Reunião pública de 15-5-59
Questão nº. 470
O Criador, que estabelece o
bem de todos como lei para todas as criaturas, não cria Espírito algum para o
exercício do mal.
A criatura, porém, na Terra
ou fora da Terra, segundo o princípio de responsabilidade, ao transviar-se do
bem, gera o mal por fecundação passageira de ignorância que ela mesma,
atendendo aos ditames da consciência, extirpará do próprio caminho, em tantas
existências de abençoada reparação, quantas se fizerem indispensáveis.
Deus concede ao homem os
agentes da nitroglicerina e da areia e inspira-lhe a formação da dinamite, por
substância explosiva capaz de auxiliá-lo na construção de estradas e moradias,
mas o artífice do progresso, quase sempre, abusa do privilégio para arrasar ou
ferir, adquirindo dívidas clamorosas em sementeiras de ódio e destruição;
empresta-lhe a morfina por alcalóide beneficente, a fim de acalmar-lhe a dor,
entretanto, enfermo amparado, em muitas ocasiões escarnece do socorro divino,
transformando-o em corrosivo entorpecente das próprias forças, com que
prejudica as funções de seu corpo espiritual em largas faixas de tempo ;
galardoa-o com o ferro, por elemento químico flexível e tenaz, de modo a
ajudá-lo na indústria e na arte, todavia, o servo da experiência, em muitas
circunstâncias, converte-o no instrumento da morte, a desajustar-se em
compromissos escusos, que lhe reclamam agonia e suor, em séculos numerosos ;
dá-lhe o ouro por metal nobre, suscetível de enriquecer-lhe o trabalho e
desenvolver-lhe a cultura, mas o mordomo da posse nele talha, frequentemente, o
grilhão de sovinice e miséria em que se amesquinha a si mesmo ; e confere-lhe a
onda radiofônica para os serviços da verdadeira fraternidade entre os povos,
mas o orientador do intercâmbio, por vezes, nela transmite notas macabras, em
que promove o aniquilamento de populações indefesas, agravando-se em débitos
aflitivos para o futuro.
É assim que o Supremo
Senhor nos cede os dons inefáveis da vida, como sejam as bênçãos do corpo e da
alma e os tesouros do amor e da inteligência.
Do uso feliz ou infeliz de
semelhantes talentos, resultam para nós vitória ou derrota, felicidade ou
infortúnio, saúde ou moléstia, harmonia ou desequilíbrio, avanço ou
retardamento nos caminhos da evolução.
Examina, pois, a ti mesmo e
encontrarás a extensão e a natureza de tua dívida, pela prova que te procura ou
pela tentação que padeces, porque o bem verte, puro, de Deus, enquanto que o
mal é obra que nos pertence – transitório fantasma de rebeldia e ilusão que
criamos, ante as leis do destino, por conta própria.
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