30.6.16

HUMILDADE

    Humildade, Humildade!...
    A humildade é uma virtude que se ignora. Por isso mesmo não se ensoberbece nem se desvaria.
    Quanto mais se oculta mais se aformoseia e, quando ignorada, é qual madrugada rutilante abrindo o dia para o sol.
    A humildade é espontânea e, para ser legítima, não se improvisa. Deve ser cultivada com perseverança e desenvolvida infatigavelmente.
    Onde surjam suas primeiras manifestações, também aí aparecem adversários vigorosos.
    A vida moderna, com falsos conceitos, conspira contra sua vitalidade, proclamando-a covardia e fraqueza...
    No entanto, a humildade não pode ser confundida com a timidez nem com o medo.
    Não é uma virtude estática, mas dinâmica. Por essa razão, não é parasitária nem acomodatícia.
    É força combativa, movimento atuante.
    Somente os caracteres bem modelados podem senti-la.
    Sofrer humildemente não significa acomodar-se à dor; antes, é lutar heroicamente por vencer a aflição sem, contudo, rebelar-se.
    É mais fácil revidar uma ofensa do que desculpá-la, vencendo todos os impulsos inferiores que residem no imo.
    Quando a humildade se submete aos fortes e se revolta contra os fracos, entenebrece-se, fazendo-se servilismo. No entanto, silencia quando acusada pelos poderosos ou quando ofendida pelos fracos.
    A humildade ajuda sem jactar-se, como o regato precioso que ignora o bem que espalha; qual sol sorridente que desconhece a vitalidade que difunde; como fruto abençoado que não sabe o excelente paladar de que é constituído...
    Se te causticam as forças da revolta e te ferem os aguilhões do desespero, semeia hoje a humildade no coração.
    Talvez amanhã continues o mesmo. Dia virá, porém, em que germinará a benção da excelsa virtude, enflorescendo tua vida.
    Confia, espera e, servindo com destemor, experimentarás a harmonia decorrente de tudo sofrer, humildemente, por amor ao Grande Amor de todos os amores.

Livro: Messe de Amor - Divaldo P Franco - Joanna de Ângelis

29.6.16

RECOBRANDO AS FACULDADES

Questão 352 do Livro dos Espíritos

O Espírito não recobra suas faculdades imediatamente ao nascer. Ele ainda não se encontra em completo domínio sobre seu corpo. O seu instrumento de carne não lhe fornece meios para tal empreendimento.
Compete, porém, ao Espírito esperar, pois com o crescimento do corpo ele vai recobrando paulatinamente suas faculdades espirituais, mas nunca se apossa dos seus dons, envolvido na carne, como se estivesse em Espírito. A alma se encontra abafada pelo amontoado de células que, mesmo vivas e em certa plenitude de poderes energéticos, está muito aquém dos canais que o Espírito precisa para se manifestar como Espírito livre; no entanto, é capaz de realizar grandes coisas. Ele, o Espírito, tem intuições do que deve fazer e, ainda mais, os benfeitores da eternidade o auxiliam constantemente de acordo com o seu mérito.
Podemos observar uma planta no seu crescimento: antes, era semente, depois vai tomando a forma de árvore, vindo as flores e os frutos. Assim também a alma; a semente divina, inicialmente envolvida nas formas, vai passando pelo fenômeno de crescimento e tomando, com o tempo a forma definida do Espírito imortal, dentro da imortalidade de Deus. O Espírito vai domando o corpo qual o peão que doma um potro e faz dele um companheiro de trabalho. Depois de domesticada a casa física, ela passa a ser mais dócil ao seu comando, e o Espírito começa a crescer, despertando as suas qualidades nobres, que são os talentos falados pelo Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo.
Todos sabemos que a natureza não dá saltos no empenho de crescer. É nesse trabalho que se encontra a ponderação, a ciência, de modo a compreendermos que a alma, gradativamente com o corpo, vai despertando as lembranças, mesmo em forma embaçada, daquilo que ela é e as promessas feitas no mundo espiritual. Aquilo que assinamos ao descer para a Terra vem ao nosso encontro pelos canais da intuição, de modo que a cada dia somos conscientes dos nossos caminhos a percorrer.
A encarnação é uma vestimenta grosseira de matéria. Embora divina na sua expressão, ela é rude ante o Espírito que ainda desconhecemos na sua plenitude; porém, ele desenvolve suas qualidades mediante os obstáculos que vai encontrando, para tomar-se um sol, em manifestação do Sol Maior. Já falamos muitas vezes e tornamos a dizer: para nos libertar, devemos começar pelo esforço de cada dia que mãos invisíveis não faltarão na "operação subida". Todos temos, encarnados e desencarnados, um calvário a subir e uma cruz para ser carregada, e isso deve ser motivo de glória para todas as criaturas de Deus.
O Espírito encarnado está em uma existência nova, com novas tarefas a desempenhar para o seu próprio bem e da humanidade. A doutrina dos Espíritos, sendo o Cristianismo original, nos possibilita a paz interna, mas mostrando-nos as vias internas para alcançarmos essa tranqüilidade imperturbável. O Espírito somente desabrocha as suas faculdades na sua plenitude quando se tornar Espírito superior e, para tanto, existe uma jornada a avançar, de modo que o Cristo desperte em nós motivo de luz para os corações em festa.


Livro: Filosofia Espírita – João Nunes Maia – Miramez – Todos os livros espíritas como este, vendidos em nossa loja, terão o lucro repassado à Casa Espírita de Oração Amor e Luz de Limeira.

28.6.16

237 –Existe diferença entre doutrinar e evangelizar?
-Há grande diversidade entre ambas as tarefas. Para doutrinar, basta o conhecimento intelectual dos postulados do Espiritismo; para evangelizar é necessária a luz do amor no íntimo. Na primeira, bastarão a leitura e o conhecimento, na segunda, é preciso vibrar e sentir com o Cristo. Por estes motivos, o doutrinador, muitas vezes não e senão o canal dos ensinamentos, mas os sinceros evangelizados serão sempre o reservatório da verdade, habilitado a servir às necessidades de outrem, sem privar-se da fortuna espiritual de si mesmo.
238 –Para acelerar o esforço de iluminação, a Humanidade necessitará de determinadas inovações religiosas?
-Toda inovação é indispensável, mesmo porque a lição do Senhor ainda não foi compreendida. A cristianização das almas humanas ainda não foi além da primeira etapa.
Alguns séculos antes de Jesus, o plano espiritual, pela boca dos profetas e dos filósofos, exortava o homem do mundo ao conhecimento de si mesmo. O Evangelho é a luz interior dessa edificação. Ora, somente agora a criatura terrestre prepara-se para o conhecimento próprio através da dor; portanto, a evangelização da alma coletiva, para a nova era de concórdia e de fraternidade, somente poderá efetuar-se, de modo geral, no terceiro milênio.
É certo que o planeta já possui as suas expressões isoladas de legítimo evangelismo, raras na verdade, mas consoladora e luminosas. Essas expressões, porém, são obrigadas às mais altas realizações de renúncia em face da ignorância e da iniqüidade do mundo. Esses apóstolos desconhecidos são aquele “sal da Terra” e o seu esforço divino será respeitado pelas gerações vindouras, como os símbolos vivos da iluminação espiritual com Jesus-Cristo, bem-aventurados de seu Reino, no qual souberam perseverar até o fim.


Livro: “O Consolador” – Francisco C. Xavier – Emmanuel – Todos livros espíritas como este, vendidos em nossa loja, terão o lucro repassado à Casa Espírita de Oração Amor e Luz de Limeira.

27.6.16

PROVA CONCRETA DA REENCARNAÇÃO

(A reencarnação anunciada de Allan Kardec como Chico Xavier)

A questão que, para alguns poucos, é controvertida, da anunciada reencarnação de Allan Kardec, trata-se, em verdade, de singular e concreta prova da Multiplicidade das Existências.
Enquanto pesquisadores sérios vivem, no mundo todo, coletando dados que atestem a realidade das Vidas Sucessivas, publicando, por vezes, volumosas monografias a respeito, os adeptos do Espiritismo foram agraciados pelo anúncio de que o Codificador, desencarnado a 31 de março de 1869, voltaria a Terra, em novo corpo, com a finalidade de dar complemento à Obra que iniciara.
O Professor Rivail que, através de segura informação espiritual, soubera de uma sua existência passada entre os druidas, nas Gálias, na tarefa que lhe coube de concorrer para a restauração do Cristianismo, recebeu de diversos Espíritos, e entre eles do Espírito Verdade, a revelação de que o seu regresso ao corpo já estava programada.
Não fosse Chico Xavier, apenas sob uma perspectiva moral e espiritual, pelo extraordinário conteúdo de sua Obra psicográfica, o legítimo continuador de Allan Kardec, no inegável desdobramento do chamado “Pentateuco”, por fatos históricos inequívocos, inclusive matemáticos, de absoluta precisão, a reencarnação do Codificador como Chico Xavier, o extraordinário medianeiro, fornece-nos uma prova cabal da tese reencarnacionista, que, sem dúvida, filosófica e cientificamente, constitui-se no cerne do Espiritismo.
As evidências são irrefutáveis:
- Allan Kardec previu o seu retorno ao corpo para o final do século XIX ou para o início do século XX. Chico Xavier nasceu no dia 10 de abril de 1910, no alvorecer do século XX.
- Entre a desencarnação de Allan Kardec e o nascimento de Chico Xavier, temos quase exatos quatro décadas – 1869-1910. Chico Xavier afirmava que, no Mundo Espiritual, ele se preparara durante quarenta anos para cumprir com a sua tarefa de Médium.
- Os Espíritos disseram a Allan Kardec que, em sua volta, ser-lhe-ia dado trabalhar desde cedo. Chico Xavier, oficialmente, começou a psicografar com 17 de idade, sendo, porém, que a sua “primeira psicografia” aconteceu, em sala de aula, quando contava com 12 de idade, cursando o 4º ano primário no Grupo Escolar “São José”, em Pedro Leopoldo.
- Acrescentaram os Espíritos que, quando voltasse a Terra, em novo corpo, o Codificador teria a “satisfação de ver em plena frutificação a semente” que ele espalhara. Chico Xavier, de fato, deparou-se, no Brasil, com a Doutrina em florescência, inclusive, com a “Federação Espírita Brasileira”, fundada em 1884, e com o Espiritismo já contando com vários vultos de escol, entre os quais o Dr. Bezerra de Menezes, desencarnado em 1900.
Allan Kardec, fazendo, no Espiritismo, tremular a bandeira de Reencarnação, terminou por ser, ele mesmo, ao longo da história de toda Humanidade, uma de suas provas mais concretas, comparável somente à reencarnação de Elias em João Batista, atestada pelas tácitas palavras do Cristo.
Curiosamente, nenhum Evangelista trata os assuntos da Reencarnação (diálogo com Nicodemos) e do Advento do Consolador, que é o Espiritismo, com a propriedade com que eles são tratados no Evangelho de João, o “discípulo amado”, que foi uma das muitas vidas de Allan Kardec.
Pode-se ainda acrescentar aos estudiosos do fenômeno, o fato de Allan Kardec – o Professor Rivail – ter sido francês, nascido na cidade de Lion, e o prenome “Francisco”, de Francisco Cândido Xavier, significar, literalmente, “pequeno francês”. Allan Kardec era de “altura meã”, quanto Chico Xavier – em torno de 1,65 m.
Kardec, com 65 anos de idade, desencarna pelo rompimento de um aneurisma na aorta. Chico Xavier, praticamente com a mesma idade, começa a sofrer de angina pectoris, que lhe provocava constantes dores no tórax.
Embora muitos leitores dessas nossas publicações no Blog possam considerar recorrente o assunto da reencarnação Allan Kardec/Chico Xavier, nós pensamos que as reflexões em torno de tema tão importante estejam ainda muito longe de serem esgotadas, e sempre que oportuno quanto agora a elas haveremos de retornar.


INÁCIO FERREIRA

26.6.16

GUARDEMOS O ENSINO

    "Ponde vós estas palavras em vossos ouvidos." - Jesus. (LUCAS, 9:44.)
    Muitos escutam a palavra do Cristo, entretanto, muito poucos são os que colocam a lição nos ouvidos.
    Não se trata de registrar meros vocábulos e sim fixar apontamentos que devem palpitar no livro do coração.
    Não se reportava Jesus à letra morta, mas ao verbo criador.
    Os círculos doutrinários do Cristianismo estão repletos de aprendizes que não sabem atender a esse apelo. Comparecem às atividades espirituais, sintonizando a mente com todas as inquietações inferiores, menos com o Espírito do Cristo. Dobram joelhos, repetem fórmulas verbalistas, concentram-se em si mesmos, todavia, no fundo, atuam em esfera distante do serviço justo.
    A maioria não pretende ouvir o Senhor e, sim, falar ao Senhor, qual se Jesus desempenhasse simples função de pajem subordinado aos caprichos de cada um.
    São alunos que procuram subverter a ordem escolar.
    Pronunciam longas orações, gritam protestos, alinhavam promessas que não podem cumprir.
    Não estimam ensinamentos. Formulam imposições.
    E, à maneira de loucos, buscam agir em nome do Cristo.
    Os resultados não se fazem esperar. O fracasso e a desilusão, a esterilidade e a dor vão chegando devagarinho, acordando a alma dormente para as realidades eternas.
    Não poucos se revoltam, desencantados ...
    Não se queixem, contudo, senão de si mesmos.
    "Ponde minhas palavras em vossos ouvidos", disse Jesus.
    O próprio vento possui uma direção. Teria, pois, o Divino Mestre transmitido alguma lição, ao acaso?


Livro: Vinha de Luz – Francisco C Xavier - Emmanuel - Todos os livros espíritas, como este vendidos em nossa loja, terão o lucro repassado à Casa Espírita de Oração Amor e Luz de Limeira.

25.6.16

QUANDO TE SINTAS TRISTE

Quando te sintas triste, deprimido,
Sem ânimo na estrada que permeias,
Tangenciando o abismo que receias,
Prossegue firme, a passo decidido.

Embora ao peito o coração ferido,
Sorvendo o fel de ingratidões alheias,
Sob o guante das dores que faceias,
Nunca te dês na luta por vencido.

Por entre espinhos semeando flores,
Segue fazendo o Bem por onde fores,
Sem reclamar da prova que te expia...

À procura da paz que te convém,
Não te esqueças de que somente o Bem,
Transfigura a tristeza em alegria!...

Eurícledes Formiga

(Página recebida pelo médium Carlos A. Baccelli, em reunião íntima do Lar Espírita “Pedro e Paulo”, na manhã do dia 15 de junho de 2016, em Uberaba – MG).

24.6.16

Imaginem num baile funk...

(...)
Penetramos o recinto, servido de amplas janelas e abundantemente iluminado.
O ambiente sufocava. Desagradáveis emanações faziam cada vez mais espessas, à maneira que avançávamos.
No salão principal do edifício, onde abundavam extravagantes adornos, algumas dezenas de pares dançavam, tendo as mentes absorvidas nas baixas vibrações que a atmosfera vigorosamente insuflava.
Indefinível e dilacerante impressão dominou-me o ser. Não provinha da estranheza que a indiferença dos cavalheiros e a leviandade das mulheres me provocavam; o que me enchia de assombro era o quadro que eles não viam. A multidão de entidades conturbadas e viciosas que aí se movia era enorme. Os dançarinos não bailavam sós, mas, inconscientemente, correspondiam, no ritmo açodado da música inferior, a ridículos gestos dos companheiros irresponsáveis que lhes eram invisíveis. Atitudes simiescas surdiam aqui e ali, e, de quando em quando, gritos histéricos feriam o ar.
Calderaro não se deteve, Mostrava-se habituado à cena; mas, não conseguindo sofrear a estupefação que se assenhoreara de mim, solicitei-lhe uma intermitência, perguntando:
- Meu amigo, que vemos? Criaturas alegres cercadas de seres tão inconscientes e perversos? Pois será crime dançar? Buscar alegria constituirá falta grave?
O orientador escutou pacientemente as indagações ingênuas que me escapavam dos lábios, ditadas pelo espanto que me assomara repentinamente, e esclareceu:
_Que perguntas, André? O ato de dançar pode ser tão santificado como o ato de orar, pois a alegria legítima é sublime herança de Deus. Aqui, porém, o quadro é diverso. O bailado e o prazer nesta casa significam declarado retorno aos estados primitivos do ser, com iniludíveis agravantes de viciação dos sentidos. Observamos, neste recinto, homens e mulheres dotados de alto raciocínio, mas assumindo atitudes de que muitos símios talvez se pejassem. Todavia, esteja longe de nós qualquer recriminação: lastimemo-los simplesmente. São trânsfugas sociais, rebeldes à disciplina instituída pelos Desígnios Superiores para os seus trilhos terrestres. Muitos deles são profundamente infelizes, precisando de nossa ajuda e compaixão. Procuram afogar no vinho ou nos prazeres certas noções de responsabilidade que não logram esquecer. Fracos perante a luta, mas dignos de piedade pelos remorsos e atribulações que os devoram, merecem ser amparados fraternalmente.
E, passando os olhos de relance pela multidão de espíritos perturbadores que ali se davam ao vampirismo e ao sarcasmo, obtemperou:
- Quanto a estes infortunados, que fazer se não recomendá-los ao Divino Poder? Tentam igualmente a fuga impossível de si mesmos. Alucinados, apenas adiam o terrível minuto de auto-reconhecimento, que chega sempre, quando menos esperam, através dos mil processos da dor, esgotados os recursos do amor divino, que o Supremo Pai nos oferece a todos. A mente deles também está apegada aos instintos primitivos, e, frágeis e hesitantes, receiam a responsabilidade do trabalho da regeneração.(...)

Trecho do livro: ”No Mundo Maior” – Francisco C. Xavier – Emmanuel - Todos os livros espíritas como este, vendidos em nossa loja, terão o lucro repassado à Casa Espírita de Oração Amor e Luz de Limeira.

23.6.16

Questão 351 do Livro dos Espíritos

NO INTERVALO

No intervalo entre a concepção e o nascimento da criança, o Espírito entra em um estado de sono, como se verdadeiramente estivesse dormindo. É o Espírito recebendo influência da matéria e doando a ela a força para a renovação da vitalidade de que a matéria é portadora.
Em nada na vida podemos generalizar; os roteiros do Espírito são traçados de acordo com a sua evolução espiritual. O Espírito de alta capacidade espiritual não perde a consciência no intervalo entre a concepção e o nascimento, nem perde tempo. Ele trabalha quase como se estivesse livre da matéria. Sabemos que Maria de Nazaré e Francisco de Assis, dois astros de luz, no intervalo entre a concepção e o renascimento, continuaram trabalhando em favor da humanidade e não foram atingidos pelo sono, devido a seus níveis de evolução. Isso é uma amostra para as futuras reencarnações.
O Espírito mediano, porém, passa por um período de perturbação e dorme o sono da esperança, enquanto o Espírito abaixo do mediano fica totalmente inconsciente do seu estado, e somente vai ganhando a consciência quando desencarna. Mesmo assim, em muitos casos, essa recuperação é lenta, pois a natureza a nada violenta. É nesse sentido que estamos trabalhando com Jesus Cristo, para que o Espíritos avancem na escala a qual pertencem e passem a acordar em todas as direções da vida, sem perderem a consciência do seu estado. Eis porque a ignorância deve desaparecer, para que o trabalho aumente em favor dos que sofrem nas sombras. As obras básicas da Doutrina Espírita devem ser sempre lidas e estudadas, para que se tenha uma noção da vida que se deve levar, santificando sempre os pensamentos, palavras e obras, com base no amor.
O Espírito, no intervalo da concepção ao nascimento, ainda não está reencarnado, apenas ligado por laços ainda frágeis. O toque de maior segurança é dado no momento do nascimento, prosseguindo até aos vinte e um anos de idade. Em raros casos, antes desta idade, o Espírito já se encontra adulto, com todas as suas possibilidades de independência, respondendo por ele mesmo ante a sua consciência e a Deus, pelas promessas feitas no mundo espiritual.
Nada fica sem a proteção de Deus, nosso Pai de amor. Em todos os intervalos em que a alma sonha, as mãos do Divino Mestre operam em seqüência permanente para o restabelecimento da individualidade da alma, para que algum dia ela possa se libertar e conhecer a verdade.
Ao reencarnado, quando adulto, a natureza consciencial vai mostrando, na cadência da sua evolução, algo de que era no passado, de modo que o Espírito possa trabalhar nele mesmo, na iluminação dos seus sentimentos.


Livro: Filosofia Espírita – João Nunes Maia – Miramez – Todos os livros espíritas como este, vendidos em nossa loja, terão o lucro repassado à Casa Espírita de Oração Amor e Luz de Limeira.

22.6.16

ILUMINAÇÃO III

236 –Como interpretar a ansiedade do proselitismo espírita, em matéria de fenomenologia, ante essa necessidade de iluminação?
-Os espiritistas sinceros devem compreender que os fenômenos acordam a alma, como o choque de energias externas que faz despertar uma pessoa adormecida; mas somente o esforço opera a edificação mora, legítima e definitiva.
É uma extravagância de conseqüências desagradáveis, atirar-se alguém à propaganda de uma idéia sem haver fortalecido a si mesmo na seiva de seus princípios enobrecedores. O espiritismo não constitui uma escola de leviandade. Identificado com a sua essência consoladora e divina, o homem não pode acovardar-se ante a intensidade das provações e das experiências. Grandes erros praticariam as entidades espirituais elevadas, se prometessem aos seus amigos do mundo uma vida fácil e sem cuidados, solucionando-lhes todos os problemas e entregando-lhes a chave de todos os estudos.
É egoísmo e insensatez provocar o plano invisível com os pequeninos caprichos pessoais.
Cada estudioso desenvolva a sua capacidade de trabalho e de iluminação e não guarde para outrem o que lhe compete fazer em seu próprio benefício.
O Espiritismo, sem Evangelho, pode alcançar as melhores expressões de nobreza, mas não passará de atividades destinadas a modificar-se ou desaparecer, como todos os elementos transitórios do mundo. E o espírita que não cogitou da sua iluminação com Jesus-Cristo, poder ser um cientista e um filósofo, com as mais elevadas aquisições intelectuais, mas estará sem leme e sem roteiro no instante da tempestade inevitável da provação e da experiência, porque só o sentimento divino da fé pode arrebatar o homem das preocupações inferiores da Terra para os caminhos supremos d os paramos espirituais.

Livro: “O Consolador” – Francisco C. Xavier – Emmanuel – Todos livros espíritas como este, vendidos em nossa loja, terão o lucro repassado à Casa Espírita de Oração Amor e Luz de Limeira.

21.6.16

ESPIRITISMO E ENTRESSAFRA

(Reflexões de 18 de Abril)

Não há negar que, após desencarnação de Chico Xavier, ocorrida a 30 de junho de 2002, o Espiritismo, quase em todos os seus aspectos, entrou num período de entressafra, que, infelizmente, ninguém sabe dizer quanto tempo há de durar. (Esse período de entressafra prolongadíssimo foi o que levou o Espiritismo a desaparecer quase que por completo em França!)
Durante, praticamente, todo o século XX, o trabalho de Chico impulsionou a Doutrina, seja no campo literário, com espantosa produção mediúnica, seja no campo do apostolado, levando adiante o labor vivencial de tantos outros notáveis pioneiros do Espiritismo no Brasil.
A verdade, porém, é que agora, infelizmente, com o desenlace de Chico, o seu líder natural, o Espiritismo empobreceu-se de valores espirituais encarnados, e, por que não dizer, igualmente, dos valores espirituais desencarnados que por ele se expressavam.
Médiuns, até imbuídos de certa boa vontade, porém extremamente faltos de idealismo superior, surgem aqui e ali, em labor personalista e interesseiro que, sinceramente, não se compreende.
Principiantes no afã da mediunidade, com, inclusive, escasso conhecimento da Doutrina, sedentos de holofote e promoção pessoal, em vez de somar em benefício da Fé, estão sendo utilizados como instrumentos de descrença pelos opositores invisíveis da Terceira Revelação.
Quase em toda a parte, despontam seareiros que, agindo inescrupulosamente, enganam aos mais incautos, propondo inovações ao corpo doutrinário, anunciando-se como missionários nas atividades-relâmpago que, felizmente, depois de não alcançarem a repercussão esperada, são abandonadas por eles, que se retiram de tais atividades alegando incompreensão e falta de receptividade – quando deveriam alegar falta de sucesso empresarial!
Raros são os que, perseverando em suas tarefas humildes, neste período de entressafra, mantém acesa a chama do Ideal, agregando alguns poucos em torno do suor que, anonimamente, derramam na sustentação da Fé Raciocinada, que, sem dúvida, vem sendo acuada pelos sistemáticos adversários do Cristo, que não desanimam de fazer eclipsar a luz que Ele representa e sempre há de representar para a Humanidade.
A fase atual que o Espiritismo vem atravessando é difícil e, infelizmente, promete ser uma longa e espessa noite, até que espíritos realmente sinceros e comprometidos com a Causa tomem corpo na Terra e deem à Doutrina o novo impulso que ela está a carecer, notadamente, no campo do apostolado do exemplo.
Não imaginemos que tudo, no entanto, deva correr por conta de uma planificação de Ordem Superior, e que, no momento certo, as coisas haverão de acontecer. De fato, nada sucede à revelia da Vontade do Criador, mas – que isto fique bem claro –, não nos esqueçamos de que, voluntariamente ao lhe aderir, é através da vontade da criatura que ela se executa.
O Cristo, em certa oportunidade, afirmou que o Pai trabalha e que Ele também trabalha, significando, em outras palavras, que Eles se esforçam, e esforçam-se diuturnamente, para que o Reino Divino se estabeleça entre os homens.
Uma série de fatores deve ser levada em conta, porque ao que se sabe a maioria dos espíritos que reencarnam com determinada tarefa a cumprir na Terra, desviando-se de suas finalidades, não a cumprem, e, quando logram cumpri-la, apenas o fazem de maneira parcial – e, não raro, comprometedora!
Que nós, portanto, espíritos encarnados e desencarnados, trabalhadores deste momento de entressafra espiritual, que, sem dúvida, começou exatamente com a desencarnação de Chico Xavier no início do Terceiro Milênio – entressafra que, na Doutrina, vem nos deixando quase que completamente sem parâmetros de ordem moral! –, procuremos permanecer, ao menos, na condição de guardiães da Luz que não pode se apagar, esperando e orando pela chegada daqueles que, espíritos de semelhante cepa a do Inolvidável Medianeiro, possam continuar fazendo com que a Luz brilhe em todo o seu esplendor, norteando a Humanidade que, em termos espirituais, presentemente, nos parece totalmente sem rumo, a caminho do abismo.
Não creiamos, pois, sem importância, a reunião semanal que, praticamente, a sós, estejamos sustentando na Casa Espírita que frequentamos, ou ainda, junto aos mais carentes, a singela atividade assistencial que mantenha tremulando a bandeira da Caridade, que, sem palavras, fala da excelência do Amor que se, um dia, viesse a desaparecer da face da Terra induziria a Humanidade a suicídio de ordem coletiva.

INÁCIO FERREIRA
Uberaba – MG, 18 de abril de 2016.

OBS: Página recebida pelo médium na data acima, porém, tão somente agora sendo publicada.

20.6.16

Ser Padre

O grande desafio de ser padre é despir-se de si mesmo para abraçar a causa de todos os fiéis que irão lhe procurar. O padre deixa de ser ele mesmo porque a sua vocação somente terá sentido se ele abraçar, de verdade, a dor do seu irmão de caminho.
Ser padre é vocação, sim. É vocação para amar sem distinção. A doar-se sem tempo nem hora. É ir ao encontro daquele que precisa dele sem reclamar, pelo contrário, com a firme determinação de ajudar, ele vai agradecer a oportunidade de servir.
Ele é um pai, esta é a figura que ele deve expressar aos fiéis, porque ele assim se designa, um pai. E o que faz um pai senão zelar pelos seus filhos queridos?
Um padre possui, portanto, milhares de filhos. Filhos de todo jeito, de todas as raças, de todos os humores, de todas as virtudes e defeitos. E para ele, filhos amados.
Um padre tem o compromisso permanente de se encontrar com Deus e, com isso, poder expressar para seus filhos a Sua vontade – se é que será possível, mas ele vai tentar mediante a inspiração que certamente virá se os propósitos forem nobres.
Esta conexão com Deus Pai fará ele mais forte e sua convicção de fé só irá aumentar.
A fé de um padre tem que ser uma das suas maiores ancoras de vida. Um padre sem fé não tem como exercer o seu ofício, simplesmente porque a fé é a sua matéria-prima de trabalho junto aos seus fiéis. Como transmitir algo que não se possui?
Eu tive fé demasiada, como hoje continuo a ter, e foi isso que me fez ter o êxito que tive na minha experiência pastoral. Expresso-me desta forma porque estou convicto que dei o meu melhor e, sendo assim, a minha consciência está absolutamente tranquila.
Vejo hoje muitos padres que abraçam o sacerdócio sem qualquer vocação. Talvez sinta uma emoção diferente numa missa. Ou ache bonito lidar com tanta gente, não sei. O que sei é que ser padre é presente de Deus na vida de um homem e ele deve agradecer isto sempre.
Os desvios dos atos de um padre são absolutamente compreensíveis quando imbuídos do desejo de acertar. Outros, porém, divergem radicalmente da filosofia de vida de um verdadeiro padre. Ostentam uma denominação oficial, mas não guardam a beleza da vocação no coração.
Ser padre é presente de Deus porque vai permitir adentrar na dor de seus irmãos de caminho e poder proporcionar, minimamente que seja, um alívio para aquela alma em perturbação.
Ser padre é presente de Deus porque é oportunidade ímpar de servir a Deus servindo ao próximo.
Ser padre é presente de Deus porque aprendemos a amar, sobretudo quando somos forçados a esquecer de nós mesmos.
Dou graças a Deus, sempre, pela possibilidade de estar na Sua Igreja por tanto tempo.
Quantos amigos fiz. Quantas alegrias tive. Quanta felicidade invadiu meu coração.
Minha alma continua sendo de um padre, mesmo depois da desencarnação – permita-me usar esta expressão.
Perdoem-me os meus se hoje me expresso de outro modo e alguns podem dizer: - Helder não era assim. Ora, como posso permanecer o mesmo diante das verdades que presencio?
Sou padre, sim, meus irmãos. Continuarei sendo até onde Deus me permitir.
Minha alma floresce a cada dia de novas oportunidades de serviço e abraço todas elas em nome do Cristo Jesus.

Obrigado, Pai!
Helder Câmara – Blog Novas Utopias

19.6.16

Tribos Urbanas

A propósito do homem na Terra, temos muito a dizer.
Ele está apenas começando a sua incrível jornada. Tudo ainda está no seu berço. Afirmo isto para dizer que o homem sabe bem pouco do que ele realmente é. Apenas sonha, diria.
O movimento que se avizinha, meus senhores, é de grande proporção. Gigantesco. É um movimento de alteração total das consciências e isto é por demais desafiante descrever.
O pouco que sei diz respeito às transformações sociais e políticas. Serão muitas que modificarão completamente o atual perfil que conhecemos.
Uma delas se refere aos conglomerados sociais, as grandes metrópoles, que ajuntam enorme quantidade populacional.
Elas bebem do que hoje se denomina de civilização. Os bens públicos modernos, as mudanças tecnológicas de ponta, os novos direitos civis, a instalação de infraestrutura urbana diferenciada e por aí adiante. Pois bem, elas serão o palco das principais transformações a serem implantadas.
Homens e mulheres sentirão o impacto do novo livro das leis. Uma mudança de comportamento se faz com legislação, mas também com inovação. O que ocorrerá é que serão testados outros modelos de convivência social e eles se multiplicarão mundo afora devido ao sucesso alcançado por estas células de aprendizado social.
Reinará nelas um microcosmo da sociedade geral. Em outras palavras, teremos diversas experiências de convivência alternativa, modos diferenciados de comunidades urbanas, com leis específicas de convivência destes grupos. É como se tivéssemos a criação simultânea de várias tribos, as tribus urbanus.
De certa forma, elas já começaram a ser ensaiadas em vários lugares da Europa e ganharão força e voz forçando os legisladores oficiais a conjugarem esforços de convivência da lei maior com a lei menor, se é que me entendem.
Estes guetos sociais, tribos organizadas sob nova ideologia, terão autonomia na criação de um novo status quo. É como se tivéssemos certo retrocesso civilizatório quando tínhamos os diversos feudos da idade média, algo parecido.
Por que isto predominará?
Há uma procura demasiada de muitas pessoas em terem pontos de convívio com aqueles que possuem a sua mesma identidade social e ideológica. Querem estar juntos, viverem juntos, construírem juntos os seus ideais de vida.
Pode parecer estranho, mas este novo modo de organização social será considerado um grande avanço. Não haverá desrespeito às leis maiores do País, mas naquele território haverá o predomínio das suas práticas sociais em detrimento do que possa prevalecer no contexto nacional.
Tudo isso faz parte da busca humana pela sua felicidade e demonstra inteiro respeito pela diversidade e pluralidade de ideias. No mundo espiritual já é assim. Temos fronteiras transnacionais, absolutamente diferentes daquilo que conhecemos na Terra física, embora guarde as suas devidas proporções com o que temos instalado na geografia terrena. Isto ocorre porque o processo civilizatório da dimensão espiritual ocorreu de maneira diferente dos marcos geográficos físicos.
Ora, por que não permitir tais experiências?
O que isso traria de mal?
De nossa parte, considero um enorme esforço dos viventes na Terra de edificarem bases de uma sociedade mais justa e igualitária, mesmo que para isso tenhamos que redimensionar o modo vigente de sociedade.
Esta é uma das grandes novidades em desenvolvimento. Outras serão implantadas e o gérmen delas já está em ebulição por aí e na mente de muitos que chegam do lado de cá para revolucionar o que já demonstrou que não funciona.
Benvindo a um mundo novo, mais interessante, menos rigoroso, mais plural e vigoroso de alegria e bem-estar.
Até mais ver!

Joaquim Nabuco 

18.6.16

SUCESSO EDITORIAL

Precisei virar defunto
Para alcançar, afinal,
O que jamais alcancei –
Sucesso editorial!

Marca de fazer sorrir
E de causar reconforto,
Na Internet ou fora dela,
A poeta vivo ou morto.

São mais de 50.000
Acessos que quantifico,
Que não me rendem vintém,
Mas que me fazem mais rico.

Continuo na pobreza
Dentro da qual sou feliz,
Pois nela me sinto igual
Ao pobrezinho de Assis...

Faço versos para o povo
Como quem canta na praça,
Distribuindo sem paga
O que recebe de graça.

Muito grato aos internautas,
Modernos leitores meus,
Aos quais peço que prossigam
Pedindo por mim a Deus.

Neste cordel eletrônico,
Vibra do Além para a Terra
A mensagem que o Evangelho
À Humanidade descerra.

Mais uma vez, obrigado,
Por tais acessos sem conta,
Revelando para o mundo
Que a Nova Era desponta.

Eurícledes Formiga

(Página recebida pelo médium Carlos A. Baccelli, em reunião pública do Lar Espírita “Pedro e Paulo”, na manhã do dia 11 de junho de 2016, em Uberaba – MG).

17.6.16

Estudos que os espíritas podem fazer na Bíblia.

“João 1:1-5”
“No princípio era aquele que é a Palavra. Ele estava com Deus, e era Deus.”
“Ela estava com Deus no princípio.”
“Todas as coisas foram feitas por intermédio dele; sem ele, nada do que existe teria sido feito.”
“Nele estava a vida, e esta era a luz dos homens.”
“A luz brilha nas trevas, e as trevas não a derrotaram.”
O “Princípio” referido pelo evangelista João deve ser o do planeta Terra. “Ele” deve ser Jesus, se Ele estava com Deus podemos entender que Jesus não é Deus. Se todas as coisas do nosso planeta foram feitas por intermédio d’Ele, significa que utilizando Sua própria inteligência e o fluido cósmico universal todas as fases que o planeta atravessou, desde quando a bola de matéria incandescente começou a esfriar, até os dias de hoje foi pensado por Jesus e tinha um propósito que não conseguimos alcançar ainda. “Nele estava a vida” a qual era a “luz dos homens”, aqui temos muita informação, primeiramente Jesus existia como ser de luz antes do nosso planeta ser pensado por Ele, nós os homens também existíamos então, e as trevas também, só que a luz sempre prevaleceram sobre trevas. Disso tudo vem uma pergunta: Porque o planeta Terra foi pensado? Conclusão que tiramos é a de que o homem que existia na forma espiritual, precisava de um mundo onde deveria reencarnar várias vezes para se aprimorar moralmente.
“Gênesis 1:1-3”
“No princípio criou Deus o céu e a terra.”
“E a terra era sem forma e vazia; e havia trevas sobre a face do abismo; e o Espírito de Deus se movia sobre a face das águas.”
“E disse Deus: Haja luz; e houve luz.”
Na Gênese, provavelmente escrita por Moises a mais de mil anos antes do nascimento de Jesus, a coisa se amplia, pois além do planeta Terra também o “céu” foi criado no “princípio” e céu conforme o livro “O Céu e o Inferno” trazido a nós dos espíritos superiores por Allan Kardec, não é uma localidade, pode ser definido como um estado vibratório superior, da inteligência humana.
” A terra era sem forma e vazia”, podemos entender que a terra existia no pensamento da divindade apenas, mas chama atenção a existência de “trevas sobre a face do abismo”, ou seria mais correto dizer não existência? Pois trevas é a não existência de luz e abismo nos trás o conceito de falta de algo palpável ou vazio.
“O Espírito de Deus se movia sobre a face das águas” mostra o quanto o conceito “água” é emblemático, parecendo ser muito mais que apenas dois átomos de hidrogênio e um de oxigênio.
“Haja luz” nos remete ao Big Bang imaginado pela ciência atual, que aconteceu a quase quatorze bilhões de anos num instante onde tudo que existe no universo e que estava contido num ponto explodiu continuando a se expandir, mas que já existia nesse ponto e não foi a partir da explosão que passou a existir, nos lembrando a lei de Lavoiser, que diz “nada se cria tudo se transforma”. Depois disso eu fico querendo entender os conceitos “Deus”, “Espírito”, “Luz”, “Água”, “Infinito”, “Eterno”, mas me conformo constatando que me falta um sentido para tal compreensão.
“João 4:24”
“Deus é Espírito, e importa que os que o adoram o adorem em espírito e em verdade.”
“Gênesis 1:26,27”
“E disse Deus: Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança; e domine sobre os peixes do mar, e sobre as aves dos céus, e sobre o gado, e sobre toda a terra, e sobre todo o réptil que se move sobre a terra.”
“E criou Deus o homem à sua imagem; à imagem de Deus o criou; homem e mulher os criou.”
Deus sendo espírito, só poderia ter criado o espírito humano (homem e mulher) aqui no sexto dia do primeiro capítulo da Gênese, uma vez que no segundo capítulo a criação prossegue...
“Gênesis 2:7”
“E formou o Senhor Deus o homem do pó da terra, e soprou em suas narinas o fôlego da vida; e o homem foi feito alma vivente.”
Essa criação do segundo capítulo é muito diferente da do primeiro capítulo, a ver, “espírito” é o principio inteligente antes e depois da sua existência no corpo de carne e “alma vivente” é o mesmo princípio inteligente só que agora ligado a um corpo feito do “pó da terra”, que possui duração de no máximo uns cem anos na maioria dos casos, quando ao pó da terra voltará e o espírito humano continuará.
“João 3:6-8”
“O que é nascido da carne é carne, e o que é nascido do Espírito é espírito”.
“Não te maravilhes de te ter dito: Necessário vos é nascer de novo”.
“O vento assopra onde quer, e ouves a sua voz, mas não sabes de onde vem, nem para onde vai; assim é todo aquele que é nascido do Espírito”.
Agora nesse dialogo de Jesus com Nicodemos, Jesus fala da necessidade de se nascer de novo e explica de forma clara que o “espírito” se compara ao vento que existe, mas só pode ser percebido e que não nos é dado, ainda pelo menos, sabermos de onde vem e para onde vai.
Para fecharmos o estudo fica a pergunta, qual foi a necessidade dessa segunda criação feita do pó da terra?
No Livro dos Espíritos, na questão 115 Kardec pergunta:
“Uns Espíritos foram criados bons e outros maus?”
Ao que os Espíritos superiores responderam.
— “Deus criou todos os Espíritos simples e ignorantes, ou seja, sem conhecimento. Deu a cada um deles uma missão, com o fim de os esclarecer e progressivamente conduzir à perfeição, pelo conhecimento da verdade e para os aproximar dele. A felicidade eterna e sem perturbações, eles a encontrarão nessa perfeição. Os Espíritos adquirem, o conhecimento passando pelas provas que Deus lhes impõe. Uns aceitam essas provas com submissão e chegam mais prontamente ao seu destino; outros não conseguem sofrê-las sem lamentação, e assim permanecem, por sua culpa, distanciados da perfeição e da felicidade prometida”.
 115. a
“Segundo isto, os Espíritos, na sua origem, se assemelham a crianças, ignorantes e sem experiência, mas adquirindo pouco a pouco os conhecimentos que lhes faltam, ao percorrer as diferentes fases da vida?”
— “Sim, a comparação é justa: a criança rebelde permanece ignorante e imperfeita; seu menor ou maior aproveitamento depende da sua docilidade. Mas a vida do homem tem fim, enquanto a dos Espíritos se estende ao infinito”.
Vem agora ao nosso pensamento a passagem narrada por Marcos no seu Evangelho:
“Deixai vir a mim as criancinhas, não as impeçais; pois o reino dos céus é para aqueles que se lhes assemelham.
Eu vos digo, em verdade, que todo aquele que não receber o reino de Deus como uma criança, nele não entrará.”
E constatamos que fomos criados “simples e ignorantes”, que adquirimos conhecimento com o nosso arbítrio e nos tornamos problemáticos, por isso estamos encarnados num mundo de provas e expiações, isso tudo foi pensado pela divindade para nosso aperfeiçoamento, não para nos castigar e que para sairmos dessa série de encarnações e desencarnações e entrarmos no “reino de Deus”, devemos trabalhar nosso orgulho, vaidade, vontade de predominar sobre nossos irmãos, que é o que nos faz tão diferentes das crianças.
Estou postando esse nosso estudo no Blog, contando que aqueles que o lerem, dar-me-ão (como diria o Temer) um retorno com a sua interpretação desses trechos da Bíblia, que tanto me “encafifam”.

Abraço,
Toninho Barana.

16.6.16

DEPLORANDO A ESCOLHA

Questão 350 do Livro dos Espíritos

O Espírito, quando encarnado, depois que a sua consciência já se encontra reduzida, não se lembra da escolha que fez, entra em um estado de depressão, se em seu coração não vibra a fé.
Quantos não têm ouvido, principalmente na época que corre a juventude, dizer que não pediu para nascer em tais ou quais circunstâncias. É a revolta de estar preso na matéria, pois, o Espírito não se lembra de que foi ele mesmo quem escolheu aquele tipo de proves, e quando não foi ele, foi a lei que assim determinou, pela força que possui para que a alma pudesse desabrochar suas qualidades de vida e de luz.
A alma não pode deplorar a escolha, pelo estado de inconsciência em que se encontra. Quantos suicidas há, sem causas que se possa analisar, visto que essa causa está no inconsciente, mas, ela se irradia para o consciente em forma de depressão, que o leva ao momento drástico de tirar a própria vida.
A Doutrina dos Espíritos, que é o mesmo Jesus voltando para a humanidade, abre os braços a toda essa humanidade em sofrimento, não somente consolando, porém, levando e dando educação a todas as criaturas de Deus. É o Consolador prometido por Aquele que pode prometer, porque Ele é a Vida, a Verdade e o Caminho.
Sabemos, e muitos homens são conscientes disso, que a vida na carne é como uma prisão, cárcere esse que limpa as mazelas da alma e mostra a essa as claridades maiores no desabrochar dos seus próprios talentos. Se passamos por duras provas, não desdenhemos a vida que levamos; seguremo-nos na fé e movimentemos as mãos no bem comum, para que esse bem possa nos levar a tranqüilidade de consciência. Procuremos o amor em todas as suas modalidades de expressão, que esse amor virá de Deus pelos canais do Cristo, para nos salvar das depressões e da ignorância.
Firmemo-nos na lei das vidas sucessivas, que por elas podemos conhecer a bondade de Deus; firmemo-nos na comunicação dos Espíritos com os homens, que por esse intermédio notaremos que ninguém morre, e que a vida continua em todas as direções; firmemo-nos no amor e na caridade, que desse modo encontraremos a paz no coração e todas as diretrizes que nos levam a harmonia interna.
Ajudemos no que pudermos aqueles que ainda dormem na inconsciência, e não usemos o nome do Senhor em vão, sem saber diretamente dos Seus desígnios. Lembremo-nos de que Jesus é o nosso Pastor, e que nunca deixa Suas ovelhas tresmalhadas, sem o amparo d'Aquele que é a verdadeira vida. Não queiramos que a nossa vida seja outra; ela é o que deve ser, de que precisamos. A nossa felicidade se encontra nas linhas do nosso desempenho nesta vida. Procuremos a tranqüilidade nas mínimas coisas. Não pensemos no mal nem falemos nele, porque tudo o que pensamos e falamos entra em nosso caminho, vindo ao nosso encontro. A vida nos responde com o que sintonizamos para encontrar, essa é a lei do "pedi e obtereis", do "buscai e acháreis".
Com nada nos revoltemos, pois Deus está em tudo e nos mostra, pela nossa compreensão, a luz que pode desabrochar por dentro de cada criatura. Subindo o seu calvário, mesmo que seja pregado na cruz dos problemas inúmeros, o Espírito é imortal, a glória surgirá no mundo da sua consciência, e o Cristo recompensará.


Livro: Filosofia Espírita – João Nunes Maia – Miramez – Todos os livros espíritas como este, vendidos em nossa loja, terão o lucro repassado à Casa Espírita de Oração Amor e Luz de Limeira.

15.6.16

VIRTUDE V

259 –No que se refere à prática da caridade, como interpretar o ensinamento de Jesus: Aquele que tem será concedido em abundância e àquele que não tem, até mesmo o que tiver, lhe será tirado?
-A palavra de Jesus, em todas as circunstâncias, foi tocada de uma luz oculta, apresentando reflexos prismáticos, em todos os tempos, para a alma humana, na sua ascensão para a sabedoria e para o amor.
Antes de tudo, busquemos ajustar o conceito a nós próprios.
Se possuirmos a verdadeira caridade espiritual, se trabalhamos pela nossa iluminação íntima, irradiando luz, espontaneamente, para o caminho dos nossos irmãos em luta e aprendizado, mais receberemos das fontes puras dos planos espirituais mais elevados, porque, depois de valorizarmos a oportunidade recebida, horizontes infinitos se abrirão no campo ilimitado do Universo, para as nossas almas, o que não poderá acontecer aos que lançaram mão do sagrado ensejo de iluminação própria nas estradas da vida, com a mais evidente despreocupação de seus legítimos deveres, esquecendo o caminho melhor, trocado, então, pelas sensações efêmeras da existência terrestre, contraindo novas dívidas e afastando de si mesmo as oportunidades para o futuro, então mais difíceis e dolorosas.

Livro: “O Consolador” – Francisco C. Xavier – Emmanuel - Os livros espíritas, como este vendidos em nossa loja, terão o lucro repassado à Casa Espírita de Oração Amor e Luz de Limeira. 

14.6.16

RUMOS DO ESPIRITISMO

Sinceramente, eu não sei como interpretar os espíritas que, em termos de filosofia religiosa, acham que o Espiritismo seja a única Verdade existente no mundo, e, quiçá, no Universo.
Eu não sei como entender os que consideram que o que não esteja em Allan Kardec não possa ser Espiritismo, qual se o Espiritismo já estivesse todo na palavra do Codificador.
Eu não sei como compreender os adeptos da Doutrina que, até com certa agressividade, se atritam uns com os outros, discutindo sobre determinadas questiúnculas doutrinárias que o resto da Humanidade ignora completamente.
Eu não sei com que autoridade moral algum companheiro de Ideal possa levantar a voz e rotular a outro de desequilibrado, simplesmente porque ele não pensa pela sua cabeça.
Eu não sei como classificar a perturbação que acomete certos confrades que, investindo-se na condição de patrulheiros ideológicos da Causa, sumariamente, marginalizam o esforço de tanta gente que está procurando doar o melhor de si, nas singelas tarefas a que se consagram no anonimato.
Eu não sei o que se passa com meia dúzia, ou um pouco mais, de irmãos de fé espírita-cristã, que consideram que, no diz respeito Mediunidade, a última palavra sempre lhes pertence, no diagnóstico que fazem sobre o psiquismo alheio.
Eu não sei...
Eu só sei que nós, os espíritas, estamos precisando exercitar um pouco mais a humildade e o espírito de caridade com os semelhantes.
Eu só sei que, no que tange a mim, estou carecendo ouvir mais a voz de minha própria consciência, na corrigenda de meus defeitos, do que qualquer outra que esteja verberando aos meus ouvidos, com a eloquência que verbera na boca de um profeta enlouquecido.
Eu só sei que, por ser adepto do Espiritismo, eu não desfruto de privilégio algum e não sou melhor que nenhum de meus irmãos em Humanidade, que, por vezes, sequer já aprenderam a orar o “Pai Nosso”.
Eu só sei que, se não tomar cuidado, a vaidade e personalismo vão tomar conta de mim, como, infelizmente, já tomaram conta de muita gente boa, que imaginam que a luz da Terceira Revelação seja propriedade deles.
Eu só sei que se eu não correr léguas de distância de mim mesmo, se me colocarem um fósforo na mão e me derem alguns gravetos, eu vou acabar acendendo uma fogueira para queimar aqueles que ousam duvidar de meus pretensos conhecimentos.
Eu só sei que nós, os espíritas, precisamos orar muito uns pelos outros, principalmente por aqueles que se forçam na condição de líderes de não sei o quê, e, uma vez mais, alucinados pelo poder, supõem-se altos missionários que o Mundo Espiritual enviou a Terra.
Eu só sei que o Espiritismo, a conduzir-se por alguns espíritas, sob a assessoria das Trevas, está tomando um rumo que não lhe é nada alentador, e que, sinceramente, me deixa muito triste e preocupado.
E que, talvez, isso tudo esteja acontecendo porque anda sobrando espíritas no Espiritismo e faltando cristãos.

INÁCIO FERREIRA
Uberaba – MG, 13 de junho de 2016.

13.6.16

Entrega Total

A obra interminável do Pai continua em nossas vidas. Podemos não saber claramente o que Ele deseja para nós, no entanto, quando deixamos nos levar por sua mão, tenha a absoluta certeza de que tudo seguirá exatamente como dever ser para o nosso bem.
Este medo, porém, que ainda acalentamos em nosso peito é demonstração, infelizmente, da nossa pouca fé.
Quando deixamos, de verdade, que o Pai se expresse na nossa vida. Quando permitimos que Ele nos dirija para onde quiser sem receio, ou seja, quando confiamos cegamente o nosso viver para que Ele nos leve para onde desejar, então estaremos com a nossa fé mais ajustada.
O grande desafio é esta entrega total. Sim, porque queremos ver a nossa vontade prevalecendo em tudo. Afinal, sabemos – ou supomos saber – o que seja melhor para nós. É justo e compreensível que desejemos ir para uma direção, que queiramos tomar certa decisão, que procuremos fazer determinada escolha. É razoável e compreensível. O que não podemos deixar de levar em conta é que se não aconteceu o que desejávamos é porque aquilo não era o melhor para nós aos olhos do Pai.
Esta confiança cega ainda é para poucos. Mas não somos nós que pedimos, repetindo as palavras do Nosso Senhor Jesus Cristo, que seja feita a vontade do Pai e não a nossa?
Pois bem, o que temos, portanto, é deixar que o que falamos e acreditamos que seja o certo se concretize nas nossas vidas. Somente isto.
Deixar-nos levar pelas ondas da vontade do Criador.
Permitir-nos andar na mesma estrada de nosso Pai.
Ah, meu Pai! Quando será que nos entregaremos desta forma?
Qual será o tempo que deixaremos de olhar para nosso próprio ego e nos juntaremos ao Teu amor completo?
Enquanto não conseguimos nos desapegar do nosso eu menor, aquele que se nutre todo dia de egoísmo, vamos dar as nossas cabeçadas por aí.
Queria tanto evitá-las, mas não há outro jeito enquanto não entendermos a vontade maior do Pai em nós.
É assim que tudo anda, meus irmãos. É assim que tudo acontece, meus queridos.
Façamos o que nos cabe fazer. Tenhamos paciência diante dos fatos que fujam a nossa vontade. Confiemos fielmente nos desígnios divinos na nossa vida.
Em paz com o Pai,


Helder Câmara – Blog Novas Utopias

12.6.16

Uma Nova Ordem

A história da vida ocidental é escrita de diversas maneiras. Cada uma reflete o ponto de vista do seu autor. Uns enunciam o que cada um deles quer que os outros acreditem. Desejam que a sua versão seja considerada na posteridade como a verdade inconteste dos fatos. Graças a Deus que a pluralidade das ideias imperantes no mundo hoje permite que tenhamos uma visão mais abrangente da realidade nos seus diversos matizes.
Uma história que será muito ainda contada, por um longo período, será a de senhores monarcas, sobretudo nos séculos 18 e 19, que aproveitaram as ideias iluministas, vindas principalmente da França, para tocar os seus impérios sob a sua inspiração, os ditos déspotas esclarecidos.
Na verdade, tais senhores e senhoras estavam sob o domínio das influências iluministas em suas próprias almas. A espiritualidade necessitava do contágio daquelas ideias no berço da Europa para disseminar para outros povos aquela experiência governativa e de direção política. Os iluminados monarcas eram tão somente espíritos que se afinavam, mesmo antes de nascer, com estes princípios, e reencarnaram no seio de famílias que possibilitassem mais tarde abraçá-los. Foi assim que aconteceu.
Como se vê, não há improviso na história da humanidade. Tudo ocorre mediante prévio planejamento, mesmo que os resultados, às vezes, durem alguns séculos para se estabelecerem no status quo.
A verdade, queiram ou não os materialistas de plantão, é que há um perfeito “conluio” de ideias e interesses entre os dois planos da vida. Um reflete aquilo que o outro pensa e planeja. Quando os planos são de alguma forma distorcidos, eles agem em busca do restabelecimento da ordem desejada.
Conto tudo isso para justificar algumas ações que estão em curso no nosso imenso País.
As forças que atuam na política brasileira há algumas décadas, depois da ditadura militar, tiveram a oportunidade de implantar no Brasil uma nova forma de vida institucional. A Assembleia Nacional Constituinte foi o grande fórum de debates deste novo País que deveria se construir. Muito foi aproveitado naquela ocasião de sugestões para a edificação de um Brasil diferente. E a vida do povo, em muitos aspectos, evoluiu grandemente de lá para cá. Outros pontos, no entanto, não saíram do papel e amargamos hoje os frutos de uma mudança interrompida ou mal feita.
A grande mudança, porém, que se vislumbrava para aquela nova constituição, é que o povo pudesse se sentir soberano nas suas decisões. Uma série de normas foi induzida por nós para que pudéssemos exercitar, de fato, uma democracia mais que representativa, mas aos auspícios das lutas populares, cunhássemos uma democracia deliberativa ou participativa. Mecanismos para isso não faltaram em diversos segmentos.
Ocorre que ficamos a mercê do grande poder decisório. Uma parte dos constituintes vislumbrava a implantação de uma república parlamentarista. Outra, a que ganhou força e se estabeleceu, mantinha a tradição recente do presidencialismo. E isto, meus senhores, tem profundo reflexo nos dias de hoje.
Ora, o mal dos soberanos, desde então, era trazer para si a chave e solução dos problemas nacionais. Todos queriam, de certa forma, sentirem-se reis, déspotas esclarecidos, em certa ordem. Pura fachada, porém. Alguns, é claro, tentaram exercer este papel predominantemente, outros, no entanto, desejavam mais era a sua perpetuação no poder central.
As consequências desta ordem de coisas foram gradualmente a construção de um chamado presidencialismo de colisão, em contraponto ao que desejava muitos do lado de cá da vida, que era um parlamentarismo de inclusão.
Explico melhor.
Nossa ideia, de um grupo de pensadores e políticos brasileiros “mortos”, é que pudéssemos desenvolver uma política mais sadia e menos contaminada com os interesses individuais. A melhoria gradual da qualidade do parlamento, pensávamos, poderia promover uma nata de políticos responsáveis e comprometidos com o engrandecimento do Estado brasileiro. Tínhamos consciência dos erros que seriam cometidos, mas planejávamos que eles seriam pouco a pouco corrigidos e, no longo prazo, teríamos a sorte de possuir um colegiado de gestores competentes como se desenvolveu no seio da Europa nos dias atuais.
A ideia de inclusão se dá porque os políticos iriam se adaptar às novas exigências e começariam a traçar um projeto de País em longo prazo, onde seriam incluídos aos poucos os novos integrantes para que um dia pudesse predominar diante dos aproveitadores de plantão. Era a nossa estratégia, a nossa maneira de pensar o País visando um futuro melhor.
Em contrapartida, ao adotarmos o presidencialismo de coalização fizemos um processo distorcido e que fatalmente teria os seus dias contados, como de fato o vemos hoje. Os tais aproveitadores dos bens públicos fizeram neste tempo todo a festa de seus próprios bolsos e, infelizmente, culminou com o estabelecimento de uma gangue – desculpe o termo – que arregimentou boa parte das riquezas brasileiras. E não pensem que me expresso apenas de uma determinada facção política, não é isso. O que adianto é que a maioria dos políticos continuaram, como nos tempos áureos do império, a achar que o Estado era o quintal de suas casas e que servia apenas para se locupletarem. Este foi o triste final que ainda presenciamos.
Uma nova ordem de coisas está em ebulição. Não há ainda, do lado de cá, uma plataforma idealizada, pelo que sei, mas existem diretrizes que estão sendo, há algum tempo, postas em prática.
A primeira delas é a moralização da política. Seja qual for o governo ou facção, ele terá que governar sob o império da honestidade, da transparência, do zelo com o dinheiro público, com a responsabilidade social e econômica nas suas decisões.
Em segundo lugar, a ascensão paulatina de políticos sérios e comprometidos com o bem geral do País. Serão políticos de todos os partidos e tendências ideológicas. Abominarão esta dicotomia falida de direita e esquerda e abraçarão compromissos acima destas tendências ultrapassadas.
Num outro prisma de ação política estratégica para o nosso País temos a determinação de prioridades inegociáveis. Todos se juntarão num projeto único de Brasil na sua coluna central, cujas variações serão respeitadas, mas o centro do que se vai fazer ficará bastante claro, independentemente de quem esteja à frente do poder executivo.
Há outras diretrizes em aprovação e direcionamento para a vida prática dos brasileiros. Nosso destino, cremos nós, não é de estarmos a reboque das grandes transformações que o mundo exige, mas que sejamos, pelas nossas ações, protagonistas de uma nova era.
Junto-me a políticos como Miguel Arraes de Alencar, Tancredo Neves, Ulysses Guimarães, Darcy Ribeiro, Plínio de Arruda Sampaio, Leonel Brizola, Dom Pedro II, João Mangabeira, Juscelino Kubitschek e tantos outros que formam como que um parlamento brasileiro à margem do que aí existe. Pode parecer loucura para alguns, mas somente aqueles que não possuíam a política como ofício de vida é que deixam de se preocupar com os destinos da nossa nação depois de falecido.
Continuamos a ser os mesmos brasileiros. Sonhadores, comprometidos com uma nação melhor, com um povo feliz e respeitado nos seus direitos fundamentais. Sabemos, porém, que isto não ocorre sem luta, mas com destemor e coragem de mudar.
Por que você não se alia a esta grande frente de reconstrução nacional?
O nosso País é de todos e precisa da sua inteligência e trabalho para ser um bom lugar para se viver.


Joaquim Nabuco – Blog Reflexões de um Imortal