31.1.13


Bem Aventurados os Pobres de Espírito
 
     O Que se Deve Entender por Pobres de Espírito
    1. Bem-aventurados os pobres de espírito, pois que deles é o reino dos céus. (MATEUS, cap. V, v. 3.)
    2. A incredulidade zombou desta máxima: Bem-aventurados os pobres de espírito, como tem zombado de muitas outras coisas que não compreende. Por pobres de espírito Jesus não entende os baldos de inteligência, mas os humildes, tanto que diz ser para estes o reino dos céus e não para os orgulhosos.
    Os homens de saber e de espírito, no entender do mundo, formam geralmente tão alto conceito de si próprios e da sua superioridade, que consideram as coisas divinas como indignas de lhes merecer a atenção. Concentrando sobre si mesmos os seus olhares, eles não os podem elevar até Deus. Essa tendência, de se acreditarem superiores a tudo, muito amiúde os leva a negar aquilo que, estando-lhes acima, os depreciaria, a negar até mesmo a Divindade. Ou, se condescendem em admiti-la, contestam-lhe um dos mais belos atributos: a ação providencial sobre as coisas deste mundo, persuadidos de que eles são suficientes para bem governá-lo. Tomando a inteligência que possuem para medida da inteligência universal, e julgando-se aptos a tudo compreender, não podem crer na possibilidade do que não compreendem. Consideram sem apelação as sentenças que proferem.
    Se se recusam a admitir o mundo invisível e uma potência extra-humana, não é que isso lhes esteja fora do alcance; é que o orgulho se lhes revolta à idéia de uma coisa acima da qual não possam colocar-se e que os faria descer do pedestal onde se contemplam. Dai o só terem sorrisos de mofa para tudo o que não pertence ao mundo visível e tangível. Eles se atribuem espírito e saber em tão grande cópia, que não podem crer em coisas, segundo pensam, boas apenas para gente simples, tendo por pobres de espírito os que as tomam a sério.
    Entretanto, digam o que disserem, forçoso lhes será entrar, como os outros, nesse mundo invisível de que escarnecem. E lá que os olhos se lhes abrirão e eles reconhecerão o erro em que caíram. Deus, porém, que é justo, não pode receber da mesma forma aquele que lhe desconheceu a majestade e outro que humildemente se lhe submeteu às leis, nem os aquinhoar em partes iguais.
    Dizendo que o reino dos céus é dos simples, quis Jesus significar que a ninguém é concedida entrada nesse reino, sem a simplicidade de coração e humildade de espírito; que o ignorante possuidor dessas qualidades será preferido ao sábio que mais crê em si do que em Deus. Em todas as circunstâncias, Jesus põe a humildade na categoria das virtudes que aproximam de Deus e o orgulho entre os vícios que dele afastam a criatura, e isso por uma razão muito natural: a de ser a humildade um ato de submissão a Deus, ao passo que o orgulho é a revolta contra ele. Mais vale, pois, que o homem, para felicidade do seu futuro, seja pobre em espírito, conforme o entende o mundo, e rico em qualidades morais.
 
Fonte: Evangelho Segundo o Espiritismo - Allan Kardec

30.1.13


ORAÇÃO DOS AFLITOS

Senhor Deus,
Pai dos que choram,
Dos tristes, dos oprimidos.

Fortaleza dos vencidos,
Consolo de toda a dor,
Embora a miséria amarga,
Dos prantos de nosso erro,
Deste mundo de desterro,
Clamamos por vosso amor!

Nas aflições do caminho,
Na noite mais tormentosa,
Vossa fonte generosa
É o bem que não secará...

Sois, em tudo, a luz eterna
Da alegria e da bonança
Nossa porta de esperança
Que nunca se fechará.

Quando tudo nos despreza
No mundo da iniquidade,
Quando vem a tempestade
Sobre as flores da ilusão!

O! Pai, sois a luz divina,
O cântico da certeza,
Vencendo toda aspereza,
Vencendo toda aflição.
No dia de nossa morte,
No abandono ou no tormento,

Trazei-nos o esquecimento
Da sombra, da dor, do mal!...
Que nos últimos instantes,
Sintamos a luz da vida
Renovada e redimida
Na paz ditosa e imortal.

Livro: Paulo E Estevão
Emmanuel - Francisco C Xavier

29.1.13


Questão 192 do Livro dos Espíritos
GRADATIVIDADE
 
Existem os degraus, como sendo escala de ascensão, para todos os espíritos no universo de Deus. Ninguém pode, e a razão não ensina o contrário, em somente uma existência, aperfeiçoar-se em todos os rumos São necessários milhares e milhares delas, com acertos e desacertos, aprendendo e colhendo experiências para o grande celeiro da vida.
 Em uma só reencarnação, a alma não tem condições de alcançar a perfeição.
 Seria um contra-senso, uns passarem por caminhos tortuosos, sofrendo e disciplinando-se, e outros tomarem uma evolução reta e com poucos anos atingirem a angelitude. A evolução, ou o despertamento do espírito, se processa de letra a letra, de passo a passo, de reencarnação a reencarnação.
 Não haveria mérito algum para o espírito se Deus já o fizesse em seu completo despertamento espiritual. Certamente que Ele nos fez simples e ignorantes, contudo, os valores que carregamos desde a nossa formação se encontram em estado de sono, uns mais e outros menos, de acordo com a evolução de cada um. O espírito mais velho, logicamente, tem mais experiência do que o mais novo, mas, todos têm as mesmas oportunidades de ascender para o infinito. A casa do Pai é grandiosa, e acolhe todos os filhos, dando a cada qual o que ele merece na pauta do seu despertamento espiritual.
 O estudante da Doutrina dos Espíritos deve orar, meditar nas leis espirituais que, gradativamente, vão trazendo ao seu conhecimento os segredos da vida, e quando passa a conhecê-los, a liberdade vai chegando em seu coração.
 Na nossa caminhada espiritual existe algo que deve ser feito por nós, e às vezes esse algo nos pede esforço e sacrifício, renúncia e coragem para vencer problemas inúmeros.
 A nossa tarefa é lutar, lutar todos os dias, porque toda a luz nasce do ,movimento e a inércia é treva no caminho. Tudo que se faz bem feito, parte de um princípio: a gradatividade.
 Se queres fazer as coisas de uma só vez, sem obedecer à seqüência estipulada pela harmonia divina, nada fazes bem. Até a criação de Deus, na sua grandiosidade, rompe em harmonia e dentre da Sua criatividade, Ele trabalha sempre e nada faz de uma vez. Nada se faz, tornamos a repetir, com passe de mágica; mesmo a nossa cooperação, naquilo que devemos cooperar, deve ser feita de acordo com as nossas forças, e o Senhor não nos pede mais, somente o que suportamos em caminho, porém, não devemos fazer menos do que podemos fazer.
 O espírito, desde a sua gênese, vem se despertando lentamente pelos processos estabelecidos pela lei do progresso e, quando chega a razão, aparece a sua parte a ser feita, e que ele deve fazer no âmbito das suas possibilidades. Deus criou a vida e leis para serem obedecidas; Deus criou os mundos e leis que os governam, assegurando a harmonia universal.
 Lembremo-nos todos os dias da gradatividade; nunca parar, mas jamais crescer desordenadamente, sem as possíveis seguranças, como viajores de Deus e de Cristo.
 
Livro: Filosofia Espírita IV - João Nunes Maia - Miramez

28.1.13


OBREIROS ATENTOS
"Aquele, porém, que atenta bem para a lei perfeita da liberdade e nisso persevera, não sendo ouvinte esquecido, mas fazedor da obra, esse tal será bem-aventurado em seus feitos”.

 TIAGO, (1:25)
O discípulo da Boa Nova, que realmente comunga com o Mestre, antes de tudo compreende as obrigações que lhe estão afetas e rende sincero culto à lei de liberdade, ciente de que ele mesmo recolherá nas leiras do mundo o que houver semeado. Sabe que o juiz dará conta do tribunal, que o administrador responderá pela mordomia e que o servo se fará responsabilizado pelo trabalho que lhe foi conferido. E, respeitando cada tarefeiro do progresso e da ordem, da luz e do bem, no lugar que lhe é próprio, persevera no aproveitamento das possibilidades que recebeu da Providência Divina, atencioso para com as lições da verdade e aplicado às boas obras de que se sente encarregado pelos Poderes Superiores da Terra.

Caracterizando-se por semelhante atitude, o colaborador do Cristo, seja estadista ou varredor, está integrado com o dever que lhe cabe, na posição de agir e servir, tão naturalmente quanto comunga com o oxigênio no ato de respirar.
Se dirige, não espera que outros lhe recordem os empreendimentos que lhe competem. Se obedece, não reclama instruções reiteradas, quanto às atribuições que lhe são deferidas na disposição regimental dos trabalhos de qualquer natureza. Não exige que o governo do seu distrito lhe mande adubar a horta, nem aguarda decretos para instruir-se e melhorar-se.
Fortalecendo a sua própria liberdade de aprender, aprimorar-se e ajudar a todos, através da inteira consagração aos nobres deveres que o mundo lhe confere, faz-se bem-aventurado em todas as suas ações, que passam a produzir vantagens substanciais na prosperidade e elevação da vida comum.
Semelhante seguidor do Evangelho, de aprendiz do Mestre passa à categoria dos obreiros atentos, penetrando em glorioso silêncio nas reservas sublimes do Celeste Apostolado.
Livro: Fonte Viva - Francisco C. Xavier - Emmanuel

27.1.13


Diante das Contendas 

As piores contendas, no entanto, ocorrem no lar, transformando em ringue de disputas infelizes.
Transferem-se para a oficina de trabalho, tornando irrespirável o clima do lugar em que os debates doentios se estabelecem.
Prosseguem nas atividades sociais, atirando as pessoas, umas contra as outras e fomentando a maledicência, a calúnia, o ultraje moral e, às vezes, a agressão física.
Contende-se por coisas-nenhuma, como por valores de alta monta, pela busca do poder como pela fama.
A contenta é labareda  que ateia incêndios vorazes de difícil extinção.
Livro:  No Rumo da Felicidade - Divaldo P. Franco - Joana de Angelis

26.1.13


Cidadania Espiritual
Antes, o que vislumbrávamos? O nada. Hoje descortina-se, mediante a filosofia dos imortais, uma imensidade de possibilidades.
Daqui escrevo e posso ser compreendido por toda gente. Que maravilha!
De onde estou posso ser percebido e, mais do que isso, expressar as minhas ideias, tudo o que penso.
Esta comunicação intermundos é fundamental para a humanidade.
O deixar de existir é apavorante, então surge o meio para isso: a mediunidade.
É através da mediunidade humana que nos conectamos, unimos dois mundos. O homem precisa saber disso e acreditar. Exercitar sua dupla cidadania dimensional. Por que deixar se esconder num corpo de carne e querer ignorar o que é natural?
Sei que as religiões viram o nariz diante do insofismável, mas não há como negar os fatos. É fato, meus irmãos, que nos comunicamos, eis-me aqui e tantos outros a dizer que não morremos. Por que não acreditar? Seria tudo mais fácil!
Imagino um dia todos se encontrando neste ir e vir de mensagens, como seria?
Alguém tem uma dúvida? Pede orientação.
Alguém está em aflição? Pede consolação.
Alguém está em desespero? Pede esperanças.
Não é somente aos nossos irmãos espíritas que pertence esta comunicação transcendental, isto é propriedade de todo ser humano, então exerçamos esta nossa cidadania espiritual de uma vez por todas. Não sejamos caducos em imaginar que tudo finda e deixar sem esperança o nosso amanhã.
Por não morrer, encontramo-nos mais perto de Deus.
Por extinguir a morte ficamos mais próximos do Criador para ajudá-lo na criação permanente de seu universo.
Por não deixar de existir, podemos nos programar para vencer as nossas imperfeição morais.
Meus caríssimos irmãos, as verdades são inevitáveis. Exerçamos, portanto, e já, esta nossa cidadania espiritual para, finalmente, sermos mais felizes.
Um abraço,
Helder Câmara

24.1.13


NO RECINTO DOMÉSTICO

 Bondade no campo doméstico é a caridade começando de casa.
Nunca fale aos gritos, abusando da intimidade com os entes queridos.
Utilize os pertences caseiros sem barulho, poupando o lar a desequilibrio e perturbação.
Aprenda a servir-se, tanto quanto possível, de modo a não agravar as preocupações da família.
Colabore na solução do problema que surja, sem alterar-se na queixa.
A sós ou em grupo, tome a sua refeição sem alarme.
Converse edificando a harmonia.  é sempre possivel achar a porta do entendimento mútuo, quando nos dispomos a ceder, de nós mesmos, em pequenas demonstrações de renúncia a pontos de vista.
Quantas vezes um problema aparentemente insolúvel pede tão somente uma palavra calmente para ser resolvido!
Abstenha-se de comentar assuntos escandalosos ou inconvenientes.
Em matéria de doenças, fale o estritamente necessário.
Procure algum detalhe caseiro para louvar o trabalho e o carinho daqueles que lhe compartilham a existência.
Não se aproveite da conversação para entretecer apontamentos de crítica ou censura, seja a quem seja.
Se você tem pressa de sair, atenda ao seu regima de urgência com serenidade e respeito, sem estragar a tranquilidade dos outros.

Livro: Sinal Verde - Francisco C Xavier - André Luiz

23.1.13


O SERMÃO DO CENÁCULO
    (João, XIV - XVIII.)
 
    O Sermão do Cenáculo é tão importante, edificante e substancial quanto o Sermão do Monte.
    Este, é a entrada do Espírito na vida perfeita; aquele é a força, a esperança e a fé para prosseguirmos nessa tão gloriosa senda.
    O Sermão do Monte é a prédica pública, dirigida à multidão que, sequiosa da verdade, corria pressurosa a beber, na fonte primordial, os ensinos que lhes aclaravam o entendimento e lhes afagavam o coração oprimido.
    O Sermão do Cenáculo é o conjunto de conselhos, exortações e recomendações que Jesus dirige particularmente àqueles que, de fato, querem ser seus discípulos.
    Leiam os capítulos XIV, XV, XVI e XVII de João e verão neste discurso de Jesus, a bela insofismável, concisa e maravilhosa Doutrina Cristã que o respeitável Mestre fundou na Terra.
    O Lavapés e a Ceia não passam de símbolos, pretexto para a reunião, onde o Mestre deveria exortar, consolar e fortificar seus discípulos, para que, com fé e coragem, resistissem às provas por que iriam passar com a Tragédia do Gólgota.
    O principal de tal reunião não consiste, pois, na Ceia e no Lavapés, como julgaram as igrejas e os sacerdotes. O principal consiste nos ensinos que daí decorrem, como luzes cintilantes, através das páginas dos Evangelhos.
    Depois de haver Jesus repartido com aqueles que deveriam cuidar da sua doutrina, o pão, que para Jesus simbolizava a mesma doutrina, e o vinho que, como essência da vida, representa o Espírito que há de vivificá-la sempre; depois de, munido de uma bacia e cingido de uma toalha, lavar e enxugar os pés de todos, em sinal de humildade e pureza da alma, começa o seu memorável discurso com as doces palavras de resignação, conforto e esperança: "Não se turbe o vosso coração; credes em Deus? Crede também em mim; na casa de meu Pai há muitas moradas..."E prosseguindo em seus ditames garante-lhes que, nem ele, Jesus, deixaria de os assistir e proteger, como também sob a sua direção, o Pai celestial lhes enviaria o Espírito Consolador, cuja falange de mensageiros os auxiliaria na sua gloriosa tarefa.
    Jesus proporciona-lhes toda sorte de auxílio, garante-lhes todas as bem-aventuranças, diz-lhes que continuaria a viver, voltaria, se manifestaria e lhes daria assistência por todos os séculos dos séculos!
    Faz ainda mais; avisa-lhes que não se manifestaria ao mundo, porque o mundo não estava preparado para recebê-lo; os homens não tinham os "corpos lavados" quanto mais os pés para segui-lo. Garante, por fim, a seus futuros apóstolos, o amor de Deus, e acrescenta que tudo o que lhes havia dito fora com o assentimento do Pai: que a palavra não era sua, mas sim de Deus.
    Após este substancioso intróito, transfundiu em seus discípulos o espírito vivificante da fé na imortalidade e, em forma de parábola, prosseguiu em suas exortações.
    Começa o Mestre comparando-se a uma videira, e anuncia que é a "verdadeira videira" .
    A videira é composta de tronco, galhos, folhas e frutos.
    Os galhos saem do tronco e têm por fim produzir folhas e frutos.
    Assim também seus discípulos devem estar unidos a ele, como os galhos à videira, e para permanecerem na videira precisam dar frutos, como galhos que são da videira verdadeira. E faz-lhes ver que a "vara que não der frutos será cortada e lançada fora", mostrando assim a necessidade do trabalho espiritual para a frutificação da virtude. E assim como o galho, a vara recebe a seiva da videira, labora, manipula-a para que brotem frutos, - as uvas - assim também os apóstolos ou discípulos recebem o Espírito da fé do seu Mestre, para trabalharem com esse Espírito, abençoada seiva, a fim de brotarem os frutos desse labor.
    A fim de melhor frisar a necessidade do cumprimento desse dever, Jesus diz que o viticultor da videira, representado nele, é o Pai celestial, é o Criador de todas as coisas, é , finalmente, Deus.
    Com esta afirmação o Mestre quis dizer que sua obra é divina, celestial e, portanto, nenhuma potestade conseguirá destruí-la, pois o viticultor não deixará de zelar pela sua videira.
    Então o Senhor abre a seus seguidores o seu amoroso coração, embalsamado dos mais puros sentimentos e dos mais vivos afetos e lhes diz: "Assim como o Pai me amou, assim também eu vos amei; permanecei no meu amor; e se guardardes os meus mandamentos, permanecereis no meu amor, assim como eu tenho guardado os mandamentos de meu Pai e permaneço no seu amor."
    Disse mais: que eles só seriam seus amigos se fizessem o que Ele lhes ordenara, e passou então a preveni-los do que lhes estava para acontecer: "que o mundo os aborreceria, que eles seriam perseguidos, mas não se dessem por vencidos, porque venceriam".
    Insistiu tenazmente para que todos esperassem a "vinda do Espírito da Verdade, dos Espíritos encarregados de guiar seus passos, de lhes alumiar o caminho, de lhes fortificar a fé". Disse que esses Espíritos dariam testemunho dEle, e fariam mais ainda: "convenceriam o mundo do pecado, da justiça e do juízo".
    Determinou a seus discípulos dissessem às gerações não ter Ele dito a última palavra, mas, ao contrário, haver ainda muita coisa a dizer; não o fazia porque eles não compreenderiam, mas o Espírito da Verdade ficaria encarregado dessa missão,: apóstolos invisíveis estariam sempre com aqueles que quisessem receber a sua palavra, e além de explicá-la a contento, anunciariam as coisas que teriam de acontecer.
     Finalmente, o Mestre oferece aos seus seguidores, sua palavra de despedida; demonstra a sua compaixão por todos; exorta-os novamente para que se precavenham nas tribulações; anima-os à vitória; mostra-se-lhes como vencedor e lhes anuncia a aproximação da hora em que iam ser espalhados, cada um para o seu lado.
     Conclui, afinal, a sua tocante prédica com uma prece, uma oração, um brado da alma para melhor santificar as suas palavras, para fazê-las vibrar na alma de seus discípulos, para unir aquela igreja nascente aos agentes da divina vontade; para unir aquele punhado de homens, que para o futuro seriam baluartes da verdade; finalmente para lhes demonstrar que estava em íntima ligação com o Pai dos Espíritos e que dEle havia recebido todas as ordens.
    É de ver que Jesus, nessa mesma prece, não só orou por aqueles que consigo se achavam; mas pediu até por nós, que meditamos hoje nos seus ensinos e por todos aqueles que mais tarde receberão esses ensinos.
    Esses atos, essas palavras, esse espírito de dedicação, esse zelo sobre-humano, esse caráter edificante com que o divino Mestre ilustrou todos os momentos de sua vida, ungido sempre daquela caridade que excede a todo entendimento humano; essa prece extraordinária, admirável, em que, num colóquio de amor com o Supremo Criador, resumiu, deu conta da sua grandiosa missão e ao mesmo tempo solicitou para todos o amparo dos Céus, só podiam ser apreciados à luz do Espiritismo, porque é, na verdade, esta doutrina que estava destinada pelo próprio Jesus a transfundir na alma humana a seiva vivificante do Evangelho.
    O Sermão do Cenáculo encerra, como o do Monte, todas as condições doutrinárias, para felicitar o homem na Terra e divinizá-los nos Céus.
    Quem ouve estas palavras e põe em prática estes ensinamentos, edifica sua casa sobre rocha; e embora soprem os ventos e corram as águas, a casa permanece e o amparo dos bons Espíritos nunca falta a seus moradores.
 
Livro: Parábolas e Ensinos de Jesus - Cairbar Schutel

22.1.13


Questão 191 do Livro dos Espíritos
    O ESTADO DA ALMA

    O estado da alma em suas primeiras vestimentas materiais é rudimentar, pelos rudimentos de Vida que se apresentam no espírito ainda em sono. Entretanto, mesmo naquele estado primitivo, a sua natureza tem valores imortais que o porvir irá conhecer como semelhantes aos dos espíritos superiores.
    Deus, o Supremo Camartelo, criou a vida em todas as suas seqüências, vida esta que obedecerá às leis criadas por Ele mesmo. Compete a cada criatura movimentar-se, mesmo inconsciente, e quando a lucidez se fizer presente pela regência do tempo, ela entrará na corrente do progresso, com o esforço próprio, de maneira a acelerar o despertamento do espírito como sendo a sua conquista, no que lhe toca fazer. As próprias paixões representam um desenvolvimento da alma, não a perfeição, a qual virá depois, pelo conhecimento e prática do amor.
    As tribos indígenas nem sempre são compostas de almas primitivas; existem muitos índios que alí vieram como provações, e nesse estágio de provas acabam ensinando muita coisa aos outros, que desconhecem o princípio de muitas leis naturais. Há grandes espíritos, intelectualmente falando, que ingressam nesses meios para aprenderem a simplicidade, abrindo os olhos para a natureza e bebendo dela a luz da paciência, porque na posição em que antes se encontravam, se achavam cegos pelo orgulho e pela vaidade.
    Quantos deles não foram, por bênção de Deus, ressurgir nas tribos africanas - para eles uma degradação biológica, racial e social - no sentido de quebrar a prepotência, amenizar o ódio e entrar no aprendizado da humildade? Quando os navios negreiros trouxeram da África para o Brasil milhares e milhares de negros, muitos dos quais vieram juntos, e muitos deles eram antigos patrícios romanos, que se degradaram pela luxúria e maldade. Vieram, ou voltaram, como escravos onde o chicote e a masmorra era a escola da tala para a pele e do engenho para os sentimentos. Era, realmente, correção, que ocorreu na Terra e o tempo conhecia aqueles negros que antes foram senhores implacáveis. Muitos deles melhoraram, adotando os princípios de humildade e obediência, tomando-se úteis em todos os trabalhos caseiros, uns, na figura das mães pretas como amas de muitas utilidades na criação dos filhos dos seus senhores; outros, como conhecedores de ervas, como curandeiros de fama, que curavam os próprios carrascos e familiares quando adoeciam. Já se destacavam naquela época os negros inteligentes, ainda que sem qualquer tipo de instrução. Muitos eram filhos de escravas com senhores de engenho, para terem melhores oportunidades de aprender e, daí, ajudar na libertação da raça. Se regrediram material, social ou intelectualmente, tal não ocorreu espiritualmente.
    A vida registra tudo que fazemos em todos os ângulos dela, sem perder um til que seja. Tudo no mundo é aproveitado para o bem da coletividade. Deus é Deus de bondade e de amor e, no grande empenho de ajudar a todos, usa os recursos que acha mais conveniente. O espírito é um viajor da eternidade, que passa de país para país, de mundo a mundo, buscando novos entendimentos e acendendo novas luzes no coração.

Livro: Filosofia Espírita IV - João Nunes Maia - Miramez 

19.1.13


A Cruz
Onde estiver a vossa fé, lá estará Deus.
Deus, meu Deus, onde estão as cruzes para nós carregarmos?
Quero as cruzes para poder expressar o meu amor a Ti. Sem as cruzes, como poderei dizer-Te o quanto sou grato à Tua presença na minha vida. Por isso, ofereço-me para o que quiseres, qual o Cristo fez.
Carregar a cruz é símbolo de obediência à vontade de Deus. Quem sabe carregar a cruz está dando uma demonstração de obediência e coragem à vontade do Criador Deus Pai e você sabe o que isto significa? Significa confiar, ter fé, não questionar o que venha Dele todos os dias. É simplesmente aceitar os Seus desígnios. Isto não é fácil se não tivermos fé.
Deus não impõe nada. Ele nos convida para seguirmos com Ele na estrada da vida. A vida naturalmente, como toda estrada, tem seus altos e baixos. Tem estradas limpas e sujas. Tem estradas planas e buracos enormes a serem transportados. Cairemos aqui, subiremos ali, e a jornada prossegue.
Saber entender a estrada da vida como um desafio a ser passado com altivez na alma é trabalho constante do bom cristão. O Cristo, representando Deus na Terra, mostrou-nos como prosseguir com determinação. Como Ele fez isto por todos nós, nós deveremos fazer o mesmo. Não confie nas suas intuições que lhe digam para descansar, não, porque Deus é todo trabalho, trabalho e boa ventura.
Deus nos pede nesta caminhada infinda que confie Nele, apenas isso. Os Seus passos são certeiros, nunca falha. Ele vai mostrar a você que a aventura da vida é maravilhosa e que ao encontrar as dificuldades inerentes à vida isto vai lhe servir de teste para aumentar a sua confiança Nele.
Eu peço que confiem nos desígnios do Criador porque assim fazendo a jornada se tornará mais feliz. Não enxergaremos com um empecilho, um desabono, mas um incentivo para seguir mais adiante, uma vez que o desafio superado lhe mostrará a sua capacidade de superação.
Como é que vamos provar para nós mesmos a nossa estirpe divina se não for pelos desafios constantemente superados?
Este é o caminho, meus irmãos. Sigamos neles confiantes e Deus tudo proverá. Repito: Deus tudo proverá.
Em paz com Deus,
Helder Camara

18.1.13


ACORDA E AJUDA
“Segue-me e deixa aos mortos o cuidado de enterrar os mortos.” ─ Jesus. (Mateus, 8, 22)
Jesus não recomendou ao aprendiz deixasse “aos cadáveres o cuidado de enterrar os cadáveres”, e sim conferisse “aos mortos o cuidado de enterrar os seus mortos”. Há, em verdade, grande diferença. O cadáver é carne sem vida, enquanto um morto é alguém que se ausenta da vida. Há muita gente que perambula nas sombras da morte sem morrer.
Trânsfugas da evolução, cerram-se entre as paredes da própria mente, cristalizados no egoísmo ou na vaidade, negando-se a partilhar a experiência comum.
Mergulham-se em sepulcros de ouro, de vício de amargura e ilusão. Se vitimados pela tentação da riqueza, moram em túmulos de cifrões; se derrotados pelos hábitos perniciosos, encarceram-se em grades de sombra; se prostrados pelo desalento, dormem no pranto da bancarrota moral, e, se atormentados pelas mentiras com que envolvem a si mesmos, residem sob as lápides, dificilmente permeáveis, dos enganos fatais.
Aprende a participar da luta coletiva.
Sai, cada dia, de ti mesmo, e busca sentir a dor do vizinho, a necessidade do próximo, as angústias de teu irmão e ajuda quanto possas.
Não te galvanizes na esfera do próprio “eu”.
Desperta e vive com todos, por todos e para todos, porque ninguém respira tão somente para si.
Em qualquer parte do Universo, somos usufrutuários do esforço e do sacrifício de milhões de existências.
Cedamos algo de nós mesmos, em favor dos outros, pelo muito que os outros fazem por nós.
Recordemos, desse modo, o ensinamento do Cristo.
Se encontrares algum cadáver, dá-lhe a bênção da sepultura, na relação das tuas obras de caridade, mas, em se tratando da jornada espiritual, deixa sempre “aos mortos o cuidado de enterrar os seus mortos”
Livro: Fonte Viva - Francisco C Xavier - Emmanuel

17.1.13


ALÉM DOS OUTROS

Trabalhar no horário comum irrepreensivelmente, cuidar dos deveres domésticos, satisfazer exigências legais e exercitar a correção de proceder, fazendo o bastante na esfera das obrigações inadiáveis, são tarefas peculiares a crentes e descrentes na senda diária.
Jesus, contudo, espera algo mais do discípulo.
Correspondes aos impositivos do trabalho diuturno, criando coragem, alegria e estímulo, em derredor de ti?
Sabes improvisar o bem, onde outras pessoas se mostraram infrutíferas?
Aproveitas, com êxito, o material que outrem desprezou por imprestável?
Aguardas, com paciência, onde outros desesperaram?
Na posição de crente, conservas o espírito de serviço, onde o descrente congelou o espírito de ação?
Partilhas a alegria de teus amigos, sem inveja e sem ciúme, e participas do sofrimento de teus adversários, sem falsa superioridade e sem alarde?
Que dás de ti mesmo no ministério da caridade? Garantir o continuísmo da espécie, revelar utilidade geral e adaptar-se aos movimentos da vida são característicos dos próprios irracionais.
O homem vulgar, de muitos milênios para cá, vem comendo e bebendo, dormindo e agindo sem diferenças fundamentais, na ordem coletiva. De vinte séculos a esta parte, todavia, abençoada luz resplandece na Terra com os ensinamentos do Cristo, convidando-nos a escalar os cimos da espiritualidade superior. Nem todos a percebem, ainda, não obstante envolver a todos. Mas, para quantos se felicitam em suas bênçãos extraordinárias, surge o desafio do Mestre, indagando sobre o que de extraordinário estamos fazendo.
Livro: Fonte Viva - Francisco C Xavier - Emmanuel

16.1.13


FALSOS PROFETAS
Caracterizam-se pelo verbalismo exagerado, quando utilizando a instrumentalidade mediúnica. Em arroubos dourados comentam, prolixos, os mais variados temas, não obstante chegarem a conclusão nenhuma. Cultores da própria vaidade, comprazem-se em estimular o fanatismo exacerbado, utilizando a palavra com habilidade, através de cujo recurso encorajam os sentimentos infelizes do orgulho entre os seus ouvintes, cumulando-os de referências pomposas embora vazias de significação. Quando se lhes solicitam esclarecimento ou permitem interrogações à cata de informes com os quais seja possível aquilatar-lhes a evolução, rebelam-se ferozes, dizendo-se feridos nos valores que a si se atribuem, traindo a inferioridade em que se demoram.
Arrogantes, estimam a ignorância presunçosa dominadores e arbitrários, com altas doses de empáfia com que se jactam guias e condutores. Outras vezes arremetem-se pela seara do profetismo sensacionalista, enveredando pelo terreno das fantasias, tão do gosto da frivolidade ou da ingenuidade de grande cópia das criaturas humanas. Tecem comentários vastos sobre a vida em outros planetas, discorrendo, levianos, temas controvertidos nos quais, sejam quais forem as conclusões da honesta investigação do futuro, dispõem de válvulas para escapatórias vulgares. Pseudosábios conforme os denominou o Codificador do Espiritismo, quando se percebem suspeitos ante os que os ouvem, não se constrangem de utilizar nomes que exornaram personalidades históricas, sábios ou santos para melhor enganarem os espíritos invigilantes, embora encarnados, que se comprazem na ilusão, distantes da responsabilidade pessoal e intransferível da tarefa de renovação interior.
Falsos profetas da Erraticidade, que são!
A desencarnação não os modificou - Amantes da ficção e sócios da mentira, quando no corpo somático, prosseguem no engôdo a que se permitiram arrastar, sintonizando com outras mentes ociosas do plano físico, a que se vinculam, dando prosseguimento aos programas infelizes que lhes apraz.
Fáceis de identificar, devem evangelicamente receber instrução, advertidos e reprochados fraternalmente.
Às vezes, investem contra grupos respeitáveis, testando a excelência moral dos componentes da atividade espírita em começo - Precipitados, todavia, logo desvelam os propósitos que os inspiram.
Também os há no plano físico.
Zelosos, passam como fiscais do labor alheio, preocupados em encontrar em tudo e em todos mistificações e mistificadores, com que traem o estado Íntimo - Acreditam-se encarregados de guardar a Verdade e somente eles a possuem em mais altas expressões, descuidando, como é natural, do próprio comportamento, revelando, assim, nas atitudes apaixonadas e nas posições inamovíveis a que se fixam, a condição de espíritos atormentados, companheiros atormentadores.
Confiam nas forças que supõem possuir, jactanciosos, esquecidos de que a Vinha pertence ao Senhor que labora incessantemente.
Preocupados em descobrir falhas e engodos descuram a atividade nobre de ensinar corretamente, relegando como deveriam os irresponsáveis à Lei que deles se encarregará, fiscalizando-se com maior serenidade, a benefício da Causa ou das Ideias que dizem defender.
Expressam uma classe especial de falsos profetas - são os novos zelotes.
A mentira, porém, de qualquer procedência, não resiste ao tempo, nem à meridiana luz da autenticidade.
Os que mentem, encarnados ou desencarnados, não desacreditam a verdade: iludem-se, perturbando-se, em decorrência das atitudes e conceitos cultivados.
Por essa razão, ama tu a atitude correta, ora e vigia, para que não sejas vítima daqueles espíritos atormentados e enganadores do Além - Da mesma forma não te faças acusador de ninguém, antes impõe-te a tarefa de proceder com retidão, ensinar com segurança doutrinária e servir sempre, pois que o Senhor até hoje trabalha, sem a excessiva preocupação de eliminar do campo os maus trabalhadores aos quais concede Ele oportunidade e oportunidades, por não desejar que ovelha alguma que o Pai lhe confiou se perca, mas antes seja salva.
"Meus bem-amados, NÃO CREAIS EM QUALQUER ESPÍRITO; experimentai se os Espíritos são de Deus, porquanto muitos falsos profetas se têm levantado no mundo". São João, Epístola 1ª, Capítulo 4º, versículo 1.
"O Espiritismo revela outra categoria bem mais perigosa de falsos Cristos e de falsos profetas, que se encontram, não entre os homens, mas entre os desencarnados: a dos Espíritos enganadores, hipócritas, orgulhosos e pseudo sábios, que passaram da Terra para a erraticidade e tomam nomes venerados para, sob a máscara de que se cobrem, facilitarem a aceitação das mais singulares e absurdas ideias". Evangelho Segundo o Espiritismo - Capítulo 21º - Item 7, parágrafo 2.
Livro: Florações Evangélicas - Divaldo P. Franco - Joanna de Ângelis

14.1.13


Os Dois Lados da Vida
Um termômetro de como está atualmente a humanidade pode ser exemplificado nos fatos recentes que tenho acompanhado na mídia. Umas pessoas, ainda completamente descomprometidas com Deus, assassinaram pessoas como a sangue frio.
Uma senhora vindo para sua casa, grávida, é cruelmente assassinada por dois rapazes numa motocicleta. Que cena terrível deve ter sido, não? Como pode dois irmãos fazerem uma coisa dessas? Duas vidas ceifadas cruelmente. Uma que estava por nascer, inclusive. Sei que nos planos de Deus nada ocorre por acaso, mas ai daquele que provoca o escândalo como bem lembrou o Nosso Senhor Jesus Cristo.
Uma cena como esta fica na memória pela frieza, pela falta de Deus nestes nossos irmãos. É de revoltar sim com isso. Não para se vingar, jamais, mas para despertarmos que ainda existe o mal na Terra e ele se mostra com garras terríveis, às vezes.
Não é somente isso, porém.
Outro caso que me chamou a atenção – e este é para o bem – é o nível de solidariedade do compositor carioca Zeca Pagodinho. Sua comunidade Xerém, no Rio de Janeiro, foi submersa às águas por chuvas fortes. Ele, braviamente, saiu do conforto do seu sítio para socorrer seus irmãos de comunidade. Que belo exemplo, não? Saiu de casa para dizer a todos que a dor de seus vizinhos era a sua própria dor, deixando a situação de Xerém mais visível aos olhos de todos para que a ajuda não se demorasse e outros, com seu gesto, também promovesse a ajuda à coletividade.
Meus filhos, esta é a situação que vive o nosso planeta nos dias atuais. De um lado, a miséria moral, de outro, a solidariedade total.
Precisamos saber que nem tudo é um vale de lágrimas, que há esperança nos atos de irmãos que se preocupa com outros irmãos. As notícias da mídia devem servir para nos mostrar a realidade como ela é, sem subterfúgios, transparentemente, meus filhos.
Não podemos tendenciar em afirmar que tudo está perdido porque não está. A presença do bem na Terra é inevitável e crescente, mas devemos nos acostumar em ouvir estas notícias de maldade com precaução. É um reflexo do atual estágio evolutivo do planeta, tão somente. Calma. Não generalize. Tenha paciência que o mundo se transforma e você é mais um agente dessa mudança.
Confie e siga os passos de Jesus.
Um abraço,
Helder Camara

12.1.13

Idéias ao Léu

 Diante de quem te acusa,
 Guarda este lema por guia:
 Se não tens razão, não fales;
 Se tens razão, silencia...

Vendo os cristãos em litígio -
 Falo de nós e destoutros -,
 Tenho a impressão que o Evangelho
 Foi escrito para os outros.

  Quem melhor sabe do Cristo,
 Mais que o crente que se dome,
 Talvez dele não conheça
 Muito mais do que seu nome...

Quem fala sobre a virtude
 Com mestria e perfeição,
 Não raro, lavra por si
 A própria condenação...

Lição com que me deparo
 E a custo tenho aprendido:
 Se não queres perdoar,
 Não te sintas ofendido.

O moralismo parece
 A flor que, às demais se impondo,
 Oculta por entre as pétalas
 Furioso marimbondo...

Livro: Espinhos e Estrelas -Carlos A. Baccelli - Eurícledes Formiga

11.1.13


Lei de Causa e Efeito
Curso Avançado de Espirtismo - Capítulo 16
 Lei de Causa e Efeito
 Introdução A Lei de Causa e Efeito, conhecida também com o nome de Lei de Ação e Reação ou Lei do Carma, é uma lei natural, espiritual e universal, essencial para a evolução das almas.
 André Luiz [Ação e Reação] nos diz:
 "É a conta do destino criada por nós mesmo, englobando os créditos e os débitos que em particular nos digam respeito. É o sistema de contabilidade do Governo da Vida."
 Consiste, portanto, nos padrões de hábito que uma pessoa estabeleceu e as repercussões desses padrões sobre si mesma e sobre os outros.Princípios Fundamentais
 Allan Kardec examina [CI-cap VII] com profundidade a Lei de Causa e Efeito. Através de 33 itens, ele tece inúmeros comentários importantes a respeito.
 Apresentamos uma síntese:
 a) "O estado feliz ou desgraçado de um Espírito é inerente ao seu grau de pureza ou impureza. A completa felicidade prende-se à perfeição. Toda imperfeição é causa de sofrimento e toda virtude é fonte de prazer." O homem sofre em função dos defeitos que tem: a inveja, o ciúme, a ambição, os vícios sociais são as causas fundamentais dos sofrimentos. Diz Kardec, que a alma que tem dez imperfeições, por exemplo, sofre mais do que a que tem três ou quatro. Portanto, o único caminho que nos levará à felicidade completa é o do esforço constante no combate às más inclinações, através da reforma íntima;
 b) "O bem como o mal são voluntários e facultativos: livre o homem não fatalmente impelido para um nem para outro." Em [LE-qst 645] os benfeitores espirituais afirmam que não há arrastamento irresistível. O homem tem sempre liberdade de escolher entre o bem e o mal e seguir o caminho da correção ou do vício. Por esse motivo, por ter escolhido livremente a opção a tomar, ele torna-se responsável pelos seus atos.
 Emmanuel diz: "A semeadura é livre, mas a colheita é obrigatória."
 c) "A responsabilidade das faltas é toda pessoal, ninguém sofre por erros alheios, salvo se a eles deu origem quer provocando-os pelo exemplo quer não os impedindo quando poderia fazê-los." Perante a Lei de Causa e Efeito não existem "vítimas". Só respondemos pelos nossos atos e jamais pelos atos alheios. A ninguém deve o homem culpar em caso de sofrimento, a não ser a ele mesmo, pela sua incúria, seus excessos ou a sua ambição. Quando mais de uma pessoa vêm a cometer o mesmo erro, tornam-se todos incursos na Lei de Causa e Efeito e, muitas vezes, deverão, juntos, repararem esse erro. Muitos casos de calamidades coletivas, expiações de grupos ou famílias inteiras enquadram-se nessa situação. O carma, portanto, pode ser:
 . Individual: um único Espírito está incurso na Lei;
 . Familiar: quando vários membros de um mesmo núcleo familiar estão inseridos no processo cármico;
 . Coletivo: quando toda uma coletividade comprometeu-se com a mesma falta.
 d) "A alma traz consigo o próprio castigo ou prêmio, onde quer que se encontre, sem necessidade de lugar circunscrito." Céu e Inferno, ensina-nos a Doutrina Espírita são estados de consciência. O primeiro corresponde a uma consciência tranquila em função do serviço bem feito e da atitude sempre correta. O segundo existe em decorrência da culpa, do remorso, que cria para a alma viciosa um campo magnético negativo, através do qual as obsessões, as enfermidades físicas ou psíquicas, ou mesmo os lances desditosos da existência vão se desenvolver. André Luiz denomina "zona de remorso" a esta área que se estabelece na consciência do homem ante a atitude incorreta. Segundo este autor, a "zona de remorso" será responsável pela radiação doentia que vai infelicitar o perispírito do indivíduo, carreando para ele uma série de possibilidades dolorosas.
 ______________________QUADRO VI - Mecanismo da dor
 Atitute incorreta ----> Zona de Remorso  ----> Lesão perispirítica em decorrência de radiações doentias = --> DOR FÍSICA  ----> Plasma o corpo físico enfermo --> DOR MORAL  ----> Gera um campo magnético negativo que atrai a desdita --> OBSESSÕES  ----> Permite a sintonia com a vítima
 ______________________
 e) "Toda falta cometida é uma dívida contraída que deverá ser paga; se o não for na mesma existência, se-lo-á na seguinte ou seguintes."Em muitas oportunidades, as faltas cometidas numa existência, podem ser reparadas na mesma encarnação; outras vezes, somente na existência posterior terá a alma culpada condições de resgate; e, em determinadas situações, serão necessárias diversas encarnações para que a dívida seja saldada. Bezerra de Menezes [Dramas da Obsessão] lembra que em algumas oportunidades a alma culpada não possui condição evolutiva ou estrutura psicológica para receber a carga de sofrimento, decorrente do erro. Nestes casos, a lei dá-lhe um tempo de moratória para que se estruture intimamente e possa, no futuro, responder pela falta. Registra-mos as palavras do benfeitor: "Existem obsessores tolhidos numa reencarnação para a experiência de catequese, quando, então, todas as facilidades para um aprendizado eficaz das leis do Amor e da Fraternidade lhes serão apresentadas. Muitos, só mais tarde, em encarnações posteriores, estarão em fase de reparações e resgates."
 f) "Pela natureza dos sofrimentos e vicissitudes da vida corpórea pode julgar-se a natureza das faltas cometidas em anteriores existências." Allan Kardec comenta [LE-qst 973]: "cada um é punido naquilo em que errou"; porque observa-se uma correspondência íntima entre o tipo de sofrimento e o tipo de falta. André Luiz [Ação e Reação] apresenta várias possibilidades, como mostra o quadro abaixo.
 QUADRO VII - Lei de Causa e Efeito
 Falta Resgate:
 Aborto - Esterilidade, doenças genitais.
 Incontinência sexual ou erros no amor - Impotência sexual ou frigidez, decepções na vida afetiva
 Ociosidade, indolência - Desempregos, má remuneração profissional, paralisias
 Calúnia ou maledicência - Doenças das cordas vocais
 Beleza física mal canalizada - Doenças de pele
 Erros cometidos no esporte e na dança - Reumatismos diversos
 Inteligência canalizada para o mal - Hidrocefalia, oligofrenias
 Suicídio - Doenças congênitas graves, acidentes mortais na infância e adolescência
 g) "A mesma falta pode determinar expiações diversas, conforme as circunstância atenuantes ou agravantes." Dois fatores condicionam sempre a gravidade de uma falta: a intenção e o conhecimento do erro. Embora as faltas sejam sempre as mesmas, a responsabilidade do culpado ante o deslize será maior ou menor em função do grau de conhecimento que ele possui e de sua intenção ao cometê-lo. Com relação ao grau de adiantamento, Kardec informa que as almas mais grosseiras e atrasadas são, via de regra, mais atingidas pelos sofrimentos materiais, enquanto os Espíritos de maior sensibilidade e cultura são mais vulneráveis aos sofrimentos morais.
 h) "Não há uma única ação meritória que se perca: todo ato meritório terá recompensa." A Lei de Causa e Efeito não apenas pune o culpado, mas também premia a alma vitoriosa. Denomina-se "carma positivo" aos condicionamentos sadios que o Espírito atrai para si, em decorrência de atitudes corretas e vivência altruística;
 i) "A duração do castigo depende da melhoria do culpado. O Espírito é sempre o árbitro da própria sorte, podendo prolongar o sofrimento pela persistência no mal ou suavizá-la ou mesmo superá-la em função de sua maneira de proceder." Kardec mostra que não existe condenação por tempo determinado. O que Deus exige, por termo do sofrimento, é um melhoramento sério, efetivo, sincero de volta ao bem;
 j) "Arrependimento, expiação e reparação constituem as três condições necessárias para apagar os traços de uma falta." O arrependimento pode dar-se por toda parte e em qualquer tempo; se for tarde, porém, o culpado sofre por mais tempo. Mas não basta o arrependimento, embora ele suavize os cravos da expiação. A expiação consiste nos sofrimentos físicos ou morais que são consequentes à falta, seja na vida atual, seja na vida espiritual após a morte, ou ainda em nova existência corporal. A reparação consiste em fazer o bem àqueles a quem se havia feito o mal. Quem não repara os seus erros numa existência, achar-se numa encarnação ulterior em contato com as mesmas pessoas de modo a demonstrar reconhecimento e fazer-lhes tanto bem quanto mal lhes tenha feito.
 ______________________
 QUADRO VIII - Fases do resgate do erro
 1. Arrependimento
 2. Expiação
 3. Reparação
 ______________________
 Bibliografia
 1) O Livro dos Espíritos - Allan Kardec
 2) O Evangelho Segundo o Espiritismo - Allan Kardec
 3) O Céu e Inferno - Allan Kardec
 4) Ação e Reação - André Luiz/Chico Xavier
 5) Vidas de Outrora - Eliseu Rigonatti
 6) Dramas da Obsessão - Bezerra de Menezes/Yvonne Pereira
 Apostila Original: Instituto de Difusão Espírita de Juiz de Fora - MG

10.1.13


Reconheço que o texto é longo, mas capítulo do livro Parábolas e Ensinos de Jesus escrito por Cairbar Schutel, parece ter sido escrito hoje.
OS SINAIS DOS TEMPOS
    "Ao sair Jesus do templo, disse-lhe um dos seus discípulos: Olha, Mestre, que pedras e que edifícios! Disse-lhe Jesus: Vê estes grandes edifícios? Não ficará pedra sobre pedra que não seja derrubada.
    "Estando ele sentado no Monte das Oliveiras, defronte do templo, perguntaram-lhe em particular Pedro, Tiago e João e André: Dize-nos quando sucederão estas coisas, e que sinal haverá quando elas estiverem para se cumprir? Então Jesus começou a dizer-lhes: Vede que ninguém vos engane. Muitos virão em meu nome, dizendo: Sou eu, e enganarão a muitos. Quando porém, ouvirdes falar de guerras, e rumores de guerras, não vos assusteis: porque é necessário que assim aconteça mas não é ainda o fim. Pois se levantará nação contra nação, e reino contra reino. Haverá terremotos em vários lugares, e haverá fomes: estas coisas são o princípio das dores. Estais vós de sobreaviso; pois vos hão de entregar aos tribunais e sereis açoitados nas sinagogas, e haveis de comparecer diante dos reis e governadores por minha causa, para lhes servir de testemunho. Mas é necessário que primeiro o Evangelho seja pregado a todas as nações. E quando vos conduzirem para vos entregar, não vos preocupeis com o que haveis de dizer, mas falai o que vos for dado naquela hora, porque não sois vós os que falais, mas o Espírito Santo. Um irmão entregará à morte a seu irmão e um pai a seu filho; e os filhos se levantarão contra seus pais e os farão morrer. Sereis também odiados de todos por causa do meu nome; mas aquele que perseverar até o fim será salvo.
    "Quando, porém, virdes a abominação da desolação estar onde não deve, então os que estiverem na Judéia fujam para os montes; o que se achar no eirado, não desça e nem entre para tirar as coisas de sua casa; e o que estiver no campo, não volte para tomar sua capa. Mas ai das que estiverem grávidas e das que amamentarem naqueles dias! Rogai que não suceda isso no inverno; porque aqueles dias serão de tribulação, tal qual nunca houve deste o princípio da criação por Deus feita até agora, nem haverá jamais. E se o Senhor não abreviasse aqueles dias, ninguém seria salvo; mas por causa dos eleitos, que ele escolheu, os abreviou.
    "Então se alguém vos disser: Eis aqui o Cristo! ou: Ei-lo acolá! Não acrediteis; levantar-se-ão falsos Cristos e falsos profetas, e farão milagres e prodígios, para enganar os eleitos se possível fora. Estais vós de sobreaviso; de antemão vos tenho dito todas as coisas.
    "Mas naqueles dias, depois daquela atribulação, o Sol escurecerá, a Lua não dará mais claridade, as estrelas cairão do céu e as potestades celestes serão abaladas. Então se há de ver o Filho do Homem vindo nas nuvens com grande poder e glória. E ele enviará os anjos e ajuntará os seus eleitos dos quatro ventos, da extremidades da Terra à extremidade do céu". (Marcos, XIII, 1-27)

    Este trecho do Evangelho, provavelmente da última fase da vida de Jesus, é digno do nosso estudo e atenção.
    Já o Mestre havia lançado o seu libelo contra os escribas e fariseus, os cegos guias de cegos, que erigiam os sepulcros dos profetas a quem seus pais haviam trucidado; aos traficantes das graças de Deus; aos vendilhões do templo. Ele já havia lamentado Jerusalém, que matava os profetas e enviados que transpunham suas portas quando, ao chamarem os discípulos sua atenção para as grandezas do templo, aproveitou-se da oportunidade para proferir, perante eles, o seu Sermão Profético, como o chamam os Evangelhos.
    Foi nessa ocasião que Jesus falou aos discípulos dos tempos que haviam de chegar e das ocorrências que se desenrolariam no mundo, até a iniciação de uma nova fase de vida para a Humanidade.
    Sem outro exórdio que pudesse desviar a atenção dos admiráveis painéis por meio dos quais mostrou aos que o cercavam os fatos que se desenrolariam depois da sua passagem para a espiritualidade, começou Jesus a falar do grande e suntuoso Templo de Jerusalém, do qual não ficaria pedra sobre pedra.
    Era este o sinal maior dos acontecimentos que estavam próximos, e foi justamente o que se realizou.
    Do Templo de Jerusalém , não ficou pedra sobre pedra, como também não ficará pedra sobre pedra de todos os monumentos que o orgulho, a vaidade e o egoísmo humano edificaram em nome de Deus!
    Grande era a missão que cumpria ao Mestre levar a termo, e de retirada do Templo onde ele havia apostrofado os sacerdotes, o Mestre seguira para o Monte das Oliveiras, sítio predileto onde, por várias vezes, se tinha reunido com os seus discípulos, mostrando-lhes do alto do pico, cuja vista abrangia extensos horizontes, as belezas da Natureza matizada pelos reflexos do Sol.
    Sentado na relva, melancólico e pensativo, começou então o Mestre a responder às perguntas daqueles que deveriam apostolar a sua causa, salientando os fatos que assinalariam o fim dos tempos do mundo sacerdotal, que precederia o início do mundo espiritual, ou seja da fase iniciativa do reinado do Espírito sobre a matéria. Tomando como símbolo das grandezas humanas o Templo de Jerusalém, Jesus fez ver a seus discípulos que todas essas pompas luxuosas, que adormecem o Espírito e aniquilam o sentimento, distraem os homens de seus deveres para com Deus e o próximo, impedindo as almas de cumprirem seus deveres evangélicos.
    O Mestre já havia também predito os grandes martírios que teria de sofrer, predições que se realizaram à letra; mas que tudo isso era preciso que se cumprisse; e que ele voltaria ao mundo no tempo da restauração final da sua palavra. Mas, antes disso, o mundo teria de passar por grandes transformações e a Humanidade por grandes sofrimentos.
    Perguntando-lhe os discípulos a época em que ocorreriam esses acontecimentos, Jesus começou por ensiná-los a raciocinar, ensinando-lhes a discernir os homens e os Espíritos, a fim de poderem distinguir os tempos preditos.
    "Cuidado! Ninguém vos engane, porque muitos virão em meu nome dizendo: eu sou o Cristo, e enganarão a muitos.
    "Se alguém vos disser: eis aqui o Cristo ou ei-lo ali, não acrediteis; porque hão de levantar-se falsos Cristos e falsos profetas e mostrarão tais sinais e milagres que, se fora possível, enganariam até os escolhidos.
    "Se disserem que o Cristo está no deserto, não saiais; se disserem que está no interior da casa não acrediteis, porque assim como o relâmpago sai do Oriente para o Ocidente, assim será a vinda do Filho do Homem".
    Com esta exposição Jesus fez ver que a sua vinda não seria como daquela vez, em que fora crucificado; viria em Espírito, presidindo o grande movimento de espiritualização do mundo, tal como se está verificando sob os auspícios do Espiritismo! Frisou bem os mistificadores, que apresentariam o "Cristo" fechados em câmaras e no interior das casas, assim como os que aparecem nos desertos, arrebatam multidões curiosas e constituem redutos de fanáticos.
    E foi só depois de bem exaltar o sentimento e o raciocínio de seus discípulos, que o Filho de Deus julgou acertado narrar as dores por que o mundo teria de passar e as lutas que seus seguidores teriam de sustentar na obra da regeneração humana. "Haveis, primeiramente, de ouvir rumores de guerra, mas não vos assusteis, porque não é ainda nessa ocasião que virá o fim, pois levantar-se-á nação contra nação, reino contra reino, e haverá fome e terremotos em vários lugares; mas tudo isso é o princípio das dores".
    Esta predição está realizada e continua a se verificar; as guerras que têm assolado ultimamente o planeta não deixam dúvida sobre a realização da previsão. Os ataques contra a palavra apostólica, levando os divulgadores da fé aos tribunais, têm continuado desde os primeiros tempos do Cristianismo.
     Desde os tempos de Nero, prosseguindo sempre, estendendo-se à alçada da Igreja de Roma, que entregava os "hereges" ao braço forte para lhes serem infligidos os maiores suplícios, a história dos inquisidores e da Inquisição, compondo páginas de sangue na História da Humanidade, deixam ver claramente o cumprimento também desse trecho do Evangelho.
    A Grande Guerra de 1914-18, que fez mais de 30 milhões de vítimas; a grande peste que levou outras tantas ou ainda mais; as lutas que fervilham em todo o mundo não são mais que os sinais característicos, preditos pelo nazareno, do fim dos tempos em que o mundo terá de passar por uma completa reforma no que se refere à moral.
    Jesus acrescentou que, em virtude da iniqüidade a que os homens se entregariam, o amor se esfriaria e não haveria mais caridade; os afetos se extinguiriam e o caráter se abastardaria.
    É o que estamos vendo por toda a parte! O luxo, as pompas, a ganância do ouro, o desejo da multiplicação de fortunas; o egoísmo endeusado; e de outro lado, o desprezo para com os necessitados, para com os enfermos e abandonados!
    Em vez de hospitais, erguem-se igrejas; em vez de casas de instrução, constroem-se cadeias; em vez de luz, a Humanidade veste-se de trevas!
    Um dos mais característicos "sinais dos tempos" é a pregação do Evangelho, como está escrito:
    "Este Evangelho será pregado pelo mundo todo; então virá o fim". Graças ao Espiritismo, ou seja, aos Espíritos da Verdade, este convite para seguir a Cristo se está realizando como um aviso amoroso da vinda, em Espírito, de Jesus, que restabelecerá na Terra o reinado do Espírito.
    A pregação do Evangelho é o machado posto à raiz das árvores infrutíferas. É a exortação à regeneração dos costumes para a espiritualização dos homens.
    Outro característico igual é: "a abominação da desolação predita pelo profeta Daniel, que se havia de verificar no lugar santo".
    É fato bem patente aos olhos de todos: o que os homens chamam lugar santo são as igrejas; e não há quem conteste a desolação que lavra nas igrejas!
    Que é atualmente religião? Nada. O que é uma igreja? Um lugar abominável, onde se pode encontrar tudo menos amor a Deus, caridade, amor ao próximo, respeito, moral!
    A igreja atual é um ponto de diversão como qualquer outro, é um botequim de festas onde se mercadejam frangos e leitões.
    Que é a religião do povo, hoje?
    Onde está a fé, a esperança, a caridade, que unem, sustentam, amparam e elevam a massa popular? O que há são tráficos de missas, tráficos de batismos, tráficos de casamentos, tráficos de nascimentos e tráficos de mortos! Tudo é mercadoria, tudo se vende na religião do povo, tudo se mercadeja nas igrejas dessa Babilônia!
    A imortalidade, a comunhão das almas e dos santos, desapareceu do Credo; o diabo venceu a divindade: o Inferno tragou o Céu!
    Não há crença, não há fé; para a massa do povo, tudo termina com a morte; a igreja proclamou: pulvis est, et in pulveris reverteris, "és pó e ao pó tornarás", spiritus qui vales non redit. "Os mortos não retornam ". O túmulo é então, a última palavra da vida! Eis o sinal certo do fim dos tempos; eis a desolação e a abominação, predita por Jesus, imperando no "lugar santo"!
    As últimas predições do Mestre, exaradas no referido capítulo, versam sobre os fenômenos físicos, os sinais no céu. Todos dizem: "o tempo está mudado". De fato, o tempo está mudado e essa mudança foi predita por Jesus há quase dois mil anos, para assinalar o fim do mundo da carne e o advento do mundo do Espírito.
    Finalmente, diz o texto: "As estrelas cairão do céu e as potestades serão abaladas".
    Essas estrelas mais não são que os Espíritos superiores, que viriam tomar parte nessa restauração, mesmo porque só eles serão capazes de abalar as potestades, os governos civis e religiosos, da Terra e do espaço, que conduziram os homens à degradação em que se acham!
    Eles vêm ajuntar os escolhidos dos quatro ventos e chamá-los a formar esse reino desejado, que pedimos cotidianamente ao Senhor no Pai Nosso.
    Vamos concluir, aconselhando o leitor a tomar um lugar nas fileiras do Cristo, porque só assim ficará resguardado dos males futuros que farão ruir o mundo velho com suas paixões, para, removidos os escombros, erguer-se em cada alma uma cátedra onde o Espírito da Verdade possa pontificar!

Livros: Parábolas e Ensinos de Jesus - Cairbar Schutel

9.1.13


Questão 189 do Livro dos Espíritos
    O DESPERTAR
    O espírito tem, igualmente, a sua infância. No início de sua individualidade, somente tem instintos qual o animal; a sua vida é instintiva e ele não tem consciência de si mesmo. Não compreende as leis e sua condição é de simplicidade e ignorância. Não goza das suas faculdades, porque elas se encontram adormecidas. Somente o tempo, nas sucessivas reencarnações, na dor e na violência que recebe de fora e de dentro de si mesmo, é que vai entendendo o objetivo da sua vida.
    Todos nós que escrevemos do mundo espiritual, já passamos por estas fases de animalidade total. Passamos a nos reunir em grupos, em sociedades, instituímos a família e hoje, encarnados e desencarnados, estamos procurando entender Jesus nas Suas mais lindas advertências e nos Seus maiores preceitos, que têm o poder de orientar e nos levar ao conhecimento de nós mesmos.
    A vida é uma escola; os anjos do Senhor são os professores, e nós outros, os alunos. Queira Deus que possamos estar ansiosos para o aprendizado. Temos, no seio da consciência, valores imortais em tudo que concerne ao amor. São dons divinos colocados em nós pelo Criador, por isso são intransferíveis. Por onde andamos, levamos o que é nosso e a nossa criação mental. Podemos adivinhar o que fomos no passado pelas nossas tendências do presente, bem como saber o que poderá acontecer conosco no porvir, pelo que agora estamos fazendo.
    Chegou o momento de nos melhorarmos e o Espiritismo sernos-á uma força poderosa, a nos indicar a estrada luminosa por onde passou o guia maior da história dos povos, Nosso Senhor Jesus Cristo. Ele deixou traços de luz nas letras do Evangelho e na sua vivência, com exemplos confirmando Sua majestosa vida de Santo dos santos, deixando para toda a humanidade novas forças que nos dão o poder de levar a nossa cruz até o fim.
    Não gozamos da plenitude dos poderes que guardamos no coração porque eles necessitam ser despertados, mas a esperança nos confirma e assegura que somos donos destes poderes como filhos de Deus. Basta que os despertemos, nos libertando de todo o mal, fazendo nascer o sol da vida dentro da nossa própria vida. É Deus em nós e nós em Deus, como sendo um único ser da glória e na plenitude do amor.
    Por enquanto, custamos a entender a linguagem da senda evolutiva da alma, mas o caminho para Deus é Jesus, e Ele já veio e nos deixou o celeiro de todo o entendimento, bastando que entendamos e sigamos a voz do Pastor. Na verdade, não nascemos pela primeira vez já sábios ou santos, não obstante, seremos santos e sábios pelas mãos do progresso traçado por Deus, sob o comando do Cristo, que não nos perde de vista.
    A inteligência do homem vai despertando progressivamente, de acordo com o seu crescimento espiritual, e rogamos aos homens que façam bom uso do raciocínio, para que não venham a recomeçar o aprendizado em nova existência, tendo a dor como mestra.
 
Livro: Filosofia Espírita IV - João Nunes Maia - Miramez

8.1.13


Livro: "Maria de Nazaré" de João Nunes Maia pelo espírito Miramez
"Dialogando com os Editores", que acompanha o livro:

        - Por que publicar um livro sobre Maria, mãe de Jesus?
        _ Poucas pessoas identificam Maria de Nazaré na plenitude de sua grandeza espiritual. Vemos segmentos religiosos que a renegam; outros a idolatram como santa; outros a julgam uma mulher comum, outros acreditam que ela fez apenas papel secundário, de mãe adotiva de um Espírito materializado na Terra. Entretanto, Miramez nos apresenta Maria como Espírito altamente evoluído, que renunciou até mesmo à demonstração de suas qualidades espirituais para servir de mãe daquele que é o caminho, a verdade e a vida. Maria não é um Espírito comum, pois evidência que todos podem alcançar sua condição a partir de um esforço consciente e planejado.
        - Qual é a história deste livro?
        _ Além de contar a trajetória do Espírito Maria, Miramez, como sempre o faz, dá lições profundas sobre trabalho, mediunidade, solidariedade, disciplina, assistência social, administração de grupos religiosos, preparação de Espíritos para o futuro, desobsessão individual, de pequenos e grandes grupos, assepsia dos ambientes no aspecto espiritual e ainda esclarece pontos considerados obscuros na história do nascimento de 
Jesus.
        - Todos os fatos importantes, em relação à Maria, estão contidos no livro?
        _ Conforme salientado no prefácio, pelo amigo espiritual Lancellin, vários acontecimentos importantes na condição humana do Espírito Maria não foram mencionados, para que se desse maior enfoque sobre sua vinda à Terra, sua elevação espiritual e sobre a importância de sua missão junto a Jesus.
        - Por que só agora o livro é publicado?
        _ O livro aborda pontos questionados e polemizados entre as criaturas. Como nosso trabalho baseia-se todo na orientação espiritual, dentro do bom senso, aguardávamos essa orientação. Nestes 17 anos, a ciência evoluiu a tal ponto que algumas colocações, que antes seriam consideradas derrogação das leis. hoje são vistas como naturalmente possíveis (A teoria da Panspermia* por exemplo, defendida por vários cientistas). A publicação dos documentos do Mar Morto e dos evangelhos apócrifos trouxeram muita luz à compreensão das criaturas. Além disso, nosso amadurecimento pessoal, enquanto editores, hoje nos dá condições de aceitar com naturalidade possíveis críticas e até mesmo agressões. Em três de março de 2001, a orientação espiritual veio em poucas palavras: "já está na hora de publicar o Maria de Nazaré".
    * Panspermia: Afirma que a vida chegou do espaço
        - Por que o livro pode gerar polêmica?
        _ Os pontos mais questionados são a concepção e o nascimento de Jesus. O Espírito Miramez mostra, através da lógica, que existem aspectos da vida que nós ainda não compreendemos, mas que por comparação, podemos aceitar. Miramez orienta: aquele que não perceber o fenômeno, deve passar para a frente e buscar o entendimento geral da obra. Dentro da evolução pessoal, cada um alcançará esse entendimento.
        - O livro nos informa que Maria passou parte da infância no templo, tendo para isso sido convocada com 7 anos de idade, mas há publicações que dão informações diferentes. O que nos diz a respeito?
        _ Nas pesquisas efetuadas, constatamos que alguns autores afirmam ter Maria sido conduzida ao templo aos três anos de idade. Preferimos, no entanto, respeitar a afirmação do autor espiritual, que sempre mostrou segurança nas informações.
        - Para vocês qual é a mensagem central deste livro?
        _ A grande mensagem do livro é educação do Espírito, porque não existe quem o leia e não sinta a necessidade de automodificar. Outro aspecto que destacamos é o papel da maternidade. Depois de ler : Maria de Nazaré", o respeito pelas mulheres e mães aumenta, assim como a necessidade de solidariedade entre os familiares.
        - Como interpretar a participação de Espíritos de alta envergadura no nascimento e missão de Jesus na Terra?
        _ Nos mostra a importância da sintonia das mentes evoluídas na implantação do bem na Terra e que as trevas realmente não resistem a um leve piscar da luz.
        - A que público o livro se destina?
        _ Jesus, quando veio à Terra como o Messias esperado, não disse que viria apenas para os judeus, como eles quiseram entender. O livro dos Espíritos, na questão 1019 preconiza: "Ai dos que fechem os olhos à luz! Preparam para si mesmos longos séculos de trevas e decepções. Ai dos que fazem dos bens deste mundo a fonte de todas as suas alegrias! Terão que sofrer privações muito mais numerosas de que os gozos de que desfrutam! Ai sobretudo, dos egoístas! Não acharão quem os ajude a carregar o fardo de suas misérias". Este livro foi escrito para todos aqueles que querem conhecer Maria de Nazaré, querem entender melhor a vida e estão comprometidos com o bem. Portanto o livro é para toda e qualquer pessoa que já tenha evoluído o bastante para se libertar dos preconceitos religiosos.

7.1.13


Declaração dos Direitos Humanos - Uma Ideia
Um dia relevante na história do planeta se deu quando homens tiveram a iniciativa de proclamar a liberdade como bem supremo da humanidade. Lá pelos idos de 1946, se não me engano, a carta da liberdade entre os povos foi proclamada na Organização das Nações Unidas – ONU: a Declaração Universal dos Direitos Humanos. Uma carta de grande relevância que pouco tem sido feito, mas que representou um divisor de águas para o mundo porque trouxe de maneira compacta tudo aquilo que seria o compromisso coletivo em prol do progresso da humanidade.
Esta carta de princípios é belíssima, todos deveriam lê-la e praticá-la. Não é uma carta apenas para as nações, é uma carta para todos os cidadãos. Acho que ela deveria estar estampada na porta de todas as escolas do mundo. As primeiras letras de leitura dos meninos e meninas deveriam ser a leitura dos princípios da liberdade, igualdade e solidariedade humanas lá contidas.
Já imaginaram o impacto positivo que causaria no coração e na mente daqueles meninos, no mundo todo? Quando eles crescessem estariam com toda aquela mensagem introjetada em suas mentes e redundaria nalgum tipo de ação prática para o bem coletivo.
Observem esta ideia. Comecem a propô-la nas escolas brasileiras. Façam cartazes. Imprimam cartilhas. Se uma escola faz isso, as outras copiam. De repente, todo um Estado faz e quando abrirmos os olhos, depois de alguns anos, estará presente em todas as escolas do Brasil e do mundo.
Não brinco com estas coisas, falo sério. O novo mundo que se fala deveria ser regido por aquela carta de princípios. Que carta belíssima para a condição humana. Bastaria aquilo para a humanidade se encontrar com ela mesma.
Eu a ditaria nas igrejas, nos seminários, nos conventos, porque tudo que ali está rigorosamente é consoante à vontade e aos ensinamentos de Nosso Senhor Jesus Cristo.
Pensem nisto, meus irmãos, mas pensem com carinho. A reflexão de cada item daquele é de suma importância para a paz da humanidade, sobretudo nestes dias difíceis que assolarão a Terra.
Penso que os homens, por não saberem a importância daquele documento, o restringem ao espaço diplomático, quando representa um documento de princípios da humanidade.
Se tivéssemos que dar um papel, uma declaração do que seria o futuro de todos nós, independentemente dos povos, uma razão de ser para todos os habitantes planetários, aquele documento resumiria tudo o que precisaria ser dito.
Pensem nisto. A nova era que tanto se fala precisa ser escrita no coração e na mente de todos os homens e por que não começar por aquilo que já foi aceito e consignado, há mais de 60 anos, por todos os povos do planeta?
Que excelente iniciativa, hein?
Faça a sua parte e, de repente, a ideia conquista o mundo.
Que Deus nos abençoe nesta ideia santa.
Um abraço,
Helder Camara por Carlos Pereira

6.1.13


INSENSATEZ
 
“Sois vós tão insensatos que, tendo começado pelo espírito, acabeis agora pela carne?”
 (Gálatas, cap. 3 – v. 3)

         Quando Paulo fez esta severa advertência aos gálatas, muitos estavam debandando da fé, entregando-se à sensualidade.
          Estavam percorrendo o caminho de modo inverso, ou seja, após terem-se consagrado às coisas do espírito, acabavam por satisfazer as paixões da carne.
          Comportamento insensato semelhante ao dos gálatas surpreendemos entre muitos cristãos da atualidade.
         Após esforço imenso para domar inclinações de ordem inferior, entregam-se a elas, sem mais nem menos...
         Depois de terem perseverado anos a fio, resistindo às tentações, desencantados por esta ou por aquela razão, consentem em satisfazê-las.
         Após uma vida inteira de renúncia e exemplos nobilitantes, quase perto de triunfarem em definitivo, rendem-se aos prazeres transitórios da existência...
          Depois de terem semeado, abandonam a lavoura no justo instante de colher, alegando que carecem de recuperar para o corpo o tempo cedido em vão ao espírito...
         Que se passaria com os companheiros que sucumbiram sem semelhantes provas?!
         Teriam perdido a fé que depositavam nos frágeis ombros dos amigos que os decepcionaram?!
         Apoiavam-se na fraqueza dos homens, para caminhar adiante?!...
         Certamente.
         Se apenas se deixassem influenciar pelos exemplos do Cristo, haveriam de perseverar na virtude, porque somente os passos Dele são retos o suficiente para que não nos desviemos dos objetivos superiores que buscamos alcançar.
         Quantos concentraram as suas esperanças nos homens acabaram por desapontar-se!...
         A palavra de Paulo ainda nos alerta para a necessidade de vigilância diária, enquanto mourejamos no corpo físico, porque numa longa caminhada podemos tropeçar no derradeiro passo, assim como podemos perder o equilíbrio no último degrau da escada que subimos.
          Escrevendo a sua primeira Carta aos Coríntios, Paulo nos adverte no capítulo 10, versículo 12: “Aquele, pois, que pensar estar em pé, veja que não caia”.
         Escoremo-nos na humildade, em nossa jornada, sabendo que o caminho é cheio de tribulações, dificuldades, surpresas desagradáveis, armadilhas...
         Conscientes de nossas necessidades íntimas, sigamos sempre à frente, estendendo-nos mãos fraternas, mas apoiados exclusivamente Naquele que nunca nos decepcionará.
         Não cometamos a loucura de desprezar a felicidade inalterável que nos aguarda além, por alguns breves minutos de alegria no corpo que a morte reduzirá a pó.
 
Livro: “Evangelho e Doutrina” - Carlos A. Baccelli - Irmão José

5.1.13


INGRATIDÃO
       A ingratidão pesará inevitavelmente a quem a praticar, se não na presente existência, após o desencarne, quando a visão se amplia.
        Como auto-castigo, provocando remorsos, o ingrato sentirá um incontrolável desejo de reparação.
        É, portanto, ao ingrato mais difícil suportar as conseqüências dos seus atos do que àquele que foi alvo deles.
        Tende em conta esta realidade, quando sofrerdes ingratidões e orai pelos pretensos algozes.
        Falando em linguagem evangélica e, mais especificamente, em Lei de Ação e Reação, a verdadeira vítima é sempre aquela que desfere o golpe.
        Quem foi alvo de ingratidão, se conscientemente a suportou, por certo, terá reparado faltas passadas, ao passo que o ingrato  estará contraindo.
        E visto por este prisma, possivelmente, não vos pesará tanto um ato de ingratidão.
        O amor é essência divina e medicamento infalível para todos os males. Aplicai-o como tratamento eficaz, no irmão enfermo, atacado do mal da ingratidão.
        Ela é fruto imediato do egoísmo, essa chaga da humanidade, que o espiritismo se propõe a fazer desaparecer, através da vivência evangélica, na permuta universal do amor ao próximo.
        De todas as provas as mais penosas são aquelas que afetam o coração.
        Há criaturas consideradas verdadeiras fortalezas, em se tratando de revezes materiais, no entanto deixam-se abater diante de provações de ordem moral. É quando se aplica o conselho evangélico que diz: " Bem-aventurados os aflitos, porque deles é o reino dos céus".
    Deus se apiede dos que correspondem a um benefício com a ingratidão.
Livro: "Pregando a Espiritualidade" - Francisco Spinelli

3.1.13


As Ciências Abstratas
 CIÊNCIAS COMBINADAS III
 
Pergunta 86 - Tendo sido a Terra formada pelo poder divino, por que passou o planeta por tantas etapas evolutivas, muitas das quais duraram milhões de anos?
 - No infinito do Universo, a evolução do princípio espiritual tem de escapar a todas as vossas limitações de tempo e de espaço, na tábua dos valores terrestres.
 As aquisições de cada indivíduo resultam da lei do esforço próprio no caminho ilimitado da Criação, destacando-se daí as mais diversas posições evolutivas das criaturas e compreendendo-se que tempo e espaço são laboratórios divinos, onde todos os princípios da vida são submetidos às experiências do aperfeiçoamento, de modo que cada um deva a si mesmo todas as realizações, no dia de aquisição dos mais altos valores da vida.
 Pergunta 87 - De onde foram tirados os elementos para a formação da Terra?
 - Sabemos que a aglutinação molecular, bem como o motor transcendente do mundo, obedeceram ao sopro gerador da vida, oriundo do Todo-Poderoso e lançado sobre o infinito da criação universal; contudo, achamo-nos ainda na situação do aluno que encontrou a escola já edificada, cabendo-nos louvar e buscar, pelo trabalho e pelo aperfeiçoamento, o seu Divino Autor.
 Pergunta 88 - Deve o homem terrestre enxergar nas comoções geológicas do globo elementos de provação para a sua vida?
 - Os abalos sísmicos não são simples acidentes da Natureza. O mundo não está sob a direção de forças cegas. As comoções do globo são instrumentos de provações coletivas, ríspidas e penosas. Nesses cataclismos, a multidão resgata igualmente os seus crimes de outrora e cada elemento integrante da mesma quita-se do pretérito na pauta dos débitos individuais.
 
Livro: "O Consoldador" - Francisco C. Xavier - Emmanuel