30.9.19

Sugestões no Caminho


Lamentar-se por quê?... Aprender sempre, sim.
Cada criatura colherá da vida não só pelo que faz, mas também conforme esteja fazendo aquilo que faz.
Não se engane com falsas apreciações acerca da justiça, porque o tempo é o juiz de todos.
Recorde: tudo recebemos de Deus que nos transforma ou retira isso ou aquilo, segundo as nossas necessidades.
A humildade é amigo mudo.
Tanto menos você necessite, mais terá.
Amanhã será, sem dúvida, um belo dia, mas para trabalhar e servir, renovar e aprender, hoje é melhor.

Livro: Sinal Verde – Francisco C Xavier - André Luiz

29.9.19

Se tudo terminasse com a morte


Se a vida estivesse circunscrita ao período que vai do berço à tumba, se as perspectivas da imortalidade não viessem esclarecer sua existência, o homem não teria outra lei senão a de seus instintos, apetites e gozos. Pouco importaria que amasse o bem e a equidade. Se não faz senão aparecer e desaparecer nesse mundo, se traz consigo o esquecimento de suas esperanças e afeições sofreriam tanto mais quanto mais puras e mais elevadas fossem suas aspirações; amando a justiça, soldado do direito, acreditar-se-ia condenado a quase nunca ver sua realização; apaixonado pelo progresso, sensível aos males de seus semelhantes, imaginaria que se extinguiria antes de ver triunfar seus princípios.
Com a perspectiva do nada, quanto mais tivesse praticado o devotamento e a justiça, mais sua vida seria fértil em amarguras e decepções. O egoísmo, bem compreendido, seria a suprema sabedoria; a existência perderia toda sua grandeza e dignidade. As mais nobres faculdades e as mais generosas tendências do espírito humano terminariam por se dobrar e extinguir inteiramente.
A negação da vida futura suprime também toda sanção moral. Com ela, quer sejam bons ou maus, criminosos ou sublimes, todos os atos levariam aos mesmos resultados. Não haveria compensações às existências miseráveis, à obscuridade, à opressão, à dor; não haveria consolação nas provas, esperança para os aflitos. Nenhuma diferença se poderia esperar, no porvir, entre o egoísta, que viveu somente para si, e frequentemente na dependência de seus semelhantes, e o mártir ou o apóstolo que sofreu que sucumbiu em combate para a emancipação e o progresso da raça humana. A mesma treva lhes serviria de mortalha.
Se tudo terminasse com a morte o ser não teria nenhuma razão de se constranger, de conter seus instintos e seus gostos. Fora das leis terrestres, ninguém o poderia deter. O bem e o mal, o justo e o injusto se confundiriam igualmente e se misturariam no nada. E o suicídio seria sempre um meio de escapar aos rigores das leis humanas.
A crença no nada, ao mesmo tempo em que arruína toda sanção moral, deixa sem solução o problema da desigualdade das existências, naquilo que toca à diversidade das faculdades, das aptidões, das situações e dos méritos. Com efeito, por que a uns todos os dons de espírito e do coração e os favores da fortuna, enquanto que tantos outros não têm compartilhado senão a pobreza intelectual, os vícios e a miséria? Por que, na mesma família, parentes e irmãos, saídos da mesma carne e do mesmo sangue, diferem essencialmente sobre tantos pontos? Tantas questões insolúveis para os materialistas e que podem ser respondidas tão bem pelos crentes. Essas questões, nós iremos examinar brevemente à luz da razão.

Trecho do livro "O Porquê da Vida" de Léon Denis

28.9.19

AMIGO DE JESUS


(A Chico Xavier)

Abençoado amigo de Jesus,
Irmão dos desvalidos do caminho,
Que venceste, em silêncio, o torvelinho,
Que, sobre a Terra, o mal inda produz...

Não te creias vencido sob a cruz,
Que ombreias, passo a passo, de mansinho,
Ave saudosa do Celeste Ninho,
Cuja beleza eterna nos seduz...

Enxuga o pranto de teus olhos baços,
E contempla, ao redor os próprios passos,
As luzes que acendeste na jornada...

Mais além, sob excelsos resplendores,
Eis que o Senhor te espera junto às flores,
Que plantaste na longa caminhada!...

Cruz e Sousa
(Página recebida pelo médium Carlos A. Baccelli, em reunião pública do Lar Espírita “Pedro e Paulo”, na manhã de domingo do dia 13 de janeiro de 1992, em Uberaba – MG).

26.9.19

REVELAÇÃO ESPÍRITA

    A maioria das pessoas acredita que os Espíritos são seres vagos e indefinidos, criados pelas histórias contadas pelos antigos. O certo é que os Espíritos são seres iguais a nós, possuindo um corpo, ainda que fluídico e invisível, a que Allan Kardec deu o nome de perispírito. Durante a vida física a alma é ligada ao corpo pelo perispírito. Existem, portanto, no homem, três elementos essenciais: O Espírito, onde residem a inteligência, a vontade e o senso moral; o corpo, cuja estrutura põe o Espírito em contato com o mundo material; o perispírito, envoltório fluídico que é o intermediário entre o Espírito e o corpo. Imagem transmitida para Kardec nos prolegômenos do Livro dos Espíritos. Com a morte - ou a falência do corpo físico - o Espírito dele se despoja, "como o fruto e a árvore se despojam da casca, e a serpente da sua pele", segundo expressões kardecianas, conservando o seu corpo fluídico ou perispiritual. A união da alma, do corpo físico e de perispírito constitui o homem; a alma e o perispírito separados do corpo material, constituem o Espírito. Desse modo, os Espíritos envolvidos pelo corpo físico integram a Humanidade ou o mundo corporal visível. No momento em que se desfaz desses corpos, vão constituir o mundo espiritual ou invisível "que povoa o espaço e no meio do qual vivemos sem desconfiar, da mesma maneira que vivemos no meio dos infinitamente pequenos, de cuja existência nem desconfiávamos antes da invenção do microscópio".
    Fato importante é que os Espíritos conservam as suas percepções que possuíam quando encarnados, sendo que em grau mais elevado, porque as suas faculdades eram diminuídas pela matéria. Por isso mesmo, vêem e ouvem o que nossos sentidos limitados não conseguem. E eles estão em toda a parte, influenciando-nos, sendo agentes de uma diversidade de fenômenos, de repercussão moral e física.
Cumpriu ao Espiritismo - por desígnio superior - revelar o mundo invisível que nos cerca, "as leis que o regem, suas relações com o mundo visível, a natureza e estado dos seres que o habitam e, por conseguinte, o destino do homem depois da morte".

Carlos Bernardo Loureiro

25.9.19

ESPÍRITOS FAMILIARES


Questão 514 do Livros dos Espíritos

Os Espíritos familiares são amigos da casa. Certamente que eles simpatizam com quem convivem e lhes dão proteção, de acordo com as suas necessidades, porém, sempre tomam conselhos com o Espírito protetor de cada criatura a quem decidiram acompanhar, vivendo juntos e formando uma família.
O Espírito protetor, já o dissemos, é um Espírito elevado, tanto mais quanto possa ser o encarnado. É um anjo-guardião, consciente do que deve fazer em favor do seu tutelado, ampliando conceitos para os que chamamos de Espíritos familiares, bem como para os que desejam receber a assistência dos que os cercam, com o carinho que lhes possa dar.
Nesse intercâmbio divino de alma para alma, acontece o maravilhoso, onde nasce e é alimentada a idéia de que ninguém, certamente, recebe menos que merece; no entanto, sempre a misericórdia nos dá mais do que merecemos. Com essa corte de Espíritos nos lares, e em particular, assistindo aos encarnados, dilata-se a compreensão e, de certa forma, os poderes da alma pelo serviço do amor.
Além dos Espíritos familiares, ainda há os afins, que são atraídos pelos sentimentos dos que vivem juntos. É de se notar a quantidade de almas que fazem parte de um lar. É um movimento intenso, são muitas lutas, muitos assuntos vividos entre quatro paredes, uma verdadeira escola onde todos aprendem o alfabeto divino do amor. São reuniões que sucedem reuniões em um lar, para o bem e para a felicidade de todos os que ali se reúnem, em nome da Luz. Vejamos o quanto vale o Culto do Evangelho no lar. Ele ajuda aos Espíritos que ali se congregam a se voltarem para melhores atitudes, bem como atrai para a casa Entidades de índole elevada, e o anjo-guardião se alegra com a boa vontade dos encarnados que fazem parte do lar.
O lar será o templo do futuro e a verdadeira escola, cujo instrutor será aquele que se preocupa com a educação dos que ali se reúnem por grande necessidade de se instruírem. Em um lar se encontram, por vezes, Espíritos de má índole, atraídos pelas mesmas condições dos que estão encarnados. Temos as companhias que merecemos,por lei dos afins. Se passarmos a demudar nossos sentimentos inferiores em virtude, diante destas mudanças atrairemos almas que desejam igualmente tais mudanças. E os que ali se encontram, a quem não interessam as modificações, esses não suportam o clima, despedindo-se do ambiente familiar e mesmo individual. A desobsessão perfeita somente se dá pela boa vontade do obsediado em desfazer a sintonia com os Espíritos que se acham ligados a ele pela analogia de sentimentos.
A Doutrina dos Espíritos vem ajudar-nos a reconhecer e corrigir as más .tendências, de modo a colocar em seus lugares as boas manifestações do amor, porque somente ele gera todas as outras virtudes, por ser a manifestação de Deus mais direta para a humanidade. Se estamos sendo acompanhados por Espíritos ignorantes, a nos induzirem ao mal, existe algo de nós semelhante a eles. Devemos primeiramente cuidar de nos policiar, quebrando os laços que nos prendem a esses Espíritos, para depois doutrinar os encarnados pelo exemplo que se deve dar de vida reta, de pensamentos retos e de palavra reta. Quando se faz luz em um ambiente, desaparecem as trevas.

Livro: Filosofia Espírita – João Nunes Maia – Miramez - Todos os livros Espíritas como este vendidos em nossa loja terão o lucro repassado à Casa Espírita de Oração Amor e Luz.

24.9.19

SE DESEJAS


Questão nº843

Toda melhora parece distante.
Toda superação surge como sendo quase impossível.
Pediste, porém, o berço terrestre, no exato lugar em que te cabe aprender e reaprender.
Não olvides, por isso, que o domínio da lição não dispensa a vontade.
Recebeste no lar muitos daqueles que te não alimentam a simpatia.
No entanto, se desejas, podes transformar toda aversão em amor, desde que te decidas a ajudá-los com paciência.
Sofres o chefe insano, a crivar-te de inúmeros dissabores.
Contudo, se desejas, podes convertê-lo em amigo, desde que te disponhas a auxiliá-lo sem pretensão.
Padeces dura condição social, renteando o infortúnio.
Todavia, se desejas, podes transfigurar a subalternidade em elevação, desde que te eduques, para que a vida te use em plano mais alto.
Trazes o órgão enfermo, a cercar-te de inibições.
Entretanto, se desejas, podes aproveitá-lo, na própria sublimação, em nível superior.
Ainda hoje, é possível encontres sombras enormes...
O obstáculo dos que te não compreendem, a palavra dos que te insultam, o apontamento insensato ou as lágrimas que a prova redentora talvez te venha pedir...
Mas podes usar o silêncio e a oração, clareando o caminho...
Declaras-te sem trabalho, amargando posição desprazível, mas se desejas, pode ainda agora começar humilde tarefa, conquistando respeito e cooperação.
Acusam-te de erros graves, criando-te impedimentos, mas, se desejas, podes tomar, em bases de humildade e serviço, a atitude necessária à justa renovação.
Sentes-te dominado por esse ou aquele hábito vicioso, que te exila no desapreço, mas, se desejas, podes reaver o próprio equilíbrio, empenhando energia e tempo no suor do trabalho digno.
Afirmas-te na impossibilidade de socorrer os necessitados, mas, se desejas, podes efetuar pequeninos sacrifícios domésticos em favor dos outros, de modo a que tua vida seja uma bênção na vida de teus irmãos.
Para isso, porém, é preciso não esquecer os recursos singelos que tanta gente deixa ao olvido...
O minuto de tolerância.
O esquecimento de toda injúria.
 O concurso anônimo.
A bondade que ninguém pede.
O contato do livro nobre.
A enxada obediente.
A panela esquecida.
O tanque de lavar.
A agulha simples.
A flor da amizade.
O resto de pão.
Queixas-te de necessidade e desencanto, fadiga e discórdia, abandono e solidão, mas, se realmente desejas, tudo pode mudar.

Livro “Religião dos Espíritos” –  Francisco C. Xavier – Emmanuel – Todos os livros Espíritas como este vendidos em nossa loja terão o lucro repassado à Casa Espírita de Oração Amor e Luz.

23.9.19

LXVI – REFLEXÕES SOBRE O LIVRO “LIBERTAÇÃO”


– ANDRÉ LUIZ/CHICO XAVIER

O epílogo do livro “Libertação”, em seu capítulo XX – “Reencontro” –, é emocionante, e, como todo o livro repleto de lições grandiosas.
O trabalho de resgate, envolvendo Margarida e Gregório, alcança o seu objetivo, com a libertação de dezenas de espíritos que vinham sendo mantidos em cativeiro nas dimensões sombrias.
Gregório, o Papa Gregório IX, cujo nascimento se deu no dia 22 de agosto de 1241, praticamente, permanecera por sete séculos – 700 anos! – vivendo em oposição às Leis Divinas! Não sabemos, ao certo, em que ano se sucederam os episódios narrados por André Luiz, no livro cujo prefácio, escrito por Emmanuel, é datado de 1949, em Roma, na Itália, mas tudo nos induz a crer que, de fato, Gregório tenha permanecido por 700 anos sem voltar a Terra...
*
Matilde, que fora a sua mãe no passado, e que, por certo, endossara a sua vocação religiosa, não descansara no propósito de efetuar o seu resgate – a ele que, por extrema rebeldia, se transfigurara num dos líderes das falanges do mal – os “Dragões”.
Uma vez mais materializada, Matilde, em lágrimas, argumenta com o filho que se transviara dos caminhos da fé:
- Lembra-te! Deixaste morrer por séculos os projetos de amor que traçamos na Toscana e na Lombardia distantes? esqueceste os nossos votos ao pé dos altares humildes? olvidaste as cruzes de pedra que nos ouviam as orações? não prometemos ambos trabalhar pela purificação dos santuários de Deus na Terra? (...)
Quão longos podem ser os descaminhos do espírito, quando, de coração enrijecido, ele se afasta do Cristo!...
*
E profundamente emocionada, continua, adiante:
- Como pudeste esquecer, por alguns dias de autoridade efêmera na Terra, as nossas redentoras visões do Cristo angustiado na cruz? Aderiste aos Dragões do Mal pela simples verificação de que a tiara passageira não te poderia aureolar a cabeça nos domínios da vida terna a que a morte nos arrebatou; entretanto, o Divino Amigo jamais descreu das nossas promessas de serviço e espera por nós com a mesma abnegação do princípio. Vamos! Sou Matilde, alma de tua alma, que, um dia, te adotou, por filho querido e a quem amaste como dedicada mãe espiritual.
*
Matilde, de novo, se materializara com os recursos mediúnicos que Gúbio lhe cedia, demonstrando que, nas Infinitas Dimensões da Vida, não existem fronteiras que o espírito não possa transpor – qual, aliás, Gúbio, André e Elói haviam transposto, quando, deixando “Nosso Lar”, cidade situada no denominado “Umbral Fino”, atravessando, inclusive a Crosta Terrestre, “descem” à Região das Trevas.
*
Esgotando todos os seus argumentos ante o amor de Matilde, Gregório, por fim, cede, e, ao ceder, vê-se acometido por um “desmaio”, que o autor espiritual assim narra:
- Gregório, como que abalado nos refolhos do ser, regressara à fragilidade infantil, em pleno desmaio da força que o sustinha. (...)
André, com o seu poder de síntese, escreve no parágrafo anterior, de indescritível beleza:
- VERIFICARA-SE, ALI, NAQUELE ABRAÇO, ESPANTOSO CHOQUE ENTRE A LUZ E A TREVA, E A TREVA NÃO RESISTIU...
A cena, em sua beleza e emoção, assemelha-se a uma descrição de Shakespeare, em seus poemas imortais.
*
Matilde, conforme ficou esclarecido no capítulo anterior, quando conversava com Margarida, reencarnaria dentro em breve – seria filha da própria Margarida, e, com certeza, haveria de se preparar para receber o espírito de Gregório, talvez – quem sabe? – na condição de seu filho!...
*
O tempo passou...
De 1943 até 2019, 76 anos se transcorrem.
É possível, perfeitamente possível, que Matilde e Gregório, na condição de mãe e filho ainda na Terra!...
Onde estarão?!...
Só Deus o sabe...

INÁCIO FERREIRA – Blog Mediunidade na Internet
Uberaba – MG, 23 de setembro de 2019.

22.9.19

RELER E ESTUDAR COM ATENÇÃO


     As obras mediúnicas da lavra de Chico Xavier necessitam, urgentemente, serem relidas e estudadas com atenção. Infelizmente, poucos são os que têm atinado com o seu conteúdo.
     Prosseguindo em nosso diálogo com os leitores deste blog, apresentaremos hoje, de maneira sucinta, algo do conteúdo do capítulo 20 - "Defesas Contra o Mal", do livro "Os Mensageiros". Cremos que semelhante providência os auxiliará a mais bem compreenderem a natureza do corpo espiritual nas adjacências da Terra. Porque a verdade é que, sob influência do subconsciente, muitos espíritas continuam pensando com o cérebro da crença religiosa que esposou em vidas pregressas.
     Visitando determinado posto de socorro, em Campo da Paz, erguido nas vizinhas do orbe terrestre, André Luiz observou a existência de armas em seus muros: "Observei o caminho da ronda, a cisterna, as seteiras e, em seguida, as paliçadas e barbaças, refletindo na complexidade de todo aquele aparelhamento defensivo. E as armas? Identificava-lhes a presença na maquinaria instalada ao longo dos muros, copiando os pequenos canhões conhecidos na Terra".
     Vocês já tinham se detido a refletir sobre o trecho acima? Não! Pois convém fazê-lo!
     Adiante, André Luiz entabula interessante conversação com Alfredo:
     - Mas... e as armas? - perguntei. - acaso são utilizadas?
     - Como não? - disse Alfredo pressuroso. - não temos balas de aço, mas temos projetis elétricos. Naturalmente, a ninguém atacaremos. Nossa tarefa é de socorro e não de extermínio.
     - No entanto - aduzi, sob forte impressão -, qual o efeito desses projetis?
    - Assustam terrivelmente - respondeu ele, sorrindo - e, sobretudo, demonstram as possibilidades de uma defesa que ultrapassa a ofensiva.
     - Mas apenas assustam? - tornei a interrogar.
     Alfredo sorriu mais significativamente e acrescentou:
     - Poderiam causar e impressão de morte.
     Agora, peço-lhes meditarmos juntos, com atenção redobrada, sobre o texto que, abaixo, transcrevo:
     Nossos projetis, portanto, expulsam os inimigos do bem através de vibrações do medo, mas poderiam causar a ilusão da morte, atuando sobre o corpo denso dos nossos semelhantes, menos adiantados no caminho da vida. A morte física, na Terra, não é igualmente pura impressão? Ninguém desaparece. O fenômeno é apenas de invisibilidade ou, por vezes, de ausência.
     Com inteligência e sutileza, o que Alfredo estaria dizendo a André Luiz? Ou melhor: com sutileza e inteligência, o que André Luiz estaria tentando dizer aos irmãos encarnados?
     Se me permitem, de quebra, eis uma nova e inequívoca ilusão à possibilidade da reencarnação no Mundo Espiritual:
     "... nesta esfera, o corpo denso modificado pode ressurgir todos os dias, pela matéria mental destinada à produção dele..."
     Por este motivo e outros é que não somos favoráveis ao estudo da Doutrina Espírita a partir de apostilas! Quando eu estava por aí, envergando a indumentária física, apostila era coisa de vestibulando... Quem, de fato, quiser aprender Espiritismo, deve estudar diretamente nos livros! No máximo, as apostilas poderão ser usadas como indicadores bibliográficos.
     Allan Kardec, na introdução de "O Livro dos Espíritos", escreveu com propriedade: "Que ninguém, portanto, se iluda: o estudo do Espiritismo é imenso; liga-se a todas as questões da metafísica e da ordem social; é todo um mundo que se abre ante nós.  Será de espantar que ele exija tempo, e muito tempo, para a sua realização?".
     Cremos que, nos centros espíritas em geral, deveriam existir mais reuniões de estudo e menos mediunidade! E mais caridade também, a partir da língua!...
     Um abraço e paz nas bênçãos do Senhor!
INÁCIO FERREIRA  - Blog Medunidade na Internet
Uberaba (MG), 1 de setembro 2009 

21.9.19

DINHEIRO E VIDA


O dinheiro não consegue
Comprar a felicidade,
Mas pode fazer prodígios
No campo da caridade.
*
O dinheiro é como o adubo,
Que é útil se espalhado,
No entanto, nada vale
Ao ficar amontoado.
*
Ninguém na verdade é pobre
Pelos seus talentos vários,
Porquanto, herdeiro de Deus,
Somos todos milionários.
*
A fé que dissipa as sombras
No instante da provação
É uma pérola que brilha
Na concha do coração.
*
No livro ouro da Vida
Esta verdade cintila:
Não há tesouro maior
Que a consciência tranquila.
*
A fortuna amoedada,
Quando mal adquirida,
É um desfalque que se aplica
Na economia da Vida.
*
O problema, meus amigos,
Não é ser rico ou ser pobre,
Mas, na riqueza ou pobreza.
Viver de maneira nobre.
*
Nas contas da Lei Divina
Quem vive fazendo o bem,
Contraria a matemática,
Pois se mais doa, mais tem.
*
Com cinco pães e dois peixes,
Segundo os sagrados textos,
Jesus alimentou o povo
E faz sobrar doze cestos...
*
“Se dinheiro é provação –
Muita gente ouço dizer –,
Para mim, quero esta prova,
Que não me importa sofrer...”
*
Nos cofres todos do mundo,
Não há dinheiro capaz
De comprar para o avarento
Mais um pouquinho de paz.
*
Pelo dom que Deus me deu
De ser poeta e cantor,
Fui, na Terra, um homem rico,
Sem de um centavo dispor.
*
Quando vivi sobre o mundo,
Fui, de fato, um homem rico:
Além do amor da família,
Tive a amizade de Chico...
*
O Homem mais rico da História,
Por muito estranho pareça,
Não possuía uma pedra
Onde pousar a cabeça.

Eurícledes Formiga – Espiritismo em Prosa e Verso
(Página recebida pelo médium Carlos A. Baccelli, em reunião pública do “Grupo Espírita da Prece”, na noite de 23 de junho de 1989, em Uberaba – MG).

20.9.19

EFEITOS FÍSICOS

A higienização processava-se ativa.
O serviço reclama cuidado.
Segundo apontamentos recolhidos por nós, em outras ocasiões, aqui surgiam aparelhos delicados para a emissão de raios curativos, acolá se efetuava a ionização do ambiente com efeitos bactericidas.
Alguns encarnados, como habitualmente acontece, não tomavam a sério as responsabilidades do assunto e traziam consigo emanações tóxicas, oriundas do abuso de nicotina, carne de aperitivos, além das formas-pensamentos menos adequadas à tarefa que o grupo devia realizar.
Atento ao estudo, Áulus recomendou-nos centralizar a atenção no gabinete do médium.
Obedecemos.
Ao redor, laboriosa atividade seguia adiante.
Dezenas de entidades bem comandadas e evidenciando as melhores noções de disciplina, articulavam-se no esforço preparatório.
O instrumento medianímico já havia recebido eficiente amparo no campo orgânico.
A digestão e a circulação, tanto quanto o socorro às vísceras já eram problemas solucionados.
Dispensar-nos-emos de maior rigor descritivo, porquanto, em outras páginas, a materialização, de acordo com as nossas possibilidades de expressão, mereceu-nos meticuloso exame, no que respeita às substâncias, associações, recursos e movimentos do plano espiritual.
Agora interessava-nos a mediunidade em si.
Intentávamos analisar-lhe o comportamento, em suas relações com o ambiente e as pessoas.
E, para isso, a nosso parecer, nenhuma ocasião, melhor que aquela, em que dispúnhamos da colaboração segura de um amigo competente e devotado qual o instrutor que nos acompanhava, solícito.
Apagada a luz elétrica e pronunciada a oração de inicio, o agrupamento, como de praxe, passou a entoar hinos evangélicos, para equilibrar as vibrações do recinto.
Colaboradores desencarnados extraiam forças de pessoas e coisas da sala, inclusive da Natureza em derredor, que casadas aos elementos de nossa esfera da câmara mediúnica precioso e complicados laboratório...

Trecho do Livro: “Nos Domínios da Mediunidade” Francisco C. Xavier – André Luiz.

19.9.19

OS ENCARNADOS

    A providência Divina vale-se precisamente dos imperfeitos para ajudar os mais imperfeitos. Quem poderia alcançar estes, senão aqueles que ainda estão a caminho com eles? A distância entre nós e os que já se redimiram é tão grande, em termos vibratórios - para usar uma palavra mais ou menos aceita - que dificilmente conseguem eles alcançar-nos, para um trabalho direto, junto ao nosso espírito.
    Como seres imperfeitos, temos, pois de viver com o semelhante, também imperfeito. Não há como fugir de ninguém e isolar-se em torres de marfim, mosteiros inacessíveis, grutas perdidas na solidão. Nosso trabalho é aqui mesmo, com o homem, a mulher, o velho, a criança, seres humanos como nós mesmos, com as mesmas angústias, inquietações, mazelas e imperfeições. O que enxerga um pouco mais ajuda o cego, mas talvez este disponha de pernas para caminhar e pode, assim, amparar o coxo. E quem sabe se o aleijado dispõe de conhecimento construtivo que possa transmitir ao mundo? Este, um dia, no futuro, voltará a falar, para ensinar e construir. Somos, pois, uma tremenda multidão de estropiados espirituais, e a diferença evolutiva entre nós, aqui na Terra, não é lá grande coisa. Vivemos num universo inteiramente solitário, no qual uns devem suportar e amparar os outros, ou, na linguagem evangélica: amar-nos uns aos outros. Não é difícil. E é necessário. E como!...
    Daí a recomendação de vigilância. Não é que tenhamos que nos isolar, numa redoma ou numa couraça, para nos defender dos párias, que nos cercam por toda parte. Será que ainda não descobrimos que somos párias também? A vigilância é para que fiquemos, apenas com os males que nos afligem intimamente, e façamos um esforço muito grande para nos livrarmos deles. Ai de nós, porém, se, às deficiências que carregamos, somarmos as que recebemos por "contágio espiritual". Isto se dará, certamente, se, em vez de cuidarmos, por exemplo, de aniquilar a nossa arrogância, passarmos a imitar a avareza do irmão que segue ao nosso lado, ou a irresponsabilidade de outro, ou o egoísmo de um terceiro. É nesse sentido que deve funcionar o mecanismo de advertência. Já bastam as nossas mazelas. Para que captar outras que infelicitam os companheiros de jornada?

Livro: Diálogo com as Sombras
Hermínio C Miranda

18.9.19

SIMPATIA E MISSÃO


Questão 513 do Livros dos Espíritos

Nem sempre os Espíritos que simpatizam conosco são missionários ou encarregados de nos dirigir no grande evento de educar-nos, ante a necessidade que temos de subir na escada da vida. Espírito missionário é o nosso protetor, alma elevada que renunciou ao seu bem-estar no mundo dos Espíritos para nos acompanhar, procurando oportunidades para nos aconselhar, fazendo com que despertemos para o bem comum e para conhecermos a nós mesmos.
A simpatia vem da força de atração que exercemos sobre os nossos semelhantes, em consonância com os nossos sentimentos. Convém a todos nós compreendermos a lei segundo a qual atraímos os nossos iguais. Identificamo-nos com muitos companheiros pelos pensamentos e atitudes. Os que nos cercam trazem no íntimo a mesma vida que levamos. Frequentemente é assim. Quando escapamos desta lei, é por força da misericórdia, é o amor de Jesus se irradiando nas ondas da fraternidade para nos ajudar, abrindo os canais desta lei até ao "calvário", para suavizar o nosso fardo, e aliviar os nossos jugos. Simpatia é força poderosa que alinha as nossas vidas no conserto de muitas vidas, para que Deus apareça nos nossos corações e Cristo fique presente em nossa consciência.
Os Espíritos a quem somos simpáticos podem ser bons ou maus, dependendo do que sentimos pela vida, pelo modo que vivemos, pela altura das nossas atividades. Devemos mudar o nosso caráter, se ele não se coaduna com o Evangelho. O Cristo de Deus, vestindo a roupagem de Jesus, veio ao mundo nos trazer os conceitos que nos ajudam a salvar a nós mesmos, ampliando os nossos conhecimentos e favorecendo oportunidades para o auto-conhecimento.
Os Espíritos, a não ser o nosso anjo guardião, são atraídos por nós pela identidade de nossas ações, porém, em todo caso existe exceção, porque Deus é amor, e nessa bondade do Senhor aparecer-nos-ão as luzes celestiais como aparadoras, como professoras que nunca esmorecem na nossa educação espiritual. O amor perfeito simpatiza com todos os movimentos de educação. "O amor", diz Pedro em sua Primeira Epístola, "cobre a multidão de pecados", e é esse amor que devemos procurar sentir em todas as nossas atividades, para que a vida cresça em nossos corações, revelando Deus na nossa consciência.
Compete a nós trabalharmos com nós mesmos todos os dias, incansavelmente, até que a luz nasça, a nos indicar o roteiro da felicidade. Não obstante, o nosso dever é ter vida reta, para atrair­mos Espíritos das mesmas intenções. Nesse labor divino, a Divindade aparecerá nos céus da nossa consciência a nos dizer: “- A paz seja convosco. A minha paz vô-la dou, não como o mundo a dá.”
Começa a pensar no amor, começa a viver a caridade, começa a perdoar, mesmo que sejam mínimas as ofensas, começa a ser e a sentir a bondade que, nesse exercício, tudo passará a mudar no eu mundo íntimo, e o conhecimento da vida espiritual, surgirá no teu caminho, em crescimento proporcional ao avanço do progresso.
Esforcemo-nos para simpatizarmos com o bem, que esse bem, em forma de amor, se encontra sempre ligado com as nossas vidas, na vida de Cristo.

Livro: Filosofia Espírita – João Nunes Maia – Miramez - Todos os livros Espíritas como este vendidos em nossa loja terão o lucro repassado à Casa Espírita de Oração Amor e Luz.

17.9.19

RESPONSABILIDADE E DESTINO


Reunião pública de 15-5-59 Questão nº. 470

O Criador, que estabelece o bem de todos como lei para todas as criaturas, não cria Espírito algum para o exercício do mal.
A criatura, porém, na Terra ou fora da Terra, segundo o princípio de responsabilidade, ao transviar-se do bem, gera o mal por fecundação passageira de ignorância que ela mesma, atendendo aos ditames da consciência, extirpará do próprio caminho, em tantas existências de abençoada reparação, quantas se fizerem indispensáveis.
Deus concede ao homem os agentes da nitroglicerina e da areia e inspira-lhe a formação da dinamite, por substância explosiva capaz de auxiliá-lo na construção de estradas e moradias, mas o artífice do progresso, quase sempre, abusa do privilégio para arrasar ou ferir, adquirindo dívidas clamorosas em sementeiras de ódio e destruição; empresta-lhe a morfina por alcalóide beneficente, a fim de acalmar-lhe a dor, entretanto, enfermo amparado, em muitas ocasiões escarnece do socorro divino, transformando-o em corrosivo entorpecente das próprias forças, com que prejudica as funções de seu corpo espiritual em largas faixas de tempo ; galardoa-o com o ferro, por elemento químico flexível e tenaz, de modo a ajudá-lo na indústria e na arte, todavia, o servo da experiência, em muitas circunstâncias, converte-o no instrumento da morte, a desajustar-se em compromissos escusos, que lhe reclamam agonia e suor, em séculos numerosos ; dá-lhe o ouro por metal nobre, suscetível de enriquecer-lhe o trabalho e desenvolver-lhe a cultura, mas o mordomo da posse nele talha, frequentemente, o grilhão de sovinice e miséria em que se amesquinha a si mesmo ; e confere-lhe a onda radiofônica para os serviços da verdadeira fraternidade entre os povos, mas o orientador do intercâmbio, por vezes, nela transmite notas macabras, em que promove o aniquilamento de populações indefesas, agravando-se em débitos aflitivos para o futuro.
É assim que o Supremo Senhor nos cede os dons inefáveis da vida, como sejam as bênçãos do corpo e da alma e os tesouros do amor e da inteligência.
Do uso feliz ou infeliz de semelhantes talentos, resultam para nós vitória ou derrota, felicidade ou infortúnio, saúde ou moléstia, harmonia ou desequilíbrio, avanço ou retardamento nos caminhos da evolução.
Examina, pois, a ti mesmo e encontrarás a extensão e a natureza de tua dívida, pela prova que te procura ou pela tentação que padeces, porque o bem verte, puro, de Deus, enquanto que o mal é obra que nos pertence – transitório fantasma de rebeldia e ilusão que criamos, ante as leis do destino, por conta própria.

Livro “Religião dos Espíritos” –  Francisco C. Xavier – Emmanuel – Todos os livros Espíritas como este vendidos em nossa loja terão o lucro repassado à Casa Espírita de Oração Amor e Luz.

16.9.19

LXV – REFLEXÕES SOBRE O LIVRO “LIBERTAÇÃO”


DE ANDRÉ LUIZ/CHICO XAVIER

No capítulo XIX, intitulado “Precioso Entendimento”, após ter dirigido a palavra a todos os espíritos presentes no ambiente em que, com o concurso mediúnico de Gúbio, se materializara, Matilde solicita a Elói que traga Margarida à sua presença – a esposa de Gabriel repousava, convalescendo daquele terrível processo obsessivo que chegava ao fim.
Margarida, em desdobramento, se reconheceu na presença de Matilde, que lhe fora mãe em pregressas existências.
André registra que:
- A protetora, interessada em despertar-lhe alguns centros importantes da vida mental começou a aplicar-lhe passes ao longo do cérebro, operações que não pude compreender tão bem quanto desejava. Reparei, contudo, que Matilde lhe aplicava recursos magnéticos sobre os condutores nervosos do órgão de manifestação do pensamento...
A operação magnética efetuada por Matilde objetivava possível e relativo despertar de Margarida, mergulhada no esquecimento do passado – embora não lhe ensejando recordações detalhadas de experiências pretéritas, possibilitava que, em Matilde, a vítima de Gregório identificasse aquela que lhe fora mãe noutras vidas.
*
Margarida, diante de espírito de tamanha elevação, ali materializado, começa, então, e listar inúmeras queixas, falando-lhe de suas frustrações.
Escreve ao autor espiritual de “Libertação”:
- A veneranda emissária enxugou-lhe o pranto e falou, bondosa:
- Margarida, viver no corpo terrestre, entendendo os deveres divinos que nos cabem, não é tão fácil, ante a glória infinita que em companhia dele podemos recolher. Todos possuíram culposo pretérito a redimir. É imperioso reconhecer, todavia, que, se a experiência humana pode ser doloroso curso de renunciação pessoal, é também abençoada escola em que o espírito de boa vontade pode alcançar culminâncias.
Sim, quando no corpo físico, costumamos nos queixar das lutas enfrentadas, esquecendo-nos, contudo, em nosso passado recente, dos grandes erros cometidos.
Não fosse pela ação da Misericórdia Divina, raros seriam os espíritos que, sobre a Terra, conseguiriam manter-se de pé – a consciência de nossas culpas, sem dúvida, nos esmagaria e nos inviabilizaria qualquer esforço de redenção.
*
Depois de fortalecer Margarida com palavras belas e encorajadoras, Matilde, para a surpresa de todos, menos, certamente, de Gúbio, comunica-lhe que, em breve tempo, voltaria a Terra – e, então, seria filha daquela que lhe era filha tão amada!...
Eis como a esposa de Gabriel reage à notícia da próxima reencarnação de Matilde:
- Tu? – gritou Margarida, apalermada, ante a perspectiva de renascimento carnal para o ser iluminado que se mantinha à nossa vista – porque te seria imposta semelhante pena?
Matilde responde longamente à filha, que, em breve, haveria de lhe estender maternos braços:
- Não te guardes em tamanha incompreensão da lei do trabalho – ajuntou a mensageira, sorrindo –; a reencarnação nem sempre é simples processo regenerativo, embora, na maioria das vezes, constitua recurso corretivo de espíritos renitentes na desordem e no crime. A Crosta da Terra é comparável a imenso mar onde a alma operosa encontra valores eternos aceitando os imperativos de serviço que a Bondade Divina nos concede. Além disso, todos temos doces laços do coração, que se demoram, por muitos séculos, retidos no fundo do abismo. É indispensável buscar as pérolas perdidas para que o paraíso não permaneça vazio de beleza ao nosso olhar. Depois de Deus, o amor é a força gloriosa que alimenta a vida e move os mundos.
Vale repetir, com ênfase:
“...TODOS TEMOS DOCE LAÇOS DO CORAÇÃO, QUE SE DEMORAM, POR MUITOS SÉCULOS, RETIDOS NO FUNDO DO ABISMO.”
E, conforme já tivemos oportunidade de dizer alhures, DEPOIS QUE JESUS CRISTO DELIBEROU DESCER A TERRA, TOMANDO CORPO CARNAL ENTRE OS HOMENS, QUE ESPÍRITO HÁ COM MORAL PARA ESQUIVAR-SE AO CUMPRIMENTO DESSE OU DAQUELE DEVER SOBRE A CROSTA?!...
A reação de Margarida é reação comum aos espíritos ainda dominados pelo egoísmo, que, priorizando a sua ascensão, não pensam naqueles que se demoram nas retaguardas da luta humana...
Com o propósito de não nos estendermos neste post, finalmente reflitamos nas esclarecedoras palavras da Mensageira:
- As leis fisiológicas, que dominam na Crosta, não fazem exceção. Impõem-se sobre os justos com o mesmo rigor dentro do qual funcionam para os pecadores. O anjo que desça ao fundo da mina de carvão continuará naturalmente a ser um anjo na vida íntima; entretanto, não escapará ao clima deprimente do subsolo.

INÁCIO FERREIRA – Blog Mediunidade na Internet
Uberaba – MG, 16 de setembro de 2019.

15.9.19

Paz e Amor


A paz sempre foi algo que defendi quando estava entre vocês e é o que continuo a defender no mundo dos espíritos.
Ontem havia a necessidade de defender um mundo de paz, hoje, ainda mais.
Os movimentos que percebo por aqui são preocupantes. Há toda uma ação para desejar desestabilizar a paz mundial.
São sutis as forças antagônicas ao Cristo. Trabalham na surdina. Tomam a todos de tal maneira que não sentimos a sua ação.
São inteligentes em suas ações estratégicas. Envolvem nações, líderes políticos e até religiosos. Jogam uns contra os outros, estimulam um debate febril sem que haja definição alguma sobre o tema, apenas com o desejo de desunir o povo de Deus.
São sorrateiros. Quando você menos percebe já está enlaçado em suas artimanhas. Como são perspicazes.
Há algo, porém, que eles não conseguem se desvencilhar. Eles não conseguem vencer o amor.
O amor desarma o mal.
Não há lugar para o mal quando o amor está imperando num lugar ou num relacionamento qualquer. Ele se sente incomodado e se bate em retirada.
O amor contagia a todos e a tudo e não há quem resista a sua força.
Jesus sabendo perfeitamente desta máxima divina, pôs-se a pregar o amor a todas as criaturas, sem exceção. Recomendou até que amássemos os nossos inimigos.
O amor nos traz naturalmente a paz. Onde existe a paz é porque lá reina o amor.
O amor não é brincadeira, é coisa séria. Deve ser aprendido por todos. Não se será nada na vida se não se foi aprovado na escola do amor.
Eu exercito o amor a todas as criaturas de nosso Pai. Exercito, sobretudo, com aqueles que pensam e agem diferentemente ao que acredito.
Como o amor está sendo importante nesses tempos difíceis onde as diferenças parecem que estão mais evidentes do que antes.
Se nos detivermos as lições do amor na convivência, deixaremos de fazer muito do que se faz hoje.
Menos intolerância e mais respeito.
Menos atrocidade e mais acolhimento.
Menos ódio e mais união.
Por faltar a presença do Cristo nas relações, por esquecermos as palavras santas do Evangelho, o mundo está nesta condição de desordem e injustiça.
Falta o Cristo para que nossa conversa seja de convergência e paz.
Falta o Cristo no nosso pensamento em relação ao outro para entender que também ele possui um coração limpo.
Falta o Cristo para nos lembrar que somente o amor poderá nos trazer a verdadeira felicidade.
Amados, lembrai do Cristo nas suas vidas para que Ele se torne mais que presente nos seus atos e palavras.
Um com o Cristo,
Helder Camara - Blog Novas Utopias

14.9.19

OMBRO A OMBRO


Sigamos juntos pela estrada afora,
Sempre mais irmanados no Ideal,
A serviço do Bem, que vence o mal,
E anuncia, na Terra, nova aurora...

Lutemos dia a dia, hora por hora,
No campo de batalha colossal,
Que sobre o mundo não se tem igual,
Testemunhando a fé, chorando embora...

Sem descanso, cumpramos o dever,
Sem receio de provas a vencer,
Deixando para trás o humano assombro...

Com Jesus, nos caminhos que trilhamos,
Sob o peso da cruz que carregamos,
Sigamos lado a lado, ombro a ombro!...

Eurícledes Formiga

(Página recebida pelo médium Carlos A. Baccelli, em reunião pública do Lar Espírita “Pedro e Paulo”, na manhã de sábado do dia 7 de setembro de 2019, em Uberaba – MG).

13.9.19

O UMBRAL


    "O Umbral começa na crosta terrestre. É a zona obscura de quantos no mundo não se resolveram a atravessar as portas dos deveres sagrados, a fim de cumpri-los, demorando-se no vale da indecisão ou no pântano dos erros numerosos."
    Narra André Luiz: "Após receber tão valiosas elucidações, aguçava-se-me o desejo de intensificar a aquisição de conhecimentos relativos a diversos problemas que a palavra de Lísias sugeria. As referências a espíritos do Umbral mordiam-me a curiosidade. A ausência de preparação religiosa, no mundo, dá motivo a dolorosas perturbações. Que seria o Umbral? Conhecia, apenas, a ideia do inferno e do purgatório, através dos sermões ouvidos nas cerimônias católico-romanas a que assistira, obedecendo a preceitos protocolares. Desse Umbral, porém, nunca tivera notícias. Ao primeiro encontro com o generoso visitador, minhas perguntas não se fizeram esperar. Lísias ouviu-me, atencioso, e replicou:- Ora, ora, pois você andou detido por lá tanto tempo e não conhece a região? Recordei os sofrimentos passados, experimentando arrepios de horror.- O Umbral - continuou ele, solícito - começa na crosta terrestre. É a zona obscura de quantos no mundo não se resolveram a atravessar as portas dos deveres sagrados, a fim de cumpri-los, demorando-se no vale da indecisão ou no pântano dos erros numerosos. Quando o espírito reencarna, promete cumprir o programa de serviços do Pai; entretanto, ao recapitular experiências no planeta, é muito difícil fazê-lo, para só procurar o que lhe satisfaça ao egoísmo. Assim é que mantidos são o mesmo ódio aos adversários e a mesma paixão pelos amigos. Mas, nem o ódio é justiça, nem a paixão é amor. Tudo o que excede, sem aproveitamento, prejudica a economia da vida. Pois bem: todas as multidões de desequilibrados permanecem nas regiões nevoentas, que se seguem aos fluidos carnais. O dever cumprido é uma porta que atravessamos no Infinito, rumo ao continente sagrado da união com o Senhor. É natural, portanto, que o homem esquivo à obrigação justa, tenha essa bênção indefinidamente adiada. Notando-me a dificuldade para apreender todo o conteúdo do ensinamento, com vistas à minha quase total ignorância dos princípios espirituais, Lísias procurou tornar a lição mais clara:- Imagine que cada um de nós, renascendo no planeta, somos portadores de um fato sujo, para lavar no tanque da vida humana. Essa roupa imunda é o corpo causal, tecido por nossas mãos, nas experiências anteriores. Compartilhando, de novo, as bênçãos da oportunidade terrestre, esquecemos, porém, o objetivo essencial, e, ao invés de nos purificarmos pelo esforço da lavagem, manchamo-nos ainda mais, contraindo novos laços e encarcerando-nos a nós mesmos em verdadeira escravidão.
     Ora, se ao voltarmos ao mundo procurávamos um meio de fugir à sujidade, pelo desacordo de nossa situação com o meio elevado, como regressar a esse mesmo ambiente luminoso, em piores condições? O Umbral funciona, portanto, como região destinada a esgotamento de resíduos mentais; uma espécie de zona purgatorial, onde se queima a prestações o material deteriorado das ilusões que a criatura adquiriu por atacado, menosprezando o sublime ensejo de uma existência terrena. A imagem não podia ser mais clara, mais convincente. Não havia como disfarçar minha justa admiração. Compreendendo o efeito benéfico que me traziam aqueles esclarecimentos, Lísias continuou:- O Umbral é região de profundo interesse para quem esteja na Terra. Concentra-se, aí, tudo o que não tem finalidade para a vida superior. E note você que a Providência Divina agiu sabiamente, permitindo se criasse tal departamento em torno do planeta. Há legiões compactas de almas irresolutas e ignorantes, que não são suficientemente perversas para serem enviadas a colônias de reparação mais dolorosa, nem bastante nobres para serem conduzidas a planos de elevação. Representam fileiras de habitantes do Umbral, companheiros imediatos dos homens encarnados, separados deles apenas por leis vibratórias. Não é de estranhar, portanto, que semelhantes lugares se caracterizem por grandes perturbações. Lá vivem, agrupam-se, os revoltados de toda espécie. Formam, igualmente, núcleos invisíveis de notável poder, pela concentração das tendências e desejos gerais. Muita gente da Terra não recorda que se desespera quando o carteiro não vem, quando o comboio não aparece? Pois o Umbral está repleto de desesperados. Por não encontrarem o Senhor à disposição dos seus caprichos, após a morte do corpo físico, e, sentindo que a coroa da vida eterna é a glória intransferível dos que trabalham com o Pai, essas criaturas se revelam e demoram em mesquinhas edificações. "Nosso Lar" tem uma sociedade espiritual, mas esses núcleos possuem infelizes, malfeitores e vagabundos de várias categorias. É zona de verdugos e vítimas, de exploradores e explorados. Valendo-me da pausa, que se fizera espontânea, exclamei, impressionado:- Como explicar? Então não há por lá defesa, organização? Sorriu o interlocutor, esclarecendo:- Organização é atributo dos espíritos organizados. Que quer você? A zona inferior a que nos referimos é qual a casa onde não há pão: todos gritam e ninguém tem razão. O viajante distraído perde o comboio, o agricultor que não semeou não pode colher. Uma certeza, porém, posso dar-lhe: - não obstante as sombras e angústias do Umbral, nunca faltou lá a proteção divina. Cada espírito lá permanece o tempo que se faça necessário. Para isso, meu amigo, permitiu o Senhor se erigissem muitas colônias como esta, consagradas ao trabalho e ao socorro espiritual.- Creio, então - observei -, que essa esfera se mistura quase com a esfera dos homens.- Sim - confirmou o dedicado amigo -, e é nessa zona que se estendem os fios invisíveis que ligam as mentes humanas entre si. O plano está repleto de desencarnados e de formas-pensamento dos encarnados, porque, em verdade, todo espírito, esteja onde estiver, é um núcleo irradiante de forças que criam, transformam ou destroem, exteriorizadas em vibrações que a ciência terrestre presentemente não pode compreender. Quem pensa, está fazendo alguma coisa alhures. E é pelo pensamento que os homens encontram no Umbral os companheiros que afinam com as tendências de cada um. Toda alma é um ímã poderoso. Há uma extensa humanidade invisível, que se segue à humanidade visível. As missões mais laboriosas do Ministério do Auxílio são constituídas por abnegados servidores, no Umbral, porque se a tarefa dos bombeiros nas grandes cidades terrenas é difícil, pelas labaredas e ondas de fumo que os defrontam, os missionários do Umbral encontram fluidos pesadíssimos emitidos, sem cessar, por milhares de mentes desequilibradas, na prática do mal, ou terrivelmente flageladas nos sofrimentos retificadores. É necessário muita coragem e muita renúncia para ajudar a quem nada compreende do auxílio que se lhe oferece. Interrompera-se Lísias. Sumamente impressionado, exclamei:- Ah! como desejo trabalhar junto dessas legiões de infelizes, levando-lhes o pão espiritual do esclarecimento! O enfermeiro amigo fixou-me bondosamente, e, depois de meditar em silêncio, por largos instantes, acentuou, ao despedir-se:- Será que você se sente com o preparo indispensável a semelhante serviço?"

Livro: Nosso Lar - Francisco C Xavier - André Luiz

12.9.19

A Raiz do Mal


De onde vem todo o mal?
Qual a origem do mal na Terra?
Por que ainda não somos uma nação livre próspera para todos?
A raiz dos males, individual e coletivo, tem apenas um só nome: egoísmo.
Enquanto os homens pensarem unicamente em si mesmos, enquanto estiverem imbuídos de satisfazerem suas próprias necessidades, não teremos a felicidade completa.
O que nos faz verdadeiramente felizes é dividir, é compartilhar, é dar. Quem apenas conjuga o verbo ter, ganhar, obter, este não será jamais feliz.
A humanidade não crescerá em fartura enquanto estiverem os homens pensando no seu melhor e esquecendo o melhor para todos.
A raça humana foi criada por Deus para a plena felicidade, mas isso somente será possível se deixarmos de lado o egoísmo que nos escraviza e divide. Em seu lugar, devemos colocar o amor que nos liberta e une. O amor que a tudo entende e distribui. Isso é o que precisamos de verdade.
A maioria da população mundial vive hoje na fome e à beira da miséria. Há os ricos, bem poucos, e há os pobres, maioria.
Num mundo civilizado esta proporção é inversa, mas os homens teimam em criar facções, argumentos exclusivistas, separações.
A injustiça social é uma das maiores demonstrações do egoísmo humano.
Se queremos ser justos, termos um mundo com mais equidade, devemos distribuir melhor os nossos bens e riquezas.
Há aqueles que têm muito e nunca utilizarão dessa sua abastança, nunca consumirão o que possuem. Ora, como dizer-se feliz desse jeito enquanto se vê milhares, milhões, uma multidão desprivilegiada do mínimo para sua sobrevivência?
A raiz de todos os males é o egoísmo humano, a sua incapacidade de sair de si mesmo e ir ao encontro do outro que pouco ou nada tem.
A humanidade já sabe de tudo isso. Ela tem ciência dos dissabores que esse sistema cruel e desagregador alimenta, mas muitos, sobretudo algumas elites, fazem de tudo para manter esta realidade desumana.
Ao homem de bom senso é pedido que ele distribua o que lhe excede com aquele que pouco tem. Não estou falando de esmolas, estou falando de justiça social.
Entendo justiça como a capacidade de criar formas justas de crescimento para todos a partir de uma lógica inclusivista e solidária.
Não é fácil exercer a justiça – diriam alguns. E, por isso, exercitamos facilmente a injustiça¿
Eu penso que o mundo começa a tomar consciência de que está caminhando para a direção errada, apesar de alguns líderes mundiais torcerem a vista para o óbvio.
Há uma crescente vontade de melhoria social coletiva. De se ver direitos humanos serem obedecidos ou, pelo menos, sinceramente perseguidos.
Vamos lutar com todas as nossas forças d’alma para erradicar a erva daninha do querer apenas para si próprio e não enxergar ninguém a sua volta.
Vamos abolir de vez do dicionário das relações humanas a chaga cruel do egoísmo.
Comece por você. Tome a sua iniciativa. Não espere que o outro faça para você fazer. A sua parte é que é a mais importante.
Ao tempo que todos pensarem assim, o mundo já começará a se transformar e rapidamente diminuirão as desigualdades e os infortúnios, a pobreza e a miséria.
Libertemo-nos, de uma vez por todas, do egoísmo e plantemos a árvore da fraternidade entre os homens.

Helder Camara – Blog Novas Utopias

11.9.19

MUITOS PROTETORES

Questão 512 do Livro dos Espíritos

Certamente que temos muitos Espíritos que nos acompanham, mais ou menos evoluídos, em sintonia com o protegido; no entanto, cada alma tem um Espírito responsável, que atende como guia e a orienta como pai nas suas andanças pela vida corpórea.
O encarnado tem muitos Espíritos que o acompanham, por variados meios e por muitas circunstâncias, e geralmente é pela lei dos afins que os atrai. Estás sempre cercado por Espíritos, como testemunhas inteligentes e socorro pelo que fazes. Por isso, é necessário buscar a melhora a todos os momentos. Essa deve ser a meta de cada companheiro: ascender sempre.
A Doutrina dos Espíritos, por ordem de Jesus, vem nos revelar mais um tanto das leis espirituais e do que ocorre no mundo dos Espíritos, nos dando mais esperança nas lutas que empreendemos; Porém, ainda há muito que aprendermos acerca da vida. O que é a vida? Precisamos crescer para melhor compreendermos.
As virtudes exemplificadas por Jesus e relatadas no Evangelho estão a nos mostrar que esse é o melhor caminho para a nossa felicidade. A mente precisa de harmonia, e a própria música no mundo das formas nos mostra o quanto ela vale para a nossa paz interna. Procuremos harmonia em tudo: comecemos a observar a sua irradiação em nós e nas coisas, que a atrairemos, pela mesma lei de sintonia.
Tudo que pensamos firmemente, surgirá em nosso caminho. Essa é uma verdade. O pensamento comanda o corpo físico e os corpos espirituais, e se ele nasce da alma, ela passa a viver a harmonia segundo o que pensa e sente. A Doutrina dos Espíritos, na atualidade, busca interessar-se mais pela educação da mente. Inúmeras mensagens continuam descendo da espiritualidade maior, pelos canais da mediunidade, para que os homens entendam a força que possuem pensando e sentindo. No mundo espiritual, tudo depende do pensamento; ele cria e dá forma nas condições que o plano requer, e quanto mais desce a alma, mais difícil fica para tais materializações. Quanto mais o Espírito se eleva, mais fácil fica a concretização das idéias. No mundo espiritual, o que se pensa se vive.
Os encarnados podem considerar como um prêmio a misericórdia de se encontrarem rodeados por Entidades. Elas são mensagens de Deus para a educação e instrução de todas as criaturas. Não sejamos ignorantes, querendo afastar, pela violência, os Espíritos que nos cercam. Alguns se retiram e outros se aproximam, por sintonia, por analogia de sentimentos; esse movimento é lei que nos faz acordar para a luz. Também no mundo espiritual essa lei se cumpre: temos as nossas companhias de acordo com os nossos ideais, até atingirmos a superioridade, de modo a captar os pensamentos universais que saem da mente divina para a divina expressão do amor, hálito qualificado que alimenta a todas as criaturas e sustenta todas as leis universais.
Jesus sintetizou os dez mandamentos em apenas dois, para compreendermos que temos necessidade de estender esse amor a todas as criaturas e a todas as coisas, e passaremos a amar a tudo que tocamos e que sentimos. Essa harmonia divina começa a penetrar em nossos corações e a nos levar para o verdadeiro paraíso, como prêmio dos nossos esforços. Se já sabemos disso, por que não começar? Estendamos as mãos para os que se encontram na retaguarda e vamos caminhar para a frente e para o alto.
A Doutrina dos Espíritos nos mostra o amor mais visível, em condições de todos senti-lo e vivê-lo, na gradação em que a vida situou a cada ser. Os que te cercam te amam, e por vezes desconheces esse amor, por te teres esquecido de amar também. Todos os reinos desprendem amor para a humanidade e a humanidade ainda não sentiu Deus neles e, em alguns casos, os violenta.

Livro: Filosofia Espírita – João Nunes Maia – Miramez - Todos os livros Espíritas como este vendidos em nossa loja terão o lucro repassado à Casa Espírita de Oração Amor e Luz.

10.9.19

RENASCIMENTO


Reunião pública de 2-3-59
Questão nº 169

Não aguardes o lance da morte para atender, em ti mesmo, à grande renovação.
Se a chama de tuas esperanças mais caras surge agora reduzida a pó e cinza, aproveita os resíduos dos sonhos mortos por adubo à nova sementeira de fé e caminha para diante, sem descrer da felicidade.
Muitos desertam do quadro escabroso em que o Céu lhes permite a quitação com as Leis Divinas, deitando-lhes insultos, como se se retirassem de província infernal, mas voltarão a ele, em momento oportuno, com lágrimas de tardio arrependimento, para reajustar suas disposições, quando poupariam larga quota de tempo se lhe buscassem compreender as lições ocultas.
Outros muitos fogem de entes amados, reprochando-lhes a conduta e anatematizando-lhes a existência, qual se se ausentassem de desapiedados verdugos; no entanto, voltarão, igualmente mais tarde, a tributar-lhes paciência e carinho, a fim de curar-lhes as chagas de ignorância e ajuda-los no pagamento de débitos escabrosos, entendendo, por fim, que teriam adquirido enorme tesouro de experiência se lhes houvessem doado apoio e entendimento, perdão e auxílio justo, no instante difícil em que se mostravam desmemoriados e inconscientes.
Não deixes, assim, para amanhã o trabalho bendito da caridade que te pede ação ainda hoje.
O caminho de angústia e a mão do insensato despontam do pretérito, cujas dívidas precisamos solver.
Desse modo, se te não é lícito possuir esse ou aquele patrimônio que te parece adequado à realização do mais alto ideal, faze da tela escura em que estagias a escola da própria sublimação, e, se não podes receber, em determinada condição, a alma que amas, no mundo, consagra-lhe mesmo assim o melhor de teu culto, estendendo-lhe a bondade silenciosa, na bênção da simpatia.
Não encomendes, pois, embaraços e aversões à loja do futuro, porque, a favor de nossa própria renovação, concede-nos o Senhor, cada manhã, o Sol renascente de cada dia. 

Livro “Religião dos Espíritos” –  Francisco C. Xavier – Emmanuel – Todos os livros Espíritas como este vendidos em nossa loja terão o lucro repassado à Casa Espírita de Oração Amor e Luz.