INSENSATEZ
“Sois vós tão insensatos que,
tendo começado pelo espírito, acabeis agora pela carne?”
(Gálatas, cap. 3 –
v. 3)
Quando Paulo fez esta severa advertência aos gálatas,
muitos estavam debandando da fé, entregando-se à sensualidade.
Estavam percorrendo o caminho de modo inverso, ou seja, após terem-se consagrado
às coisas do espírito, acabavam por satisfazer as paixões da carne.
Comportamento insensato semelhante ao dos gálatas surpreendemos entre muitos
cristãos da atualidade.
Após esforço imenso para domar inclinações
de ordem inferior, entregam-se a elas, sem mais nem menos...
Depois
de terem perseverado anos a fio, resistindo às tentações, desencantados por esta
ou por aquela razão, consentem em satisfazê-las.
Após uma vida
inteira de renúncia e exemplos nobilitantes, quase perto de triunfarem em
definitivo, rendem-se aos prazeres transitórios da existência...
Depois de terem semeado, abandonam a lavoura no justo instante de colher,
alegando que carecem de recuperar para o corpo o tempo cedido em vão ao
espírito...
Que se passaria com os companheiros que sucumbiram sem
semelhantes provas?!
Teriam perdido a fé que depositavam nos frágeis
ombros dos amigos que os decepcionaram?!
Apoiavam-se na fraqueza dos
homens, para caminhar adiante?!...
Certamente.
Se apenas se
deixassem influenciar pelos exemplos do Cristo, haveriam de perseverar na
virtude, porque somente os passos Dele são retos o suficiente para que não nos
desviemos dos objetivos superiores que buscamos alcançar.
Quantos
concentraram as suas esperanças nos homens acabaram por
desapontar-se!...
A palavra de Paulo ainda nos alerta para a
necessidade de vigilância diária, enquanto mourejamos no corpo físico, porque
numa longa caminhada podemos tropeçar no derradeiro passo, assim como podemos
perder o equilíbrio no último degrau da escada que subimos.
Escrevendo a sua primeira Carta aos Coríntios, Paulo nos adverte no capítulo 10,
versículo 12: “Aquele, pois, que pensar estar em pé, veja que não
caia”.
Escoremo-nos na humildade, em nossa jornada, sabendo que o
caminho é cheio de tribulações, dificuldades, surpresas desagradáveis,
armadilhas...
Conscientes de nossas necessidades íntimas, sigamos
sempre à frente, estendendo-nos mãos fraternas, mas apoiados exclusivamente
Naquele que nunca nos decepcionará.
Não cometamos a loucura de
desprezar a felicidade inalterável que nos aguarda além, por alguns breves
minutos de alegria no corpo que a morte reduzirá a pó.
Livro: “Evangelho
e Doutrina” - Carlos A. Baccelli - Irmão José
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