23.9.19

LXVI – REFLEXÕES SOBRE O LIVRO “LIBERTAÇÃO”


– ANDRÉ LUIZ/CHICO XAVIER

O epílogo do livro “Libertação”, em seu capítulo XX – “Reencontro” –, é emocionante, e, como todo o livro repleto de lições grandiosas.
O trabalho de resgate, envolvendo Margarida e Gregório, alcança o seu objetivo, com a libertação de dezenas de espíritos que vinham sendo mantidos em cativeiro nas dimensões sombrias.
Gregório, o Papa Gregório IX, cujo nascimento se deu no dia 22 de agosto de 1241, praticamente, permanecera por sete séculos – 700 anos! – vivendo em oposição às Leis Divinas! Não sabemos, ao certo, em que ano se sucederam os episódios narrados por André Luiz, no livro cujo prefácio, escrito por Emmanuel, é datado de 1949, em Roma, na Itália, mas tudo nos induz a crer que, de fato, Gregório tenha permanecido por 700 anos sem voltar a Terra...
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Matilde, que fora a sua mãe no passado, e que, por certo, endossara a sua vocação religiosa, não descansara no propósito de efetuar o seu resgate – a ele que, por extrema rebeldia, se transfigurara num dos líderes das falanges do mal – os “Dragões”.
Uma vez mais materializada, Matilde, em lágrimas, argumenta com o filho que se transviara dos caminhos da fé:
- Lembra-te! Deixaste morrer por séculos os projetos de amor que traçamos na Toscana e na Lombardia distantes? esqueceste os nossos votos ao pé dos altares humildes? olvidaste as cruzes de pedra que nos ouviam as orações? não prometemos ambos trabalhar pela purificação dos santuários de Deus na Terra? (...)
Quão longos podem ser os descaminhos do espírito, quando, de coração enrijecido, ele se afasta do Cristo!...
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E profundamente emocionada, continua, adiante:
- Como pudeste esquecer, por alguns dias de autoridade efêmera na Terra, as nossas redentoras visões do Cristo angustiado na cruz? Aderiste aos Dragões do Mal pela simples verificação de que a tiara passageira não te poderia aureolar a cabeça nos domínios da vida terna a que a morte nos arrebatou; entretanto, o Divino Amigo jamais descreu das nossas promessas de serviço e espera por nós com a mesma abnegação do princípio. Vamos! Sou Matilde, alma de tua alma, que, um dia, te adotou, por filho querido e a quem amaste como dedicada mãe espiritual.
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Matilde, de novo, se materializara com os recursos mediúnicos que Gúbio lhe cedia, demonstrando que, nas Infinitas Dimensões da Vida, não existem fronteiras que o espírito não possa transpor – qual, aliás, Gúbio, André e Elói haviam transposto, quando, deixando “Nosso Lar”, cidade situada no denominado “Umbral Fino”, atravessando, inclusive a Crosta Terrestre, “descem” à Região das Trevas.
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Esgotando todos os seus argumentos ante o amor de Matilde, Gregório, por fim, cede, e, ao ceder, vê-se acometido por um “desmaio”, que o autor espiritual assim narra:
- Gregório, como que abalado nos refolhos do ser, regressara à fragilidade infantil, em pleno desmaio da força que o sustinha. (...)
André, com o seu poder de síntese, escreve no parágrafo anterior, de indescritível beleza:
- VERIFICARA-SE, ALI, NAQUELE ABRAÇO, ESPANTOSO CHOQUE ENTRE A LUZ E A TREVA, E A TREVA NÃO RESISTIU...
A cena, em sua beleza e emoção, assemelha-se a uma descrição de Shakespeare, em seus poemas imortais.
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Matilde, conforme ficou esclarecido no capítulo anterior, quando conversava com Margarida, reencarnaria dentro em breve – seria filha da própria Margarida, e, com certeza, haveria de se preparar para receber o espírito de Gregório, talvez – quem sabe? – na condição de seu filho!...
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O tempo passou...
De 1943 até 2019, 76 anos se transcorrem.
É possível, perfeitamente possível, que Matilde e Gregório, na condição de mãe e filho ainda na Terra!...
Onde estarão?!...
Só Deus o sabe...

INÁCIO FERREIRA – Blog Mediunidade na Internet
Uberaba – MG, 23 de setembro de 2019.

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