Questão 192 do Livro dos
Espíritos
GRADATIVIDADE
Existem os degraus, como sendo escala de
ascensão, para todos os espíritos no universo de Deus. Ninguém pode, e a razão
não ensina o contrário, em somente uma existência, aperfeiçoar-se em todos os
rumos São necessários milhares e milhares delas, com acertos e desacertos,
aprendendo e colhendo experiências para o grande celeiro da vida.
Em uma só
reencarnação, a alma não tem condições de alcançar a perfeição.
Seria um
contra-senso, uns passarem por caminhos tortuosos, sofrendo e disciplinando-se,
e outros tomarem uma evolução reta e com poucos anos atingirem a angelitude. A
evolução, ou o despertamento do espírito, se processa de letra a letra, de passo
a passo, de reencarnação a reencarnação.
Não haveria mérito algum para o
espírito se Deus já o fizesse em seu completo despertamento espiritual.
Certamente que Ele nos fez simples e ignorantes, contudo, os valores que
carregamos desde a nossa formação se encontram em estado de sono, uns mais e
outros menos, de acordo com a evolução de cada um. O espírito mais velho,
logicamente, tem mais experiência do que o mais novo, mas, todos têm as mesmas
oportunidades de ascender para o infinito. A casa do Pai é grandiosa, e acolhe
todos os filhos, dando a cada qual o que ele merece na pauta do seu
despertamento espiritual.
O estudante da Doutrina dos Espíritos deve orar,
meditar nas leis espirituais que, gradativamente, vão trazendo ao seu
conhecimento os segredos da vida, e quando passa a conhecê-los, a liberdade vai
chegando em seu coração.
Na nossa caminhada espiritual existe algo que deve
ser feito por nós, e às vezes esse algo nos pede esforço e sacrifício, renúncia
e coragem para vencer problemas inúmeros.
A nossa tarefa é lutar, lutar
todos os dias, porque toda a luz nasce do ,movimento e a inércia é treva no
caminho. Tudo que se faz bem feito, parte de um princípio: a
gradatividade.
Se queres fazer as coisas de uma só vez, sem obedecer à
seqüência estipulada pela harmonia divina, nada fazes bem. Até a criação de
Deus, na sua grandiosidade, rompe em harmonia e dentre da Sua criatividade, Ele
trabalha sempre e nada faz de uma vez. Nada se faz, tornamos a repetir, com
passe de mágica; mesmo a nossa cooperação, naquilo que devemos cooperar, deve
ser feita de acordo com as nossas forças, e o Senhor não nos pede mais, somente
o que suportamos em caminho, porém, não devemos fazer menos do que podemos
fazer.
O espírito, desde a sua gênese, vem se despertando lentamente pelos
processos estabelecidos pela lei do progresso e, quando chega a razão, aparece a
sua parte a ser feita, e que ele deve fazer no âmbito das suas possibilidades.
Deus criou a vida e leis para serem obedecidas; Deus criou os mundos e leis que
os governam, assegurando a harmonia universal.
Lembremo-nos todos os dias da
gradatividade; nunca parar, mas jamais crescer desordenadamente, sem as
possíveis seguranças, como viajores de Deus e de Cristo.
Livro: Filosofia Espírita IV - João Nunes Maia -
Miramez
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