31.12.18

QUEM SERVE, PROSSEGUE


“O Filho do Homem não veio para ser servido, mas para servir.” Jesus. (Marcos, 10:45)

            A Natureza, em toda parte, é um laboratório divino que elege o espírito de serviço por processo normal de evolução.
            Os olhos atilados observam a cooperação e o auxílio nas mais comezinhas manifestações dos reinos inferiores.
            A cova serve à semente. A semente enriquecerá o homem.
            O vento ajuda as flores, permutando-lhes os princípios de vida. As flores produzirão frutos abençoados.
            Os rios confiam-se ao mar. O mar faz a nuvem fecundante.
            Por manter a vida humana, no estágio em que se encontra, milhares de animais morrem na Terra, de hora a hora, dando carne e sangue a benefício dos homens.
            Infere-se de semelhante luta que o serviço é o preço da caminhada libertadora ou santificante.
            A pessoa que se habitua a ser invariavelmente servida em todas as situações, não sabe agir sozinha em situação alguma.
            A criatura que serve pelo prazer de ser útil progride sempre e encontra mil recursos dentro de si mesma, na solução de todos os problemas.
            A primeira cristaliza-se.
            A segunda desenvolve-se.
            Quem reclama excessivamente dos outros, por não estimar a movimentação própria na satisfação de necessidades comuns, acaba por escravizar-se aos servidores, estragando o dia quando não encontra alguém que lhe ponha a mesa. Quem aprende a servir, contudo, sabe reduzir todos os embaraços da senda, descobrindo trilhos novos.
            Aprendiz do Evangelho que não improvisa a alegria de auxiliar os semelhantes permanece muito longe do verdadeiro discipulado, porquanto companheiro fiel da Boa Nova está informado de que Jesus veio para servir, e desvela-se, a benefício de todos, até ao fim da luta.
            Se há mais alegria em dar que em receber, há mais felicidade em servir que em ser servido.
            Quem serve, prossegue...
Livro: “Fonte Viva”, de Francisco Cândido Xavier, por Emmanuel

30.12.18

ESCALA ESPÍRITA: PROGRESSÃO DOS ESPÍRITOS


    Os Espíritos são criados simples e ignorantes, isto é, sem ciência e sem conhecimento do bem e do mal, porém perfectíveis e com igual aptidão para tudo adquirirem e tudo conhecerem, com o tempo. A princípio eles se encontram numa espécie de infância, carentes de vontade própria e sem a consciência perfeita de sua existência.
    A medida que o Espírito se distancia do ponto de partida, desenvolvem-se-lhe as idéias, como na criança, e com as idéias o livre-arbítrio, isto é, a liberdade de fazer ou não fazer, que é um dos atributos essenciais do Espírito.
    O objetivo final de todos consiste em alcançar a perfeição de que é suscetível a criatura. O resultado dessa perfeição está no gozo da suprema felicidade.
    Com este objetivo, os Espíritos revestem transitoriamente um corpo material.
    A vida espiritual é a vida normal do Espírito: é eterna; a vida corporal é transitória e passageira: não é mais do que um instante na eternidade.
    O aperfeiçoamento do Espírito é fruto do seu próprio labor, ele avança na razão de sua maior ou menor atividade ou da boa vontade em adquirir as qualidades que lhe faltam.
    Não podendo, numa só existência, adquirir todas as qualidades morais e intelectuais, ele chega a essa aquisição por meio de uma série de existências, em cada uma das quais dá alguns passos para frente, na senda do progresso e se liberta de algumas imperfeições.
    Para cada nova existência, o Espírito traz o que ganhou em inteligência e em moralidade nas suas existências pretéritas, assim como os germens das imperfeições de que ainda não superou. Não perde jamais uma vitória
alcançada: um vício vencido jamais lhe será problema. Tampouco poderá retrogradar, pois os Espíritos não degeneram. Podem permanecer estacionários, mas jamais retrogradam.
    Quando o Espírito empregou mal uma existência, isto é, quando nenhum progresso realizou na senda do bem, essa existência lhe resulta sem
proveito: ele tem que a recomeçar em condições mais ou menos penosas.
    É indeterminado o número de existências; depende da vontade do Espírito reduzir esse número, trabalhando ativamente pelo seu progresso moral.
    No intervalo das existências corpóreas, o Espírito vive a vida espiritual, que Kardec chama de erraticidade.
    Quando os Espíritos realizam a soma de progresso que o estado do mundo onde estão lhes faculta efetuar, eles o deixam, passando a encarnar noutro mais adiantado, onde entesouram novos conhecimentos. Prosseguem assim, até que nenhuma utilidade mais tenha a encarnação em corpos materiais. Entram, então, a viver exclusivamente a vida espiritual, em que progridem noutro sentido e por outros meios. Galgando o ponto culminante do progresso gozam da felicidade suprema.
    ESCALA ESPÍRITA
    Allan Kardec [LE-qst 100] vai apresentar uma classificação prática dos diversos Espíritos, de acordo com seu progresso intelecto-moral. Lembra o Codificador que esta classificação não é estanque, existindo inúmeras variações entre uma classe e outra, e que Espírito algum permanecerá eternamente na mesma classe, pois o progresso é uma fatalidade na Lei Divina.
    Primeira Ordem: Espíritos Puros
    Os Espíritos que compõe a primeira ordem percorreram todos os degraus da escala e se despojaram de todas as impurezas da matéria. Tendo alcançado a soma de perfeição de que é suscetível a criatura, não têm mais de sofrer provas e expiações. Não estão mais sujeitos às reencarnações, mas podem, ocasionalmente, reencarnarem como grandes missionários. Gozam de inalterável felicidade e sua superioridade intelectual e moral em relação aos outros Espíritos é absoluta. São os mensageiros de Deus, na direção dos mundos, sistemas planetários e galáxias.
    O único Espírito puro a encarnar no nosso orbe foi Jesus.
    Esta ordem apresenta uma única classe (1ª classe);
    Segunda Ordem: Espíritos Bons
    Observa-se nesses Espíritos, predomínio do Espírito sobre a matéria, desejo do bem; buscam Deus conscientemente, mas ainda terão de passar por provas; uns possuem a ciência, outros a sabedoria e a bondade; os mais adiantados juntam ao seu saber as qualidades morais.
    Esta ordem apresenta quatro classes principais:
    2ª Classe: Espíritos Superiores: reúnem a ciência, a sabedoria e a bondade; buscam comunicar-se com os que aspiram à verdade; encarnam-se na Terra apenas em missão de progresso e caracterizam o tipo de perfeição a que podemos aspirar neste mundo;
    3ª Classe: Espíritos Prudentes: elevadas qualidades morais e capacidade intelectual que lhes permitem analisar com precisão os homens e as coisas;
    4ª Classe: Espíritos Sábios: amplitude de conhecimentos aplicados em benefício dos semelhantes; têm mais aptidão para as questões científicas do que para as morais;
    5ª Classe: Espíritos Benévolos: seu progresso realizou-se mais no sentido moral do que no intelectual; a bondade é a qualidade dominante.
    Terceira Ordem: Espíritos Imperfeitos
    Predomínio da matéria sobre o Espírito. Propensão ao mal. Têm a intuição de Deus, mas não o buscam através de atos e pensamentos. Apresentam idéias pouco elevadas.
    Apresenta cinco classes:
    6ª Classe: Espíritos Batedores ou Perturbadores: sua presença manifesta-se por efeitos sensíveis e físicos, como pancadas e deslocamento de corpos sólidos;
    7ª Classe: Espíritos Neutros: apegados às coisas do mundo, não são bons o suficiente para praticarem o bem, nem maus o bastante para fazerem o mal;
    8ª Classe: Espíritos Pseudo-Sábios: possuem grande conhecimento, mas julgam saber mais do que sabem; sua linguagem tem caráter sério, misturando verdades com suas próprias paixões e preconceitos;
    9ª Classe: Espíritos Levianos: são ignorantes e inconseqüentes, mais maliciosos do que propriamente maus; linguagem alegre, irônica e superficial;
    10ª Classe: Espíritos Impuros: o mal é o objeto de suas preocupações; sua linguagem é grosseira e revela a baixeza de suas inclinações.

BIBLIOGRAFIA:
1) Livro dos Espíritos - Allan Kardec
2) Obras Póstumas - Allan Kardec
Apostila Original: Instituto de Difusão Espírita de Juiz de Fora - MG

29.12.18

TERRA – EDUCANDÁRIO


A Terra é sublime educandário
Girando em pleno espaço sideral,
Onde o homem aprende o abecedário
Do Bem Eterno que é o seu fanal...

De corpo em corpo, cumpre o itinerário,
Que lhe traçou a Lei Universal,
E, passo a passo, avança solitário,
Filho voltando ao Lar Celestial...

O Evangelho é a fúlgida Cartilha
Em que o Divino Mestre ensina a trilha
A todos quantos queiram percorrê-la...

Mas, só consegue a justa promoção,
Quem, demonstrando amor no coração,
A alma transfigura numa estrela!...

Eurícledes Formiga – Espirtismo em Prosa e Verso
(Página recebida pelo médium Carlos A. Baccelli, em 7 de agosto de 1986, na cidade de Uberaba – MG).
(*) Informamos aos nossos irmãos e irmãs que estaremos de volta com as postagens do Blog no dia 21 de janeiro de 2019. Muito grato.

28.12.18

COISAS TERRÍVEIS E INGÊNUAS FIGURAM NOS LIVROS BÍBLICOS


            A palavra de Deus não está na Bíblia, mas na natureza, traduzida em suas leis. A Bíblia é simplesmente uma coletânea de livros hebraicos, que nos dão um panorama histórico do judaísmo primitivo. Os cinco livros iniciais da Bíblia, que constituem o Pentateuco mosaico, referem-se à formação e organização do povo judeu, após a libertação do Egito e a conquista de Canaã. Atribuídos a Moisés, esses livros não foram escritos por ele, pois relatam, inclusive, a sua própria morte.
            As pesquisas históricas revelam que os livros da Bíblia têm origem na literatura oral do povo judeu. Só depois do exílio na Babilônia foi que Esdras conseguiu reunir e compilar os livros orais (guardados na memória) e proclamá-los em praça pública como a lei do judaísmo, ditada por Deus.
            Os relatos históricos da Bíblia são ao mesmo tempo ingênuos e terríveis. Leia o estudante, por exemplo, o Deuteronômio, especialmente os capítulos 23 e 28 desse livro, e veja se Deus podia ditar aquelas regras de higiene simplória, aquelas impiedosas leis de guerra total, aquelas maldições horríveis contra os que não creem na “sua palavra”. Essas maldições, até hoje, apavoram as criaturas simples que têm medo de duvidar da Bíblia. Muitos espertalhões se servem disso e do prestígio da Bíblia como “palavra de Deus”, para arregimentar e tosquiar gostosamente vastos rebanhos.
            As leis morais da Bíblia podem ser resumidas nos Dez Mandamentos. Mas esses mandamentos nada têm de transcendentes. São regras normais de vida para um povo de pastores e agricultores, com pormenores que fazem rir o homem de hoje. Por isso, os mandamentos são hoje apresentados em resumo. O Espírito que ditou essas leis a Moisés, no Sinai, era o guia espiritual da família de Abrão, Isaac e Jacob, mais tarde transformado no Deus de Israel. Desempenhando uma elevada missão, esse Espírito preparava o povo judeu para o monoteísmo, a crença num só Deus, pois os deuses da antiguidade eram muitos.
            O Espiritismo reconhece a ação de Deus na Bíblia, mas não pode admiti-la como a “palavra de Deus”. Na verdade, como ensinou o apóstolo Paulo, foram os mensageiros de Deus, os Espíritos, que guiaram o povo de Israel, através dos médiuns, então chamados profetas. O próprio Moisés era um médium, em constante ligação com Iavé ou Jeová, o deus bíblico, violento e irascível, tão diferente do deus-pai do Evangelho. Devemos respeitar a Bíblia no seu exato valor, mas nunca fazer dela um mito, um novo bezerro de ouro. Deus não ditou nem dita livros aos homens.

Livro: “Visão Espírita da Bíblia”, de J. Herculano Pires

27.12.18

AÇÃO DO HOMEM DE BEM


Questão 476 do Livro dos Espíritos

O homem de bem a que aqui nos referimos é aquele que já se encontra moralizado, pelo domínio do Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo. Essa criatura tem força sobre os Espíritos ignorantes e basta a sua presença para eles se afastarem. O ambiente puro os constrange, impacienta, e eles o abandonam, quando este se encontra carregado de fluidos elevados.
Quando uma alma vai conversar com um Espírito que esteja influenciando alguma pessoa, e essa alma não reúne condições morais para tal empreendimento, ele não a respeita, e passam a discutir e até mesmo a trocar impropérios. A força moral é tudo no aprendizado, bem como para afastar as más entidades que perturbam o ambiente familiar e as pessoas.
Mas, para ficar livre de entidades malfazejas definitivamente, o homem deve se moralizar, empenhar-se para reformular ideias, consertar pensamentos e mudar de vida. Mudando interiormente a lei se encarrega das mudanças externas. A obsessão, que chega por descuido à possessão, pode entrar sem que a criatura o perceba de modo mais claro. A sutileza é muito grande e é preciso muita sensibilidade do encarnado, para percebê-la, porque entre nossos pensamentos existem intervalos, pequenos que sejam, mas, que permitem a intromissão dos pensamentos estranhos.
Pode ser pelas ideias estranhas que os nossos pensamentos sejam mudados; assim, não devemos aceitar os enxertos fascinadores carregados de paixões inferiores. O raciocínio, neste caso, deve ser puro, para a devida seleção de valores.
O que ocorre no mundo dos encarnados pode se passar no mundo dos Espíritos. Estes, quando inferiores, subjugam Espíritos ignorantes, assim como Espíritos iluminados ajudam os sofredores pelos mesmos processos. É a mediunidade agindo em toda parte, precisando ser moralizada, educada nos planos de Jesus. No caso do orientador sem a devida moral evangélica, quando passa a falar com Espíritos, no sentido de afastá-los de determinadas pessoas que estes perseguem, os Espíritos inferiores não o respeitam, nem atendem à sua argumentação e, por vezes os benfeitores não atendem a seus chamados, por não estarem devidamente seguros no que falam, por não viverem o que ensinam. Neste caso, a moral elevada é força da alma para a paz onde quer que seja.
O homem de bem é uma luz onde estiver, transmitindo paz para onde entender e mostrando para os que o cercam o amor a se irradiar do seu sensível coração. Todas as organizações espíritas haverão de mostrar, primeiramente, pelo exemplo dos seus dirigentes, o que é vida reta, e os que ouvem os conselhos se interessarão pela prática dos ensinamentos do Cristo. Desta forma, os Espíritos inferiores que desejam melhorar, assimilam os conceitos valiosos de Jesus, e os que não se interessam se retiram, procurando outro ambiente que lhes sirva de campo para as suas inferioridades morais.
A vida é sintonia; somente colhemos o que plantamos, em pensamentos, palavras e atos. Orar e vigiar, novamente entra em pauta, porque a fascinação pode dominar com muita facilidade as pessoas. Pode o encarnado sugerir pensamentos inferiores e estes serem absorvidos como sendo seus, e essa sugestão pode ser diária, até chegar mesmo à possessão.
A Doutrina dos Espíritos é campo de informações seguras de como livrar-se das más influências de Espíritos enganadores. Compete a nós outros um trabalho de seleção daquilo que vem à nossa mente. A Terra já é ambiente propenso à inferioridade e sofremos influência ainda maior quando atraímos para junto de nós, Espíritos voltados para o mal.
Jesus é a segurança. Abre os braços em busca do Mestre, que Ele já abriu o coração para toda a humanidade.

Livro: Filosofia Espírita – João Nunes Maia – Miramez - Todos os livros Espíritas como este vendidos em nossa loja terão o lucro repassado à Casa Espírita de Oração Amor e Luz.

26.12.18

HERANÇA


Reunião pública de 13-3-59
Questão nº 264

O exemplo de ontem é a raiz oculta que deita as vergônteas floridas ou espinhosas na árvore da tua experiência de hoje.
Tens do que deste, tanto quanto recolhes compulsoriamente do que semeaste.
Nos pais irascíveis e intolerantes, recebes os parceiros de outras eras, com os quais te acumpliciaste na delinquência, a fim de que lhes reconduzas o passo à quitação perante a Lei.
Na esposa impertinente e enferma, surpreendes a mulher que viciaste a distância de obrigações veneráveis, para que, à custa de abnegação e carinho, lhe restaures no espírito a dignidade do próprio ser.
No companheiro insensato e infiel, tens o ânimo defrontado pelo homem que desviaste de deveres santificantes, de modo a lhe despertares na consciência, a preço de sofrimento e renúncia, as verdadeiras noções da honra e da lealdade.
Nos filhos ingratos, encontras, de novo, aquelas mesmas criaturas que atiraste ao precipício da irreflexão e da violência, a exigirem-te, em sacrifício incessante, a escada do reajuste.
Nos empeços da vida social dolorosa e difícil, recuperas exatamente os estorvos que armaste ao caminho alheio, para que venhas a esculpir, no santuário das próprias forças, o respeito preciso para com a tarefa dos outros.
No corpo mutilado ou desfalecente, impões a ti mesmo a resultante dos abusos a que te dedicaste, esquecido de que todos os patrimônios da marcha são empréstimos da Providência Maior e que sempre devolveremos em época prevista.
Herdamos, assim, de nós mesmos tudo aquilo que se nos afigura embaraço e miséria no cálice do destino.
Se desejas, portanto, conquistar em ti mesmo a vitória da luz, lembra-te, cada dia, de que o meirinho da morte chegará de improviso, reclamando-te em conta tudo aquilo que o mundo te confia à existência, sejam títulos nobres e afeições respeitáveis, sejam posses e privilégios que perduram apenas no escoar de alguns dias, para que, enfim, recebas, por vera propriedade, os frutos bons ou maus de teus próprios exemplos, que impelirão tua alma à descida da treva ou à glória imortal da divina ascensão.

Livro “Religião dos Espíritos” –  Francisco C. Xavier – Emmanuel – Todos os livros Espíritas como este vendidos em nossa loja terão o lucro repassado à Casa Espírita de Oração Amor e Luz.

25.12.18

FESTA DE NATAL

É dia de Natal... Pobre mendigo
Caminha pela rua lentamente,
Batendo porta em porta, humildemente,
Sem que nenhuma lhe conceda abrigo.

Em torno à mesa farta que bendigo,
Contemplando um presépio reluzente,
Todos lembram Jesus de alma contente,
Cantando hinos ao Celeste Amigo...

O anônimo pedinte, sem ter pão,
Sofrendo indiferença e solidão,
Dentro da noite segue a mendigar...

Alguém Lhe ouve dizer em voz sumida:
- Que festa estranha a mim oferecida,
Que em casa alguma eu não posso entrar!...

Eurícledes Formiga – Blog Espiritismo em Prosa e Verso
(Página recebida pelo médium Carlos A. Baccelli, em reunião pública do Lar Espírita “Pedro e Paulo”, na manhã de sábado do dia 14 de dezembro de 2013, em Uberaba – MG). 

24.12.18

XXX – REFLEXÕES SOBRE O LIVRO “LIBERTAÇÃO”

ANDRÉ LUIZ/CHICO XAVIER

Precisamos compreender que a redação erudita e gramaticalmente perfeita nas obras de André Luiz, pertence a ele, o seu Autor espiritual. Os diálogos são recontados por ele, de vez que, com certeza, a palavra dos espíritos infelizes não poderia ser tão precisa em seus argumentos quanto nos parece ser. André realizou verdadeira síntese, preservando, claro, a essência das lições transmitidas. E, em mediunidade, é quase sempre assim que acontece, cabendo ao espírito autor de qualquer obra, em parceria com o médium, tornar a sua redação tão clara e fiel quanto possível aos acontecimentos, sem, no entanto, faltar com a verdade dos fatos aos leitores.
*
No capítulo sobre o qual refletimos – “Operações Seletivas” –, André continua a relatar a palavra de um dos “juízes” que efetuava a avalição daquela pequena multidão desencarnada, distribuindo sentenças de acordo com a sua orientação teológica – um tribunal “montado” além da morte, para “suprir” as expectativas daqueles que, mentalmente, esperavam ser “julgados”, a fim de que, segundo as suas concepções de crença religiosa, fossem destinados ao Céu, ao Inferno ou ao Purgatório. Impressionante como a sugestão mental prevalece nos espíritos por séculos, incapazes de conceberem ideias diferentes das que lhe foram impostas.
*
“Amaldiçoados sejam pelo Governo do Mundo – prosseguia o implacável “juiz” – quem nos desrespeite as deliberações, baseadas, aliás, nos arquivos mentais de cada um.”
“Quem nos acusa de crueldade? Não será benfeitor do espírito coletivo o homem que se consagra à vigilância de uma penitenciária? e quem sois vós, senão rebotalho humano? Não viestes, até aqui, conduzidos pelos próprios ídolos que adorastes?”
Notemos que o espírito estava convicto de que, em nome das Leis Divinas, lhe competia julgar e sentenciar aquelas almas fora do corpo, que haviam cometido inúmeros equívocos na experiência terrestre...
*
Ante a turba que começou a gritar por perdão, o “magistrado” continuou:
“Perdão? Quando desculpastes sinceramente os companheiros de estrada? onde está o juiz reto que possa exercer, impune, a misericórdia.”
Por mais nos pareça estranho, concluímos que, infelizmente, tais “tribunais” são necessários por corrigenda às mentes infantilizadas, que não estão amadurecidas para as realidades que transcendem.
*
Neste instante, o “juiz” solicita que se aproxime uma mulher, determinando que ela confessasse os seus crimes.
“A desventurada senhora bateu no peito, dando-nos a impressão de que rezava o ‘confiteor’ e gritou, lacrimosa:
- Perdoai-me! Perdoai-me, ó Deus meu!”
E começa a relatar que matara quatro filhinhos, com o auxílio de seu esposo, que lhe fora comparsa.
O “magistrado” indaga, em voz alta:
“Como libertar semelhante fera humana ao preço de rogativas e lágrimas?”
“A sentença foi lavrada por si mesma! não passa de uma loba, de uma loba, de uma loba”...
A ali, de consciência culpada, a recordação de seus crimes vindo à tona, o espírito daquela mulher, sob a indução hipnótica das palavras do “magistrado”, começa a se transfigurar, no fenômeno denominado “licantropia”...
*
Quantos de nós não traremos, escondida sob a condição humana, a forma de uma fera qualquer?! Quantos, realmente, pelos crimes cruéis que são capazes de praticar, mais nos parecem animais do que gente?! – com todo o respeito que os animais, nossos irmãos inferiores, nos merecem, muitos deles em condições de docilidade que os considerados humanos ainda não demonstram possuir?!...

INÁCIO FERREIRA – Blog Mediunidade na Internet
Uberaba – MG, 24 de dezembro de 2018 (*).
(*) Informamos aos nossos irmãos e irmãs que estaremos de volta com as postagens do Blog no dia 21 de janeiro de 2019. Muito grato.

23.12.18

João, de Deus?


Algumas pessoas me perguntaram como podem milagres acontecerem mesmo com João de Deus caindo no mais básico das energias....
Simples e talvez seja essa a lição que o universo esteja nos dando.
A espiritualidade não precisa do João, Maria, Rose, etc., para operar milagres.
Em Abadiânia existem centenas de milhares de pessoas ancorando a força da fé e do amor real, não João...nem Marias...centenas de milhares.
A espiritualidade está mostrando que cada um de nós é o ancorador dessa energia, porque ela nasce em nós, dentro do nosso coração.
A espiritualidade está mostrando que somos todos capazes, não precisamos de mestres disso ou daquilo. Precisamos estar focados no amor.
Precisamos parar de entregar em mãos alheias nossa cura, seja ela do corpo, da alma, do coração ou da mente.
As pessoas vão lá procurando cura e pensando que o responsável por ela é esse tal médium. Não é.
Lembra de Cristo?
"Não fui eu quem te curou, mas tua fé"!
Então não é o João. Nem sua mão alisadora de mulheres. É cada partícula de nós mesmos que realiza os milagres
As pessoas precisam terceirizar a fé, a cura e a harmonia porque fica mais fácil. Porque fomos ensinados desde sempre que precisamos de um intermediário para chegar até Deus. Seja ele padre, pastor, mãe ou pai de santo. Gurus.
Não precisamos mais disso.
Vejo pessoas com certificados de cura quântica, thetahealing, Reiki, e tantas denominações diferentes mas que não acreditam em si mesmos, precisam estar sob o "manto" de algum outro mortal.
Fé cega, faca amolada.
Caímos nas garras dos seres que caem por não acreditarmos em nós.
Então pessoas, antes de entregar sua energia a outro humano, primeiramente repense na sua fé.
Entre você e o(a) criador(a) não há distância, a não ser a que você mesma cria por necessitar de alguém que diga o que fazer.
Mais uma vez, não é João de Deus um milagreiro. Ele apenas é um instrumento para que cada um de nós acredite em si próprio. Assim como todos nós somos.
Entre nós e Deus não há distância, porque Ele nos é por inteiro.
Chegada a hora de sair debaixo das asas desses seres e fazer vôo solo rumo a unidade. Aprendendo que já somos. Basta olhar com carinho e atenção para dentro!
Simples assim!
Recebi como sendo de M.Gracas Dias
Rose Ponce ( me ligou dizendo ser ela a Autora.)

22.12.18

Dia de Natal


Ele veio... Nasceu quase em secreto,
Sob o manto da noite constelada,
Em choupana esquecida numa estrada,
O caminho traçado por Decreto...

Nasceu humilde, tendo por afeto,
Sobre a palha no chão esparramada,
O amor de sua Mãe Abençoada
E a proteção do pai, homem discreto...

Animais ao redor, os pirilampos
E anônimos pastores que, nos campos,
Guardavam seus rebanhos pela serra...

Naquele Dia igual não mais se viu,
Da mais sublime noite que existiu,
Em Jesus Cristo, Deus nasceu a Terra!...

Eurícledes Formiga – Blog Espiritismo em Prosa e Verso
(Página recebida pelo médium Carlos A. Baccelli, em reunião pública do Lar Espírita “Pedro e Paulo”, na manhã de sábado do dia 15 de dezembro de 2018, em Uberaba – MG).

21.12.18

CERTEZA CIENTÍFICA


                        Certeza científica é a que resulta da experimentação controlada dos fatos e fenômenos físicos, materiais, concretos, como, por exemplo, o Sol aquece a Terra; a Terra gira em torno do Sol; e o ar quente é mais leve que o ar frio.
                         Essa é a certeza procurada pela ciência; é a certeza que o Espiritismo pode admitir; só essas verdades atingidas pela ciência contribuem para o progresso dos conhecimentos que, reunidos, totalizam o conhecimento espírita. As deduções e especulações metafísicas - muito a gosto de alguns tribunos e defensores do cientificismo espírita - têm o mérito de explicar o que já se sabe e o que não se sabe ainda. Mas nada podem descobrir realmente de novo. A fonte de conhecimentos novos é uma só, a pesquisa científica.
                         A certeza é sempre relativa à natureza do conhecimento em que se fundamenta. A certeza científica fundamenta-se na verdade científica, isto é, na demonstrada conformidade da mente com os fatos, expressa em enunciados passíveis de comprovação experimental, como
este: "A Terra gira em torno do Sol".
                         A CERTEZA  RELIGIOSA fundamenta-se, nas religiões tradicionais (o Espiritismo não se inclui), nas inspirações da fé que determina a crença nos enunciados dogmáticos, pelo fato de terem sido revelados por Deus como verdades divinas.  O grande problema que essas religiões encontram, é determinar com exatidão as revelações que realmente são divinas. O Espiritismo tem um critério simplesmente infalível: as verdades universais são divinas. O Espiritismo aceita tão somente as verdades já confirmadas.

Albino A C de Novaes

20.12.18

OS SINAIS DOS TEMPOS


    "Ao sair Jesus do templo, disse-lhe um dos seus discípulos: Olha, Mestre, que pedras e que edifícios! Disse-lhe Jesus: Vê estes grandes edifícios? Não ficará pedra sobre pedra que não seja derrubada.
    "Estando ele sentado no Monte das Oliveiras, defronte do templo, perguntaram-lhe em particular Pedro, Tiago e João e André: Dize-nos quando sucederão estas coisas, e que sinal haverá quando elas estiverem para se cumprir? Então Jesus começou a dizer-lhes: Vede que ninguém vos engane.
Muitos virão em meu nome, dizendo: Sou eu, e enganarão a muitos. Quando porém, ouvirdes falar de guerras, e rumores de guerras, não vos assusteis:
porque é necessário que assim aconteça mas não é ainda o fim. Pois se levantará nação contra nação, e reino contra reino. Haverá terremotos em vários lugares, e haverá fomes: estas coisas são o princípio das dores.
Estais vós de sobreaviso; pois vos hão de entregar aos tribunais e sereis açoitados nas sinagogas, e haveis de comparecer diante dos reis e governadores por minha causa, para lhes servir de testemunho. Mas é necessário que primeiro o Evangelho seja pregado a todas as nações. E quando vos conduzirem para vos entregar, não vos preocupeis com o que haveis de dizer, mas falai o que vos for dado naquela hora, porque não sois vós os que falais, mas o Espírito Santo. Um irmão entregará à morte a seu irmão e um pai a seu filho; e os filhos se levantarão contra seus pais e os farão morrer. Sereis também odiados de todos por causa do meu nome; mas aquele que perseverar até o fim será salvo.
    "Quando, porém, virdes a abominação da desolação estar onde não deve (quem lê entenda), então os que estiverem na Judéia fujam para os montes; o que se achar no eirado, não desça e nem entre para tirar as coisas de sua casa; e o que estiver no campo, não volte para tomar sua capa. Mas ai das que estiverem grávidas e das que amamentarem naqueles dias! Rogai que não suceda isso no inverno; porque aqueles dias serão de tribulação, tal qual nunca houve deste o princípio da criação por Deus feita até agora, nem haverá jamais. E se o Senhor não abreviasse aqueles dias, ninguém seria salvo; mas por causa dos eleitos, que ele escolheu, os abreviou.
    "Então se alguém vos disser: Eis aqui o Cristo! ou: Ei-lo acolá! Não acrediteis; levantar-se-ão falsos Cristos e falsos profetas, e farão milagres e prodígios, para enganar os eleitos se possível fora. Estais vós de sobreaviso; de antemão vos tenho dito todas as coisas.
    "Mas naqueles dias, depois daquela atribulação, o Sol escurecerá, a Lua não dará mais claridade, as estrelas cairão do céu e as potestades celestes serão abaladas. Então se há de ver o Filho do Homem vindo nas nuvens com grande poder e glória. E ele enviará os anjos e ajuntará os seus eleitos dos quatro ventos, da extremidades da Terra à extremidade do céu".
(Marcos, XIII, 1-27)

    Este trecho do Evangelho, provavelmente da última fase da vida de Jesus, é digno do nosso estudo e atenção.
    Já o Mestre havia lançado o seu libelo contra os escribas e fariseus, os cegos guias de cegos, que erigiam os sepulcros dos profetas a quem seus pais haviam trucidado; aos traficantes das graças de Deus; aos vendilhões do templo. Ele já havia lamentado Jerusalém, que matava os profetas e enviados que transpunham suas portas quando, ao chamarem os discípulos sua atenção para as grandezas do templo, aproveitou-se da oportunidade para proferir, perante eles, o seu Sermão Profético, como o chamam os Evangelhos.
    Foi nessa ocasião que Jesus falou aos discípulos dos tempos que haviam de chegar e das ocorrências que se desenrolariam no mundo, até a iniciação de uma nova fase de vida para a Humanidade.
    Sem outro exórdio que pudesse desviar a atenção dos admiráveis painéis por meio dos quais mostrou aos que o cercavam os fatos que se desenrolariam depois da sua passagem para a espiritualidade, começou Jesus a falar do grande e suntuoso Templo de Jerusalém, do qual não ficaria pedra sobre pedra.
    Era este o sinal maior dos acontecimentos que estavam próximos, e foi justamente o que se realizou.
    Do Templo de Jerusalém , não ficou pedra sobre pedra, como também não ficará pedra sobre pedra de todos os monumentos que o orgulho, a vaidade e o egoísmo humano edificaram em nome de Deus!
    Grande era a missão que cumpria ao Mestre levar a termo, e de retirada do Templo onde ele havia apostrofado os sacerdotes, o Mestre seguira para o Monte das Oliveiras, sítio predileto onde, por várias vezes, se tinha reunido com os seus discípulos, mostrando-lhes do alto do pico, cuja vista abrangia extensos horizontes, as belezas da Natureza matizada pelos reflexos do Sol.
    Sentado na relva, melancólico e pensativo, começou então o Mestre a responder às perguntas daqueles que deveriam apostolar a sua causa, salientando os fatos que assinalariam o fim dos tempos do mundo sacerdotal, que precederia o início do mundo espiritual, ou seja da fase iniciativa do reinado do Espírito sobre a matéria. Tomando como símbolo das grandezas humanas o Templo de Jerusalém, Jesus fez ver a seus discípulos que todas essas pompas luxuosas, que adormecem o Espírito e aniquilam o sentimento, distraem os homens de seus deveres para com Deus e o próximo, impedindo as almas de cumprirem seus deveres evangélicos.
    O Mestre já havia também predito os grandes martírios que teria de sofrer, predições que se realizaram à letra; mas que tudo isso era preciso que se cumprisse; e que ele voltaria ao mundo no tempo da restauração final da sua palavra. Mas, antes disso, o mundo teria de passar por grandes transformações e a Humanidade por grandes sofrimentos.
    Perguntando-lhe os discípulos a época em que ocorreriam esses acontecimentos, Jesus começou por ensiná-los a raciocinar, ensinando-lhes a discernir os homens e os Espíritos, a fim de poderem distinguir os tempos preditos.
    "Cuidado! Ninguém vos engane, porque muitos virão em meu nome dizendo:
eu sou o Cristo, e enganarão a muitos.
    "Se alguém vos disser: eis aqui o Cristo ou ei-lo ali, não acrediteis; porque hão de levantar-se falsos Cristos e falsos profetas e mostrarão tais sinais e milagres que, se fora possível, enganariam até os escolhidos.
    "Se disserem que o Cristo está no deserto, não saiais; se disserem que está no interior da casa não acrediteis, porque assim como o relâmpago sai do Oriente para o Ocidente, assim será a vinda do Filho do Homem".
    Com esta exposição Jesus fez ver que a sua vinda não seria como daquela vez, em que fora crucificado; viria em Espírito, presidindo o grande movimento de espiritualização do mundo, tal como se está verificando sob os auspícios do Espiritismo! Frisou bem os mistificadores, que apresentariam o "Cristo" fechados em câmaras e no interior das casas, assim como os que aparecem nos desertos, arrebatam multidões curiosas e constituem redutos de fanáticos.
    E foi só depois de bem exaltar o sentimento e o raciocínio de seus discípulos, que o Filho de Deus julgou acertado narrar as dores por que o mundo teria de passar e as lutas que seus seguidores teriam de sustentar na obra da regeneração humana.
"Haveis, primeiramente, de ouvir rumores de guerra, mas não vos assusteis, porque não é ainda nessa ocasião que virá o fim, pois levantar-se-á nação contra nação, reino contra reino, e haverá fome e terremotos em vários lugares; mas tudo isso é o princípio das dores".
    Esta predição está realizada e continua a se verificar; as guerras que têm assolado ultimamente o planeta não deixam dúvida sobre a realização da previsão. Os ataques contra a palavra apostólica, levando os divulgadores da fé aos tribunais, têm continuado desde os primeiros tempos do Cristianismo.
    Desde os tempos de Nero, prosseguindo sempre, estendendo-se à alçada da Igreja de Roma, que entregava os "hereges" ao braço forte para lhes serem infligidos os maiores suplícios, a história dos inquisidores e da Inquisição, compondo páginas de sangue na História da Humanidade, deixam ver claramente o cumprimento também desse trecho do Evangelho.
    A Grande Guerra de 1914-18, que fez mais de 30 milhões de vítimas; a grande peste que levou outras tantas ou ainda mais; as lutas que fervilham em todo o mundo não são mais que os sinais característicos, preditos pelo nazareno, do fim dos tempos em que o mundo terá de passar por uma completa reforma no que se refere à moral.
    Jesus acrescentou que, em virtude da iniquidade a que os homens se entregariam, o amor se esfriaria e não haveria mais caridade; os afetos se extinguiriam e o caráter se abastardaria.
    É o que estamos vendo por toda a parte! O luxo, as pompas, a ganância do ouro, o desejo da multiplicação de fortunas; o egoísmo endeusado; e de outro lado, o desprezo para com os necessitados, para com os enfermos e abandonados!
    Em vez de hospitais, erguem-se igrejas; em vez de casas de instrução, constroem-se cadeias; em vez de luz, a Humanidade veste-se de trevas!
    Um dos mais característicos "sinais dos tempos" é a pregação do Evangelho, como está escrito:
    "Este Evangelho será pregado pelo mundo todo; então virá o fim". Graças ao Espiritismo, ou seja, aos Espíritos da Verdade, este convite para seguir a Cristo se está realizando como um aviso amoroso da vinda, em Espírito, de Jesus, que restabelecerá na Terra o reinado do Espírito.
    A pregação do Evangelho é o machado posto à raiz das árvores infrutíferas. É a exortação à regeneração dos costumes para a espiritualização dos homens.
    Outro característico igual é: "a abominação da desolação predita pelo profeta Daniel, que se havia de verificar no lugar santo".
    É fato bem patente aos olhos de todos: o que os homens chamam lugar santo são as igrejas; e não há quem conteste a desolação que lavra nas igrejas!
    Que é atualmente religião? Nada. O que é uma igreja? Um lugar abominável, onde se pode encontrar tudo menos amor a Deus, caridade, amor ao próximo, respeito, moral!
    A igreja atual é um ponto de diversão como qualquer outro, é um botequim de festas onde se mercadejam frangos e leitões.
    Que é a religião do povo, hoje?
    Onde está a fé, a esperança, a caridade, que unem, sustentam, amparam e elevam a massa popular? O que há são tráficos de missas, tráficos de batismos, tráficos de casamentos, tráficos de nascimentos e tráficos de mortos! Tudo é mercadoria, tudo se vende na religião do povo, tudo se mercadeja nas igrejas dessa Babilônia!
    A imortalidade, a comunhão das almas e dos santos, desapareceu do Credo; o diabo venceu a divindade: o Inferno tragou o Céu!
    Não há crença, não há fé; para a massa do povo, tudo termina com a morte; a igreja proclamou: pulvis est, et in pulveris reverteris, "és pó e ao pó tornarás", spiritus qui vales non redit. "Os mortos não retornam ". O túmulo é então, a última palavra da vida! Eis o sinal certo do fim dos tempos; eis a desolação e a abominação, predita por Jesus, imperando no "lugar santo"!
    As últimas predições do Mestre, exaradas no referido capítulo, versam sobre os fenômenos físicos, os sinais no céu. Todos dizem: "o tempo está mudado". De fato, o tempo está mudado e essa mudança foi predita por Jesus há quase dois mil anos, para assinalar o fim do mundo da carne e o advento do mundo do Espírito.
    Finalmente, diz o texto: "As estrelas cairão do céu e as potestades serão abaladas".
    Essas estrelas mais não são que os Espíritos superiores, que viriam tomar parte nessa restauração, mesmo porque só eles serão capazes de abalar as potestades, os governos civis e religiosos, da Terra e do espaço, que conduziram os homens à degradação em que se acham!
    Eles vêm ajuntar os escolhidos dos quatro ventos e chamá-los a formar esse reino desejado, que pedimos cotidianamente ao Senhor no Pai Nosso.
    Vamos concluir, aconselhando o leitor a tomar um lugar nas fileiras do Cristo, porque só assim ficará resguardado dos males futuros que farão ruir o mundo velho com suas paixões, para, removidos os escombros, erguer-se em cada alma uma cátedra onde o Espírito da Verdade possa pontificar!

Livro: Parábolas e Ensinos de Jesus - Cairbar Schutel

19.12.18

LOUVOR DO NATAL


Reunião pública de 18-12-59.
Questão 1017  (Livro dos Espíritos)

     Senhor Jesus!
     Quando vieste ao mundo, numerosos conquistadores haviam passado, cimentando reinos de pedra com sangue e lágrimas.
     Na retaguarda dos carros de ouro e púrpura com que lhes fulgia as vitórias, alastravam-se, como rastros da morte, a degradação e a pilhagem, a maldição do solo envilecido e o choro das vítimas indefesas.
     Levantaram-se, poderosos, em palácios fortificados e faziam leis de baraço e cutelo, para serem, logo após, esquecidos no rol dos carrascos da Humanidade.
     Entretanto, Senhor, nasceste nas palhas e permaneceste lembrado para sempre.
     Ninguém sabe até hoje quais tenham sido os tratadores de animais que te ofertaram esburacada manta, por leito simples, e ignora-se quem foi o benfeitor que te arrancou ao desconforto da estrebaria para o clima do lar.
     Cresceste sem nada pedir que não fosse o culto à verdadeira fraternidade.
     Escolheste vilarejos anônimos para a moldura de tua palavra sublime...Buscaste para companheiros de tua obra homens rudes, cujas mãos calejadas não lhes favoreciam os vôos do pensamento. E conversaste com a multidão, sem propaganda condicionada.
     No entanto, ninguém conhece o nome das crianças que te pousaram nos joelhos amigos, nem das mãos fatigadas a quem te dirigiste na via pública!
     A História, que homenageava Júlio César, discutia Horácio, enaltecia Tibério, comentava Virgílio e admirava Mecenas, não te quis conhecer em pessoa, ao lado de tua revelação, mas o povo te guardou a presença divina e as personagens de tua epopéia chamam-se “o cego Bartimeu”, “o homem de mão mirrada”, “o servo do centurião”, “o mancebo rico”, a “mulher Cananéia”, “o gago de Decápolis”, “a sogra de Pedro”, “Lázaro, o irmão de Marta e Maria”.
     Ainda assim, Senhor, sem finanças e sem cobertura política, sem assessores e sem armas, venceste os séculos e estás diante de nós, tão vivo hoje quanto ontem, chamando-nos o espírito ao amor e à humildade que exemplificaste, para que surjam, na Terra, sem dissensão e sem violência, o trabalho e a riqueza, a tranquilidade e a alegria, com bênção de todos.
     É por isso que, emocionados, recordando-te a manjedoura, repetimos em prece:
- Salve, Cristo! Os que aspiram a conquistar desde agora, em si mesmos, a luz de teu reino e a força de tua paz, te glorificam e te saúdam!...

Livro “Religião dos Espíritos” –  Francisco C. Xavier – Emmanuel – Todos os livros Espíritas como este vendidos em nossa loja terão o lucro repassado à Casa Espírita de Oração Amor e Luz.

18.12.18

XXIX – REFLEXÕES SOBRE O LIVRO “LIBERTAÇÃO”


– ANDRÉ LUIZ/CHICO XAVIER

Alhures, já tivemos oportunidade de dizer que a Obra de André Luiz realiza, sob a coordenação do Mundo Espiritual Superior, a transição do pensamento católico para o pensamento espírita – tal transição, evidentemente, não poderia ser brusca, sem promover uma violência mental no campo da fé das almas que ainda não sabem se valer da razão.
*
Continuando com a sua descrição sobre o “julgamento”, além da morte, naquela “cidade estranha”, André Luiz descreve a presença dos espíritos considerados “magistrados”, que tomavam a Justiça Divina em suas mãos – a cena descrita pelo Autor espiritual é a expressão da realidade para milhares de espíritos que, todos os dias, deixam o corpo na Terra.
*
- Os magistrados! os magistrados! Lugar! lugar para os sacerdotes da justiça!
André diz que notou os referidos “magistrados”, precedidos por serviçais, “trajados à moda dos lictores (servidor público civil romano) da Roma antiga”, adentraram ao recinto, carregados em andores – era uma espécie de solenidade religiosa, um tribunal armado no Mundo Espiritual para proceder ao julgamento das almas desenfaixadas do corpo físico.
*
- Os julgadores, por sua vez, desceram, pomposos, dos tronos içados e tomaram assento numa espécie de nicho a salientar-se de cima, inspirando silêncio e temor, porque a turba inconsciente, em redor, calou-se de súbito.
Tudo lembra, sem dúvida, o que, por vezes, continua acontecendo em alguns atos religiosos e nas aparições de certas autoridades católicas – bispos, cardeais, Papa –, embora, semelhante costume, nos tempos atuais, venha sendo abolido pela Igreja.
*
As palavras de um dos “julgadores” aos espíritos que ali se concentravam foram estarrecedoras – impressionante o domínio mental que exerciam sobre eles! Aquelas entidades estavam “criando” um tribunal para o julgamento das almas – com o intuito de que a sua teologia não fosse desmentida pelas realidades de além-túmulo.
*
- Nem lágrimas, nem lamentos.
Nem sentença condenatória, nem absolvição gratuita.
Esta casa não pune, nem recompensa.
A morte é caminho para a justiça.
Escusado qualquer recurso à compaixão, entre criminosos.
Não somos distribuidores de sofrimento, e, sim, mordomos do Governo do Mundo. (...)
*
Gúbio esclareceu:
- O julgador conhece à saciedade as leis magnéticas, nas esferas inferiores, e procura hipnotizar as vítimas em sentido destrutivo, não obstante usar, como vemos, a verdade contundente.
*
Os nossos irmãos e irmãs internautas poderão imaginar a cena, que, infelizmente, é real, retratando o que ainda ocorre com aqueles que deixam a Terra de mente infantilizada, presa ao fanatismo religioso, na expectativa de Céu, Inferno ou Purgatório.
Depois da morte do corpo, a mente mergulha no mundo de suas convicções mais íntimas, sustentando ilusões nas quais, durante séculos vem acreditando.
Vejamos, assim, a importância do Espiritismo, que, no dizer de Emmanuel, por Chico Xavier, “é processo libertador de consciências”!...

INÁCIO FERREIRA – Blog Mediunidade na Internet
Uberaba – MG, 17 de dezembro de 2018.

17.12.18

CARÁTER DA REVELAÇÃO ESPÍRITA


Allan Kardec, no livro A Gênese

     31. - Pelas relações que hoje pode estabelecer com aqueles que deixaram a Terra, possui o homem não só a prova material da existência e da individualidade da alma, como também compreende a solidariedade que liga os vivos aos mortos deste mundo e os deste mundo aos dos outros planetas.
Conhece a situação deles no mundo dos Espíritos, acompanha-os em suas migrações, aprecia-lhes as alegrias e as penas; sabe a razão por que são felizes ou infelizes e a sorte que lhes está reservada, conforme o bem ou o mal que fizerem. Essas relações iniciam o homem na vida futura, que ele pode observar em todas as suas fases, em todas as suas peripécias; o futuro já não é uma vaga esperança: é um fato positivo, uma certeza matemática. Desde então, a morte nada mais tem de aterrador, por lhe ser a libertação, a porta da verdadeira vida.
     32. - Pelo estudo da situação dos Espíritos, o homem sabe que a felicidade e a desdita, na vida espiritual, são inerentes ao grau de perfeição e de imperfeição; que cada qual sofre as conseqüências diretas e naturais de suas faltas, ou, por outra, que é punido no que pecou; que essas conseqüências duram tanto quanto a causa que as produziu; que, por conseguinte, o culpado sofreria eternamente, se persistisse no mal, mas que o sofrimento cessa com o arrependimento e a reparação; ora, como depende de cada um o seu aperfeiçoamento, todos podem, em virtude do livre-arbítrio, prolongar ou abreviar seus sofrimentos, como o doente sofre, pelos seus excessos, enquanto não lhes põe termo.
     33. - Se a razão repele, como incompatível com a bondade de Deus, a idéia das penas irremissíveis, perpétuas e absolutas, muitas vezes infligidas por uma única falta; a dos suplícios do inferno, que não podem ser minorados nem sequer pelo arrependimento mais ardente e mais sincero, a mesma razão se inclina diante dessa justiça distributiva e imparcial, que leva tudo em conta, que nunca fecha a porta ao arrependimento e estende constantemente a mão ao náufrago, em vez de o empurrar para o abismo.
     34. - A pluralidade das existências, cujo princípio o Cristo estabeleceu no Evangelho, sem todavia defini-lo como a muitos outros, é uma das mais importantes leis reveladas pelo Espiritismo, pois que lhe demonstra a realidade e a necessidade para o progresso. Com esta lei, o homem explica todas as aparentes anomalias da vida humana; as diferenças de posição social; as mortes prematuras que, sem a reencarnação, tornariam inúteis à alma as existências breves; a desigualdade de aptidões intelectuais e morais, pela ancianidade do Espírito que mais ou menos aprendeu e progrediu, e traz, nascendo, o que adquiriu em suas existências anteriores (no 5).
     35. - Com a doutrina da criação da alma no instante do nascimento, vem-se a cair no sistema das criações privilegiadas; os homens são estranhos uns aos outros, nada os liga, os laços de família são puramente carnais; não são de nenhum modo solidários com um passado em que não existiam; com a doutrina do nada após a morte, todas as relações cessam com a vida; os seres humanos não são solidários no futuro. Pela reencarnação, são solidários no passado e no futuro e, como as suas relações se perpetuam, tanto no mundo espiritual como no corporal, a fraternidade tem por base as próprias leis da Natureza; o bem tem um objetivo e o mal conseqüências inevitáveis.
     36. - Com a reencarnação, desaparecem os preconceitos de raças e de castas, pois o mesmo Espírito pode tornar a nascer rico ou pobre, capitalista ou proletário, chefe ou subordinado, livre ou escravo, homem ou mulher. De todos os argumentos invocados contra a injustiça da servidão e da escravidão, contra a sujeição da mulher à lei do mais forte, nenhum há que prime, em lógica, ao fato material da reencarnação. Se, pois, a reencarnação funda numa lei da Natureza o princípio da fraternidade universal, também funda na mesma lei o da igualdade dos direitos sociais e, por conseguinte, o da liberdade.

    O Espiritismo é ao mesmo tempo uma ciência de observação e uma doutrina filosófica. Como ciência prática, ele consiste nas relações que se podem estabelecer com os Espíritos; como filosofia, ele compreende todas as conseqüências morais que decorrem dessas relações.
    Pode-se defini-lo assim:
    O Espiritismo é uma ciência que trata da natureza, da origem e da destinação dos Espíritos, e das suas relações com o mundo corporal.

16.12.18

AÇÃO DOS ESPÍRITOS SOBRE OS FLUIDOS


    Os espíritos vivem numa atmosfera fluídica (de fluidos). Dela extraem o que lhes é necessário e agem sobre os fluidos do seu ambiente.
(Comparativamente: na Terra estamos envoltos pela atmosfera e vivemos em meio a substâncias materiais, que usamos e sobre elas agimos).
    Agindo sobre os fluidos, os espíritos influem: sobre si mesmos e sobre os outros espíritos: sobre o mundo fluídico e sobre o mundo material.
    I. COMO AGEM?
    É com o pensamento e a vontade que o espírito age sobre os fluidos.
    Ele dirige os fluidos, aglomera-os, dá-lhes forma, aparência, cor e pode, até, mudar suas propriedades.
    É a grande oficina ou laboratório da vida espiritual.
    A ação dos espíritos sobre os fluidos pode ser inconsciente porque basta pensar e sentir algo para causar efeitos sobre eles.
    Mas também pode o espírito agir conscientemente sobre os fluidos, sabendo o que realiza e como o fenômeno se processa.
    II. QUALIDADE DOS FLUIDOS
    Os fluidos em si são neutros. O tipo dos pensamentos e sentimentos do espírito é que lhes imprime determinadas características.
    Fluidos bons são resultantes de pensamentos e sentimentos nobres, puros.
    Fluidos maus são resultantes de pensamentos e sentimentos inferiores, incorretos, impuros.
    Os fluidos iguais se combinam; os fluidos contrários se repelem; os fracos cedem aos mais fortes; os bons predominam sobre os maus.
    Os fluidos se reforçam em suas qualidades boas ou más pela reiteração do impulso correspondente que recebem do espírito.
    As condições criadas pela ação do espírito nos fluidos podem ser modificadas por novas ações do próprio espírito ou por ações de outros espíritos.
    III. EFEITOS NO PERISPÍRITO E NO CORPO
    O perispírito absorve com facilidade os fluidos externos porque tem idêntica natureza (também é fluídico).
    Absorvidos, os fluidos agem sobre o perispírito, causando bons ou maus efeitos, conforme seja a sua qualidade.
    No caso de um espírito encarnado (como nós) o perispírito, por sua vez, irá reagir sobre o organismo físico, com o qual está em completo contato molecular. E, então:
    - se os fluidos forem bons, produzirão no corpo uma impressão salutar, agradável;
    - se forem fluidos maus, a impressão é penosa, de desconforto.
    Se a atuação de fluidos maus for insistente, intensa e em grande quantidade, poderá determinar desordens físicas (certas moléstias não têm outra causa senão esta).
    Os bons fluidos, ao contrário, podem curar.
    IV. AURA
    Com os seus pensamentos e sentimentos habituais, o espírito (encarnado ou não) influi sobre os fluidos do seu perispírito e lhes dá características próprias. Está sempre emanando esses fluidos, que o envolvem e acompanham em todos os movimentos. é a sua aura, a sua "atmosfera individual".
    Na aura do encarnado, a difusão dos campos energéticos que partem do perispírito envolve-se com o manancial de irradiações das células do corpo.
No desencarnado, a aura é resultante apenas das emanações perispirituais.
    Conforme o tipo fluídico, as auras se harmonizam ou se repelem.
    V. SINTONIA E BRECHA
    Pelo modo de sentir e pensar:
    - estabelecemos um ajuste de comprimento de onda vibratória entre nós e os que pensam e sentem iguala nós; ou seja, entramos em sintonia com eles;
    - produzimos um certo tipo de fluidos e os espíritos que produzam fluidos semelhantes poderão, então "combinar" seus fluidos com os nossos, pois estabelecemos afinidade fluídica.
    Quando oferecemos sintonia e combinação de fluidos para o mal, dizemos que estamos dando "brecha" aos espíritos inferiores.
    Vigilância e oração evitam ou corrigem a influência negativa de outros sobre nós ou de nós sobre outrem.
    VI. O PASSE
    É uma transmissão voluntária e deliberada de fluidos benéficos, de uma pessoa para outra.
    Seu efeito é:
    - bom, quando o paciente está receptivo e assimila bem os fluidos transmitidos; daí a necessidade de um preparo prévio da mente, da fé e da oração para estar apto a receber bem o passe;
    - duradouro, quando o paciente mantém (pela boa conduta, pensamento e
sentimento) o estado melhor que alcançou com o passe.
    Se a pessoa não modificar para melhor o seu modo de agir, voltará a sofrer desgaste fluídico e desequilíbrio espiritual. "Não peques mais, para que não te suceda algo pior". (Jesus, Jo. 4:14.)
    Não é justo que fiquemos recebendo passes, que o próximo de boa vontade nos dá, e gastando essas forças, sem responsabilidade, sem nos esforçarmos por manter equilíbrio físico e moral.
    Só devemos pedir passe quando não pudermos, por nós mesmos, pelos nossos pensamentos e vontade, prece e atos bons, produzir fluidos melhores para nós mesmos.
Livros consultados:
De Allan Kardec:
- "A Gênese", cap. XIV, itens 13 a 21.
De André Luiz:
- "Missionários da Luz", cap. XIX.
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Fonte: "Iniciação ao Espiritismo", Therezinha Oliveira