Humildade, Humildade!...
A humildade
é uma virtude que se ignora. Por isso mesmo não se ensoberbece nem se desvaria.
Quanto mais se oculta mais se aformoseia e, quando ignorada, é qual
madrugada rutilante abrindo o dia para o sol.
A
humildade é espontânea e, para ser legítima, não se improvisa. Deve ser
cultivada com perseverança e desenvolvida infatigavelmente.
Onde surjam suas primeiras manifestações, também aí aparecem adversários
vigorosos.
A
vida moderna, com falsos conceitos, conspira contra sua vitalidade, proclamando-a
covardia e fraqueza...
No
entanto, a humildade não pode ser confundida com a timidez nem com o medo.
Não é uma virtude estática, mas dinâmica. Por essa razão, não é
parasitária nem acomodatícia.
É
força combativa, movimento atuante.
Somente os caracteres bem modelados podem
senti-la.
Sofrer humildemente não significa acomodar-se à dor; antes, é lutar
heroicamente por vencer a aflição sem, contudo, rebelar-se.
É
mais fácil revidar uma ofensa do que desculpá-la, vencendo todos os impulsos
inferiores que residem no imo.
Quando a humildade se submete aos fortes e se revolta contra os fracos,
entenebrece-se, fazendo-se servilismo. No entanto, silencia quando acusada
pelos poderosos ou quando ofendida pelos fracos.
A
humildade ajuda sem jactar-se, como o regato precioso que ignora o bem que
espalha; qual sol sorridente que desconhece a vitalidade que difunde; como
fruto abençoado que não sabe o excelente paladar de que é constituído...
Se
te causticam as forças da revolta e te ferem os aguilhões do desespero, semeia
hoje a humildade no coração.
Talvez amanhã continues o mesmo. Dia virá, porém, em que germinará a
benção da excelsa virtude, enflorescendo tua vida.
Confia, espera e, servindo com destemor, experimentarás a harmonia
decorrente de tudo sofrer, humildemente, por amor ao Grande Amor de todos os
amores.
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