Dignidade
Moral
O
que comprar com a dignidade senão o respeito de todos?
Um
homem íntegro, senhor das suas ações, pautado em comportamentos nobres, há de
ser respeitado onde quer que esteja. Ele se impõe pelo que é e não precisa de
outras credenciais.
Infelizmente
no nosso País, onde campeia a desonestidade, encontrar um homem íntegro no
ambiente público representa, para muitos, honrosa exceção.
O
fato é que o meio público brasileiro foi tomado, há algum tempo, por vendedores
da República. Acham-se pertencentes de algum pedaço do País e colocam-se como
negociadores dos bens públicos.
Desta
forma, subtraem os capitais das empresas estatais e públicas, desviam recursos
para proveito próprio ou de terceiros de acordo com seus interesses, ou mesmo
solapam os cofres para proveito e uso próprios.
Os
ladrões do dinheiro do povo – e este é mesmo o qualificativo a se por –haverão
de pagar um bom preço pela sua incúria e esperteza. E o pagarão não somente
entre os homens da terra, mas igualmente aos homens do espaço, aqueles que já
habitam o plano dos invisíveis.
A
justiça pode tardar, mas efetivamente não falta. Graças a Deus, personagens da
justiça usam a sua autoridade para o bem de todos, cumprem com o seu dever, não
tangenciam seus compromissos maiores. São, de fato, servidores leais do povo.
No
Brasil, as injustiças de toda a sorte permitiram que fossem criados dois tipos
de cidadãos: os que a mão da justiça alcança e aqueles cujas riquezas e poder
distanciam qualquer aproximação da aplicação dos direitos.
Este
quadro terrível, que envergonha e distorce a democracia e o Estado de Direito,
perdura até hoje. É comum dizer-se que a justiça no Brasil somente se aplica
para os pobres.
Não
sem tempo, que vislumbramos hoje os agentes da justiça colocarem atrás das
grades os detentores de capital e poder, igualando-os à plebe. Que magnífica e
grande vitória!
Este
quadro tenderá a levar a outros cenários antes jamais imaginados.
Pela
mão da justiça, muitos políticos terão que mudar a sua postura diante da
aplicação correta dos recursos públicos.
Pela
mão certa da justiça, os salteadores do dinheiro público pagarão o que
subtraíram e serão aposentados na cadeia.
Pela
mão da justiça, muitos outros haverão de se perguntar se o crime, efetivamente,
compensa.
Em
todo caso, reconstruamos este País à base da dignidade moral.
Como
podemos querer ver um país líder no terceiro milênio com toda a sua classe
política podre?
Como
podemos nos arvorar ser o coração do mundo se ainda viramos a face diante da
dor do irmão de pátria?
Como
podemos dizer-nos livres se ainda aprisionamos tantos quantos na cela do
desemprego e da desesperança?
Muito
a se construir, é verdade. Tudo isso passa por uma incrível combinação de
fatores, mas é possível sonhar com um Brasil melhor.
Tantos
já deram a sua própria vida por este País.
Tantos
já assinaram ser possível avançar mais na sua economia e no bom aproveitamento
de seus recursos.
Tantos,
diariamente, dão o seu próprio sangue para ver um país diferente e próspero.
Diante
de tudo que nos espera, descruzemos os nossos braços e empunhemos a bandeira da
verdade e dos costumes bons.
Uma
outra pátria nos espera, irmãos, uma pátria de felicidade para todos os seus
filhos.
Joaquim
Nabuco – Blog Reflexões de um Imortal
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