30.9.13


Esperança de Paz

Os conflitos internacionais cessaram-se, pelo menos, por enquanto. De um lado, os Estados Unidos baixaram a guarda depois que a Rússia fez acordo com a Síria para retirar as suas armas químicas. Foi um armistício, mas já é alguma coisa. Evitou-se o derramamento de sangue para o povo inocente. Menos guerra, esperança de paz.
A boa notícia nos chega agora do Irã. O novo presidente iraniano, Hassan Rohani, num gesto surpreendente, diferente de seu antecessor, busca o diálogo e começa justamente pelo seu algoz em nível planetário. Nada se fez de concreto até o momento, mas o simples fato de também baixar a guarda já representa um alento de que não teremos mais conflitos e a paz poderá prevalecer entre aquelas nações e, consequentemente, para o restante do mundo.
Esta minha preocupação permanente com a paz mundial, mesmo quando estava entre vocês no corpo físico, é por causa de progresso humano. Não consigo compreender a evolução planetária com guerras, isto jamais.
Com as guerras, os interesses bélicos se sobrepõem aos interesses de confraternização humana. Depois que se começa uma guerra ficará difícil saber quem tem razão e quem não tem. Tudo vira um círculo vicioso e ninguém sabe aonde vai parar. Aliás, quando se faz uma guerra, no fundo, ninguém tem razão.
Se já possuía esta preocupação no corpo físico, minha atenção ao tema agora é redobrada porque vejo o incrível movimento de forças antagônicas ao bem para desestabilizar a harmonia do nosso planeta.
Há esferas do mal que agem conscientemente para provocar a desarrumação geral, o desgaste das relações, o endurecimento dos conflitos.
Meus irmãos, as batalhas que travamos do lado de cá, creiam, são maiores e mais intensas do que estas que vocês possuem na crosta da terra.
Estas “forças” são armadas até os dentes e cooptam todos aqueles que são desinformados sobre o atual estágio que vive o planeta. Quando não prometem o “céu”, coagem por intermédio da chantagem ou da ameaça.
São grandes líderes do passado que não se converteram ao bem e vivem a explodir de ódio pela humanidade representando interesses mesquinhos de uma minoria.
Graças a Deus – e vocês não imaginam o quanto – muitas “bombas” são desarticuladas do lado de cá da vida. Se eles se dizem espertos, de nosso lado, há um serviço de inteligência permanente para desarmar qualquer tentativa de instabilidade.
Países como Israel, Palestina, Rússia, China, Arábia Saudita, Estados Unidos, França, Inglaterra e Alemanha, por exemplo, são incitados a provocar conflitos de interesses e, consequentemente, possibilidade de guerra.
Tudo gira em torno de interesses econômicos contrariados. O jogo é pesado, os acordos são astronômicos em termos de cifras. Verdadeiro jogo de cartas marcadas em níveis internacionais e ai de quem possa contrariá-los.
É neste arranho capitalista-belicista que se sustenta a humanidade sem o grosso da população ter qualquer ciência. Todos usam o povo como massa de manobra para remunerar cada vez mais o capital, este sim, por enquanto, o grande “deus” dos cassinos internacionais da economia.
Pelo meu lado, junto-me aos articuladores do bem para dar minha humilde contribuição. Aos membros da Igreja que podem influenciar os líderes mundiais, somos escalados para missões de convencimento e de promoção da paz.
Haveremos de ganhar esta “batalha”, meus irmãos, porque nosso comandante é Jesus e Ele sabe, mais que ninguém, a maneira adequada para se sobrepor aos interesses materiais e provocar a reorientação para a paz e a instalação do amor nas relações humanas.
Fiquemos com Ele sempre!
Helder Camara

28.9.13

OS OLHOS DO MENDIGO

Orei, Senhor, em prece comovida,
No anseio de encontrar o Teu olhar,
Que, por fim, se pudesse revelar
À minha alma triste e desvalida.

Inda que fosse ao longe refletida,
Queria, ardentemente, contemplar
A Tua face excelsa a me fitar,
Em meio às rudes provações da Vida.

Como aos homens Te deste a conhecer,
Tanto orei e pedi para Te ver,
Que, um dia, vieste ver-me onde eu estava...

Só então percebi que sempre assim,
Mostravas os Teus olhos para mim
Nos olhos do mendigo que me olhava!...

Eurícledes Formiga
(Página recebida pelo médium Carlos A. Baccelli, na manhã de sábado do dia 21 de setembro de 2013, em reunião pública do Lar Espírita “Pedro e Paulo”, na cidade de Uberaba – MG).  

27.9.13


Diferencial do ensino espírita para crianças. 
por Rita Foelker 

Para atingir seu objetivo de transformação das almas, a Educação Espírita carece de metodologia apropriada. 
Um dos grandes equívocos, comuns nas atividades de Evangelização e Educação Espírita promovidas pelos centros, é não observar-se a metodologia espírita ao se abordar conteúdos espíritas. 
O Espiritismo é uma doutrina de apelo a razão, uma visão de mundo e de vida baseada numa filosofia racional, cujas conseqüências podem ser experimentadas e comprovadas. Esta experimentação inclui observações que podem ser feitas em eventos externos, mas também sentidas e rememoradas intimamente, quando o que a Doutrina ensina confirma aquilo que já vimos ou vivemos. 
O ensino e aprendizagem do Espiritismo para crianças é diferente do ensino e aprendizagem religiosos. Não se trata de aprender normas, preceitos e interpretações de textos, mas de incorporar uma visão de si mesmo e do significado da vida, que lhes permita o discernimento necessário às diversas situações com que se deparam. 
O ensino religioso costuma ser impositivo, ou seja, pede aceitação de verdades compartilhadas pelo grupo, sem possibilidade de reflexão ou contestação. Aprende-se, por exemplo, que é preciso cumprir determinado rito para pertencer ao rol dos filhos de Deus, e tal fato não oferece opção a não ser de concordância, se se pretende pertencer aos quadros de seus adeptos. 
Ao contrário, não se espera que a criança espírita aprenda a crer em Deus ou na imortalidade porque o Espiritismo assim ensina, mas porque refletiu, confrontou com a lógica e os fatos, sentiu em seu coração e reconheceu em sua própria experiência a impossibilidade de que assim não seja, assimilando este conceito à sua visão da vida. 
Por isso, o ensino espírita vai muito além daquilo que o educador possa compartilhar verbalmente como conhecimento seu, mas pede criação de estratégias e oportunidades onde cada educando levante suas próprias hipóteses, questione tire suas próprias conclusões. 
Por isso, o ensino espírita pede fatos do mundo, da ciência e da sociedade que demonstrem a universalidade das leis que a Doutrina Espírita vem revelar. Não se pode proporcionar de fato a compreensão e a possibilidade de vivência do Espiritismo, quando ele aparece distante ou divorciado da realidade que ele mesmo leva a compreender, e com a qual também ajuda a lidar. 
O ensino espírita visa o esclarecimento espiritual, e não a disseminação desta ou daquela visão religiosa ou prática devocional. Este esclarecimento se dá a partir da observação e experimentação individual e coletiva, da reflexão e interiorização de princípios cuja veracidade se é capaz de compreender por si mesmo, sempre na medida do desenvolvimento intelectual e moral. 

Clique aqui para ler mais: http://www.forumespirita.net/fe/pedagogia-espirita/diferencial-do-ensino-espirita-para-criancas/#ixzz2fu25gxMg

26.9.13


Como e por que sou anarquista - pequena cartilha política 
by Dora Incontri 

Em tempos de discussão política, de diferentes pautas e interesses, que se entrecruzam e se misturam, às vezes de maneira confusa e imprecisa, é bom pontuar algumas ideias e marcar uma posição mais clara.
Digo isto, porque embora tenha ficado a princípio muito satisfeita e entusiasmada com o despertar do povo, saindo às ruas e reivindicando direitos, logo fui ficando menos empolgada, ao verificar que a maioria tem insatisfações genéricas, que as reivindicações vão da esquerda à direita, misturadas, e muitas vezes, mostrando a mesma alienação de sempre. Ou seja, embora tenha notado com alegria que há muita gente mais conscientizada, ainda percebe-se que há muitos outros conservadores de plantão que se dividem em duas classes: a dos que têm interesses próprios no sistema vigente e a dos que simplesmente não têm consciência política (ou seja, são alienados), por falta de formação e de informação! Alguns padecem simultaneamente dos dois problemas.
Como esse não é um espaço para um tratado profundo sobre o assunto, apenas quero deixar algumas definições básicas, úteis para quem não está habituado a certas reflexões.
Em primeiro lugar, quero definir como conservadores (ou de direita) aqueles que não conseguem ou não querem elaborar uma crítica ao sistema econômico globalizado em que vivemos. Podem criticar a corrupção (e criticam de preferência e com mais ênfase a do PT), podem querer genericamente mais saúde e educação, podem estar conscientes de alguns absurdos crônicos do cenário da política brasileira. Mas não vão além. Não percebem que por trás de políticos corruptos no Brasil e mesmo por trás de alguns possíveis bem intencionados, há as corporações e os bancos, que comandam o sistema mundial, diante de quem os governos nada podem. Mesmo um Obama é um marionete do sistema, sem muito o que fazer diante dos lobies econômicos, da força das indústrias de armas, dos banqueiros internacionais… Entre esses conservadores, pode haver os que acreditam nas instituições democráticas e não gostariam de uma ditadura (ditadura explícita, porque já vivemos numa ditadura econômica). Mas há também os radicais, que sentem saudades do militarismo (e agora soubemos da formação de um partido militar no Brasil!!!), que querem o fechamento do Congresso e coisas assim… Esses naturalmente não dão a mínima para aqueles que foram torturados, assassinados e desaparecidos nos tempos da repressão e ainda acham que comunistas comem criancinhas!
Em seguida, vamos apalpar um pouco o outro lado, que também junta muitas posições: a esquerda. Direita e esquerda são distinções que nasceram na Revolução Francesa e têm mostrado diferentes agendas nos últimos dois séculos. Por exemplo, aquela esquerda dos tempos da Guerra Fria, simplesmente não existe mais, porque ela era polarizada pela União Soviética. Hoje, a esquerda pode representar posições bem mais sofisticadas e variadas. Mas em todas as esquerdas, existe a consciência de que vivemos numa sociedade estruturalmente injusta, de que o capitalismo é excludente, perverso, porque centrado no lucro, na exploração, onde o ser humano nada vale, como objeto descartável do mercado. De algumas décadas para cá, a esquerda também se acresceu de uma consciência ecológica, porque além de massacrante em relação ao ser humano, o sistema capitalista é predatório da natureza, esgotando os recursos naturais da Terra (consciência, por exemplo, que uma esquerda marxista da década de 50 não tinha).
Entre as esquerdas marxista ou socialista, distinguem-se as revolucionárias, (em claro desuso atualmente) que pregam ou praticam o uso das armas para derrubar esse sistema e as reformistas, que pela eleição pensam chegar ao poder e transformar as coisas. É o que o PT prometia.
Entre as esquerdas, está o anarquismo, posição que adoto desde jovem.
O que é o anarquismo?
O anarquismo partilha com todas as outras posições de esquerda a ojeriza ao sistema econômico capitalista, em que somos escravos do mercado de consumo, com uma doutrinação maciça da imprensa (que também é feita de corporações interessadas no lucro e não na verdade e no bem coletivo), num mundo globalizado em que a suposta liberdade econômica é sim o domínio de uns poucos sobre povos inteiros.
Mas, ao contrário de socialistas e comunistas, os anarquistas não acreditam que o Estado possa ajudar a reverter esse sistema econômico injusto, porque o Estado já nasceu e sempre esteve a serviço dele. Um dos grandes anarquistas (e nesse caso anarquista cristão, partidário da não-violência) cujas ideias esposo e admiro, Lev Nikolaievitch Tolstoi, mostrava que o Estado é assentado na violência, porque ele precisa de exército e polícia para funcionar – ora, essa violência pode ser a toda hora voltada contra o cidadão (vimos isso fartamente nas manifestações havidas recentemente), porque o poder quer sempre se manter do poder, e, para manter-se, usa de violência. Para Tolstoi, a própria existência do Estado é contra a mensagem de Jesus, se a entendermos como uma mensagem de amor e não-violência, na medida em que o Estado é naturalmente bélico e repressor. Mesmo a suposta justiça, promovida pelo Estado, segundo Tolstoi, longe de ser uma proposta educativa, é uma vingança social. (Ele escreveu um livro belíssimo sobre o assunto: Ressurreição.)
O anarquismo propõe que o ser humano é capaz de gerir a si mesmo, em cooperativas, associações livres, em relações igualitárias e fraternas. A parafernália do Estado, com seu cortejo de políticos vivendo às custas da nação, com seus exércitos, com suas polícias repressoras, com os impostos que todos são obrigados a pagar (e isso no Brasil ainda é pior que em alguns outros países), tudo isso são coisas perfeitamente dispensáveis, quando poderíamos viver nos organizando fraternalmente.
Já vejo o muxoxo de desprezo de muitos, dizendo que a ideia pode ser muito bonita; mas utópica, irrealizável.
Pessoalmente, só acho que ela seja realizável através da educação, formando gerações que cresçam com autonomia, confiantes em si mesmas, praticantes desde cedo da cooperação e da fraternidade, ao invés da competição que o sistema atual estimula.
É óbvio que a concepção anarquista se baseia numa visão otimista do ser humano, em que o mal e o crime são muito mais produtos de uma sociedade injusta, mal organizada e de uma educação deformante, do que algo intrínseco ao ser.
Como acredito na perfectibilidade humana e sei que uma educação libertadora e crítica, estimuladora de bons sentimentos e de valores humanos, pode acelerar essa capacidade de autonomia e bondade, sou anarquista agora, por ética pessoal, na medida do possível e do factível, e a médio e longo prazo, acredito que o anarquismo é o antissistema a ser alcançado num futuro não muito distante.
O que chamo de anarquismo por ética pessoal é o seguinte: mesmo vivendo numa sociedade altamente dominada por poderes econômicos e políticos, repressores da liberdade humana, viver de forma contrária a esse sistema. Por exemplo, não assisto à TV, não sou manipulada pela mídia, não estabeleço relações de hierarquia com ninguém. Nunca trabalhei em algo e por algo que contrariasse meus princípios (atitude que Tolstoi e Gandhi chamavam de não-colaboração com o mal), orgulho-me de ter recusado duas vezes um emprego na Veja, e isso mesmo quando estive em necessidade financeira. Procuro na medida do possível resistir na alimentação, no consumo, no cotidiano às imposições do mercado. Na família, no trabalho, nas relações pessoais procuro formas horizontais de troca e respeito, recusando posições de mando, o que não quer dizer recusar liderança. Há grande diferença entre ser chefe e ser líder. O comando se impõe e se faz valer por meios coercitivos, a liderança se conquista por mérito em alguma área ou por algum carisma pessoal e são os outros que lhe dão. O comando se quer a qualquer custo, a liderança se ganha espontaneamente.
E sobretudo, milito o tempo todo para acordar consciências e através da educação, de crianças, jovens, adultos, restituir ao ser humano a crença em si mesmo, em sua capacidade de se autogerir, de criticar, de questionar, derrubando gurus que manietam o livre pensar, denunciando mercadores de ideias e de ideologias, mostrando como as instituições (mesmo as espíritas, cito porque me considero espírita sempre) acabam por se cristalizar em poderes e disputa de poderes, massacrando a espontaneidade do ser humano e a espiritualidade despojada e simples, que é a única que nos eleva.
Gosto do anarquismo, porque ele é multifacetado, livre, não tem cartilhas fechadas, é aberto a experiências pessoais e coletivas, como considero que é nosso processo de maturação espiritual no decorrer das vidas. Acho mesmo que para ser anarquista é preciso, como Tolstoi propunha, ser cristão na essência do termo. Não o cristianismo institucionalizado, dogmático, igrejeiro. Mas o cristianismo de fraternidade real, em que o ser humano se despoje do seu desejo de dominar, explorar e ferir o outro, para entregar-se a vivências de ajuda mútua, cooperação e… o que afinal propunha Jesus: amor ao próximo como a si mesmo. Só isso!

25.9.13

Questão 225 do Livro dos Espíritos
O MUNDO ESPIRITUAL 

A erraticidade, no dizer de "O Livro dos Espíritos", não constitui um estado de inferioridade. É como no plano da Terra: existem algumas de todas as qualidades, desde o homem primitivo até o missionário de Jesus, todos juntos nos mesmo plano, mas cada qual vivendo o seu mundo, peculiar a sua situação espiritual. 
No plano espiritual ligado à crosta, há uma profusão de qualificações espirituais, mas como o céu, no dizer de Jesus, se encontra igualmente dentro da consciência de cada um, despertado ou a despertar, por vezes estamos juntos mas com vivências separadas. Isso podemos notar entre os animais, entre as plantas e mesmo dentro de um lar; as diferenças nos graus de evolução, são enormes.
A encarnação é um estado transitório, limitado pelo desgaste natural que sofre o corpo, para nos dar outra oportunidade. Com o desencarne e a reencarnação, passamos por transes que nos despertam . valores guardados nos centros da vida. São emoções que nos levam à necessidade de melhorar, ao passo que, se demorarmos em demasia em aproveitarmos a sublimidade oportuna da carne, nos acomodaremos e os dons ficarão adormecidos no nosso coração e em nossa vida. 
As mudanças em tudo nos levam ao aperfeiçoamento espiritual. Se bem verificarmos, mudamos de minuto a minuto. O que fomos ontem é diferente de hoje! As diferenças são leves, mas, um bom observador notará as transformações operadas por leis universais do Criador. 
Entretanto, existem em nós recursos com os quais, aliados à boa vontade e ao conhecimento, poderemos acelerar o nosso crescimento espiritual, e o Espiritismo nos dá condições favoráveis para tal mister. O excelso benfeitor da humanidade, Nosso Senhor Jesus Cristo, nos trouxe todos os meios para que possamos usar com segurança, no devido crescimento espiritual, o Evangelho de vida. 
Estamos sendo chamados e escolhidos para todas as mudanças de vida, no sentido de retirarmos do dicionário da nossa consciência o orgulho e o egoísmo, pai e mãe de todos os erros, de todas as distorções das leis naturais. Se aliarmos Jesus às modificações, sairemos da Terra com as vestes nupciais, de maneira que a nossa entrada no mundo da verdade seja livre de muitos defeitos que trazíamos conosco, na liberdade que nos dá o Amor. 
A Doutrina dos Espíritos nos tira o medo da morte, pelo prazer de viver com a consciência tranqüila. A verdade, aquela anunciada por Jesus, tem o condão de nos libertar de toda a ignorância, predispondo a alma à felicidade, começando aqui mesmo na Terra, mesmo que ela não tenha existência total na área do planeta. 
A erraticidade, tomamos a falar, para melhor ficar gravado em todos os corações, não caracteriza o estado dos espíritos inferiores. Nela se encontram diversas colônias espirituais, postos avançados de socorro, para receber e instruir todos os espíritos recém-vindos da matéria; aqueles mais endurecidos acomodar-se-ão em lugares compatíveis com os seus sentimentos sem, entretanto, ficarem órfãos da bondade do Criador, pois sempre receberão, por misericórdia, a visita dos benfeitores da verdade e do bem comum.
Que Deus nos abençoe e que "O Livro dos Espíritos" seja mais estudado pelos espíritos encarnados, a fim de que facilite o despertamento da fraternidade universal, começando dentro do coração.
 

Livro: Filosofia Espírita V - João Nunes Maia

24.9.13


O BENZEDOR E AS VERRUGAS

Comentávamos no Plano Espiritual sobre a situação atual do Movimento Espírita na Terra, lamentando tantos conflitos entre os irmãos de ideal e mesmo a ousadia de muitos que, ultimamente, de maneira inadvertida, o têm feito enveredar por sinuosos caminhos, quando Joaquim Cassiano, um velho amigo, tomando a palavra se pôs a falar:
- Conheci, outrora, no mundo, um excelente “benzedor” de verrugas... A sua casa, principalmente às sextas-feiras, vivia repleta de pessoas que lá compareciam a fim de terem as suas verrugas benzidas por ele.
Muitas crianças, conduzidas por suas mães e avós, revelando as mãos e os pés, e, às vezes, até o rosto, cobertos por aquelas  crostas que chegavam a sangrar, se beneficiavam com o poder de suas orações.
Pacientemente, sem nada cobrar por isto, ele ia atendendo às pessoas em fila, por ordem de chegada, sempre com um sorriso estampado na face.
Algumas verrugas caiam logo na primeira benzição, outras, porém, precisavam, de fato, serem benzidas por três sextas-feiras seguidas – eram colônias de vírus mais resistentes, e que, por certo, se encontravam instaladas há mais tempo.
Algumas crianças tinham medo de seu aspecto meio estranho, porque, embora se trajasse com simplicidade, como quase todo benzedor, ele não parecia ser uma pessoa do mundo.
A sua fama tanto se espalhou que gente de todas as partes ia procurá-lo, sendo, vários deles, portadores desses pequeninos quistos de virulência até em suas partes mais íntimas, como, por exemplo, no coração.
Sim, porque, conforme sabemos, existem verrugas externas e internas, com as internas se mostrando muito mais difíceis de serem curadas, exigindo benzições extras.
O poder espiritual do referido benzedor, que atendia a multidão numa casinha muito pobre, era tão admirável que dispensava o auxílio de qualquer galho de arruda, guiné, ou outro expediente parecido – presenciei que, não raro, bastava leve toque de sua abençoada mão, ou um simples olhar seu, para que as verrugas, como que trevas se envergonhando na presença da luz, começassem, espontaneamente, a regredir...
Interessante é que ele chegava a ser procurado até por quem não possuía verruga alguma, mas que tinham medo de que esses pequeninos tumores, que podem se tornar extremamente agressivos, de hora para outra, pudessem lhes aparecer.
Durante muitos anos, aquele famoso benzedor do interior de Minas Gerais, praticamente criado na zona rural, que deve ter aprendido o seu ofício com benzedores mais antigos que ele, se dedicou à tarefa de benzer verrugas, impedindo que elas se transformassem em coisa pior.
Vocês sabem, existem benzedores para benzer todas as espécies de males: quebranto, cobreiro, espinhela caída, olho excomungado, erisipela, vento virado, peito arrotado, e vai por aí afora...
Mas, como nada se eterniza na Terra, um dia, aquele humilde homem de fé desencarnou, e, então, as verrugas voltaram a infestar as mãos e os pés, o rosto, e até, segundo dissemos, o coração de muitos que ainda não haviam conseguido desenvolver em seu organismo eficiente defesa contra elas...
Joaquim Cassiano fez significativa pausa e, ante o nosso respeitoso silêncio, concluiu a sábia metáfora:
- Este incansável benzedor de verrugas era Chico Xavier, e as verrugas, meus amigos, infelizmente, somos nós, os espíritas personalistas, que não vemos o que estamos fazendo com o corpo da Doutrina!...

INÁCIO FERREIRA
Uberaba – MG, 23 de setembro de 2013.

23.9.13


Palavra de Amor

Uma palavra é sempre uma palavra, mas ela pode ser revestida de ódio ou de amor. Tudo depende de quem a profere. Uma palavra de ódio pode ser mortal, ferina que é. Uma palavra de amor, não, ela é, por si só, de alegria, de contentamento, de vida eterna.
Quem profere qualquer palavra deve atentar-se ao sentido dela porque uma palavra pode ganhar nos ouvidos que ouve uma conotação completamente diferente de quem a pronunciou. Fique atento para não incorrer neste erro. Às vezes passa despercebido para quem fala, mas para quem ouve, ah, até hoje ressoa nos seus ouvidos...
Uma palavra que leve amor é diferente, pode notar, tanto para quem fala quanto para quem ouve. As pessoas ficam diferentes, o olho fica mais acesso, salta mais para os demais como se estivesse a brilhar. É o efeito que uma palavra de amor proporciona para quem fala. E para quem ouve não é de outro jeito.
A palavra de amor tem a força de levantar uma pessoa doente da cama. Tem a possibilidade de tirar alguém da depressão. Já vi gente, em poucos dias, sair da prostração para a da alegria total com doses diárias de palavras de amor que, no fundo, representavam palavras de incentivo, de entusiasmo, de fé.
Qual é o tipo de palavra que predomina na sua boca, meu irmão?
Isto é muito importante saber porque vai ser determinante para sua vida.
Quem costumeiramente fala palavra de ódio, ou seja, de desentendimento, de intriga, de blasfêmia, de mentira, pode ver, fica sozinho, as pessoas se afastam delas ao longo da vida.
Ao contrário, quem possui o costume de falar palavras de amor, isto é, de encorajamento, de sensibilidade, de promoção do outro, está rodeado de pessoas ao seu lado querendo ouvi-lo.
Quem fala palavra de ódio, afasta. Quem fala palavra de amor, aproxima. Esta é a realidade da vida.
E você, já se decidiu que palavras escolher para falar pela sua vida inteira?
Decida logo e fale abertamente para todos. Tenho a certeza de que você fará a escolha do bem.
Em todo caso, porém, lembremo-nos das palavras sábias de Nosso Senhor Jesus Cristo:
- Que sua palavra seja sim, sim, ou não, não.
Que Deus nos abençoe!
Helder Camara

21.9.13

MESMO DE RASTROS

Seguias em teu caminho
E, mais uma vez, caíste,
Tropeçando descuidado
Numa pedra que não viste.

Entretanto, meu amigo,
Ante a dura provação,
Por mais levantar te custe
Não permaneças no chão.

Reúne as forcas esparsas
E, de novo, põe-te em pé,
Seguindo caminho adiante
Sem mais vacilos na fé.

Sobre a estrada perigosa,
Cheia de empeços fatais,
E preciso caminhar
Vigiando um pouco mais.

Recorda sem que te esqueças,
Que, ao longo da senda estreita,
O mal que busca perder-te
A cada passo te espreita.

Se, porventura, no entanto,
Novamente tropeçares,
De prosseguir sempre à frente
Mesmo de rastros não páres!...

Eurícledes Formiga
(Página recebida pelo médium Carlos A. Baccelli, em reunião do Lar Espírita “Pedro e Paulo”, no dia 11 de setembro de 2013, em Uberaba – MG).

20.9.13


EFEITOS  FÍSICOS
André Luiz

Vinte horas haviam soado no relógio terrestre, quando entramos em acanhado apartamento, no qual se realizariam trabalhos de materialização.
Tanto Hilário quanto eu não desejávamos encerrar a semana de estudos sem observar algum serviço dessa natureza, em companhia do Assistente.
De outra feita, acompanháramos experiência dessa ordem, assinalando-a em registro de nossas impressões(1); contudo, os ensinamentos de Áulus eram sempre expressivos e valiosos pelos fundamentos morais de que se revestiam, e suspirei pelo instante de ouvi-lo discorrer sobre os fenômenos físicos que nos propúnhamos analisar.
O recinto destinado aos trabalhos constituía-se de duas peças, uma sala de estar ligada a estreita câmara de dormir.
O aposento íntimo, transformado em gabinete, albergava o médium, um homem ainda moço, e na sala espalhavam-se catorze pessoas, aparentemente bem-intencionadas,  das quais se destacavam duas senhoras doente, que representavam o motivo essencial da reunião, de vez que pretendiam recolher a assistência amiga dos Espíritos materializados.
Indicando-as, falou o orientador, com grave entonação de voz:
- Venho com vocês até aqui, considerando as finalidades do socorro aos enfermos, porque, embora sejam muitas as tentativas de materialização de forças do nosso plano, na Terra, com raras exceções quase todas se desenvolvem sobre lastimáveis alicerces que primam por infelizes atitudes dos irmãos encarnados. Só os doentes, por enquanto, no mundo, justificam a nosso ver o esforço dessa espécie, junto das raras experiências, essencialmente respeitáveis e dignas, realizadas pelo mundo cientifico, em benefício da Humanidade.
Quiséramos alongar o entendimento, no entanto, renteando conosco, diversos obreiros iam e vinham, dando a perceber o início dos  trabalhos daquela noite.
A higienização processava-se ativa.
O serviço reclama cuidado.
Segundo apontamentos recolhidos por nós, em outras ocasiões, aqui surgiam aparelhos delicados para a emissão de raios curativos, acolá se efetuava a ionização do ambiente com efeitos bactericidas.
Alguns encarnados, como habitualmente acontece, não tomavam a sério as responsabilidades do assunto e traziam consigo emanações tóxicas, oriundas do abuso de nicotina, carne de aperitivos, além das formas-pensamentos menos adequadas à tarefa que o grupo devia realizar.
Atento ao estudo, Áulus recomendou-nos centralizar a atenção no gabinete do médium.
Obedecemos.
Ao redor, laboriosa atividade seguia adiante.
Dezenas de entidades bem comandadas e evidenciando as melhores noções de disciplina, articulavam-se no esforço preparatório.
O instrumento medianímico já havia recebido eficiente amparo no campo orgânico.
A digestão e a circulação, tanto quanto o socorro às vísceras já eram problemas solucionados.
Dispensar-nos-emos de maior rigor descritivo, porquanto, em outras páginas (1), a materialização, de acordo com as nossas possibilidades de expressão, mereceu-nos meticuloso exame, no que respeita às substâncias, associações, recursos e movimentos do plano espiritual.
Agora interessava-nos a mediunidade em si.
Intentávamos analisar-lhe o comportamento, em suas relações com o ambiente e as pessoas.
E, para isso, a nosso parecer, nenhuma ocasião, melhor que aquela, em que dispúnhamos da colaboração segura de um amigo competente e devotado qual o instrutor que nos acompanhava, solícito.
Apagada a luz elétrica e pronunciada a oração de inicio, o agrupamento, como de praxe, passou a entoar hinos evangélicos, para equilibrar as vibrações do recinto.
Colaboradores desencarnados extraiam forças de pessoas e coisas da sala, inclusive da Natureza em derredor, que casadas aos elementos de nossa esfera da câmara mediúnica precioso e complicados laboratório
Correspondendo à atuação a magnática dos mentores responsáveis, desdobrou-se o médium, afastando-se  do veículo físico, de modo tão perfeito que o ato em si mais se afigurava a própria desencarnação, porque o corpo jazia no leitos, como se fora um casulo, largado e inerte.
O veículo físico, assim prostrado, sob o domínio dos técnicos do nosso plano, começou a expelir o ectoplasma, qual pasta flexível, à maneira de uma geléia viscosa e semilíquida, através de todos os poros e, com mais abundância, pelos orifícios naturais, particularmente da boca, das narinas e dos ouvidos, com elevada percentagem a exteriorizar-se igualmente do tórax e das extremidades dos dedos. A substância, caracteriza por um cheiro especialíssimo, que não conseguimos descrever, escorria em movimentos reptilianos, acumulando-se na parte inferior do organismo medianímicos, onde apresentava o aspecto de grande massa protoplásmica, viva e tremulante.
Companheiros nossos prestavam carinhosa assistência ao médium separado da vestimenta física, como se ele fora um doente ou uma criança.
Á margem da ação, Áulus esclareceu prestimoso:
- O ectoplasma está me si tão associado ao pensamento do médium, quanto as forças do filho em formação se encontram  ligadas à mente maternal. Em razão disso, toda a cautela é indispensável na assistência ao medianeiro.
Hilário que ouvia, reverente, indagou:
- Tal cuidado decorre da possibilidade de inconveniente intervenção do médium nos trabalhos?
- Exatamente.
E Áulus prosseguiu:
- Se pudéssemos contar com mais ampla educação do instrumento, decerto menos teríamos a temer, de vez que a própria individualidade do servidor colaboraria junto de nós, evitando-nos preocupações e contratempos prováveis. A materialização de criaturas e objetos de nosso plano, para ser mais perfeita, exige mais segura desmaterialização do médium e dos companheiros encarnados que o assistem, porque, por mais nos consagremos aos trabalhos dessa ordem, estamos subordinados à cooperação dos amigos terrestres, assim como a água, por mais pura, permanece submetida às qualidades felizes ou infelizes do canal por onde se escoa.
- Isso nos deixa entrever – acentuou meu colega – que o pensamento mediúnico pode influir nas formas materializadas, mesmo quando essas formas se encontrem sob rigoroso controle de amigos da nossa esfera...
- Sim – confirmou o Assistente -, ainda quando o médium não consiga senhoreá-las de todo, pode perturbar-lhes a formação e a projeção, prejudicando-nos conseqüentemente o serviço. Daí, o impositivo da completa isenção de ânimo, por parte de quantos se devotam a semelhantes realizações.
Hilário, não obstante satisfeito, continuou ponderando:
- As Faculdades de materialização, desse modo, não traduzem privilégio para os seus portadores...
- De modo algum.
E, depois de breve pausa:
- O próprio verbo referente ao assunto, em sentido literal, não encoraja qualquer interpretação em desacordo com a verdade. Materializar significa corporificar. Ora, considerando-se que mediunidade não traduz sublimação e sim meio de serviço, e reconhecendo, ainda, que a morte não purifica, de imediato, aquele que se encontra impuro, como atribuir santidade a médiuns da Terra ou a comunicantes do Além pelo simples fato de modelarem formas passageiras, entre dois planos?
- Então, essa força...
Meu companheiro não terminou.
Áulus percebeu-lhe o pensamento e atalhou, asseverando:
- Essa força materializante é como as outras manipuladas em nossas tarefas de intercâmbio. Independe do caráter e das qualidades morais daqueles que a possuem, constituindo emanações do mundo psicofísico, das quais o citoplasma é uma das fontes de origem. Em alguns raros indivíduos, encontramos semelhante energia com mais alta percentagem de exteriorização, contudo, sabemos que ele será de futuro mais abundante e mais facilmente abordável, quando a coletividade humana atingir mais elevado grau de maturação.
- Até lá, desse modo...
- Até lá, utilizar-nos-emos dessas possibilidades como quem aproveita um fruto ainda verde, em circunstâncias especiais da vida, suportando, porém, o assédio de mil surpresas desagradáveis ao recolhê-lo, de vez que, em experiências como esta, submetemo-nos a certas interferências mediúnicas indesejáveis, tanto quanto a influências menos edificantes de companheiros encarnados, francamente inaptos para os serviços dessa espécie.
Hilário que escutava, atencioso, a lição, ponderou ainda:
- Imaginemos que o médium esteja possuído de interesses inferiores, seja em matéria de afetividade mal conduzida, de ambição desregrada ou de pontos de vista pessoais, nos diversos departamentos das paixões comuns...
E, depois da alegação reticenciosa, indagou:
- Nessa posição poderá influir nos fenômenos em estudo?
- Sem dúvida alguma – elucidou Áulus, com naturalidade - , consciente ou inconscientemente.
- E os amigos do grupo? Se imbuídos de propósitos malsãos conseguem perturbar-nos?
- Certamente!
- E por que nos sujeitarmos a fatores incapazes, assim?
Os olhos do Assistente brilharam, expressivos.
E, afagando o meu colega, Áulus falou, com sensatez:
- Não diga . Digamos . Simbolizemos a necessidade como sede escaldante e a mediunidade imperfeita ou mal comandada como sendo a água menos limpa. Á falta do liquido puro, não podemos hesitar. Utilizamo-nos da água nas condições em que a encontramos. E, em seguida, que fazer? Teremos paciência com a fonte, decantando-lhe, pouco a pouco, a corrente poluída. A mediunidade sublimada, através de instrumentos dignos e conscientes no mandato que lhes corresponde, é algo de eterno e divino que a humanidade está edificando. Isso não é obra de afogadilho. A improvisação não é alicerce para os santuários da sabedoria e do amor que desafiam o tempo.
Meu colega e eu sorrirmos, encantados com aquele monumento de compreensão e tolerância.
Em derredor, grande massa de substância ectoplásmica leitosa-prateada, da qual se destacavam alguns fios escuros e cinzentos, amontoava-se, abundante.
Técnicos de nosso plano manipulavam-na, com atenção.
Áulus fixou a paisagem de trabalho ativo e explicou-nos:
- Ai temos o material leve e plástico de que necessitamos para a materialização. Podemos dividi-lo em três elementos essenciais, em nossas rápidas noções de serviço, a saber – fluidos A, representando as forças superiores e sutis de nossa esfera, fluidos B, definindo os recursos do médium e dos companheiros que o assistem, e fluidos C, constituindo energias tomadas à Natureza terrestre. Os fluidos A podem ser os mais puros e os fluidos C podem ser os mais dóceis; no entanto, os fluidos B, nascidos da atuação dos companheiros encarnados e, muito notadamente, do médium, são capazes de estragar-nos os mais nobres projetos. Nos círculos, aliás raríssimos, em que os elementos  A encontram segura colaboração das energias B, a materialização de ordem elevada assume os mais altos característicos, raiando pela sublimidade dos fenômenos; contudo, onde predominam os elementos B, nosso concurso é consideravelmente reduzido, porquanto nossas maiores possibilidades passam a ser canalizadas na dependência das forças inferiores do nosso plano, que, afinadas aos potenciais dos irmãos encarnados, podem senhorear-lhes os recursos, invadindo-lhes o campo de ação e inclinando-lhes as experiências psíquicas no rumo de lastimáveis desastres.
As elucidações não poderiam ser mais claras.
Dispúnhamo-nos a prosseguir no entendimento, todavia, Garcez, um dos técnicos espirituais do serviço, veio até nós, invocando o auxilio magnético de Áulus.
O campo fluídico na sala se fizera demasiado espesso. Os pequenos jactos de força ectoplásmica, arremessados até lá, em caráter experimental, tornavam ao gabinete, revelando forte teor de toxinas de variada classificação.
As catorze pessoas assembleadas no recinto eram catorze caprichos diferentes.
Não havia ali ninguém com bastante compreensão do esforço que se reclamava do mundo espiritual e cada companheiro, ao invés de ajudar o instrumento mediúnico, pesava sobre ele com inauditas exigências.
Em razão disso, o médium não contava com suficiente tranqüilidade. Figurava-se-nos um animal raro, acicato por múltiplos aguilhões, tais os pensamento descabidos de que se via objeto.
- Não atingiremos, então, a materialização de ordem superior...- falou o Assistente, algo preocupado.
- De modo algum – informou Garcez com desapontamento. – Teremos tão-só o médium desdobrado, incorporando a nossa enfermeira para socorro às irmãs doentes. Nada mais. Não dispomos do concurso preciso.
Áulus atendeu à solicitação que lhe era dirigida e auxiliou magneticamente a transferência de certo coeficiente de energias do vaso físico ao corpo perispiritual que se mostrou vivamente reanimado.
O veículo de matéria densa, no leito, desceu à mais funda prostração, mas o médium, em seu perispírito, evidenciava maior vitalidade e maior lucidez.
Amigos espirituais envolveram-no em extenso roupão ectoplásmico e a enfermeira uniu-se a ele, comandando-lhe os movimentos.
O médium, não obstante ausente do corpo carnal, achava-se controlado pela benfeitora, à maneira de um médium psicofônico, diferenciado apenas pela roupagem singular, estruturada com apetrechos ectoplásmicos imprescindíveis à permanência dele no recinto, onde explodiam pensamentos perturbados e inquietantes.
Vendo-o caminhar, inseguro, abraçado pela enfermeira que o movimentava para o serviço assistencial, hilário, ciciante, falou para o nosso orientador:
- O médium está consciente durante o fenômeno?
- Fora do corpo sim, mas possivelmente, não guardará qualquer lembrança, logo regresse ao campo físico.
Meu colega ainda aventurou:
- Vemo-lo avançar com indumentos materializados e sob a orientação da enfermeira amiga. Entretanto, caso alimente, nessas condições, qualquer desejo menos digno, pode interferir no trabalho, prejudicando-o?
- Perfeitamente  - disse Áulus -, ele está sob controle, mas controle não significa anulação. Qualquer impulso infeliz do nosso companheiro correrá por conta do serviço. Daí, a inconveniência das atividades dessa espécie, sem alto objetivo moral.
O medianeiro das curas, enlaçado pela entidade generosa, alcançou o estreito aposento, exibindo a roupagem delicada, semelhante a uma túnica de luar, emitindo prateada luz. No entanto, à medida que varava a atmosfera reinante no recinto, a claridade esmaecia, chegando a apagar-se quase de todo.
Diante do nosso olhar indagador, o Assistente esclareceu:
- A posição neuropsíquica dos companheiros encarnados que nos compartilham a tarefa, no momento, não ajuda. Absorvem-nos os recursos, sem retribuição que nos indenize, de alguma sorte, a despesa de fluidos laboriosamente trabalhados.
A convite do orientador, penetramos a sala.
Efetivamente, escuras emissões mentais esguichavam contínuas, entrechocando-se de maneira lastimável.
Os amigos, ainda na carne, mais se nos figuravam crianças inconscientes.
Pensavam em termos indesejáveis, expressando petições absurdas, no aparente silêncio a que se acomodavam, irrequietos.
Exigiam a presença de afeições desencarnadas, sem cogitarem da oportunidade e do merecimento imprescindíveis, criticavam essa ou aquela particularidade do fenômeno ou prendiam a imaginação a problemas aviltantes da experiência vulgar.
O concurso dos amigos espirituais era ali recebido, não como gentileza de benfeitores, mas como espetáculo fútil a ser obrigatoriamente elaborado por servos ínfimos.
Ainda assim, os obreiros do nosso plano ofereciam o melhor pelo êxito da tarefa.
A enfermeira devotada socorreu as doentes, aplicando-lhes raios curativos. Várias vezes, deixou o recinto e tornou a ele, porquanto, à simples aproximação dos pensamentos inadequados que lhe senhoreavam as vibrações, toda a matéria ectoplásmica se ressentia, obscurecendo-se ao bombardeio das formações mentais nascidas da assistência.
Terminado que foi o trabalho medicamentoso, um risonho companheiro de nossa esfera tomou pequena porção das forças materializantes do médium sobre as mãos e afastou-se para trazer, daí a instantes, algumas flores que foram distribuídas com os irmãos encarnados, no intuito de sossegar-lhes a mente excitadiça.
Calmando-nos a curiosidade, Áulus esclareceu:
- É o transporte comum, realizado com reduzida cooperação das energias medianimicas. Nosso amigo – e designou com a destra o emissário das flores – apenas tomou diminuta quantidade de força ectoplásmica, formando somente pequeninas cristalizações superficiais do polegar e do indicador, em ambas as mãos, a fim de colher as flores e trazê-las até nós.
- É importante observar – disse Hilário – a facilidade com que a energia ectoplásmica atravessa a matéria densa, porque o nosso companheiro, usando-a nos dedos,  não encontrou qualquer obstáculo na transposição da parede.
- Sim – comentou o instrutor -, o elemento sob nossa vista é extremamente sutil e, aderindo ao nosso modo de ser, adquire renovada feição dinâmica.
- E se fosse o médium o objeto do transporte? Traspassaria a barreira nas mesmas circunstâncias?
- Perfeitamente, desde que esteja mantido sob nosso controle, intimamente associado às nossas forças, porque dispomos entre nós de técnicos bastante competentes para desmaterializar os elementos físicos e reconstituí-los de imediato, cônscios da responsabilidade que assumem.
- Você não pode esquecer que as flores transpuseram o tapume de alvenaria, penetrando aqui com semelhante auxilio. De idêntica maneira, caso encontrássemos utilidade num lance dessa natureza, o instrumento que nos serve de base ao trabalho poderia ser removido par o exterior com a mesma facilidade. As cidadelas atômicas em qualquer construção da forma física, não são fortalezas maciças, qual acontece em nossa própria esfera de ação. O espaço persiste em todas as formações e através dele, os elementos se interpenetram.  Chegará reintegrar as unidades e as constituições atômicas, com  a segurança dentro da qual vai aprendendo a desintegrá-las.
Logo após, os amigos presentes, sempre interessados em acordar os irmãos encarnados para as realidades do espírito, acomodaram o médium, religando-o ao corpo carnal.
O rapaz esfregou o rosto, estremunhando; contudo, sob a atuação de passes calmantes, arrojou-se, de novo, à hipnose profunda.
Forças ectoplásmicas recomeçaram a surgir das narinas e dos ouvidos, revitalizadas e abundantes.
Alguns companheiros passaram a compartimento vizinho, seguidos por nós.
Nesse aposento, sobre pequeno fogão elétrico grande balde de parafina fervente requisitava-nos a atenção.
Um amigo de semblante simpático cobriu a destra com a pasta dúctil que manava fartamente do médium e materializou-a com perfeição, mergulhando-a, logo após, na parafina superaquecida, deixando aos componentes da reunião o primoroso molde como lembrança.
Uma jovem que nos saudou, cordialmente o ectoplasma, modelando três flores que, submersas no vaso, ficaram, depois, em mesa próxima para os assistentes, à guisa de doce recordação daquela noite de tolerância e carinho.
Afeiçoados da casa trouxeram do exterior diversas conchas marinhas, em que se viam delicados perfumes que se volatizaram no recinto em vagas deliciosas.
Reparando que os tarefeiros espirituais submetiam o instrumento medianímico a complicadas operações magnéticas, através das quais a substância materializante era restituída ao corpo físico, inteiramente purificada, crivamos o instrutor de questões e perguntas.
Realmente todas as pessoas, na Terra, possuíam consigo a energia que examinávamos? Seria lícito esperar no futuro mais amplas manifestações dela? Essa força era invariavelmente influenciável ou, em alguma circunstância, conseguia organizar-se por si?
Áulus deixou aos demais obreiros as medidas atinentes à fase terminal dos trabalhos e elucidou:
- O ectoplasma está situado entre a matéria densa e a matéria perispirítica, assim como um produto de emanações da alma pelo filtro do corpo, e é recurso peculiar não somente ao homem, mas a todas as formas da Natureza. Em certas organizações fisiológicas especiais da raça humana, comparece em maiores proporções e em relativa madureza para a manifestação necessária aos efeitos físicos que analisamos. É um elemento amorfo, mas de grande potência e vitalidade. Pode ser comparado a genuína massa protoplásmica, sendo extremamente sensível, animado de princípios criativos que funcionam como condutores de eletricidade e magnetismo, mas que se subordinam, invariavelmente, ao pensamento e à vontade do médium que os exterioriza ou dos Espíritos desencarnados ou não que sintonizam com a mente mediúnica, senhoreando-lhe o modo de ser. Infinitamente plástico, dá forma parcial ou total às entidades que se fazem visíveis aos olhos dos companheiros terrestres ou diante da objetiva fotográfica, dá consistência aos fios, bastonetes e outros tipos de formações, visíveis ou invisíveis nos fenômenos de levitação, e substancializa as imagens criadas pela imaginação do médium ou dos companheiros que assistem mentalmente afinados com ele. Exige-nos, pois, muito cuidado para não sofrer o domínio de Inteligências sombrias, de vez que manejo por entidades ainda cativas de paixões deprimentes poderia gerar clamorosas perturbações.
E, apontando o mediador que despertava sonolento, enunciou:
- Nosso amigo, polarizado as energias do nosso plano, funciona como entidade maternal, de cujas possibilidades criativas os Espíritos materializados totalmente, ou não, retiram os recursos imprescindíveis às suas manifestações, sendo, a prazo curtíssimo, autênticos filhos dele.
Assinalando a conceituação, Hilário falou entusiástico:
- Isso dá a entender que nas forças geradoras extravasadas do médium e dos cooperadores de nossa esfera poderemos surpreender igualmente os princípios fundamentai da genética humana, em figurações que a ciência terrena ainda não conhece...
- Sim, sem dúvida – confirmou o Assistente -, os princípios são os mesmos, embora os aspectos sejam diferentes. O futuro nos reserva admiráveis realizações nesse ponto. Trabalhemos e estudemos.
Nossas disponibilidades de tempo, contudo, haviam terminado. E, por isso, Áulus encerrou a notável conversação, convidando-nos a voltar.
____________
(1)    “Missionários da Luz”. – (Nota do Autor espiritual.)
 Livro: “Nos Domínios da Mediunidade” - Francisco C. Xavier - André Luiz

19.9.13

Mãos Unidas

Por que estamos separados?
Por que a humanidade, os religiosos, estão dispersos?
Por que ainda se teimar que se detém o monopólio da verdade e da relação com Deus?
No mundo de hoje, onde já avançamos no conceito de fraternidade, a religiosidade não poderia estar difusa. Os irmãos que pregam Deus às criaturas, nas diversas religiões existentes, não poderiam mais ficar isolados uns dos outros porque isto não leva a nada.
O pior é quando há críticas pela crença do irmão. Para que isso? Querem dominar todo o planeta com a sua crença religiosa? Não é possível.
Quero reafirmar, uma vez mais, o meu compromisso com o diálogo inter-religioso, a conversa fraterna e amiga entre as crenças.
Nos dias atuais em que o esclarecimento é maior, onde se sabe distinguir com mais rapidez a mentira, onde os meios de comunicação e tecnologia denunciam os equívocos cometidos, por que ainda estamos disputando rebanho?
A mente humana é livre para fazer as suas escolhas de acordo com as suas convicções. Façamos as nossas ações e deixemos que cada um decida o melhor lugar para professar a sua fé. Isto basta.
De nossa parte, vamos conversar mais. Vamos tomar iniciativas grandiosas de aproximação. O Papa Francisco tem falado com propriedade que devemos estimular a cultura do encontro. Que maravilha de iniciativa!
Tenho certeza absoluta, meus irmãos, que quando dois ou mais religiosos de diferentes crenças se encontram a alegria é maior, porque, no íntimo, sentimos que estamos amando mais e melhor.
Do lado de cá da vida não há esta besteira de divisão institucional pela religião. Se falasse o que vejo e faço por aqui muitos me colocariam como herege. Estas barreiras são fictícias, meus irmãos, sobretudo quando se entende que o bem é a forma de expressar Deus em nós.
Todos se confraternizam e dividem responsabilidades.
Todos se juntam pelo mesmo Deus e pelos mesmos irmãos.
Todos estão de mãos unidas para ajudar na construção de uma humanidade melhor.
Pensem nesta cultura da aproximação, do encontro de irmãos, o mundo e você só terão a ganhar.
Ganhar em paz e amor.
Ganhar em união e fraternidade.
Ganhar em alegria e emoção.
Que bela lucidez do poeta na sua música magistral:
“Imaginem todas as pessoas vivendo em paz. Você pode pensar que eu sou um sonhador, mas eu não sou o único”.
Que o Deus de todos nos abençoe!
Helder Camara

18.9.13

Questão 224 do Livro dos E spíritos
ESPÍRITO LIVRE 
Chamamos o espírito, quando fora do corpo, de espírito livre, no entanto, é bom que se saiba o que é liberdade, no sentido que falamos. A liberdade cresce com o crescimento da alma em todos os planos da existência. Todos os aspectos da liberdade, para as criaturas de Deus, têm limites; somente para o Criador, desaparecem as fronteiras. 
Já dissemos antes que os intervalos da reencarnação são sem limites. Não podemos precisar uma quantidade de anos para que o espírito volte a um novo corpo de carne, pois nesse processo atuam muitas leis, como a sua própria vontade, e Deus é tão bom que tolera e mesmo aceita, até certo ponto, as escolhas das almas. 
Diz-nos "O Livro dos Espíritos" que o intervalo pode durar desde algumas horas até milhares de séculos. Que não cheguemos a tanto, porque a maioria dos espíritos obedece a inspiração dos benfeitores espirituais, que os aconselham num certo preparo, para depois tornarem novos aparelhos fisiológicos, com etapas diferentes das que tiveram. Em muitos casos, encontram-se com pessoas diferentes, formando, assim, novos laços de amor e de fraternidade.
A formação das colônias espirituais é justamente para orienta-los neste sentido, de maneira a aproveitar o tempo na obediência às leis naturais. Quando lançamos uma semente ao solo, a razão nos pede para esperar um pouco para que ela desabroche e cresça, dando frutos. Assim também, nesse ritmo de idéias, é a alma. Ela é semente de Deus que deve ser lançada na carne, quantas vezes forem necessárias, objetivando o aprimoramento da consciência e a grandeza do coração. 
A afluência dos dons espirituais nos aparecem com mais nitidez pelas trocas das vestes carnais. As experiências nesse sentido vicejam com mais intensidade. É a luz que se põe em cima da mesa, como sendo a nossa consciência. O espírito, quando toma a carne, é como se carregasse uma cruz, que deve suportar por toda a existência, onde milhares de problemas o afligem e outro tanto de dores vêm esmagar o vaso da sua mente, para que desabroche do centro da vida o perfume do amor.
O espírito somente se libertará pelo conhecimento da verdade, não só em estudos de inumeráveis teorias, mas quando passar a vivê-Ias no plantio de cada dia. A demora em reencarnar-se pode ser uma punição, pelo mau uso que se fez das qualidades espirituais recebidas do Criador. O sentido primordial da vida, em todos os campos da Criação, é despertar as qualidades nobres da consciência, para que o coração seja o canal da intuição, por onde possa falar o Cristo interno de cada criatura. 
Existe em nós uma profusão de luzes que falam por si, falam da existência do Criador, bem como anunciam uma grande esperande esprança para todas as almas da Terra, ao revelar que temos um guia que não nos deixa órfãos. O espírito, quando na carne, fica tolhido na suas faculdades mais íntimas, de modo que em todas as novas reencarnações começa o exercício do aprimoramento espiritual, e em cada uma delas é certo que as possibilidades de evoluir são melhores, desde ou quando se esforce progressivamente.
A Doutrina dos Espíritos é pois, uma benção de Deus, é a escola que deixamos de frequentar depois da desencarnação, por sairmos da carne já sabendo as primeiras lições das leis vigentes no mundo espiritual. Eis porque descem constantemente lições e mais lições pelos processos mediúnicos, facilitando, assim, a todos os de boa vontade para a realidade de que o espírito continua vivendo mais depois do túmulo.
Apeguemo-nos a Jesus, que nunca erraremos o caminho para Deus.
 

Livro: Filosofia Espírita V - João Nunes Maia - Miramez

17.9.13


JESUS, O GRANDE MENDIGO

Fiquei a meditar, meu caro, na mensagem psicofônica que, por seu intermédio, o venerável Irmão José nos transmitiu ao término da reunião mediúnica de desobsessão, na última semana.
Confesso que, qual aconteceu a alguns dos presentes que conseguiram refletir na profundidade de suas palavras, eu também fui às lágrimas.
Sim, Jesus continua na condição de Excelso Mendigo, porque, em verdade, em seu propósito de construir na Terra o Reino de Deus, apenas temos Lhe ofertado migalhas de nós mesmos.
Raros são aqueles que se entregam ao Cristo completamente!
A maioria de nós continua a Lhe negar simplesmente uma côdea de pão, ou um copo d’água...
Ao Lhe descerrarmos, timidamente, a porta do espírito, sobre a qual, milenarmente, insiste em bater, nos estendendo a mão em rogativa, o tempo que nos sobra do tempo com o qual não mais temos o que fazer é tão somente o que nos animamos a Lhe entregar...
Após termos nos exaurido nos prazeres ilusórios que a vida terrestre proporciona, alguns restos de nossa boa vontade deteriorada é o que Lhe ofertamos...
Pedaços de idealismo que não foram consumidos de todo pelas nossas mundanas ambições...
Diminuta porção do sentimento de amor que se nos escapou intacta do incêndio das paixões exacerbadas...
Com estes singelos donativos, que, praticamente, em incansável peregrinação, prossegue a mendigar de porta em porta, é que o Cristo vem dando de comer à mensagem do Evangelho no mundo!
Poucos são os que Lhe fazem generosas doações para que a Obra que, pacientemente, Ele vem levantando, em favor da Humanidade, se viabilize com maior rapidez.
O curioso é que, talvez, por mais se identificarem com a sua condição de Mendigo, os que mais têm colaborado com o Senhor são aqueles que, quase sempre, também vivem a mendigar pelas ruas...
São os mendigos de esperança...
Os pedintes de paz...
Os carentes de alegria...
Os que vivem nos guetos...
Os que dormem ao relento...
O Cristo, por vezes, dá-nos a impressão de um pobre a revirar, nos mercados públicos, o que o egoísmo humano destinou à lata de lixo, a ver se ainda encontra algo que possa ser aproveitado!
Todos os dias, para que o divino trabalho da fé não se interrompa, torna-se indispensável que o prodígio da multiplicação dos pães de dos peixes se repita, através de suas mãos...
A indiferença do homem em relação ao Grande Mendigo é irmã gêmea do descaso com que esse mesmo homem costuma ignorar a quem lhe pede uma esmola.
Infelizmente, meu caro, é de humildes adjutórios que o Evangelho tem vivido, ou melhor, sobrevivido, ao longo dos séculos, sendo de se considerar verdadeiro milagre o fato de ele, em meio a tanta abastança, ainda não ter perecido em completa inanição.
Esperemos que, de nós, as doações ao Senhor aumentem, com o Lhe oferecermos o melhor de nossas vidas, quanto Ele se nos ofereceu por inteiro na cruz de seu extremo devotamento!...

INÁCIO FERREIRA
Uberaba – MG, 16 de setembro de 2013. 

16.9.13


Fome e Desperdício no Mundo

Dados alarmantes publicados pela Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura - FAO esta semana mostram o caos sobre a produção de alimentos no mundo. Por ano, meus irmãos, constatou-se que há um desperdício de 1,3 bilhão de toneladas de alimentos no mundo, o que gera custos de 750 bilhões de dólares. É alimento que se joga fora e que poderia ir à mesa de mais de 850 milhões de pessoas que diariamente passam fome. Que desperdício brutal!
Tanta gente não tendo o que comer e comida sendo jogada no lixo. Há algo extremamente errado nisso, não? Na verdade, o homem demonstra que não está sabendo distribuir adequadamente aquilo que produz. Produz onde se tem dinheiro para consumir, onde não há fica-se no Deus dará. Tremenda injustiça, portanto.
Quando será que os homens irão pensar em termos de satisfação social plena? Quando os homens se preocuparão, cada um deles, em consumir apenas aquilo que lhe é necessário e não causar o desperdício aviltante?
Quando se compra mais do que se precisa é certo que vai faltar para alguém, além, é claro, de causar imensos prejuízos ambientais com as sobras de comida.
De um lado, a natureza que se esforçou em produzir mais e melhor, de outro, o homem devolve aquilo que não consumiu. Há desequilíbrio nesta conta para não dizer insensatez.
Esta consciência ecológica e de justiça social deverá ser uma equação a serem perseguidas num mundo mais humano e responsável, meus irmãos.
É inadmissível que haja pessoa morrendo de fome no dia de hoje, inadmissível.
Ora, se o homem é capaz de produzir deve ser capaz também de saber distribuir, mas a lógica do consumo capitalista é incoerente para não dizer burra e egoísta. Prefere-se perder, jogar fora, a vender mais barato – ou mesmo doar – àqueles que nada têm o que comer.
Isto está errado e é demonstração inequívoca da falta do bom senso humano, da despreocupação do homem com um mundo melhor.
Fico sorrindo quando vejo estes capitalistas abrindo a boca e falando de produtividade. Sorrio porque na conta deles a produtividade é somente quando produz e não quando se consome. Gabam-se em mostrar eficiência de produção e lavam as mãos quanto à justa distribuição.
É óbvio que este modelo necessita mudar.
É claro que esta forma de viver não interessa ao conjunto da humanidade.
É nítida a falta de sensatez e responsabilidade da economia e do mercado.
Produzir para vender e não produzir para abastecer. Quem não pode comprar que se lixe. Não pode ser assim.
Dia virá, meus irmãos, não tenho dúvidas disso, que serão responsabilizados criminalmente aqueles que produzirem o desperdício. Criminoso quanto à natureza e quanto aos irmãos que deixaram de comer para dar prioridade à sua necessidade não consumada.
Isto vai demorar, pode ser, mas a consciência humana já está desperta e, pouco a pouco, vai saber criar condições para acabar com esta distribuição desigual e desumana.
Que o Cristo nos oriente para acabar com este estado de coisas e imediatamente.
Helder Camara

14.9.13

NÃO DESISTAS

Persevera na fé que te abençoa
O ideal de servir seja onde for,
Sem jamais desistir de teu labor,
Ante o peso da luta que atordoa.

Refletindo no tempo que se escoa,
Entrega-te ao trabalho com ardor,
Sem reclamar de humano desamor
Na incompreensão de quem te fere atoa.

Não desanimes! Segue para frente,
Como quem não permite nem consente
Que cousa alguma o faça esmorecer...

Pois, nas provas que deve superar
Muita gente desiste de lutar
Quando está quase prestes a vencer!...

Eurícledes Formiga
(Página recebida pelo médium Carlos A. Baccelli, em reunião pública do Lar Espírita “Pedro e Paulo”, na manhã de sábado do dia 7 de setembro de 2013, em Uberaba – MG).

13.9.13


Solidariedade Internacional

Volto a transcorrer sobre a instabilidade no mundo. O mundo está inquieto, confuso, meio sem norte. Os grandes líderes mundiais se reúnem, mas nas suas pautas de deliberações não vão para o centro dos problemas, insistem em ficar na periferia das soluções.
Vinte países se reúnem e depois quando se cobra uma decisão maior não há nada que se aproveite.
Meus irmãos, até quando os homens irão fugir de seus problemas fundamentais? É tão fácil definir as prioridades internacionais, sobretudo se se tem uma visão humanista da vida.
Nos países desenvolvidos há as sementes de solução para os países em desarranjo institucional, metidos em corrupção, ladeados de fome e crise econômica. Tudo está pautado em necessidades, carências, e os países mais desenvolvidos possuem possibilidades de cooperação para todos eles – e não estou me referindo aqui em dinheiro, apenas.
A solidariedade deve ser a marca do G20 e não a preservação dos seus espaços de poder em nível internacional. Poderoso é aquele que possui mais capacidade de ajudar e não de destruir. Ao estudar as razões da falta de cooperação internacional verificar-se-á que a causa é o egoísmo. Ninguém vê aos outros, vê apenas a si mesmo. Até as ajudas oferecidas não são desinteressadas.
Os Estados Unidos poderiam liderar um grande movimento mundial de emancipação dos países pobres. Já imaginou se cada País desenvolvido adotasse 3 países pobres para dar apoio naquilo que fosse possível? Seriam beneficiados 60 países miseráveis.
A ajuda que me refiro não é introduzir a sua filosofia de vida nestes países, mas verificar as suas carências e junto com a Organização das Nações Unidas – ONU implantar ações que erradicassem as raízes dos desacertos destes países. Nada paliativo, mas soluções definitivas, autênticas.
Meu Deus, como é necessário este movimento de solidariedade. A regra seria democracia, desenvolvimento e igualdade. Todos os países que aceitassem serem apoiados deveriam adotar estas 3 divisas como princípios balizadores de suas ações.
Democracia porque as conquistas humanas, nesta parte da vida humana, não podem mais ser feitas à base da repressão, do abuso, do autoritarismo, mas fundamentado nas decisões livres e soberanas do seu povo.
Desenvolvimento porque representa o aumento do volume de produção associado a ganhos efetivos para toda a sociedade, incluindo-se aí a melhoria das condições de saúde, educação e moradia, por exemplo.
E, finalmente, igualdade. É, porque não adianta liberdade, prosperidade, se estas conquistas ficarem apenas para um grupo restrito de pessoas.
É tão simples criar uma pauta de ajuda internacional. Tenho certeza que em 10, 20 anos, estes países seriam outras nações. Falta, porém, decisão política, vontade efetiva de ajudar e resolver os problemas internacionais. Ao contrário, ficam a discutir a preservação do poder já conquistado e sua ampliação.
Enquanto não se mudar a pauta das discussões internacionais estará se fomentando a desigualdade entre os povos, a ambição econômica e a guerra, pois onde não há cooperação há terreno fértil para a violência e a desunião.
Pensem, senhores do mundo, pensem. Se vocês não tomarem uma atitude revolucionária, infelizmente a fatura será cobrada na porta de suas próprias casas.
Que Deus os abençoe!
Helder Camara

12.9.13

Questão 223 do Livro dos Espíritos
INTERVALO DAS REENCARNAÇÕES 
 
Há muitas dúvidas sobre o tempo Que a alma espera entre duas reencarnações, para a volta em novo corpo à Terra, ou em outros mundos, mas "O livro dos Espíritos" não se esqueceu de tocar neste assunto, para esclarecer aos que iriam naturalmente interrogar. 
O tempo que se gasta para a alma voltar novamente ao corpo, é variável; atguns voltam imediatamente, dependendo das necessidades do espírito. Os mentores espirituais, achando conveniente, mostram ao reencarnante que seria o melhor para ele a volta sem demora; no entanto, há outros para quem a demora é caminho mais inteligente, para recolher experiências necessárias à segurança da volta. 
A variação, nesse assunto delicado das vestes na carne, é de zero ao infinito. É uma oportunidade valiosa para todos os espíritos que desejam ascender, despertar seus valores na profundidade da consciência. 
Devido às vibrações pesadas da Terra, o espírito, quanto mais iluminado, mais tempo, normalmente, espera para voltar à mesma.
Alguns podem gastar mil anos para a descida à carne, com missão de instruir e dar exemplo de amor para a humanidade, como no caso de Francisco de Assis, o "Poverello da Úmbria". 
Nos mundos superiores, entretanto, o tempo se encurta, mesmo em se tratando de espíritos iluminados, por encontrarem, na atmosfera do mundo, ambiente favorável, visto que todos os pais nessas regiões são conscientes da lei da reencarnação, favotecendo, assim, a chegada do missionário da verdade. 
Vários livros mediúnicos se referem aos processos da reencarnação, de modo a conscientizar o leitor da verdade para que ele, quando oportuno, venha a ajudar nessa delicada operação, junto aos benfeitores da espiritualidade superior. 
 Se queremos uma reencarnação melhor no futuro, não desprezemos as mudanças, os consertos morais, e para tanto procuremos Jesus; Seus preceitos são eternos e vibram na eternidade da vida, sendo caminhos que nos mostram a felicidade e como conqistá-Ia. Estudemos as vidas dos Seus discípulos e dos grandes personagens que estiveram na Terra com a missão sagrada de elevar o homem, que encontraremos nos Seus exemplos, a força indispensável para a renovação dos nossos velhos costumes. 
O fora da caridade não há salvação é a meta de luz, traçada pelo espírito que a escreveu na vivência de cada dia. Necessário se faz que entendamos o que é caridade. Isso é possível se, já conhecemos o Cristo, e se aprendemos a orar, porque a oraçao e o canaI divino por onde receberemos a intuição do Senhor. 
Na variação do tempo, a força da verdade faz gerar a comprensão das leis naturais que nos garantem a vida e nos levam a sublimar os sentimentos. Precisamos conhecer não somente a vida na matéria, como a vida em espírito, e essa necessidade é bem maior entre os encarnados. Falamos aos de boa vontade, para que eles aproveitem as oportunidades oferecidas pela Doutrina Espírita de modo prático, e conheçam a si mesmos, para que o conhecimento da verdade seja mais fácil.
Deixemos acender em nosso coração a luz do entendimento, que essa luz servir-nos-á para a jornada que Jesus deseja que empreendamos.
 

Livro: Filosofia Espírita V - João Nunes Maia - Miramez

11.9.13

DECISÃO IRREVERSÍVEL

*....Nem eu tão-pouco te condeno...*
 ( João -8:11.)

Não diga: Estou perdido!
Enquanto há oportunidade, sorriem soluções.
                             ***
Não assevere: Nunca mais!
O amanhã é lição ignorada.
                              ***
Não grite: Arruinei-me!
Você pode reabilitar-se desde logo,se o desejar,
                              ***
Não impreque: Só cadeia!
Quando alguém cai, todos, de certo modo caem com ele.
                             ***
Não imponha: Comigo é assim!
A vida se constitui de surpresas e você não sabe o que lhe acontecerá daqui uma hora.
                            ***
Não acrescente: Infame!
Há circunstâncias que você ignora, em relação ao infrator.
                            ***
Não espouque: Traidor!
Talves ele seja doente.
                            ***
Não acuse: Deve pagar!
Sim, pagará, mesmo que você não o imponha.
                            ***
     Decida-se agir cristãmente, numa atitude irreversível.
     Rompa com o passado molesto, que jugula à intolerância e à irresponsabilidade.
     Renovando-se pela atrilha do programa redentor, você compreende melhor do que os outros quanto é difícil avançar com retidão e segurança.
     Assim, ame e compreenda, decidido, também a não errar.

Livro: Momentos de Decisão- Marco Prisco/Divaldo Franco 

10.9.13

A PALAVRA DE IRMÃO JOSÉ

Tão somente para reflexão, nossa e de nossos irmãos e irmãs internautas, transcrevemos hoje no Blog a oportuna e inédita mensagem que, ainda a pouco, o venerável Irmão José grafou por intermédio do médium de que, igualmente, nos servimos nas atividades que desenvolvemos. Esperamos que ela lhes possa ser tão útil quanto o tem sido a nós outros no cumprimento dos árduos deveres que nos cabem, na Causa que abraçamos.

DEVERES QUE CUSTAM

“Somente na vida futura podem efetivar-se as compensações que Jesus promete aos aflitos da Terra”. (De “O Evangelho Segundo o Espiritismo”, Cap. V – Bem-aventurados os aflitos)
Existem deveres impostos pela consciência que sempre muito custam àqueles que são chamados a cumpri-los, sobretudo num orbe no qual, infelizmente, as conveniências humanas ainda prevalecem sobre a Verdade.
Não resta dúvida de que, na Terra, mesmo entre os mais ardorosos defensores do Bem, existe muita contemporização em torno do mal.
E, não raro, por estranho pareça, essa contemporização com o mal se dá justamente sob o falso preceito de se praticar o Bem.
Trata-se este de um dos piores sofismas para que o erro e a mentira continuem se perpetuando e confundindo os que, por si, ainda não sabem distinguir o joio do trigo.
Por esta razão, quase sempre, os mais fieis discípulos do Bem haverão de se sentir sozinhos, sem poder contar com a solidariedade nem mesmo daqueles que, embora sendo bons, não dispõem de suficiente coragem para, de peito aberto, terçar armas contra as escaramuças do mal.
Saibamos, porém, que existem deveres espirituais de natureza mais profunda, nos quais os que são chamados a desempenhá-los haverão de ser francamente hostilizados, por quem, noutras circunstâncias, os aplaudiriam.
Enquanto a luz conter um resquício de sombra, ela não será claridade plena.
Somente quando se lhe oferecer leito completamente despoluído, é que a fonte deslizará por ele sem graves riscos de contaminação no percurso.
Na existência humana, existem deveres que, por se fazerem tão óbvios, são dignos de elogio àqueles que se esmeram em executá-los com denodo.
Outros deveres, porém, muito mais complexos, embora não agradando a quem os vê executados, e muito menos a quem os executa, devem ser executados, custe o que custar.
Não imaginem que o Bem possa se alegrar na tarefa que lhe cabe de denunciar o mal, onde o mal se faça presente com os seus inúmeros disfarces.
Em sã consciência, qual o magistrado que se rejubila por ser induzido a lavrar extrema sentença contra aquele que, muitas vezes, ante a indiferença da sociedade, extrapolou em suas atitudes?!
Qual o médico que, mesmo a pretexto de lhe salvar vida, se sente feliz por amputar um membro do corpo de quem há de permanecer na condição de invalidez?!
Certamente, deve ter sido com muita dor na alma que o Cristo, que desceu a Terra com a missão precípua de confortar os humildes e oprimidos, empunhou a vergasta com que, certa vez, se viu compelido a cumprir o pesado dever de expulsar os vendilhões do templo.

INÁCIO FERREIRA
Uberaba – MG, 9 de setembro de 2013.

9.9.13


Realidade Interior

O convite que Deus nos faz nesta manhã de domingo não é outro senão o de nos vermos como realmente somos. Sim, meus amigos, e por isso pedimos, e que Deus nos permita, conseguirmos nos enxergar como somos. Isto é tão difícil, vocês nem imaginam.
Eu mesmo não sei exatamente quem sou, faço uma idéia, é verdade, mas o que realmente sou ainda estou devendo a mim mesmo. O que isto significa? Significa que ainda não conseguimos desvendar a nossa realidade interior, o nosso âmago, a nossa essência.
Ora, se não sabemos direito quem somos, imagina os outros, eles também não sabem, e a reflexão sobre isto nos faz pensar que as outras pessoas, assim como nós, podemos fazer coisas que não acreditávamos que fosse possível, tanto para o bem como para o mal.
De um lado, temos a enorme capacidade de produzir prodígios, maravilhas, verdadeiras obras-primas, originalíssimas. De outro, somos capazes de destruir, de mal-ensinar, de bagunçar a vida dos outros com nossas atitudes febris.
Isto também nos faz pensar o quanto devemos ponderar quando tomar decisões na vida, o quanto devemos pesar as nossas palavras. Podemos fazer coisas e num minuto nos arrependermos profundamente. E aí, depois de feito para remendar...
Esta constatação deve nos levar a sermos mais pacientes, tranquilos, moderados. Deve nos fazer reflexivos sobre o nosso primeiro impulso. Às vezes, o primeiro impulso é genial, mas, noutras ocasiões, é desastroso.
Portanto, pense bem cada ato na sua vida. Pondere, reflita, verifique os prós e os contras, pergunte a outras pessoas o que elas acham, não tome deliberações açodadamente.
Quem tem tempo pode tentar encontrar o melhor caminho na vida para que ela seja plena de êxitos. Se errar, utilize esta informação nas suas próximas decisões, pois o erro é parte importante para aquele que quer conquistar a sabedoria.
Que Deus nos abençoe!
Helder Camara

7.9.13

SABER E CONHECER

O que você quer saber
Muito além do que já sabe,
Na sua cabeça agora,
Provavelmente, não cabe.
*
Tudo o que você conhece
E a conhecer se destina,
Do oceano da Verdade
É uma gota pequenina.
*
Quase sempre, quem afirma
Que nada tem por saber
Para saber que não sabe
Muito precisa aprender.
*
A Verdade que liberta
A quem por ela procura,
Em quem não deseja ouvi-la
Provoca muita tortura.
*
Um fato que se constata
E, no tempo, se revela:
Quem mais combate a Verdade
Dá mais incentivo a ela.
*
Por ensinar a Verdade
Trazendo ao mundo mais luz,
Sócrates bebeu cicuta;
Jesus foi pregado à cruz.

Eurícledes Formiga
(Página recebida pelo médium Carlos A. Baccelli, em reunião do Lar Espírita “Pedro e Paulo”, na manhã do dia 26 de agosto de 2013, em Uberaba – MG).

6.9.13


Valorizar a Vida

Meu Deus, como é bom viver.
Eu vivo no lado de cá da vida e me sinto sempre renovado, cheio de vida. Não quero comparar, mas a vida aqui tem um colorido especial. Se é muito bom estar na Terra, entre os vivos do corpo, estar entre os vivos do espírito é também especial.
Fico pensando como o Pai nos reserva surpresas agradáveis. Se quando estamos na pele física desejamos não mais sair dela, quando chegamos aqui nos custa querer voltar. Que interessante é a vida. No fundo, a vida sempre nos pega de jeito.
Meu Pai, como tenho a te agradecer. Todos os dias nos dás estas oportunidades de ouro para sermos felizes, mas, sem entender direito a vida, reclamamos, ficamos de cara emburrada, perdemos a paciência, ficamos de mal de alguém e por aí vai em desatinos. Não valorizamos a vida como deveríamos.
Meus queridos irmãos, quando estamos do lado de cá da vida é que vemos o quanto poderíamos ter feito enquanto estávamos aí e não fizemos. Percebemos o quanto desperdiçamos em relação a nós mesmos e aos outros, nossos irmãos de caminho.
Quando estamos no corpo físico, parece-nos, enchemo-nos de nós mesmos, somos mais egoístas, deixamos de curtir a vida e os outros como deveríamos. Ora, cada um que passa em nossa frente é um poço de virtudes e coisas interessantes, se soubermos explorar bem, mas não, passamos a criticá-los, a ver os seus defeitos, os seus equívocos, e então desperdiçamos a grande oportunidade de viver em paz e no bem.
Meu Deus, quanta animosidade criamos. Quanta desavença fazemos. Quanta intolerância cometemos.
Tudo sandice nossa.
Meu Pai, peço que nos dê mais lucidez, mas clarividência, mais sabedoria, quando estivermos entre vocês, vivinhos no corpo.
Pensem nisto, meus queridos, “a vida é muito curta para ser pequena”, alguém já disse muito bem, então vivamos a vida como se ela nos convidasse a cada instante a sermos as pessoas mais felizes do mundo, onde cada gesto, cada experiência deve ser de incrível alegria e realização.
Fiquem com Deus!
Helder Camara