A maioria
das pessoas acredita que os Espíritos são seres vagos e indefinidos, criados
pelas histórias contadas pelos antigos. O certo é que os Espíritos são seres
iguais a nós, possuindo um corpo, ainda que fluídico e invisível, a que Allan
Kardec deu o nome de perispírito. Durante a vida física a alma é ligada ao
corpo pelo perispírito. Existem, portanto, no homem, três elementos essenciais:
O Espírito, onde residem a inteligência, a vontade e o senso moral; o corpo,
cuja estrutura põe o Espírito em contato com o mundo material; o perispírito,
envoltório fluídico que é o intermediário entre o Espírito e o corpo. Imagem
transmitida para Kardec nos prolegômenos do Livro dos Espíritos. Com a morte -
ou a falência do corpo físico - o Espírito dele se despoja, "como o fruto
e a árvore se despojam da casca, e a serpente da sua pele", segundo
expressões kardecianas, conservando o seu corpo fluídico ou perispiritual. A
união da alma, do corpo físico e de perispírito constitui o homem; a alma e o
perispírito separados do corpo material, constituem o Espírito. Desse modo, os
Espíritos envolvidos pelo corpo físico integram a Humanidade ou o mundo
corporal visível. No momento em que se desfaz desses corpos, vão constituir o
mundo espiritual ou invisível "que povoa o espaço e no meio do qual
vivemos sem desconfiar, da mesma maneira que vivemos no meio dos infinitamente
pequenos, de cuja existência nem desconfiávamos antes da invenção do
microscópio".
Fato
importante é que os Espíritos conservam as suas percepções que possuíam quando
encarnados, sendo que em grau mais elevado, porque as suas faculdades eram
diminuídas pela matéria. Por isso mesmo, vêem e ouvem o que nossos sentidos
limitados não conseguem. E eles estão em toda a parte, influenciando-nos, sendo
agentes de uma diversidade de fenômenos, de repercussão moral e física.
Cumpriu ao Espiritismo - por
desígnio superior - revelar o mundo invisível que nos cerca, "as leis que
o regem, suas relações com o mundo visível, a natureza e estado dos seres que o
habitam e, por conseguinte, o destino do homem depois da morte".
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