29.6.13

RECADO AOS MÉDIUNS

Todo médium que trabalha
Sem sofrer perseguição,
Contra o mal da vaidade
Não dispõe de proteção.
*
Para manter o equilíbrio
No serviço em que porfia,
Pobre do médium que não
Leva uma surra por dia.
*
Médium que nunca caiu
Porque haja tropeçado,
Conheço somente aquele
Que sempre esteve deitado.
*
Quando o médium quer ser médium,
Por livrá-lo dos perigos,
Manda o Senhor se lhe dê
Meia dúzia de inimigos.
*
 O médium de salto alto,
Ante a queda que se abeira,
Para não quebrar a cara
Deve andar de focinheira.
*
Na boca de muita gente
Que diz palavras de mel,
Eu escuto, muitas vezes,
Chocalho de cascavel...
*
Se o médium nunca sofreu
Qualquer ameaça de morte,
Perante a sanha das trevas,
Ele está com muita sorte.
*
Que o médium louve ao Senhor
Por sofrer sendo maduro,
Pois Jesus foi perseguido
Desde quando nascituro!...

Eurícledes Formiga
(Página recebida pelo médium Carlos A. Baccelli, em reunião íntima do Lar Espírita “Pedro e Paulo”, na manhã do dia 20 de junho de 2013, em Uberaba – MG).

28.6.13


Nova Geração de Políticos

Novamente vos escrevo sobre as manifestações populares. Escrevo agora sobre nova ordem de coisas, o lado espiritual destas manifestações.
Políticos no mundo espiritual acompanham atentamente tudo que está acontecendo. Não estão alheios a nada e vibram com as mudanças que estão ocorrendo. Muitos nem sabe direito onde isto vai dar, mas são como meninos a vibrar pelo pirulito de tanta alegria em ver as coisas saindo do eixo para a construção de um novo patamar da realidade.
Essa gente, os políticos de verdade, não os assaltantes do povo, que não os vejo por aqui, continuam a influenciar positivamente os destinos da Nação.
Tancredo Neves, Ulysses Guimarães, Mário Covas, Freitas Nobre, Otávio Mangabeira, Miguel Arraes e outros mais, são testemunhas vivas de tudo que está ocorrendo no nosso País. Não estão de braços cruzados, agem o tempo todo.
É bom ver esta movimentação toda por aqui. Eles dizem que precisam preparar melhor as novas gerações de políticos que estão chegando. Não que tenham que ensinar muito a eles, mas passar a eles as suas experiências. Eles dizem que esta moçada já traz um DNA novo de fazer política.
Que maravilha!
O que está em jogo, meus caros, é a honestidade de propósitos. É o compromisso moral destes espíritos, na carne e fora dela, com a melhoria efetiva da vida do povo em bases seguras, institucional e politicamente.
Uma nova geração de políticos vai surgir. Revigorada, disposta a tudo para a mudança, bem mais consciente de seus direitos e deveres. Quem pensava que a juventude estava adormecida, perdeu feio, e aguardem novidades por aí, agora que pegaram o impulso.
Mais manifestações virão. Mais conscientes, mais objetivas, mais aglutinativas da vontade popular, mais representativas.
É o povo consciente e ativo que vai mudar este País. Não tenham qualquer dúvida disso.

Um abraço,
Helder Camara

27.6.13


Livro dos Espíritos - Allan Kardec
Capítulo 4 Pluralidade das existências
Encarnação nos diferentes mundos
- De acordo com o ensinamento dos Espíritos, de todos os globos que compõem o nosso sistema planetário, a Terra é onde os habitantes são menos avançados, tanto física quanto moralmente. Marte ainda estaria inferior, e Júpiter muito superior em todos os sentidos. O Sol não seria um mundo habitado por seres corporais, e sim um lugar de encontro de Espíritos superiores que, de lá, irradiam seus pensamentos para outros mundos, que dirigem por intermédio de Espíritos menos elevados, transmitindo-os a eles por meio do fluido universal. Como constituição física, o Sol seria um foco de eletricidade. Todos os sóis parecem estar numa posição idêntica.
O volume e a distância que estão do Sol não têm nenhuma relação necessária com o grau de adiantamento dos mundos, pois parece que Vênus é mais avançado que a Terra, e Saturno menos que Júpiter.
Muitos Espíritos que na Terra animaram pessoas conhecidas disseram estar encarnados em Júpiter, um dos mundos mais próximos da perfeição, e é admirável ver, nesse globo tão avançado, homens que, na opinião geral que fazemos deles, não eram reconhecidos como tão elevados. Isso não deve causar admiração, se considerarmos que alguns Espíritos que habitam Júpiter podem ter sido enviados à Terra para cumprir uma missão que, aos nossos olhos, não os colocava em primeiro plano; que, entre sua existência terrestre e a de Júpiter, podem ter tido outras intermediárias, nas quais se melhoraram. E, finalmente, que nesse mundo, como no nosso, há diferentes graus de desenvolvimento, e que entre esses graus pode haver a mesma distância como a que separa entre nós o selvagem do homem civilizado. Desse modo, o fato de habitarem Júpiter não quer dizer que estão no mesmo padrão dos seres mais avançados de lá, da mesma forma que não se está no mesmo padrão de um sábio da Universidade só porque se reside em Paris.
As condições de longevidade não são também as mesmas que na Terra, e por isso não se pode comparar a idade. Um Espírito evocado, desencarnado há alguns anos, disse estar encarnado há seis meses num mundo cujo nome nos é desconhecido. Interrogado sobre a idade que tinha nesse mundo, respondeu: “Não posso avaliá-la, porque não contamos o tempo como vós; além do mais, o modo de vida não é o mesmo; desenvolvemo-nos lá com muito mais rapidez; embora não faça mais que seis dos vossos meses que lá estou, posso dizer que, quanto à inteligência, tenho trinta anos da idade que tive na Terra”.
Muitas respostas semelhantes nos foram dadas por outros Espíritos, e isso nada tem de inacreditável. Não vemos na Terra um grande número de animais adquirir em poucos meses seu desenvolvimento normal? Por que não poderia ocorrer o mesmo com os habitantes de outras esferas? Notemos, por outro lado, que o desenvolvimento adquirido pelo homem na Terra, na idade de trinta anos, pode ser apenas uma espécie de infância, comparado ao que deve alcançar. Bem curto de vista se revela quem nos toma em tudo por protótipos da criação, e é rebaixar a Divindade crer que, fora o homem, nada mais é possível a Deus (Nota de  Kardec).

26.6.13

Questão 213 do Livro dos Espíritos
     GÊMEOS
    Vamos alongar um pouco a conversa sobre os gêmeos. Dois espíritos, quando nascem de uma só gestação, normalmente são espíritos afins, ou inimigos do passado, e Deus lhes dá oportunidade de ressarcir velhas rixas no campo de luta que a Terra oferece.
    Fala "O Livro dos Espíritos" que não é regra que sejam simpáticos, podendo ser o contrário. A carne é um meio de reajustamento espiritual para as almas, competindo a cada um esforçar-se para a melhoria interna. Ninguém engana a lei divina. Deus a tudo registra, assim como, igualmente, a nossa consciência, como sendo cópia da escrita espiritual.
     Quando nascemos, ou renascemos, em família, caracterizam-se as nossas necessidades ante o progresso. É necessário que analisemos os fatos, o ambiente em que renascemos, procurando aproveitar as oportunidades que vêm em nossas mãos por misericórdia dos céus. Convém a todos, principalmente aos que já chegam ao mundo com marcas, como sendo limitações físicas, não deixar de meditar sobre tais sinais, aceitando-os como aviso, de modo a se repararem entendendo a lição que Deus ensina.
    Existem muitos gêmeos que entenderam, procurando melhorar, corrigindo o que tinham de reparar, voltando à pátria verdadeira, livres do fardo que antes pesava em seus ombros, o que não acontece com outros que complicam as oportunidades, pesando mais seus débitos para outra existência.
    A doutrina Espírita vem trazer luz a todos os problemas deste e de outros tipos, para que possamos entender as leis e melhorarmos no que tange à moralidade. A natureza a todos convida no silêncio, mas, com firmeza através dos pais, sendo que eles se encontram também no jogo das provas, e podem muito ajudar, aliviando seus jugos na esteira do tempo.
    A aversão dos gêmeos traduz inimizade anterior; com pendores afins, nos assinala amizade do passado, embora com dívidas em outras áreas. Os pais podem analisar tudo isso e trabalhar para que esses espíritos compreendam e se dediquem ao trabalho de melhorar, iluminando-se por dentro pela compreensão e pela luz que pode se acender pelo amor. Depois dos esforços dos pais e, por vezes dos parentes, e deles próprios, o resto é de Deus, que sempre sabe como proceder no percurso da nossa existência.
    Há muitos casos que somente o tempo, que é a mesma vontade de Deus, resolve, e resolve bem, porque o Senhor nunca erra nas Suas diretrizes. Os guias espirituais são cooperadores, trazendo aos que sofrem intuições que aliviam o fardo e suavizam o jugo de todos eles.
    Os gêmeos que aqui destacamos não são somente espíritos que nascem de um só parto; podem ser mais, sem que precisemos enumerar todas as experiências das almas em questão. Para todos eles que, são inumeráveis no mundo, nós pedimos as bênçãos de Deus e de Jesus e o que estiver ao nosso alcance, faremos em favor de todos eles. O mundo é palco de trocas, que devemos fazer sem exigências, como dever, e com amor, aquele amor que irradia vida e pureza no coração.
 
Livro: Filosofia Espírita IV -João Nunes Maia - Miramez

25.6.13


CONVÉM QUE PAREMOS COM ISTO!

Alguns companheiros de Ideal, de cuja boa intenção eu não duvido, na interpretação de tragédias na atualidade, têm-se precipitado em certas opiniões suas em torno da Reencarnação e da Lei de Causa e Efeito.
Certo é que, antes de Kardec, nos disse o Cristo que a reconciliação com os nossos desafetos deve acontecer o mais depressa possível, para não suceder que os nossos adversários nos entreguem ao juiz, o juiz nos entregue ao ministro da justiça, e, consequentemente, sejamos metidos na prisão. – “Digo-vos, em verdade, que daí não saireis, enquanto não houverdes pago o último ceitil”!
Estou me referindo ao assunto, porque, quando do acontecido na cidade de Santa Maria, no Rio Grande do Sul, no incêndio de uma casa de shows, no qual desencarnaram mais de 200 jovens, muitos desses desavisados companheiros de Doutrina logo começaram a vincular a tragédia ao que esses espíritos teriam feito em vidas pregressas, mormente no tempo das Cruzadas, da Inquisição, ou da Segunda Grande Guerra Mundial.
Muitos chegaram a dizer que os jovens que se vitimaram, durante a Segunda Guerra, de 1939 a 1945, tinham sido todos eles nazistas, que participaram diretamente do chamado “Holocausto”, condenando milhares de judeus à morte nos campos de concentração!
Ora, fosse eu o pai, ou a mãe, de um desses rapazes e moças que lá desencarnaram, ouvindo de um espírita, ou mesmo de um espírito pretensamente Mentor, que o meu querido filho, ou a minha querida filha, tinha sido nazista, sinceramente, mandaria o espírita, ou o espírito Mentor, às favas, e, consequentemente, com ele, o Espiritismo inteiro.
E depois, por favor, paremos de ser ridículos, porque a impressão que se tem é que todos os espíritos devedores do planeta, a fim de quitarem os seus débitos, vêm reencarnar no Brasil, e não no campo de suas dívidas...
Depois que Chico Xavier, com a sua mediunidade idônea, recebeu mensagens dizendo que alguns dos que desencarnaram no incêndio do Edifício “Joelma”, em São Paulo, no ano de 1974, haviam participado das Cruzadas, todo mundo agora quer fazer revelação!
Cá entre nós, esmagadora maioria dos espíritos que foram responsáveis pelo “Holocausto”, sequer ainda logrou oportunidade de voltar a Terra, pois o que eles aprontaram não tem nem 70 anos, e, em apenas sete décadas, o espírito que cometeu tamanha atrocidade ainda está se vendo às voltas consigo mesmo na Vida além da morte – de minha parte, sequer posso dizer a vocês se eles voltarão a reencarnar na Terra!
Então, convém que evitemos pronunciamentos precipitados, em torno deste ou daquele assunto que nos sugere resgate coletivo, como, por exemplo, o terremoto que se abateu sobre o Haiti, o grande tsunami na Tailândia, ou a queda de um avião como o da “Air France”, no voo 447, que ceifou 228 vidas.
Antes que cheguemos à metade do ano de 2013, segundo estatísticas não correspondentes à realidade, a dengue no Brasil já matou perto de 200 pessoas! Nos anos anteriores, este número, facilmente, ultrapassa a casa de alguns milhares...
Sendo assim, haja combatentes das Cruzadas, ou padres da Inquisição, ou mesmo nazistas da Segunda Guerra, para, sob o ponto de vista dos espíritas, justificar tantas tragédias, que, todos os dias, ocorrem no mundo todo.
E o que falar-se da chamada gripe “espanhola”, que, em 1917-1918, promoveu a desencarnação de 30 milhões de pessoas, que, com certeza, por isto, não foram promovidas a nada!
Antes de abrirmos a boca e falarmos o que não sabemos, creio que nos convém parar com isto e estudarmos um pouco mais, porque a verdade é que tem muito espírita metido a ilustrado falando bobagem demais.

INÁCIO FERREIRA
Uberaba – MG, 24 de junho de 2013.

24.6.13


Democracia Ativa

Nas esquinas, nos bares, em todos os lugares deste País só se fala numa coisa: as passeatas.
Todos estão perplexos com o que está acontecendo e, ao mesmo tempo, maravilhados. Tirando, logicamente, meia dúzia de incautos, de destruidores do patrimônio alheio, tudo é uma tremenda festa democrática.
Que alegria ver nas ruas o povo de Deus a reivindicar os seus direitos. Como é bonito ver gente de todos os tipos ir as ruas para pedir paz, erradicação da corrupção, mais verba para saúde e educação e tantas outras causas nobres para a realidade do povo brasileiro.
Vejo no semblante de todos um olhar de esperança. É a nossa juventude, em sua maioria, sendo despertada para sua realidade social. Que maravilha ver uma manifestação pacífica, sem ódios, e cheia de patriotismo, cheia de nacionalismo, não aquele radical, mas de amor ao seu País.
É muito bom ver a juventude novamente nas ruas, andava com saudade disso. Os jovens estavam enfurnados em boates, dispersos, mas agora não, eles estão juntos a reivindicar melhores dias para toda a gente.
Ah! Que maravilha ver a cara dos políticos do País com tudo isso que está acontecendo. Eles estão atônitos sem saber o que fazer e o que dizer. Sabem que não cumpriram o seu dever moral de representar bem o povo e é, por isso, que a população está pegando de volta o mandato que lhes concedeu.
É claro que tudo isso precisa de um freio de arrumação. Não é possível mais ver tanto descaso com o dinheiro público. Não se pode ver mais tanto sofrimento de nosso povo sem condições de viver com dignidade.
Isto é tudo um começo.
Eu disse que o mundo vai mudar, vai mudar, vai mudar...mas poucos estavam prestando atenção e olha aí uma amostra do que virá. O mundo vai virar de ponta cabeça, não é assim que se diz?
As velhas estruturas estão por demais ultrapassadas e exigem renovação imediata. Eu aqui já arrumei as minhas tralhas mentais e joguei fora e você o que está fazendo com o lixo mental que ainda inferniza a sua mente?
Quando cito estas coisas eu falo das ideias novas que devemos colocar neste novo mundo que se inicia. Não é simplesmente uma reciclagem de ideias, é uma completa varredura no que fazíamos para colocar algo absolutamente novo, inédito.
As novas ideias que falo diz respeito ao novo mundo que se constrói. No caso da política, a democracia ativa é uma novidade que veio para chegar e não é somente aqui no Brasil. Na Europa já se respira esta nova realidade há bastante tempo e não vai parar por aí.
Os políticos, meus amigos, terão que ser representantes, de fato, do povo, mas o povo terá mais condições de mudá-los e não apenas esperarão por quatro, cinco, seis anos, o que seja, até porque o povo irá monitorar as ações dos seus representantes 24 horas e se sair do que a maioria pensa os tirarão imediatamente.
Democracia ativa representa um novo conceito de política para os dias atuais, mas nada diferente daquilo que já se exercitava na velha Grécia de Sócrates e Platão. É o recomeço em novas bases, agora com a ajuda da tecnologia e em dimensões inimagináveis por aqueles filósofos do amanhã.
Muita coisa vai mudar e eu vou monitorá-los de informação do lado de cá da vida. A política é apenas uma face destas mudanças transformacionais.
Não vai parar, não vai parar...
Um abraço,
Helder Camara

22.6.13

TEMPO E EVOLUÇÃO

Todo minuto ocioso
No tempo que existe agora,
Ante a Lei da Evolução,
É tempo jogado fora.
*
Matemática da Vida,
Que a razão na contraria:
Minuto desperdiçado
É o futuro que se adia.
*
Perante o tempo que corre
Sem nunca voltar atrás,
Quem não caminha, não chega;
Quem não se esforça, não faz.
*
O homem de boa vontade,
Que sempre cumpre o dever,
Quanto menos tempo tem,
Mais tempo consegue ter.
*
Um minuto aproveitado
No bem, por mais pequenino,
Possui uma força capaz
De renovar o destino.
*
Não menosprezes a hora,
Gastando o minuto a esmo...
Quem vive matando o tempo
Vive abortando a si mesmo.
*
Sobre a Terra, tudo passa...
Passa a sombra, fica a luz,
O ódio cede ao amor,
E a vitória é de Jesus!...

Eurícledes Formiga

(Página recebida pelo médium Carlos A. Baccelli, em reunião pública do Lar Espírita “Pedro e Paulo”, na manhã de sábado do dia 15 de junho de 2013, em Uberaba – MG).

21.6.13


Oferenda à Deus

Onde encontrar a Deus senão dentro de nós mesmos. Nós somos filhos do Pai, é verdade, mas precisamos fazer mais, além de ter consciência desta paternidade divina, precisamos mostrar que nós somos verdadeiramente parecidos com Ele.
E como podemos fazer isto, a pergunta não se cala?
Ora, meus amigos, pareceremos cada vez mais com o Pai à medida que fizermos o bem ao nosso irmão de caminho.
Quanto mais formos ao encontro do nosso irmão em detenção, mais estaremos pertos do Pai.
Quanto mais dermos de comer a quem tem fome, mais estaremos alimentando os filhos do Pai.
Quanto mais socorrermos a quem chora em desespero, mais estaremos consolando os que o Pai nos enviou.
Quanto mais estivermos em alerta para fazer o bem, mais estaremos servindo ao Pai.
É assim que é a vida, meus filhos, não há outra forma de agradar ao Pai senão fazendo o bem irrestritamente.
Há quem fale que não pode servir ao Pai, que nada tem, que nada sabe fazer, que tem poucas posses, mas esquece que o Pai opera em nós diante das nossas qualidades – e elas não são poucas.
Meus queridos irmãos, quanto o Pai necessita de cada um de vós, nestes tempos de turbulência, para promover o bem e dar mais um pouco de esperança a todos os Seus filhos.
Estarás de bem com tua própria consciência quando estiveres à disposição completa do Pai.
Olha ao teu redor, verás o quanto precisam de ti a começar na tua própria família. Teus irmãos, teus pais, teus primos, tios e por aí vai. Será que não tem um que está sem emprego e não sabe o que fazer? Será que não há um parente doente e você pode visitar? Trabalho para ajudar não vai faltar.
Vê agora perto de ti na vizinhança. Ah! Vai ter demais. Não vai faltar vizinho para tua oferta redentora.
Vai mais além. Onde trabalhas terás sempre um colega que não sabe alguma coisa e você pode ajudar.
Se estás na escola, então, não faltará aquele que precisa de explicação em algum assunto que você domina mais.
Como você poder ser útil, filho de Deus, não imaginas o quanto.
E Deus Pai vai te ofertar estas oportunidades, não hás de esperar e daqui a pouco, baterá mais um na tua porta, dizendo:
- Fulano, tu não poderias me ajudar nisso?
Vai logo e serve a Deus com carinho e desprendimento. Vai logo e cumpre a tua oferenda ao Pai. É esta oferenda que Ele mais se agrada, servir despretensiosamente ao irmão de caminho.
Que Deus nos abençoe!
Helder Camara

20.6.13


TRANSIÇAO PLANETÁRIA
DIVALDO PEREIRA FRANCO

A população terrestre alcança a passos largos o expressivo número de sete bilhões de seres reencarnados simultaneamente, disputando a oportunidade da evolução...
Embora as grandes aquisições do conhecimento tecnológico e dos avanços da ciência na sua multiplicidade de áreas, nestes dias conturbados os valores transcendentes não têm recebido a necessária consideração dos estudiosos que se dedicam à análise e à promoção dos recursos humanos, vivendo mais preocupados com as técnicas do que com o comportamento moral, que é de suma importância. Por isso, a herança que se transfere para as gerações novas que ora habitam o planeta diz mais respeito à ganância, ao prazer dos sentidos físicos, à conquista de espaço de qualquer maneira, dando lugar à violência e à desordem...
Têm ocupado lugar o materialismo e o utilitarismo, contexto em que muitos se comprazem distantes da solidariedade, da compaixão e dos espíritos fraternal, ante a dificuldade da real vivência do amor, conforme ensinado e vivido por Jesus.
Os indivíduos parecem anestesiados em relação aos tesouros da alma, com as exceções compreensíveis.
Felizmente, o fim do mundo de que falam as profecias refere-se àquele de natureza moral, com a ocorrência natural de sucessos trágicos que arrebatarão comunidades, facultando a renovação, que a ausência do amor não consegue lograr como seria de desejar...
Esses fenômenos não se encontram programados para tal ou qual período, num fatalismo aterrador como muitos que ignoram a extensão do amor de Nosso Pai divulgam, mas para um largo período de transformações, adaptações, acontecimentos favoráveis à vigência da ordem e da solidariedade entre todos os seres.
É compreensível, portanto, que a ocorrência mais grave esteja, de certo modo, a depender do livre-arbítrio das próprias criaturas humanas, cuja conduta poderá apressar ou retardar a sua constituição, suavizando-a ou agravando-a...
Se as mentes, ao invés do egoísmo, da insensatez e da perversidade, emitissem ondas de bondade e de compaixão, de amor e de misericórdia, certamente o panorama na Terra seria outro.
Compreendendo-se a transitoriedade da experiência física, no futuro a psicosfera do planeta será muito diferente porque as emissões do pensamento alterarão as faixas vibratórias atuais que contribuirão para a harmonia de todos e para o aproveitamento do tempo disponível.
O amor de Nosso Pai e a ternura de Jesus para com oSeu rebanho diminuirão a gravidade dos acontecimentos, mediante também a compaixão e a misericórdia, embora a severidade da lei do progresso.
Todos nos encontramos, desencarnados e encarnados, comprometidos com o programa da transição planetária para melhor. Por essa razão, todos devemos empenhar-nos no trabalho de transformação moral interior, envolvendo-nos em luz, de modo que nenhuma treva possa causar-nos transtorno ou levar-nos a dificultar a marcha da evolução.
Certamente, os espíritos fixados nas paixões degradantes sintonizarão com ondas vibratórias próprias a mundos inferiores, para eles transferindo-se por sintonia, onde se tornarão trabalhadores positivos pelos recursos que já possuem em relação a essas regiões atrasadas nas quais aprenderão as lições da humildade e do bem proceder. Tudo se encadeia nas leis divinas, nunca faltando recursos superiores para o desenvolvimento moral do espírito.
Nesse imenso processo de transformação molecular até a conquista da angelitude, há vários meios propiciatórios para o crescimento intelecto-moral, sem as graves injunções desagradáveis. Todos esses meios, entretanto, têm como base o amor e o trabalho.
Assim, a divulgação do Espiritismo é de fundamental importância por demonstrar a todos a imortalidade, a justiça divina, a mediunidade, os mecanismos de valorização da experiência na reencarnação e o imenso significado de cada momento existencial. Desse modo, convidemos a todos o aprendizado pelo amor, à reflexão e ao labor da caridade fraternal com que se enriquecerão, preparando-se para a libertação inevitável pela desencarnação, quando ocorrer.
Louvar e agradecer ao Senhor do Universo pela glória da vida que nos é concedida e suplicar-Lhe auxílio para sermos fiéis aos postulados do pensamento de Jesus, nosso Mestre e Guia, constituem deveres nossos em todos os momentos.
Entretanto, todos os trabalhadores do bem devem atentar para o fato de que experimentarão o aguilhão da dificuldade, sofrerão o apodo e a incompreensão desenfreada que têm sido preservados pela invigilância dos que nada contribuem.
Todos serão chamados ao sacrifício, de alguma forma, a fim de demonstrarem a excelência dos conteúdos evangélicos, considerando-se, por um lado, as injunções pessoais que exigem reparação e, por outro, a fidelidade que pede confirmação pelo exemplo.
Que se não estranhem as dificuldades que se apresentam inesperadamente, causando, não poucas vezes, surpresa e angústia. Por isso, o refúgio da razão apresenta-se o lugar seguro para reabastecer as forças e seguir com alegria.
As entidades que se comprazem na volúpia da vampirização das energias dos encarnados distraídos e insensatos, voltam-se contra os emissários de Jesus onde se encontrem, gerando conflitos em sua volta e agredindo-os com ferocidade. O trabalhador do Mestre, por sua vez, deve voltar-se para a alegria do serviço, agradecendo aos Céus a oportunidade auto iluminativa, sem que nisso ocorra qualquer expressão de masoquismo. Aliás, constitui-nos uma honra qualquer sofrimento por amor ao ideal da verdade, à construção do mundo novo.
Que o discernimento superior possa assinalar-nos a todos, e que os mais valiosos recursos que se possuam sejam colocados à disposição do Senhor da Vinha que segue à frente.”

Dr. Bezerra de Menezes (espírito) em Amanhecer de uma nova era, de Manoel Philomeno de Miranda (espírito), psicografia de Divaldo Franco.

19.6.13

12 RAZÕES PARA VOCÊ CONTINUAR SENDO ESPÍRITA


Diante do moralismo e da intolerância de certos adeptos do Espiritismo, alguns companheiros chegam a cogitar de deixaram a Doutrina, como se ela devesse responder pela ignorância e arbitrariedade dos que se dizem seus seguidores.
Se você se encontra entre esses companheiros que, aborrecidos com a postura de certos irmãos de Ideal, planejam a própria deserção da seara espírita-cristã, com intuito de demovê-lo do equivocado intento, listarei abaixo 12 razões para que você, com inalterável alegria, persevere na fé libertadora que abraçou.
1 – O Espiritismo é uma doutrina livre, que não possui chefes e nem donos – nele, a única autoridade é a de Jesus Cristo.
2 – Para ser espírita ao seu modo, você não tem que dar satisfações a ninguém.
3 – Absolutamente, não existe a menor necessidade de que o seu grupo se filie a esse ou àquele Órgão centralizador, ao qual deva prestar obediência ou se sujeitar a inspeção.   
4 – Para ser médium onde e como quer você não carece de outro aval que não seja o de sua própria consciência.
5 – A opinião de qualquer espírita em torno de seu trabalho diz respeito somente a ele, e, em essência, vale quase nada.
6 – A rigor, o espírita convicto não precisa se dizer tal nem em pesquisa do IBGE.
7 – Se não estiver satisfeito com o que acontece na casa que você frequenta, sem comunicar nada a quem seja, pode sair dela, alugar um barraco e fundar o “seu” próprio Centro Espírita.
8 – A quem, porventura, lhe rotule de antidoutrinário, você deve simplesmente ignorar em sua tola pretensão de patrulheiro doutrinário da conduta alheia.
9 - Não admita quem lhe queira ensinar técnicas específicas de transmissão do passe, porque isto é característica de cada um – o que conta é a simples imposição das mãos, sem necessidade de toque direto, e o desejo de ser útil.
10 – Não há necessidade de que você exiba atestado de santidade moral a quem, atrevidamente, lho peça.
11 – Kardec codificou a Doutrina, mas, em verdade, a Revelação Espírita está longe de ser concluída.
12 – Através das lentes da Fé Raciocinada, leia tudo, e não apenas Espiritismo, porque, em realidade, o Espiritismo não está contido apenas nas obras rotuladas de espíritas.
E, evidentemente, sem perder a linha, você poderá simplesmente dizer a quem lhe vier aporrinhar com o intuito de “enquadrá-lo” em suas ortodoxas concepções doutrinárias: - Não me venha ensinar o que você não sabe!...

INÁCIO FERREIRA
Uberaba – MG, 17 de junho de 2013.

17.6.13


Por uma Manifestação Pacífica

Meus queridos irmãos,
Vi esta semana um episódio com tremendo pesar. Vi manifestações de extrema violência pelas ruas de São Paulo. Vi, estupefato, uma agressão desnecessária às coisas públicas e, em resposta imediata, a repressão dos policiais.
Que cena dantesca, meu Pai.
Não quero aqui entrar no motivo da manifestação, por mais justa que ela pudesse vir a ser, por mais correto que fosse o motivo, mas há que se encarar o seguinte: será necessária a violência para se conseguir os seus interesses?
Não, claro que não, é óbvio.
Sempre defendi o caminho da não violência e não é por estar “morto” que vou mudar, pelo contrário, agora é que eu reforço os meus princípios. O que vi nas ruas de São Paulo não foi manifestação ordeira, foi apedrejamento, destruição, correria de intimidação, puro vandalismo.
Ora, para onde vai a violência senão na geração de mais violência?
Penso que alguns destes meninos não estão bem intencionados, não são o povo de verdade. O povão, pelo que vi, queria paz, queria tranquilidade. Um ou outro falava palavras de ordem para não fazerem aquilo, mas ensandecidos começavam a balburdia pública. Não é assim que se faz.
Vi, com olhos de espírito, uma turba se aproveitar da situação e tocar fogo naquilo que se ensaiava. Enfurecia ainda mais a massa em desordem. Eles, do lado de cá, não perdem tempo para comprometer a paz, adoram uma desordem pública, fazem a festa.
Eu quero pedir a todos eles que revisem seus posicionamentos, conversem civilizadamente com as autoridades públicas e busquem causas nobres para defender e de maneira sempre pacífica.
Olha o nosso meio-ambiente como sofre.
Perceba com estão os morros e as casas miseráveis. Por que não se juntam em mutirão para edificar casas decentes?
Verifique a situação da carestia no aumento do preço dos produtos alimentícios e orientem a buscar aqueles mais baratos.
Façam iniciativas populares com inteligência e resultado, não com bagunça e sem ordem.
Ah! No meu tempo a juventude agia de outra forma. Era aguerrida, não se intimidava com a ditadura militar, mas se juntavam o tempo todo para a defesa da liberdade e das injustiças. Afora os radicais de plantão, davam lições de democracia civilizada em defesa de uma causa justa.
Busquem causas que enobreçam a luta e ajam com consciência e paz. Vocês verão que a conquista já estará a caminho.

Fiquem na paz!
Helder Camara

14.6.13


Mudanças na Igreja

Irmãos,
Tenho compartilhado de perto, quando posso, da ação de nosso Papa Francisco. Como estou a admirar este homem de Deus. Veio no tempo certo, mas muitas agruras ainda o aguardam. Algumas decisões são esperadas e ele, por receio de não errar, ainda não as tomou. Vem coisa séria por aí, é só aguardar.
Ele pensa detidamente cada passo que vai dar por causa da investidura do cargo que ostenta. Por ele, por vontade pessoal, já teria realizado uma série de mudanças de alto impacto, mas ele sabe que não é bem assim e depois de um passo dado não se pode mais voltar atrás. É a nossa Igreja.
Penso nele todos os dias nas minhas preces. Ainda raciocino como padre aqui no “mundo dos mortos-vivos”. Não larguei a batina e tampouco os cacoetes de vigário. É isso mesmo, a gente se prende a determinadas coisas e não quer soltar. Não me vejo um Helder comum, sem ser padre, embora me digam por aqui que estas coisas também necessitamos nos desapegar.
Voltemos ao nosso Papa Francisco. Ele esta cercado de diversas autoridades eclesiásticas que lhe sugerem mudanças de relevo na Igreja. Outras, mais receosas, pedem que tenha mais moderação no que vai fazer e aponta as consequências de suas decisões. Ele está a ponderar, mas, às vezes, se cansa por não estar fazendo o que gostaria de fazer.
Lembra-me, então, o Papa bom, o meu querido João XXIII. O Papa João passava por igual situação e eis que um dia, vendo-se pressionado por todos os lados, bateu a mão e resolveu fazer tudo aquilo que sempre pensou e não podia, afinal, agora era papa.
É esta situação que vislumbro que em pouco tempo ocorrerá com o Papa Francisco. Ele sabe o que quer, mas sabe também aquilo que não é conveniente fazer e pensa como deve ser feito.
O fato é que a nossa Igreja reclama mudanças. Ora, isto já ocorreu há 50 anos com o Concílio Vaticano II, mas muitas mudanças ali sugeridas e aprovadas não foram adiante. Agora, o tempo não corre a nosso favor. As mudanças se impõem porque o mundo já é outro, queiramos ou não.
O Papa Francisco reflete e vê até que ponto pode – e deve – implantar tais mudanças. Algumas de relevo, outras nem tanto, mas ficar como está, isto não mais.
Quando expresso sobre estas mudanças, considero-as importantes, porque elas refletem na vida de milhões, bilhões de pessoas, e, em particular, a consciência de cada cidadão de Deus.
Do universo católico, iniciativas podem ocorrer que levem o mundo para novos ares diplomáticos e de relações entre os povos. Há muito que o Vaticano pode fazer e daria exemplo para mudanças profundas no mundo ocidental e que teria ressonância na parte oriental do planeta.
Que Deus ajude ao Papa Francisco a cumprir a sua missão divina.
Paz para todos!
Helder Camara

13.6.13


DIVÓRCIO E LAR
    Indubitavelmente o divórcio é compreensível e humano, sempre que o casal se encontre à beira da loucura ou da delinqüência.
    Quando alguém se aproxima, reconhecidamente, da segregação no cárcere ou no sanatório especializado em terapias da mente, através de irreflexões com que assinala a própria insegurança, é imperioso se lhe estenda recurso adequado ao reequilíbrio.
    Feita a ressalva, e atentos que devemos estar aos princípios de causa e efeito que nos orientam nas engrenagens da vida, é razoável se peça aos cônjuges o máximo esforço para que não venham a interromper os compromissos a que se confiaram no tempo. Para que se atenda a isso é justo anotar que, muitas vezes, o matrimônio, à feição de organismo vivo e atuante, adoece por desídia de uma das partes. Dois seres, em se unindo no casamento, não estão unicamente chamados ao rendimento possível da família humana e ao progresso das boas obras a que se dediquem, mas também e principalmente - e muito principalmente - ao amparo mútuo.
    Considerado o problema na formulação exata, que dizer do homem que, a pretexto de negócio e administração, lutas e questões de natureza superficial, deixasse a mulher sem o apoio afetivo em que se comprometeu com ela ao buscá-la, a fim de que lhe compartilhasse a existência?. E que pensar da mulher que, sob a desculpa de obrigações religiosas e encargos sociais, votos de amparo a causas públicas e contrariedades da parentela, recusasse o apoio sentimental que deve ao companheiro, desde que se decidiu a partilhar-lhe o caminho?.
    Dois corações que se entregam um ao outro, desde que se fundem nas mesmas promessas e realizações recíprocas, passam a responder, de maneira profunda, aos impositivos de causa e efeito, dos quais não podem efetivamente escapar.
    Todos sabemos que no equilíbrio emocional, entre os parceiros que se responsabilizam pela organização doméstica, depende invariavelmente a felicidade caseira.
     Por isso mesmo, no diálogo a que somos habitualmente impelidos, no intercâmbio com os amigos encarnados na Terra, acerca do relacionamento de que carecemos na sustentação da tranqüilidade de uns para com os outros, divórcio e lar constituem temas que não nos será lícito esquecer.
 *
    Se te encontras nas ondas pesadas da desarmonia conjugal, evoluindo para o divórcio ou qualquer outra espécie de separação, não menosprezes buscar alguma ilha de silêncio a fim de pensar.
    Considera as próprias atitudes e, através de criterioso auto-exame, indague por teu próprio comportamento na área afetiva em que te comprometeste, na garantia da paz e da segurança emotiva da companheira ou do companheiro que elegeste para a jornada humana. E talvez descubras que a causa das perturbações existentes reside em ti mesmo. Feito isso, se trazes a consciência vinculada ao dever, acabarás doando ao coração que espera por teu apoio, a fim de trabalhar e ser feliz, a quota de assistência que se lhe faz naturalmente devida em matéria de alegria e tranqüilidade, amor e compreensão.

Na Era do Espírito - Francisco C. Xavier - Emmanuel

11.6.13


CENTROS ESPÍRITAS VAZIOS?!

Companheiros encarnados, com justa razão, têm manifestado preocupação com alguns Centros Espíritas vazios, ou seja, pouco frequentados.
Evidentemente que não se pode generalizar, já que muitos outros Centros apresentam excelente média de frequentadores em suas concorridas reuniões.
Quais seriam, porém, os motivos de, talvez, a maioria dos grupos espíritas não estar conseguindo agregar, em suas reuniões, significativo número de frequentadores regulares?
De minha parte, apenas com o propósito de colaborar com os que vêm estudando o assunto, naturalmente preocupados com o futuro do Movimento, tomarei a liberdade de enumerar algumas das razões que consigo vislumbrar:

1 – Falta de exemplificação da Mensagem por parte de suas lideranças, que mantêm considerável distância dos frequentadores da Casa – às vezes, sequer os cumprimenta.   
2 – Dirigentes centralizadores, que, por ciúme de seus cargos, não concedem espaço para trabalhar àqueles que estão chegando agora.
3 – Reuniões excessivamente teóricas, priorizando a prática mediúnica em detrimento à prática das tarefas assistenciais, que consideram secundárias.
4 – Ausência de intercâmbio com outros grupos e seareiros, na crítica sistemática contra médiuns e oradores com opiniões divergentes de seus diretores personalistas.
5 – Falta de incentivo aos jovens na Mocidade Espírita, que, praticamente, está se extinguindo.
6 – Pouco ou quase nenhum apoio à Evangelização Infantil, à qual não se destina indispensável investimento humano e espiritual.
7 – Diretores que não se preocupam em formar novos colaboradores da Causa.
8 – Ingerência dos Órgãos Unificadores que apontam o problema, mas não se dispõem auxiliar para que sejam devidamente solucionados.
9 – Carência de verdadeira fraternidade nas reuniões, promovendo necessária abertura aos companheiros que se dedicam à Arte Espírita, tornando a referidas reuniões menos cansativas e rotineiras.
10 – Falta de palestras doutrinárias cujos temas, deixando de ser maçantes e repetitivos, sejam apresentados com certa leveza, interessando a todos.
11 – Buscar a periferia, na certeza de que somente o trabalho na periferia fortalece o Centro – foi assim que o Espiritismo cresceu no Brasil!
12 – Tornar o próprio ambiente físico do Centro mais agradável – iluminado e florido, por exemplo! Reunião espírita não é velório!
13 – Não falar em Kardec sem falar em Jesus, e não falar em Jesus e Kardec sem falar em Chico Xavier.
14 – Não pregar moralismo.
15 – Semear e semear, incansavelmente, sem ter pressa de colher.

Não podendo a referida falha estar na excelência da mensagem que, na revivescência do Evangelho, a Doutrina veicula, ela só pode estar com aqueles que não se mostram aptos para apresentá-la a quem por ela procura.

INÁCIO FERREIRA
Uberaba – MG, 10 de junho de 2013.

10.6.13


Consciência Planetária

Como ver o mundo?
Já pensou nisto, meus amigos, como você vê o mundo. Pensamos unicamente sobre o nosso mundo pessoal, pouquíssimos se preocupam com o mundo como um todo. Seu universo é o universo do seu olhar, de suas atividades, de suas preocupações. Não queremos saber de mais nada a não ser aquilo que nos compete no dia-a-dia. Isto é egoísmo, meus caros, pois você não está só no mundo.
Quando vemos o mundo com outras lentes, com lentes de ajuda, de cooperação, passamos a ver o mundo como uma grande casa que nos abriga e não apenas o pedacinho que habitamos. É esta consciência planetária que chamo a atenção na reflexão de hoje.
Quando estamos sós, tendemos a entrar no nosso mundo interior. Perguntamos sobre a nossa vida, o que estamos fazendo com ela, o que nos torna felizes e assim por diante. É um olhar interior. Quando, porém, somos içados a pensar globalmente a história é outra, até porque não sabemos direito por onde começar.
Quando eu era bispo tinha a necessidade de ter este olhar, um olhar maior do que aquele da minha comunidade. Preocupava-me com os grandes problemas mundiais: fome, miséria, guerras, economia, tudo me chamava a atenção, sobretudo aquilo que tinha impactos globais.
Minha percepção se ampliou e passei a ver tudo em conexão. Nada acontece por acaso, tudo ocorre refletindo algo de outro lugar e assim sucessivamente. Percebi, então, que estávamos sempre em rede. Tudo, literalmente tudo, está interconectado.
Do lado de cá da vida esta minha percepção se ampliou. Tudo faz mais sentido, tudo está num emaranhado de causas e consequências, é assim que funciona o mundo.
Portanto, a sua atitude faz sentido para o mundo e é fundamental. Aparentemente uma ação isolada pode causar impacto global. A experiência de alguém no campo da saúde, por exemplo, sendo exitosa, se pode copiar para grandes partes do mundo, a partir de algo criado isoladamente, para atender a uma necessidade local. Do mesmo modo, experiências de outros lugares são copiadas ou adaptadas por muita gente.
Somos, meus irmãos, cidadãos do mundo. Não estamos sós em nossa comunidade. Somos artífices de transformações globais. Sendo assim, parte para fazer bem feito a sua atividade particular de ajuda ao próximo, pois ela pode servir de exemplo para milhões de pessoas mundo afora.
Sai, enquanto antes, do seu mundinho privado e tenta compartilhar de interesses comunitários. Há coisas, acredite, que somente você tem aquele jeito particular de fazer e sua contribuição será enorme, fará a diferença.
Nestes dias difíceis, meus amigos, todos são importantes e não podemos ficar de braços cruzados vendo o sofrimento alheio sem nada fazer. Você também é responsável porque poderia produzir algo que faria a diferença para alguém.
Que Deus nos abençoe!
Helder Camara

8.6.13

JESUS NO LEME

Embora a Terra de hoje se pareça
Com uma nau à deriva em pleno mar,
E que prestes esteja a soçobrar
Na vastidão do abismo em que pereça...

Embora o mundo assim se reconheça,
Na indômita procela a navegar,
Ante as ondas que o querem arrastar
Para onde, por fim, desapareça...

E a Humanidade, atônita e descrente,
O desastre fatídico pressente,
Da grande embarcação que estala e geme...

Contrariando a quem o esperará,
Tal naufrágio jamais sucederá
Porque as mãos de Jesus estão no leme!...

Eurícledes Formiga
(Página recebida pelo médium Carlos A. Baccelli, em reunião do Lar Espírita “Pedro e Paulo”, em Uberaba – MG).

7.6.13

Louvar a Deus

O que é o louvor?
Louvar é elevar o nome de quem pronunciamos ou pensamos.
Louvar é enaltecer, é tirar do raso e jogar nas alturas.
Louvar é sentir-se menor, mas em função de respeito e comiseração.
Meu Pai, louvo a Ti sempre. Dá-me graças para poder continuar não a Te louvar, mas a Te servir. Servindo-te, Pai, creio eu, estarei Te louvando na melhor expressão.
Louvar significa reconhecer que há algo além e maior do que nós. Dá-nos, no caso de Deus, a dimensão exata do que somos. Não que Deus, na sua onipotência, queira nos rebaixar, nada disso, mas ao reconhecer a grandeza divina nos colocamos humildemente para servi-Lo.
Meus queridos amigos, a palavra louvação insere em nós o poder de elevar-se ao Criador toda vez que o fazemos. Louvar é chegar mais perto de Deus.
Passo a minha vida a louvar. Alguém já me disse, certa vez, que louvo demais, que Deus já sabe que eu me coloco aos seus pés, então respondo graciosamente:
- Louvo a Deus sempre para não me impressionar com a minha pequenez e transformá-la em vaidade. É por isso que preciso sempre saber que há algo maior do que eu para não despertar o monstro da vaidade dentro de mim.
Se todos soubessem o valor da louvação, louvariam sempre. Agora mesmo, ao acordar, louvariam a Deus pela natureza que ora esparge-se em chuva. Se sol fizesse, igualmente, louvaria pelo sorriso largo da manhã, porque é assim que sinto a Deus numa manhã azulada, é como se Ele estivesse a nos sorrir.
Louva-se a Deus no entardecer. É Ele nos chamando para a nossa introspecção, para o nosso recolhimento interior. Apaga-se a luz de fora para que possamos nos lembrar em acender a luz de dentro, eis a metáfora do Criador.
Louvo a madrugada. Ela nos convida a recomeçar sempre. Deus, na Sua imensa sabedoria, dá-nos pistas de Suas leis eternas nos fenômenos da natureza. A madrugada nos lembra vida nova a cada dia. Renascimento constante, eis o convite de Deus Pai.
Pai, quero Te louvar sempre e espero que compreendas que, se assim o faço, é para dizer-Te do meu amor por Ti, pelo meu incomensurável amor.
Louvo a Ti, Pai, hoje e sempre!
Helder Câmara

6.6.13

PEDRO TU ME AMAS? (João cap. 21; 14-17)

Esta foi a terceira vez que Jesus apareceu aos seus discípulos, depois que ressuscitou dos mortos.
Depois de comerem, Jesus perguntou a Simão Pedro: "Simão, filho de João, você me ama realmente mais do que estes? " Disse ele: "Sim, Senhor, tu sabes que te amo". Disse Jesus: "Apascenta meus cordeiros".
Novamente Jesus disse: "Simão, filho de João, você realmente me ama? " Ele respondeu: "Sim, Senhor tu sabes que te amo". Disse Jesus: "Apascenta as minhas ovelhas".
Pela terceira vez, ele lhe disse: "Simão, filho de João, você me ama? " Pedro ficou magoado por Jesus lhe ter perguntado pela terceira vez "Você me ama? " e lhe disse: "Senhor, tu sabes todas as coisas e sabes que te amo".
Disse-lhe Jesus: "Apascenta as minhas ovelhas".
Este encontro entre Jesus e Pedro, que ocorre após a ressurreição de Cristo, é importante porque ele nos revela como Deus exalta aqueles que são capazes de reconhecer seus pecados. De fato só há exaltação para os que se humilham.
Pedro havia sido dominado pela fraqueza e veio a negar que era um dos discípulos de Cristo por três vezes. Certamente a consciência de Pedro o acusava ao se lembrar deste fato. É terrível a experiência de sermos réus de nossa própria consciência. Pedro certamente sentia-se assim.
Nestes versículos que lemos, Jesus conduz Pedro a ter uma experiência que removeria a mancha do pecado que aquele discípulo cometeu ao negar a Cristo por três vezes.
Uma vez que Pedro havia pecado publicamente, também era importante que fosse restaurado publicamente diante dos outros discípulos de Cristo. Uma vez que Pedro havia negado por três vezes a Cristo, Jesus também lhe faz por três vezes a mesma pergunta.
Por três vezes Jesus diz a Pedro: “apascenta as minhas ovelhas”. Ao dizer isso, Jesus esta querendo que Pedro compreenda que amor se prova com gestos, não apenas com palavras. Muitas vezes dizemos que Jesus ama aos pecadores, mas será que nós os amamos. Muitas vezes dizemos que Jesus salva, mas será que estamos anunciando esta salvação? Pedro estava repetindo que amava a Cristo, mas Jesus estava lhe mostrando que seu amor seria provado apascentando as ovelhas.
Josias Moura de Menezes

5.6.13

Questão 210 do Livro dos Espíritos.
 EFICÁCIA DA ORAÇÃO
 A oração muito pode na engrenagem da vida humana e mesmo divina. Ela comanda e purifica os nossos sentimentos, nos dando forças nos momentos de fraqueza.
 A oração é dotada do dom de sublimar na área humana.
 No entanto, em muitos lugares não cabe à oração interferir. No caso da pergunta 21O, em "O Livro dos Espíritos", ela não pode mudar a necessidade do espírito e a vontade de Deus, em fazer renascer um espírito inferior em uma família para o devido aprendizado. Se assim acontecer, para onde irão os espíritos que ainda não atingiram o esclarecimento necessário para o seu despertamento espiritual?
 A oração, neste caso, pode ajudar muito, mas, não muda a vontade de Deus; o espírito inferior nasce, porém em condições melhores, devido à força da prece dos pais. Deve-se sempre orar, cultivando a caridade, fazer o culto do Evangelho no lar, porque os que retornam à carne, encontrando este ambiente, sentem a felicidade e a esperança nas suas novas lutas, e podem, com isso, precaverem de muitos males. Plantemos a semente do amor que colheremos os frutos da fraternidade. Nada se perde, não nos esqueçamos desta verdade, e o bem, esse é eterno. Ele se irradia buscando, com valores acrescentados, a fonte geradora.
 As necessidades dos nossos irmãos inferiores, de voltarem à Terra, são maiores mesmo que as dos espíritos de alta estirpe. Como iremos ajudar pela força e eficiência da caridade aos que não precisam da nossa ajuda? Os doentes são os que precisam de tratamentos, e com urgência.
 Os maus filhos são realmente uma provação para os pais, dando oportunidade para os mesmos de ressarcirem velhos débitos e a obrigação de quem deve é pagar com alegria, senão com amor. Nunca queiramos mudar as coisas que não podem ser mudadas. A justiça divina não erra na sua computação, em qualquer lugar do universo. E quem procura andar na justiça está se abeirando à lei do amor, e sentindo seu perfume que se alojará no coração.
 Tanto o pai quanto a mãe devem emprestar aos filhos, em geração, bons pensamentos, boas idéias e sentimentos puros, porque eles se encontram ligados aos pais por fios invisíveis, mas reais, e passam a pensar do mesmo modo que seus genitores. É nesse sentido que a oração é bem mais valiosa, porque anima e dá esperança aos que estão chegando, por vezes com grandes promessas de renovação. Ajudemo-los pelo proceder, ajudemo-los pela conduta em Cristo, que os seus caminhos iluminar-se-ão de forma a aliviá-los dos males que os esperam em estradas de que as vezes não se recordam.
 Os pais devem se lembrar da brida da disciplina e não se esquecerem da oração todos os dias, que ela os livrará de muitos males, porque é o filho pedindo ao Pai, e Jesus já disse: "Pedi e obtereis". Os filhos, sejam eles quais forem, são flores de Deus nos caminhos humanos. Façamos o que pudermos na educação destes espíritos porque, em primeiro lugar, eles são filhos de Deus.
Vai chegar a nossa vez de sermos filhos novamente, e somente colheremos o que plantarmos agora. O futuro é uma oportunidade preparada no passado, que não erra o endereço do necessitado que a fez; essa é a lei da Justiça e do amor.
 Não queiramos, portanto, escolher apenas espíritos angélicos para renascerem em nosso meio familiar. Oremos sempre por aquele que deve vir por vontade de Deus, que a assistência de Jesus nos fará felizes.
 
Livro: Filosofia Espírita V - João Nunes Maia - Miramez

4.6.13


HUMANIDADE – SUICÍDIO COLETIVO?!
Rubens Ricupero, articulista do jornal “Folha de São Paulo”, escreveu, no último dia 27 de maio, interessante artigo subordinado ao tema: “É inevitável o suicídio coletivo?”
Através do médium que dele se inteirou, chegando a mim, o assunto abordado me interessou, porque, de certa maneira, vem de encontro ao meu pensamento de espírito desencarnado, e tem sido entre nós, deste Outro Lado da Vida, objeto de muitas preocupações.
O referido articulista, logo no primeiro parágrafo de seu arrazoado, alertou, e com razão, que “em 10 mil anos de história, é a primeira vez que a Humanidade tem o poder de cometer suicídio coletivo”...
Não obstante, a sua linha de raciocínio se prende a questões de natureza ecológica, afirmando que, dias atrás, a Humanidade ultrapassou “o sinal amarelo no rumo da destruição”, porque, segundo dados científicos, a atmosfera terrestre “registrou 400 partículas de dióxido de carbono por um milhão”!
Claro que, neste campo, o desastre que se desenha não é propriamente para agora, mas para as futuras gerações, que, segundo ele, haverão de invejar os insetos, que, talvez, venham a sobreviver à catástrofe que a insensibilidade humana está preparando!
Ah, que falta faz o conhecimento da Reencarnação aos homens em geral, que, então, simplesmente não dariam de ombros aos que imaginam que haverão de herdar o solo fecundo da Terra transformado no árido solo de Marte.
Contudo, este não é o viés dos comentários que desejamos efetuar na postagem semanal deste Blog, porque, embora já esteja a morrer lentamente, o óbito do planeta ainda levará algumas décadas para se concretizar.
Antes da anunciada morte do orbe terrestre, pelo descaso do homem com a Natureza, a continuar neste ritmo, ocorrerá o suicídio moral da Humanidade!
E, para se chegar a semelhante dedução, ninguém carece de ser Nostradamus...
No mesmo citado periódico, nos deparamos, por exemplo, com outras manchetes: “Miséria ainda persiste na educação”, “França vê indício de ‘terrorismo’ islâmico em ataque”, “Foguetes atingem áreas do Hizbullah”, “Rebeldes maoístas matam 23 em ataque a comboio de políticos” – isto tudo só no primeiro caderno, em notícias de um dia só!
E o que dizermos do “crack”, a droga que não mais se restringe aos mais pobres, exterminando – literalmente, exterminando –, em todos os níveis sociais, com a nova geração, ante a impassividade dos governos, quase todos mancomunados com as Trevas?!
A questão da disseminação da droga no mundo, a nosso ver, chega a ser muito mais grave que a questão ambiental! Mais do que árvores e rios, estão morrendo os jovens, vendo frustradas as suas tentativas de aprendizado na reencarnação – os que não estão morrendo por overdose, estão morrendo moralmente, inutilizando-se para a presente existência no corpo e, quiçá, outras mais!
Por tal motivo – não me creiam apocalíptico –, eu sou daqueles espíritos que, na atualidade, estão enxergando numa provação coletiva sem precedentes a única chance de sobrevivência, física e moral, para a Humanidade.
Porque a Humanidade é um corpo com membros gangrenados, e, para impedir o seu decesso, será preciso recorrer à drástica medida da amputação!...
INÁCIO FERREIRA
Uberaba – MG, 3 de junho de 2013.

3.6.13


A Próxima Sopa

As grandes cidades esquecem os seus pobres.
No meu Recife, então, até parece que eles fazem parte da paisagem urbana. Como é que pode? Os mendigos estão em toda parte e as pessoas o que fazem? Nada. Apenas se incomodam com aquilo que lhes parece estranho, nojento, e repulsam. Pensam horrores, mas nada fazem. Este assunto não lhes pertence, é coisa do governo. Será mesmo?
É claro que os governos instituídos devem acabar com as diversas expressões da miséria, mas é governo é parte do povo organizado institucionalmente, então é nossa responsabilidade também. Como povo, como gente, como cidadão, como cristão.
Não se pode olhá-los pela rua e fingir que não se vê. Eles estão ali na frente dos nossos olhos. Se dormem na rua é porque não têm casa. Se pedem alimentos é porque não têm o que comer. Se fazem publicamente as suas necessidades fisiológicas é porque não possuem banheiro. Mas, o que eles não possuem mesmo é esperança. Esperança no viver.
O que todos eles precisam é buscar em si os elementos para viverem com dignidade. Eu sei, alguns vão afirmar, mas o governo lhes dá um teto e eles não vão, é verdade, mas o que estou falando aqui não é somente do teto físico, mas é o do abrigo moral e espiritual.
Vejo os nossos irmãos de diversas religiões saírem à noite para dar sopa aos nossos irmãos desprotegidos. Que bela iniciativa, mas é esta a solução para o problema? Eles continuarão lá no outro dia a esperar a próxima sopa. E a miséria perdurará.
Penso que as igrejas, de modo geral, poderiam juntar as mãos e num esforço conjunto determinarem o seguinte: de hoje em diante ninguém mais dormirá ao relento.
Não foi Jesus que nos disse que quando déssemos de comer, de vestir ou abrigo a alguém era a ele que estaríamos dando? Então, por que haveremos de deixar o Nosso Senhor Jesus Cristo desta maneira nas ruas?
Onde está o apelo do Cristo para nossa ação libertadora?
O Cristo não veio para se conformar com a realidade posta, veio para se insurgir diante da injustiça, da falta de sensibilidade com o outro, das estruturas desiguais.
Assumir ao Cristo nas nossas vidas é estar permanentemente inconformado com o status quo, enquanto ele for perverso, desumano, desigual.
Que Deus sensibilize corações e mentes de todos para erradicar a miséria de vez das nossas paisagens urbanas e rurais, somente assim é que estaremos construindo de verdade o Seu Reino entre os homens.
Que Deus nos abençoe!
Helder Camara

1.6.13

TUA CRUZ

Não largues tua cruz ao pó da estrada,
Qual quem atira rude fardo ao chão,
E, rebelde, se entrega à deserção,
Da prova que lhe oprime a alma cansada.

Um dia, de alma mais amargurada,
Perdido em tua rota de ascensão,
Hás de voltar atrás, aonde, então,
Deixaste a própria cruz abandonada.

Porém, ao retomá-la com ternura,
Trilhando a mesma estrada que te apura,
Não mais te sentirás desnorteado...

Porque a verdade é que seguir sem ela,
A cruz que nos teus braços se revela,
É caminhar sem norte e sem cajado!...


Eurícledes Formiga

(Página recebida pelo médium Carlos A. Baccelli, em reunião pública do Lar Espírita “Pedro e Paulo”, na manhã de sábado do dia 25 de maio de 2013, em Uberaba – MG).