Questão 350 do Livro dos Espíritos
O Espírito, quando encarnado, depois que a
sua consciência já se encontra reduzida, não se lembra da escolha que fez,
entra em um estado de depressão, se em seu coração não vibra a fé.
Quantos não têm ouvido, principalmente na
época que corre a juventude, dizer que não pediu para nascer em tais ou quais
circunstâncias. É a revolta de estar preso na matéria, pois, o Espírito não se
lembra de que foi ele mesmo quem escolheu aquele tipo de proves, e quando não
foi ele, foi a lei que assim determinou, pela força que possui para que a alma
pudesse desabrochar suas qualidades de vida e de luz.
A alma não pode deplorar a escolha, pelo
estado de inconsciência em que se encontra. Quantos suicidas há, sem causas que
se possa analisar, visto que essa causa está no inconsciente, mas, ela se
irradia para o consciente em forma de depressão, que o leva ao momento drástico
de tirar a própria vida.
A Doutrina dos Espíritos, que é o mesmo
Jesus voltando para a humanidade, abre os braços a toda essa humanidade em
sofrimento, não somente consolando, porém, levando e dando educação a todas as
criaturas de Deus. É o Consolador prometido por Aquele que pode prometer,
porque Ele é a Vida, a Verdade e o Caminho.
Sabemos, e muitos homens são conscientes
disso, que a vida na carne é como uma prisão, cárcere esse que limpa as mazelas
da alma e mostra a essa as claridades maiores no desabrochar dos seus próprios
talentos. Se passamos por duras provas, não desdenhemos a vida que levamos;
seguremo-nos na fé e movimentemos as mãos no bem comum, para que esse bem possa
nos levar a tranqüilidade de consciência. Procuremos o amor em todas as suas
modalidades de expressão, que esse amor virá de Deus pelos canais do Cristo,
para nos salvar das depressões e da ignorância.
Firmemo-nos na lei das vidas sucessivas, que
por elas podemos conhecer a bondade de Deus; firmemo-nos na comunicação dos
Espíritos com os homens, que por esse intermédio notaremos que ninguém morre, e
que a vida continua em todas as direções; firmemo-nos no amor e na caridade,
que desse modo encontraremos a paz no coração e todas as diretrizes que nos
levam a harmonia interna.
Ajudemos no que pudermos aqueles que ainda
dormem na inconsciência, e não usemos o nome do Senhor em vão, sem saber
diretamente dos Seus desígnios. Lembremo-nos de que Jesus é o nosso Pastor, e
que nunca deixa Suas ovelhas tresmalhadas, sem o amparo d'Aquele que é a verdadeira
vida. Não queiramos que a nossa vida seja outra; ela é o que deve ser, de que
precisamos. A nossa felicidade se encontra nas linhas do nosso desempenho nesta
vida. Procuremos a tranqüilidade nas mínimas coisas. Não pensemos no mal nem
falemos nele, porque tudo o que pensamos e falamos entra em nosso caminho,
vindo ao nosso encontro. A vida nos responde com o que sintonizamos para
encontrar, essa é a lei do "pedi e obtereis", do "buscai e
acháreis".
Com nada nos revoltemos, pois Deus está em tudo
e nos mostra, pela nossa compreensão, a luz que pode desabrochar por dentro de
cada criatura. Subindo o seu calvário, mesmo que seja pregado na cruz dos
problemas inúmeros, o Espírito é imortal, a glória surgirá no mundo da sua
consciência, e o Cristo recompensará.
Livro: Filosofia Espírita – João Nunes Maia
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de Limeira.
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