DE ANDRÉ LUIZ/CHICO XAVIER
No capítulo XVII, de
“Libertação”, intitulado “Assistência Fraternal”, André relata a continuidade
do trabalho de Gúbio para livrar, de vez, Margarida da perniciosa influência
que pretendia levá-la à desencarnação.
Os asseclas de Gregório,
sabendo que Saldanha e Leôncio haviam rompido com o pacto estabelecido, começam
a chegar a casa, fazendo-lhes ameaças.
Dirigindo-se,
especificamente, a Saldanha, um deles interpelou:
- Então? que houve aqui?
Traindo o comando?
Ao que Saldanha, agora
decidido, respondeu:
- Meus compromissos foram
assumidos com a própria consciência e acredito dispor do direito de escolher a
minha rota...
Notemos como, de fato, não é
fácil rompermos com o mal, quando nos deixamos escravizar por ele – quanto
maior for o nosso tempo de permanência nas hostes do mal, maior resistência
encontraremos para delas nos emanciparmos, também da parte daqueles com os
quais nos associamos.
*
Gúbio tomara a providência de
colocar “sinais luminosos” nas janelas da casa, indicando que ela se encontrava
sob nova direção espiritual. Curioso, não?! Não é assim que, por vezes, o novo
proprietário de uma casa comercial que tenha ido à bancarrota, procede?!...
Semelhante medida – incrível!
– começou atrair uma multidão de espíritos necessitados – de homens e mulheres,
desencarnados a mais ou menos tempo, que, praticamente, eram mantidos em regime
de cativeiro por outros que deles se serviam a seu talante – inclusive, deles
abusando sexualmente, em terrível processo de vampirismo.
- Espíritos sofredores e
perseguidos, mas bem intencionados, apareceram em grande número.
André, diante daquela grande
movimentação na redondeza, que repercutia em favor de dezenas e dezenas de
espíritos, que, embora desencarnados, ainda não haviam logrado sair da penosa
situação em que se encontravam fora do corpo, concluiu:
- Tive a ideia de que a
missão de Gúbio se convertera, de repente, numa avançada instituição de
pronto-socorro espiritual.
Um dos que procuravam socorro
pedia: (muitos procediam da própria colônia que o trio havia visitado, ou seja,
da colônia dirigida por Gregório, que, aos poucos, dela ia perdendo o controle)
- Salvem-me dos juízes
cruéis! (...) não posso mais! não suporto, por mais tempo, as atrocidades que
sou constrangido a praticar. Soube que o próprio Saldanha se transformou. (...)
*
Sem dúvida, um dos fatos mais
interessantes do capítulo que comentamos, foi o caso de um espirito beletrista,
que se encontrava perseguido pelos próprios personagens que criara em suas
obras.
Em tremendo desequilíbrio,
alucinado, ele correra para os braços de André Luiz, procurando refúgio.
- Ei-lo! – exclamava. – ei-lo
que chega por dentro de mim... É uma das minhas personagens na literatura
fescenina! Ai de mim! acusa-me! Gargalha irônica e tem as mãos crispadas! Vai
enforcar-me!...
AS NOSSAS CRIAÇÕES MENTAIS
INFELIZES! POR QUANTO TEMPO ELAS HAVERÃO DE NOS ACOMPANHAR?! POR QUANTO TEMPO
HAVERÃO DE NOS ASSOMBRAR, A PARTIR DE NOSSAS PRÓPRIAS ENTRANHAS?! QUANTOS CASOS
DE LOUCURA EXISTIRÃO ASSIM, SOBRE A TERRA, E NO MAIS ALÉM?!...
Gúbio, cuja presença fora
solicitada por André, depois de examinar a situação, diz a Leôncio, um dos
ex-obsessores de Margarida:
- Opera, aliviando...
Eu? eu? – falou o convertido,
semi-apalermado – merecerei a graça de transmitir alívio?...
Gúbio, no entanto,
obtemperou, sem hesitar:
- Serviço construtivo e
atividade destrutiva constituem problema de direção. (...) O maior criminoso
pode abreviar longos anos de pena, entregando-se ao resgate próprio, através do
serviço benéfico aos semelhantes.
*
Como será que os espíritas
ortodoxos haverão de interpretar a solicitação de Gúbio para que Leôncio
transmitisse passe no beletrista?!
Sem fazer nenhum curso...
Sem sequer ser espírita...
Sem ainda estar completamente
redimido...
Sem qualquer “diploma” em
mediunidade...
Vocês, internautas mais
velhos, não tanto quanto a mim, é verdade, que já sou “defunto”, conhecem
aquela canção interpretada por Edith Veiga: “Faz-me rir” – “Me dá riza”?!
Pois é. É justamente esta
música que, agora, eu tenho vontade de cantarolar bem alto, e vou:
- Como podes pensar que te
quero?
Como podes sonhar com o meu
amor?
... ... ... ... ...
Faz-me rir o que andam
dizendo...
INÁCIO FERREIRA – Blog Mediunidade
na Internet
Uberaba – MG, 1 de setembro
de 2019.
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