– ANDRÉ LUIZ/CHICO XAVIER
O epílogo do livro
“Libertação”, em seu capítulo XX – “Reencontro” –, é emocionante, e, como todo
o livro repleto de lições grandiosas.
O trabalho de resgate,
envolvendo Margarida e Gregório, alcança o seu objetivo, com a libertação de
dezenas de espíritos que vinham sendo mantidos em cativeiro nas dimensões
sombrias.
Gregório, o Papa Gregório IX,
cujo nascimento se deu no dia 22 de agosto de 1241, praticamente, permanecera
por sete séculos – 700 anos! – vivendo em oposição às Leis Divinas! Não
sabemos, ao certo, em que ano se sucederam os episódios narrados por André
Luiz, no livro cujo prefácio, escrito por Emmanuel, é datado de 1949, em Roma,
na Itália, mas tudo nos induz a crer que, de fato, Gregório tenha permanecido
por 700 anos sem voltar a Terra...
*
Matilde, que fora a sua mãe
no passado, e que, por certo, endossara a sua vocação religiosa, não descansara
no propósito de efetuar o seu resgate – a ele que, por extrema rebeldia, se
transfigurara num dos líderes das falanges do mal – os “Dragões”.
Uma vez mais materializada,
Matilde, em lágrimas, argumenta com o filho que se transviara dos caminhos da
fé:
- Lembra-te! Deixaste morrer
por séculos os projetos de amor que traçamos na Toscana e na Lombardia
distantes? esqueceste os nossos votos ao pé dos altares humildes? olvidaste as
cruzes de pedra que nos ouviam as orações? não prometemos ambos trabalhar pela
purificação dos santuários de Deus na Terra? (...)
Quão longos podem ser os
descaminhos do espírito, quando, de coração enrijecido, ele se afasta do
Cristo!...
*
E profundamente emocionada,
continua, adiante:
- Como pudeste esquecer, por
alguns dias de autoridade efêmera na Terra, as nossas redentoras visões do
Cristo angustiado na cruz? Aderiste aos Dragões do Mal pela simples verificação
de que a tiara passageira não te poderia aureolar a cabeça nos domínios da vida
terna a que a morte nos arrebatou; entretanto, o Divino Amigo jamais descreu
das nossas promessas de serviço e espera por nós com a mesma abnegação do
princípio. Vamos! Sou Matilde, alma de tua alma, que, um dia, te adotou, por
filho querido e a quem amaste como dedicada mãe espiritual.
*
Matilde, de novo, se
materializara com os recursos mediúnicos que Gúbio lhe cedia, demonstrando que,
nas Infinitas Dimensões da Vida, não existem fronteiras que o espírito não
possa transpor – qual, aliás, Gúbio, André e Elói haviam transposto, quando,
deixando “Nosso Lar”, cidade situada no denominado “Umbral Fino”, atravessando,
inclusive a Crosta Terrestre, “descem” à Região das Trevas.
*
Esgotando todos os seus
argumentos ante o amor de Matilde, Gregório, por fim, cede, e, ao ceder, vê-se
acometido por um “desmaio”, que o autor espiritual assim narra:
- Gregório, como que abalado
nos refolhos do ser, regressara à fragilidade infantil, em pleno desmaio da
força que o sustinha. (...)
André, com o seu poder de
síntese, escreve no parágrafo anterior, de indescritível beleza:
- VERIFICARA-SE, ALI, NAQUELE
ABRAÇO, ESPANTOSO CHOQUE ENTRE A LUZ E A TREVA, E A TREVA NÃO RESISTIU...
A cena, em sua beleza e
emoção, assemelha-se a uma descrição de Shakespeare, em seus poemas imortais.
*
Matilde, conforme ficou
esclarecido no capítulo anterior, quando conversava com Margarida, reencarnaria
dentro em breve – seria filha da própria Margarida, e, com certeza, haveria de
se preparar para receber o espírito de Gregório, talvez – quem sabe? – na
condição de seu filho!...
*
O tempo passou...
De 1943 até 2019, 76 anos se
transcorrem.
É possível, perfeitamente
possível, que Matilde e Gregório, na condição de mãe e filho ainda na Terra!...
Onde estarão?!...
Só Deus o sabe...
INÁCIO FERREIRA – Blog Mediunidade
na Internet
Uberaba – MG, 23 de setembro
de 2019.
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