na inutilidade brilhante.
O raciocínio descobre a vizinhança entre a fé e o entendimento e a distância entre a fé e o fanatismo.
Os homens não são fantoches do destino e sim construtores dele.
Arma-te de confiança e sai de ti mesmo, servindo às vidas em derredor.
O amor é o coração do Evangelho e o espírito do Espiritismo chama-se caridade.

Livro: “Opinião Espírita”, de Francisco Cândido Xavier e Waldo Vieira, pelos Espíritos Emmanuel e André Luiz (cap.21)

27.4.21

Deus está entre nós

Às vezes, fico pensando se melhor não seria se todos nós pudéssemos ver a Deus em carne e osso.
- Como assim? Deus é imaterial, não podemos vê-Lo nem tocá-Lo.
É verdade, por isso mesmo. Quando tenho esta iniciativa mental é porque vejo os homens tão perdidos nas suas aventuras terrenas, tão sem saber para onde ir, que talvez se Deus se materializasse, mostra-se inconfundivelmente a Sua presença, poderia ser que o ser humano deixasse de seguir o caminho do erro.
Jesus veio, há dois mil anos, e não O reconheceram.
Ele se vestiu de homem, assim como nós, e mesmo desse jeito o crucificaram.
Ele não foi compreendido. Sua mensagem extrapola os limites de compreensão. Apenas alguns na multidão sabiam da sua grandeza. E olha o que deu.
- Então fariam o mesmo com Deus hoje. Desacreditariam-no. Blasfemariam como antes. Seria inútil.
Pode ser, no entanto, a fé e a esperança seriam novamente vividas por muita gente que já despertou da sua letargia espiritual. O mundo de hoje não é mais o mundo de ontem. Cabeças mais arejadas pelo tempo vieram para cá e influenciaram multidões. É claro que a maioria está perdida no materialismo inútil, mas já é hora de se dar um salto adiante.
Jesus sabia que sua mensagem transcendia no tempo. Enviou o Consolador Prometido e poucos o escutaram novamente.
Quero crer que numa vinda triunfal de Deus, Ele seria reconhecido pelos seus e parte da humanidade que não acordou para Ele sucumbiria de vez.
- Isto é desumano. Não tem cabimento esta sua ideia.
Realmente, pode ser, no entanto, quando estamos perto de Deus, Ele desperta em nós a nossa porção divina. Era como se estivesse lá em stand by e quando Ele chegasse tudo faria sentido. A tomada da consciência seria ligada novamente.
Um homem desperto influencia milhões. Vejam os exemplos recentes de Sai Baba, Madre Teresa, Irmã Dulce, Alberto Schweitzer, Gandhi e tantos outros emissários do bem. Dalai Lama inspira milhões no mundo inteiro. Sua palavra é ouvida até por quem não segue o Budismo. Todos têm vozes e são escutados pelos despertos.
Se o próprio Deus viesse, em carne e osso, os incrédulos de plantão não teriam o que dizer. Um pedaço deles poderia até dizer que era charlatanice e que se deixasse para lá. Eles não são despertos mesmo.
Eu reivindico que Deus se materialize hoje!
...
Ele já veio. Ele está entre nós.
Dona Maria, aquela da esquina, a que faz tapioca, ela é deus materializado.
Seu José, da carpintaria, é deus escritinho. Veja como ele fala com as pessoas. É de uma docilidade incrível.
Dona Josefa, do pão, como ela é parecida com deus. Seu sorriso é mais gosto do que pão francês com mortadela.
Seu João, Ah! Seu João, como parece com Deus, sua simplicidade e amor para com todos é impressionante.
Pois é, Deus está entre nós, sempre esteve. Vive disfarçado em Dona Maria, Seu José, Dona Josefa, Seu João. Deus está entre nós.
Que sorte a nossa que Deus não morreu.
É por isso que na vida tudo faz sentido. Quando pensamos que tudo acabou, que apagaram a luz do dia, tudo renasce ainda mais reluzente e intenso.
Sou eu, é você, a expressão de Deus na Terra.
Olhe-se no espelho. Vá ver o deus que você é.
Por esta razão, o planeta tem futuro, porque Deus está entre nós.
Helder Camara - Blog Novas Utopias

26.4.21

AfastarEspiritos

Os Espíritas Que Contestam Chico Xavier

Os espíritas que contestam a Obra Mediúnica de Chico Xavier, e, sem a menor noção de ridículo, contestam, igualmente, a sua vida apostolar, segundo podemos observar, podem ser divididos assim:
a)    Os que, devido a questões de vaidade e personalismo, querem obter destaque através das críticas ingênuas que lhe fazem;
b)    Os que lhe temem os exemplos de renúncia e devotamento com os quais nos mostrou como a Doutrina deve ser aplicada;
c)     Os que, de maneira consciente ou inconsciente, a serviço das trevas, querem minimizar a grandeza da tarefa que ele cumpriu...
Claro que poderíamos, apontando as possíveis causas de oposição a Chico Xavier, e ao que ele representa, por alguns espíritas, utilizar as letras do alfabeto inteiro...
Não obstante, fiquemos apenas com o a, b, c, desse estranho alfabeto, no qual, de maneira geral, estão incluídos os que, de uma forma ou de outra, querem ser mais do que Chico foi e continua sendo –
Querem ser eles mesmos, talvez, a reencarnação do próprio Codificador, ou, no mínimo, um espírito de alta hierarquia a preservar a Doutrina de seus supostos desvios!...
Há quem não aceite a Chico pelo fato, segundo alegam, de ter feito com que o Espiritismo enveredasse, no Brasil, pela sua vertente religiosa, mais que pela sua vertente científica.
Esses nossos irmãos, pedindo a eles que nos perdoem, que assim falam, no entanto, nada são capazes de fazer para que a Doutrina se destaque do ponto de vista científico – e nada fazem pela sua incapacidade intelectual de o fazer, de vez que são detentores de rasa cultura para tanto.
Pretendem inovar no campo da compreensão da Doutrina, e de seu estudo, não obstante, ficam sempre a “chover no molhado”, de vez que, infelizmente, ler o que escrevem ou escutar o que dizem nada acrescenta – terminam, porém, porque logram se expressar verbalmente com facilidade, fazendo uma pequena legião de seguidores com a qual se sentem entronizados, passando o resto da encarnação a se imaginarem cumprindo elevado desiderato.
É uma pena...
Se tais se limitassem a proferir as suas “palestrinhas” nos Centros Espíritas mais humildes, fazer sopa para os pobres com fome, transmitir passes nos doentes, preocupar-se em evangelizar crianças, fariam muito mais pela Doutrina do que pensam estar fazendo, escutando os aplausos daqueles que lhes entorpecem as mentes.
Temos visto obras escritas sobre as Obras de Kardec que são de tal forma volumosas e prolixas que inviabilizam a sua leitura por parte dos adeptos mais interessados.
É uma pena...
De nossa parte, vamos seguindo, considerando a Obra Mediúnica de Chico Xavier, depois da Codificação, como a mais importante de todos os tempos para que o homem melhor compreenda a sua essência.
Infelizmente, porém, dentro dessas tentativas de diminuir o valor da Obra do grande medianeiro, um dos maiores Apóstolos do Cristo, ainda nos deparamos com o absurdo de um punhado de vaidosos e personalistas da Federação Espírita Brasileira, que, não podendo escrever as Obras que o Chico escreveu, deliberaram fazer cocô de mosquito sobre elas, e as adulteraram na letra, de vez que, por mais façam, nunca haverão de adulterá-las no coração do povo.
INÁCIO FERREIRA - Blog Mediunidade na Internet
Uberaba – MG, 25 de Abril de 2021.

25.4.21

O Último Adeus

Hoje, venho contar um pouco de como foi a despedida que fiz das pessoas queridas onde estava residindo no dia que parti.
Queridos, às vezes despedimos um pouco antes do provável desenlace da carne. São dias difíceis que podemos comparar com a insegurança do banhista que vai fazer o seu primeiro mergulho em águas profundas.
De início, ele busca nadar, depois arrisca um mergulho de cabeça. Depois, tenta ir mais fundo. Abre os olhos na água buscando reconhecer o terreno. Os sentidos, neste caso, ajudam pouco. É mais questão de força, conhecimento e fôlego. Eu acreditava que tinha estes requisitos para enveredar no mundo espiritual. Lá estaria junto dos que me aguardavam há tempos.
Lembro do trecho do Apocalipse: “ Os que estão sob o Altar” (Ap.6,9).
Mas o fôlego estava curto, minha força era só a força de vontade e meu conhecimento estava turvado com os condicionamentos de uma teologia e filosofia ainda incompletas.
Realmente, uma das primeiras coisas que valorizei foi a palavra simples das mulheres com quem convivi. Elas diziam, muitas vezes, que viam os maridos falecidos. Crianças relatavam ouvirem sua anjo-da-guarda. Mas eu não tomava estes testemunhos como um chamado ao estudo do plano espiritual. Acreditava que tudo era o Espírito Santo com sua psicologia querendo ensinar através dos delírios e sugestões variadas de acordo com o que cada um vivenciara.
Mas, que susto quando vi o Pobrezinho de Assis ao pé de minha cama.
Pensei: morri e já estou conversando com São Francisco.
Porém, ele parecia não se importar com o fato do meu espanto e foi conversando suavemente em português comigo. Parecia um amigo próximo que nunca ficava longe.
Foi algo muito forte que experienciei e me deixou com muita coragem pra deixar este mundo e também com muitos questionamentos .
Falamos num diálogo breve sobre o que seria necessário fazer antes de minha partida para o lado da igreja ‘do céu’ (triunfante). Que lá onde eu iria eu teria que aprender muitas coisas e que eu seria um irmão menor outra vez.
Achei estas lições muito reconfortantes. De fato, o peso da autoridade naquele momento me fazia temer o meu destino. Sentia a responsabilidade de meus atos e dos meus erros.
Mas o alívio foi quando o ‘Poverello’ me olhou com ternura e lembrou das vezes que eu celebrei o seu Trânsito. A gente não lembrava da morte de Francisco. Nós dizíamos trânsito. Foi uma caminhada solitária, mas contínua. Não um ponto final, mas um travessão. Emendar a vida física com a vida maior.
Ele disse que muitas vezes ele esteve conosco, olhava para nós e agradecia. Pedia por nossas intenções e abençoava como uma mãe abençoa. Disse também que eu soubesse me libertar. As coisas materiais não podiam ser amarras para o voo que eu iria alçar. No que eu fiquei feliz. Pelo menos eu iria voar e não ficaria numa cova.
Ele riu muito. Foi assim, simples como chegou que ele saiu. Foi uma conexão incrível e que pouco pude partilhar com o temor de ser incompreendido na minha fragilidade de idoso, doente, padre.
Posso dizer que foi como ter visto o Cristo e Maria Santíssima ao mesmo tempo.
Nada no meu físico mudou, mas por dentro foi como se eu tivesse me libertado de um grande trauma.
Senti saudade da rosa do jardim, da caminhada na praia, dos irmãos catadores das Fronteiras, dos antigos companheiros.
Achei que nunca mais os veria e, mesmo assim, não podia me apegar nem ao meu corpo sofrido e debilitado.
Em breve despertaria do outro lado do véu. Cheguei por um instante a pensar que seria um delírio de minha parte ou autossugestão de complacência para comigo mesmo, mas não, logo tirei tudo isto de minha mente e me convenci que como as senhoras um dia relataram, como casei com a igreja, nada mais normal de ver e conversar com o Irmão Francisco.
Paz!
Helder Camara - Blog Novas Utopias

24.4.21

Amanhã

Meu amigo, meu irmão,
Prossigamos no trabalho,
Pois quem confia em Jesus
Não teme a força do malho.
 
Levanta a enxada e, carpindo,
Dá-te pressa em semear,
Eis que o Sol está se pondo,
Não tarda a noite a chegar.
 
Silencia qualquer queixa.
Não desistas. Persevera.
O tempo é um grande juiz,
Faze o que possas e espera.
 
Cerra os ouvidos à boca
Que somente o mal destila,
Procurando conservar
A consciência tranquila.
 
Se o Mestre encontrou a cruz
Por ser fiel à Verdade,
Que pode aguardar no mundo
Quem serve à mediunidade?!
 
Amanhã, quando soar
O instante da partida,
Cada qual conhecerá
O que fez da própria vida.
 
Eurícledes Formiga - Blog Espiritismo em Prosa e Verso
(Página recebida pelo médium Carlos A. Baccelli, em reunião pública do “Grupo Espírita da Prece”, na noite de 9 de Janeiro de 1988, em Uberaba – MG).

23.4.21

O EGO

PLANTAS APARENTEMENTE SENSÍVEIS

Comentarios Questão 589 do Livro dos Espíritos

Nem as plantas aparentemente sensíveis pensam, como já falamos em mensagem anterior. Elas são dotadas de rudimentos instintivos, que nos animais são mais evidentes.
Na natureza tudo está em estado de transição; por isso um reino tem alguma coisa do outro, por obedecer à lei do progresso. Não é somente o homem que progride; esse tem o progresso mais rápido, por ajudar na sua evolução espiritual, enquanto os outros reinos abaixo das criaturas humanas só recebem os impulsos que o progresso é capaz de dar.
Os minerais recebem uma força irresistível em seu desenvolvimento e chegam ao vegetal; o vegetal, que tem mais sensibilidade do que o mineral, recebe a influência do progresso mais acentuado e busca o reino animal; esse, com maiores possibilidades, é transformado pelo tempo, devagar, mas com segurança. Por lei do crescimento universal e divino, ele salta para o reino humano, onde a razão é a marca do seu estado de rei dos reinos.
Todos os reinos da natureza se entrelaçam por ordem do Divino Saber, ocupando lugares de destaque na condição em que passa a se expressar. Uns têm necessidades dos outros: o homem precisa do animal, do vegetal e do mineral, e examinando as escalas de vida todos precisam dos outros em trocas incessantes no decorrer das eras.
A inteligência de Deus é verdadeiramente soberana; imaginemos se as plantas e os animais falassem: quem suportaria a algazarra dos reinos? A força que mantém a pedra, para chegar ao homem, leva bilhões de anos, o que para a vida espiritual não passa de dias. O tempo demora onde existem limitações na operação dos deveres morais e sociais.
As plantas mais sensíveis é certo que estão mais adiantadas que as outras sem essa sensibilidade, porém, pensar somente os homens o fazem. Quando ele domina os pensamentos e pode formar suas próprias idéias, inicia-se seu livre arbítrio, embora limitado, e aí o seu calvário se expressa: primeiramente avoluma seu carma, para depois aprender pela dor. Depois de adquirida a razão, o que o homem faz em estado de ignorância nos põe a pensar e a estabelecer sérias comparações entre as reações nos diversos reinos.
Porque o que eles fazem em oculto, o só referir é vergonha. (Efésios, 5:12)
Os outros reinos, em se comparando aos homens, são crianças na escala que compõem, mas, os homens dotados de razão, fazem da inteligência o que Paulo menciona, e ainda muito mais, quando chegam estes momentos de transição como passas agora.
Voltando ao assunto, notamos que o próprio organismo humano tem uma mecânica que escapa à mente ativa. Sua inteligência, se assim podemos chamar, é uma programação divina a que ele obedece pela força do sub-consciente, que muitos acham ser a mente instintiva operando sobre a mente maior. Ainda existem muitos segredos na natureza, tanto em relação aos seres quanto aos outros reinos. Vamos todos estudar e meditar, para aprendermos algo mais.
Ainda não conhecemos, na sua profundidade, o mecanismo das plantas, e o organismo humano, com suas funções, esconde muitas coisas dos homens, mesmo dos mais sábios, quanto mais o Espírito. Por isso, devemos pesquisar sempre.
Livro: Filosofia Espírita - João Nunes Maia - Miramez
Livro a venda na LER Livros Revistas Papelaria

22.4.21

O Hábito de Sonhar

Que bom sonhar!
Aqui também se sonha – e sonhos dos bons.
Sonha-se com o mais alto e o que se deseja ser e ainda não é.
Sonha-se em um dia voltar e quem sabe dessa vez recompensar o crédito dado.
Sonhar não é ficar nas nuvens ou imaginar chegar onde ninguém chega, sonhar é aprender a viver.
Somente quem aprende a viver é que sonha.
Sonha em ser melhor e ter uma boa causa para trabalhar.
Sonha em ser feliz pelo prazer de só servir.
Sonha em encontrar a pessoa amada e descobre que mais interessante é antes aprender a amar.
Sonha em aprender a ser o que ainda não se é e dá boas risadas das mancadas que fez.
Sonhar, portanto, é coisa humana. Nem sei direito se os animais sonham, mas quero crer que sim porque do nada, olhando distante, eles ficam felizes como a sonhar.
Meu hábito de sonhar, por exemplo, me trouxe aqui. Uso um e outro ao meu serviço de pensar e escrever. É um jeito de sonhar que vivo entre vocês novamente.
Presto atenção àqueles que não têm o hábito de sonhar. Quão tristes eles são!
Cabisbaixos, olhar de soslaio, uma aparência de tristeza a dominar, não olham para frente.
Somente quem sonha é que tem o hábito de olhar para o horizonte, já perceberam?
Por isso, que eu vivo sempre olhando para longe e é lá, longe, que eu quero chegar.
Sonhar não se paga nada, é de graça. Pode ser, mas tirar o sonho da ideia não é não. É esforço de materialização.
Mas somente quem sonha é que pode saber se está chegando perto ou não, porque já viu antes o que estava por acontecer.
Sonhar acordado, dizem uns, é o que isso significa.
Sonhar com os pés no chão?
Sei não, se sonhar é dar asas a imaginação, como se pode chegar às alturas com os pés no chão?
Continuo a sonhar e nem sei onde isso vai parar. Já sei, nunca vai parar, porque quem sonha tem sempre outro lugar para chegar.
Mario Quintana - Blog Baú de Quintana

21.4.21

Mãos à Obra, Companheiros!

Um pingo da paz de Deus, mínimo que seja, afogaria a terra de amor.
Ter paz, sentir-se bem, pleno de si, provoca mudanças incomensuráveis. Você não consegue nem imaginar.
A vida por aqui, nos domínios do espírito, não é paralisia, é movimento, é tudo muito ativo, talvez mais do que vocês por aí.
Aqui, não nos aquietamos com a maldade e a desfaçatez.
Aqui, os imbuídos de fazer o bem, se juntam em frentes de trabalho e de amor.
Há luta de verdade por aqui.
Pensam que o bem não pega em armas, pega sim, mas as armas do amor jogam luz na escuridão do ser de cada um.
Eu quero encontrar a paz, bem mais do que já tenho.
O alvorecer aqui é mais lindo porque é sempre cheio de esperança e desejo de renovação.
Não que não possamos ter aí, no entanto, aqui tudo fica ainda mais vivo e de cores renovadas.
Eu tenho um sonho: poder cantar daqui para vocês daí.
Isto eu já faço, vez em quando, por médiuns que me emprestam a voz e a sensibilidade. Quero, porém, cantar e ser visto por vocês. Isto é possível, me disseram, mas tenho que esperar.
Por enquanto, o remédio é lutar. E não se desesperar.
Luta pela vida, pela paz, pela união, pela esperança e por tudo que puder.
Luta com todos aqueles que desejam o mesmo que você.
As frentes de trabalho ou de luta são muitas, companheiros.
O bem aqui é a ordem.
Não há esta de deixar para depois, de bancar o preguiçoso. A diferença entre os relutantes ao bem e os compromissados com o amanhã fica muito evidente entre nós.
E por aí, como vai?
Eu lutei por bandeiras que aqui continuo lutando. Elas são as mesmas com teor ressignificado.
Eu sei tudo que vocês passam e sofrem.
Eu sei da luta do dia a dia, de trazer comida para a mesa, de lutar contra o arbítrio disfarçado, contra a insensatez dos poderosos de plantão.
Eu sei da pandemia e da ilusão.
Eu sei de tudo e um pouco mais.
A política, bem entendida e praticada, é a arte de fazer o bem a toda a gente.
Mal incorporada aos antagonistas do bem é arma perigosa de manipulação dos poderosos e de gente sem princípios.
Tudo está por fazer e que bom porque temos no que trabalhar.
Fé e esperança cada vez mais.
Trabalho no bem, isto é o que importa.
Vamos vencer! Nisto não tenho dúvida alguma.
Vamos superar os aparentes limites que colocamos à nossa frente.
Vamos renovar o nosso desejo de fazer o bem, a começar por nós mesmos.
Este País e o mundo serão melhores, não sem luta, sem entrega, sem destemor.
Mãos à obra, companheiros!
Deus na frente e os homens operando a sua justiça e espalhando seu amor.
Luiz Gonzaga Junior - Blog de Carlos Pereira

20.4.21

PRECE E OBSESSÃO

G - Cap. XIV - Item 46

A Providência Divina, pelas providências humanas, sustenta o amparo indiscriminado a todas as criaturas, mas estatui a reciprocidade em todos os processos de ação pelos quais a bondade da vida se manifesta.
°°°
Comparemos a prece e a obsessão ao anseio de saber e ao tormento da ignorância.
O professor esclarece o discípulo mas não lhe dispensa a aplicação direta ao ensino. E se o aluno é surdo-mudo, mesmo assim, para instruir-se, é obrigado a concentrar muitas das possibilidades da visão e da audição nas sutilezas do tato, se quer assimilar o que aprende.
Recorramos, ainda, à lição viva que surge, entre a doença e o remédio.
Administrar-se-á medicamento ao enfermo, mas não se pode eximi-lo do concurso necessário. E se o paciente não consegue ou não deve acolher os recursos precisos, através da boca, é constrangido a recebê-los por intermédio dos poros, das veias ou de outros canais do corpo.
°°°
Todo socorro essencial ao veículo físico reclama a participação do veículo físico.
Ninguém extingue a própria fome pelo esôfago alheio.
Assim, também, nas necessidades do espírito,
Na desobsessão, a prece indica a atividade libertadora, no entanto, não exonera o interessado da obrigação de renovar-se pelo serviço e pelo estudo, a fim de que se areje a casa íntima, de vez que todos aqueles que se acumpliciaram conosco, na prática do mal, em existências passadas, somente se transformam para o bem, quando nos identificam o esforço, por vezes difícil e doloroso, da nossa reeducação, na prática do bem.
°°°
Resumindo, imaginemos o irmão obsidiado, ainda lúcido, como sendo prisioneiro da própria mente, convertida então em cela escura e comparemos o socorro espiritual à lâmpada generosa.
Obsessão é o bolo pestífero transformado em caprichoso ferrolho na sombra. Oração é luz que acende.
A claridade traça a orientação do que se tem a fazer, mas o detento é chamado a tomar a iniciativa do trabalho para libertar a si mesmo, removendo corajosamente o tenebroso foco de atração.
Livro: “Opinião Espírita”, de Francisco Cândido Xavier e Waldo Vieira, pelos Espíritos Emmanuel e André Luiz (cap.20)

19.4.21

A Cura da Depressão pelo Magnetismo

Homem Novo

Quanta loucura na terra, quanto despautério dos homens. Há uma confusão tremenda entre as criaturas, sobretudo nestes momentos difíceis que vivemos de pandemia.
As pessoas correm de lá pra cá em busca de uma esperança, de um alívio para as suas almas, de um refrigério para seu espírito. Estão cansadas, exaustas de tanta dor espiritual. Pressão em cima de pressão. Dor em cima de dor. Paz – é o que desejam.
Neste mundo turbulento que vivemos, as atrocidades se multiplicam. Os desvarios são cada vez maiores. A desilusão é cada vez mais frequente. Onde tudo isto vai dar, então?
A terra terá que passar por estes dias inglórios para muitos, mas de incrível redenção para outros.
O que está em jogo não é o tropeço do caminho.
O que está sendo visto não é maneira como enfrentamos os problemas, tão-somente, mas é, acima de tudo, como reagimos a nós mesmos.
Os problemas existenciais são maiores. É a nossa confusão interior que atrapalha tudo. É como nos vemos que faz tudo se agigantar de ruim.
Em tese, na essência das coisas, nada está errado, apenas passamos por testes existenciais.
É neste momento das agruras interiores que devemos deixar renascer o ser divino que mora em nós.
“Sois deuses”, lembrou Jesus. E o que fazemos com isso?
Guardamos na letra morta do Evangelho ou trazemos isto para nossa vida cotidiana?
O teste é para saber se já podemos ser convidados para comer o banquete celestial na terra que está sendo preparado.
Não é sem dor, sem sofrimento, sem dificuldade, que vamos ser convidados para a festa.
Tudo isso, porém, é uma questão de perspectiva.
É uma ilusão imaginar que tudo isso ocorre sem a preocupação de Deus. Ele testa seus filhos para voos maiores, mas temos, logicamente, de fazer a nossa parte, mostrar a Ele que aprendemos a lição da vida.
Enquanto patinarmos em questões sem valia; enquanto insistirmos em sermos o que não somos; enquanto não deixarmos tudo para trás, tudo continuará como antes.
O homem novo, a que Jesus se referiu, tem que brotar do nosso mais profundo ser.
É um renascimento espiritual que somos convidados a fazer.
O homem velho, morre, para o homem novo surgir.
E sabem bem que não falo em faixa etária do viver na terra, faço referência a este parto interior que o Pai nos convida a fazer todo dia, toda hora, todo momento.
O novo homem que deve surgir será mais manso e pacífico. Distribuirá bondades por onde andar. Será mais calmo e paciente. Beberá da justiça e do amor a todas as criaturas, seus irmãos.
A nova vida que se prepara para a terra tem que ser de pleno amor.
O parto que se faz hoje, a dor que se sente, individual e coletivamente, tem a ver com a expulsão de nosso ser do homem velho e roto. Aquele que é infeliz porque não vê a dor do outro, haja vista que concentra deliberadamente a sua atenção apenas para si mesmo.
O homem novo é solidário e pleno de esperança.
Ele é alegre, gentil e generoso.
É amável com todas as criaturas e somente faz o bem.
Este homem novo pede passagem dentro de você. Deixe-o passar.
É esta aventura que Deus nos convida a protagonizar.
Seja o principal ator da sua vida e deixe transbordar a excelsitude que lhe habita.
Faça o bem – somente o bem.
Paz a todas as criaturas!
Helder Camara - Blog Novas Utopias

18.4.21

A Obra Literária de Chico Xavier

(Em Homenagem ao 18 de Abril)
Alguns amigos nos solicitam, ainda que rapidamente, uma análise literária da Obra Mediúnica de Chico Xavier. Por não sermos experts no assunto, não poderemos fazê-lo, de vez que, segundo cremos, ele cabe aos especialistas.
Contudo, podemos dizer que a Obra Mediúnica de Chico Xavier, desde a sua primeira publicação, “Parnaso de Além Túmulo”, vem sendo analisada literariamente, causando surpresa aos estudiosos isentos pela sua autenticidade.
Chico Xavier psicografou em todos os gêneros literários: épico, lírico e dramático – por seu intermédio, desde 1927, os Autores Espirituais escreveram romances, novelas, contos, crônicas, poemas, canções...
Chico, ainda, produziu notável literatura infanto-juvenil, através, por exemplo, das obras intituladas: “Os Filhos do Grande Rei”, “Mensagem do Pequeno Morto”, “História da Maricota”, “Jardim da Infância”, “Cartilha do Bem”, “Pai Nosso”, etc.
Habitualmente, os grandes escritores, os mais premiados, revelam inata tendência para gênero específico de literatura, mais consoante com a sua capacidade intelectual e preferência. Na condição de médium, porém, Chico serviu de instrumento para diversos espíritos que, por ele, se manifestavam com a sua especialização literária: os poetas do “Parnaso”, os cronistas de “Vozes do Grande Além”, com destaque para Humberto de Campos, em “Crônicas de Além-Túmulo”, então considerado o maior cronista brasileiro, e ocupante da cadeira 20 da Academia Brasileira de Letras...
Emmanuel, que, em um de suas múltiplas encarnações, foi o Padre Manoel da Nóbrega, considerado o Primeiro Escritor do Brasil, dedicou-se, através do versátil médium, a escrever épicos históricos, em Português castiço, impecável – as suas Obras Literárias, essencialmente Doutrinárias, aliás, como todas as demais, versam sobre o Cristianismo Nascente. Em “Paulo e Estêvão”, por exemplo, tendo como inspiração a vida de Paulo de Tarso, o denominado Apóstolo dos Gentios, nos deparamos com a História do Cristianismo em seus primeiros tempos. Emmanuel, no livro “Renúncia”, ainda nos traz vestígios do trabalho que, ao longo dos séculos, os espíritos, e, dentre eles, Alcíone e Padre Damiano, efetuaram em favor do Cristianismo, na Europa e na América, nos preparativos espirituais para que a Terceira Revelação se concretizasse, a partir da publicação de “O Livro dos Espíritos”, em Paris, na França, a 18 de Abril de 1857.
O trabalho de André Luiz, pseudônimo do Dr. Carlos Chagas, do ponto de vista literário e doutrinário, pode ser considerado inovador, porque se servindo de resumidas narrativas, o festejado Autor Espiritual de “Nosso Lar”, dá sequência à revelação em torno da vida dos espíritos além da morte – as obras de André Luiz, dentro da Literatura, podem, sem dúvida, ser classificadas como dramáticas, porque versam sobre as realidades do espírito na Vida Maior – de “Nosso Lar” a “E a Vida Continua...”. Desse mesmo autor que, quando encarnado, foi um cientista de mérito, podemos colocar em destaque o excelente “Evolução em Dois Mundos”, publicação de natureza científica que impressiona pela sua originalidade, a que nenhuma outra obra de autor encarnado ou desencarnado pode se comparar.
Interessante frisar que toda a Obra Literária de Chico Xavier, hoje com mais de 500 livros publicados, além de ter sido gramaticalmente vasada de maneira exímia, desdobra o chamado “Pentateuco Kardeciano”, ou amplia a Codificação, aprofundando-se no estudo de seus Princípios Básicos: Reencarnação, Mundo Espiritual, Lei de Causa e Efeito, Intervenção dos Espíritos no Mundo Corpóreo, Pluralidade dos Mundos Habitados, etc. Portanto, do ponto de vista doutrinário, e não apenas literário, a Obra Mediúnica de Chico Xavier, pode ser considerada irretocável, sem a menor contradição com a ciclópica Obra de Allan Kardec, concebida em meados do século XIX.
Não obstante, os espíritos que pelo médium se expressaram durante 75 anos consecutivos – Chico psicografou a sua primeira página do Mundo Espiritual em 8 de Julho de 1927 –, continuariam dando mostras de sua identidade e estilo, quando, a partir da década de 70, os comunicados, ao se transformarem em depoimentos pessoais, trouxeram à escrita mediúnica os habitantes comuns da Pátria Espiritual, que, através do médium, intensificaram os seus contatos, em verdadeiras legiões, e com cada um deles escrevendo à sua maneira, inclusive, por vezes, valendo-se de gírias – grande parte desses espíritos, ao término de suas cartas, lograva assiná-las com a própria letra, além de mencionar detalhes de sua experiência reencarnatória tão somente conhecidos da família. Podemos, pois, dizer que, com Chico, esse novo gênero literário, as “Cartas Familiares”, inauguraram uma nova fase no intercâmbio entre encarnados e desencarnados.
Dentro de todos as espécies literárias que Chico psicografou, a diversidade de estilos é tão grande que, sem dúvida, o assunto carece de ser estudado por especialistas, de vez que, por si só, comprova a imortalidade da alma e a possibilidade dos vivos do Além entrar em contato com os vivos da Terra.
Através de Chico Xavier, portanto, a Literatura de Além Túmulo passou a integrar o vasto campo da Literatura, que não mais se restringe a autores encarnados.
Em 1932, quando “Parnaso de Além Túmulo” foi publicado pela Federação Espírita Brasileira, com o seu médium contando apenas 22 de idade, vários críticos se manifestaram a respeito da obra que passou a ocupar as páginas dos principais periódicos da época. E, para encerrar este pequeno arrazoado, escrito com o intuito de relembrar o 18 de Abril – Dia do Livro Espírita –, transcrevemos abaixo o que o célebre Humberto de Campos, que também escrevia sob o pseudônimo de “Conselheiro XX”, teve coragem de dizer sobre o “Parnaso”:
“Eu faltaria ao dever que me é imposto pela consciência, se não confessasse que, fazendo versos pela pena do Sr. Francisco Cândido Xavier, os poetas de que ele é intérprete apresentam as mesmas características de inspiração e expressão que os identificavam neste planeta. Os temas abordados são os que os preocupavam nesta vida. O gosto é o mesmo e o verso obedece, ordinariamente, à mesma pauta musical. Frouxo e ingênuo em Casimiro, largo e sonoro em Castro Alves, sarcástico e variado em Junqueiro, fúnebre e grave em Antero, filosófico e profundo em Augusto dos Anjos – sente-se, ao ler cada um dos autores que veio do outro mundo para cantar neste instante, a inclinação do Sr. Francisco Cândido Xavier para escrever à la manière de... ou para traduzir o que aqueles altos espíritos sopraram ao seu.”
 
INÁCIO FERREIRA - Blog mediunidade na Internet
Uberaba – MG, 18 de Abril de 2021

17.4.21

Orando ao Senhor

Faze cessar, Senhor, a pandemia 
Que vem ceifando vidas e esperanças,
E o mundo mergulhando em agonia,
Pois sei que, em Teu amor, nunca descansas...

Que aprendamos com a dor que nos expia
As lições que nos tragam as mudanças,
Necessárias à paz em Novo Dia,
Sem o tinir de espadas e de lanças...

Exaustos de sofrer, faltos de luz,
Mendigamos, Senhor, aos pés da cruz,
A Tua compaixão em prantos mil...

Apieda-Te, em Teu amor profundo,
Da ignorância imensa que há no mundo,
Protegendo do mal nosso Brasil!...

Pedro de Alcântara - Blog Espiritismo em Prosa e Verso
(Página recebida pelo médium Carlos A. Baccelli, em reunião de preces do Lar Espírita “Pedro e Paulo”, na manhã de sábado do dia 3 de Abril de 2021, em Uberaba – MG).

16.4.21

SEGREDO DA REFORMA ÍNTIMA

Jesus é nosso pastor...

Jesus é nosso pastor que nos conduz rumo a luz através de seus ensinamentos.
Ensinamentos estes que consolam os aflitos e abrandam os corações endurecidos.
Ensinamentos que trazem o equilíbrio interior, que amenizam as dores.
Basta isso que cada irmão possa praticar os seus ensinamentos com amor e caridade.
A caridade e a benevolência são os caminhos que nos conduzirão a luz do Mestre.
A oportunidade é agora, não a deixemos passar.
O Mestre espera de cada um de nós uma atitude de compreensão e entendimento de seus exemplos e aplicações, já que cada um de nós é responsável pela sua transformação.
É necessário somente boa vontade e determinação.
Paz a todos.
De um irmão sempre presente. 
A todos os amigos da Fraternidade
Mensagem recebida pelo
Grupo de Estudos de Psicografia da 
Fraternidade Francisco de Assis  

15.4.21

Paciência Sempre

Habitualmente, paciência é um artigo que aspiramos a adquirir de exportação alheia, na loja da vida.
Para pesquisar, entretanto, a existência desse talento em nós, urge observar as nossas reações no cotidiano.
Para isso, não é a manifestação menos desejável do próximo que nos favorecerá o estudo preciso e sim o próprio comportamento analisado por nós mesmos.
*
O chefe que se desmandou em gritaria terá encontrado motivos para agir assim, em vista das aflitivas questões que lhe esfogueiam o pensamento.
O subordinado que aderiu à rebeldia, entrou, possivelmente, em perturbação, induzido pelas constrangedoras necessidades materiais que lhe corroem o mundo íntimo.
O amigo que se aborreceu indebitavelmente conosco decerto abraçou semelhante procedimento, impulsionado por lamentáveis equívocos.
O adversário que se fez mais azedo, atirando-nos pesadas injúrias, terá descido a crises mortais de ódio, reclamando, por isso, mais ampla dose de compaixão.
O companheiro que nos espanca mentalmente com o relho da cólera jaz, sem dúvida, ameaçado de colapso nervoso, exigindo o socorro do silêncio e da oração, a fim de não cair em moléstia mais grave. O irmão que abraçou aventuras menos felizes, provavelmente haverá resvalado na sombra de perigosa ação obsessiva, cujos meandros de treva não somos ainda capazes de perceber.
*
Paciência é tesouro que acumulamos, migalha a migalha de amor e entendimento, perante os outros; para conquistá-lo, no entanto, é forçoso saibamos justificar com sinceridade a irritação e a hostilidade, sempre que surjam naqueles que nos rodeiam.
Em síntese, se desejamos a própria integração com os ensinamentos do Cristo, é imperioso compreender que todos os irmãos destrambelhados em fadiga ou desfalecentes na prova, ainda incidentes quanto às próprias responsabilidades, têm talvez razão de perder o próprio equilíbrio, menos nós."
Livro: "Mãos Unidas" Francisco C Xavier/ Emmanuel 

14.4.21

ATRAÇÃO MÚTUA

Comentários Questão 588 do Livro dos Espíritos

As plantas são quais laboratórios em função da caridade de Deus para com a criação e, certamente, as criaturas. Não julgues que elas são inúteis, mesmo nos lugares em que pensas que elas não deveriam estar. Deus nada fez inútil; tudo tem uma razão de ser no esquema da vida.
As plantas têm atração mútua, porque a matéria atrai matéria na razão da distância que pode atingir. Elas se reúnem com maior fulgor nas matas, por lei de afinidade e de harmonia. Se os homens pudessem ver como elas se entrelaçam pelas raízes, pela força dessa atração, como se fosse a fraternidade atingindo esse reino! Muitas delas se procuram no seio da terra, no padrão de sensibilidade que lhes compete atingir na escala evolutiva, sendo instrumentos dos seres da natureza que trabalham na seqüência que o amor lhes impõe. Isso é força do amor de Deus em sensações múltiplas em todos os reinos, e é nesse acasalamento dos valores da vida que aparece a multiplicação de todas as coisas.
Essa atração mútua das plantas existe em todos os reinos, bem como no mundo espiritual, cada espécie o executa de acordo com a sua evolução física, moral e espiritual da vida. Nós sentimos bem-estar quando estamos ao lado de pessoas que amamos mais, porque aí existe troca de valores em vias louváveis, na espontaneidade que a vida nos emprestou. Isso é Deus operando em tudo, é a Sua vontade iluminando a criação.
Se estás nas fileiras do Espiritismo, faze força para melhorar cada vez mais, mostrando o que aprendeste com as lições do Mestre.
E vos revistais do novo homem, criado segundo Deus, em justiça e retidão procedentes da verdade. (Efésios, 4:24)
Deves te revestir de novo homem; dá mãos às reformas interiores, juntamente com as verdades espirituais, que pensando e buscando acharás, para que possas entrar na escala da vida elevada e sentir a presença dos Anjos de Deus.
Somente atraímos seres e Espíritos da nossa estirpe; a atração mútua nos mostra que somos iguais. Se te esforças para mudar para melhor, tudo fora de ti muda, pois os seres e os Espíritos que vêm ao teu encontro são teus iguais. Essa é uma força mecânica da natureza, não somente dos minerais e vegetais, mas dos animais e dos homens, incluindo os agentes de Deus.
Em cada reino da natureza há uma sutil ligação com o que ficou para trás e o que está na dianteira. Todos estamos interligados pelo amor de Deus, de maneira que uns precisam dos outros e todos precisam de Deus. Se no mineral age uma força mecânica, com o tempo ela se transforma em instinto e avança para o animal. Depois, ganha a razão no homem, e do homem conquista a intuição no Anjo, mas não pára de subir, recolhendo desta maneira novas possibilidades de se mostrar para Deus, entendendo com maior discernimento o Criador de todas as coisas.
Livro: Filosofia Espírita - João Nunes Maia - Miramez
Livro a venda na LER Livros Revistas Papelaria

13.4.21

AO MÉDIUM CONSCIENTE

M - Questão 166
Se a incorporação consciente é o campo de atividade que o Senhor te confia, na prática mediúnica, encontras, em verdade, a perseverança como sendo o maior imperativo de apoio e a dúvida sem proveito, por perigo maior.
Convence-te, porém, de que o serviço paciente, a pouco e pouco, dirimirá, em definitivo, todas as tuas vacilações.
Sê persistente no dever a cumprir e dias virão, nos quais distinguirá, em ti, de forma irretorquível, a legitimidade do fenômeno através de provas simples e várias:
1.Manifestações por teu intermédio de personalidade que desconheces, identificadas por outros participantes da sessão.
2.Comunicações de familiares e amigos por tuas faculdades, ofertando-te valores irrecusáveis de identidade.
3.Ocorrências de sensação íntima na abordagem inicial desse ou daquele manifestante que, para surpresa tua, interrompe o transe, afasta-se e se comunica incontinenti por outro médium, na mesma reunião, revelando as mesmas idéias e o mesmo tom emocional que experimentavas, momentos antes.
4.Diferenciação imediata dos teus estados psicológicos antes e após a sessão, quando se verificam intercorrências de tensão e desafogo semelhantes às da atmosfera carregada de forças.
5.O teu próprio reajuste físico e moral, à medida que te consagras com pontualidade e devotamento às tarefas de cooperação com os Benfeitores espirituais e de assistência aos sofredores desencarnados.
6.Elevação do teu índice de lucidez mental, depois de certo tempo de trabalho, em que se te rearticulam e alimpam as energias do espírito, pelo exercício constante do pensamento aplicado às boas obras.
7.Manifestas claras vantagens espirituais hauridas mecanicamente por parentes e companheiros, cuja autoria não podes reivindicar.
8.Reação do reconforto e regozijo dos enfermos melhoramentos ou recuperados que nem de longe conseguirias atribuir a ti próprio.
9.Renovação a melhoria incontestáveis dos ambientes sociais e domésticos em que transitas, indiretamente beneficiados por teu concurso à desobsessão.
10.Cobertura de confiança e alegria que fornecerás aos companheiros de equipes medianímicas diversas, por funcionares qual agente irradiante de fé renovadora e nobre estímulo no amparo geral aos seareiros do bem.
Analisa as tuas indagações.
°°°
Existe muita preguiça mascarada de dúvida, existindo até mesmo o médium cuja mediunidade todos reconhecem, prezam e valorizam, menos ele...
Livro: “Opinião Espírita”, de Francisco Cândido Xavier e Waldo Vieira, pelos Espíritos Emmanuel e André Luiz (cap.19)
Livro a venda na LER Livros Revistas Papelaria.

12.4.21

HISTÓRIA DE MATERIALIZAÇÃO

Nossa Fé

Neste tempo Pascal, venho alertar para uma questão primordial de fé. 
Acreditar e ter fé podem parecer sinônimos. Aquele que tem fé é uma pessoa que pode embasar sua verdade em palavras e teses. Não se pode servir a dois senhores. A Deus e a Mamom, isto é, não se pode cultuar a Deus na sua infinita misericórdia e, ao mesmo tempo, cultuar projetos egoístas e interesseiros.
Neste tempo da pandemia o contágio não depende da fé. Cremos na ciência e os cientistas estão sendo guiados por Deus de misericórdia a fazerem todo o possível de acordo com o conhecimento que amealharam por longos anos de estudo e prática.
Os sacerdotes, pastores e fiéis súditos se atenham ao fato de que para se conseguir a vida eterna é preciso esforço daquele que crê.
Após o terrível momento do Gólgota, onde o Cristo de Deus foi morto, os discípulos andavam cabisbaixos achando que tudo tinha acabado, daí passou um viajante todo prosa que desconhecia o motivo da preocupação geral. Os dois peregrinos perguntaram como ele estava assim tão alienado das notícias terríveis.
– Jesus, que era o nosso mestre, foi pregado numa cruz no Monte das Oliveiras. Ele era grande...
No que o viajante chama os outros dois para a realidade:
- Vocês estão equivocados! Vejam as escrituras...” e ensinou para eles palavras de esperança.
Aqui abro um parêntese para explicar que os discípulos, mesmo dias depois, estavam com a visão da cruz, da morte e aquele que caminhava com Eles teve que perpassar longo caminho para que finalmente entendessem que a vida vence a morte. Vida diferente, mas é a verdadeira vida e, só a conseguiremos quando enxergarmos no irmão aquele Cristo de Deus; praticando a solidariedade, a fraternidade. Numa palavra: vamos agir com amor ao próximo!
Ao cair da tarde, os discípulos pediram para que o desconhecido ficasse com eles para uma refeição e, ao redor da mesa, reconheceram que aquele homem era Jesus por causa do seu gesto de agradecer e partir o pão, porém não foi só isso. Ainda comentaram entre si:
- Nosso coração não ardia de emoção quando ele nos explicava as escrituras?
Pois, é, o nosso coração sabe que Jesus está conosco no caminho. 
Convidemos ele para a janta. 
Escutemos seus ensinamentos. 
Façamos o bem ao próximo. 
Assim, teremos esperança de vê-lo mais adiante.
Paz!
Helder Camara - Blog Novas Utopias

11.4.21

Paulo, o Pedinte – III

- Doutor, o senhor não fica com raiva de mim, não?! – perguntou-me o pobre irmão, depois que enxugou as lágrimas com o lenço surrado que lhe estendi.
- Raiva?! De você?! Claro que não...
- Eu não quero decepcioná-lo...
- Você não me decepciona, Paulo – respondi. – Decepção, eu sempre tenho é comigo mesmo...
- Sabe o que é, Doutor...
- Sei...
- Não tenho como agradecer ao senhor...
- A mim, você não tem como, e nem o que agradecer mesmo – repliquei. – A nossa gratidão deve ser sempre para com Jesus Cristo...
- Eu sei, eu sei... É modo de falar, Doutor, modo de falar... Eu não tenho nada contra ninguém...
- Entendo...
- Sabe o que é, Doutor... – repetiu-se.
- Diga lá, meu caro... Não hesite tanto...
- Eu queria pedir um tempo...
- Paulo, eu não sou dono do tempo...
- Um tempinho só... Eu ainda não me sinto preparado...
- Compreendo...
- O senhor me propõe “pegar” ou “largar”... Não é que eu queira largar...
- Você apenas não quer pegar...
- Mais ou menos...
- A vassoura, o lápis...
- Eu até que poderia ir com o senhor, mas... eu não vou ficar...
- Você é livre...
- Gostaria de pensar mais...
- Bem, as portas foram abertas – oferecemos a você o que está ao nosso alcance...
- Eu gosto da liberdade, da noite, de ver as estrelas no céu...
- De dormir ao relento, de levantar-se...
- Sim, a hora que quiser, sem nenhuma obrigação, nem mesmo, Doutor, a de lavar o rosto...
- Muito menos a de tomar banho, todos os dias – gracejei.
- Estou vivo, não estou?!...
- Vivíssimo!...
- Não morri, não é?!...
- E nem morrerá!...
- Então, Doutor, para que pressa?! Eu gosto de andar por aí... Eu não sou do mal, Doutor?! Eu sou do bem!...
- Se você fosse do mal...
- Jesus buscou a Paulo de Tarso, não é?!...
- Buscou – respondi. – Espero que você não esteja esperando que Ele venha buscar a você...
- Não, Doutor, não é isso... É que eu ainda não achei a minha Estrada de Damasco – filosofou.
Houve uma pausa e Paulo tornou a perguntar:
- O senhor não fica com raiva de mim, e nem triste comigo?!...
- Bem, um pouquinho triste, eu fico, sim...
- Fica não, Doutor... Se eu precisar, vou atrás do senhor...
- Posso não estar...
- Por quê?!...
- Tudo muda... Quem sabe, quando você me procurar, eu já tenha voltado?!...
- Voltado?!...
- Sim, para a Terra...
- O senhor terá coragem?!...
Sorri da espontaneidade do amigo e indaguei:
- Sinceramente?!...
- Sim, sinceramente... O senhor teria coragem?!...
- Coragem, eu não teria, mas, se o Senhor mandar, eu tenho que obedecer...
- Então...
- Então, Paulo, eu preciso ir andando – falei. – Você vai ficar bem?!...
- Vou, Doutor, não se preocupe...
- É uma pena! – exclamei, lamentando.
- Não era uma vassoura e... um lápis?! – ironizou, erguendo-se do chão e pegando uma bolsa com alguns poucos pertences.
- Estou me referindo a outro tipo de pena – frisei.
- Posso dar um abraço no senhor?!...
- Claro – respondi –, até dois, no máximo...
Abraçamo-nos e ele, com as suas pernas finas e a barba por fazer, antes de ganhar a rua, perguntou-me:
- O senhor teria uns trocados?!...
 
INÁCIO FERREIRA - Mediunidade na Internet
Uberaba – MG, 11 de Abril de 2021.

10.4.21

Amor Universal

Sai de ti mesmo e avança estrada afora
No socorro à penúria e ao desconforto,
Converte a noite escura em luz de aurora
Ao coração caído e quase morto...

Sê o consolo a quem padece e chora
Vagando no caminho áspero e torto...
Persevera no Bem, hora por hora,
Dele fazendo a prece de teu horto...

Onde estiveres e por onde fores,
Procura amenizar todas as dores
Na exaltação do Amor Universal...

Esforça-te a servir, ama e porfia,
E hás de escutar em notas de alegria:
- Jesus é o Vencedor de todo mal!...

Eurícledes Formiga
(Página recebida pelo médium Carlos A. Baccelli, em 16 de Janeiro de 1986, em Uberaba – MG)..

9.4.21

MEDICINA MEDIUNICA DO FUTURO

BRAVO?! EU?!...

Não, minha filha, não me interprete mal.
Eu não sou assim tão bravo com os espíritas, e com os médiuns, mesmo porque não disponho de autoridade moral para tanto.
Reconheço, sim, qual seja o meu lugar, e me coloco lá entre os últimos da fila.
O meu problema, talvez, seja excesso de zelo.
Tenho visto tanta gente se desviar do bom caminho!...
Prefiro (eu não gosto desta palavra, mas vou empregá-la) pecar por extrapolar em meu afeto, que me omitir.
Alguém, em nosso Movimento, precisa fazer o papel de "advogado do diabo", concorda?!
Na falta de coragem de outros para tanto, que este alguém seja eu, que a nada aspiro.
Não me importa que, sendo incompreendido, desperte a antipatia de muitos.
Reconheço, por outro lado, que há quem se esconda sob o manto da falsa humildade.
Sinceramente, eu não estou preocupado em ir para o Céu de uma só vez, como há quem ache que isto acontecerá com ele, ou com ela.
A não ser para pedir a proteção do Alto, eu nunca penso "para cima" - eu só penso "para baixo", porque a lei da gravidade espiritual de meus carmas não me deixa ilusões quanto a viver nos Mundos Superiores.
Aliás - olha aí! -, os espíritas estão muito enganados a este respeito, porque a realidade não é bem como a gente imagina, com "Nosso Lar" de portas escancaradas, etecetera e tal.
Quando eu me refiro aos espíritas, se você me permite, estou me incluindo, certo?!
Bom ou mau, eu me considero um adepto da Doutrina, que amo por ser do Cristo, e não por ser de Kardec.
Reconheço que, às vezes, eu me excedo, mas como o irmão mais velho que enxerga o perigo a que o irmão mais novo está se expondo.
Se, realmente, eu fosse bravo com os espíritas, eu diria como Chico Xavier, que, certa vez, em um de seus momentos de expulsar os vendilhões do templo, falou a quem desejasse ouvir: - "O Espiritismo é uma doutrina maravilhosa... O que a estraga, são os espíritas!"
Vocês não conheceram o homem, quando tomado por justa indignação...
Sabe, minha irmã, a gente não pode contemporizar - nem com a gente mesmo! E tampouco, claro, ser intolerante.
Vê como é difícil?!
Graças a Deus, uma das coisas que eu nunca aprendi foi mentir! Não gosto de mentira e não topo gente mentirosa!
Acho que, no passado, já menti muito, e chega!
Prefiro, também como dizia Chico, ser uma besta espírita do que um espírita besta.
Então, sem muitas palavras e mais explicações, o negócio é esse aí.
Espírito é gente - eu sou gente! Essa história de todo espírito ser Mentor, é balela! Conversa de médium mentiroso, que quer fazer cartaz à custa de Guia!
E, sendo gente como me reconheço ser, você não há de me negar o direito de opinião - o que tenho escrito para a Terra, simplesmente, é a minha opinião!
Os meus livros estão aí, nas prateleiras - apesar da censura - da CENSURA ESPÍRITA, pode?!
Seria cômico, se não fosse trágico.
CENSURA ESPÍRITA, meu Deus?!
Antes de ficar realmente possesso, acho que vou parar.
Você sabe do que esta turma está mesmo precisando: de algumas palmadas nas nádegas!
Êta, criançada peralta, metida a intelectual!...
Estão no "jardim da infância", e se consideram acadêmicos...
Muito obrigado pela oportunidade e... não me queira mal!
Com o meu calmo e afetuoso abraço,
INÁCIO FERREIRA - Blog Mediunidade na Internet 

8.4.21

A Medicina Oficial se abre para a questão espiritual

A questão da vida após a morte, a sobrevivência do espírito após a morte do corpo biológico, sendo este a sede da emoção, da personalidade, da identidade de uma pessoa na hipótese do continuum da vida, a comunicabilidade entre a dimensão espiritual e o plano biológico nos estados de transe, na mediunidade, o entendimento do cérebro como o transdutor da alma e não como foco produtor do pensamento, são questões em aberto no território da Ciência.
A visão materialista entende que a pessoa é o corpo biológico, portanto a vida termina com a morte do corpo. Esta é uma hipótese que não foi comprovada pela Ciência. Assim, tanto a visão espírita proposta por Allan Kardec, quanto à visão organicista-materialista são hipóteses abertas à investigação pela Ciência Oficial.
Afirmar o materialismo como realidade existencial é hoje uma hipótese e não uma confirmação cientifica. Um cientista que se diz materialista fala em nome próprio e não em nome da Ciência. A Ciência Oficial está aberta à investigação das hipóteses espíritas tanto quanto as hipóteses materialistas. Assim é que as universidades americanas como a Universidade de Harvard (Mind-body Institut), a Universidade de Virginia (Pesquisa sobre reencarnação), a Universidade do Arizona (Laboratório de pesquisa sobre vida após a morte)www.veritas.arizona.edu e por extensão as 50 maiores faculdades de medicina dos EUA incluem em seus currículos de graduação e pós-graduação a Disciplina Medicina e Espiritualidade, segundo JAMA - Journal of American Medical Association.
A OMS _ Organização Mundial de Saúde, passa a admitir o sistema espiritual na caracterização de saúde e qualidade de vida como observamos no protocolo do WHOQOL-100 - www.ufrgs.br/psiq/whoqol1.html - (domínio VI Aspectos espirituais, religião e crenças pessoais na tabela 2 - Domínios e facetas do WHOQOL).
Também, o CID-10, Código Internacional de Doenças, item F.44.3 - Estados de Transe e Possessão - configura como diagnóstico médico e qualifica o transe patológico (mediunidade/doença) quando o individuo não tem controle sobre o fenômeno, ocorrendo de forma involuntária e não desejada. Mas não é considerada doença o estado de transe (mediunidade/saúde) sob domínio da pessoa em seu contexto cultural ou religioso -www.datasus.gov.br/cid10/v2008/cid10.htm.
O DSM-IV, Casos Clínicos da Associação Americana de Psiquiatria, chega a ser mais objetivo utilizando o termo "possessão por espíritos", colocando que consiste num transtorno dissociativo, com a ressalva de que "é o termo mais próximo deste intrigante diagnóstico", demonstrando objetivamente que o entendimento do fenômeno ainda está em aberto - www.psych.org.
De fato, o estado de transe é um estado dissociativo (conversão) podendo configurar-se como Transtorno Dissociativo nos casos patológicos (mediunidade/doença) porque a interferência espiritual naturalmente provoca dissociação da mente. Portanto, considerar o estado de transe como transtorno dissociativo ou conversivo não exclui a hipótese de que seja um fenômeno espirítico.
Os estados conversivos ou dissociativos foram amplamente estudados no Hospital Salpêtrière de Paris, na escola do Prof. Charcot, onde Freud estudou. Em seus estudos alguns pesquisadores abordaram a hipótese espirítica (Mediunidade) como entendimento etiológico dos estados conversivos. Um deles foi Carl Gustav Jung que no segundo capítulo do primeiro volume de Obras Completas (Ed. Vozes) estuda o médium espírita. Também na mesma escola os médicos Gustav Geley e Albert Scherenck-Notzing abordaram formalmente a hipótese espírita como valida em medicina (Scherenck-Notzing em Le Phenomene Physique de La Mediunite e Gustav Geley em O Ser Subconsciente). Com isso, mesmo o termo Conversão Histérica enquanto fórmula estritamente anímica, como proposto por Freud, não foi e não é um consenso em medicina.
Como médico participo da hipótese espírita dos estados de transe e possessão e também no entendimento do sistema espiritual abordado pelo protocolo de Qualidade de Vida da OMS, procurando pesquisar as possibilidades da hipótese espiritual no processo de saúde e doença. Esta argumentação frente à abertura que a Medicina Oficial está dando para o entendimento do sistema espiritual permitiu que meu protocolo de pesquisa no estudo de 120 pacientes abordados segundo a óptica bio-psico-socio-espiritual fosse aprovado oficialmente junto à Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, e esta pesquisa já está sendo desenvolvida.
Julgo que a Medicina e a Ciência nas universidades precisam criar institutos e departamentos com todos os recursos para pesquisa cientifica, a fim de estudar a hipótese espiritual. É para este ideal que procuro contribuir para que esta questão não fique pautada em cima de opiniões pessoais.
É inequívoco que a Medicina e a Ciência estão abertas para esta hipótese.

Dr. Sergio Felipe de Oliveira - CRM 62.051
Sou médico formado pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo. Anatomista pelo Instituto de Ciências Biomédicas da Universidade de São Paulo com área de concentração em Neurociências e Neuroanatomia Ultraestrutural. Mestre em Ciências pela USP. Coordeno a Disciplina Optativa Medicina e Espiritualidade da FMUSP enquadrada no item práticas médicas para graduandos de medicina. www.fm.usp.br/cedem/simposio/simposio.php

7.4.21

AO COMPANHEIRO ESPÍRITA

E - Cap. XVII - Item 4

Afirma Allan Kardec "que se reconhece o verdadeiro espírita por sua transformação moral e pelos esforços que emprega para domar as tendências inferiores".
Quem se transfigura por dentro, no entanto, pensa por si e quem raciocina por si desata as amarras dos preconceitos e escala renovações, no rumo do conhecimento superior pelas vias do espírito.
É por isso que o raciocínio claro te arrancou ao ninho da sombra.
Não mais para nós o claustro nebuloso da fé petrificada em que se nos desenvolvia o entendimento, em multimilenária gestação.
Cessou para nós a nutrição mental por endosmose, no bojo dos pensamentos convencionais.
Todavia, porque te transferes incessantemente de nível, quase sempre, despertas no mais doloroso tipo de solidão - a solidão dos que trabalham no mundo, a benefício do mundo, mas desajustados no mundo, sem que o mundo os reconheça.
°°°
Falas - e freqüentemente, as tuas palavras voam sem eco.
Ages - as tuas ações nobres sofrem, não raro, o menosprezo dos mais queridos.
Emancipas a própria alma - escravizando-te a deveres maiores.
Auxilias - desdenhado.
Compreendes - desdenhado.
Trabalhas - padecente.
Edificas - por entre lágrimas.
Consola - e vergastam-te os sentimentos.
Cultivas o bem - e arrasam-te o campo.
Urge perceber, porém, que quantos consomem as próprias energias, na exaltação do bem, se fazem clarão, e aos que se fazem clarão as sombras não mais oferecem lugar em meio delas.
Segue, assim, trilha adiante, erguendo a luz para que as trevas não amortalhem, indefinidamente, os valores do espírito.
Se temes a extensão das dificuldades, reflete na semente, a morrer em refúgio anônimo para que a vida se garanta; mas, se o exemplo de um ser pequenino te não satisfaz, medita no ensinamento do maior e mais glorioso espírito que já pisou caminhos terrestres. Ele também transitou, na estância dos homens, sem pouso certo. Para nascer, socorreu-se da hospitalidade dos animais; enquanto esteve diretamente no mundo, não reteve uma pedra em que resguardar a cabeça; transmitiu a sua mensagem libertadora em recintos de empréstimos e, em vista das sombras não lhe suportarem as eternas fulgurações, já que não poderiam devolvê-lo ao Céu e nem lhe desejavam a presença, junto delas, no chão, deram-se pressa em suspendê-lo na cruz, para que se extinguisse, entre um e outro. Ele, no entanto, não se agastou, de leve, e qual ocorre à semente que regressa da retorta escura a que foi relegada, convertendo abandono em pão redivivo, Jesus também, ao terceiro dia, contado sobre o desprezo extremo, voltou, em plenitude de amor, e a transformar sacrifício em luz renascente, retomou a construção da concórdia e da fraternidade, na Terra, afirmando aos companheiros fracos e espantados:
- "A paz seja convosco."
Livro “Opinião Espírita”, de Francisco Cândido Xavier e Waldo Vieira, pelos Espíritos Emmanuel e André Luiz (cap 18)
Livro a venda na LER Livros Revistas Papelaria

6.4.21

Depois que Morri

Muito se tem dito acerca da imortalidade, ou melhor, da sobrevivência após a morte. Eu não morri, por isso estou aqui, mas compreender esta verdade exige algum esforço para os menos preparados das coisas do espírito. 
Quando “morri”, fui submetido a um descanso. Como em um hospital, vieram ver-me muitos ex-colegas da Igreja e minha mãe querida. Um a um dizia que eu deveria descansar para recobrar logo os sentidos e as forças. 
É incrível o que acontece no lado de cá da vida. Se não nos apercebermos de determinadas coisas, passaremos como vivos na carne, tão a semelhança com as coisas que cá tive. 
As vestes são as mesmas. Os móveis são os mesmos. As paisagens são as mesmas. Tudo funciona como na Terra, a princípio. 
Pouco a pouco fui recobrando as forças. Um dia me senti mais disposto e pus-me a andar e a passear. Forças renovadas, desejava saber mais daquele novo lugar onde morava desde então. 
Tudo renovado. Céu ensolarado, nuvens esparsas, uma maravilha de se ver aquilo tudo. Sorri. Abri os braços e bradei: 
- Quero trabalho! Já fiquei parado demais. É hora de trabalhar, o que eu faço? 
Um homem mais velho se aproximou e disse-me assim: 
- Senhor Wojtyla, fique calmo, tudo a sua hora. O momento é de conhecer mais a fundo o novo lugar onde está. 
Tive que aceitar aquela ordem. Nada a fazer e também a curiosidade imperava em mim. 
Passeei por uma cidade de ruas largas, de muitas rosas e flores, de diferentes formas e odores, e aí comecei a perceber espécies diferentes. As cores mais fortes. O perfume mais intenso e apurado. Uma beleza extraordinária. 
Tudo muito limpo e pessoas ziguezagueavam o tempo inteiro. Bati numa porta, lembro bem, que dizia sobre notícias que viam da Terra. 
Era como se o lugar fosse uma central de notícias. Adentrei-me e logo o senhor que me atendeu me reconheceu:
- Seja bem-vindo, Senhor Papa! Aqui, todos sabemos da sua estada entre nós e estamos muito contentes com a sua presença. O que deseja saber? 
- Gostaria de obter notícias de como as coisas andam na terra. 
- Pois não, aqui temos este aparelho. As notícias são catalogadas em letras garrafais, clique na letra e as notícias vão aparecendo de acordo com a sua vontade. 
- Como assim? 
- Há uma leitura ótica e ela vai sendo direcionada para sua atenção até chegar no que o senhor deseja. 
- Vamos lá! 
É um aparelho diferente, mas logo compreendi como funcionava. De fato, à medida que meus olhos se dirigiam a atenção para alguns temas, eles se multiplicavam em outros, algo como uma inteligência artificial. 
Vi tudo que me interessava. Atualizei-me bastante. Passei horas por lá e mantive tudo na ordem do dia. Quanta coisa se passou em tão pouco tempo – pensei. 
Voltei a caminhar na cidade de volta para meu lar temporário. 
Maria, a Mãe de Jesus, era muito reverenciada nesta localidade. Às 6 horas da noite, como de costume na Terra, todos paravam para uma oração à Mãe de Jesus. Uma luz intensa, neste instante, invadia a tudo e a todos traduzindo a sua presença santa entre nós pela suavidade do ar e pelo bem-estar que provocava. 
Dormi naquele dia mais feliz. Embora muitos me conhecessem e me cumprimentavam, não havia a reverência acentuada, apenas respeito e consideração. Senti-me bem por causa disso. 
Viajei, pouco tempo depois, para outros lugares. Cada um com a sua beleza ímpar e que agradavam, sobremaneira, meus olhos. Impossível destacar o que encontrei em todos eles. 
Minhas tarefas hoje são outras. Já tenho mais envergadura das minhas responsabilidades e missões. Estou ambientado, posso dizer. 
O mundo espiritual é uma benção, mas é proporcional ao grau do bem que fazemos na Terra, ao próximo e a nós mesmos. 
Há outros lugares difíceis de se viver e, nestes locais, junto-me, vez em quando, em caravanas de apoio e recuperação. A humanidade está doente e é nosso dever ampará-los. 
Esta é uma breve história de meu reencontro no mundo espiritual. Novidades virão por aí, aguardem!
Paz, 
Karol Wojtyla - Blog de Carols Pereira